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FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PÓS-GRADUAÇÃO 
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA – 1000 HORAS
 LUCIANI FELDMANN RAMBO 	
 INCLUSÃO: UM NOVO PARADIGMA
 
NOVA CANDELÁRIA 
2020 
INCLUSÃO: UM NOVO PARADIGMA
Luciani Feldmann Rambo¹
Declaro que sou autor (a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
	
RESUMO: A inclusão de pessoas com deficiência em nossa sociedade nos aponta um novo caminho, em relação a construção de oportunidades, onde esses indivíduos tenham condições de aprendizagem e contribuições positivas no desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades. Nesse contexto, o objetivo do presente artigo é discutir o tema inclusão, desde a história até o presente, os avanços, as dificuldades e os novos desafios e transformações onde a sociedade se adapta para atender às necessidades das pessoas com deficiência, e assim, se torna mais atenta as necessidades de todos. A pesquisa desenvolvida é a revisão do estudo no curso Educação Especial e Inclusiva e também pesquisas com outras referências bibliográficas na área trabalhada. A inclusão é para todos porque somos diferentes.
PALAVRAS -CHAVE: Inclusão. Sociedade. Deficiência.
__________________________
¹lucianifeldmann@yahoo.com.br
1 INTRODUÇÃO
Este artigo objetiva mostrar a importância de debatermos o tema “ inclusão”. A inclusão social são ações que tem como objetivo promover a participação social e combater a desigualdade, exclusão ou restrição que impedem o exercício de direitos, em igualdade de condições a todos.
A filosofia da inclusão, por sua vez, precisa ser interpretada, divulgada e planejada corretamente, afim de produzir resultados adequados. Neste sentido, campanha de esclarecimento sobre a educação inclusiva, levada a efeito pelos setores público e privados junto á sociedade, muito contribuirá para torná-la realidade. (SCHWARTZMAN, 1999, p.262).
Considera-se uma sociedade inclusiva aquela que possui o compromisso com as minorias e não apenas com as pessoas com deficiência. Tem compromisso com elas e com sua diversidade e se auto- exige transformações intrínsecas. Pois, a inclusão não se concretiza somente com a matrícula de um aluno com deficiência em uma sala de aula com outras crianças sem deficiência, mas sim, com condições e metodologias de aprendizagem adaptadas a esse aluno juntamente com o restante da turma.
Assim, com a proposta de Educação Inclusiva a escola precisa repensar sua estrutura enquanto instituição de ensino e isso traz mudanças e uma nova organização do sistema educacional, para receber na rede regular um público que antes estava restrito as escolas de educação especial.
Durante muitos séculos, as pessoas com deficiência eram consideradas ‘inválidas’ e socialmente inúteis, normalmente eram escondidas da sociedade e atendidas em hospitais. Os primeiros movimentos pelo atendimento aos deficientes aconteceram na Europa, e mais tarde expandiram-se para os Estados Unidos, o Canadá e depois para outros países, inclusive o Brasil. A assistência e a qualidade do tratamento dado não só para pessoas com deficiência como para população em geral tiveram um substancial avanço ao longo do século XX. No caso das pessoas com deficiência, o contato direto com elevados contingentes de indivíduos com sequelas de guerra exigiu muitas e variadas medidas. A atenção às crianças com deficiência também aumentou, com o desenvolvimento de especialidades e programas de reabilitação específicos.
Os movimentos de atendimento aos deficientes progrediram gradativamente, os avanços seguiram em frente amparados por leis, portarias, resoluções e diretrizes, afim de garantir os direitos das pessoas com deficiência. Claro que de forma lenta, uma trajetória irregular, heterogênea entre países e com muitas dificuldades a serem superadas.
 É verdade que, até nos dias de hoje, existem exemplos de discriminação e/ou maus-tratos, mas o amadurecimento das civilizações e o avanço dos temas ligados à cidadania e aos direitos humanos provocaram, sem dúvida, um novo olhar em relação às pessoas com deficiência.
