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Atualidades- Corona virus

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BOAS PRÁTICAS 
FARMACÊUTICAS FRENTE À 
PANDEMIA DO CORONAVÍRUS 
Profª Giane Favretto 
Profª Danna Sampaio Cardoso 
 
 
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TEMA 1 – CORONAVÍRUS 
1.1 Introdução 
A disseminação do novo coronavírus 2019 (2019-nCoV) ou síndrome 
respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2) é o motivo da nova crise 
na saúde pública que ameaça o mundo. Responsável pelo grande surto global, 
o novo vírus foi identificado primariamente na China, em Wuhan – uma 
província de Hubei, em dezembro de 2019, após as autoridades de saúde 
locais diagnosticarem um conjunto de casos de pneumonia de etiologia 
desconhecida. Um suposto vínculo epidemiológico foi estabelecido com as 
exposições em um mercado de frutos do mar na cidade. 
O vírus se originou em morcegos e foi transmitido aos seres humanos 
através de animais intermediários, e está intimamente relacionado a outros dois 
coronavírus do tipo síndrome respiratória aguda do morcego-SL-CoVZC45 e o 
morcego-SL-CoVZXC21. O vírus infecta comumente animais em todo mundo, 
porém são poucos os casos que afetam os seres humanos. 
O comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
declarou, no dia 30 de janeiro de 2020, a doença causada por coronavírus 
2019 (COVID-19) como a sexta emergência de saúde pública de interesse 
internacional, com base nas taxas crescentes de notificações da doença. No 
final de janeiro de 2020, a China computava 9.720 casos confirmados de 
COVID-19, com mais de 15.238 casos suspeitos e 213 mortes. 
A doença é transmitida por contato direto ou inalação de gotículas 
contaminadas, com período de incubação de dois a quatorze dias. Os sintomas 
mais relatados por pacientes acometidos por COVID-19 são febre seguida por 
tosse, fadiga, falta de ar, mal-estar, e uma pequena população de pacientes 
apresenta sintomas de infecção gastrointestinal. A doença pode evoluir para 
pneumonia e disfunção de múltiplos órgãos. 
A extensão e gravidade do surto causado pela doença respiratória 
aguda por COVID-19 ainda devem ser analisadas. Atrasos na implementação 
de medidas eficazes para o controle do contágio podem causar colapso nos 
sistemas de saúde pela alta infectividade do vírus. 
Neste primeiro módulo do curso de extensão, abordaremos as principais 
características do coronavírus, como acontece a transmissão e os aspectos da 
vigilância frente à doença. Vamos começar? 
 
 
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1.2 Coronavírus: uma visão geral 
O supercontágio do SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19, 
marca a terceira introdução de uma pandemia altamente patogênica e em larga 
escala, no século XXI, pelo coronavírus. 
O primeiro surto ocorreu em 2002-2003, pelo coronavírus da síndrome 
respiratória aguda grave (SARS-CoV), do gênero β e com origem em 
morcegos, passando a infectar os seres humanos por meio de animais 
intermediários domésticos (gatos), na província de Guangdong na china, de 
modo que afetou cerca de 8.422 pessoas na China e Hong Kong, com taxa de 
mortalidade de 11%. 
Uma década após o surgimento do SARS-CoV, outro coronavírus foi 
identificado como causador da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-
CoV), no ano de 2012. Originário também de morcegos, só que, nesse caso, o 
hospedeiro intermediário foi identificado como camelos e dromedários, 
afetando 2.494 pessoas com uma taxa de mortalidade mais elevada – cerca de 
34%. 
Uma característica comum do COVID-19 ao SARS e MERS é a rapidez 
da propagação do vírus e do contágio global. O “superespalhamento” do vírus 
se dá, em parte, por conta das viagens aéreas que permitem que haja a 
disseminação rápida pelos continentes, somados ao potencial de transmissão 
viral e às medidas de contenção do vírus nos aeroportos. 
No dia 1 de março de 2020, a OMS relatou um total de 87.137 casos de 
COVID-19 confirmados em todo mundo, com 79.968 confirmados na China e 
um total de 7.169 casos fora da china. Dados recentes mostram um número de 
1.872.073 pessoas com casos confirmados globalmente e um total de 116.098 
mortes – sendo que os três países mais afetados são os Estados Unidos, com 
564.398 casos confirmados com 22.858 mortes, seguido da Espanha com 
169.510 casos confirmados e 17.614 mortes e, por fim a Itália com um total de 
159.516 casos confirmados e 20.465 mortes. No Brasil, já foram confirmados 
22.720 casos de COVID-19 em todo país, com um total de 1.270 mortes. 
Medidas profiláticas como o afastamento social e medidas de higiene pessoal 
vêm sendo aplicadas em todo o mundo para conter o contágio por coronavírus. 
 
