Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Apostila de Geoprocessamento com o uso do software QGIS Disciplina TGAD852GEOA - 194883 Rafael Tieppo email: rafaelt@unemat.br - site: http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ Universidade do Estado de Mato Grosso Departamento de Agronomia Tangará da Serra, MT - Brasil 2019 2/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ SUMÁRIO Sumário 1 Prefácio 5 2 Introdução 7 2.1 Conceito de geoprocessamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3 Cartografia para geoprocessamento 9 3.1 Sistema de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3.2 Sistema geodésico brasileiro (DATUM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 3.3 Sistema de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.3.1 Sistema de coordenada geográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 3.3.2 Sistema de coordenadas planas ou cartesianas . . . . . . . . . . 14 3.4 Projeção cartográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.5 Transformações de sistemas de coordenadas - Sirgas IBGE . . . . . . . 16 3.6 Transformação de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.7 Cálculo da distância entre dois pontos e peŕımetro . . . . . . . . . . . . 19 3.8 Cálculo da área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3.9 QGIS - Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.9.1 Instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.9.2 Plugins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 3.9.3 Coordenadas, pontos, e poligonal . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 3.9.4 Inserindo pontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 3.9.5 Transformação de coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 3.9.6 Gerando a poligonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.9.7 Cálculo do peŕımetro e da área . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.10 Exerćıcio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 4 SIG 39 4.1 Implementação dos dados geográficos para o computador . . . . . . . . 40 4.2 Tipos de dados em geoprocessamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4.3 Estrutura de armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 4.4 Representação computacional de atributos e objetos . . . . . . . . . . . 45 4.4.1 Estratégia dual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ SUMÁRIO 4.5 QGIS - Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 4.5.1 Abrir arquivo vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 4.5.2 Personalizar cores e fontes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.5.3 Inserir rótulos no mapa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 5 Interpolação (curva de ńıvel) 53 5.1 Determinação de curvas de ńıvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 5.2 QGIS - Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5.2.1 Interpolação e isolinhas- QGIS versão 2.18 . . . . . . . . . . . . 57 5.2.2 Interpolação e isolinhas - QGIS versão 3.4 . . . . . . . . . . . . 62 6 Manipulação e análise de dados 67 6.1 Nı́vel simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 6.2 Nı́vel intermediário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 6.3 Nı́vel complexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 6.3.1 Mapas de produtividade em agricultura de precisão . . . . . . . 71 6.4 QGIS - Prática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 6.4.1 Tabela de atributos - união de tabelas . . . . . . . . . . . . . . 74 6.4.2 Mosaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 6.4.3 Classificação por categorias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 6.4.4 Mapas de produtividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 4/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 1 PREFÁCIO 1 Prefácio O geoprocessamento é um recurso cada vez mais utilizado por gestores, pesquisadores e demais profissionais, para o planejamento e gerenciamento de dados, assim como, para a compreensão dos fenômenos que ocorrem em suas áreas de atuação. Visando uma melhor capacitação dos alunos, o curso de Agronomia da UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Tangará da Serra) oferece aos seus alunos a disciplina de Geoprocessamento. Tal ação foi implementada pelos professores da área de Engenharia Agŕıcola, pois atualmente, seja em um centro urbano, ou em um sistema de produção agŕıcola, a necessidade de transformar dados em informação é uma premissa de organização e prosperidade. Pelo exposto, este material tem por objetivo ser um fonte complementar do conteúdo ministrado na disciplina de Geprocessamento, assim como, ser um guia de consulta para entusiastas do referido assunto. Salienta-se que este material não deve ser usado como fonte única de informação para a realização das atividades. Dentro do posśıvel, este material será melhorado continuamente, para que futuramente torne-se mais didático e completo. Rafael C. Tieppo Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 1 PREFÁCIO 6/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 2 INTRODUÇÃO 2 Introdução Antes de simplesmente definir o termo geoprocessamento, tente responder seguinte questão: O Geoprocessamento é útil para você? Se sim, como? Para colaborar com a sua reflexão, pense que caso você já tenha usado seu celular para traçar a rota de algum destino, o Geoprocessamento é útil para você. Como visto no prefácio desta apostila (caso você tenha lido), a necessi- dade de transformar dados em informação é uma das premissas de sociedades organiza- das e prósperas. Com o advento da informática, ocorreu um incremento da capacidade de processamento e armazenamento de dados espaciais, que de acordo com Gilberto Câmara e Monteiro (2015), possibilitou o surgimento do Geoprocessamento na metade do século XXI. Tratando-se de informações espaciais, um setor que está com demanda nos últimos anos é a Agricultura, vide exemplo o avanço da Agricultura de Precisão, assim como, a gestão de áreas de reservas permanentes, controle de queimadas, etc. Dessa forma, a compreensão do geoprocessamento e as tecnologias que o compõem, lhe permitirá usufruir de recursos que lhe auxiliarão na geração e visualização de cenários que consequentemente, oferecerá maior suporte na tomada de decisão. 2.1 Conceito de geoprocessamento Para fins de esclarecimentos, o Geoprocessamento pertence a uma área denominada Geomática. Esta última trata-se de uma disciplina de tecnologia de informação que reúne aquisição, modelagem, análise e gerenciamento de dados espaciais (University, 2017). Segundo Rodriges (1993) , Geoprocessamento é um conjunto de tecnolo- gias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações espaciais vol- tado para um objetivo espećıfico. O conceito de Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015). Dessa forma entende- se que o Geoprocessamento é um conjunto dos processos de coleta, armazenamento, tratatamento e análise de dados, com uso integrado de Geotecnologias. (Figura 1). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 7/99http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 2 INTRODUÇÃO Geoprocessamento Coleta cartografia sensoria- mento remoto fotograme- tria topografia GNSS Armaze- namento banco de dados Tratamento e Análise Geoestat́ıs- tica Modelagem de dados Classificação Uso inte- grado: coleta, armaze- namento, tratamento e análise GIS Figura 1: Definição de geoprocessamento Sendo assim tem-se: • GEOPROCESSAMENTO – Geotecnologias ∗ SIG · Sensoriamento remoto · Topografia · Banco de dados · Software A seguir passaremos aos tópicos referentes ao processos e geotecnologias do Geoprocessamento, para um breve histórico deste último recomenda-se a leitura de (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015). 8/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO 3 Cartografia para geoprocessamento Como o geoprocessamento processa os fenômenos que ocorrem em um espaço geográfico, necessita-se de uma forma de representação do espaço geográfico, que por sua vez é caracterizado pelo atributo da localização geográfica. A partir disto, cria-se uma relação entre cartografia e geoprocessamento. Um objeto qualquer (como uma cidade, a foz de um rio ou o pico de uma montanha) somente tem sua localização geográfica estabelecida quando se pode descrevê- lo em relação a outro objeto cuja posição seja previamente conhecida ou quando se determina sua localização em relação a um certo sistema de coordenadas (D Alge, 2015). 