2 DESENVOLVIMENTO
A história dos deficientes se descreve em fases de desenvolvimento na sua trajetória. A primeira fase corresponde a era pré-cristã, onde se destacou a negligência, ou seja, os deficientes eram colocados a margem e não recebiam qualquer tipo de atendimento. Diante do fato de não se saber lidar com os corpos diferentes, a escolha foi a eliminação desses. Os deficientes físicos e mentais eram frequentemente vistos como possuídos pelo demônio e eram queimados como as bruxas. A população ignorante encarava o nascimento de pessoas com deficiência como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que sobreviviam eram separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizadas, a literatura da época coloca os anões e os corcundas como focos de diversão dos mais ricos.
O segundo estágio começa na Alemanha e se expande para a França e pela Europa, surgem as instituições que servem de “depósito” de pessoas consideradas deficientes. Essa passou a ser uma prática comum na sociedade feudal a segregação das pessoas com deficiências em hospitais ou asilos. Nos primeiros séculos da idade média, estas instituições eram mantidas basicamente pela Igreja. Apesar da existência dos hospitais e asilos, eles não eram em número suficiente para atender a todos, por isso muitos ficavam perambulando pelas ruas ou eram aceitos por algumas famílias por motivos supersticiosos ou ainda serviam como bobos da corte. No Brasil essa prática ocorre no século XVIII e Permanece até meados do século XIX. 
Na terceira fase, o enfraquecimento da mentalidade feudal e o com consequente declínio do poderio religioso, a sociedade passou a adotar uma nova postura em relação às pessoas com deficiência, buscando sua integração. A concepção sobre o tratamento a ser dado às pessoas com deficiência sofreu, na fase da integração social, uma profunda alteração. Assim, compreende-se que o portador faz parte da sociedade, por isso deve ser a ela integrada. Ressalta-se, então, a melhoria de sua condição social, assegurando-lhe educação, saúde e trabalho.
No entanto, mesmo a fase de integração representar um grande avanço sociológico em relação às fases da exclusão e do assistencialismo, ainda não se encontra aí o modelo ideal para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. A sociedade ainda não se mostra preparada para aceitar e respeitar, em sua plenitude, a pessoa com deficiências.
 A evolução a essa última fase histórica decorreu, em grande parte, dos resultados negativos oriundos das Grandes Guerras Mundiais. Foram muitos os combatentes que retornaram aos seus países debilitados, não só emocionalmente, como, principalmente, na forma física. Segundo Assis (2005, p. 163): 
No Brasil foi partir da década de 1950 que começa a se falar em inclusão, e em educação especial, esse processo de inclusão se deu através da criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Instituto dos Surdos-Mudos ambos criados no Rio de Janeiro. Com a abertura desses institutos os deficientes conquistaram melhores atendimentos e abriu espaço também para conscientização sobre a melhoria na educação para acolhimento desses indivíduos. Foi somente após a proclamação da república, que aeducação especial passou a se expandir no Brasil, porém, ainda de forma lenta. A partir desse momento, todas as escolas brasileiras passam por mudança. 
Antes disso os movimentos em relação as pessoas com deficiência já tinham dado um pontapé inicial segundo Jannuzzi (1992) afirma que na década 1920 com a influência da Escola-Nova a educação brasileira passa por reformas, tendo como partida a vinda de especialistas europeus para formar os professores brasileiros, dando um novo rumo à educação especial. Em 1932, funda-se em Minas Gerais a Sociedade de Pestalozzi, instituto criado para atender os deficientes.
 Nas décadas seguintes a educação especial continuou se expandindo pelo país, surgem também algumas entidades privadas e o poder público passa a agir positivamente com campanhas nacionais de educação aos deficientes. Mendes (1995) ainda afirma que foi mais preciso na década de 1950 que essas campanhas realizadas pelo governo foram de fato concretizadas e os indivíduos com deficiência foram assumidos. No período militar ampliam-se as instituições particulares de ensino, e também influenciadas pela Sociedade de Pestalozzi, surgem as APAES por todo território nacional. 
Nesse sentido o processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais causa mudanças e adaptações, inicialmente com o surgimento da educação especial, pois era uma nova situação na qual a sociedade possuía pouco conhecimento para lidar. Assim surgiram os fundamentos legais que amparam a inclusão, tanto em âmbito internacional como nacional, os mesmos se destacam em forma de Leis, Portarias, Resoluções e Diretrizes que garantem as pessoas com deficiência e com necessidades educacionais especiais o direito de frequentar uma classe regular e de receber as adequações necessárias.