 
 
 
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1.3 Características do coronavírus 
Os coronavírus são membros da subfamília Coronavirinae e da família 
Coronaviridae, da ordem dos Nidovirales. A subfamília Coronavirinae é dividida 
em quatro principais gêneros: α-coronavírus, β-coronavírus, γ-coronavírus e δ-
coronavírus. Os coronavírus γ-coronavírus e δ-coronavírus são responsáveis 
pela infecção de aves, roedores e morcegos e às vezes infectam mamíferos. 
Em contrapartida, os α-coronavírus e β-coronavírus são responsáveis por 
infectar apenas mamíferos. Os γ-coronavírus e β-coronavírus são responsáveis 
por causar doenças respiratórias em humanos e gastroenterites em animais. 
Foram identificados seis coronavírus suscetíveis a humanos, entre eles 
os α-coronavírus, HCoV-229E e HCoV-NL63, e o β-coronavírus, HCoV-HKU1 e 
HCoV-OC43, porém todos com baixa patogenicidade, causadores de sintomas 
respiratórios leves semelhantes a um resfriado comum, diferentemente do 
observado em SARS-CoV e MERS-CoV, que levam a infecções graves do 
sistema respiratório, podendo se tornar fatais. 
O SARS-CoV-2 pertence ao grupo β-coronavírus, com uma sequência 
genômica idêntica a um CoV RaTG13 de morcego, apontando o morcego como 
o principal hospedeiro natural. A compatibilidade genômica em relação ao 
SARS-COV é de 79,5%, enquanto com o CoV RaTG13 é de 96,2%. 
O SARS-CoV-2 é um coronavírus de RNA de fita simples, não 
segmentado e de sentido positivo, possui envelope variando de 60 nm a 140 
nm de diâmetro (ssRNA). Em sua superfície, possui projeções que, sob o 
microscópio eletrônico, dá ao vírus uma aparência de coroa, daí o nome de 
coronavírus. O genoma completo foi isolado de um paciente com pneumonia 
causada por COVID-19, a cepa possui 29,9 kb, enquanto SARS-CoV possui 
genomas de 27,9 kb e o MERS-CoV de 30,1 kb. 
Aproximadamente 66% do RNA viral é responsável por codificar 16 
proteínas não estruturais (NSPs), os outros 44% do genoma do vírus codifica 
quatro proteínas estruturais essenciais para a sobrevivência do mesmo. As 
principais proteínas estruturais são: a glicoproteína de espiga (responsável pela 
aparência de coroa do vírus), proteína de matriz, proteína de envelope 
pequeno, a proteína de nucleosídeo e várias proteínas acessórias que 
interferem no sistema imune inato do hospedeiro. 
 
 
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A glicoproteína de espiga ou glicoproteína S da SARS-CoV-2 é 
responsável por se ligar à enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), 
mesmo receptor encontrado no SARS-CoV. A ligação é a principal etapa de 
entrada do vírus no organismo humano. O mecanismo de endocitose e as 
possíveis moléculas que facilitam a invaginação da membrana plasmática 
ainda não foram elucidados. 
1.4 Transmissão do SARS-CoV-2 
A provável origem zoonótica do SARS-CoV-2 é o mercado de frutos do 
mar, na cidade de Wuhan, onde animais vivos são vendidos rotineiramente. 
Apesar dos grandes esforços na busca do reservatório ou hospedeiro 
intermediário da doença, até o momento não foi elucidado. 
Inicialmente o grande número de pessoas infectadas pelo vírus foi 
atribuído a duas espécies de cobras que poderiam ser um possível reservatório 
do SARS-CoV-2. Entretanto, sabe-se que os principais reservatórios de 
coronavírus são aves e mamíferos. A análise genômica, como já citado 
anteriormente, evidencia que os mamíferos são o elo mais provável entre o 
SARS-CoV-2 e a transmissão para os seres humanos. 
A transmissão pessoapara pessoa é a rota mais provável para a 
disseminação da infecção por SARS-CoV-2 em âmbito global, que geralmente 
ocorre através de gotículas respiratórias infectadas. O vírus é liberado nas 
secreções ao tossir, espirrar ou falar, podendo infectar por meio do contato 
direto com as membranas mucosas. Ambientes fechados e o contato próximo 
entre pessoas, bem como a falta de higiene das mãos, são responsáveis pela 
disseminação viral. 
A transmissão resultante de contato direto ou indireto com superfícies 
contaminadas ainda não foi elucidado, porém ao tocar os olhos, nariz ou boca 
pode ocorrer uma subsequente autoinoculação ou transmissão do vírus. O 
distanciamento social é de suma importância, devido à capacidade de as 
gotículas permanecerem no ar e não viajarem mais que dois metros de 
distância. 
Ao infectar o sistema respiratório, o vírus se replica localmente nas 
células do epitélio ciliado, ocasionando lesões celulares e, por consequência, 
acarretam um processo inflamatório. A ligação ao receptor expresso pelas 
células hospedeiras é o primeiro passo para que ocorra a infecção viral, 
 
