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AULA 3 análises de riscos ambientais

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ANÁLISE DE RISCOS 
AMBIENTAIS 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Cláudia Regina Bosa 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula teremos como tema central a análise qualitativa de riscos. 
Para o entendimento desse tipo de análise, trabalharemos sobre o processo de 
gerenciamento de riscos: como realizar a avaliação da probabilidade de 
impacto de um risco. Também avaliaremos os dados que um risco nos fornece 
para podermos pensar nessas informações e em como utilizá-las para a 
prevenção deles e ainda teremos o entendimento de como realizar a análise 
dos riscos presentes em um projeto. A partir desse conteúdo, teremos o 
conhecimento para realizar o gerenciamento integral de riscos em qualquer 
ramo da atividade humana e, assim, pensar na prevenção de impactos 
negativos para a saúde das pessoas e para a conservação do meio ambiente. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Vamos imaginar que você é sócio de uma empresa do ramo de extração 
de minérios, um negócio que foi herdado desde a época de seus avós e que 
continua sendo a principal fonte de renda de sua família, aliás, um trabalho 
muito bem-sucedido que permite a você e sua família um modelo de vida de 
alto nível. Você teve muitas oportunidades de estudar, inclusive no exterior, fez 
várias formações na área de prevenção de riscos ao meio ambiente e, com 
toda a maturidade que desenvolveu, percebe atualmente que a empresa da 
qual você é sócio já causou inúmeros dados ao meio ambiente e às pessoas 
do entorno das atividades que a sua empresa realiza. Percebe também que, 
entre as pessoas que gerenciam os grupos de trabalho de sua empresa, você é 
o único que tem essa percepção. Nos próximos meses, a sua empresa irá 
começar um trabalho de extração de minérios próximo a uma área de 
Preservação Ambiental, na qual há várias espécies de animais e vegetais em 
risco crítico de extinção. Você, com a maturidade que possui hoje, sabe que a 
sua empresa trabalha com o mínimo exigido de prevenção aos riscos que a 
atividade de mineração oferece ao meio ambiente, e fazem a maior economia, 
para priorizar o maior lucro. Você, mais do que ninguém, sabe dos possíveis 
riscos para essa área caso algo de errado aconteça no processo de extração. 
Diante dessa situação, a qual vem incomodando-o extremamente, o que você 
faria? 
 
 
3 
Convocaria uma reunião com o corpo diretivo da empresa e exporia 
todos os riscos envolvidos com a atividade e determinaria o cancelamento da 
extração de minérios naquela área? Convocaria uma reunião para frisar a 
importância de melhorar a prevenção aos riscos na empresa e cobraria a 
execução em campo, mas não deixaria de explorar a área? Ou, diante de seu 
conhecimento profundo do corpo diretivo da empresa, apesar de ter 
consciência de todos os riscos envolvidos na nova área de extração, você não 
interferiria, pois tem certeza de que já é voto vencido? 
 
TEMA 1 – PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS 
Qualquer que seja a atividade a ser desenvolvida, há a necessidade de 
realização de um planejamento estratégico, o qual terá como objetivo a 
realização de uma análise aprofundada da estrutura da atividade, 
proporcionando a oportunidade de planejar as ações que impactarão o futuro 
da atividade, como a prevenção de acidentes de trabalho ou ambientais. Um 
dos pontos cruciais do planejamento estratégico é a Gestão de Riscos, 
processo de gestão de riscos que, para a grande maioria das pessoas, remete 
somente às questões financeiras, mas na atualidade, além dessa questão, é 
importante considerar questões operacionais que envolvem os sistemas, as 
pessoas e o ambiente do entorno com relação aos riscos. 
A gestão de riscos envolve três diferentes etapas: identificação dos 
riscos, priorização de ações e mitigação dos riscos identificados. Esse 
pensamento é de extrema importância principalmente quando se deseja 
expandir o ramo de atividade em questão, com a finalidade de garantir uma 
tomada de decisões mais seguras em todos os aspectos. 
Dessa forma, quando tratamos de um Plano de Gerenciamento de 
Riscos, estamos considerando como serão tratados os riscos em qualquer tipo 
de atividade que estejamos a considerar, assim, algumas premissas devem ser 
seguidas quando tratamos do processo de gestão de riscos de forma eficaz, 
sendo elas: metodologia, que trata de como será efetuado o plano de 
gerenciamento de riscos, ou seja, trata as questões do como fazer essa 
gestão; distribuição de funções, premissa na qual será importante deixar clara 
qual a função exata de cada um dos sujeitos que está participando do processo 
de gestão dos riscos, para que eventuais erros não ocorram, por exemplo, pela 
sobreposição de funções; determinação dos custos, outro aspecto importante é 
 
