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MEMBRANAS CELULARES - MANUTENÇÃO DA CONSTÂNCIA DO MEIO INTRACELULAR (SEPARADO DO EXTRACELULAR) - presença de receptores específicos → reconhecimento celular e molecular → movimentação celular, inibição ou estimulação de secreção, proliferação (divisão), adesão celular - formação de canais de transporte → troca de íons e moléculas → coordenação de atividades - reconhecimento de componentes da matriz extracelular (preenchimento do espaço entre as células) → fixação e migração - COMPARTIMENTALIZAÇÃO → OTIMIZAÇÃO DE TAREFAS (formação de organelas) COMPOSIÇÃO DAS MEMBRANAS - 1925: Gorter e Grendel - composição exclusivamente lipídica - 1935: Danielli e Dawson - composição lipídica e proteínas globulares - 1961: Robertson - unidade de membrana (membrana unitária) - universal: duas faixas escuras separadas por uma clara → se fosse assim: membrana rígida (proteína dos dois lados) com limitações de permeabilidade - descobertas: proteínas com domínios hidrofóbicos e hidrofílicos → inseridas na bicamada lipídica movimentação de antígenos (proteínas) de superfície celular - 1972: Singer e Nicholson - MODELO DO MOSAICO FLUIDO: membrana se comporta como um fluido bidimensional proteínas embebidas na bicamada lipídica, ambos os elementos com capacidade de movimentação (fluida) mosaico: a MP é assimétrica - as bicamadas são diferentes → ASSIMETRIA ENTRE OS FOLHETOS DA MEMBRANA (diferenças químicas e elétricas) nem todas as proteínas movimentam-se livremente UNIDADE DE MEMBRANA/MEMBRANA UNITÁRIA - ao M.E. → membrana plasmática apresenta duas camadas escuras separadas por uma camada clara central → vista em todas as membranas da célula - faixas de tons diferentes - técnica: uso de tetróxido de ósmio em ME ligação aos grupos apicais polares dos fosfolipídios, formando a imagem de unidade de membrana variação na composição química e nas propriedades biológicas obs. todas as membranas tem bicamada lipídica com proteínas inseridas/associadas, mas de uma célula para outra muda a composição dos lipídios e das proteínas - variabilidade COMPARTIMENTALIZAÇÃO → OTIMIZAÇÃO DE TAREFAS - hidratos de carbono (açúcares) - se associam a proteínas (glicoproteínas) ou a lipídios (glicolipídeo) → proporções variáveis, conforme o tipo de membrana → associação na face extracelular (pq faz um mecanismo para “aceitar” o açúcar para celula) → o açúcar associado à proteína e à lipídio NUNCA está virado para o citosol - na MP está virado pro meio extracelular, nas organelas, pra dentro da organela (intracelular) - as proteínas da MP se associam a outras proteínas de dentro da célula ex. microtúbulos, filamentos de actina… - face citosólica - intracelular → nas MP existe sempre uma face virada para o citosol LIPÍDEOS - moléculas longas - 50 moléculas de lipídeos para 1 molécula de proteína nas membranas → FOSFOLIPÍDEOS - principais lipídios da MP fosfoglicerídeos (fosfatidilcolina, plasmalogênio) molécula anfipática: cabeça hidrofílica e cauda hidrofóbica em ambiente aquoso (extracelular/citosol) → organização espontânea dos fosfolipídeos em bicamadas, visando “esconder” as caudas hidrofóbicas do meio aquoso e expor as cabeças hidrofílicas além da bicamada, é necessário selar as pontas da bicamada → formação de um compartimento fechado em ambiente aquoso, folhetos de bicamadas fosfolipídicas vedam espontaneamente suas bordas, formando uma bicamada esférica que envolve um compartimento central obs. micelas podem ter a parte hidrofóbica para fora em um ambiente gorduroso → ESFINGOLIPÍDIOS esfingomielina, glicolipídeos → ESTERÓIS colesterol (animais), ergosterol (fungos), fitoesteróis (vegetais) - a bicamada lipídica é assimétrica - FLIPASES (enzimas para manter a assimetria e a adequação das moléculas na célula) - face citosólica da bicamada → fosfatidilinositol - segundo mensageiro (transfere informações para dentro da célula) → fosfatidilserina: coagulação e apoptose - quando sinalizada para o meio extracelular → por isso ela vira pro intra flipase importante para essa sinalização, para mudar a posição dela - membranas celulares geralmente apresentam composições diferentes de moléculas de fosfolipídeos e glicolipídeos nas faces da bicamada lipídica → colesterol é distribuído de maneira uniforme entre os folhetos da bicamada