 
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seguida pela endocitose e fusão da membrana celular para o interior do 
citoplasma da célula. A transmissão de pessoa para pessoa está 
correlacionada com a ligação entre o receptor celular (enzima conversora de 
angiotensina 2) e o domínio de ligação ao receptor de picos de vírus. Por 
analogia, as células epiteliais do pulmão são o principal alvo do coronavírus. 
A OMS estima que a transmissão de humano a humano para SARS-
CoV-2 possui um R0 (número esperado de casos secundários por uma 
infecção típica em uma população completamente suscetível) de 1.4 - 2.5. Em 
comparação com a gripe sazonal que possui um R0 mediano de 1.28, inferior 
ao do coronavírus. 
O R0 deve ser calculado levando em consideração as diferentes 
populações, uma vez que as estimativas são influenciadas pelas variações de 
suscetibilidade e eficiência na detecção de casos e respostas sobre o controle 
de infecções. Dessa forma, o R0 do SARS-CoV-2 pode sofrer modificação ao 
passo em que a pandemia avança e que mais informações estejam 
disponíveis. 
1.5 Vigilância 
A vigilância é um sistema de proteção de suma importância para o 
combate de doenças infecciosas. Permite a detecção da doença, o 
rastreamento de surtos e o monitoramento da eficácia das intervenções. 
Evitar a transmissão do COVID-2019 é um crescente desafio enfrentado 
pela saúde pública para diminuir o seu impacto. A identificação extemporânea 
de casos, o rastreamento de contatos para se verificar a origem primária da 
infecção, bem como o distanciamento social, a quarentena para pessoas que 
foram infectadas e o devido suporte médico caracterizam um grande esforço 
das autoridades do setor da saúde. 
Até o momento não existem tratamentos com a eficácia comprovada 
cientificamente, para tanto a prevenção é crucial. É recomendado o isolamento 
social de casos confirmados ou suspeitos com sintomas leves da doença. A 
utilização de máscaras e a higiene das mãos são procedimentos que podem 
minimizar a propagação do vírus. 
A prevenção do contágio viral muitas, vezes, é prejudicada pelas 
propriedades do COVID-19. A transmissão de pessoas assintomáticas, a 
infectividade do vírus antes do início dos sintomas, o tropismo para as 
 
 
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superfícies mucosas, entre outras características da doença, tornam um 
desafio para que a vigilância seja mantida de forma eficaz. 
TEMA 2 – FARMÁCIA ESTABELECIMENTO ESSENCIAL 
2.1 Introdução 
Frente ao atual cenário, os farmacêuticos e a farmácia têm 
desempenhado um papel fundamental na saúde da população, principalmente 
por estarem mais próximos e acessíveis à comunidade. 
O objetivo deste módulo é abordar a importância da farmácia 
comunitária e do farmacêutico clínico diante da pandemia declarada pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), causada pelo vírus SARS- CoV-2. 
Além de citar quais os papeis de cada um e quais as medidas que devem ser 
tomadas. 
2.2 O papel do farmacêutico na pandemia 
Diante da pandemia declarada pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS) causada pelo vírus SARS- CoV- 2, a saúde e o bem-estar da população 
encontram-se em evidência, e todos os profissionais da área da saúde estão 
alertas e ativos para o combate à COVID-19 (Doença causada pelo novo 
coronavírus). 
O farmacêutico tem o dever de orientar, tranquilizar e auxiliar na triagem 
de pacientes, a fim de evitar aglomeração e lotação do sistema de saúde. Além 
disso, ele deve estar apto e seguro para oferecer informações corretas tanto 
aos clientes quanto à sua equipe de trabalho. Cabe ao farmacêutico incentivar 
o uso e consumo consciente de medicamentos e esclarecer os problemas que 
a estocagem de insumos farmacêuticos ou medicamentos podem causar nesse 
momento. 
A pandemia tem dados voláteis e a qualificação do profissional é 
imprescindível. Sendo assim, o farmacêutico deve estar sempre atualizado 
através de fontes confiáveis para prover informações seguras a seus pacientes 
e equipe. 
 
 
 
 
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2.2.1 Os farmacêuticos são responsáveis por: 
 Assegurar armazenamento e fornecimento adequados à demanda de 
produtos, como máscara, álcool em gel, medicamentos etc.; 
 Informar e instruir; 
 Promover a prevenção e o controle de infecções; 
 Dar suporte e orientação à equipe sobre limpeza, higiene, 
distanciamento e atendimento correto; 
 Devem planejar, identificar e mitigar a escassez de medicamentos 
durante a pandemia; e 
 Promover a educação dentro do ambiente de trabalho. 
2.3 O papel da farmácia na pandemia 
A farmácia comunitária é um estabelecimento voltado à atenção primária 
em saúde e prestação de serviços, portanto deve assegurar assistência 
terapêutica, promoção, proteção e recuperação da saúde; e prestar orientação 
sanitária individual e coletiva. Por ter uma densa rede de lojas, a capilaridade 
da farmácia é alta e, sendo assim devem se manter abertas, possibilitando o 
acesso a tratamentos e serviços essenciais. 
2.3.1 A farmácia é responsável por: 
 Garantir o abastecimento de medicamentos e insumos farmacêuticos; 
 Proteger seus funcionários; 
 Organizar o fluxo de atendimento; e 
 Manter o ambiente seguro. 
2.4 Prevenção e segurança na farmácia comunitária 
Apesar do avanço em pesquisas recentes, a forma de transmissão do 
novo coronavírus não está completamente definida. A princípio, o contágio 
acontece através do contato com gotículas respiratórias, que são expelidas por 
espirro ou tosse, e essas gotículas podem ser transmitidas de uma pessoa 
para outra. Estima-se que a distância segura entre uma pessoa e outra seja de 
aproximadamente 2 metros. A transmissão das gotículas com vírus ativo pode 
acontecer através do contato com objetos ou superfícies infectados e, nesse 
 
