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A Politica de Exterminio negro no Brasil

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
CAMPUS MATA SUL
CARLA LENITA DA SILVA
PROJETO DE PESQUISA 
A POLÍTICA DE EXTERMINIO DA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL: DA COLONIZAÇÃO AOS DIAS ATUAIS
PALMARES-PE
2021
Objetivo Geral
Estudar a Política de Extermínio no Brasil desde o momento em que pessoas pretas foram trazidas a força para o país para tornar-se mão de obra escrava na construção do Brasil até momentos atuais.
Objetivo especifico
· Pesquisar o histórico da Política de extermínio no Brasil;
· Analisar dados estatísticos da Violência contra pessoas negras;
· Procurar entender como o Racismo Estrutural atinge diariamente toda população negra do país.
A POLITICA DE EXTERMINIO DA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL: DA COLONIZAÇÃO AOS DIAS ATUAIS
Segundo Reginaldo Prandini (2008), o termo “Negro” foi criado na América, visto que na África as sociedades são homogenias, não existe uma distinção, não podemos chamar, por exemplo, os Africanos de negro pois cada grupo societário possui sua diversidade, não se pode agrupar todos em apenas um termo generalizado. O que é diferente do Brasil, quando chamamos uma pessoa de negra não queremos saber sua história e/ou cultura, queremos apenas enquadra-lo em um grupo que decidirá seu destino desde que foram trazidos para a América. 
Prandini também diz que quando transformaram o africano em escravo e posteriormente em negro americano, ele perdeu sua identidade, e isso é a coisa que mais importa para o africano pois o tempo de vida deles é, como ele chama, circular.
O tempo do africano é circular, tudo o que acontece já aconteceu e tudo o que acontece acontecerá. E, nesse processo circular, a vida se organiza em renascimentos; aí então você tem a ideia da encarnação como um elemento fundamental. 
Prandini (2008) p.3.
	Quando se proíbe o escravo de manter sua cultura, de oferecer alimento a seu orixá, de cantar e dançar para seus antepassados, estamos encerrando o ciclo daquela família, ele não poderá reencarnar como negro africano e sim como negro americano, com isso essas pessoas buscaram refúgio na religião, criando sua família de santo no candomblé.
Quando ele morre, o ciclo eterno dele deixa de ser possível. Porque, se ele não sabe quem é, se ele não tem uma família que o cultue, se ele está perdido na memória da sua gente, ele não pode reencarnar. Então isso, para o escravo, era a maior tragédia (...) o candomblé foi um jeito de criar uma espécie de nova família, dentro de uma nova possibilidade social e cultural, que é a família de santo, na qual você tem seus irmãos, seus tios, seus primos, sua mãe... Claro que você tem os orixás, que são o seu pai maior, sua mãe maior. E aí cada terreiro, cada linhagem, adota uma marca. 
Ibdem, p.4
.
Portanto, a retirada de direito ou a não garantia de uma vida minimamente digna se inicia a partir do momento em que os africanos são transportados de maneira desumanada para a América.
O Período de escravidão no Brasil durou 338 anos entre massacres, revoltas dos escravos e punições cruéis. Em uma época que os escravos não eram considerados seres humanos então, no momento de sua abolição, o tratamento não aconteceria diferente. Lima e Lima diz que “A abolição da escravatura no Brasil foi um processo gradual, contraditório e conflituoso. Começou com a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre, de 1871, e pela Lei dos Sexagenários, de 1885, até a Lei Áurea, em 1888.”
	A libertação dos escravos aconteceu também de forma pejorativa, sem garantia de moradia, trabalho/salário e alimentação, ou seja, sem garantia do mínimo possível para sobrevivência. Florestan Fernandes apud Lima e Lima, declara que "O povo emerge na história. Trata-se do negro e do mulato porque foi esse contingente da população nacional que teve o pior ponto de partida para a integração ao regime social que se formou ao longo da desagregação da ordem social escravocrata e senhorial e do desenvolvimento posterior do capitalismo no Brasil." 
	O fim da escravidão aconteceu por pressão da Inglaterra com objetivo de começarmos a ter mão de obra assalariada visando o consumo capitalista, ao mesmo tempo que italianos e japoneses que trabalhavam nas lavouras começaram e imigrar para o Brasil pois as industrias começaram a crescer no país, no entanto donos das empresas, aproveitaram a mão de obra estrangeira já especializada na lavoura, e ao invés de empregarem os ex-escravos, empregaram os italianos e os japoneses.
Este fenômeno contribuiu ainda mais para a marginalização do negro na sociedade, e com o desenvolvimento da indústria no Brasil, São Paulo e Rio tiveram um grande crescimento demográfico acelerado, devido ao êxodo rural. Ao chegarem nessas capitais, os ex-escravos se depararam com as fábricas, e como nunca haviam tido a experiências que os italianos e japoneses tiveram anteriormente em seus países já industrializados, foram substituídos nas fábricas também. Ou seja, o negro não teve lugar tanto no campo quanto na cidade, e então foi no morro onde se instalou… E nossa dívida histórica aumentou… 
João Pedro Claret, “A origem das Favelas no Brasil”. 2015.