FUNÇÕES DOS FOSFOLIPÍDEOS DE MEMBRANA - formam a bicamada lipídica celular - permitem o transporte pela membrana de moléculas apolares e lipossolúveis - impedem transporte de moléculas polares grandes - impedem o transporte de moléculas de alto peso molecular e/ou carregadas eletricamente (Na+, K+...) - transporte pelos canais específicos FLUIDEZ DA MEMBRANA - capacidade de movimentação. no plano bidimensional, dos diferentes componentes da bicamada lipídica MODELO DO MOSAICO FLUIDO - válido para todas as membranas biológicas - as proteínas da membrana (exceto quando fixadas ao citoesqueleto) e os lipídeos de membrana se deslocam com facilidade no plano da membrana MOVIMENTAÇÃO DE FOSFOLIPÍDEOS - os lipídeos só trocam de folheto se tiver flipase → difusão lateral: trocar de lado com o vizinho → rotação: rodar e mudar o eixo → flexão: mudança de lugar de 180° → flip-flop: troca de camada - precisa da flipase - moléculas de fosfolipídeos movimentam-se no plano da bicamada - na mesma monocamada: difusão pela membrana INTERFERÊNCIAS NA FLUIDEZ DA MEMBRANA - o grau de fluidez da bicamada é uma característica dada pela composição lipídica → insaturações nas cadeias de ácidos graxos ligações insaturadas aumentam a fluidez da bicamada (forças de Van der Waals menos estáveis) mais espaço entre as cadeias - desde que eles não estejam preenchidos por colesterol (diminui a fluidez) espaço entre as cadeias → quanto mais lipídeos se movimentam, mais fluida é a membrana → tamanho das cadeias carbônicas de ácidos graxos cadeias carbônicas de ácido graxo curtas têm menor interação entre si, promovendo uma maior fluidez de membrana (menos interações de VDW) → temperatura desarranjo: aumento da fluidez não acontece com a gente, pois teríamos que ter altas variações de temperatura → moléculas interpostas na bicamada colesterol: → preenche espaços entre caudas de fosfolipídios vizinhos (diminuindo a fluidez) → interação com as caudas hidrofóbicas longas dos fosfolipídeos → imobilização dos lipídios → altera o grau de compactação normal dos ácidos graxos e dificulta a movimentação no plano da bicamada lipídica BALSAS LIPÍDICAS (lipid rafts) - regiões de bicamadas ricas em colesterol e esfingomielina, formando camadas mais ordenadas e menos fluidas - os microdomínios das balsas contêm conjuntos de proteínas específicas (recebimento e transmissão de sinais) - algumas células precisam ter grande fluidez e outras pequenas → essas balsas lipídicas precisam prender as proteínas para que elas não saiam dessa região ex. um neurônio precisa que seus receptores se liguem aos neurotransmissores na sinapse - para isso, os receptores precisam estar firmes na membrana (menos fluida) PROTEÍNAS DE MEMBRANA obs. membranas compostas exclusivamente de lipídeos: impermeáveis à maioria das moléculas polares, apolares grandes (aminoácidos, açúcar, nucleotídeos) e com carga elétrica - fornecem as principais funções da membrana → INTEGRAIS/TRANSMEMBRANA - atravessam a bicamada lipídica → unipasso - atravessa a membrana só uma vez → multipasso - atravessa várias vezes - domínios citosólicos e extracelular hidrofílicos e domínio hidrofóbico na camada lipídica - 70% das proteínas de membrana → ANCORADAS EM LIPÍDEOS - ligadas covalentemente a moléculas de lipídeos → PERIFÉRICAS/EXTRÍNSECAS - não estabelecem contato com o centro hidrofóbico da bicamada lipídica- interação com proteínas integrais ou proteínas ancoradas em lipídios ou com lipídeos - hormônios esteróides conseguem atravessar a bicamada lipídica - possuem afinidade com a parte hidrofóbica e são “pequenos” - íons são pequenos mas não passam - têm cargas, precisam de canais - água não passa - para não expor a parte hidrofóbica → canal aquaporina - cada membrana contém um conjunto diferente de proteínas, refletindo funções especializadas de cada tipo de membrana em particular → transportadoras - canais → âncoras (para outras proteínas) - estabilização da forma da célula → receptoras - se ligam a um composto extracelular e na parte de dentro da célula faz sinalização para o meio intracelular → enzimas - face interna ou externa: capacidade de fazer catalisação de reações químicas DOMÍNIO EXTRACELULAR: ligação a moléculas extracelulares DOMÍNIO HIDROFÓBICO DOMÍNIO INTRACELULAR: ancoramento de citoesqueleto, sinalização intracelular