A seguir são litados como documentos orientadores da implantação e implementação de políticas públicas adequadas a esse processo nos diversos níveis. 
Em âmbito internacional:
· Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) – que assegura a todas as pessoas os direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação fundamental, ao desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade.
· Declaração de Jomtien (1990) – resultado da realização da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien/Tailândia, faz relembrar que a educação é um direito fundamental de todos, exigindo a erradicação do analfabetismo e a universalização do ensino fundamental.
· Declaração de Salamanca 1994) – produzida pelos participantes da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, em Salamanca/Espanha, mostra a necessidade de reestruturação das escolas e dos sistemas educacionais de modo a garantir a inclusão, a não discriminação e a qualidade de ensino para as pessoas com necessidades especiais de acordo com suas peculiaridades.
· Convenção da Guatemala (1999) – a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência reafirma os direitos e liberdades fundamentais a todos e mostra que a discriminação envolve toda condição de diferenciação, exclusão ou restrição baseada na deficiência com “efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais”.
Em âmbito nacional:
· Constituição da República Federativa do Brasil (1988) – que assumiu os mesmos princípios fundamentais da Declaração Universal dos Direitos Humanos e introduziu uma nova prática administrativa com a descentralização do poder, o que propiciou aos munícipios brasileiros características de maior autonomia política para tomar decisões e implantar recursos e processos necessários em todas as áreas de atenção pública para garantir a qualidade de vida de seus cidadãos.
· Estatuto da Criança e do Adolescente/Lei 8069/90 (1990) – reforçou a ideia de que crianças e adolescentes também são sujeitos de direitos como todo cidadão (DIGIÀCOMO, 2007) e garantiu a proteção integral da lei em todos os âmbitos da vida em sociedade, estabelecendo a responsabilidade inerente à família, à sociedade em geral e ao poder público.
· Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/Lei 9394/96 (1996) – que garantiu a universalização do ensino nos níveis da Educação Infantil e Fundamental, passando aos munícipios brasileiros a responsabilidade de formalizar a implementação da educação inclusiva de acordo com sua realidade sócio geográfica.
· Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência/Decreto3298/99 (1999) – estabeleceu a matrícula compulsória nos cursos regulares; a oferta obrigatória e gratuita de educação especial em estabelecimentos públicos de ensino; a consideração da educação especial como modalidade de educação escolar, permeando todos os níveis e modalidades de ensino; dentre outras medidas.
· Plano Nacional de Educação/Lei 10172/01 (2001) – que estabeleceu objetivos e metas para a educação das pessoas com necessidades educacionais especiais.
· Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas com Deficiência (2001) – o Decreto 3956/01, de 08/10/2001, promulgou o documento resultado da reunião realizada na Guatemala (em 1999) e, por meio desse decreto, o Brasil se comprometeu a tomar medidas de caráter legislativo, social, educacional, trabalhista ou de qualquer outra natureza para eliminar todas as formas de discriminação contra pessoas com deficiência e garantir sua plena integração à sociedade.
· Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001) – a Resolução CNE/CEB nº 02/2001 instituiu as diretrizes nacionais, manifestando o compromisso do país de construir/adaptar estruturas educacionais inclusivas para atender de forma adequada à diversidade de seus alunos.
 Assim em âmbito local, os municípios devem elaboram documentos legais que norteiam a ação educacional num contexto de inclusão, devem ser implementadas ações de políticas públicas, chamadas de Planos Municipais de Educação, esses devem seguir e atender às disposições estaduais e federais.
Apesar da inclusão ser amparada por várias medidas, a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) é reconhecida pela comunidade acadêmica como um marco histórico e político na área da educação especial no que se refere à luta pela inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular. Este documento proclama o direito de todas as crianças, jovens e adultos, independentemente de suas necessidades individuais, ao acesso e permanência à educação por meio de um ensino planejado, capaz de atender a vasta diversidade destas necessidades. De acordo com o documento, as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, as quais, seguindo uma orientação inclusiva, devem assumir a responsabilidade de combater atitudes discriminatórias e oferecer educação de qualidade.
