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A INCLUSÃO SOCIAL E EDUCACIONAL DE PCDs

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: A inclusão social e educacional de pessoas com Necessidades 
Educacionais Especiais 
Autores: D.ra Roberta Paye Bara 
Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
2 
 
Roberta Paye Bara 
 
 
 
A inclusão social e educacional de 
pessoas com Necessidades 
Educacionais Especiais 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
Curitiba, PR 
Faculdade São Braz 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
BARA, Roberta Paye. 
A inclusão social e educacional de pessoas com Necessidades Educacionais 
Especiais / Roberta Paye Bara. – Curitiba, 2017. 
37 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva / Maria Tereza Costa. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de A inclusão social e educacional de pessoas com 
Necessidades Educacionais Especiais – Faculdade São Braz (FSB), 2017. 
 ISBN: 978-85-94439-06-2 
 
 
 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
Esse material foi elaborado para contribuir na sua formação profissional. 
Para que tenha mais conhecimento sobre a inclusão de pessoas com 
necessidades educacionais especiais, com a finalidade de proporcionar um 
ambiente escolar inclusivo educacional e socialmente. Para o completo 
aproveitamento do curso é necessário que você participe de todas as mídias que 
o curso disponibiliza em todas as disciplinas. É extremamente importante que 
acesse e realize as atividades disponíveis no ambiente virtual, aproveitando 
todos os recursos que irão contribuir para o domínio de todos os conteúdos 
abordados nas disciplinas deste curso. 
Nesta disciplina serão abordados temas como: as necessidades 
educacionais especiais, práticas pedagógicas inclusivas, educação na 
diversidade e Anamnese. Todos esses assuntos irão contribuir para a sua futura 
prática profissional inclusiva, descrevendo procedimentos, práticas e posturas 
que todo professor deve ter em sala de aula para contemplar, de forma ampla, a 
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 – As Necessidades Educacionais Especiais (NEE) e as contribuições 
das teorias do desenvolvimento humano 
Apresentação da aula 1 
Nesta aula serão abordadas as informações sobre Necessidade 
Educacionais Especiais (NEE) e à respeito das teorias do desenvolvimento 
humano. 
 
1. As Necessidades Educacionais Especiais (NEE) e as contribuições das 
teorias do desenvolvimento humano 
 Em 2015, foi promulgada a Lei Brasileira da Inclusão (Lei 13.146/2015), 
que define punições para atitudes discriminatórias e contempla mudanças em 
várias áreas, como na educação. Essa lei trata de questões sobre acessibilidade, 
educação, trabalho e combate à discriminação. No âmbito escolar, a Lei 
Brasileira da Inclusão, também conhecida como Estatuto da Inclusão, obriga as 
escolas privadas a acolher os estudantes com necessidades educacionais 
especiais no ensino regular e a adotar medidas necessárias para facilitar a 
acessibilidade desses alunos sem gerar custos financeiros adicionais aos 
responsáveis. As escolas públicas já acolhiam os alunos com necessidades 
educacionais especiais, inclusive sendo realizado mudanças estruturais e 
disponibilizando professores auxiliares. 
Para Refletir 
Até os anos 2000 eram comuns no Brasil a existência de 
escolas especializadas em atendimento de alunos com 
necessidades especiais. Quando se iniciou o movimento de 
inserção desses alunos no ensino regular, principalmente em 
escolas públicas, houve muita resistência por parte de pais e 
responsáveis. Reflita sobre quais foram os fatores que 
levaram os pais e responsáveis a resistirem na aceitação da 
inclusão no ensino regular. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
 
