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Fundamentos da Neuropsicopedagogia

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Fundamentos da Neuropsicopedagogia 
Autores: M.e Elys Regina Andretta 
Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt 
Revisão Ortográfica: M.e Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
ANDRETTA, Elys Regina. 
Fundamentos da Neuropsicopedagogia / Elys Regina Andreatta – 
Curitiba, 2017. 
44 p. 
Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Fundamentos da 
Neuropsicopedagogia – Faculdade São Braz (FSB), 2017. 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentos da 
Neuropsicopedagogia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio 
Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 
299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e 
Extensão Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Disciplina 
 
A neuropsicopedagogia é uma especialidade na qual convergem várias 
ciências como: a neurologia, pedagogia, psicologia cognitiva. Como cada uma 
dessas ciências contribui com a neuropsicopedagogia, respectivamente com o 
estudo do funcionamento do sistema nervoso, saberes relacionados à 
educação e a prevenção e tratamento de enfermidades mentais e 
comportamentais. 
O material da disciplina de Fundamentos da Neuropsicopedagogia teve 
o intuito de auxiliar a compreensão da importância da neuropsicopedagogia 
como ferramenta fundamental para um maior entendimento e desenvolvimento, 
para a reflexão, identificação, intervenção, prevenção e avaliação dos 
processos de ensino e aprendizagem. Todas essas ações permitirão ao 
profissional neuropsicopedagogo contribuir holisticamente com a educação e, 
principalmente, atuar adequadamente e eficazmente na intervenção nas 
situações de dificuldades ou problemas específicos de aprendizagem. 
Este material apresentará os conceitos da Neuropsicopedagogia, sua 
trajetória histórica e, também, algumas considerações sobre a atuação do 
profissional neuropsicopedagogo. Será conhecida a legislação da área da 
saúde que abrange esta área e quais os campos de atuação desse 
profissional. De maneira geral, todos os temas que serão tratados nesta 
disciplina são imprescindíveis para aqueles que desejam uma maior 
compreensão acerca da neuropsicopedagogia e sua contribuição para a 
sociedade. 
Espera-se que os assuntos estudados e que as reflexões realizadas no 
decorrer dos capítulos contribuam para sua formação e atuação como 
profissional neuropsicopedagogo. 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
6 
 
AULA 1 – O que é Neuropsicopedagogia? Conceitos e Definições 
 
Apresentação da Aula 01 
 
Esta aula apresentará os conceitos e definições da 
Neuropsicopedagogia, além de compreender historicamente a trajetória dessa 
área das neurociências, que estuda o sistema nervoso e sua atuação no 
comportamento humano com enfoque na aprendizagem. Será conhecida 
também a legislação educacional que abrange essa área, muito importante 
para os profissionais que desejam ampliar sua compreensão acerca da 
complexidade da aprendizagem. 
Para iniciar os estudos, serão feitas algumas reflexões acerca do 
conceito de Neuropsicopedagogia e sua contribuição para o campo da 
educação. Falar-se-á sobre a legislação que rege essa profissão e qual o 
campo de atuação desse profissional. 
 
1. Introdução à Neuropsicopedagogia 
 
Atualmente, a educação, em suas diversas modalidades, se ocupa da 
maneira de como atender mais adequadamente aos aprendizes dentro do 
ambiente escolar por meio de metodologias e práticas que se ajustem ao 
contexto do indivíduo. A neuropsicopedagogia se ocupa da criança ou 
adolescente que tem dificuldade de aprendizagem e de relacionamento 
interpessoal, ela busca analisar os processos cognitivos, verificar as causas e 
fatores provenientes de disfunções neurais consequentes de uma lesão 
neurológica de origem genética, congênita ou adquirida. A partir de um 
diagnóstico, há uma intervenção clínica em educandos com padrões de baixo 
desempenho e que apresentam disfunções neurais. 
Os profissionais dessa área constantemente buscam atualizações, pois 
cada vez mais estão sendo procurados por instituições de ensino que tem por 
objetivo ofertar uma educação de qualidade para crianças e adolescentes que 
possuem alguma deficiência cognitiva. Com o seu vasto conhecimento sobre 
as bases neurológicas do aprendizado e do comportamento, esses 
 
 
7 
 
profissionais contribuem para que a aprendizagem, em diversos contextos, seja 
satisfatória e efetiva. 
Os cursos de especialização em neuropsicopedagogia se destinam 
àqueles profissionais que desejam um maior entendimento sobre o que é a 
aprendizagem. Ademais, essa ciência, permite que as funções cerebrais sejam 
investigadas, além de fornecer dados que auxiliam na tomada de decisão para 
a escolha de um tratamento adequado à necessidade de cada indivíduo. 
 
Neuropsicopedagogos são profissionais da Neuropsicopedagogia, 
que têm o compromisso com a constante busca do saber, do 
aprimoramento, de melhorar o ensino-aprendizagem e ter 
conhecimento sobre o neurodesenvolvimento do indivíduo [...] 
(OLIVEIRA, 2014, p.16) 
 
1.1 O que é Neuropsicopedagogia? 
 
A Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp), em seu 
Código De Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, a define como: 
 
RESOLUÇÃO SBNPp n° 03/2014 
 
Dispõe sobre o CÓDIGO DE ÉTICA TÉCNICO PROFISSIONAL DA 
NEUROPSICOPEDAGOGIA: 
 
Artigo 10 
CAPÍTULO II. DA DEFINIÇÃO, DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E DIRETRIZES 
Artigo 10. A Neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar, fundamentada nos 
conhecimentos da Neurociências aplicada à educação, com interfaces da Pedagogia e 
Psicologia Cognitiva que tem como objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento 
do sistema nervoso e a aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, 
social e educacional. (SBNPp – 2016, p.3) 
Disponível em: http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Codigo-de-etica-
atualizado-2016.pdf 
 
Pode-se dizer que a Neuropsicopedagogia é área de estudo da 
neurociência que estuda o sistema nervoso e sua atuação no comportamento 
humano, tendo como enfoque a aprendizagem. Mas, para se chegar a um 
melhor entendimento do que é a Neuropsicopedagogia,serão feitas algumas 
 
 
8 
 
considerações acerca das neurociências e sua contribuição para essa área de 
estudo. 
O neuropsicopedagogo, por meio dos seus conhecimentos, consegue 
identificar no indivíduo, seja ela criança ou adolescente, as dificuldades 
relacionadas com a aprendizagem e, por meio da intervenção ele passa a 
atendê-lo de maneira mais adequada para que a aprendizagem ocorra. Porém, 
isso não quer dizer que a aprendizagem não ocorre para algumas pessoas, ela 
sempre acontece sim, mas com a diferença que para uns ela vem 
acompanhada de estimulação e com atividades orientadas de acordo com o 
grau de dificuldade de cada um. 
 
1.2 O que é Neurociência? 
 
As pesquisas realizadas para entender o funcionamento do cérebro 
humano ocorrem há muito tempo. Há mais ou menos 7.000 anos algumas 
pessoas tinham seus cérebros perfurados por meio da trepanação, que é um 
processo no qual eram feitos orifícios no cérebro com objetivos filosóficos, 
religiosos ou místicos. Assim como as sangrias, a trepanação era realizada 
para dizimar os demônios e maus espíritos do corpo do paciente, mas essa 
cerimonia não tinha nenhuma intenção terapêutica. 
 
 
 
 
Fonte:http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2015/06/solucao-
para-problemas-mentais-na-antiguidade-furar-cabeca-dos-pacientes.html 
 
Muitos estudiosos, ao longo dos anos, se dedicaram ao estudo do 
funcionamento do mecanismo cerebral. Porém, foi Alexander Romanovich 
Luria que fez pesquisas relevantes sobre o tema. Luria, durante a Segunda 
Guerra Mundial, observou o comportamento dos pacientes com lesões 
cerebrais e, por meio de anotações fez um levantamento sobre as alterações 
 
 
9 
 
comportamentais oriundas dessas lesões. Com esse procedimento, Luria 
pretendia identificar as bases neurológicas do comportamento. Ademais, esses 
estudos deram início, de certa maneira, ao elo entre a psicologia e a 
neurociência. 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo Cérebro – Máquina de aprender – Parte 01 de 
05, o qual mostra sobre uma professora de Juiz de Fora em 
Minas Gerais, que usa da neurociência e faz a diferença na vida 
das crianças. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=nCKY3TmRX2M&list=PLxYtbI
gLQaIAJj2_7tOVKDg-nUi7wNQ_r 
 
 
Para Ventura (2010, p.123), a neurociência possui uma importante 
interface com a Educação, Psicologia Cognitiva e Pedagogia em uma 
abordagem transdisciplinar, e a define assim: 
 
A neurociência compreende o estudo do sistema nervoso e suas 
ligações com toda a fisiologia do organismo, incluindo a relação entre 
cérebro e comportamento. O controle neural das funções vegetativas 
– digestão, circulação, respiração, homeostase, temperatura-, das 
funções sensoriais e motoras, da locomoção, reprodução, 
alimentação e ingestão de água, os mecanismos da atenção e 
memória, aprendizagem, emoção, linguagem e comunicação, são 
temas de estudo da neurociência. (VENTURA, 2010, p.123). 
 