A favelas foram criadas pelos ex-escravos, portanto, podemos evidenciar características presentes em todas as comunidades: a maioria da população é preta e pobre. Em um cenário de segregação e violência dos negros desde o início da construção do país. Para Silvio Almeida o racismo é estrutural e estruturante das relações sociais e da formação do sujeito. Para entendermos o racismo estrutural é necessário analisamos nosso cotidiano e não pensar no todo, distante. Não se faz necessário um profundo estudo sobre racismo, para notarmos que a maioria da violência urbana é cometidas contra negros, basta assistirmos telejornais, ouvirmos o rádio que são noticiados quase que diariamente homicídios contra pessoas negras. 
 Segundo o Atlas da Violência apenas em 2018 os negros representaram 75,7% das vítimas de homicídios, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 37,8. Comparativamente, entre os não negros a taxa foi de 13.9, o que significa que, para cada indivíduo não negro morto em 2018, 2.7 negros foram mortos. 
Quase todos os estados brasileiros, um negro tem mais chances de ser morto do que um não negro, com a exceção do Paraná, que em 2018 apresentou taxa de homicídios de não negros superior à de negros. Assim, quando o assunto e vulnerabilidade a violência, negros e não negros vivem realidades completamente distintas e opostas dentro de um mesmo território. Alagoas, para citar o exemplo mais emblemático, e o estado que apresenta maiores diferenças de vitimização entre negros e não negros, com taxas de homicídio de negros sendo 17,2 vezes maiores do que a de não negros.
Atlas da Violência, 2020. P,48. 
Dentro dessas estatísticas estão inúmeros João Pedro[footnoteRef:1], Rodrigo Serrano[footnoteRef:2] e Maria Gabriela Sathler[footnoteRef:3]: [1: O jovem João Pedro recebeu um tiro de fuzil na barriga enquanto brincava com os primos na casa da família. Policiais removeram o corpo do garoto da cena do crime, porém não avisaram o paradeiro para a família. O adolescente só foi encontrado 17 horas depois, no IML (Instituto Médico Legal), já sem vida. Fonte:https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/06/19/caso-joao-pedro-justica-manda-isolar-aeronaves-usadas-em-operacao-policial.htm
] [2: PM confunde guarda-chuva com fuzil e mata garçom no Rio, afirmam testemunhas. Rodrigo Alexandre da Silva Serrano esperava a família chegar quando levou três tiros. Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/19/politica/1537367458_048104.html
] [3: Menina de 11 anos é atingida por bala perdida dentro de escola na Zona Norte. De acordo com a família, ela se preparava para a aula de Educação Física na quadra do colégio e brincava com uma amiga, quando foi atingida por um disparo no braço direito. Fonte: https://extra.globo.com/casos-de-policia/menina-de-11-anos-atingida-por-bala-perdida-dentro-de-escola-na-zona-norte-22628788.html] 
O Racismo disfarçado de bala perdida no Brasil tem alvo certo, são os corpos negros. Achille Mbembe diz que “há um racismo de Estado presente nas sociedades contemporâneas, que fortalece políticas de morte”, o que ele denomina por necropolitica. Segundo ele, necropolitica é o poder de ditar quem deve morrer e quem pode viver. 
A escravidão foi uma expressão necropolítica fundamentada pelo pensamento hegemônico eurocêntrico que negou por muitos anos aos negros o status de seres humanos. Esse pensamento resultou em milhares de mortes e, mesmo que aparentemente “superado” pela humanidade devido à abolição da escravidão, ainda tem reflexos enormes. Encontramos, na atualidade, estratégias de captura, aprisionamento, exploração, dominação e extermínio do corpo negro que segue ainda a cartilha do colonialismo.
Mbembe (2018) apud Politize! 2020.
	A escravidão deixou cicatrizes abertas até os dias atuais, a dívida histórica que para com os negros está longe de ser reparada. Traços da época que o negro não era reconhecido como seres humanos são vistos a todo momento, a exemplos podemos lembra do João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi espancando até a morte por seguranças de uma rede de supermercados. 
		Em um país construído em cima do racismo, a cor da sua pele dita como você será abordado na rua, como será tratado no mercado e se terá o direito à vida.
(...)
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
E vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos
A carne mais barata do mercado é a carne negra
Dizem por aí
(...)
Que fez e faz história
Segurando esse país no braço, meu irmão
O cabra que não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador eleito
Mas muito bem intencionado
E esse país vai deixando todo mundo preto
E o cabelo esticado
Mas mesmo assim ainda guarda o direito
De algum antepassado da cor
(...)
Na cara dura, só cego que não vê
A carne mais barata do mercado é a carne negra.
ELSA SOARES. A carne.  Universal Music 2002.
	A musica escrita por Seu Jorge e Interpretada por Elsa Soares mostra exatamente como é a estrutura da sociedade brasileira e que está longe de ser retificada.
Metodologia
A metodologia se valerá de estudos bibliográficos sobre o histórico da presença negra no Brasil e as violências sofridas por essa população, seguindo a linha de que o extermínio era o fim desejado pelos brancos. Isto é, usar a mão de obra negra e depois descartá-la, seja através da morte física e social. 
Também, através de uso de dados estatísticos, como o mapa da violência, fazer uma correlação reflexiva sobre genocídio e raça no Brasil.
Cronograma 2021
	Atividade 
	Junho
	Julho 
	Agosto 
	Setembro 
	Outubro 
	Novembro
	Escolha do orientador
	 X
	