 
7 
 
1.1 As NEE e as contribuições das teorias do desenvolvimento humano 
 O estudo sobre as necessidades educacionais especiais e as teorias do 
desenvolvimento humano norteiam a prática pedagógica inclusiva, pois as 
teorias do desenvolvimento humano dão suporte as ações que estimulam o 
desenvolvimento cognitivo. O estudo das necessidades educacionais especiais 
faz com que essas ações sejam adaptadas, a fim de respeitar as necessidades 
de cada aluno. As adaptações das atividades pedagógicas são importantes para 
criar uma escola inclusiva. 
 A escola inclusiva proporciona educação para todos os alunos em salas 
de aula regulares, garantindo oportunidades educacionais adequadas e 
desafiadoras, sempre ajustadas às necessidades e habilidades de cada um. 
Assim, alunos com ou sem necessidades especiais terão oportunidades iguais. 
Além de aprenderem a conviver com as diferenças, aceitando e respeitando as 
limitações de cada um, cabe ao professor estimular o uso das habilidades 
individuais para superarem as dificuldades. 
Pesquise 
Com o avanço das pesquisas sobre práticas pedagógicas 
inclusivas ocorreram mudanças também nas nomenclaturas. 
Pesquise como eram nomeados antigamente os alunos que 
hoje em dia são definimos como alunos com Necessidade 
Educacionais Especiais. 
 
1.2 NEE 
NEE é a sigla para Necessidades Educacionais Especiais ou Necessidade 
Educativa Especial. No geral é a mesma coisa, o que muda é o emprego da 
concordância gramatical. Entre as NEE estão a deficiência auditiva, a física, a 
visual, a intelectual e as deficiências múltiplas (quando há presença de mais de 
uma deficiência). Entre outras possibilidades de fatores que limitam o 
desenvolvimento social, cognitivo e físico dos alunos temos o autismo, a partir 
de 2013 compreendido como Transtorno do Espectro Autista – TEA (TEA - 
Transtornos do Espectro Autista conforme o DSM 5 - Manual Diagnóstico e 
 
 
8 
 
Estatístico de Transtornos Mentais - 5ª edição), o Transtorno Global do 
Desenvolvimento (TGD), Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Síndrome de 
Asperger, Síndrome de Williams e Síndrome de Rett, além de outros fatores mais 
raros como, a Síndrome de Angelman que caracteriza-se por atraso 
no desenvolvimento intelectual, dificuldades na fala, movimentos desconexos 
e sorriso constante. Outro caso raro é a Osteogênese Imperfeita, também 
conhecida popularmente como Ossos de Vidro. É uma doença genética e 
hereditária ondea principal característica é que os ossos quebram facilmente. 
Vocabula rio 
Espectro - Aplicado em Espectro Autista, refere-se a graus de 
autismo, como níveis, em que é possível apresentar muitas 
características do autismo ou algumas. 
 
 
 Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas 
interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco 
anos de vida. Os indivíduos com TGD manifestam comunicação oral repetitiva, 
com pouco interesses em realizar as atividades. Engloba diferentes Transtornos 
do Espectro Autista, como Asperger e também as Psicoses Infantis e a 
Esquizofrenia. Muitos apresentam altas habilidades cognitivas, porém há 
dificuldades na socialização e na comunicação. Evitam o contato visual e 
demonstram aversão ao toque de outros, podem estabelecer contato por meio 
de comportamentos não verbais e geralmente se isolam em atividades em grupo. 
 Os indivíduos com Síndrome de Williams possuem uma desordem no 
cromossomo 7 apresentando, desde o primeiro ano de vida, uma irritabilidade, 
uma hipersensibilidade auditiva e dificuldade para se alimentar. Apresentam 
também problemas motores, falta de equilíbrio e incapacidade para realização 
de tarefas motoras, como cortar papel e amarrar o sapato. Contudo, apresentam 
boa memória auditiva e facilidade na comunicação. Essa síndrome acomete 
ambos os sexos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia_mental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fala
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sorriso
 