 
A Neurociência, somada à Educação, promove um melhor entendimento 
sobre o que é o processo de aprendizagem. No que diz respeito ao docente, 
esse deve ser autônomo para tomar decisões quando reconhecem que existe 
um problema com seu aluno e, que esse problema deve ser tratado de maneira 
diferenciada, pois muitos professores ficam sem saber o que fazer por falta de 
uma formação adequada nessa área. 
Os estudos sobre os processos cerebrais é um assunto bastante 
pesquisado e, consequentemente, sofre constantes mudanças e novas 
concepções surgem ou são reformuladas em consonância com as 
 
 
10 
 
neurociências. Diferentes áreas de conhecimentos constataram que os estudos 
das neurociências são necessários para complementar os seus e, sendo 
assim, surgiu o interesse por parte das diferentes áreas da ciência, são elas: 
neurobiologia, neurofisiologia, neuroquímica, neuropediatria, neuropsicologia, 
neuropedagogia e também a Neuropsicopedagogia. 
Saiba Mais 
Neurociências é o estudo científico do sistema nervoso de 
uma forma ampla e, assim, compreende cinco disciplinas: 
1) Neurociência molecular: trata a função das moléculas; 
2) Neurociência celular: estuda a constituição e função das 
células no sistema nervoso; 
3) Neurociência sistêmica: descreve e analisa as regiões do 
sistema nervoso e está ligado à neuroanatomia. Em outras 
palavras, divide o sistema nervoso em partes e nomeia 
essas partes e busca compreender as suas funções; 
4) Neurociência comportamental: ligada diretamente à 
psicologia, especialmente a psicologia comportamental. 
Relaciona o estudo do organismo com o meio, centrando o 
seu estudo sobre os comportamentos internos, como 
pensamentos, emoções e os comportamentos visíveis 
como a fala, gestos e outras ações, em geral. 
5) Neurociência cognitiva: centra o seu estudo sobre os 
comportamentos ainda mais complexos, como memória, 
aprendizagem, enfim, a capacidade cognitiva de uma 
determinada pessoa em um determinado momento. 
Disponível em: http://www.psicologiamsn.com/2014/01/o-
que-e-neurociencia.html 
 
 
1.3 Neuropsicopedagogia e Legislação 
 
A Neuropsicopedagogia enfoca no entendimento do processo de 
aprendizagem e o funcionamento do sistema nervoso na interface que 
compreende uma abordagem transdisciplinar que perpassa as neurociências, e 
desta maneira realiza o diagnóstico e faz a intervenção adequada para a 
prevenção diante das dificuldades e distúrbios da aprendizagem. 
 
 
11 
 
 
A Neuropsicopedagogia ainda não está devidamente 
regulamentada. O Conselho Regional de Psicologia 
regulamentou apenas o Especialista em Neuropsicologia. 
 
 
Segundo a SBNPp (Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia), o 
campo de atuação do neuropsicopedagogo deve estar centrado em um plano 
de intervenção específico e ele pode atuar nos seguintes locais: 
 
 Consultório particular, clínicas; 
 Posto de Saúde; 
 Centro de Referência de Assistência Social - CRAS (caso tenha 
autorização); 
 Terceiro Setor e Hospitais. 
 
O profissional neuropsicopedagogo que possui titulação institucional, 
está autorizado a trabalhar com a coletividade e dentro dos seguintes locais de 
atuação: 
 
 Instituições escolares; 
 Centros e Associações Educacionais; 
 Instituições de Ensino Superior; 
 Terceiro Setor, como: ONGs (Organização não Governamental), 
OCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse público) entre 
outros. 
 
O Código Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia estabelece os 
critérios que orientam os profissionais da Neuropsicopedagogia no Brasil. Em 
seu artigo 30 constam as orientações sobre o trabalho que o profissional 
Neuropsicopedagogo deve desenvolver de acordo com seu contexto de 
atuação, são eles: 
 
 
 
 
12 
 
NEUROPSICOPEDAGOGIA CLÍNICA 
 Observação, identificação e análise dos ambientes sociais no 
qual está inserido a pessoa atendida, focando nas questões 
relacionadas a aprendizagem e ao desenvolvimento humano nas 
áreas motoras, cognitivas e comportamentais; 
 Avaliação, intervenção e acompanhamento do indivíduo com 
dificuldades de aprendizagem, transtornos, síndromes ou altas 
habilidades que causam prejuízos na aprendizagem escolar e social, 
através de um plano de intervenção específico que prevê sessões 
contínuas de atendimento 
 Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do 
processo ensino-aprendizagem do aluno; 
 Utilização de protocolos e instrumentos de avaliação e 
reabilitação devidamente validados, respeitando sua formação de 
graduação; 
 Elaboração de relatórios, laudos e pareceres técnicos 
profissionais; 
 Encaminhamento a outros profissionais quando o caso for de 
outra área de atuação/especialização. 
NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 
 Observação, identificação e análise dos ambientes e dos 
grupos de pessoas atendidas, focando nas questões relacionadas a 
aprendizagem e ao desenvolvimento humano nasáreas motoras, 
cognitivas e comportamentais, considerando os preceitos da 
Neurociência aplicada a Educação, em interface com a Pedagogia e 
Psicologia Cognitiva. 
 Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do 
processo ensino-aprendizagem dos que são atendidos nos espaços 
coletivos. 
 Encaminhamento de pessoas atendidas a outros profissionais 
quando o caso for de outra área de atuação/especialização contribuir 
com aspectos específicos que influenciam na aprendizagem e no 
desenvolvimento humano. 
 
Assim, a neuropsicopedagogia clínica atua em equipe multiprofissional, 
avalia e intervém em crianças e adolescentes com dificuldades escolares, 
porém necessitará de supervisão clínica. 
Todavia, é importante ressaltar, que em agosto de 2016, a SBNPp 
publicou uma Nota Técnica nº 01/2016, a qual especifica as atividades do 
neuropsicopedagogo e a regulamentação da sua formação. 
Saiba Mais 
Acesse o site da SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
NEUROPSICOPEDAGOGIA – SBNPP e leia na íntegra a 
 
 
13 
 
NOTA TÉCNICA Nº 01/2016. 
Disponível em: http://www.sbnpp.com.br/wp-
content/uploads/2016/11/Nota-T%C3%A9cnica-01-2016-
agosto.pdf 
 
Ao fazer uma reflexão sobre a neuropsicopedagogia, é possível concluir 
que essa área de estudo é muito importante para o campo da educação, pois 
ela auxilia àqueles que possuem alguma deficiência cognitiva e de 
relacionamento interpessoal, fatores que interferem na aprendizagem do 
indivíduo. 
Resumo da Aula 01 
No decorrer desta aula discutiu-se acerca da neuropsicopedagogia e 
sobre o seu surgimento no âmbito das neurociências. Foram feitas algumas 
reflexões sobre a formação do psicopedagogo, de acordo com a legislação 
vigente. Por fim, conheceu-se e refletiu-se sobre o histórico das neurociências 
e sua contribuição para a área da educação. 
Atividade de Aprendizagem 
Pesquise sobre a relação entre o cérebro e a aprendizagem e 
discorra sobre os tópicos que foram estudados em aula. 
 
 
Aula 2 – Ciências e Práticas que Compõem a Neuropsicopedagogia 
 
Apresentação da Aula 02 
 
A neuropsicopedagogia é uma área de estudo recente e ainda bastante 
pesquisada. Nesta aula serão feitas algumas reflexões acerca da formação da 
neuropsicopedagogia e as demais áreas do conhecimento que a compõem. 
Falar-se-á também sobre a importância e as contribuições dessa área e do 
profissional neuropsicopedagogo para a formação do cidadão. 
 