3.1 Sistema de coordenadas Conceitos oriundos da Geodésia (Geodésia é a ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra) demonstram que para definir posições (coordenadas) sobre o globo terrestre, este último deve ser representado matematicamente. Uma aproximação matemática do globo é o Geóide, definido por D Alge (ibid.) como a superf́ıcie equipotencial do campo da gravidade terrestre que mais se aproxima do ńıvel médio dos mares (Figura 2). Dessa forma, é posśıvel gerar um sistema geodésico de referência (modelo matemático que descreve a forma da Terra), que disponibilizará coordenadas para a superf́ıcie terrestre. Figura 2: Representação do geóide, elipsoide e superf́ıcie terrestre Fonte:http://www.nrcan.gc.ca/ Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 9/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Enfatizando, um SGR (sistema geodésico de referência), do ponto de vista prático, permite que se faça a localização espacial (coordenadas) de qualquer feição sobre a superf́ıcie terrestre. O SGF também é conhecido como DATUM (Figura 3). H = altura ortométrica h = altura geométrica N = altura geoidal H = h - N Figura 3: Representação do geóide, superf́ıcie terrestre e DATUM Fonte:http://www.vrmapping.net/ Conforme observa-se na Figura 3, não ter certeza do o DATUM que se está utilizando, pode acarretar em um incremento de erro na coleta de dados (coorde- nadas) e o resultado do seu projeto não sair como o desejado (Figura 4) Lote 1 Lote 2 Figura 4: Coleta de dados com o DATUM incorreto (dramatização) Fonte:https://i.stack.imgur.com/ Por que usar geóide e elipse? De uma forma simplista, o geóide é a superf́ıcie que mais se aproxima da superf́ıcie terrestre, e o elipsóide é a figura geométrica que mais se aproxima da superf́ıcie terrestre. 3.2 Sistema geodésico brasileiro (DATUM) Como visto na secção 3.1, as coordenadas geodésicas podem variar de acordo com o sistema geodésico. Um exemplo é a diferenças entre Córrego Alegre e 10/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO SAD-69, se diferem em dezenas de metros sobre a superf́ıcie do território brasileiro. Segundo D Alge (2015), estas discrepâncias são negligenciáveis para projetos que en- volvam mapeamentos em escala pequena, mas são absolutamente preponderantes para escalas maiores que 1:250.000. É o caso, por exemplo, do monitoramento do desflo- restamento na Amazônia brasileira, que usa uma base de dados formada a partir de algumas cartas topográficas na escala 1:250.000 vinculadas ao datum Córrego Alegre e outras vinculadas ao SAD-69. Caso você já tenha trabalhado ou pesquisado sobre DATUM, possivel- mente já percebeu algumas siglas como SAD 69, SIRGAS 2000, WGS 84, Córrego Alegre, etc. A seguir vamos comentar sobre alguns sistemas geodésicos de referência, que são no momento de maior interesse. • Córrego Alegre – Elipsóide Internacional de Hayford de 1924 – Origem:Topocêntrico – Ponto Datum:Vértice Córrego Alegre (MG) • SAD 69 – Elipsóide : Internacional de 1967 – Origem :Topocêntrico – Ponto Datum : Vértice Chuá (MG) • SIRGAS 2000 – Elipsóide : GRS - 80 – Origem : Geocêntrico – Ponto Datum : Centro de Massa da Terra • WGS 84 (GPS) – Elipsóide : GRS - 80 – Origem : Geocêntrico – Ponto Datum : Centro de Massa da Terra Com o intuito de simplificar a explanação sobre qual DATUM utilizar, segue um texto na ı́ntegra oriundo de (Ramos, 2015). O ano de 2015 começou e poucas pessoas parecem ter percebido, mas o South American Datum 1969, ou simplesmente SAD 69, não é mais aceito dentro do Sistema Geodésico Brasileiro. Trocando em miúdos, o SAD 69 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 11/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO não é mais aceito como referência para uma série de produtos cartográficos nacionais. Quem define isto é a resolução do presidente 01/2005 do IBGE (acesse aqui), onde o SIRGAS 2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas 2000) é o novo sistema oficial para o Brasil. Esta resolução também de- termina que o peŕıodo de transição entre os sistemas antigos e o novo não pode ser superior a 10 anos, prazo esse que expirou em 2014. Todavia é importante aqui entendermos que essa forma matemática é uma forma aproximada, ou seja, possui erro frente à forma real. Ao longo do tempo, os cartógrafos e matemáticos foram capazes criar modelos com um erro menor. Por exemplo, a diferença entre as superf́ıcies do modelo Córrego Alegre, que foi institúıdo como o primeiro sistema de referência do Sistema Cartográfico Nacional, e do SIRGAS 2000 é de centenas de metros. E é exatamente por causa do erro que o Brasil está adotando o SIRGAS 2000. Este modelo matemático aproximado possui um erro menor do que seu predecessor, ou seja, as coordenadas posicionadas sobre o SIRGAS 2000 terão uma diferença de posição menor em relação a sua posição real. Observe que não está se falando aqui do erro de tecnologias de posiciona- mento como, por exemplo, entre dois tipos de GPS, mas sim um erro que é inserido no posicionamento devido à imprecisão do datum e outros elemen- tos do sistema geodésico de referência. Em outras palavras, todo o dado geográfico possui um erro de posicionamento inerente ao sistema geodésico no qual ele está referenciado e também um erro devido a técnica de medição da posição. A agregação desses dois erros é que resulta na qualidade final da coordenada. Além dos já citados data (data é plural de datum, pois é latim) de referência Córrego Alegre, SAD 69 e SIRGAS 2000, temos ainda um quarto datum e sistema de destaque, o WGS 84. Apesar dele não participar da história dos data oficiais no Brasil, ele possui importância e uso internacional como no sistema de posicionamento global por satélite (GNSS) americano, mais conhecido como NAVSTAR/GPS, e também no Google Earth. Há outros data menos importantes que já foram utilizados no Brasil que 12/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/projeto_mudanca_referencial_geodesico/legislacao/rpr_01_25fev2005.pdfhttp://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO esse texto passa ao largo, a saber: Astro Datum Chuá, Aratu e uma versão anterior do SAD 69 – o SAD 69 que utilizamos como oficial é a consolidação de 1996. Algumas considerações se fazem necessárias nessa altura do texto. A pri- meira consideração é que a mesma posição na superf́ıcie da Terra possui coordenadas diferentes de acordo com datum em questão. Vide a ima- gem ao lado. Sendo assim, uma latitude e longitude sem o datum é uma informação incompleta. Outra consideração é o risco do transporte quase automático de coordena- das entre dois sistemas que os softwares fazem hoje. O uso de uma trans- formação incorreta pode introduzir erros nas posições transformadas. Para ficar apenas em um exemplo, a maioria dos receptores GPS de navegação realizam a conversão das coordenadas medidas em WGS 84 para outro sis- tema à escolha do usuário, todavia poucos aparelhos permitem e poucos usuários fazem a configuração da transformação definida pelo IBGE. A última consideração é qualquer transporte de coordenadas entre sistemas de referência, inclusive a determinada pelo IBGE, introduzem erros nas posições transformadas. Logo é melhor ter uma coordenada levantada em SIRGAS 2000 do que uma levantada em Córrego Alegre e transformada para SIRGAS 2000. Salienta-se que a afirmação de que o SIRGAS 2000 e o WGS 84 são iguais é imprecisa - afirmação não rara em textos e falas. O correto é dizer que a diferença sub-métrica entre esses sistemas é despreźıvel para muitas aplicações e bases. Entretanto essa diferença é importante nas técnicas hoje dispońıveis que nos oferecem coordenadas com erro posicional de alguns cent́ımetros. 3.3 Sistema de coordenadas Usualmente os dispositivos utilizados pelos usuários de SIG tem acesso de forma simples e direta ao par de coordenadas, sem maior preocupação de qual o sistemas de coordenadas que o seu dispositivo está operando. Entre os sistemas de coordenadas existentes, dois deles serão detalhados a seguir. Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 13/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO 3.3.1 Sistema de coordenada geográfica Os pontos da superf́ıcie terrestre é localizado na interseção de um meri- diano com um paralelo. Num modelo esférico os meridianos são ćırculos máximos cujos planos contêm o eixo de rotação ou eixo dos pólos. Já num modelo elipsoidal, a Terra é representada por uma superf́ıcie gerada a partir de um elipsóide de revolução, com deformações relativamente maiores que o modelo geoidal. a) b) Figura 5: Coordenadas geográficas. a)modelo esférico b) modelo elipsoidal Fonte: http://kartoweb.itc.nl O meridiano de origem passa pelo antigo observatório britânico de Gre- enwich, definido como a origem (0◦) das longitudes sobre a superf́ıcie terrestre, além disto, é utilizado como referência para contagem dos fusos horários. A leste de Gre- enwich os meridianos são medidos por valores crescentes até +180◦, já para oeste, as medidas decrescem até o limite de −180◦. Segundo D Alge (2015), tanto no modelo esférico como no modelo elipsoidal os paralelos são ćırculos cujo plano é perpendicular ao eixo dos pólos. Em relação aos paralelos, o Equador é o paralelo que divide a Terra em dois hemisférios (Norte e Sul), consequentemente é a referência de origem (0◦). Os demais paralelos seguem tanto para a direção Norte (+90◦) e Sul (−90◦), até que se reduzam a pontos nos polos 3.3.2 Sistema de coordenadas planas ou cartesianas Os sistemas de coordenadas planas são baseados em um par de eixos perpendiculares (abcissas e ordenadas), em que a interseção dos eixos representa a origem (0,0) para a localização de um ponto sobre um determinado plano (Figura 6). 