 
9 
 
 A Síndrome de Rett é um dos TGD, é uma doença neurológica resultante 
de uma mutação genética que acomete, na maioria dos casos, crianças do sexo 
feminino. Ocorre o comprometimento progressivo das funções motora e 
intelectual, cujo desenvolvimento se deu de forma aparentemente normal entre 
8 e 18 meses, com posterior regressão dos ganhos psicomotores e mudanças 
no padrão de desenvolvimento. As habilidades de fala, a capacidade de andar e 
o controle do uso das mãos começam a regredir. A comunicação se dá apenas 
pelo olhar. A partir dos 10 anos, o aparecimento de escolioses e de rigidez 
muscular fazem com que muitas crianças percam totalmente a mobilidade, além 
de apresentarem níveis de deficiência intelectual. 
 Existem diversos fatores que podem contribuir para a existência de uma 
necessidade educacional especial, seja adquirido por um acidente, ou sequela 
de alguma doença ou por alterações genéticas. O importante é que sejam 
realizadas adaptações de materiais, de metodologias e postura do professor, a 
fim de atender todas as necessidades de todos os alunos. 
 
1.3 Teorias de desenvolvimento humano 
 O estudo do desenvolvimento humano analisa as mudanças ao longo da 
vida, busca descrever, explicar e prever o comportamento. Inicialmente, no 
Século XIX, o foco era o desenvolvimento infantil, incluindo a adolescência. Essa 
só se tornou uma fase separada a partir do Século XX. O estudo do 
desenvolvimento na vida adulta é denominado desenvolvimento no ciclo vital. 
 O desenvolvimento tem três principais dimensões: 
 física; 
 cognitiva; 
 psicossocial. 
 
O desenvolvimento dessas áreas não ocorre isoladamente, um interfere 
no outro. 
 Vale reforçar a existência de vários fatores que influenciam o 
desenvolvimento humano, alguns de origem genética ou ambiental. Nos fatores 
 
 
10 
 
de origem ambiental, destaca-se a influência familiar, seja a família nuclear (os 
que moram juntos e convivem diariamente) ou a família extensa (composta por 
amigos próximos e parentes que participam do cotidiano). Dentro dos fatores 
ambientais existe a condição socioeconômica (que define qualidade e 
manutenção das necessidades relacionadas à saúde), a cultura, o grupo social 
(tradições) e, em alguns casos, a origem étnica. 
 As influências que ocorrem no desenvolvimento das pessoas são 
categorizadas como normativas ou não normativas. Há as normativas etárias, 
que ocorrem com pessoas de mesma idade e as não normativas, não seguem 
uma regra, geralmente são aleatórios. 
 Há estudos que descrevem períodos críticos para o desenvolvimento 
físico inicial, enquanto que para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial há 
maior flexibilidade. 
 As Teorias do Desenvolvimento Humano consideram as seguintes 
questões básicas: a hereditariedade, o ambiente, o caráter ativo ou passivo no 
desenvolvimento e a existência de estágios de desenvolvimento. Há a teoria 
mecanicista e organísmico. Na teoria mecanicista as pessoas reproduzem 
atividades repetidamente, como máquinas. No organísmico as pessoas são 
ativas no seu processo de ensino-aprendizagem, como organismos ativos em 
crescimento. 
 A perspectiva psicanalítica defende que o desenvolvimento ocorre pelo 
estímulo de conflitos emocionais inconscientes, destacando a Teoria de Freud 
do Desenvolvimento Psicossexual e a Teoria de Erikson do Desenvolvimento 
Psicossocial. 
 Na perspectiva da aprendizagem o desenvolvimento é visto como 
resultante de um processo de ensino-aprendizagem, destacando a Teoria 
Behaviorista de Skinner (que defende que o comportamento pode ser 
condicionado por reforço ou punição) e a Teoria da Aprendizagem Social de 
Bandura (aprendizagem resultante da observação). 
 Na perspectiva humanista defende-se que os indivíduos decidem 
conscientemente seus objetivos de desenvolvimento, destacando a Teoria 
Hierárquica de Necessidade de Maslow. 
 