 
4 
a definição de custos e destinação de recursos para a efetiva realização do 
plano de gerenciamento de riscos; definição de um cronograma, quando 
tratamos de gerenciamento de riscos, há necessidade de um trabalho muito 
bem concatenado no tempo e no espaço e a questão de um cronograma 
descrevendo todas as atividades a serem desenvolvidas será de grande ajuda; 
categorização dos riscos, nessa etapa será importante realizar a listagem de 
todos os riscos envolvidos em uma determinada atividade, os quais deverão 
ser descritos de forma bastante detalhada, pois, quanto maior a riqueza de 
detalhes, maior a possibilidade de sucesso do trabalho de gerenciamento de 
riscos. Assim, pode-se lançar mão da utilização de uma Estrutura Analítica de 
Riscos (EAR). Na Figura 1, esse tipo de análise de risco é mostrada em 
detalhes e, por fim, há a necessidade de pensar nas probabilidades dos riscos 
e calculá-las, como também chegou o momento de nos preocuparmos com os 
impactos que a consumação dos riscos pode causar na qualidade de vida e 
saúde dos trabalhadores, bem como do entorno envolvido pela atividade em 
questão. 
Para a realização de um adequado plano de gerenciamento de riscos, 
há a necessidade de uma equipe que trabalhe em conjunto e que tenha 
consciência dos passos a serem seguidos a fim de conseguir gerir os riscos de 
forma eficaz evitando, da melhor forma possível, consequências caso ele se 
efetive. 
Figura 1. Estrutura analítica de riscos. 
 
Fonte: <http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialgerproj2/pagina_3.asp> 
Realizando a observação criteriosa da Estrutura Analítica de Riscos, 
podemos imaginar os riscos para qualquer tipo de atividade que tenhamos em 
 
 
5 
mente, e da mesma forma poderemos pensar em formas de prevenção ou 
mitigação dos riscos de uma maneira mais clara e precisa. 
Vamos imaginar a seguinte situação: estamos com os planos de 
implantar uma empresa que trabalha com a produção de celulose e 
fornecimento de matéria-prima para diversas outras indústrias. Quais seriam os 
riscos técnicos, externos, organizacionais e gerenciais envolvidos? 
Portanto, quando pensamos em formular um plano de gerenciamento de 
riscos, devemos conhecer de forma aprofundada o projeto em questão, para 
que se possa pensar de forma crítica em todos os riscos envolvidos no 
desenvolvimento daquela atividade, e, dessa forma, priorizar a qualidade de 
vida das pessoas e do meio ambiente. Trata-se de um processo essencial para 
Gestão de Riscos Ambientais, por exemplo, quando pensamos na criação de 
uma estrada de ferro ou na construção de uma barragem em um rio importante 
de uma determinada região. É necessário que os grandes empresários e 
técnicos envolvidos nesses empreendimentos tenham a sensibilidade de 
entender a importância de respeitar as leis, não somente as trabalhistas, mas 
as ambientais, a fim de compor projetos consistentes e conectadoscom a 
realidade do entorno dos empreendimentos, causando assim menor impacto 
possível no ambiente em questão. 
 
TEMA 2 – AVALIAÇÃO DE PROBABILIDADE E IMPACTO DOS RISCOS 
O processo de avaliação de probabilidade e impacto dos riscos está 
relacionado a uma análise qualitativa dos riscos identificados em qualquer tipo 
de atividade que se esteja analisando. Essa tarefa não é fácil de ser realizada, 
primeiro é importante que tenhamos em mãos uma lista muito bem estruturada 
dos riscos existentes para determinada atividade, em seguida devemos 
começar o processo de qualificação de tais riscos identificados, por meio da 
observação das atividades desenvolvidas e da identificação de tendências nos 
riscos. Depois de identificadas as tendências, deve-se recorrer ao processo de 
gerenciamento dos riscos e tentar eliminá-las ou, se isso não for possível, 
reduzi-las ao máximo (tendências identificadas nos ajudam a prever a 
efetivação dos riscos). A qualidade da informação com a qual estamos 
trabalhando é fator decisivo para a análise qualitativa dos riscos com os quais 
estamos trabalhando. Esse processo de qualificação deve ocorrer diariamente 
e, se houver necessidade, o projeto inicial proposto pode passar por alterações 
 