 
6 
caso, a atividade do microrganismo depende do material e da temperatura em 
que o vírus está exposto. 
Há indícios de que ocorra contaminação através das fezes e de 
aerossóis expelidos pela respiração ou fala, mas não existem estudos 
conclusivos até o momento. Também se acredita que o vírus não é transmitido 
através do leite materno, mas existe a possibilidade da contaminação vertical, 
ou seja, da mãe para o filho durante o parto. 
 O período da transmissão ainda é incerto. Estudos apontam que, na 
maioria dos casos, a transmissão ocorre após o aparecimento dos sintomas. 
Entretanto existe a possibilidade dele ser transmitido no período da incubação 
e até duas semanas após o desaparecimento dos sintomas. 
 É necessário que o estabelecimento siga algumas recomendações, a fim 
de reduzir o risco da contaminação dos envolvidos e garantir o pleno 
funcionamento das farmácias, a segurança dos funcionários e de seus clientes. 
É ideal manter uma boa norma de higiene, etiqueta respiratória e levar em 
consideração os meios de propagação do novo coronavírus. 
2.5 Orientaçõesa serem administradas pelas farmácias 
 Oriente os funcionários que estão com os principais sintomas para 
ficarem em casa. 
o Em prol da saúde dos outros colaboradores e dos pacientes, o ideal 
é evitar que a pessoa contaminada entre em contato com os demais. 
Além disso, é necessária uma política mais flexível e não punitiva 
para os colaboradores que não estão saudáveis. 
 Uso de estratégias para diminuir o contato entre clientes e entre clientes 
e colaboradores. 
o Evitar o contato com receitas e outros objetos dos pacientes. Se 
possível incentivar o cliente a apenas mostrar ou ler em voz clara 
a receita ou o cartão convênio. É possível também ter uma 
bandeja sobre o balcão onde a receita possa ser colocada sem 
contato direto. 
o Dar preferência às bandejas ao entregar o medicamento aos 
pacientes, pois estas são de fácil limpeza. 
o Delimitar a distância entre as pessoas nas filas, em frente ao 
balcão e ao caixa com fitas adesivas no chão, lembrando que a 
 
 
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distância ideal é de aproximadamente 2 metros e quando há o 
uso de máscara a distância pode diminuir para 1 metro. 
 Limpeza do ambiente. 
o Limpar com maior frequência os locais que estão mais expostos 
às gotículas infectadas. 
o Após usar a sala de procedimento farmacêutico, realizar a 
limpeza da mesma e dos objetos que foram utilizados, como o 
estetoscópio, por exemplo. 
o Deixar exposto e sempre às mãos o álcool gel 70%. 
o A limpeza do ambiente deve ser realizada utilizando desinfetantes 
próprios para uso em superfícies e assegurados pela ANVISA. 
o Criar rotina de limpeza e desinfecção de todos os balcões de 
atendimento, objetos que são usados frequentemente como 
teclados, mouse, telefone, maçaneta e maquineta de cartão. 
 Cartazes com informativos sobre o novo coronavírus visíveis ao público. 
o A farmácia também é local de educação e esclarecimento para 
população. 
 Deixar o ambiente o mais arejado possível. 
o Evitar o uso de ar condicionado, se necessário manter o ambiente 
com fluxo de ar. 
 Uso de EPI. 
o O uso da máscara para os profissionais da saúde é uma 
recomendação da OMS, pois os profissionais podem estar 
infectados e assintomáticos. A máscara auxilia na lembrança de 
não levar as mãos ao nariz e à boca, e também traz mais 
segurança para o paciente e para o colaborador. 
o Luvas descartáveis quando contato próximo com pacientes, tais 
como na aferição de pressão. 
 Possível triagem de pacientes que procuram atendimento. 
o Infelizmente não temos como saber quem está infectado ou não, 
mas existe a possibilidade de uma abordagem mais cautelosa ao 
paciente que procura atendimento. Ao fazer a triagem, você 
consegue encontrar soluções mais rápidas para o paciente e 
assim evita intenso fluxo no interior da loja. 
 
 
6 
o Ao estabelecer o grau de risco do paciente na triagem, o ideal é 
fornecer ao menos máscara cirúrgica e orientá-lo a fazer a 
higienização das mãos antes mesmo de entrar na farmácia. 
 Utilizar senhas de atendimento. 
o É uma forma de melhorar a organização e evitar aglomeração. 
 Atendimento prioritário a pacientes com suspeita de COVID-19. 
o Caso o paciente apresente sinais e sintomas condizentes à 
COVID-19, o mesmo deve ser atendido prioritariamente, se 
necessário encaminhá-lo para uma central de atendimento 
especializado ou orientar sobre o devido isolamento. 
 Espera de paciente na área externa do estabelecimento. 
o Se possível, limitar a quantidade de pessoas que entram na 
farmácia e disponibilizar área de espera fora do estabelecimento. 
 Ter os novos procedimentos esclarecidos e executados. 
o Para garantir a realização dos novos procedimentos 
implementados, todos os funcionários devem estar atualizados e 
com seu papel bem definido, seguindo todas as recomendações 
de biossegurança. Para isso é necessário um Procedimento 
Operacional Padrão e também a anotação das reuniões em ATA. 
 Vigiar e controlar o estoque de medicamentos e produtos farmacêuticos. 
o Promover ações que controlem compras em excesso e 
desnecessárias. 
o Controlar a demanda de medicamentos, principalmente os de uso 
contínuo. 
o Gerenciar o estoque de maneira eficaz, para que futuramente não 
falte medicamento. 
2.6 Ações alternativas 
 Limpeza dos pés ao entrar na loja. 
o Manter um pano úmido com solução sanitizante na porta e 
incentivar o cliente a limpar seu sapato. 
 Ter um funcionário na porta disponibilizando álcool gel para os clientes. 
o Incentivando ativamente o uso do álcool gel e minimizando a 
transmissão através do próprio recipiente do sanitizante. 
 