 
11 
 
 Na perspectiva cognitiva considera-se que os indivíduos atingem os 
objetivos de desenvolvimento através de estímulos, destacando-se as Teorias 
sobre Estágios de Desenvolvimento Cognitivo Etário de Piaget e a abordagem 
na Neurociência Cognitiva. 
 Na perspectiva etológica o comportamento adaptativo é que define a 
sobrevivência do grupo social. Nesta linha destacam-se os trabalhos de Bowlby 
e Ainsworth. 
 Na perspectiva contextual é considerado fortemente o papel do contexto 
social no desenvolvimento. Nessa vertente destacam-se a Teoria Bioecológica 
de Bronfenbrenner (influência ambiental dividida em 5 partes: microssistema, 
mesossistema, exossistema, macrossistema e cronossitema) e a Teoria 
Sociocultural de Vygotsky. 
 
1.4 Contribuições das teorias do desenvolvimento humano as NEE 
 As teorias do desenvolvimento humano fornecem informações sobre 
vários fatores que contribuem para o desenvolvimento, conforme a visão de 
vários pesquisadores. Também é possível compreender como a falta desses 
pode contribuir para falta de estímulo no desenvolvimento. 
 Sabendo os fatores que contribuem para o desenvolvimento humano, é 
possível definir procedimentos que ajudem a estimular o desenvolvimento motor, 
social e cognitivo de pessoas que necessitam de atendimento especializado. Os 
terapeutas ocupacionais realizam trabalho nessa área, atendendo todos os 
casos de necessidades especiais e em todas as faixas etárias. 
 Na educação básica, os professores precisam dominar informações sobre 
como estimular o desenvolvimento motor, social e cognitivo referente as idades 
e conteúdos da educação básica, a fim de proporcionar um ambiente acolhedor 
em sala de aula, estimulando o respeito pelas diferenças e proporcionando 
estímulos ao desenvolvimento motor, psicossocial e cognitivo. 
 Um exemplo de contribuição das teorias do desenvolvimento humano no 
atendimento de indivíduos que possuem necessidades especiais, são os centros 
de atendimento às crianças que nasceram com microcefalia. Nesses centros, os 
 
 
12 
 
terapeutas ocupacionais, demais profissionais e a equipe médica realizam 
procedimentos específicos e orientam os responsáveis em como efetivar 
atividades que estimulem o desenvolvimento motor, cognitivo, fisioterápico, 
visual, entre outros. Uma atividade recorrente que estimula o desenvolvimento 
social, motor e cognitivo é a fisioterapia no mar. Grupos de mães e bebês são 
levados para praias da região,onde os bebês são estimulados, através de 
atividades motoras, contato com texturas da natureza e no convívio social com 
outros bebês. 
Saiba Mais 
Para saber mais à respeito do Educação Inclusiva em sua 
prática acesse o site Diversa, no qual é possível consultar 
artigos, notícias, tirar dúvidas sobre inclusão, acompanhar 
relatos e estudos de caso. 
Link: http://diversa.org.br/ 
 
 
 Há vários fatores que podem gerar uma dificuldade cognitiva, social ou 
motora. Independentemente da origem da dificuldade, há a necessidade de 
preparar aulas que atendam às necessidades de todos os alunos, incluindo 
aqueles que possuem Necessidades Educacionais Especiais. Conhecer o que 
interfere no desenvolvimento, seja de forma positiva ou negativa, irá contribuir 
para uma prática pedagógica inclusiva. Por isso, é importante compreender os 
fatores que influenciam no desenvolvimento humano e as teorias que descrevem 
o aprendizado. 
Ví deo 
Assista o filme Teoria de Tudo (The Theory of Everything), 
dirigido por James Marsh (2015), no qual é possível ver parte 
da biografia de Stephen Hawking, um dos maiores cientistas 
atuais, apesar de suas limitações físicas. 
Link do trailler: 
https://www.youtube.com/watch?v=SbUVNHdPE4w 
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Theory_of_Everything_(filme)
 
 
13 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia o livro Inclusão: um guia para 
educadores, de autoria de Susan Stainback 
e William Staimback. Na obras é possível 
encontar sugestões para fazer com que haja 
uma interação produtiva em sala de aula 
entre os alunos. 
 
