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A morte é um negócio

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CULTOS E RELIGIÕES
A MORTE É UM NEGÓCIO: AS OFERTAS DAS ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS FRENTE À MORTE E O MORRER NO SETECENTOS MINEIRO.
Leonardo Augusto dos Santos – Graduado em História – Faculdade Estácio de Sá Belo Horizonte – leonardo.augusto83@yahoo.com.br
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo analisar as formas como as associações religiosas, ou seja, as irmandades tratavam a morte e o morrer no setecentos mineiro, bem como as preocupações do homem colonial frente a garantia da salvação da alma e de um sepultamento digno. A partir da análise dos livros de compromissos das irmandades, pode-se observar as ofertas dessas associações à população no que diz respeito aos ritos fúnebres. Partindo da ideia de arregimentar o maior número de irmãos em seu seio, as irmandades ofereceram à população mineira a garantia de cortejo fúnebre, de sufrágios e do sepultamento, tendo em troca a filiação da sociedade e o pagamento dos anuais e esmolas.
Palavras- Chaves: Morte. Sepultamento. Irmandade.
Abstract: This paper aims to examine the ways in which religious associations, ie sororities dealt death and dying in seven hundred mining as well as the concerns of man against colonial assurance of salvation of the soul and a proper burial. From the analysis of the books of the brotherhoods commitments, one can observe the offerings of these associations to the population with regard to funeral rites. Based on the idea of enlisting the largest number of siblings in their midst, the sororities offered to guarantee the mining population funeral procession, and burial of the votes, and in return the membership of the society and pay the annual alms.
Key Words: Death. Burial. Brotherhood.
Introdução
A morte, entendida como um processo natural de finitude das atividades do homem na terra se contrapõe ao imaginário do homem colonial que sustenta a ideia de continuidade de vida após a morte. 
Imersos em um sistema colonizador, o homem colonial se encontrava frente a situações onde pairava as disputas, a ganância e a busca pelo poder ,e carentes de ajuda por parte do Estado Absolutista Português, estas pessoas começaram a buscar apoio nas irmandades, instituições formadas por leigos, que ofereciam apoio e ajuda àqueles que nelas filiassem.
Diversas foram as maneiras pelas quais as civilizações, no decurso do tempo, têm se relacionado com a morte e o morrer e, certamente, vários fatores entre eles as questões sociais, religiosas e políticas, influenciaram o modo de como as sociedades encaravam a morte e o morrer, segundo Muniz (2006) 
[...] O imaginário dessas sociedades religiosas atribuiu significados religiosos pertinentes à mitologia Bíblica, principalmente no Gênesis ligando Adão e Eva no paraíso à símbolos (orantes, cruzes, flores e outros) e lugares. Nesses lugares, passaram-se a se desenvolver ritos que têm por finalidade encaminhar a alma do falecido para o paraíso [...]
Imbuídos nessa dimensão de salvação, o homem passa a importa-se mais com sua reputação Post mortem, do que em vida, e essa preocupação levava a sociedade a buscar meios para atingirem a salvação e a não punição do purgatório e do inferno. A crença do ser humano contida no catolicismo esta intimamente ligada as práticas religiosas executadas no século XVIII na colônia mineira. A morte no referido século é vista como um momento de ruptura, onde a vida terrena é extinta e passa-se a viver em uma outra dimensão, céu e inferno.
As irmandades mineiras foram uma das principais, senão a principal forma de se garantir a salvação da alma do defunto através dos sufrágios, cortejo fúnebre e o sepultamento, indiferente de sua condição social todos gozavam dessas ofertas, porém, havia uma diferença quantitativa de missas em relação da condição social ocupada pelo defunto,
[...] Algumas irmandades, como a do Carmo de Mariana, garantiam de sufrágio quarenta missas. As mais pobres, como as confrarias ou ordens de homens pardos, vinte missas [...] ( Salles, p.120. 1997)
O homem colonial estava envolto ao imaginário da vida após a morte que todos ou quase todos almejavam ser sepultados dentro das igrejas, isto porque para muitos, a igreja é um lugar santo e ideal para o despertar da alma, como afirma Almeida, 
b“[...] A igreja, morada de Deus, era solo sagrado e privilegiado para os enterramentos. Tornou-se espaço, simbolicamente estruturado e hierarquizado; a proximidade com os santos, o altar e capela-mor funcionavam como garantia de proteção na pós-morte [...] ( P.90.2007)
As práticas fúnebres existentes no setecentos mineiro era algo social, a morte do enfermo era preparada através dos sacramentos da comunhão e extrema-unção, estes eram considerados sacramentos, purificadores, pois segundo Lacet (p.23,2003), [...] preparava a entrada do cristão no além e, ao mesmo tempo, podia exercer um efeito de restaurar a saúde debilitada dos doentes[...].