Sendo assim, podemos afirmar que:
A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da condição de reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).
 A concepção de educação especial, tal como a conhecemos hoje, iniciou na Dinamarca, na década de 1960, com um movimento de amigos, pais e pessoas com deficiência e ganhou força no mundo todo, reivindicando, entre outras necessidades, o direito a educação ofertado em escolas regulares. Este processo chega ao Brasil na década de 1980, sendo chamado de integração.
 Por educação inclusiva se entende o processo de inclusão dos portadores de necessidades educacionais especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comumde ensino em todos os seus graus. Segundo Fernandes (2006, p.33); “o alvo a ser alcançado é a integração de portadores de deficiência na sociedade, sempre procurando diminuir a diferença da pessoa com deficiência em relação a maioria da população”. A criança a ser inclusa deve encontrar inicialmente estimulação e motivação para a ação no ambiente que está sendo inserida. A inclusão causa mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos que fazem parte dessa construção do conhecimento.
 Nesse contexto a filosofia da inclusão, por sua vez, precisa ser interpretada, divulgada e planejada corretamente, afim de produzir resultados adequados. Neste sentido, campanha de esclarecimento sobre a educação inclusiva, levada a efeito pelos setores público e privados junto á sociedade, muito contribuirá para torná-la realidade. (SCHWARTZMAN, 1999, p.262).
O tema da inclusão é atualmente o foco da educação, ou seja, o desafio para uma sociedade inclusiva e é na escola onde acontecem as maiores transformações. Com a proposta da Educação Inclusiva a escola precisará repensar sua estrutura enquanto instituição de ensino e isto provoca mudanças e uma nova organização do sistema educacional, para receber na rede regular um público que antes estava restrito as escolas e classes especiais.
A escola é uma instituição responsável pela passagem de vida particular e familiar para o domínio público, tendo a escola uma função social reguladora e formativa para os alunos. Assim, a escola não somente é um espaço fundamental para transmissão da cultura e a socialização, como também para construção da identidade pessoal. A inclusão na educação é um meio para garantir uma maior equidade e o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva sendo a escola um meio para avançar na sociedade. 
Porém, são muitas dificuldades encontradas nos ambientes escolares, que vão desde as péssimas condições das estruturas físicas das instituições, sabe-se que essas escolas foram construídas para uma sociedade cheia de barreiras de preconceitos o que dificulta fazer adaptações necessárias. A falta de formação dos professores também tem sido fator que dificulta a aprendizagem e adaptação das crianças com necessidades especiais nas escolas comuns, além do que são poucos os docentes que atuam nessa área da educação e muitos não querem trabalhar com crianças deficientes alguns por medo, receio, preconceito, falta de entusiasmo, baixos salários, além disso, os professores que estão na sala de aula não foram preparados para realizar esse tipo de atividade, o que os coloca em posição desconfortável e consequentemente prejudica o processo de inclusão escolar e de aprendizagem dos alunos, eles foram formados em um momento em que não havia esperança para essas pessoas, elas estavam as margens social. 
Dentro do cotidiano escolar a criatividade e bom senso dos professores é uma das principais armas para o ensino-aprendizagem das crianças de crianças especiais e para isso algumas ações pedagógicas são necessárias nesse processo. Em casos de alunos superdotados é certo de que chegará um momento em que os professores não terão mais conteúdo para repassar para esses alunos, em nosso país como se sabe o nível intelectual é muito baixo e com isso esses alunos ficariam a deriva com a falta de conhecimento mais avançados.
A escola deve se basear na LDB 9.394/96 e fazer as adaptações para não limitar os alunos com grandes capacidades, para que dessa forma eles possam continuar a desenvolver sua parte intelectual. Dar suporte necessário aos professores para o sucesso da aprendizagem, e utilizar-se dos mais variados materiais de apoio, como: sala de recursos. Ter uma equipe de professores, pedagogos, fonoaudiólogo, psicólogos entre outros especialistas para garantir o processo de ensino-aprendizagem e inclusão com qualidade. 