14/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 6: Coordenadas planas Fonte: http://www.profesorenlinea.cl 3.4 Projeção cartográfica Tratando-se de projeções cartográficas da superf́ıcie terrestre, deve-se entender que todas as projeções tratam de aproximações, pois há (ao menos até o momento) como representar uma superf́ıcie curva para uma superf́ıcie plana sem deformações. Sendo assim, dependendo do tipo de projeção, algumas caracteŕısticas se preservam e outras se alteram. O sistema de projeção ciĺındrica de Mercator UTM - ”Universal Trans- verse Mercator” foi recomendado pela IUGG (International Union of Geodesy and Geophysics) para a cartografia em pequenas e médias escalas e foi adotado em 1955 para o mapeamento sistemático do Brasil (Figura 7). Figura 7: Projeção UTM - Universal Transverse Mercator Fonte: http://www.drillingformulas.com/ Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 15/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Sendo assim, a projeção UTM é utilizada para a confecção de cartas topográficas, usualmente nas escalas (1:250.000, 1:100.000, 1:50.000, 1:25.000). Dentre as principais caracteŕısticas desse sistema de projeção pode-se citar • a superf́ıcie de projeção é um cilindro transverso e a projeção é conforme (ângulos são mantidos); • o meridiano central da região de interesse, o equador e os meridianos situados a 90◦ o do meridiano central são representados por retas; • os outros meridianos e os paralelos são curvas complexas; • a escala aumenta com a distância em relação ao meridiano central, tornando-se infinita a 90 o do meridiano central; • como a Terra é dividida em 60 fusos de 6◦ de longitude, o cilindro transverso adotado como superf́ıcie de projeção assume 60 posições diferentes, já que seu eixo mantém-se sempre perpendicular ao meridiano central de cada fuso; • aplica-se ao meridiano central de cada fuso um fator de redução de escala igual a 0,9996, para minimizar as variações de escala dentro do fuso; • duas linhas aproximadamente retas, uma a leste e outra a oeste, distantes cerca de 1 ◦ 37′ do meridiano central, são representadas em verdadeira grandeza. Para encontrar o número do fuso ao qual pertence um ponto, é posśıvel usar uma relação matemática em função longitude da coordenada e sua posição da carta ao milionésimo a que esse ponto pertence. Para pontos a leste de Greenwich (eq. 1) e a oeste eq. 2). NF = 30◦ + long 6 (1) NF = 30◦ − long 6 (2) em que: NF é o número do fuso, long é a longitude do ponto. 3.5 Transformações de sistemas de coordenadas - Sirgas IBGE Como sabe-se, o SIRGAS 2000 é o sistema de Referência Geocêntrico oficial para o Brasil. Sendo assim, em algumas situações, quando as coordenadas não estão no referido DATUM, torna-se necessário o transporte de coordenadas. Para a 16/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO realização de transformações de coordenadas, o IBGE (instituto que defini o SGR) apresenta em sua resolução que deve-se utilizar as fórmulas simplificadas de Molo- densky. Com a publicação da Resolução do IBGEN◦23, de 21/02/89, entre outras alterações, são apresentados os parâmetros de transformação oficiais entre SAD69 e o WGS84 e introduzida a fórmula dos Três Parâmetros (eq. 3)como método de transformação oficial. O modelo matemático consiste da aplicação dos 3 parâmetros de translação nos eixos cartesianos geocêntricos do sistema de referência de origem. As coordenadas são inicialmente convertidas para cartesianas, onde são aplicados os parâmetros (Tabelas 1, 2, 3, e 4) e após são convertidas novamente em coordenadas geodésicas. X Y Z novo = ∆X ∆Y ∆Z + X Y Z original (3) Tabela 1: Parâmetros de transformação entre sistemas adotados no Brasil SAD69 WGS84 CÓRREGO SIRGAS TranslaçãoX -66,87 m +138,70 m -67,348 m TranslaçãoY +4,37 m -164,40 m +3,879 m TranslaçãoZ -38,52 m -34,40 m -38,223 m Tabela 2: Parâmetros de transformação entre sistemas adotados no Brasil SIRGAS WGS84 CÓRREGO SAD69 TranslaçãoX +0,478 m +206,048 m +67,348 m TranslaçãoY +0,491 m -168,279 m -3,879 m TranslaçãoZ -0,297 m +3,823 m +38,223 m Tabela 3: Parâmetros de transformação entre sistemas adotados no Brasil CÓRREGO WGS84 SIRGAS SAD69 TranslaçãoX -205,57 m -206,048 m -138,70 m TranslaçãoY +168,77 m +168,279 m +164,40 m TranslaçãoZ -4,12 m -3,823 m +34,40 m Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 17/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Tabela 4: Parâmetros de transformação entre sistemas adotados no Brasil WGS84 SIRGAS CÓRREGO SAD69 TranslaçãoX -0,478 m +205,57 m +66,87 m TranslaçãoY -0,491 m -168,77 m -4,37 m TranslaçãoZ +0,297 m -72,623 m +38,52 m 3.6 Transformação de coordenadas Como visto na secção 3.3, as coordenadas geodésicas ou elipsóidicas são a latitude geodésica ou elipsóidica e a longitude geodésica ou elipsóidica (Figura 8) Figura 8: Coordenadas geodésicas Fonte: http://2.bp.blogspot.com/ Para o cálculo de conversão de coordenadas geodésica em cartesianas utiliza-se as equações 4, 5, 6 e 7. X Y Z = (N̄ + h) cos(Φ) cos(λ) (N̄ + h) cos(Φ) sen(λ) ((1− e2)N̄ + h) sen(Φ) (4) N̄ = a (1 − e2 sen2(Φ))1/2 (5) e2 = 2f − f 2 (6) 18/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO f = (a− b) a (7) em que: N̄ é a grande normal, e2 é a primeira excentricidade numérica, h é altitude geométrica, a, b, f são os parâmetros do elipsoide. Como sugestão, há alguns sites que oferecem a conversão de coordenadas geodésicas em cartesianas e vice-versa. 1. http://www.ufrgs.br/engcart/Teste/transf coord.php 2. http://www.dpi.inpe.br/calcula/ 3. http://www.carto.eng.uerj.br/cgi/index.cgi?x=utm2geo.htm Outra opção para realizar a transformação de coordenadas é o uso de softwares, como exemplo cita-se o (QGIS Development Team, 2015), (R Core Team, 2017). Há diversas opções de softwares dispońıveis, sejam eles livres ou proprietários. Nesta disciplina adotou-se como software o QGIS, pois o mesmo é gratuito e oferece os recursos necessários para execução das atividades a serem realizadas. Inicialmente, para conhecer o QGIS, sugere-se o estudo da secção 3.9. Posteriormente, verifique a secção 3.9.3, para verificar os procedimentos para inserir uma layer e realizar a transformação de coordenada. 3.7 Cálculo da distância entre dois pontos e peŕımetro Um dos objetivos iniciais do estudo de uma determinada região é conhecer seu peŕımetro e área. Tratando-se de poĺıgonos, para a determinação das referidas caracteŕısticas, uma das opções é realizar os seguintes processos: 1. Definição das coordenadas dos vértices da poligonal; 2. Cálculo da distância entre os vértices; 3. Cálculo do peŕımetro 4. Cálculo da área Como exemplo utilizaremos algumas coodenadas UTM (Tabela 5) Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 19/99 http://www.ufrgs.br/engcart/Teste/transf_coord.php http://www.dpi.inpe.br/calcula/ http://www.carto.eng.uerj.br/cgi/index.cgi?x=utm2geo.htm http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Tabela 5: Pontos da poligonal e suas respectivas coordenadas UTM PONTO Altitude (m) UTM E (m) UTM N (m) P01 399 450070.99 8380563.99 P02 405 450104.00 8380440.99 P03 407 450209.00 8380333.99 P04 396 450336.99 8380391.99 P05 383 450381.99 8380444.99 P06 392 450376.00 8380508.99 P07 389 450315.99 8380551.99 P08 386 450276.99 8380585.99 P09 391 450225.99 8380578.99 Uma vez conhecido os vértices e suas respectivas coordenadas, calcula-se a distância entre os vértices. Um método usual é usar o teorema de Pitágoras eq(8). D = 2 √ (X2 −X1)2 + (Y2 − Y1)2 (8) em que D é a distância, X e Y são as coordenadas. Após o cálculo das distâncias entre os vértices, basta realizar a soma dos mesmos para encontrar o peŕımetro (Tabela 6). Tabela 6: Cálculo das distância entre pontos e do peŕımetro PONTO Altitude (m) UTM E (m) UTM N (m) DISTPnPn+1 (m) P01 399 450070.99 8380563.99 127.349 P02 405 450104.00 8380440.99 149.913 P03 407 450209.00 8380333.99 140.527 P04 396 450336.99 8380391.99 69.5269 P05 383 450381.99 8380444.99 64.2806 P06 392 450376.00 8380508.99 73.8173 P07 389 450315.99 8380551.99 51.7397 P08 386 450276.99 8380585.99 51.4781 P09 391 450225.99 8380578.99 155.724 peŕımetro 834.35 3.8 Cálculo da área Uma das alternativas para determinar a área da poligonal formada pelos pontos P01, ..., Pn, ..., P09 (Tabela 6) é dividir a poligonal em triângulos. Para dividir a área em triângulos, utiliza-se um ponto auxiliar que pertença a poligonal, e na sequência calcula-se a sua distância em relação à todos os vértices. Como exemplo, 20/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO vamos utilizar o ponto auxiliar P11 com coordenadas (450242.5 E 8380456.49 N CRM WGS84 / UTM 21S), (Figura 9). Figura 9: Croqui da pologonal formada com os pontos coletados (CRM WGS84 / UTM 21S) Posteriormente, calcula-se a