Os livros de compromissos das irmandades mineiras deixam bem claro essa preocupação dos vivos como a hora da morte, e o morrer. É comum encontrar nesses documentos, ofertas de rituais fúnebres como se fosse um negócio. Talvez seja esse o fato das irmandades arregimentarem em seu seio centenas de irmãos, todos interessados em garantir o sepultamento e os sufrágios para a alma.
A MORTE É UM NEGÓCIO, AS OFERTAS DAS IRMANDADES NOS LIVROS DE COMPROMISSOS.
A preocupação com a morte e o morrer no século XVIII, era algo que assombrava a vida do homem colonial. Portanto, essa preocupação fez do homem refém da morte, mais precisamente de como iria ser sepultado. 
O século XVIII fora marcado por grandes manifestações religiosas, vários eram os cultos exteriorizados para disseminar a fé católica entre a população, sendo assim os rituais fúnebres geralmente arcado pelas irmandades, eram grandiosas em ritos e em celebração, como afirma REIS
 “[...]A pompa podia faltar durante a vida, mas era essencial no último momento da existência. A cerimônia do morto contava com certas convenções que deviam ser expressas solenemente. Eram as irmandades as detentoras dos aparatos e do saber necessário a uma cerimônia devidamente pomposa. Elas zelavam para que, na morte de um associado, os irmãos saíssem “ em pompa”, ou “em corpo de comunidade” e, ainda com muita compostura[...]” ( 1995. P.171)
No setecentos mineiro, a morte era algo perturbador, assombrava a vida das pessoas. A preocupação com o bem morrer, despertou o interesse da população em procurar meios para garantirem seu sepultamento, extrema unção e o cortejo fúnebre. 
Então, é nesse contexto da preocupação com a boa morte e a salvação da alma, é que as pessoas buscam afiliar-se as irmandades mineiras. Essas associações formadas por leigos garantiam a seus irmãos
“[...] além dos sufrágios, com os quais se evitava que a família do morto arcasse com essa despesa, assegurava-se, ainda, uma sepultura de luxo, garantida também pela corporação. Essas concessões eram, portanto, de evidente e considerável valia e, mesmo, um alto privilégio dos irmãos, constituindo motivo de sedução, para que todas as pessoas procurassem ingressar na corporação correspondente ao seu escalão social[...]” (Salles, p.122. 2007)
A garantia de um sepultamento digno, talvez fosse o maior interesse da população. Para muitos, afiliar-se a uma irmandade era a garantia para se ter uma boa morte, isso porque, “[...] quando falecer será obrigado a irmandade mandar dizer 10 missas pela sua alma, lhe dará sepultura a seu corpo nas covas das irmandades quando capazes de se entrar nelas [...]”. O que observamos, é que a quantidade de missas varia de irmandade para irmandade como podemos ver no capítulo 11º do livro de compromisso da irmandade da matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Vila Nova da Rainha do Caethé datado de 1738,
“[...] o irmão que falecer lhe mandará dizer a irmandade 12 missas pela alma os quais mandarão o tesoureiro com brevidade dizer e cobrará recibo do sacerdote que as disser [...]”
As irmandades foram um importante meio de sustentação da fé católica nas minas setecentistas, principalmentena sustentação dos cultos religiosos. Fazer parte de uma irmandade nos Setecentos mineiro era como se assegurar ou se prevenir nas necessidades, que por ventura pudessem aparecer. Afinal, em meio a uma sociedade sedenta de enriquecimento e isenta de apoio por parte do colonizador, no caso os portugueses, se fazia necessário contar com o apoio desses sodalícios.
As irmandades, com a preocupação de arregimentar um número expressivo de irmãos, a estes ofereciam a garantia do sepultamento digno, a pomba no cortejo fúnebre e a certeza de que sua alma gozaria dos sufrágios. A oferta a esses benefícios faziam com que a população mineira se interessassem em procurar uma irmandade para se tornar irmão, então, era uma forma de negócio, as irmandades estipulavam um valor a ser pago pelo o irmão e ela o assistia em suas necessidades.