 
 
14 
 
2 Conhecendo as Ciências que Formam a Neuropsicopedagogia 
 
Serão iniciados os estudos fazendo algumas reflexões sobre a 
neuropsicopedagogia e sobre as ciências que a compõem. Falar-se-á sobre 
sua trajetória ao longo do seu desenvolvimento e quais são suas contribuições 
para a educação e para o educando com problemas de aprendizagem. 
Para compreender a área, deve-se compreender a origem do seu nome: 
 
 NEURO – Do grego Neuron, nervo e Logos, estudo. A neurologia é a 
especialidade médica que trata das enfermidades do cérebro. Estuda a 
estrutura, função e desenvolvimento do sistema nervoso (central, 
periférico e autônomo) e músculos. O neurologista é um médico que se 
especializou no estudo das enfermidades e transtornos que afetam o 
sistema nervoso. 
 PSICO – Etimologicamente psicologia deriva das palavras gregas 
psyché (alma, espírito) e logos (estudo, razão, compreensão). É uma 
ciência que estuda a conduta e os fenômenos mentais subjacentes. O 
psicólogo previne e trata as enfermidades mentais, distúrbios 
emocionais e de personalidade. 
 PEDAGOGIA – a palavra pedagogia tem sua origem no grego antigo 
paidagogós. Esta palavra é composta por paidos, criança; gogia, 
conduzir ou levar. Portanto, o conceito fazia referência ao escravo que 
levava as crianças para a escola. Atualmente a pedagogia é o conjunto 
de saberes relacionados à educação, entendida como um fenômeno que 
pertence intrinsicamente a espécie humana e que se desenvolve 
socialmente. Portanto, é uma ciência aplicada com características 
psicossociais que tem a educação como principal objeto de estudo. 
 
NEURO + PSICO + PEDAGOGIA 
É a especialidade na qual convergem várias ciências, como 
a neurologia, pedagogia, psicologia e educação. Ela avalia, 
diagnostica e oferece tratamento especializado para os 
problemas de aprendizagem, de linguagem, conduta e 
desempenho escolar. 
 
 
 
15 
 
 2.1 Contextualização 
 
 A neuroeducação é o estudo das relações neurológicas e a 
aprendizagem que promove uma melhor integração entre as ciências da 
educação e o setor da neurociência vinculada a cognição, aproveitando os 
conhecimentos sobre o funcionamento cerebral para ensinar e aprender 
melhor. 
A pedagogia é a ciência responsável pela formação, educação, instrução 
e desenvolvimento dos cidadãos de uma sociedade. Em razão disso, a 
pedagogia necessita de um maior envolvimento com as diferentes disciplinas 
do conhecimento científico, sobretudo as que podem contribuir com uma visão 
mais global do ser humano e que facilite sua abordagem desde uma teoria 
heurística. 
As práticas e/ou estratégias pedagógicas utilizadas durante o processo 
de ensino e aprendizagem influenciam na organização do sistema nervoso, 
resultando em novos comportamentos e atitudes. 
 No século passado, nos anos 20, ocorreu a união da pedagogia com a 
psicologia. A partir dessa união houve o aparecimento e desenvolvimento de 
novos campos do conhecimento, tanto a nível empírico quanto teórico para 
ambas as disciplinas. Entretanto, a relação com a neuropsicologia se deu a 
partir dos anos 80 do século passado, embora seja relevante mencionar que a 
ideia de uma educação baseada nas propriedades da cognição e o cérebro 
humano como um órgão do conhecimento remonta às últimas décadas do 
século XIX. 
Foi da psicologia que a neuropsicopedagogia herdou os conhecimentos 
sobre o comportamento humano, emocionais, afetivos e motivacionais, que 
geralmente estão envolvidos com a aprendizagem. A partir do envolvimento 
com as neurociências, a psicologia trouxe consigo abordagens diferenciadas 
que contribuíram para que a área pedagógica, e as demais envolvidas com o 
processo educacional, percebessem o ser humano como uma visão sistêmica. 
A partir dessa constatação essas áreas começaram a interagir de forma 
interdisciplinar e como resultado dessa interação surgiu a Neuroeducação. 
Caracterizada pela multi e interdisciplinaridade, a Neuroeducação 
chegou para oferecer alternativas para a docência e, também, para as 
 
 
16 
 
pesquisas relacionadas à educação em uma abordagem que envolve o 
conhecimento e a inteligência, integrando as três áreas: a Psicologia, a 
Educação e as Neurociências, e as demais áreas que se estabeleceram com a 
integração dos campos: Neuropsicopedagogia, Neuropsicologia e 
Psicopedagogia. 
Hennemann (2015), em seu artigo Considerações sobre o Livro 
Neuropsicopedagogia Clínica – Introdução, Conceitos, Teoria e Prática, 
elaborou um quadro comparativo, baseado na obra de Russo (2015), das 
diferentes áreas, a saber: 
 
Quadro 1 - Diferenciações e semelhanças entre a Neuropsicopedagogia, 
Neuropsicologia e Psicopedagogia 
 
 Neuropsicopedagogia Neuropsicologia Psicopedagogia 
Bases Neurociência + 
Psicologia + Pedagogia 
Neurociência + 
Psicologia 
Psicologia + 
Pedagogia 
Instrumentos 
de avaliação 
Faz uso de testes não 
privativos (instrumentos 
que podem ser 
utilizados tanto pela 
Psicologia quanto por 
outras profissões), 
realizando avaliação, 
intervenção e 
acompanhamento do 
indivíduo com 
dificuldades de 
aprendizagem, 
transtornos, síndromes 
ou alta habilidades que 
causam prejuízo na 
aprendizagem escolar e 
social. 
Faz uso de 
instrumentos 
especificamente 
padronizados 
avaliando as funções 
neuropsicológicas 
(habilidades de 
atenção, percepção, 
linguagem, 
raciocínio, abstração, 
memória, 
aprendizagem, 
habilidades 
acadêmicas, 
processamento de 
informações, 
visuoconstrução,afeto, funções 
motoras e 
executivas. 
Faz uso de 
métodos, 
instrumentos e 
recursos próprios 
para a 
compreensão do 
processo de 
aprendizagem, 
cabíveis na 
intervenção. 
Atuação Atua na avaliação, 
intervenção, 
acompanhamento, 
orientação de estudos e 
no ensino de estratégias 
de aprendizagem. 
Atua no diagnóstico 
no tratamento e na 
pesquisa da 
cognição, das 
emoções, da 
personalidade e do 
comportamento sob 
o enfoque da relação 
entre esses aspectos 
e o funcionamento 
cerebral. 
Atua em Educação 
e Saúde que se 
ocupa do processo 
de aprendizagem 
considerando o 
sujeito, a família, a 
escola, a 
sociedade e o 
contexto socio-
histórico, utilizando 
procedimentos 
 
 
17 
 
próprios, 
fundamentados em 
diferentes 
referenciais 
teóricos 
Semelhanças Natureza Multiprofissional, inter e transdisciplinar e o estudo do 
desenvolvimento humano e dos processos de ensino e 
aprendizagem. 
Fonte: Russo, 2015. 
 
 A neuropsicopedagogia é uma área de estudos ainda muito recente, ela 
propõe uma visão diferente do ser humano que está em formação e, deve ser 
complementada com outras visões, de outras áreas, que permitam aproximar-
se do estudante de maneira mais integral. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia a obra Neuropsicopedagogia 
Clínica – Introdução, Conceitos, Teoria 
e Prática (Rita M.T.Russo), a autora faz 
considerações acerca do profissional 
Neuropsicopedagogo, suas funções e 
atuações. 
 
 
 
 
2.2 Neuropsicopedagogia e a Escola/Professor 
 
 A aprendizagem humana é intrínseca à experiência, porém, quando se 
trata do ensino/aprendizagem nas escolas, essa questão é compreendida 
como um ensino tradicional, centrado na quantidade de informações e o 
professor como detentor do conhecimento. Ainda existem professores cujo foco 
é somente a escola, e não estão aptos para reconhecer àqueles que possuem 
alguma dificuldade relacionada à aprendizagem, pois esses esperam que todos 
os alunos aprendam de uma mesma maneira. Se está vivendo em uma época 
de muitos avanços na área dos estudos do cérebro e, considerando esse 
 
 
18 
 
aspecto, é incabível querer que os alunos somente memorizem informações, já 
que existem outros recursos para ajudá-los a assimilar conhecimentos. 
É nesse contexto que a Neuropsicopedagogia pode contribuir para 
auxiliar esses alunos com problemas de aprendizagem, pois é uma área que 
está formada por outras áreas que contribuem para esse reconhecimento, são 
elas: a Neurociência e as Ciências da Cognição. Por isso, a 
neuropsicopedagogia, além de focar no aluno, ela também tem como foco 
instruir o professor para que tenha conhecimento e condições de reconhecer as 
dificuldades dos aprendizes que estão relacionadas ao cérebro, à inteligência e 
à memória no complexo sistema cognitivo humano. 
 