Resumo da aula 1 
 Nesta aula vimos sobre o que se refere as NEE, considerando a 
importância de adaptações de materiais, metodologias e didáticas utilizadas em 
sala de aula com a finalidade de atender todos os alunos de forma igualitária. 
Foram mencionadas algumas síndromes e suas características no 
desenvolvimento humano. Além disso, foi descrita, resumidamente, algumas 
teorias do desenvolvimento humano e suas contribuições ao estudo das 
necessidades educacionais especiais, pois a partir das teorias do 
desenvolvimento humano é possível definir ações que estimulem o 
desenvolvimento social, cognitivo e psicomotor. 
Atividade de Aprendizagem 
Faça uma lista de todas as adaptações que são necessárias 
para atender dificuldades de alunos com deficiência em 
distintas áreas (exemplo: para alunos com deficiência visual é 
necessário adaptar o material para Braille, atentando-se na 
descrição oralmente todas as informações). 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Aula 2 - Habilidades sociais nas relações interpessoais e nas práticas 
pedagógicas inclusivas 
Apresentação da aula 2 
Nesta aula serão abordadas as habilidades sociais, as quais são 
desenvolvidas nas relações interpessoais e durante as práticas pedagógicas 
inclusivas. O foco dessa aula são as habilidades sociais, as quais podem ser 
estimuladas em sala de aula em processo inclusivo com os alunos com NEE. 
 
2. Habilidades sociais nas relações interpessoais e nas práticas pedagógicas 
inclusivas 
O desenvolvimento humano na área social é importante para todos os 
alunos, independentemente da presença de Necessidades Educacionais 
Especiais. Mas para os alunos que possuem Necessidades Educacionais 
Especiais, é ainda mais importante, pelo papel de inclusão social, reduzindo 
preconceitos e estimulando um ambiente acolhedor. Para os alunos com NEE, 
incluindo os que compreendem o espectro autista, esse tipo de habilidade é 
fundamental para facilitar a independência e o convívio em sociedade, mas é 
importante respeitar as limitações sem forçar situações constrangedoras ou 
conflituosas. 
Para Refletir 
Na última década houve um aumento de casos de depressão 
em indivíduos menores de idades. Os alunos com depressão 
geralmente apresentam dificuldades em se socializar. 
Pesquise sobre a estatística de casos de depressão na 
infância e na adolescência e reflita sobre quais podem ser os 
fatores que justificam esse aumento na ocorrência. 
 
2.1 As habilidades sociais nas relações interpessoais e nas práticas 
pedagógicas inclusivas 
 As práticas pedagógicas podem ser inclusivas através de atividades que 
incluam todos os alunos, respeitando suas individualidades e necessidades, 
 
 
15 
 
fomentando a colaboração social e a inclusão. E obviamente, contribuindo para 
o desenvolvimento humano. 
 As relações interpessoais em sala de aula se referem a forma de 
socialização entre os alunos, a convivência e como se relacionam. Para 
proporcionar um ambiente acolhedor em sala de aula, é necessário fazer as 
devidas intervenções para reduzir conflitos e facilitar um bom relacionamento. 
Em turmas com alunos que possuem necessidades educacionais especiais é 
fundamental propor atividades que estimulem o acolhimento, o respeito a 
diversidade, facilitem a socialização e a boa convivência. Assim evitam-se 
futuros conflitos. 
Pesquise 
Pesquise as relações interpessoais. Como eram abordadas 
no passado? O que estudos recentes descrevem sobre 
como as relações interpessoais interferem no ambiente 
escolar e no trabalho. 
 
 
2.1.1 Habilidades sociais 
 As habilidades sociais são um conjunto de competências 
comportamentais que são fundamentais para se viver em sociedade de forma 
respeitosa e harmoniosa. 
Os indivíduos que possuem habilidades sociais apresentam 
comportamento respeitoso em relação às adversidades: 
 de opinião, de crenças; 
 de sentimentos e; 
 são empáticos. 
 