Essa preocupação do homem com o morrer, era comum no século XVIII, as pessoas que se encontravam enfermas e não eram filiadas a alguma irmandade, estava fadada a carecer de sufrágios e sacramentos.
 O interesse em ser beneficiado pós- morte pelas missas, terços e oitavas era intenso e levava esses enfermos a procurar filiar-se a uma irmandade, e esses sodalícios por sua vez, utilizava de seu prestígio para poder angariar fundos para o caixa da irmandade. 
“[...]Se alguma pessoa estando enferma quiser ser irmão desta santa irmandade para gozar dos frutos dela, dando de esmola 20 oitavas de ouro se aceitar, gozará dos sufrágios e acompanhamento dos irmãos. 20 esmolas ou o que o seu testamento ajustar com a irmandade, os irmãos o irá acompanhar[...]” pag 8 TRANSCRIÇÃO CAP XII
Era comum, os irmãos deixarem em testamento bens para as irmandades, estas instituições eram a força propulsora da fé na capitania de minas, Salles afirma que o poder ou autoridade de uma agremiação religiosa nada tem a ver, em princípio, com seu sentido social. Isto é, o que levava uma irmandade a ser promovida “[...] era tão somente o seu poder econômico e social, expresso no número de irmãos arregimentados [...]” (2007, p.52). 
Apesar do interesse da população em usufruir dos benefícios concedidos aos irmãos professos das irmandades, o poder dessas associações estava diretamente ligado ao número de irmãos arregimentados em seu corpo, e das pessoas que a compunham e, não no seu papel social. Por isso, a oferta de benefícios era grande, pois as irmandades procuravam ter o maior número de irmão possível.
A família do defunto encontrava na celebração das missas a garantia do conforto na hora da angústia e da perda, e “[...] já que o havia perdido, desejava assegurar-lhe o máximo de felicidade na outra vida [...]” (SALLES, 2007.p 120). 
Como pode- se observar, a preocupação dos homens do século XVIII era com a felicidade pós-morte e não com a conduta na terra enquanto vivo. O caráter solidário em relação a morte esta justamente na obrigação dos irmãos em rezar missas e acompanhar o defunto até o sepultamento, “[...] mandar celebrar missa, melhor ainda, frequentá-la, traz grandes frutos para os vivos e para os mortos [...]”( CAMPOS, 1996, p. 67).
As obrigações dos irmãos vivos para com os mortos não se resume apenas à participação do sufrágio da missa, de acordo com o capítulo XII do compromisso da irmandade de Santo Antônio, 
[...] quando Deus for servir de levar para si algum irmão ou irmã toda a irmandade se juntará para o enterrarem, saindo com seu guião e cruz da dita Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso em forma de irmandade e os irmãos com suas opas brancas e com velas e tochas acesas nas mãos, e da mesma forma retornarão depois do enterro para dita Igreja e cada irmão rezará para o outro que falecer 1 rosário por sua alma, no mesmo dia que o tal irmão falecer e não podendo fazer por alguma grande ocupação ou impedimento o rezará sem falta no outro dia [...] 
A partir desse trecho podemos observar como deveria ser pomposo o ritual fúnebre, e a verdadeira preocupação da irmandade em satisfazer o desejo do defunto de ser bem enterrado e as irmandades “[...] renitente a preocupação com a morte, mantêm-se os gestos piedosos em relação ao ato de se dar sepultura digna ao falecido, bem como os pedidos e orações dedicados aos mortos [...]” (ALMEIDA, 2007, p.90).
Outro aspecto da maior relevância concernente ao assistencialismo social encontrado no compromisso da irmandade de Santo Antônio era a assistência praticada caso algum irmão adoecesse. Essa questão é retratada no capítulo XIII do compromisso da referida irmandade:
[...] Sendo o caso de algum irmão ou irmã desta santa irmandade de adoecer será obrigado o procurador a visita-lo e depois dar a saber ao juiz e escrivão para que também o visite e se for em grande pobreza na sua doença se lhe dará uma boa esmola para se socorrer sua necessidade e se acaso falecer não tendo nada de seu, sempre a irmandade o enterrará [...] .