Saiba Mais 
Para se compreender mais sobre a neurociência, acesse o 
artigo Neuropsicopedagogia: novas perspectivas para a 
aprendizagem e saiba mais sobre os princípios de Tokuma-
Espinosa. 
Disponível em: 
http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/201
2/10/neuropsicopedagogia-novas-perspectivas.html 
 
Segundo Marcuschi (2007), os estudos cognitivos do ser humano são 
vistos como um fenômeno essencialmente social, elaborado intersubjeti-
vamente no plano do discurso. A cognição é considerada um sistema criativo, 
pois cria e recria suas aprendizagens. A sala de aula, por exemplo, é um local 
no qual ocorre a interação, então cabe ao professor criar situações de 
aprendizagem com significação. Uma forma de fazê-lo é utilizar metáforas, pois 
além de figuras de linguagem elas são ferramentas muito eficazes para a 
compreensão, porque acercam a cognição do aluno ao seu componente 
cultural direto. Portanto, conhecer os alunos e mapear suas cognições, 
contribui para a escolha de temas para as próximas aulas, com o uso das 
metáforas, por exemplo, e que contribuam efetivamente com o aprendizado. 
 
2.3 Neuropsicopedagogia e Práticas: Algumas Considerações 
 
 
 
19 
 
Os conhecimentos neuropsicopedagógicos permitem entender como se 
dá a aprendizagem em cada indivíduo e, dessa maneira, oferecem 
possibilidades educacionais positivas para todos, quebrando o paradigma de 
que a aprendizagem só acontece para algumas pessoas. Na verdade, ela 
sempre acontece, porém para alguns com mais dificuldade devido à presença 
de algum problema de aprendizagem. Considerando esse contexto, é oportuno 
mencionar os princípios da neuroeducação postulados por Espinosa (2008), 
que são utilizados como componentes muito importantes nas intervenções 
neuropsicopedagógicas, a saber: 
 
 Estudantes aprendem melhor quando são altamente motivados do que 
quando não têm motivação; 
 Stress impacta o aprendizado; 
 Ansiedade bloqueia oportunidades de aprendizado; 
 Estados depressivos podem impedir o aprendizado; 
 O tom de voz de outras pessoas é rapidamente julgado no cérebro como 
ameaçador ou não ameaçador; 
 As faces das pessoas são julgadas quase que instantaneamente (i.e. 
intenções boas ou más); 
 Feedback é importante para o aprendizado; 
 Emoções têm papéis-chave no aprendizado; 
 Movimento pode potencializar as oportunidades de aprendizado; 
 Nutrição impacta o aprendizado; 
 Sono impacta consolidação de memória; 
 
Curiosidade 
A consolidação das memórias ocorre pouco a pouco, a cada 
período de sono, quando as condições químicas cerebrais 
são propícias à neuroplasticidade. O sono e o aprendizado 
são importantes fatores para o processo de aquisição e 
armazenamento de conhecimento. 
Disponível em: http://inescozzo.com/sono-memoria-e-
aprendizagem/ 
 
 
 
20 
 
 
 Estilos de aprendizado (preferências cognitivas) são devidas à estrutura 
única do cérebro de cada indivíduo; 
 Diferenciação nas práticas de sala de aula são justificadas pelas 
diferentes inteligências dos alunos. 
 
Considerando os princípios acima mencionados, pode-se afirmar que a 
aprendizagem não envolve somente a memorização de conteúdos, envolve 
também outros fatores, tais como: motivação, emoção, interação, entre outros. 
A escola deve dar acesso aos neuropsicopedagogos, pois esses profissionais 
possuem competência para identificar como se dá a aprendizagem do aluno e, 
também, com relação à metodologia que está sendo utilizada pelo professor, 
pois suas ações, baseadas nos princípios mencionados acima, podem orientar 
o professor quanto a sua metodologia para que haja uma aprendizagem mais 
significativa, visando possibilitar a verdadeira inclusão escolar e social. 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo Cérebro – Máquina de aprender – Parte 05 de 
05, e veja sobre como o cérebro funciona e duas formas que 
auxiliam para se pensar melhor, que é a leitura e o exercício 
físico. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JmF2B-
fuaxQ&list=PLxYtbIgLQaIAJj2_7tOVKDg-nUi7wNQ_r&index=5 
 
2.4 O Neuropsicopedagogo 
 
 A Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp) Conselho 
Técnico – Profissional, na Nota Técnica nº 01/2016, faz orientações acerca das 
atividades do Neuropsicopedagogo de acordo com as demandas nos diferentes 
contextos de atuação. A nota técnica visa informar os órgãos competentes 
interessados, sobre a inclusão do cargo de Neuropsicopedagogo no quadro 
efetivo de profissionais, pois são essenciais para o encaminhamento de 
educandos com problemas de aprendizagem. 
 
 
 
21 
 
Saiba Mais 
Leia a Nota Técnica nº 01/2016 da Sociedade Brasileira De 
Neuropsicopedagogia na íntegra, e saiba mais sobre as 
funções do profissional Neuropsicopedagogo 
Disponível em: http://www.sbnpp.com.br/wp-
content/uploads/2016/05/SBNPP-CTP-Nota-
T%C3%A9cnica-n.-01-2016.pdf 
 
O Neuropsicopedagogo pode atuar em dois contextos: no âmbito 
Institucional, voltado especificamente à Educação, Especial Inclusiva, e no 
âmbito Clínico. Conheça a descrição detalhada das funções desse profissional 
no Art. 29 e 30:Resolução 03/2014 da SBNPp – NOTA TÉCNICA 
 
 
Art. 29 Ao Neuropsicopedagogo com formação na área Institucional, conforme descrito no 
Capítulo V, fica delimitada sua atuação com atendimentos neuropsicopedagógicos 
exclusivamente em ambientes escolares e/ou instituições de atendimento coletivo. 
§1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional, ou de educação especial, de 
educação inclusiva escolar deve contemplar: 
a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao 
desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; 
b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem do aluno; 
c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de 
atuação/especialização. 
Art. 30 Ao Neuropsicopedagogo com formação clínica, conforme descrito no Capítulo V, fica 
delimitada sua atuação com atendimentos neuropsicopedagógicos individualizados em 
setting adequado, como consultório particular, espaço de atendimento, posto de saúde, 
terceiro setor. Os atendimentos em local escolar ou hospitalar devem acontecer de forma 
individual e em local adequado. 
§1°. Entende-se que sua atuação na área clínica ou de atendimento multiprofissional deve 
contemplar: 
a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao 
desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; 
b) Avaliação, intervenção e acompanhamento do indivíduo com dificuldades de 
aprendizagem, transtornos, síndromes ou altas habilidades que causam prejuízos na 
aprendizagem escolar e social; 
 
 
22 
 
c) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem do aluno; 
d) Utilização de protocolos e instrumentos de avaliação e reabilitação devidamente 
validados, respeitando sua formação de graduação; 
e) Elaboração de relatórios e pareceres técnicos-profissionais; 
f) Encaminhamento a outros profissionais quando o caso for de outra área de 
atuação/especialização. 
 
O especialista em Neuropsicopedagogia, como visto anteriormente, 
pode atuar em diferentes contextos. Ele é um profissional que está apto a 
compreender o processo cognitivo e suas implicações na aprendizagem, pois 
os conhecimentos adquiridos durante sua formação, lhe permitem reconhecer 
os transtornos, síndromes, patologias e distúrbios manifestados no indivíduo. A 
partir da identificação dos sintomas, esse profissional proporá uma intervenção 
neuropsicopedagógica que será realizada em conjunto com os professores, 
escola (equipe pedagógica), familiares e demais profissionais que participam 
do cotidiano do educando. 
Vídeo 
Assista ao vídeo indicado e saiba quais são as contribuições 
da Neurociência para o processo de formação da nova 
competência do professor-educador do século XXI. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=M5F2S5D5CDE 
 
 
Dessa forma, a aula refletiu sobre a formação da área 
neuropsicopedagogia e sua importância para o tratamento dos problemas de 
aprendizagem, além de discutir sobre as funções e o papel do 
neuropsicopedagogo no ambiente escolar. Foi visto também que a 
neuropsicopedagogia é uma área de estudos ainda muito recente e que ainda 
tem um longo caminho a percorrer até que seja reconhecida como uma ciência. 
 
Resumo da Aula 02 
 
 
 
23 
 
Esta aula abordou os principais temas relacionados à formação da área 
da neuropsicopedagogia e do profissional neuropsicopedagogo. Foram feitas 
algumas considerações a respeito das práticas aplicadas ao contexto escolar, e 
apresentou-se alguns itens que são fundamentais para as intervenções 
neuropsicopedagógicas. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre o papel do neuropsicopedagogo e sua 
importância no ambiente escolar. 
 