área de cada triângulo pela fóruma de Heron (eq. 9) e realiza-se a somatória para obtenção da área da poligonal (Tabela 7) S = 2 √ p(p− a) ∗ (p− b) ∗ (p− c) (9) em que S é a áream, p é o semi-peŕımetro, e a b c são os lados do triângulo. Tabela 7: Cálculo das distância entre pontos, peŕımetro, e área P UTM E (m) UTM N (m) DISTPnPn+1 (m) DISTPnP11 (m) AREAPnPn+1P11 (m2) P01 450070.99 8380563.99 127.349 202.4120 8773.26 P02 450104.00 8380440.99 149.913 139.3635 8222.96 P03 450209.00 8380333.99 140.527 126.9884 6867.84 P04 450336.99 8380391.99 69.5269 114.408 3955.26 P05 450381.99 8380444.99 64.2806 139.9723 4429.52 P06 450376.00 8380508.99 73.8173 143.4557 4445.26 P07 450315.99 8380551.99 51.7397 120.51 3111.72 P08 450276.99 8380585.99 51.4781 134.0263 3181.74 P09 450225.99 8380578.99 155.724 123.6160 9618.25 Peŕımetro 884.35 Área 52605.8611 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 21/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO 3.9 QGIS - Prática 3.9.1 Instalação A instalação do QGIS é relativamente simples, as etapas a seguir servem como orientação. (a) Faça o download do instalador no site http://www.qgis.org/, se você é iniciante opte pela versão estável; (b) LEIA as instruções de instalação; (c) Execute o instalador; (d) Como sugestão opte pela instalação padrão. Após a instalação execute o software, se o sistema operacional for Ruin- dows procure o executável QGIS GRASS ou algo similar. Se for sistema Linux, busque o atalho QGIS Desktop, ou na linha de comando digite qgis. Se tudo correu é posśıvel visualizar o software na sua tela (Figura 10). Projetos Recentes MENU Painel de Camadas Navegador Atalhos Possíveis Avisos Escala Figura 10: Janela do software QGIS 3.9.2 Plugins Apesar do QGIS já possuir uma séries de funções, dependendo da ta- refa em que se está realizando, um recurso extra é bem-vindo. No QGIS é posśıvel 22/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://www.qgis.org/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO instalar plugins (complementos) que adicionam funções extras no software em questão. Os plugins sãodesenvolvidos na linguagem Python e ficam dispońıveis no repositório do QGIS, ou ainda, é posśıvel desenvolver o seu próprio plugin (não estudaremos o desenvolvimento). Para instalar o plugin, basicamente deve-se atender dois requisitos: 1. Acesso a Internet 2. Saber qual o plugin desejado Atendendo os requisitos supracitados, acesse no menu o Plugin ou Com- plemento, caso tenha instalado a versão em português. Clique em Manage and Install Plugins (Figura 11a). Posteriormente, uma nova janela se abrirá (Figura 11b). Basta e localizar o plugin desejado e instalar. a) b) Figura 11: Instalação de plugins no QGIS Como exerćıcio instale quatro plugins que usaremos no decorrer das ati- vidades: • OpenLayers • Points2One 3.9.3 Coordenadas, pontos, e poligonal A primeira atividade terá como objetivo aplicar os conhecimentos sobre coordenadas, coleta de pontos, poligonal, altimetria, cálculo de área e peŕımetro, e impreteŕıvelmente, o conceito de layers (camadas). Vamos dividir esta atividades em Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 23/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO três etapas. 1. inserir pontos 2. transformar coordenadas 3. criar poligonal com os pontos transformados 4. calcular peŕımetro e área 3.9.4 Inserindo pontos Há pelo menos dois métodos para inserir pontos, sendo um com o plu- gin NumericalDigitize e outro com a importação de um arquivo .csv. Neste exemplo usaremos a importação do arquivo .csv. Inicialmente deve-se criar um arquivo .csv com os pontos que representam a poligonal. Para isto, abra um editor de planilhas e monte uma tabela com os pontos que formarão a poligonal (Tabela 8): Tabela 8: Coordenadas geográficas coletadas - datum=WGS84 EPSG:4326 NOME X Y Z P1 -57.4636691346622 -14.6479193747087 399 P2 -57.4633650211007 -14.6490320535404 405 P3 -57.4623919771196 -14.650001402328 407 P4 -57.4612022158973 -14.649479371332 396 P5 -57.4607833258536 -14.6490010151237 383 P6 -57.4608378353457 -14.6484222673486 392 P7 -57.4613942047851 -14.6480323912523 398 P8 -57.461755729355 -14.6477242717828 386 P9 -57.462229465653 -14.6477866200347 391 ATENÇÃO Digitar os pontos na sequência do alinhamento da poligonal. Verifique se os dados foram digitados corretamente. Posteriormente, salve no formato .csv e acesse o software QGIS. Com o software carregado, acesse o menu Layer e clique sobre Add Layer e posteriormente sobre Add Delimited Text Layer. Uma janela será aberta para que configure os dados a serem importados (Figura 12) 24/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 12: Janela para importação de pontos (.csv) Clique no botão OK e escolha na próxima janela o Datum adequado para os pontos coletados. Neste caso a opção será WGS84 EPSG:4326 (Figura 13) Digite para filtrar Selecione o Datum Figura 13: Janela para definição do Datum Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 25/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Com a importação conclúıda torna-se posśıvel vizualizar os pontos im- portados do arquivo .csv (Figura 14) Pontos Layer dos pontos Figura 14: Layer com os pontos da poligonal 3.9.5 Transformação de coordenadas Uma vez que os conceitos de projeções e coordenadas estão claros, é posśıvel realizar com facilidade a transformação de coordenadas e consequentemente alterar o sistema de referência. Como exemplo didático vamos transformar as coordenadas geográficas (Tabela 9) para o sistema WGS 84 / UTM zona 21S EPSG:32721. Tabela 9: Coordenadas geográficas coletadas - datum=WGS84 EPSG:4326 NOME X Y Z P1 -57.4636691346622 -14.6479193747087 399 P2 -57.4633650211007 -14.6490320535404 405 P3 -57.4623919771196 -14.650001402328 407 P4 -57.4612022158973 -14.649479371332 396 P5 -57.4607833258536 -14.6490010151237 383 P6 -57.4608378353457 -14.6484222673486 392 P7 -57.4613942047851 -14.6480323912523 398 P8 -57.461755729355 -14.6477242717828 386 P9 -57.462229465653 -14.6477866200347 391 Crie seu arquivo .csv com o dados da Tabela 9 e crie uma Layer com CRS WGS84 (EPSG:4326) para verificar a disposição dos pontos (Figura 15). 26/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Sistema de Referência Item ‘Toolbox’ no menu ‘Processing’ Figura 15: Pontos na projeção WGS84 (long-lat) Para proceder os cálculos de transformação acesse o menu Processing e a opção Toolbox. Digite no campo de busca reproject, e assim que localizar o termo Reproject Layer clique duas vezes sobre o mesmo (Figura 16). Digite ‘Reproject’ aqui Clique 2 vezes aqui Figura 16: Acesso à função Reproject Layer Uma janela de diálogo será aberta, especifique o CRS desedejado e o nome do arquivo de sáıda (Figura 17). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 27/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Layer c/ coord. para transformar CRS desejado Arquivo de saída Figura 17: Janela da função Reproject Layer Após inserir os dados, clique em Run e pronto, o arquivo de sáıda já está no CRS WGS 84 / UTM zona 21S (EPSG:32721). Para conferir selecione apenas a layer Reproject e altere o CRS atual para EPSG:32721. Para visualizar as coordenadas transformadas é necessário acessar a Ta- bela de atributos. No primeiro instante parece que ocorreu alguma falha no processo, pois as coordenadas apresentadas são as mesmas importadas. Acesse a tabela de atri- butos (clique com o botão direito do mouse sobre a camada em questão, e selecione abrir tabela de atributos). Na janela da Tabela de atributos selecione calculadora de campo (Figura 18).: Calculadora de campo Figura 18: Calculadora de campo Na calculadora de campo, nomeie o campo de sáıda como X utm, o tipo 28/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO do campo como Decimal Real, com ’comprimento’ de campo igual a 10 e precisão igual a 7. Nas expressões dispońıveis, procure por Geometry e clique na flecha para abrir as opções, na sequência de dois cliques na expressão $x. Se reparar na parte inferior da janela, já é posśıvel verificar o preview do resultado (Figura 19). Nome do campo Tipo do campo Comp. e precisão Expressão Geometry Preview Figura 19: Uso da calculadora de campo para extrair coordenadas Após clicar em OK, aparacerá o resultado para todos os pontos na Tabela de atributos, clique em salvar, e repita a operação para obter as coordenadas de latitude (y). O processo é o mesmo, basta selecionar a expressão $y (Figura 20). Figura 20: Coordenadas UTM Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 29/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO 3.9.6 Gerando a poligonal Se você usar a versão 2.14 do QGIS é posśıvel gerar a poligonal com o plugin Points2One. Se você usar a versão 3 do QGIS, será necessário usar outro procedimento, que é apresentado após o uso do plugin Points2One. Com o plugin Points2One instalado basta clicar sobre o ı́cone que uma janela será exibida para preenchimento (Figura 21). Ícone Points2One Layer com o pontos da poligonal Nome da layer que contém a poligonal Optar por poligonal Figura 21: Ícone e janela do Plugin Points2One Após a conclusão da geração da poligonal, basta importar o shapefile da poligonal. Para realizar esta operação, clique no menu Layer - Add Layer - Add Vector Layer e localize o arquivo shape da poligonal. Ao finalizar a importação será posśıvelvisualizar os pontos e a poligonal (Figura 22) 30/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 22: Pontos e poligonal Para gerar a poligonal sem o uso do plugin Points2One é necessário acessar a caixa de ferramentas (Figura 23). Figura 23: Caixa de ferramentas (toolbox) Após ativar a caixa de ferramentas procure a função Pontos para linhas (Points to path) (Figura 24). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 31/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 24: Caixa de ferramentas (toolbox) Ao clicar na função Pontos para linha, uma janela é aberta, selecione a camada como os pontos a serem transformados para linhas, e nomeie o arquivo de sáıda (Figura 25). Figura 25: Função Pontos para linhas (Points to path) Uma vez executado a função supracitada, é posśıvel vizualizar uma poli- gonal aberta (Figura 26). 32/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 26: Resultado da transformação pontos para linhas Posteriormente, na caixa de ferramentas (Toolbox) selecione a função Linhas para poĺıgonos (Lines to polygons) (Figura 27). Figura 27: Função Linhas para poĺıgonos (Lines to polygons) Na janela que é aberta, selecione a camada que contém as linhas que serão transformadas em poĺıgono, e indique o caminho e nome para salvar a poligonal (Figura 28). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 33/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 28: Função Linhas para poĺıgonos (Lines to polygons) Após finalizar o processo, a poligonal pode ser visualizada na tela (Figura 29). Figura 29: Poligonal gerada) 3.9.7 Cálculo do peŕımetro e da área O objetico agora é calcular o peŕımetro e a área da poligonal que foi criada. Ao invés de realizar manualmente o cálculos (secções e ), os processos serão 34/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO realizados pela Calculadora de campo. Inicialmente acesse a Tabela de atributos da layer da poligonal, na sequência acesse a calculadora de campo (Figura 30). Figura 30: Tabela de atributos da camada da Poligonal Note que na Tabela de atributo da poligonal (Figura 30) há apenas uma linha com valores correspondentes ao último ponto do conjunto de pontos que formam a poligonal. Se quiser, é posśıvel editar, podendo renomear o conteúdo, ou até mesmo excluir algumas colunas. Para isto, basta clicar sobre o lápis para acionar o modo de edição. Para editar uma célula basta um clique duplo sobre a mesma, ou para exluir ou inserir colunas, utilize os ı́cones (Figura 31). 2 cliques para editar Inserir, excluir colunas Modo edição Figura 31: Tabela de atributos da camada da Poligonal Para o cálculo do peŕımetro e da área usaremos os mesmos passos para extração das coordenadas, contudo utiliza-se a função $perimeter e $area para o cálculo do peŕımetro e área, respectivamente (Figura 32). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 35/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO a) b) Figura 32: Calculadora de campo para cálculo do peŕımetro (a) e área (b) Como usualmente na área agŕıcola utiliza-se a unidade ha (hectare) para medição de áreas, podemos criar uma nova coluna com a área em ha, bastando apenas dividir por 10000 o resultado da expressão e $area (Figura 33). Figura 33: Calculadora de campo para cálculo da área em ha A Tabela de atributos no final deve ser constitúıda pela identificação, peŕımetro (m), área (m2), e área (ha) (Figura 34). 36/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO Figura 34: Conteúdo da tabela de atributos 3.10 Exerćıcio 1) Compare o resultado da processo manual com o encontrado pelo uso do QGIS. 2) Com seu celular, colete alguns pontos com distância mı́nima entre os mesmos de pelo menos 100 m. Posteriormente: • Importar para o QGIS • Transformar as coordenadas geográficas obtidas para o sistema UTM. • Calcular o peŕımetro • Calcular a área Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 37/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 3 CARTOGRAFIA PARA GEOPROCESSAMENTO 38/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG 4 SIG Literalmente o termo SIG significa Sistema de Informação Geográfica, mas em qual circunstância aplicamos o referido termo? O termo SIG é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015). Como visto na secção 2.1, o SIG é uma geotecnologia utilizada em geo- processamento, e uma das suas funções é o armazenamento de dados georreferenciados e seus respectivos atributos. Entre as diversas áreas de aplicação do SIG, simplifica-se seu uso como: Recurso computacional para geração de banco de dados espaciais e mapas temáticos, com suporte para análise espacial e consequentemente apoio na tomada de decisão. Um sistema de suporte à decisão que integra dados referenciados espacial- mente num ambiente de respostas a problemas (Cowen, 1988). Gilberto Câmara e Monteiro (2015) define duas principais caracteŕısticas de um SIG: • Inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno; • Oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados. O SIG é composto por uma série de componentes e opera de forma hierárquica, sendo dividido em três ńıveis. No ńıvel mais próximo ao usuário, a in- terface homem-máquina define como o sistema é operado e controlado. No ńıvel inter- mediário, um SIG deve ter mecanismos de processamento de dados espaciais (entrada, edição, análise, visualização e sáıda). No ńıvel mais interno do sistema, um sistema de gerência de bancos de dados geográficos oferece armazenamento e recuperação dos dados espaciais e seus atributos. Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 39/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Cada sistema, em função de seus objetivos e necessidades, implementa estes componentes de forma distinta, mas todos os subsistemas citados devem estar presentes num SIG, (Figura 35) Entrada de dados Interface Consulta e análise espacial Visualização e impressão Gerenciamento de banco de dados Banco de dados (+) Ńıvel mais próximo do usuário (+) Definie como o sistema é ope- rado e controlado (+) Interface homem-máquina (+) Ńıvel intermediário (+) Entrada, edição, análise, visua- lização (+) Ńıvel mais interno (+) Gerenciamento e Armazena- mento do bando de dados (+) Recuperação dos dados espaci- ais e seus atributos Figura 35: Arquitetura hierárquica de um SIG Fonte: adaptado de (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015) Um dos modelos de organização mais adotado na área de bancos de dados é o modelo relacional. Os atributos dos objetos gráficos são armazenados em tabelas por meio de um sistema gerenciador de banco de dados (SGBD) relacional, com exemplo cita-se o DBASE. 4.1 Implementação dosdados geográficos para o computador Um dos maiores desafios em um SIG é a implementação do mundo real em um sistema computacional sem perdas de representatividade. O processamento de dados geográficos, tem ińıcio e fim no mundo real (Aronoff, 1991), (Figura 36). 40/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Mundo Real Modelo Atualização constante de informação para ganho de qualidade e eficiência Figura 36: Implementação do mundo real De forma sucinta pode-se resumir o planejamento nas seguintes etapas: (a) Conhecimento e organização (b) Inventário e manipulação dos dados (c) Tomada de decisões (d) Ação Para entender o processo de tradução do mundo real para o ambiente computacional, Gilberto Câmara e Monteiro (2015) sugere o uso do paradigma dos quatro universos, que foram apresentados por (Gomes e Velho, 1995), (Figura 37). Universo Mundo Real - que inclui as entidades da realidade a se- rem modeladas no sistema (tipo de solo; cadastramento urbano; etc) Universo Matemático (conceitual) - que inclui uma definição matemática (formal) das entidades a ser representadas (MNT; dados SR; dados temáticos) Universo de Representação - onde as diversas en- tidades formais são mapeadas para representações geométricas e alfanuméricas no computador (raster vetor) Universo de Implementação - onde as estruturas de dados e algoritmos são escolhidos; baseados em considerações como desem- penho; capacidade do equipamento e tamanho da massa de dados 1 Figura 37: Modelagem do mundo real em um SIG Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 41/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG 4.2 Tipos de dados em geoprocessamento De acordo com Gilberto Câmara e Monteiro (2015), os dados utilizados em geoprocessamento são classificados em: Dados Temáticos Dados temáticos descrevem a distribuição espacial de uma gran- deza geográfica, expressa de forma qualitativa, como os mapas de pedologia e a aptidão agŕıcola de uma região. Estes dados, obtidos a partir