 
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 Controle de temperatura e sintomas dos funcionários na entrada e na 
saída através de registro em folha. 
o É uma maneira eficaz de perceber que o funcionário está 
contaminado e transmite segurança para toda a equipe. 
 Disponibilizar um número de telefone para atendimento remoto. 
o O cliente pode esclarecer dúvidas sem ter que ir até o 
estabelecimento; 
o Encomendar produtos através de serviço de tele-entrega; e 
o Encomendar produtos para apenas buscar no estabelecimento, 
diminuindo, assim, o tempo de permanência na farmácia. 
 Orientar o fluxo de pacientes suspeitos 
o Diferenciar a fila de espera de pacientes com suspeita da COVID-
19, da fila de pacientes que buscam atendimento de rotina na 
farmácia. 
o Uma alternativa ideal seria uma sala de priorização para o 
acolhimento de pacientes com sintomas respiratórios. Um 
ambiente arejado, com ar-condicionado desligado, janela aberta e 
porta fechada. Com disponibilidade de água, sabão, álcool 70% e 
lenços de papel descartáveis. 
De acordo com o Ministério do Trabalho o empregador tem o dever de 
garantir a segurança do empregado, sendo assim a responsabilidade de 
fornecer o material necessário para higiene e proteção ao colaborador é da 
própria farmácia. 
A farmácia e o farmacêutico comunitário devem administrar e gerir o 
estabelecimento de maneira a controlar a disseminação do novo coronavírus, 
monitorar o estoque de medicamentos e insumos farmacêuticos para que não 
faltem esses produtos, educar e orientar seus funcionários e a comunidade 
sobre a pandemia e manter o ambiente seguro para os pacientes e 
colaboradores. 
 As medidas a serem tomadas não diferem em demasia às medidas já 
cumpridas pela farmácia de acordo com as normas de Boas Práticas 
Farmacêuticas. O momento pede mais atenção e cuidado a essas regras e 
acrescenta alguns detalhes que irão garantir o bem-estar e a confiança da 
população. 
 
 
 
6 
Indicação de artigos 
Disponível em: <https://www.fip.org/files/content/priority-
areas/coronavirus/COVID-19-Guidelines-for-pharmacists-and-the-pharmacy-
workforce.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2020. 
Cadogan, C. A.; Hughes, C. M. On the frontline against COVID-19: Community 
pharmacists’ contribution during a public health crisis. Social and Administrative 
Pharmacy, Março, 2020. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1016/j.sapharm.2020.03.015>. Acesso em: 23 abr. 2020. 
TEMA 3 – BOAS PRÁTICAS NO ESTABELECIMENTO FARMACÊUTICO 
3.1 Introdução 
 Com o objetivo de assegurar a qualidade do atendimento e a segurança 
dos pacientes e funcionários, a farmácia de dispensação deve seguir algumas 
técnicas de prevenção à infecção pelo novo coronavírus. O momento demanda 
trabalho em equipe, para que as medidas tomadas sejam executadas de 
maneira ainda mais intensa. 
 Como já abordado nos módulos anteriores, a disseminação do vírus 
acontece por gotículas respiratórias, e elas podem estar em qualquer superfície 
ou serem transmitidas de uma pessoa a outra por contato. Portanto, neste 
módulo serão abordadas algumas práticas farmacêuticas de higiene e limpeza, 
que podem ser adotadas nesse momento e que devem auxiliar na prevenção 
da contaminação e da disseminação do novo coronavírus. 
3.2 Medidas de higiene e prevenção 
O SARS - CoV-2 por ser um vírus envolto com uma camada lipoproteicaestá mais sujeito à degradação através de produtos clorados e antioxidantes. 
Para a assepsia local e pessoal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) recomenda o uso de álcool 70%, sanitizantes à base de cloro, 
alcoóis, alguns fenóis, quaternário de amônio e principalmente água e sabão. 
Lembrando que todos os sanitizantes devem estar na lista de autorizados pela 
ANVISA. 
Alguns estudos já foram realizados abordando quais os melhores 
agentes para a desinfecção e concluíram que não apenas o produto é 
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6 
importante, mas também a sua concentração. Logo o álcool para ser efetivo 
deve estar concentrado entre 62 a 71% e o hipoclorito de sódio a 0,1%. 
3.2.1 Higienização das mãos 
Uma das medidas mais importante e simples para prevenir a 
propagação da infecção é a higienização das mãos. Além de remover sujidade, 
ela é capaz de interromper o ciclo de propagação de infecções por contato. De 
acordo com o ministério da saúde, a higienização simples da mão deve durar 
entre 40 e 60 segundos, e alcançar toda a superfície das mãos e punhos. Essa 
técnica será representada a seguir, na Figura 1: 
Figura 1 – Técnica de higienização das mãos 
 
Fonte: OPAS, Brasil, 2020. 
 