 
6 
ou até mesmo grandes reestruturações; a qualificação deles deve ocorrer do 
início ao fim de qualquer projeto de gerenciamento de riscos. 
Aspectos da Análise Qualitativa do Risco 
Nesse ponto, devemos pensar quais são os fatores importantes a serem 
considerados a fim de que possamos visualizar em um esquema geral todos os 
riscos envolvidos na atividade que se deseja desenvolver; as principais etapas 
envolvidas são citadas a seguir: 
a. Plano de gerência de risco – trabalho realizado por uma equipe 
técnica que pensará em todas as possibilidades de evitar ou mitigar o risco, 
uma vez instalado na atividade proposta. 
b. Identificação dos riscos – os riscos que são identificados dentro do 
processo de qualificação deles devem ser criteriosamente avaliados e, assim, 
as consequências desses devem ser analisadas dentro do processo de 
gerenciamento de riscos. 
c. Estágio de desenvolvimento do projeto – durante o processo de 
desenvolvimento de um projeto, podemos contar com incertezas, como a 
existência real de um determinado risco elencado, mas, de um modo geral, no 
início do projeto muitos riscos não são listados e acabam aparecendo em 
etapas inclusive finais dele, fato que requer muita atenção da equipe que 
trabalha as questões de gerenciamento dos riscos. 
d. O tipo de projeto a executar – se estivermos gerenciando um tipo de 
projeto muito comum, facilmente elencaremos os tipos de riscos associados a 
ele; já quando tratamos de projeto inovadores que utilizam técnicas exclusivas, 
a questão de qualificação dos riscos fica mais complexa e demanda mais 
tempo. 
e. Confiabilidade dos dados – os dados coletados para realização do 
processo de qualificação dos riscos devem ser confiáveis, obtidos de fontes 
seguras e seguindo as regras de coletas de dados. As fontes utilizadas para a 
obtenção dos dados devem ser sistematicamente avaliadas a fim de prezar 
pela segurança no processo de qualificação dos riscos. 
f. Escalas de probabilidade e impacto – são amplamente utilizadas 
para a realização da avaliação qualitativa do risco; podemos citar as escalas de 
probabilidade e impacto, que servem para avaliar a dimensão do risco descrito 
para a atividade em questão. 
 
 
7 
g. Hipóteses – podem ser levantadas no processo de identificação de 
riscos e ser testadas durante esse processo de avaliação. 
Algumas técnicas são amplamente utilizadas no processo de avaliação 
qualitativa de riscos, como: probabilidade de risco e impacto, matriz de 
probabilidade/impacto de risco, teste de hipóteses do projeto e classificação da 
precisão dos dados obtidos. Esse conjunto de técnicas nos permite ter uma 
ideia mais próxima da real qualidade do projeto que estamos a desenvolver e 
nos permitir, por meio desse processo, críticas que permitam reconstruí-lo, 
sempre com o objetivo de redução extrema de riscos. 
Nesse momento, trataremos da técnica de probabilidade de risco e 
impacto. A probabilidade de risco e seus impactos (consequências) podem ser 
descritos em termos qualitativos como: muito alta, alta, moderada, baixa e 
muito baixa. Quando falamos sobre a probabilidade de risco, estamos tratando 
da chance de um risco ocorrer. Quando tratamos das consequências 
(impactos) do risco, estamos falando sobre o efeito nos objetivos do projeto se 
o evento de risco ocorrer. Quando trabalhamos com probabilidades e 
consequências, podemos aliar maior confiabilidade ao processo de qualificação 
dos riscos, pois essas variáveis ajudam na rápida identificação dos riscos que 
devem ser tratados com mais prioridade dentro de uma escala preestabelecida. 
É importante que se tenham bem claros os dois conceitos aqui 
destacados: 
Impacto – esse conceito trata da área afetada pelo risco se este se 
efetivar, dentro de um determinado projeto. 
Probabilidade – quando tratamos de probabilidade, estamos 
considerando a chance de ocorrência de um determinado risco elencado em 
um projeto; essa probabilidade só pode ser considerada durante o período de 
execução do projeto. 
Tendo em mente esses conceitos bem definidos, é possível pensar de 
forma estratégica a gestão de riscos e almejar projetos que, apesar de 
grandiosos e com grandes riscos, não sejam efetivados, devido ao processo de 
gerenciamento criterioso realizado. 
 