O Atendimento Educacional Especializado (AEE), instituído por decreto em 2008, foi uma das medidas criadas pelo Ministério da Educação para eliminar as barreiras que impedem a plena escolarização dos alunos-alvo da educação especial. Sua finalidade é complementar e/ou suplementar a formação dos estudantes, portanto, não devem substituir a escolarização, mas sim articular-se com a proposta pedagógica do ensino comum. 
Prioritariamente, o serviço deve ser oferecido no contra turno, em uma sala de recursos multifuncionais equipada com mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos de acessibilidade e equipamentos de tecnologia assistiva. Outra orientação é que as atividades sejam conduzidas por professores especialistas em educação inclusiva e que estes promovam o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, orientem os alunos sobre como usar os recursos de acessibilidade à leitura e à escrita (lupas, lentes, cadernos de pauta ampliada etc.), incentivem o desenvolvimento da autonomia, desenvolvam programas de enriquecimento curricular, entre outras ações.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofundam o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade e demais instituições de educação.
Os professores sejam do ensino regular ou da educação especial também não se sentem totalmente preparados para trabalhar com a diversidade do alunado, mesmo com formação ou habilitação especifica, os mesmos devem aprender a lidar e usar métodos, técnicas, realizar diagnósticos, ás vezes delimitando suas possibilidades de atuação. Além disso, encontra-se o receio, a insegurança e a resistência dos pais que preferem manter os filhos em instituições especializadas no temor de que sejam discriminados e estigmatizados no ensino regular.
O processo de formação continuada pessoal do professor, deve contribui e desenvolver uma atitude mais consciente, reflexiva, critica e sistematizada sobre o trabalho realizado na escola e permite ações mais seguras e efetivas quanto as concepções adotadas em relação a inclusão educacional.
Assim os saberes docentes fazem a diferença no momento de ensino-aprendizagem, pois uma escola que se diz “inclusiva” deve contar com um profissional capacitado para atender alunos com e sem necessidades educacionais especiais com as mesmas qualidades de ensino. O professor que não é capaz de flexibilizar objetivos e planejar com certo nível de individualização não consegue trabalhar com classes heterogêneas que existem atualmente na educação escolar.
O papel do gestor frente a inclusão é de suma importância. Na gestão democrática, a proposta de educação inclusiva requer a participação de todos os profissionais da escola em benefício da inserção efetiva dos alunos incluídos. Não basta que o aluno esteja matriculado ou apenas frequentando o ambiente escolar, ele precisa fazer parte do todo sistema. A inclusão não se restringe a sala de aula, é preciso que toda a escola esteja sintonizada na busca do mesmo objetivo, uma educação de qualidade para todos que fazem parte da mesma. 
A inclusão de pessoas com deficiência nas escolas comuns na rede regular de ensino coloca novos e grandes desafios para o sistema educacional. Talvez nos últimos tempos esse seja um dos temas que mais provoca professores das escolas comuns, professores do ensino especial, pais e comunidade a realizar discussões tão acaloradas a respeito de modificações que devem ser realizadas na escola que nem mesmo as três leis de diretrizes e bases conseguiram.
Entender a diferença não como algo fixo e incapacitante na pessoa, mas reconhecê-la como própria da condição humana ainda é muito distante e complexo para a maioria dos professores que trabalha com o conceito de que todos os alunos sãoiguais e que as turmas são homogêneas.
A diferença que se materializa não somente pela deficiência, mas também pelas diferenças de raça, sexo, religião, existe em todos nós, em todas as salas de aula, tendo alunos com deficiências ou não.
A convivência entre crianças com e sem deficiência é benéfica para ambas. Ganham os alunos com deficiência à medida em que convivem em um ambiente desafiador, provocador, rico em experiências que os incentivem a pensar. E ganham os alunos ditos normais por terem oportunidade de aprender com a diferenças do outro, vivenciarem novas formas de construir conhecimento e de se comunicar (libras, braile, recursos da tecnologia assistiva e da comunicação alternativa e aumentativa, entre outros) e, acima de tudo, por terem a oportunidade de vivenciar verdadeiros momentos de colaboração, ajuda mútua e solidariedade, tão necessários em nossos dias. E essa afirmativa é tão verdadeira que muitos são os pais de crianças ditas normais que lutam pelo direito de seus filhos terem colegas com deficiências.