 
6 
A assepsia das mãos com o álcool gel 70% pode substituir a 
higienização das mãos quando as mesmas não estiverem visivelmente sujas, 
mas a recomendação momentânea é que seja feita apenas quando não houver 
a possibilidade de utilizar água e sabão. A fricção com antisséptico alcoólico 
deve durar entre 20 e 30 segundos, seguir a mesma técnica da higienização, 
lembrando de espalhar o sanitizante em toda a superfície das mãos e punhos e 
deixar secar, sem utilizar papel toalha. 
3.3 Limpeza do ambiente de trabalho 
 Conforme exposto anteriormente, a limpeza do ambiente de trabalho 
deve ser com sanitizantes próprios para a superfície e que estejam listados 
como produtos autorizados pela ANVISA. Os produtos mais importantes e 
simples para o controle do novo coronavírus são o álcool líquido, na 
concentração de 62 a 71%, e o hipoclorito de sódio, na concentração de 0,1 a 
0,5%. Contudo, o Ministério da Saúde também recomenda o uso de 
desinfetantes comerciais, como Lysoform® e Pinho Sol®. 
 A limpeza da área comum deve ser realizada com maior frequência, a 
desinfecção de objetos usados constantemente como bandejas, cestas, 
teclado, canetas etc. deve acontecer continuamente, assim como nos balcões 
de atendimento. A área restrita a funcionários também deve ser limpa com 
sanitizantes adequados e bens pessoais não devem ser compartilhados – 
evitar o uso comunitário de copos, talheres, toalhas de mão e demais objetos 
com grande risco de contaminação. 
 Caso a farmácia tenha uma sala de procedimentos farmacêuticos, a 
mesma deve ser limpa a cada procedimento, pois é uma área de risco elevado 
para contaminação, principalmente se não for bem arejada. Todos os objetos 
não descartáveis utilizados no procedimento também devem ser higienizados 
e, neste caso, o álcool líquido 70% é o mais indicado. 
3.4 Uso de EPI na farmácia 
A farmácia é um estabelecimento de saúde e, por consequência, deve 
seguir as recomendações que a OMS propõe com relação à utilização de 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI). 
 
 
 
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3.4.1 Máscara cirúrgica 
A orientação da OMS e da OPAS (Organização Pan-Americana de 
Saúde) para o uso de máscaras cirúrgicas é: 
 Pessoas com sintomas respiratórios, como tosse ou dificuldade de 
respirar, inclusive ao procurar atendimento médico; 
 Profissionais de saúde e pessoas que prestam atendimento a indivíduos 
com sintomas respiratórios; e 
 Profissionais de saúde, ao entrar em uma sala com pacientes ou tratar 
um indivíduo com sintomas respiratórios. 
Em geral, a máscara cirúrgica é utilizada para evitar a contaminação 
através da boca e do nariz do profissional, por gotículas respiratórias. Com a 
transmissão comunitária declarada, todo paciente é um caso em potencial e é 
preciso garantir a segurança do funcionário. Sendo assim, recomenda-se o uso 
de máscara por todos os funcionários na farmácia. Não se deve superestimar o 
uso da máscara, pois ela pode causar uma falsa sensação de segurança e 
propiciar inadimplência quanto aos cuidados de higiene e distanciamento. 
3.4.1.1 Máscara respirador cirúrgico 
As máscaras como a N95 ou PFF2 são utilizadas apenas em situações 
em que o profissional da saúde execute procedimentos que produzam 
aerossóis. Esse definitivamente não é o caso da farmácia de dispensação e 
precisa ser evitado o uso delas para que não se torne escasso o produto nos 
ambientes em que são necessárias. 
3.4.1.2 Máscara caseira 
As máscaras feitas de tecido ainda não são recomendadas pela OMS e, 
segundo o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, é necessário saber a 
viabilidade delas. Ele acredita que, como alguns países a estão recomendando, 
é possível que estudos sejam produzidos para mostrar o efeito dessa medida. 
Enquanto não há uma conclusão sobre o assunto, a OMS está colaborando 
com pesquisas para melhor entender a eficácia e a eficiência das máscaras 
não cirúrgicas (também chamadas de máscaras caseiras). Quando houver 
evidências de que elas são eficientes e com características delineadas como 
 
 
6 
qual tecido, número de camadas, repelência da água, formato, se permite 
respiração adequada e o ajuste ideal, a OMS atualizará suas informações e, só 
então, será recomendada para o uso. 
3.4.1.3 Recomendações técnicas quanto ao uso de máscara por 
profissionais da saúde 
 Envolva o elástico atrás da orelha cuidadosamente; 
 Ajeite para cobrir a boca, o nariz e o queixo e, então, finalize envolvendo 
a outra orelha com o elástico que está solto; 
 Enquanto estiver em uso, evite tocar na máscara; 
 Remova a máscara com o cuidado de não encostar na parte da frente 
da máscara; 
 Após a remoção ou sempre que tocar inadvertidamente em uma 
máscara usada, deve-se realizar a higiene das mãos; 
 Substitua as máscaras usadas por uma nova máscara limpa e seca 
assim que ela estiver úmida; e 
 Não reutilize máscaras descartáveis. 
3.4.2 Luvas 
 As luvas de procedimentos não cirúrgicos devem ser utilizadas quando 
houver risco de contato das mãos do profissional com sangue, fluidos 
corporais, secreções, excreções, mucosas, pele não íntegra e artigos ou 
equipamentos contaminados, de forma a reduzir a possibilidade de transmissão 
do novo coronavírus (SARS-CoV-2019) para o profissional de saúde, assim 
como de paciente para paciente por meio das mãos do profissional. 
 O uso das luvas é recomendado apenas quando o profissional da saúde 
entrar em contato direto com o paciente infectado ou possivelmente infectado, 
não é o caso do atendimento no balcão. Reiterando que o uso de EPI pode 
levar a uma falsa sensação de segurança. 
 Esses equipamentos de segurança estão indicados quando o 
procedimento a ser realizado exige técnica asséptica, como aplicação de 
injetáveis ou vacinas, ou contato direto com o paciente, como consulta clínica, 
aferição de pressão ou temperatura corpórea. Nesses casos, devem ser 
utilizadas luvas, máscara cirúrgica descartável e jaleco de manga longa. 
 