TEMA 3 – MATRIZ DE PROBABILIDADE E IMPACTO 
Quando tratamos sobre a matriz de probabilidade e impacto, estamos 
tratando de uma técnica amplamente utilizada nos processos que envolvem a 
 
 
8 
gestão de riscos. Esse tipo de técnica está classificado como uma das 
ferramentas principais para a análise qualitativa dos riscos. O fato de combinar 
as probabilidades e os possíveis impactos da efetivação de um determinado 
risco pode ajudar no processo de escolhas dos gestores de uma empresa, os 
quais terão as atenções voltadas, logicamente, para aqueles riscos que em 
uma matriz indiquem maior probabilidade e maior extensão de seus impactos. 
Sendo assim, qualquer projeto por menor que seja deverá sempre contar com 
esse tipo de matriz, se houver a intenção de prevenção e manutenção da 
qualidade de vida e saúde das pessoas envolvidas. 
Esse tipo de matriz é confeccionado combinando dados sobre as 
probabilidades de ocorrência e impacto de um risco associados à classificação 
do risco que estamos tratando. Como comentamos anteriormente, riscos que 
apresentam alta probabilidade e grandes impactos devem chamar a atenção 
dos dirigentes do projeto, pois medidas de prevenção ou mesmo de mitigação 
devem ser pensadas caso ele ocorra. Para realizar a classificação dos riscos, 
existem matrizes e escalas que nos ajudam a julgar as intensidades dos riscos 
com os quais estamos trabalhando, auxiliando prontamente nos processos de 
gerenciamento eficaz deles. 
A escala de probabilidade de um risco qualquer é confeccionada de 
forma binária, na qual o caractere 0 (zero) indica nenhuma possibilidade de 
ocorrência de determinado riscos em um certo projeto e o caractere 1 (um) 
indica a total certeza de que o risco existe para um determinado projeto. 
Também podem ser utilizadas variáveis intermediárias para auxiliar nesse 
processo de probabilidade de ocorrência de um risco. Realizar esse trabalho 
não é uma tarefa confortável, pois na maioria das vezes o corpo de técnicos 
que vai trabalhar com essas questões não pode lançar mão de uma série de 
registros históricos daquela empresa, fato que em alguns tipos de projetospode levar ao aumento da probabilidade de ocorrência dos riscos. 
Na Figura 2, temos o exemplo de uma matriz de probabilidade e impacto 
com a utilização de valores ordinais; deve-se lembrar de que valores numéricos 
também podem ser utilizados. 
Figura 2. Matriz de probabilidade e impacto. 
 
 
9 
 
Fonte: <http://blog.luz.vc/como-fazer/como-fazer-gerenciamento-de-riscos-em-projetos-com-
matriz-de-riscos/> 
 
Nesse momento, devemos parar e analisar qual a importância da 
confecção dessa matriz para os mais variados ramos da produção humana e 
principalmente aqueles que possuem efeitos diretos sobre o meio ambiente. 
Vamos pensar que a matriz construída para um determinado empreendimento, 
como a construção de uma barragem, apresente em todos os critérios 
analisados impactos com grande probabilidade de ocorrência, que medidas o 
comitê gestor dessa empresa e os órgãos ambientais envolvidos deveriam 
tomar mediante uma matriz tão comprometedora? Fica aqui uma questão: será 
que todas as matrizes confeccionadas em projetos e relatórios são fiéis aos 
riscos reais presentes nas atividades em questão? Ou simulações de outros 
panoramas podem ser criadas, não trazendo o retrato dos riscos realmente 
previstos a fim de conseguir liberações de funcionamento e, mais tarde, os 
riscos se efetivam, e o processo de mitigação não foi pensado; diante disso, a 
comunidade e o meio ambiente são drasticamente prejudicados e mal 
respaldados pelos empreendedores e poder público. 
Por fim, junto com o processo de confecção de uma matriz de 
probabilidade de impacto, podemos pensar em testar hipóteses para isso, 
assim devemos sempre ter em mente as consequências no projeto se a 
hipótese for falsa. Hipóteses alternativas que podem ser verdadeiras devem ser 
identificadas e suas consequências nos objetivos do projeto devem ser 
testadas no processo de análise qualitativa de risco. 
Outro aspecto que não deve ser deixado de lado é a precisão dos dados 
com os quais estamos trabalhando, pois há necessidade de que os dados 
sejam precisos e sem influências. Para ter confiança nos dados utilizados, é 
necessário checar os seguintes aspectos: 
 