	
	
	
	
	Pesquisa Bibliográfica do trabalho de conclusão de curso
	
x
	
x
	
x
	
x
	
	
	Produção e revisão do trabalho de conclusão de curso
	
x
	
x
	
x
	
x
	
x
	
	Entrega e apresentação
	
	
	
	
	
	 x
Referências 
LIMA, Maurinete; LIMA, Eugênio. Genocídio do Negro no Brasil. In: GENOCÍDIO do Negro no Brasil. [S. l.: s. n.], 2018.
PRANDINI, Reginaldo. Violência e escravidão. [S. l.], p. 1-4, 3 fev. 2008.
A ORIGEM das Favelas no Brasil. [S. l.], 23 dez. 2015. Disponível em: https://www.vozdascomunidades.com.br/geral/a-origem-das-favelas-no-brasil/. Acesso em: 22 mar. 2021.
ATLAS da Violência 2020. [S. l.: s. n.], 2020. S.n. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/24/atlas-da-violencia-2020. Acesso em: 20 mar. 2021.
SILVA, Carla; ALMEIDA, Palloma. VOLUME, TEXTURA E DEFINIÇÃO: AS FACES DO RACISMO E OS DESDOBRAMENTOS NA INDÚSTRIA CAPILAR. IV. PARA ALÉM DOS FIOS, O RACISMO ESTRUTURAL DA RAIZ., [s. l.], p. 11, 2020.
IGNACIO, Julia. Necropolítica: o que esse termo significa?. In: Necropolítica: o que esse termo significa?. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.politize.com.br/necropolitica-o-que-e/. Acesso em: 24 mar. 2021.
SOARES, Elsa. A carne. 2002. Acesso em 24 mar. 2021.

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