FORMAÇÃO DE CANAIS - centro hidrofílico (pq a substância não consegue passar pela bicamada lipídica) - aminoácidos hidrofóbicos interagem com caudas hidrofóbicas dos lipídios JUNÇÕES COMUNICANTES/NEXOS/GAP JUNCTIONS - estabelecem comunicação citoplasmática entre as células, permitindo que grupos celulares funcionem de modo coordenado e harmônico - hemicanais formados por 6 moléculas de conexinas → associação entre células adjacentes (junção das conexinas) → conexons - canais por onde algumas moléculas pequenas e íons podem atravessar - junções comunicantes presentes em praticamente todos os tipos celulares em vertebrados superiores, exceto em células sanguíneas circulantes, espermatozóides e músculo esquelético - abundantes em células cardíacas - passagem rápida de íons para causar uma despolarização e, assim, a contração do coração como sincício (uma unidade só - harmonia) FLUIDEZ DE MEMBRANA - MOVIMENTAÇÃO DE PROTEÍNAS - a membrana é um fluido que permite a movimentação das proteínas dentro de uma matriz lipídica líquida - muitas proteínas podem mover-se livremente no plano da bicamada lipídica (desde que a MP seja fluida) DOMÍNIOS DE MEMBRANA: as células possuem meios de confinar proteínas específicas da membrana em determinadas áreas (domínios) da bicamada lipídica regiões específicas - as proteínas não conseguem sair dali (dependendo de sua função, devem ficar fixas na célula) podem ser criados através de balsas lipídicas IMPORTÂNCIA DA FLUIDEZ DE MEMBRANA - rápida difusão de proteínas de membrana no plano da bicamada e sua interação com outras proteínas - difusão de lipideos e proteinas dos locais da membrana nos quais são inseridos após sua síntese para outras regiões - fusão de membranas (formação de sincício e na divisão celular, processos de endocitose, exocitose) CÓRTEX CELULAR - arcabouço proteico (imediatamente abaixo da MP) ligado à membrana através de proteínas transmembrana - reforço e sustentação, modificação ou manutenção da forma, movimentação celular - ex. hemácias - interação do córtex com a MP: faz com que tenha o formato bicôncavo GLICOLIPÍDEOS E GLICOPROTEÍNAS - AÇÚCARES CAMADA DE CARBOIDRATO - conferem ambiente negativo (geralmente sulfatado) à superfície celular (por apresentarem carga elétrica negativa) → atraem cargas positivas ex sódio → com o sódio - atração da água → superfície hidratada para a célula - proteção da superfície celular de danos mecânicos e químicos - reconhecimento e adesão celular → possibilita a diapedese (circulação -> tecido) - ligação dos açúcares com os receptores das células ex. neutrófilo obs. receptores são sempre proteínas - podem estar associadas a açúcares, mas nunca a lipídios → sistema ABO GLICOCÁLICE - região da superfície externa da membrana plasmática rica em hidratos de carbono, ligados a proteínas ou lipídios - proteção à célula ex. intestino - proteção contra agressão do alimento que está passando por ali - reconhecimento entre as células → glicoproteína MHC (classe I e II) - Complexo Principal de Histocompatibilidade → precisa ser compatível para doação de órgãos, por ex., senão é reconhecido como ameaça para o organismo e é atacado quanto maior a diferença desse complexo entre as pessoas, menor é a compatibilidade obs. imunossupressor - para deixar o sistema imunológico meio adormecido para não reconhecer o órgão transplantado como estranho - inibição por contato: quando o glicocálix de uma célula encosta no outro e há reconhecimento → proliferação - quando os glicocálices se encostam (e consequentemente as células também) as células entendem que não é mais preciso continuar fazendo mitose e se multiplicando (hiperplasia) → algumas células perdem essa capacidade de reconhecimento e “parada” - podem gerar tumor - composição: → porções glicídicas das moléculas de glicoproteínas/glicolipídeos da MP → glicoproteínas integrais de membrana ou adsorvidas após secreção (fibronectina e laminina) a célula produz a proteína rica em açúcar, joga no meio extracelular e lá ela fica perto da célula e faz parte do glicocálice → proteoglicanos (proteínas ligadas a muitos açúcares) - secretados e adsorvidos à superfície celular obs. glicocálice é a “camada inteira” de açúcar - a qual pode ser formada por glicoproteínas ou glicolipídeos
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