 
10 
1. Entendimento amplo do risco. 
2. Dados disponíveis sobre o risco. 
3. Qualidade dos dados. 
4. Confiabilidade e integridade dos dados. 
A utilização de dados de baixa precisão pode trazer consequências 
graves para o projeto e seus gestores, bem como para a comunidade e o meio 
ambiente. 
 
TEMA 4 – AVALIAÇÃO DOS DADOS SOBRE RISCO 
O processo de avaliação dos dados sobre riscos deve ser realizado para 
qualquer tipo de atividade que se queira implantar ou manter dentro de uma 
empresa, por exemplo. Há necessidade de um planejamento constante 
pensando na prevenção efetiva dos riscos elencados. 
Caso a análise feita sobre os dados seja sem a devida precisão, poderá 
ocorrer o comprometimento de todo projeto, trazendo sérias consequências 
para as pessoas e o ambiente envolvidos. 
Para que os dados coletados em um projeto sejam confiáveis, é 
necessário seguir uma metodologia adequada e contar com um corpo técnico 
responsável e com boa formação, no qual os integrantes tenham consciência 
da consequência de avaliações erradas durante a elaboração do projeto em 
questão. 
Para que essa qualidade de dados seja alcançada, alguns itens devem 
ser observados: todos os envolvidos no projeto devem ter conhecimento dos 
objetivos dele, portanto devem ser escritos de forma muito clara a fim de não 
permitirem interpretações variadas. A equipe que vai participar da implantação 
do projeto deve ser condizente às necessidades dele, deve-se levar em 
consideração não somente questões de formação, mas também as questões 
de personalidade dos envolvidos. Antes da execução do projeto, o gestor deve 
ter certeza da existência de um orçamento adequado para a realização de 
todas as etapas dele. Todos os riscos devem ser avaliados e ainda um plano 
de gerenciamento destes deve ser criado. Além de todos esses aspectos, é de 
extrema importância que se faça cobrança efetiva para o cumprimento de 
prazos e que todos os envolvidos no projeto se sintam à vontade para dar 
sugestões cabíveis e contribuir para a evolução em complexidade dele, dessa 
forma, todos os envolvidos devem sentir-se pertencentes e com 
 
 
11 
responsabilidade diante da atividade a ser desenvolvida. O desenvolvimento 
desse processo depende também da capacidade técnica e de agregar pessoas 
do gerente envolvido, sobre o qual está concentrada grande parte das 
responsabilidades. 
Existem várias técnicas que podem ser utilizadas para a coleta de 
dados, cada uma com singularidades específicas relacionadas ao tipo de 
atividade desenvolvida, podendo-se citar: 
a. Entrevistas: estruturada, semiestruturada ou não estruturada, esse 
tipo de técnica de coleta de dados pode fornecer dados extremamente 
confiáveis, desde que as perguntas realizadas sejam criteriosas e não ocorra 
influência de quem está realizando a entrevista. Também é importante que o 
entrevistador crie um ambiente adequado para a realização da coleta de dados. 
b. Questionários: apresentam como grande vantagem dispensar a 
necessidade de realizar grandes deslocamentos da equipe técnica envolvida 
no projeto, dessa forma seria uma técnica mais econômica, podendo atingir um 
grande número de indivíduos ao mesmo tempo. Há necessidade de grande 
cuidado com a elaboração das questões com relação à clareza delas e ao que 
se deseja medir com a questão elaborada. Também é importante salientar 
sobre a manutenção do anonimato dos indivíduos que respondem aos 
questionários. Existem várias formas de questões que podem ser elaboradas 
(abertas, fechadas, de múltipla escolha), e é importante um grande cuidado 
com a elaboração delas a fim de que não sejam sugestivas ou deixem o 
entrevistado em situação vexatória diante do tipo de resposta que venha a dar. 
Como todos os instrumentos utilizados para a coleta de dados, o questionário 
também apresenta algumas dificuldades, como um questionário entregue com 
algumas questões sem resposta ou ainda a dificuldade em tabular os dados. 
Diante do exposto, quando estamos pensando em implantar um projeto, 
seja qual for, devemos pensar na opinião das pessoas que estão no entorno 
dele. Por exemplo, quando uma represa em um rio é pensada, há necessidade 
da presença de uma equipe multiprofissional nesse projeto, não somente de 
engenheiros e arquitetos, mas de geólogos, biólogos e inclusive sociólogos e 
antropólogos que terão a incumbência de trabalhar efetivamente a comunidade 
do entorno e entender as relações dessas pessoas com o ambiente em 
questão e quais as consequências de curto, médio e longo prazo para essa 
comunidade, pensando, ainda, em medidas de mitigação delas. 
 