de levantamento de campo, são inseridos no sistema por digitalização ou, de forma mais automa- tizada, a partir de classificação de imagens (Figura 38a). Dados Cadastrais Um dado cadastral distingue-se de um temático, pois cada um de seus elementos é um objeto geográfico, que possui atributos e pode estar associado a várias representações gráficas. Por exemplo, os lotes de uma cidade são elementos do espaço geográfico que possuem atributos (dono, localização, valor venal, IPTU devido, etc.) e que podem ter representações gráficas diferentes em mapas de escalas distintas. Os atributos estão armazenados num sistema gerenciador de banco de dados (Figura 38b). Redes Em Geoprocessamento, o conceito de ”rede”denota as informações associadas Serviços de utilidade pública, ( Redes de drenagem), Rodovias. No caso de re- des, cada objeto geográfico (e.g: cabo telefônico, transformador de rede elétrica, cano de água) possui uma localização geográfica exata e está sempre associado a atributos descritivos presentes no banco de dados (Figura 38c). Modelo Numérico do Terreno O termo modelo numérico de terreno (ou MNT) é utilizado para denotar a representação quantitativa de uma grandeza que varia continuamente no espaço. Comumente associados à altimetria, também podem ser utilizados para modelar unidades geológicas, como teor de minerais, ou pro- priedades do solo ou subsolo, como aeromagnetismo (Figura 38d). Imagem Obtidas por satélites, fotografias aéreas ou ”scanners”aerotransportados, as imagens representam formas de captura indireta de informação espacial. Arma- zenadas como matrizes, cada elemento de imagem (denominado ”pixel”) tem um valor proporcional à energia eletromagnética refletida ou emitida pela área da superf́ıcie terrestre correspondente (Figura 38e). 42/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG A B C D E Figura 38: Tipo de dados em geoprocessamento 4.3 Estrutura de armazenamento No Universo de representação do SIG, ou seja, na estrutura de armaze- namento, comumente há dois formatos • Vetorial • Matricial Os tipo Vetorial são compostos por: Pontos - representados por apenas um par de coordenadas Linhas - representadas por seqüências de pares de coordenadas Poĺıgonos - idem as linhas, mas o último par coincide exatamente com o primeiro Desta forma, são armazenadas e representadas no SIG as entidades do mundo real que são representáveis graficamente, no modelo vetorial. Esta forma de representação é também utilizada por softwares CAD e outros (Figura 39). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 43/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Figura 39: Tipos de dados vetoriais O dado no formato Matricial (Raster), tem uma matriz de células, às quais estão associados valores, que permitem reconhecer os objetos sob a forma de imagem digital. Cada uma das células, denominadas pixel, endereçável por de suas coordenadas (linha, coluna), (Figura 40). Figura 40: Dados tipo Raster Fonte: http://www.um.es Os valores dos pixels representam uma medição de alguma grandeza f́ısica, correspondente a um fragmento do mundo real. Exemplo:,em uma imagem obtida por satélite, cada um dos sensores é capaz de captar a intensidade da reflexão 44/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG de radiação, quanto mais alta a reflectância,no caso, ma is alto será o valor do pixel 4.4 Representação computacional de atributos e objetos Os tipos de dados compõem o Universo Real. Tratando-se dos dados utilizados em geoprocessamento deve-se ter a clareza dos conceitos dos objetos (enti- dades) e atributos. Objetos ou entidades são referenciados pela sua localização, como exem- plo cita-se os pontos de amostragens de solo ou vegetação, ruas e avenidas. Os atributos são dados que podem ser atribúıdos aos objetos espaciais: caracteŕısticas do solo ou vegetação, informação da qualidade das estradas, nome das rodovias, altura, data. etc. Atualmente, a manipulação, recuperação, manutenção e análise dos ob- jetos e atributos são realizadas por Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD). Um SGBD é um sistema de banco de dados que funciona independentemente do sistema aplicativo, armazenando os dados em arquivos no disco ŕıgido e carregando- os em memória para sua manipulação (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015). Desta forma, a geração de um banco de dados é independente do software SIG e para uti- lizá-lo em uma determinada análise, deve-se associar o seu conteúdo aos objetos de interesse. O uso de um banco de dados independente assegura três requisitos im- portantes na operação de dados (ibid.). integridade - controle de acesso por vários usuários; eficiência - acesso e modificações de grande volume de dados e persistência - manutenção de dados por longo tempo, independente dos aplicativos que dão acesso ao dado. Usualmente, utiliza-se a técnica de estratégia dual (secção 4.4.1)para or- ganização de banco de dados geográficas. A referida técnica consiste em utilizar um SGBD relacional para armazenar os atributos e suas respectivas relações com os objetos, organizando em tabelas os atributos em colunas e os dados nas linhas. A organização do banco de dados é uma premissa para que o mesmo possa ser utilizado com confiança e que se tenha o mı́nimo de erros em sua uti- lização. Presume-se que uma tabela de dados é organizada quando obtém-se as se- guintes condições (Wickham, 2014) Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/45/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG • Cada variável forma uma coluna; • Cada observação forma uma linha; • Cada tipo de unidade de observação forma uma tabela. Observando as condições supracitadas, uma tabela organizada permite uma manipulação de dados com maior rapidez e segurança em relação às tabelas não organizadas (Figura 41) Trat A Trat B Trat C Talhão A 2600 3100 2100 Talhão B 2400 3000 2500 Talhão A Talhão B TratA 2600 2400 TratB 3100 3000 TratC 2100 2500 Talhão Trat Prod A A 2600 A B 3100 A C 2100 B A 2400 B B 3000 B C 2500 Figura 41: Organização de tabelas de dados 4.4.1 Estratégia dual Secção extráıda na ı́ntegra de (Gilberto Câmara e Monteiro, 2015). Um SIG implementado com a estratégia dual utiliza um SGBD relaci- onal para armazenar os atributos convencionais dos objetos geográficos (na forma de tabelas) e arquivos para guardar as representações geométricas destes objetos. No modelo relacional, os dados são organizados na forma de uma tabela onde as linhas correspondem aos dados e as colunas correspondem aos atributos. A entrada dos atributos não-espaciais é feita por meio de um SGBD relacional e para cada entidade gráfica inserida no sistema é imposto um identificador único ou rótulo, através do qual é feita uma ligação lógica com seus respectivos atributos não-espaciais armazenados em tabelas de dados no SGBD, (Figura 42). 46/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Figura 42: Estratégia dual para bancos de dados geográficos A Figura 42 exemplifica as ligações lógicas criadas entre os rótulos dos talhões de um mapa florestal e seus atributos correspondentes (registros no “campo” TALHÃO) numa tabela de banco de dados. O mesmo tipo de relacionamento lógico pode ser feito em outros casos, como por exemplo: moradores em um lote, lotes em uma quadra, quadras em bairro, bairros em uma cidade; hidrantes de segurança ou telefones públicos ao longo de uma avenida; postos de serviço e restaurantes ao longo de uma rodovia. A principal vantagem desta estratégia é poder utilizar os SGBDs relacio- nais de mercado. No entanto, como as representações geométricas dos objetos espaciais estão fora do controle do SGBD, esta estrutura dificulta o equacionamento das questões de otimização de consultas, gerência de transações e controle de integridade e de con- corrência. Estes problemas só podem ser resolvidos através de implementações sofisti- cadas das camadas superiores da arquitetura genérica, que operem coordenadamente com o SGBD convencional. Exemplos de sistemas comerciais baseados em estratégia dual são o ARC / INFO (MOREHOUSE, 1992) e o SPRING (Câmara et al., 1996). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 47/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG 4.5 QGIS - Prática Nesta prática iremos abordar alguns conceitos sobre SIG, na seguinte ordem: • abrir um arquivo vetorial shp • personalizar cores e fontes • inserir rótulos no mapa • gerar um mapa temático • excluir munićıpios do mapa Para realizar as atividades faça o download do arquivo MT MUNIC POPAREA.zip que está dispońıvel no site da disciplina, e descompate na pasta de trabalho. 4.5.1 Abrir arquivo vetorial Para abrir um arquivo vetorial acesse no menu principal Layer -¿ Add layer Camada -¿ Add Vector Layer. Na janela que abrir marque a fonte (no nosso caso é apenas um arquivo), procure o arquivo com a extensão .shp, e clique em abrir (Figura 43). Fonte Procurar arquivo Abrir Figura 43: Janela para abrir arquivo vetorial Após clicar em open, o mapa com a malha municipal do estado do Mato Grosso de aparecer no display (Figura 44). 