Aula 3 – O Neuropsicopedagogo e sua Atuação nos Casos de Transtornos 
e Distúrbios 
 
Apresentação da Aula 03 
 
O neuropsicopedagogo é um profissional muito importante no que diz 
respeito ao tratamento dos transtornos e distúrbios relacionados à 
aprendizagem. Nesta aula serão abordadas algumas considerações acerca da 
diferença entre dificuldade e transtorno de aprendizagem e qual o papel desse 
profissional nos casos especiais. 
Será iniciado os estudos fazendo algumas reflexões sobre a atuação 
profissional do neuropsicopedagogo e sua atuação nos problemas de 
aprendizagem. Serão vistas as principais diferenças entre transtornos e 
dificuldades de aprendizagem e, por fim, falar-se-á sobre a identificação, 
intervenção, encaminhamento e atuação do neuropsicopedagogo. 
 
3 O Neuropsicopedagogo e os Problemas de Aprendizagem 
 
Para que se possa entender a função do neuropsicopedagogo e sua 
atuação com alunos que apresentam problemas de aprendizagem, é 
 
 
24 
 
imprescindível um esclarecimento acerca do que é a dificuldade de 
aprendizagem e transtorno, e qual é o papel do cérebro no processo de 
aprendizagem. 
Alguns teóricos da área afirmam que os problemas de aprendizagem 
são decorrentes da “ensinagem”, pois a falta de estímulos pode gerar o 
fracasso escolar. Portanto, é necessária uma análise cuidadosa sobre as 
possíveis causas, sintomas e, também, as consequências e tratamento. 
Segundo Sara Paín, os problemas de aprendizagem não devem ser 
considerados erros: 
 
[…] são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos 
mecanismos de conservação e disponibilidade […]; é necessário 
procurar compreender os problemas de aprendizagem não sobre o 
que se está fazendo, mas sim sobre como se está fazendo (SARA 
PAÍN 1992, p. 32). 
 
 
3.1 Transtornos de Aprendizagem 
 
“O que significa transtorno de aprendizagem?”. O conceito de transtorno 
de aprendizagem é ainda muito difícil de definir, pois essa situação é resultado 
das controvérsias teóricas que existem entre as diferentes disciplinas 
envolvidas nesse assunto (neurologia, psicologia, neuropsicologia, 
neuropsicopedagogía, fonoaudiologia, pedagogia, educação, entre outras). 
O Transtorno de Aprendizagem está relacionado com a falta de 
habilidade específica, como leitura, escrita ou matemática, em aprendizes que 
apresentam resultados inferiores ao esperado para o seu nível de 
desenvolvimento. A National Joint Comittee on Learning Disabilities (1988, 
s/p), conceituou os problemas de aprendizagem como: 
 
Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um 
grupo heterogêneo de transtornos manifestados por dificuldades 
significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, 
raciocínio ou habilidades matemáticas. Estes transtornos são 
intrínsecos ao indivíduo, supondo-se que são devido à disfunção do 
sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. 
Podem existir junto com as dificuldades de aprendizagem, problemas 
nas condutas de autorregulação, percepção social e interação social, 
mas não constituem por si próprias, uma dificuldade de aprendizado. 
Ainda que as dificuldades de aprendizado possam ocorrer 
concomitantemente com outras condições incapacitantes como, por 
 
 
25 
 
exemplo, transtornos emocionais graves ou com influências 
extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instrução inapropriada 
ou insuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências. 
 
 
 
A Organização Mundial da Saúde (1992) descreve os transtornos de 
aprendizagem no CID-10, e a Associação Psiquiátrica Americana (2013) no 
DSM-V. Esses manuais utilizam o termo “transtorno” para evitar problemas 
maiores quanto ao uso dos termos “doença” ou “enfermidade” 
As primeiras acepções sobre transtornos surgiram do campo da 
medicina e tem como finalidade dar explicações biológicas de etiologia e as 
causas das dificuldades de aprendizagem. No século XX, a psicologia se ocupa 
de encontrar formas de classificar e selecionar os indivíduos que entram na 
escola e, para isso, Alfred Binet e Théodore Simoncriaram um teste para medir 
a capacidade mental em crianças, a escala Binet-Simon surgiu em 1905. A 
escala de inteligência, resultado do teste, permitia classificar as crianças que 
podiam frequentar a sala de aula convencional daqueles que deveriam receber 
um tratamento especial. 
Saiba Mais 
O QUE É A ESCALA BINET-SIMON 
Consistia em um teste desenvolvido para medir a 
inteligência em geral. Possui uma série de problemas que 
deveriam ser resolvidos em um determinado espaço de 
tempo e acompanhado pelo psicólogo. 
Disponível em: 
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/39/res02_
39.pdf 
 
 A partir dos estudos de Binet, surgiu uma corrente psicométrica que 
desenvolveu uma série de escalas para medir a inteligência e, o resultado 
classificava os indivíduos. Porém, houve uma série de críticas a esse tipo de 
teste, pois acreditava-se que eles não mediam o que era proposto a medir. 
Quanto as críticas positivas, elas afirmam que por meio desses testes foi 
possível fazer um resumo de ideias que possibilitaram que sua utilização seja 
 
 
26 
 
mais fácil de ser aplicada. Também foi possível a criação de scores para medir 
e tabelar os vários esquemas e estruturas (ROTH, RAAB, GRECO, 1998). 
 
Curiosidade 
Ainda no século XX, foram utilizadas várias denominações 
relacionadas aos problemas de aprendizagem, muitos dos 
quais surgiram da descrição de problemas específicos para 
a aprendizagem de leitura, escrita, cálculo ou dificuldades 
comportamentais que afetam o rendimento escolar. Em 
1896, Pringle Morganf defrontou-se com um adolescente de 
14 anos que, apesar de parecer muito inteligente, 
apresentava incapacidade com a linguagem escrita. Morgan 
chamou este evento de “cegueira verbal”, mais tarde foi 
chamada de “cegueira verbal congénita”, “dislexia 
congênita”, “estrefossimbolia”, “alexia do desenvolvimento”, 
“dislexia constitucional”, e até “parte do contínuo das 
perturbações de linguagem, caracterizada por um défice no 
processamento verbal dos sons”. 
 
 
3.2 Quais as Origens dos Transtornos de Aprendizagem? 
 
Segundo o DSM IV, o transtorno de aprendizagem ocorre quando o 
rendimento do indivíduo em leitura, cálculo ou expressão escrita é inferior ao 
esperado por faixa etária, escolarização ou nível de inteligência. A falta de 
oportunidades, o ensino deficiente, fatores culturais, problemas de visão ou 
audição alteradas ou retardo mental são as possíveis causas de variações no 
rendimento escolar. (DSM IV, 1992). 
Por outro lado, o DSM V afirma que o transtorno da aprendizagem é um 
transtorno de origem biológica e que está relacionado com as anomalias no 
nível cognitivo e que resultam em manifestações comportamentais. Conforme 
Fontes (2007), a origem biológica se dá por fatores genéticos, epigenéticos e 
ambientais, que agem no potencial cerebral, na percepção ou no 
processamento das informações verbais e não verbais com eficácia e precisão. 
 
 
27 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia na íntegra o Manual Diagnóstico e 
estatístico de transtornos mentais (2014), 
no qual se encontrará informações 
importantes sobre enfermidades e 
diagnósticos. 
 
3.3 O que é Aprendizagem? 
 
 A Aprendizagem implica em uma construção progressiva de 
organizações cognitivas que vão se estruturando de acordo com a interação 
entre o meio ambiente e as experiências do indivíduo. Tal fato explica que, o 
homem dotado de uma estrutura biológica, ao entrar em contato com diferentes 
situações, tem a capacidade de processar as diversas informações e estruturá-
las pelo seu grau de importância, ou seja, assimila somente as informações 
que lhe pareçam relevantes e significativas. Por esse motivo é que são muito 
importantes os fatores emocionais e sociais, pois tais fatores implicam em uma 
tomada de consciência na sua relação consigo mesmo e com os outros, em 
função dos seus interesses, valores, atitudes e crenças. 
 
3.4 Transtorno de Aprendizagem ou Dificuldade Escolar? 
 
Segundo Bateman apud Brunet (1998), as crianças com dificuldades 
específicas de aprendizagem são aquelas que apresentam uma divergência 
educacional significativa entre seu potencial intelectual e seu nível de 
desempenho, relacionada com desordens básicas nos processos de 
aprendizagem e que podem, ou não, estar acompanhados de uma disfunção 
verificada no sistema nervoso central e não são secundários a um retardo 
mental generalizado, a uma desvantagem cultural ou educativa, a 
perturbações emocionais severas ou uma perda sensorial. 
 
 
28 
 
 
Para identificar se é transtorno ou dificuldade, é importante 
compreender quais são os problemas que a criança está 
apresentando e, se esses problemas são mais gerais ou 
específicos de desenvolvimento. 
 