 
12 
Para avaliarmos os dados que temos em um projeto, em qualquer fase 
de desenvolvimento em que este esteja, é necessário que tenhamos confiança 
nesses dados, para que possamos alinhar os próximos passos do projeto com 
a possibilidade de cada vez um menor número de erros estar presente. 
Quando a forma de coleta desses dados é imprecisa e não segue critérios, a 
qualidade dos dados é duvidosa, e isso pode comprometer todo o projeto. 
Sendo assim, toda a equipe envolvida deve ter consciência da importância de 
poder contar com dados confiáveis. As técnicas de coleta de dados devem ser 
utilizadas de forma adequada, os profissionais envolvidos devem ser éticos, e 
não “mascarar” os resultados obtidos, pensando em ganhar vantagens ou 
mesmo esconder a realidade em questão. Lembrar uma amostra muito 
reduzida e que não foi pensada de modo criterioso no processo de coletade 
dados pode não representar a verdadeira realidade e, quando são realizadas 
as médias dos dados obtidos, podemos incorrer em erros, pois podemos ter 
dados coletados que podem elevar a média drasticamente ou baixá-la, fato que 
pode levar a erros graves no processo de gerenciamento de riscos e a 
consequências incalculáveis quando falamos de riscos ambientais. Isso pode 
ser comprovado diariamente nos noticiários, os quais relatam graves acidentes 
como derramamento de óleo em corpos d’água, desmoronamento de encostas, 
explosões e muitos outros que comprometem a qualidade do ambiente e a 
qualidade de vida da população do entorno. 
Sendo assim, pensar na avaliação criteriosa dos dados que temos em 
nosso projeto é um passo essencial para o desenvolvimento e sucesso dele, 
com um menor número de riscos presentes e até a não efetivação de qualquer 
risco, protegendo assim os diversos setores envolvidos na atividade em 
questão. 
 
TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS DO PROJETO 
O processo de classificação de riscos de um projeto é uma importante 
etapa, a qual deve ser realizada de forma criteriosa permitindo, assim, o 
gerenciamento adequado dos riscos identificados e devidamente classificados. 
Os riscos identificados em um determinado projeto podem ser 
classificados, sendo normalmente denominados de conhecidos, previsíveis e 
imprevisíveis. Riscos classificados como conhecidos são listados quando se 
faz uma análise adequada do tipo de atividade a ser desenvolvida no projeto 
 