O auxílio garantido pela irmandade se estende também as mulheres viúvas e aos filhos legítimos, vejamos:
[...] Será esta santa irmandade obrigada a enterrar as mulheres dos irmãos que forem casados e filhos que sejam ainda naturais dos ditos irmãos enquanto não forem emancipados, as ditas mulheres e filhos não gozarão das missas e se o irmão falecer e sua mulher não casar e for sempre continuando com as mesadas ficarão sendo irmão e gozará das missas, e se acaso cair em pobreza sendo viúva será a irmandade obrigada a enterrá-la e fazer-lhe todos os sufrágios como irmã que é [...]
A preocupação com a morte vai além das atitudes praticadas em vida, o século XVIII fora marcado pelo acúmulo de bens e de interesses mútuos, sociedade, igreja e leigos, formavam um triangulo de ofertas. O mais importante era a salvação da alma, independente da vida em que o defunto levou. 
Ser enterrado nas camparas das igrejas era o interesse de todos, e as irmandades ofereciam esse privilégio a seus membros, porém, verifica-se que a autorização para sepultamento dentro das igrejas ou em seu adro, era necessária a autorização do bispo em conceder as covas, como podemos verificar no capítulo 13º do livro de compromisso da irmandade da matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Vila Nova da Rainha do Caethé, 
“[...] pedimos a S.M mª que nos conceda 1 cova para os irmão defuntos sendo 4 da grade para dentro e nos conceda a fabrica da dita igreja para os que serão obrigados [...]”
“[...] pedimos ao reverendíssimo senhor bispo pelo amor de Deus atendendo a este nosso grande zelo e segmento dessa irmandade e para que se faça de todos, mais desejados, nos mande conceder 5 ou 6 covas das que tem a fábrica da igreja matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso para enterrar nossos irmãos que vierem a falecer [...]” Cap VIII SANTO ANOTONIO
Nota-se certo desespero nas irmandades para conseguirem o maior número de covas possíveis, afinal, enterrar bem seus membros era sua maior preocupação, e essas ofertas seduziam o homem colonial, que buscavam a morada eterna no paraíso, longe dos tormentos que acreditavam estar presente no inferno e no purgatório, este último era visto como um lugar de passagem, onde a alma iria expiar suas culpas, e para mais rápido poder se livrar das expiações, a alma do defunto contava com as celebrações de missas, terços e novenas em sua intenção, essas pessoas, acreditavam que ter um lugar privilegiado para ser sepultado era uma forma de salvação.
Considerações finais
A morte, sempre esteve e sempre estará presente no seio da sociedade e, o que mudou é justamente a forma de como as pessoas a encaram. Diversas foram as formas que a sociedade cultuava seus mortos e lidavam com o morrer. O século XVIII foi o século onde o homem colonial se sentia refém do pós-morte. Almejar a salvação da alma, era o interesse de todo cidadão.
O podemos observar no setecentos mineiro, através da análise dos livros de compromissos das irmandades, é justamente essa preocupação com o bem morrer, onde todo esforço individual era canalizado para ser bem sepultado e para garantir os sufrágios necessários para a salvação do alma. 
As irmandades foram o ponto de apoioda sociedade mineira, frente as questões fúnebres, foram elas as responsáveis durante o século XVIII pelas ofertas de: missas, terços, esquife, sepultamento e cortejos fúnebres, porém, só gozariam dessas ofertas, àqueles que fossem filiados a alguma irmandade. 
O caráter de negócio está justamente nessa troca de favores, onde as irmandades ofereciam o que a sociedade buscava e em troca, arregimentavam o maior número de contingente e arrecadava mais fundos para manter a irmandade e custear a edificação de templos religiosos e garantir a pompa fúnebre para todos os irmãos defuntos. Sabendo de fim próximo, várias pessoas recorriam as irmandades. 
A morte, compreendida como o fim da existência terrena, e início de vida em outra dimensão, é tratada com respeito e seriedade no imaginário do homem colonial, á prática de se rezar missa e oferecer orações para as almas, é a comprovação do que Ariés chama de a morte do outro, ressaltando essa preocupação com a salvação da alma do outro. 
Portanto, percebe-se que durante o setecentos mineiro, a solidariedade, a fé e a preocupação com a salvação da alma dominaram o cotidiano do homem colonial, e atados a essa dominação recorriam as irmandades em busca de amparo, uma vez que essas associações dispunham de artifícios que seduziam a sociedade, principalmente no que diz respeito a morte e ao morrer. 
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