 
Nos casos de dificuldade de aprendizagem não há alterações funcionais, 
propriamente ditas, de base neurológica, que possam impedir ou limitar a 
aprendizagem. Nesses casos o problema é externo à criança, embora a 
criança não esteja aprendendo, o problema não está efetivamente nela. O 
problema pode ter origem em fatores socioeconômicos, problemas de natureza 
familiar, limitações ou, principalmente, problemas de natureza pedagógica, ou 
seja, as escolas nem sempre estão devidamente preparadas para dar conta da 
diversidade de perfis de aprendizagem e da diversidade de aprendizes. Muitas 
vezes a proposta que a escola apresenta pode ser útil e efetiva para algumas 
crianças, mas para outras pode não ter a mesma eficiência. As dificuldades 
podem ser transitórias e podem ser superadas caso os alunos sejam bem 
ensinados. As dificuldades podem ser geradas pela própria escola em sua 
forma de ensinar. 
Já os Transtornos de Aprendizagem são transtornos provocados por 
alterações funcionais e são intrínsecas às crianças, são de base neurológica e 
fazem parte de sua constituição neurológica. As condições sociais e 
pedagógicas podem estar presentes, podem ser boas ou desfavoráveis, mas 
não são elas os verdadeiros fatores causadores dessas limitações. Se o 
professor possui uma boa formação para trabalhar nessas situações, o fator 
escolar será altamente favorável. Se a escola/professor não tem preparo para 
esta situação isso pode agravar o problema apresentado pelo indivíduo. 
 
Curiosidade 
Os Sinais e Sintomas na primeira infância que identificam 
distúrbios de aprendizagem: 
 
 
29 
 
 Atraso no desenvolvimento motor; 
 Atraso ou deficiência na aquisição da fala; 
 Dificuldade para entender o que ouve; 
 Chora muito, tímida e irritadiça; 
 Inquieta, agitada e muda de atividade com frequência; 
 Dificuldade de adaptação aos primeiros anos escolares; 
 Distúrbios do sono com pesadelos, terror noturno, 
sonambulismo e enurese noturna. 
 
O transtorno de aprendizagem é a dificuldade persistente que traz 
prejuízo na evolução do desenvolvimento do aprendiz, é um fator complicador 
no processo de aprendizagem da criança. O déficit de atenção, dislexia, 
hiperatividade, disgrafia e discalculia são alguns dos problemas mais comuns 
que as crianças podem apresentar na vida acadêmica, são transtornos 
considerados de base neurológica e que se apresentam na forma de um 
distúrbio funcional. Essas dificuldades tendem a ser mais permanentes, são 
dificuldades mais duradouras e elas persistem apesar dos possíveis avanços 
que a criança pode ter, apesar da ajuda que está recebendo do ponto de vista 
pedagógico, intervenção fonoaudiológica, psicopedagógica, etc. 
É importante que as diferenças entre dificuldades e transtornos possam 
ser identificadas e diferenciadas e, também, compreender quais são os 
problemas que a criança está apresentando e, se esses problemas são mais 
gerais ou específicos de desenvolvimento. “As limitações fazem parte do 
quadro de transtorno de aprendizagens?” “São de natureza funcional?” “Ou 
essas dificuldades são mais transitórias e passageiras?” Dependem, acima de 
tudo, de modificaçõesdentro do contexto escolar ou da sala de aula. 
 
A diferença mais marcante entre as dificuldades de 
aprendizagem e os transtornos de aprendizagem é o tempo 
de reação. 
 
 
As crianças com dificuldades escolares, quando sofrem uma intervenção 
bem dirigida, tendem a responder rapidamente, e na maior parte das vezes as 
 
 
30 
 
dificuldades desaparecem. Portanto, é a resposta à intervenção que vai ajudar 
a fazer a diferença entre os verdadeiros transtornos de aprendizagem daqueles 
problemas que estão muito presentes da sala de aula, ou seja, as dificuldades 
de aprendizagem. Outro ponto relevante é que a formação de professores deve 
ser aprimorada para que a aprendizagem seja otimizada para diminuir as 
dificuldades escolares e facilitar a aprendizagem de alunos com transtornos. 
 
3.5 Quando Encaminhar os Indivíduos com Dificuldades de 
Aprendizagem? 
 
É normal encontrar alunos com dificuldades variadas com a leitura e 
com a escrita. Muitas crianças, apesar da idade, não estão alfabetizadas. 
Outros fatores importantes são: dificuldade para memorizar, de atenção e 
desinteresse por tudo que diz respeito à sala de aula. Além desses fatores, há 
também a queixa com relação à preguiça em sala de aula, o indivíduo não 
consegue acompanhar a turma, há uma defasagem entre o seu desempenho e 
o da turma. Apresentam problemas de lentidão e comportamento, além de 
limitações com a matemática. 
É importante que pais e professores fiquem atentos aos pequenos sinais 
de dificuldades de aprendizagem que muitas vezes são confundidos com 
preguiça e relaxamento. A preguiça ou relaxamento sempre acompanha uma 
dificuldade, porque o nosso cérebro sempre procura esconder a deficiência 
atrás da preguiça. Toda criança que apresentar dificuldade com aprendizagem, 
deve se submeter a um trabalho de elevação da autoestima para que ela saiba 
que pode aprender. 
Vídeo 
Acesse o vídeo Veja as características específicas de cada 
transtorno de aprendizagem, o qual mostra um pouco das 
características específicas de cada transtorno de aprendizagem 
e como se deve atuar para auxiliar o aprendizado e 
desenvolvimento dessas crianças. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Zi8nJ0Jg7HI&t=109s 
 
 
 
31 
 
As reflexões feitas sobre as dificuldades e transtornos e suas 
consequências para indivíduos afetados, tiveram o intuito de proporcionar uma 
maior compreensão sobre a atuação do profissional e dos familiares envolvidos 
neste contexto, pois toda criança com problemas de aprendizagem deve ser 
submetida a um tratamento imediato para que, futuramente, ela tenha 
qualidade de vida. 
 
Resumo da Aula 03 
 
Nesta aula falou-se sobre as diferenças entre as dificuldades e 
transtornos de aprendizagem e suas consequências para os indivíduos 
afetados. Nesse contexto se fez algumas considerações acerca do papel da 
escola, do professor, da família e do neuropsicopedagodo quando o problema 
é identificado. 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a diferença entre o Transtorno de 
aprendizagem e a Dificuldade Escolar. 
 
 
Aula 4 - As Dificuldades de Aprendizagem e suas Implicações nos 
Contextos Social, Educacional e Familiar 
 
Apresentação da Aula 04 
 
Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem estão presentes no 
cotidiano das famílias, das escolas e, que muitas crianças, ou até mesmo 
adultos, se não forem tratados, são ou serão marginalizados pela sociedade. 
Portanto, a identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento, 
são ações fundamentais para garantir um futuro melhor e de mais qualidade de 
vida para esses indivíduos. Por isso é importante que se conheça as 
 
 
32 
 
particularidades das dificuldades de aprendizagem, como identificá-las e tratá-
las. 
Inicia-se os estudos fazendo algumas reflexões sobre a avaliação 
neuropsicopedagógica, sobre a importância de um diagnóstico correto das 
dificuldades e o posterior encaminhamento dos indivíduos afetados aos 
profissionais habilitados. Serão conhecidos também alguns transtornos mais 
frequentes nas crianças e quais são os sintomas de cada uma delas. 
 
4 A Avaliação Neuropsicopedagógica 
 
A neuropsicopedagogia é uma área que tem denominadores comuns 
com as demais disciplinas que a compõem: a convalidação dos conhecimentos 
teóricos, os modelos de intervenção e demais ferramentas de trabalho 
profissional. Sua base conceitual e técnico-procedimental se fundamenta no 
conhecimento interdisciplinar das bases neuropsicológicas e comportamentais 
no que concerne à aprendizagem escolar, bem como às alterações cognitivas e 
comportamentais do desenvolvimento que afetam os processos de 
aprendizagem escolar. A neuropsicopedagia prioriza as questões pedagógicas 
e funções psicológicas, com enfoque na escola, em suas práticas e em suas 
metodologias. 
 
4.1 Dificuldades de Aprendizagem Escolar - Identificação e Diagnóstico 
 
Identificar corretamente as causas da “não aprendizagem” é 
imprescindível para a elaboração de um diagnóstico correto, pois podem 
ocorrer casos de alunos que apresentam dificuldades semelhantes, mas as 
causas das manifestações são diferentes. 
Quando os pais ou professores constatam algum tipo de dificuldade de 
aprendizagem na criança, a reação nem sempre é positiva, pois muitos pais, 
por total desconhecimento sobre o assunto, se negam a acreditar na existência 
de um problema real que pode ser um transtorno ou até uma síndrome 
neuropsíquica, e acabam rotulando seu próprio filho de preguiçoso ou 
desinteressado. 
 