 
13 
em questão, como falta de orçamento, ausência de área apropriada para a 
implantação do projeto, dentre outros. Os riscos classificados como previsíveis 
são aqueles que podem ser diagnosticados a partir da observação da 
implantação e do desenvolvimento de outros projetos relacionados, por meio 
de comparação. E os riscos classificados como imprevisíveis são aqueles que 
possuem difícil processo de identificação; esse tipo de risco existe e, 
dependendo de sua intensidade, pode prejudicar gravemente um projeto. Tais 
riscos podem ser classificados em externos (relacionados a fatores exteriores 
que podem ou não sofrer um processo de gerenciamento de riscos) e internos 
(relacionados ao próprio projeto e podem ser geridos pelo coordenador do 
mesmo sem maiores dificuldades). 
 Devemos também dar especial atenção para os recursos disponíveis e, 
ainda, para a qualidade técnica; o prazo curto para entrega não deve 
comprometer a qualidade do produto a ser entregue e muito menos aumentar 
os riscos do processo, sendo assim, o planejamento adequado e criterioso é a 
grande solução para não se incorrer em risco, inclusive primários, que 
poderiam ser facilmente evitados. Alguns tipos de riscos internos que podem 
estar presentes durante o processo de execução de um projeto: custos, prazos, 
aspectos gerenciais, perdas de potencial. 
Quando tratamos de riscos externos, estamos nos referindo aos riscos 
que não podem ser tratados pelos gestores dos projetos em questão; grande 
parte dos projetos apresenta partes terceirizadas e construídas de forma 
independente, ficando as definições desconhecidas na íntegra pelos envolvidos 
diretos. Esse tipo de risco pode ser influenciado pelo gestor do projeto, porém 
não muito intensamente, pois grande parte desse tipo de risco são variáveis 
independentes e de difícil controle por parte dos envolvidos. Tais riscos podem 
ser divididos em riscos externos previsíveis e riscos externos imprevisíveis. 
Como riscos externos previsíveis, podemos citar as variações nas taxas de 
juros e câmbio, questões socioeconômicas-culturais. Como riscos externos 
imprevisíveis, podemos citar mudanças nas leis e catástrofes ambientais, 
podendo tais riscos serem mitigados quando se trata de catástrofes ambientais, 
quando há conhecimento profundo do histórico ambiental do local de 
desenvolvimento do projeto, porém não há como ter uma previsão certa da 
ocorrência dos eventos. 
 
 
14 
Podemos observar que, por meio de um processo adequado de 
classificação de riscos, os gestores dos projetos junto com o corpo técnico 
envolvido poderão pensar, dentro do processo de gerenciamento de riscos, em 
medidas para mitigar os riscos presentes para qualquer tipo de atividade, 
inclusive aqueles que não são facilmente observáveis. Sendo assim, um 
projeto de qualidade requer gestores que estejam o tempo todo conectados às 
mudanças que ocorrem no mundo, já que hoje o processo de globalização tem 
nos mostrado a inexistência de fronteiras entre os países e que, se todos 
pensarem na redução e mitigação dos riscos, a qualidade de vida de todo o 
planeta poderá ser mantida com a conservação de recursos muitos dos quais 
são essenciais para a execução dos projetos. 
Vale salientar que todos os projetos devem ser idealizados por um corpo 
técnico devidamente capacitado e que as normas regulamentadoras e leis 
relacionadas aos aspectos pertinentes de cada projeto devem ser respeitados 
sob pena de punição e destituição deste. A qualidade de vida dos 
trabalhadores deve estar sempre como uma das principais prioridades e os 
trabalhadores envolvidos devem ter consciência dos riscos envolvidos em sua 
atividade laboral. 
 
FINALIZANDO 
Nesta aula pudemos entender a importância em realizar um criterioso 
plano de gerenciamento de riscos, com a adequada classificação dos riscos 
presentes em um projeto, pudemos compreender a necessidade de realizar a 
análise das probabilidades de ocorrência dos riscos e pensar nas formas mais 
efetivas de mitigação deles. Entendemos também como é essencial ter a 
certeza de que os dados com que estamos trabalhando são dados de 
qualidade e que podem ser utilizados como verdadeiros representantes da 
realidade na qual o projeto em questão está inserido. 
Com relação à situação-problema colocada no início desta aula, qual 
atitude você tomaria? Convocaria uma reunião para cancelar o trabalho de 
extração de minérios na área em questão, devido à singularidade de ser 
próxima a uma área de proteção ambiental? 
Convocaria uma reunião para melhorar o trabalho de prevenção de 
riscos ambientais, pois tem consciência dos inúmeros riscos e negligências 
 
 
15 
presentes no projeto ou não tomaria qualquer atitude, pois sabe que não teria 
como impedir a realização desse projeto? 
 
REFERÊNCIAS 
BLANK, V. L. G.; LAFLAMME, L.; DIDERICHSEN, F. The impact of major 
transformations of a production process on agerelated accident risks: a study of 
an iron-ore mine. Accid Anal Prev, n. 28, p. 627-36, 1996. 
 
BARSANO, P. R. Controle de riscos. São Paulo: Érica, 2014. 120p. 
 
GALANTE, F. B. E. Princípios de gestão de riscos. Curitiba: Appris, 2015. 
155p. 
 
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