A transformação de todas as escolas em escola inclusiva é um grande desafio que teremos que enfrentar. A redefinição do papel das escolas especiais como responsáveis pelo oferecimento de atendimento educacional especializado e das escolas comuns como o local onde os alunos através dos conhecimentos possam questionar a realidade e coletivamente viver experiências que reforcem o sentimento de pertencimento é condição para que a inclusão aconteça.
3 CONCLUSÃO
Então, a Educação Inclusiva, diferentemente da Educação Tradicional, na qual todos os alunos é que precisavam se adaptar a ela, chega estabelecendo um novo modelo onde a escola é que precisa se adaptar às necessidades e especificidades do aluno, buscando além de sua permanência na escola, o seu máximo desenvolvimento. Ou seja, na educação inclusiva, uma escola deve se preparar para enfrentar o desafio de oferecer uma educação com qualidade para todos os seus alunos. Considerando que, cada aluno numa escola, apresenta características próprias e um conjunto de valores e informações que os tornam únicos e especiais, constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da escola hoje é trabalhar com essa diversidade na tentativa de construir um novo conceito do processo ensino e aprendizagem, eliminando definitivamente o seu caráter segregacionista, de modo que sejam incluídos neste processo todos que dele, por direito, são sujeitos.
 A educação inclusiva é uma nova maneira de produzir e apropriar conhecimento e uma nova maneira de estar na relação. O percurso do estudo buscou salientar que a ciência moderna tem por finalidade instaurar a homogeneidade dos fenômenos. 
 Ao longo das últimas décadas, temos a temática da educação inclusiva inscrita em diferentes contextos e circunstâncias e a instituição escolar tem sido convocada a dar algum tipo de resposta. O atual momento histórico exige uma participação efetiva da escola e, para tanto, é preciso redimensionar o modo de pensar e fazer educação, tarefa complexa por natureza.
 Assim, concluímos que há a existência de dificuldades e contradições na implementação, de políticas públicas visando o sucesso da inclusão e que o aprofundamento das reflexões sobre o tema torna-se essencial no desenvolvimento de ações mais adequadas á realidade. O processo de inclusão caminha por uma nova ordem de pensamento e ação, longe de obter respostas imediatas para a problemática da inclusão no contexto educacional, apenas visualizando uma variedade de perspectivas e desafios para a efetiva implementação, dessa nova forma de ensino.
 Os espaços de educação devem promover relações recíprocas e dialéticas, eliminando estigmas, rótulos e etiquetas que classificam comportamentos. Assim, serão trabalhadas as reais necessidades de sua clientela e realizadas mediações no processo de aprendizagem com atividades desafiadoras, que estabeleçam conflitos interiores e promovam a verdadeira inclusão social.
 
 “ A verdadeira viagem da descoberta consiste, não na busca de novas paisagens, mas em termos de novos olhares”.
 (Marcel Proust)
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, M. S. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000.
ASSIS, Olney Queiroz; POZZOLI, Lafayette. Pessoa com deficiência: direitos e garantias. 2ª ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005. 
ARANHA, M. S. F. Inclusão social e municipalização. In MANZINI, Eduardo J. (Org.) Educação especial: temas atuais. Marília: UNESP Marília Publicações, 2000.BRASIL. 
BUENO, J. G. A Educação especial na sociedade moderna. São Paulo: Educ., 1993.
FACION, J. R. Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2008.
FERREIRA, M.C.; GUIMARÃES, M. Educação inclusiva. Rio: DP&A, 2003. 
FONSECA, V. Tendências futuras da educação inclusiva. In STOBÄUS, C. D. Disponível em <Fmss.org.br/artigo-inclusão-escolar-um-direito-de-todos-alunos-com-e-sem-deficiencia/>, acesso em 12 mar. 2020.
 JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. Campinas/SP: Editores Associados, 1992.
 MANTOAN, M. T. E. Ensino inclusivo/educação (de qualidade) para todos. Revista Integração, n. 20, p.29-32, 1998.MORIN, E.
 MOSQUERA, J. J. M. (Org.) Educação especial: em direção à educação inclusiva. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. 
SCHWARTZMAN, José Salomão. Síndrome de Down. São Paulo: Mackenzie: Memnon, 1999.

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