 
33 
 
Por outro lado, existem os professores despreparados e desinformados, 
mesmo que sua profissão exija tais conhecimentos, geralmente incorrem 
exatamente no mesmo erro dos pais da criança. Sem saber como atuar nesses 
casos, os professores insistem que o aluno realize algum um tipo de atividade 
e, percebendo que não está obtendo resultados positivos com a ação, o 
professor passa a rotulá-lo de preguiçoso e relapso, sem procurar identificar se 
existe alguma dificuldade de aprendizagem. 
A preguiça contumaz e a desatenção podem estar mascarando um 
mecanismo de defesa que esteja escondendo uma dificuldade verdadeira. E 
essa dificuldade, que tanto pode ter origem num simples bloqueio ou em 
alguma patologia neuropsíquica precisa ser descoberta, pois ela necessita ser 
identificada e acompanhada por um profissional. Caso não haja uma 
intervenção nessa situação, certamente os resultados serão desastrosos, pois 
gerará sentimentos de inferioridade na criança devido aos rótulos de 
desatenciosa e preguiçosa e até mesmo de “burra”. 
Para essas crianças com problemas de aprendizagem, frequentar a 
escola representará um período de desespero, sacrifício, tristeza e revolta, e 
desta maneira se terá, então, um aluno cujas perspectivas de vida são muito 
negativas. Esse aluno pode apresentar apatia em relação à aula e à escola e, 
para tentar mascarar sua dificuldade ele tenderá a demonstrar inquietude, 
comportamento inadequado e, dificilmente conseguirá superar sozinho suas 
dificuldades para poder crescer intelectual e emocionalmente. Geralmente esse 
tipo de aluno desiste de estudar porque se sente incapaz de aprender. 
É preciso que pais, professores, e demais envolvidos com a criança com 
problemas de aprendizagem entendam que essa realidade pode ser revertida 
e, que cada uma dessas crianças tem a sua individualidade, pois dessa 
maneira as características específicas podem ser identificadas. Quando 
identificadas as dificuldades e, se estão acima da média, é imprescindível a 
intervenção e encaminhamento para profissionais especializados para que 
deem início ao acompanhamento especial em casa e na escola. 
 
4.2 Identificação e Diagnóstico 
 
 
 
34 
 
A partir da identificação e, dependendo do tipo de dificuldade, surgem 
diversos caminhos a serem percorridos. Se for o caso, o médico identificará e 
dará início ao tratamentode alguma anomalia neuropsíquica, e o psicólogo 
identificará e tratará alguma dificuldade comportamental, se for o caso. De 
acordo com a situação apresentada e diagnosticada em um primeiro momento, 
será necessário a ajuda de outros profissionais, como: fonoaudiólogos, 
nutricionista, etc. Os pais e professores devem se preocupar com o 
desenvolvimento pessoal, emocional e intelectual da criança. É importante que 
haja a identificação de suas habilidades atuais, mostrando-lhe, a todo 
momento, a sua capacidade e inteligência, pois esse processo servirá de 
auxílio para a elevação da autoestima da criança. A continuidade do processo 
pode reduzir ou eliminar os sintomas que antes eram impeditivos ao seu 
desenvolvimento. 
 
Importante 
O CID 10 menciona que a categoria Transtornos específicos 
do desenvolvimento das habilidades escolares (F81), divide-se 
em subcategorias, são elas: 
CID 10 – F81 Transtornos específicos do desenvolvimento das 
habilidades escolares 
CID 10 - F81.0 - Transtorno específico da leitura 
CID 10 - F81.1 - Transtorno específico do soletrar 
CID 10 - F81.2. - Transtorno específico de habilidades 
aritméticas 
CID 10 - F81.3 - Transtorno misto das habilidades escolares 
CID 10 F81.8 - Outros transtornos do desenvolvimento das 
habilidades escolares 
CID 10 - F81.9 - Transtornos do desenvolvimento das 
habilidades escolares, não especificado. 
Fonte: http://www.cid10.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
35 
 
4.3 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) 
 
“O que acontece quando a criança apresenta dificuldades para estudar, 
para fazer as tarefas da escola e, apesar do seu esforço ela não consegue 
progredir?” Uma das causas desse problema pode ser o Transtorno de Déficit 
de Atenção e Hiperatividade. 
Segundo Paín (1992), o TDAH, é um transtorno de origem 
neurobiológica que se caracteriza, principalmente, pela falta de atenção, 
impulsividade e hiperatividade. Esses sintomas se refletem em diferentes 
comportamentos e/ou problemas que a criança apresenta e que interferem em 
seu processo de aprendizagem, são eles: 
 
 Dificuldades para organizar-se com seu horário a curto, médio e longo 
prazo, em casa ou na escola. 
 Dificuldade para organizar seu trabalho e seu material escolar. 
 Dificuldades para manter a atenção, principalmente nas atividades de 
longa duração. 
 Dificuldades para obedecer a ordens ou instruções que são dadas pelos 
adultos. 
 Precipitação na hora de realizar tarefas. 
 Demonstra falta de concentração em suas atividades. 
 Geralmente perde ou esquece o material escolar. 
 
Vídeo 
Assista ao vídeo TDAH, o qual fala sobre o Transtorno de Déficit 
de Atenção e Hiperatividade, mostrando como acontece, suas 
causas e facilitadores, e a importância de o compreender. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=zl02W9WsbD4 
 
 
Algumas dificuldades específicas na aprendizagem das crianças com 
TDAH são: 
 
 
36 
 
 
 Leitura: Geralmente, devido à impulsividade e à desatenção, a criança 
com TDAH apresenta uma leitura precipitada e incorreta, o que resulta 
em pouca compreensão do texto. Os erros mais comuns são: omissão 
de letras e/ou palavras, adição de letras e/ou palavras, repetições, 
substituição de palavras, vacilações (demora para ler) e, devido a 
rapidez na leitura, ocorre a vocalização incorreta das palavras que leu. 
 Cálculo e matemática: Apresentam dificuldades para converter o 
concreto em abstrato e para utilizar o pensamento lógico, ou seja, para 
interpretar e imaginar o enunciado de um problema, pois não fazem 
abstração dos dados. Apresentam dificuldades nas operações básicas: 
somar, diminuir, dividir e multiplicar 
 Escrita: Apresentam dificuldades com as atividades manuais, como: 
pintar, cortar, jogar com peças pequenas. Sua caligrafia é irregular e 
pouco organizada. Tem dificuldade para memorizar conteúdos e regras 
e, mesmo que as saibam, cometem erros na hora de utilizá-las. 
 Fala: Apresentam falta de organização na fala, pensa pouco para falar, 
pois seu pensamento vai mais rápido que sua fala. Falam muito e de 
maneira impulsiva, falam de assuntos que não estão relacionados com a 
tarefa que estão executando e se distraem com seu próprio discurso. 
 
Importante 
As manifestações do TDAH em escolares variam em torno de 
9% para o déficit de atenção até 40% para a hiperatividade, mas 
nem toda criança com TDAH tem dislexia ou distúrbio de 
aprendizagem em comorbidade (associação entre problemas – 
relação negativa com outros problemas de saúde). 
 
 
4.4 O que é Dislexia? 
 
A dislexia é um transtorno que se manifesta com a dificuldade para 
aprender a ler, por meio de métodos convencionais de instrução, apesar da 
 
 
37 
 
criança possuir um nível normal de inteligência e oportunidades socioculturais 
adequadas. 
É um problema de aprendizagem por ser patológico, que apresenta 
inibição cognitiva ou sintomática, envolve a leitura e escrita, além de 
dificuldades com cálculos, leitura lenta e compassada. 
Segundo a IDA - International Dyslexia Association (2002) a dislexia: 
 
A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno 
específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada 
por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na 
habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades 
normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da 
linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades 
cognitivas. (IDA – International Dyslexia Association, 2002, s/p.) 
 
 
Em termos técnicos, a Dislexia é um distúrbio neurológico que leva a: 
 
 Dificuldade na decodificação da leitura e escrita e resulta no prejuízo da 
compreensão do que é lido. 
 Dificuldades no processamento da informação; 
 Afeta as operações de precisão e rapidez no ato de ler e escrever, assim 
como a escrita ortográfica e as produções de textos; 
 Pode ocorrer a Discalculia; 
 De origem genética e hereditária. 
 