48/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Camada display Figura 44: Mapa com a malha municipal do estado do MT 4.5.2 Personalizar cores e fontes A configuração de cores, fontes, bordas, etc, estão na propriedades da layer. Para acessar clique com o botão direito do mouse sobre a layer desejada, e selecione a a aba Style (Figura 45). Figura 45: Configurações do estilo da camada 4.5.3 Inserir rótulos no mapa Uma das opções para facilitar a identificação dos munićıpios no mapa são o rótulos, seja com o próprio nome do munićıpio, ou outro atributo. Para verificar Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 49/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG os atributos dispońıveis neste arquivo, acesse a Tabela de atributos. Basta clicar com o botão direito do mouse sobre a layer desejada e clicar com o botão esquerdo sobre Abrir tabela de atributos para visualizar (Figura 46). Figura 46: Tabela de atributos com dados cadastrais Repare que na Tabela de atributos há sete colunas com diferentes Dados Cadastrais, vamos utilizar o Nome do munićıpio como rótulo no mapa. Clique com o botão direito sobre a layer em questão, acesse propriedades e selecione a aba selecione a aba Label (Figura 47). Aba rótulo Mostrar rótulo Rotular com Formatar fonte Figura 47: Janela para rótulo no mapa Após clicar em OK, o resultado obtido é a malha municipal do estado do Mato Grosso com o nome dos munićıpios (Figura 48). 50/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG Figura 48: Malha municipal do estado do Mato Grosso com o nome dos munićıpios Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 51/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 4 SIG 52/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) 5 Interpolação (curva de ńıvel) De modo simplista, interpolação é um processo para estimar valores de uma função, para um determinado intervalo, com base em pontos conhecidos. Atu- almente, o uso de métodos de interpolação é comum na agricultura, tendo aplicações desde a geração de curva de ńıvel, até a predição de valores para aplicação de fertili- zantes e corretivos. Há diversos métodos de interpolação e os mesmos apresentam diferentes ńıveis de complexidade. Entre os principais cita-se as equações polinomiais, trian- gulação, inverso da potência da distância, mı́nima curvatura e krigagem (Landim e Sturaro, 2002). Para a compreensão do conceito de interpolação, na sequência é apresen- tado a sua aplicação na geração de curva de ńıvel, que é relativamente simples e de uso direto na agricultura. As curvas de ńıvel podem ser definidas como linhas que unem pontos de mesma cota ou altitude, (Figura 49 e 50). Figura 49: Representação de cotas de um terreno por curvas de ńıvel Fonte: http://www.armystudyguide.com/ Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 53/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Figura 50: Representação de cotas de um terreno por curvas de ńıvel Premissas das curvas de ńıvel: (a) As curvas de ńıvel são ”lisas”, ou seja, não apresentam cantos; (b) Duas curvas de ńıvel nunca se cruzam; (c) Duas curvas de ńıvel nunca se encontram e continuam em uma só; (d) Intervalo entre curvas de ńıvel é a diferença de altitude entre duas curvas conse- cutivas; (e) Intervalo entre curvas deve ser constante na mesma representação gráfica. O Intervalo entre as curvas de ńıvel depende de cada trabalho com base em dois fatores: * a escala da planta; * a declividade ou sinuosidade do terreno. 5.1 Determinação de curvas de ńıvel Na prática, torna-se inviável (por questão de tempo) realizar o levanta- mento de todos os pontos de uma determinada área.Para estimar as coordenadas e atributos dos pontos desconhecidos utiliza-se os métodos de interpolação, inicialmente será adotado o método de interpolação linear. Seja dois pares de dados (xo, X1) e (X1, Y1), com Xo 6= X1, de uma 54/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) função y = f(x), tem-se a seguinte aproximação (eq. 10): P1(x) = a0 + a1X (10) em que P1(x) é um polinômio de 1 a ordem. Assumindo que o polinômio passe pelos pares de pontos conhecidos, tem-se (eq. 11) P1(x0) = yo P1(x1) = y1 → ao + a1x0 = y0ao + a1x1 = y1 (11) Portanto, P1(x) = y0 + y1 − y0 x1 − x0 (x− x0) (12) Para interpolar os atributos, como exemplo a cota, assume-se uma relação linear entre os mesmos e aplica-se uma regra de três. Deve-se conhecer as coordenadas e as cotas dos pontos, assim como, a distância entre eles e a equidistância das curvas de ńıvel. Como exemplo vamos assumir três pontos A, B, C, com os respectivos atributos (cotas): 50, 60, e 67 m. Sabendo que distância entre ĀB é 150 m e ĀC é 140 m, determine a que distância de A deve-se traçar a curva de ńıvel com cota de 55 m (Figura 51). A B C 55 m Figura 51: Pontos e curva de ńıvel A distância horizontal total entre ĀB é 150 m, e a distância vertical é 10 m (60 m - 50 m). A pergunta que se faz é: qual a distância horizontal de A em relação à B para se alcançar a cota de 55 m (desńıvel de 5 m)? Entre ĀB: Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 55/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) DH DV 150 −−− (60− 50) x −−− (55− 50) x = 75m (13) Entre ĀC: DH DV 140 −−− (67− 50) x −−− (55− 50) x = 41, 18m (14) 5.2 QGIS - Prática O objetivo desta atividade será gerar isolinhas que representem o relevo de uma poligonal. Dessa forma, diviremos esta atividade em três processos. • coleta e importação dos pontos que represeentam a poligonal; • interpolação • extração das isolinhas Tratando-se de interpolação para curvas de ńıvel, torna-se necessário co- letar dados que delimitem a poligonal, assim como, dados que representem o relevo da mesma. Para o exemplo usaremos 43 pontos, sendo 10 pontos que representam os limites da poligonal (Tabela 10). 56/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Tabela 10: Pontos externos e internos que compõe a poligonal ID NOME X Y Z ID NOME X Y Z 1 B01 2819816 2927347 386 23 I013 2819748 2927347 393 2 B02 2819857 2927398 379 24 I014 2819788 2927378 383 3 B03 2819845 2927410 381 25 I015 2819835 2927372 382 4 B04 2819837 2927415 382 26 I016 2819828 2927379 383 5 B05 2819828 2927420 385 27 I017 2819772 2927399 392 6 B06 2819789 2927429 389 28 I018 2819845 2927410 381 7 B07 2819746 2927378 393 29 I019 2819772 2927337 384 8 B08 2819703 2927327 398 30 I020 2819753 2927312 385 9 B09 2819737 2927310 395 31 I021 2819789 2927354 386 10 B10 2819781 2927301 390 32 I022 2819818 2927406 387 11 I001 2819791 2927407 389 33 I023 2819784 2927332 385 12 I002 2819737 2927356 394 34 I024 2819782 2927310 390 13 I003 2819717 2927334 396 35 I025 2819749 2927373 393 14 I004 2819800 2927398 388 36 I026 2819811 2927391 386 15 I005 2819830 2927400 383 37 I027 2819807 2927417 387 16 I006 2819843 2927391 381 38 I028 2819780 2927388 389 17 I007 2819796 2927329 388 39 I029 2819800 2927347 387 18 I008 2819746 2927332 393 40 I030 2819731 2927329 394 19 I009 2819768 2927356 391 41 I031 2819799 2927372 387 20 I010 2819766 2927372 392 42 I032 2819804 2927358 386 21 I011 2819772 2927321 389 43 I033 2819756 2927322 385 22 I012 2819820 2927363 385 Bn = pontos da borda, In = pontos internos, Datum SIRGAS 2000 UTM21S Devido à autalização da versão do QGIS optou-se por deixar na apostila tutorial para cada versão (5.2.1 e 5.2.2). 5.2.1 Interpolação e isolinhas- QGIS versão 2.18 O primeiro passo é criar a poligonal. Para isto crie o seu próprio arquivo .csv com os dados da Tabela 10 ou use o arquivo interp boundary.csv dispońıvel no site. Dessa forma, já é posśıvel visualizar a poligonal (Figura 52). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 57/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Figura 52: Poligonal com propriedades personalizadas Para personalizar uma determinada layer, clique com o botão direito sobre a layer desejada e na sequência clique sobre Propriedades. Uma janela será aberta, nela é posśıvel definir tamanho de fontes, espessura de linhas, cores, preenchimentos, entre outros (Figura 53). Selecionar estilo Cor do preenchimento e da borda Características da layer Figura 53: Janela para personalização de propriedades de layer Com a poligonal definida, a próxima etapa é gerar a layer com todos os pontos da poligonal. Para isso, cria-se um arquivo (.csv) com os pontos que definem os limites da poligonal e seus pontos internos, ou seja, com todos os pontos (Tabela 58/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) 10). Também é posśıvel utilizar o arquivo interp all.csv dispońıvel no site. Com os dados dispońıveis em um arquivo .csv, gera-se uma layer com todos o pontos que compõe a poligonal. Salienta-se de usar o mesmo DATUM de referência, no nosso caso SIRGAS 2000 - UTM - Fuso 21 S. Com as layers geradas é posśıvel observar a poligonal e seus respectivos pontos (Figura 54). Poligonal Pontos Figura 54: Poligonal e seus respectivos pontos O próximo processo é realizar a interpolação. Inicialmente verifique se o plugin ‘Interpolation plugin‘ está instalado. Caso não esteja instale. Acessar o menu Raster - Interpolation e selecione o arquivo shape que representa todos os pontos pertencentes à poligonal, (Figura 55). Arquivo de saída Atributo interpolado Método de interpolação “Malha” Figura 55: Configuração para interpolação do atributo Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 59/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) obs.: SALVE O RASTER NO FORMATO .TIFF Uma vez executado o comando, será gerado um raster com os pontos interpolados (Figura 56). Figura 56: Configuração da propriedades do raster Posteriormente é posśıvel trocar a paleta para falsa cor e criar uma clas- sifição. As personalizações de cores e preenchimentos são realizadas nas propriedades da layer (Figura 57). Figura 57: Configuração da propriedades do raster 60/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Após os ajustes desejados, o produto obtido é a poligonal com a layer do atributo (altitude) interpolado e sua respectiva classifição por cores (Figura 58) Figura 58: Poligonal com o atributo Altitude interpolado e classificado Para extrair as isolinhas, clicar em no menu Raster - Extração - Contorno. Definir o arquivo de entrada, o nome do arquivo de sáıda, intervalo entre as curvas e o nome do atributo, (Figura 59). Figura 59: Janela de configuração da extração de isolinhas Após a extração das isolinhas e alguns ajustes na configuração da layer de isolinhas, é posśıvel visualizar as próprias isolinhas e o valor das altitudes interpoladas Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 61/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) (Figura 60) Figura 60: Isolinhas com intervalos de 2,0 m 5.2.2 Interpolação e isolinhas - QGIS versão 3.4 Para importar os pontos e criar a poligonal os procedimentossão pra- ticamente os mesmos. Assumindo que já esta parte está pronta, vamos realizar a interpolação e as isolinhas. Desta vez o método de interpolação utilizado é o inverso da distância ao quadrado. Na caixa de ferramentas (Processing Tools) encontre a opção interpola- tion e selecione a opção idw interpolation e clique duas vezes sobre (Figura 61). Figura 61: Função idw interpolation 62/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Preencha os campos conforme é solicitado (Figura 62). Figura 62: Campos para função idw interpolation Após a interpolação a área interpolada poderá ser visualizada (Figura 63). Figura 63: Área interpolada pelo método idw Para classificar e alterar a paleta de cores, acesse as propriedades da Layer e alter os campos da guia Simbology (Figura 64). Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 63/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Figura 64: Classificação e paleta de cores Dependendo da paleta de cores escolhida, o resultado obtido será similar ao da Figura a seguir (Figura 65). Figura 65: Área interpolada pelo método idw com classificação e paleta de cores O próximo passo é a extração das isolinhas. Clicar no menu Raster Extraction Contour. Definir o arquivo de entrada, o nome do arquivo de sáıda, intervalo entre curvas e o nome do atributo (Figura 66). 64/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) Figura 66: Extração das isolinhas Como resultado, obtém-se a área com as isolinhas (Figura 67). Figura 67: Poligonal após interpolação e extração de curvas de ńıvel Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 65/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 5 INTERPOLAÇÃO (CURVA DE NÍVEL) 66/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 6 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 6 Manipulação e análise de dados Existe uma gama de funções de manipulação e análise de dados, cita-se como exemplo algumas que já foram abordadas nas secções anteriores: • Transformações de Formato • Transformações entre Projeções • Operações geométricas • Edição de atributos • Sobreposição de layers • Interpolação • Cálculo de peŕımetro e área Neste material não entraremos no mérito de classificação das funções. Contudo, para uma compreensão macro das funções de manipulação e análise dos dados sugere-se a leitura do trabalho individual Introdução a sig - sistemas de informações geográfica, secção 4.1 (dispońıvel em http://www.dpi.ufv.br/∼jugurta/papers/ti.pdf. Em termos de complexidade, a análise espacial dos dados pode ser dividida em três ńıveis: simples, intermediário, e complexo. 6.1 Nı́vel simples Trata-se de operações que não exigem muitas funções para sua realização. Um exemplo seria a identificação dos munićıpios com instalações f́ısicas de uma revenda de insumos (Figura 68). ALVORADA DO SUL ARAPONGAS ASTORGA IMBITUVA IPIRANGA LONDRINA PALMEIRA PALMITAL PITANGUEIRAS PONTA GROSSA PRADO FERREIRA PRIMEIRO DE MAIO SANTA MARIANA SERTANEJA TAMARANA TEIXEIRA SOARES TIBAGI −26 −25 −24 −23 −52.5 −50.0 x y NO YES Figura 68: Munićıpios com instalações f́ısicas de uma revenda de insumos Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 67/99 http://www.dpi.ufv.br/~jugurta/papers/ti.pdf http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 6 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 6.2 Nı́vel intermediário Envolve execução de cálculos estat́ısticos da relação entre conjuntos de dados (correlação, análise descritiva), ou cálculo de distâncias entre entidades para determinar o rotas otimizadas. Como exemplo, como estratégia para abrir uma nova loja, deseja-se saber a distância média entres as lojas atuais (Tabelas 11 e 12 ). Outro exemplo seria a distância entre bebedouros para bovinos em uma propriedade agŕıcola. 68/99 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 6 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS T ab el a 11 : D is tâ n ci a en tr e m u n ić ıp io s co m lo ja f́ı si ca (k m ) A S T O R G A P A L M IT A L P IT A N G U E IR A S A L V O R A D A D O S U L IM B IT U V A IP IR A N G A L O N D R IN A P A L M E IR A A S T O R G A 0 .0 1 8 9 .9 1 3 .8 6 6 .8 2 4 4 .2 2 2 4 .2 6 7 .0 2 9 5 .5 P A L M IT A L 1 8 9 .9 0 .0 1 9 8 .4 2 5 1 .9 1 6 7 .0 1 7 0 .1 1 9 1 .7 2 3 1 .2 P IT A N G U E IR A S 1 3 .8 1 9 8 .4 0 .0 5 5 .0 2 4 3 .0 2 2 2 .0 5 8 .2 2 9 2 .3 A L V O R A D A D O S U L 6 6 .8 2 5 1 .9 5 5 .0 0 .0 2 7 5 .7 2 5 1 .8 7 9 .7 3 1 7 .2 IM B IT U V A 2 4 4 .2 1 6 7 .0 2 4 3 .0 2 7 5 .7 0 .0 2 7 .4 1 9 6 .1 6 4 .8 IP IR A N G A 2 2 4 .2 1 7 0 .1 2 2 2 .0 2 5 1 .8 2 7 .4 0 .0 1 7 2 .5 7 3 .4 L O N D R IN A 6 7 .0 1 9 1 .7 5 8 .2 7 9 .7 1 9 6 .1 1 7 2 .5 0 .0 2 3 9 .7 P A L M E IR A 2 9 5 .5 2 3 1 .2 2 9 2 .3 3 1 7 .2 6 4 .8 7 3 .4 2 3 9 .7 0 .0 P O N T A G R O S S A 2 6 7 .0 2 2 2 .4 2 6 2 .9 2 8 5 .5 5 8 .7 5 3 .6 2 0 8 .9 3 3 .8 P R IM E IR O D E M A IO 7 7 .3 2 5 4 .9 6 4 .0 1 9 .4 2 6 6 .6 2 4 1 .9 7 2 .7 3 0 5 .2 S A N T A M A R I- A N A 1 2 0 .7 2 6 7 .7 1 0 7 .1 7 8 .5 2 4 1 .3 2 1 4 .7 7 7 .2 2 6 9 .6 S E R T A N E J A 9 1 .5 2 5 8 .3 7 7 .7 4 1 .3 2 5 6 .1 2 3 0 .6 6 8 .9 2 9 1 .3 T A M A R A N A 9 1 .8 1 7 0 .0 8 6 .5 1 1 4 .5 1 6 1 .3 1 3 8 .2 3 4 .8 2 0 6 .5 T E IX E IR A S O A - R E S 2 6 4 .4 1 9 3 .5 2 6 2 .3 2 9 1 .6 2 6 .7 4 0 .3 2 1 2 .5 3 8 .1 T IB A G I 2 0 0 .4 1 8 3 .3 1 9 6 .3 2 2 0 .5 6 6 .2 3 8 .9 1 4 2 .8 9 6 .9 A R A P O N G A S 3 4 .9 1 8 1 .0 2 9 .7 7 2 .4 2 1 3 .6 1 9 2 .4 3 3 .5 2 6 2 .6 P R A D O F E R - R E IR A 3 9 .5 2 2 4 .0 2 7 .0 2 8 .2 2 5 6 .4 2 3 3 .7 6 2 .0 3 0 1 .6 Geoprocessamento com o uso do software QGIS http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 69/99 http://pesquisa.unemat.br/geoclimamt/ 6 MANIPULAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS T ab el a 12 : D is tâ n ci a en tr e m u n ić ıp io s co m lo ja f́ı si ca (k m ), co n ti n u aç ão A S T O R G A P A L M E IR A P O N T A G R O S S A P R IM E IR O D E M A IO S A N T A M A - R IA N A S E R T A N E J A T A M A R A N A T E IX E IR A S O A R E S T IB A G I A R A P O N G A S P R A D O F E R R E IR A A S T O R G A 0 .0 2 9 5 .5 2 6 7 .0 7 7 .3 1 2 0 .7 9 1 .5 9 1 .8 2 6 4 .4 2 0 0 .4 3 4 .9 3 9 .5 P A L M IT A L 1 8 9 .9 2 3 1 .2 2 2 2 .4 2 5 4 .9 2 6 7 .7 2 5 8 .3 1 7 0 .0 1 9 3 .5 1 8 3 .3 1 8 1 .0 2 2 4 .0 P IT A N G U E IR A S1 3 .8 2 9 2 .3 2 6 2 .9 6 4 .0 1 0 7 .1 7 7 .7 8 6 .5 2 6 2 .3 1 9 6 .3 2 9 .7 2 7 .0 A L V O R A D A D O S U L 6 6 .8 3 1 7 .2 2 8 5 .5 1 9 .4 7 8 .5 4 1 .3 1 1 4 .5 2 9 1 .6 2 2 0 .5 7 2 .4 2 8 .2 IM B IT U V A 2 4 4 .2 6 4 .8 5 8 .7 2 6 6 .6 2 4 1 .3 2 5 6 .1 1 6 1 .3 2 6 .7 6 6 .2 2 1 3 .6 2 5 6 .4 IP IR A N G A 2 2 4 .2 7 3 .4 5 3 .6 2 4 1 .9 2 1 4 .7 2 3 0 .6 1 3 8 .2 4 0 .3 3 8 .9 1 9 2 .4 2 3 3 .7 L O N D R IN A 6 7 .0 2 3 9 .7 2 0 8 .9 7 2 .7 7 7 .2 6 8 .9 3 4 .8 2 1 2 .5 1 4 2 .8 3 3 .5 6 2 .0 P A L M E IR A 2 9 5 .5 0 .0 3 3 .8 3 0 5 .2 2 6 9 .6 2 9 1 .3 2 0 6 .5 3 8 .1 9 6 .9 2 6 2 .6 3 0 1 .6 P O N T A G R O S S A 2 6 7 .0 3 3 .8 0 .0 2 7 2 .9 2 3 6 .1 2 5 8 .4 1 7 6 .6 3 8 .3 6 6 .6 2 3 3 .4 2 7 0 .9 P R IM E IR O D E M A IO 7 7 .3 3 0 5 .2 2 7 2 .9 0 .0 5 9 .1 2 1 .9 1 0 6 .9 2 8 1 .1 2 0
Compartilhar