 
6 
3.4.2.1 Recomendações técnicas quanto ao uso de luvas por profissionais 
da saúde 
 Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais enquanto 
estiver de luvas; 
 Não lavar, reutilizar e/ou reaproveitar o mesmo par de luvas; 
 O uso de luvas não substitui a higiene das mãos; 
 Proceder à higiene das mãos imediatamente após a retirada das luvas; e 
 Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a 
contaminação das mãos. 
3.5 Etiqueta respiratória e higiene pessoal 
 Além das boas práticas já recomendadas, alguns atos simples podem 
ajudar na prevenção da infecção e transmissão do novo vírus. 
 Ao espirrar ou tossir, cobrir a boca e o nariz com a parte interna do 
cotovelo flexionado; Evitar tocar os olhos, boca e nariz; 
 Manter a higiene em dia, inclusive dos cabelos e barba; 
 Se necessário utilizar lenço, que seja o descartável e, após o uso, 
descartá-lo e higienizar as mãos; 
 Manter o ambiente em que está sempre arejado; 
 Evitar cumprimentar com aperto de mão, abraço ou beijo; e 
 Higienizar seus pertences de uso corriqueiro, como chaves, celular, etc. 
As recomendações aqui citadas não diferem das medidas já existentes, 
o ponto-chave desse módulo é fazer com que essas orientações se tornem um 
hábito e que o farmacêutico seja exemplo nessa mudança. 
Indicação de artigos 
 
KAMPF, G. et al. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their 
inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1016/j.jhin.2020.01.022>. Acesso em: 23 abr. 2020. 
 
 
 
6 
Disponível em: <https://www.who.int/publications-detail/water-sanitation-
hygiene-and-waste-management-for-covid-19>. Acesso em: 23 abr. 2020. 
TEMA 4 – IDENTIFICAÇÃO E ORIENTAÇÕES FARMACÊUTICAS 
4.1 Introdução 
 Por sua competência e disponibilidade, os farmacêuticos estão 
desempenhando um papel vital à comunidade. São responsáveis por fornecer 
informações confiáveis, de alta qualidade e por auxiliar na identificação e 
gerenciamento de possíveis casos de COVID-19. 
 Neste módulo, a identificação da COVID-19 estará em evidência, por 
meio dos principais sintomas e da maneira como a doença evolui. 
4.2 Evolução da doença 
 A doença causada pelo novo coronavírus geralmente segue um curso 
clínico que pode ser dividido em três partes: 
1. Leve a moderado: 
o Sintomas leves até pneumonia leve. Ocorre em aproximadamente 
80% dos casos. 
2. Grave: 
o Dispneia, hipóxia e alteração no exame de imagem do pulmão. 
Ocorre em aproximadamente 15% dos casos. 
3. Crítico: 
o Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), choque ou 
falência múltipla dos órgãos. Ocorre em aproximadamente 5% 
dos casos. 
O progresso da doença varia de pessoa a pessoa, e a maioria 
apresentará apenas sintomas leves, sem a evolução da doença. Existem casos 
em que o paciente permanece assintomático em todo o curso da doença, 
principalmente crianças. Em outros casos, mesmo antes de o paciente 
apresentar algum sintoma, é possível observar anomalias em exames de 
imagem dos pulmões. 
 O período de incubação do novo coronavírus pode ser de até 14 dias 
após a exposição ao SARS-CoV-2, sendo que os sintomas aparecem 
 
 
6 
geralmente entre o 5º e o 11º dia e normalmente serão de uma gripe leve. O 
risco de transmissão é maior quando o paciente começa a apresentar os 
sintomas e pode se prolongar por dias ou semanas. Como ainda não há 
comprovação sobre o momento exato em que acaba a transmissão, a 
recomendação é de que o paciente continue em isolamento durante uma 
semana após o desaparecimento dos sintomas. 
Existe um grande cuidado clínico com relação à evolução da doença, 
pois ela acontece de maneira muito rápida. Dentre os pacientes que evoluíram 
para o quadro clínico grave, o tempo médio para desenvolver dispneia é entre 
5 e 8 dias, para desenvolver a SDRA estima-se entre 8 e 12 dias e o tempo 
médio para a internação do paciente em unidade intensiva é de 10 a 12 dias 
após o contágio. Dos pacientes que atingem o estado crítico da doença, 
apenas 40% se recupera. 
 A taxa de letalidade da COVID-19 é relativamente baixa quando 
comparada a outras pandemias e apresenta diferentes estatísticas entre os 
países acometidos. A maioria dos pacientes que vieram a óbito estava 
classificada no grupo de risco. 
4.2.1 Fatores de risco 
 Idade 
o Pacientes acima de 60 anos têm maior risco de evolução da 
doença. 
 Comorbidades 
o Pacientes com doença cardiovascular, Diabetes mellitus, doença 
respiratória crônica, doença renal crônica, 
imunocomprometidos, oncológicos e com obesidade severa 
(IMC≥40). 
 Fumantes 
o O tabaco inflama as mucosas das vias aéreas e prejudica os 
mecanismos de defesa do organismo, tanto os sistêmicos quanto 
os locais. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de 
infecções por vírus, bactérias e fungos. 
 Medicamento 
o Criou-se uma hipótese de que os inibidores da Enzima 
Conversora de Angiotensina (ECA) e Bloqueadores de 
 