 
Saiba Mais 
Para compreender um pouco mais sobre a Discalculia, veja 
o artigo do CogniFit, A Discalculia Infantil: tratamento, 
exercícios, causas, sintomas, tipos de discalculia, avaliação 
e definição. 
Disponível em: 
https://www.cognifit.com/br/pathology/dyscalculia 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Importante 
1. Elogiar e premiar sempre o trabalho e esforço; 
2. Supervisionar as tarefas com paciência; 
3. Não fazer comparações com outros irmãos e/ou alunos; 
4. Importante considerar que para essas crianças é muito difícil 
estudar. 
 
 
 
 
Fonte: http://www.thepicta.com/media/1378616207271646117_4029610883 
 
 
 Assim, a dislexia é o efeito de múltiplas causas que podem ser 
agrupadas em dois polos. De um lado estão os fatores neurofisiológicos e, por 
outro lado, estão os conflitos psíquicos provocados pelas pressões e tensões 
presentes no ambiente onde a criança se desenvolve. Esses fatores levam a 
formação de grupos de problemas fundamentais, que se encontram na maior 
parte no transtorno do disléxico, cuja gravidade e interdependência é diferente 
em cada indivíduo. Portanto, a dislexia é uma manifestação de um serie de 
transtornos que podem se apresentar de um modo global, embora seja mais 
frequente o aparecimento, de alguns deles, de forma isolada, são eles: 
Lateralidade ruim: A lateralidade é o processo pelo qual a criança 
desenvolve a preferência ou dominância de um lado de seu corpo sobre o 
 
 
39 
 
outro. Se o predomínio é do lado direito, é um sujeito destro, se é do lado 
esquerdo é canhoto, e se não conseguiu um domínio lateral em alguns dos 
lados, se chama ambidestro. Quando bebê a criança é considerada 
ambidestra. 
Segundo Gesell (1987), geralmente a lateralidade se define após os 5 ou 
6 anos de idade, embora algumas crianças manifestem um predomínio lateral 
mais precocemente. As crianças que apresentam alguma alteração na 
evolução de sua lateralidade, geralmente apresentamtranstornos de 
organização na visão do espaço e da linguagem que são fatores que 
constituem o eixo da problemática do disléxico. Grande parte dos casos 
disléxicos se dá em crianças que não tem um predomínio lateral definido. A 
lateralidade influi na motricidade, de modo que uma criança com a lateralidade 
mal definida, geralmente apresenta dificuldades para realizar trabalhos 
manuais e seus traço gráficos são descoordenados. 
Falta de ritmo: é percebida tanto na realização de movimentos quanto 
na linguagem, com pausas mal colocadas, que são evidenciadas na leitura e 
na escrita. 
Existem outros fatores que fazem parte dos problemas fundamentais 
que se encontram no transtorno disléxico, porém foram vistos apenas alguns 
devido à complexidade do tema. 
Falta de atenção: Devido ao esforço intelectual que utilizam para 
superar suas dificuldades perceptivas específicas, apresentam um alto grau de 
fadiga. Por essa razão aprender a ler e escrever se torna um momento difícil e 
desinteressante. 
Desinteresse pelo estudo: A falta de atenção, unida a um meio familiar 
e escolar pouco estimulantes, faz com que percam o interesse pelas tarefas 
escolares e, consequentemente seu rendimento e qualificações escolares são 
baixos. 
Inadaptação pessoal: o disléxico, por não ter uma boa orientação no 
espaço e no tempo, não possui ponto de referência ou de apoio, apresentando, 
consequentemente, insegurança e falta de estabilidade em suas reações. 
Como mecanismo de compensação, tem excesso de confiança em si mesmo e, 
muitas vezes é vaidoso, aspectos que o levam a defender suas opiniões 
radicalmente. 
 
 
40 
 
 
O diagnóstico é feito de uma forma multiprofissional, ou seja, depende 
da avaliação de vários profissionais, são eles: psicólogo, neuropsicólogo, 
psicopedagogo, neurologista, oftalmologista, psiquiatra, entre outros. É 
necessário avaliar se a criança apresenta disfunção visual ou auditiva, 
desordem neurológica, se houve algum tipo de alteração afetiva que promoveu 
o fracasso escolar e, por isso, ela apresenta dificuldade no aprendizado. São 
muitos os fatores envolvidos no diagnóstico e, por isso, é importante fazer um 
levantamento ou anamnese. 
Uma vez traçado o diagnóstico, são vários os caminhos a serem 
percorridos. Em um primeiro momento devem ser avaliadas quais são as 
dificuldades que a criança apresenta, cada criança apresenta um tipo de 
dificuldade. Uma criança pode apresentar dificuldade ortográfica com inversão 
de letras, outra criança pode ter uma dificuldade específica no cálculo, etc. A 
partir dessa observação é importante o profissional mapear as dificuldades 
para poder fazer as intervenções específicas para cada dificuldade. Essas 
ações podem amenizar o problema. 
É muito importante que haja uma identificação precoce do problema, 
pois as crianças com dislexia frequentemente fracassam na escola e perdem a 
motivação. São rotulados de preguiçosos e burros, provocando a perda da 
autoestima e, consequentemente o abandonam a escola. 
 
Saiba Mais 
Acesse o link indicado e leia o texto: Déficit de Atenção e 
Dislexia na Escola Escrito pela ABDA (Associação Brasileira 
do Déficit de Atenção) e aprenda mais sobre o assunto. 
Disponível em: 
http://www.tdah.org.br/br/artigos/textos/item/374-
d%C3%A9ficit-de-aten%C3%A7%C3%A3o-e-dislexia-na-
escola.html 
 
 
 
41 
 
Algumas das consequências da negligência no correto tratamento da 
dislexia são: evasão escolar, depressão precoce, baixa autoestima, transtornos 
de conduta e baixo alcance ocupacional. 
Assim, ao fazer uma reflexão sobre as dificuldades de aprendizagem, 
percebe-se que qualquer alteração identificada nas condições internas do 
indivíduo, em termos de sua estrutura neurobiológica e psicológica, bem como 
interferências em sua realidade ambiental, familiar e social, pode ocasionar 
dificuldades no processo de aprendizagem. Por isso, é de suma importância a 
avaliação de caráter mais complexo e específico, como é a neuropsico-
pedagógica. 
 
Resumo da Aula 04 
 
No decorrer desta aula foi discutido acerca das dificuldades de 
aprendizagem e a importância de se conhecer as características de cada 
dificuldade e/ou transtorno. Se aprendeu sobre como se dá o processo de 
diagnóstico, intervenção, encaminhamento e tratamento. Por fim, foram 
conhecidas as consequências decorrentes do não tratamento ou de um 
diagnóstico equivocado. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Faça uma comparação entre os sintomas característicos da 
dislexia e o TDAH. Elabore um texto apontando as principais 
diferenças de diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Resumo da Disciplina 
 
Chegou-se ao fim da disciplina Fundamentos da Neuropsicopedagogia, 
na qual foram apresentados os conceitos e definições sobre a 
Neuropsicopedagia e as ciências que a compõem, ou seja, a Neurociência, a 
Psicologia e a Pedagogia. Também foram feitas considerações acerca do 
profissional neuropsicopedagogo e sua atuação mediante o tratamento dos 
problemas de aprendizagem no contexto escolar. Discutiu-se sobre as 
dificuldades e transtornos de aprendizagem e as diferenças de diagnósticos 
existentes entre esses dois tipos de problemas. 
Os estudos da neurociência ligados ao processo de aprendizagem são 
considerados uma revolução para o meio educacional, porque a educação e 
aprendizagem estão relacionadas com os processos neurais, com redes que se 
estabelecem, com neurônios que se comunicam e fazem novas sinapses, o 
que resulta em aprendizagem. 
A Neurociência, somada à Educação, promove um melhor entendimento 
sobre o que é o processo de aprendizagem. Nesse contexto relacionado ao 
docente a neurociência contribui para auxiliar o professor na tomada de 
decisões quando identificado um transtorno e/ou dificuldade de aprendizagem. 
Todos esses temas foram estudados com o intuito de promover uma 
reflexão acerca dos problemas relacionados à aprendizagem, suas origens e 
quais as ações necessárias para entender a realidade neuropsíquica cognitiva 
do sujeito, visando identificar suas potencialidades cognitivas, 
independentemente do tipo de dificuldade de aprendizagem, tais como, 
distúrbio, transtorno ou qualquer anomalia neuropsíquica que esteja presente. 
Cabe ao profissional neuropsicopedagogo treinar professores despreparados e, 
também, orientar os pais sobre o entendimento neuropsicocognitivo de seus 
alunos e filhos, visando possibilitar a verdadeira inclusão escolar e social. 
 
 
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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
43 
 
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SEESP, 2002. 
 
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Minesota. 2008 
 
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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
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