 
6 
Receptores da Angiotensina (BRA) pudessem aumentar o risco 
de infecção ou a gravidade da doença, pois esses medicamentos 
aumentam a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA-2) e o 
vírus usa essa enzima para entrar nas células. Porém não 
existem dados que sugiram a ligação entre esses medicamentos 
com piores resultados da COVID-19. Outra hipótese levantada é 
de que os Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINE’S) pudessem 
agravar os sintomas, mas também não existem dados que 
comprovem isso. 
4.3 Primeiros sinais e sintomas da doença causada pelo vírus SARS-COV-
2 
 Tosse seca 
 Febre 
 Dificuldade de respirar 
 Fadiga 
 Leve dor de garganta 
 Dores musculares 
 Distúrbios do olfato e paladar 
 Coriza 
 Produção de muco 
 Dor de cabeça 
 Diarreia 
 Enjoo 
 Os primeiros sintomas da COVID-19 são de gripe leve e podem ser 
tratados em casa. Não há tratamento específico para o novo coronavírus, 
sendo que o farmacêutico comunitário está apto a indicar as melhores soluções 
nessa situação. Repouso e hidratação são medidas não farmacológicas que 
ajudam a aliviar sintomas e, caso o paciente apresente febre e dores no corpo, 
são indicados os antipiréticos, como o paracetamol 750mg a cada 6 horas e 
dipirona 500mg a cada 4 horas. 
 Os pacientes com quadro clínico leve e que não fazem parte do grupo 
de risco devem ser orientados a ficar em isolamento em casa, seguir as 
 
 
6 
medidas farmacológicas e não farmacológicas indicadas pelo seu farmacêutico 
de confiança. Os pacientes do grupo de risco com evolução dos sintomas para 
febre intensa, agravamento na dificuldade respiratória e frequência respiratória 
excedente devem ser encaminhados para a unidade de saúde mais próxima. 
O farmacêutico deve levar em consideração o relato do paciente de 
doenças e sintomas prévios e considerar que todo paciente tem risco de estar 
contaminado. A maior dificuldade será conseguir diferenciar os sintomas de 
outras influenzas ou rinite com os sintomas leves da COVID-19. No caso da 
rinite, é importante perceber que os pacientes vão relatar sintomas alérgicos, 
como coceira no nariz e céu da boca, além da tosse seca e, nesse caso, o 
paciente não apresentará febre. Com relação a outras influenzas, se o paciente 
estiver com dificuldade de respirar e a febre tiver duração prolongada, 
pressupõe-se que ele esteja infectado pelo novo coronavírus. 
4.4 Principais orientações farmacêuticas 
Os profissionais farmacêuticos e sua equipe agirão sempre 
solidariamente, em prol da saúde, educação e do uso racional de 
medicamento. A segurança do paciente e da equipe de trabalho depende de 
todos seguirem as recomendações e praticá-las no seu dia a dia. Dessa forma, 
cabe ao farmacêutico: 
 Explicar e exemplificar os sintomas mais comuns a COVID-19. 
o Saber identificar casos mais graves da doença para encaminhar o 
paciente à unidade de saúde. 
 Orientar sobre o uso de máscara, produtos de higiene e produtos de 
limpeza. 
o Indicar o uso correto dos produtos e a rotina de prevenção que 
deve ser adotada. 
 Orientar sobre as normas de etiqueta respiratória. 
o Uso de lenços descartáveis. 
o Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar. 
o Evitar tocar olhos, boca e nariz ao longo do dia. 
 Orientar sobre medidas de isolamento e quando elas devem ser 
tomadas. 
 
 
6 
 Informar e orientar o público sobre as evoluções na pesquisa de 
medicamentos para a cura da COVID-19 ou sobre a vacina para a 
prevenção do SARS-CoV-2. 
 Ao orientar o paciente com sintomas leves de COVID-19 a ficar em casa, 
o profissional pode monitorar o paciente atendido, entrandoem contato 
ao menos uma vez ao dia e disponibilizar atendimento remoto, para que 
o paciente entre em contato em caso de dúvida ou agravamento de 
sintomas. O acompanhamento deve acontecer até a melhora completa 
dos sintomas. 
Todas as informações aqui prestadas são baseadas no conhecimento 
atual sobre os casos de infecção pelo novo coronavírus e podem sofrer 
mudanças com o decorrer do tempo. Por esse motivo, é necessário que o 
profissional se mantenha sempre atualizado. 
 O apoio de um agente de saúde próximo, confiante e responsável trará 
credibilidade e segurança ao paciente. O farmacêutico tem a habilidade de 
identificar casos leves da doença, orientar o paciente sobre as medidas a 
serem tomadas e, sobretudo, tranquilizá-lo durante esse momento de 
instabilidade. 
Indicação de artigos 
Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-
covid-19-epidemiology-virology-clinical-features-diagnosis-and-
prevention?source=history_widget#H3504376427>. Acesso em: 23 abr. 2020. 
OMER, S. B.; MALANI, P.; DEL RIO, C. The COVID-19 Pandemic in the US: A 
Clinical Update. JAMA. Published online, April 06, 2020. Disponível em: < 
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2764366>. Acesso em: 23 abr. 
2020.

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