 A empatia é crucial para diminuir as distâncias sociais, pois quando nos 
colocamos no lugar do outro é possível perceber e analisar a pertinência de 
certas atitudes. Desenvolver a habilidade da empatia, facilita a compreensão das 
 
 
16 
 
dificuldades apresentadas pelos colegas com necessidades educacionais 
especiais, contribuindo para a inclusão e redução dos conflitos, como bullying. 
Vocabula rio 
Empatia: é a capacidade de se colocar no lugar do outro e 
perceber suas necessidades, entendendo a realidade desse 
outro. 
 
 
 
As atividades em duplas, dinâmicas, dança, música ou cantigas de roda 
facilitam a socialização entre os alunos e estimulam o desenvolvimento de 
habilidades sociais. É importante associar a essas atividades, a explanação 
sobre conduta social respeitosa, principalmente em casos onde há alunos com 
Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD). Nesses casos é importante 
lembrar que se deve evitar gritaria e contato físico ou, juntamente com a equipe 
pedagógica, planejar atividades que exijam contato físico gradativamente. 
 As habilidades sociais se dividem em habilidade de comunicação, 
civilidade, enfrentamento, empática, habilidade de trabalhar em grupo e de 
expressão de sentimento positivo. 
 A habilidade social da comunicação engloba todas as formas de 
comunicação (fala, escrita, Libras, olhar ou qualquer outra forma de 
comunicação alternativa). Trata-se da capacidade de se comunicar, manter um 
diálogo, perguntar e responder, elogiar, pedir e receber críticas. 
 As habilidades sociais de civilidade referem-se a capacidade de 
interações no cotidiano, os denominados "bons modos": como pedir licença, 
pedir desculpas, agradecer e pedir por favor. 
 As habilidades sociais referentes ao enfrentamento indicam 
comportamento de posicionamento, manifestação de opiniões, capacidade de 
admitir erros, desculpar-se, expressar sentimentos, aceitar e recusar solicita-
ções. 
 
 
17 
 
 As habilidades sociais empáticas referem-se à capacidade de 
reconhecer sentimentos em si e nos outros, se colocar no lugar do outro e 
compreender suas necessidades. 
 No ambiente do trabalho é necessário algumas posturas para boa 
convivência, como gerenciamento de pessoas, falar em público, atendimento ao 
público e resolver questões interpessoais com os colegas. Essas são as 
habilidades sociais de trabalho. 
 As habilidades sociais de expressão de sentimento positivo tratam,no geral, de todas as capacidades relacionadas ao comportamento bondoso, 
como piedade, carinho, amor, capacidade de fazer amizade e se solidarizar. 
 As habilidades sociais não correspondem às características pessoais, 
mas as comportamentais. Essas habilidades podem ser desenvolvidas, na maior 
parte dos casos. 
Pesquise 
Pesquise quais os casos em que não é possível desenvolver 
habilidades sociais. Como casos comportamentais em que 
há a dificuldade em desenvolver as habilidades sociais, 
como pessoas diagnosticadas com psicopatias, que não 
conseguem ter empatia. 
 
 
2.1.2 As habilidades sociais nas relações interpessoais 
 As relações interpessoais, ou seja, a relação entre as pessoas seja aluno-
aluno, professor-aluno ou professor com seus colegas de trabalho estão 
presentes no ambiente escolar. E um dos principais objetivos de usar o 
desenvolvimento das habilidades para atingir uma prática pedagógica inclusiva 
é facilitar e melhorar as relações interpessoais, reduzindo conflitos, estimulando 
as amizades e a camaradagem, fomentando o respeito e a tolerância 
(contribuindo para a realização de atividades em grupo), contribuindo para 
redução do preconceito, trabalhando a tolerância com o diferente, estimula o 
 
 
18 
 
respeito e resulta em um ambiente agradável e estimulante. Quando as pessoas 
se sentem bem em um lugar, produzem melhor, seja nos estudos ou no trabalho. 
 O desenvolvimento das habilidades sociais no ambiente escolar irá 
facilitar as relações interpessoais futuras em outros ambientes, como no 
trabalho. Mas não há como viver em sociedade sem ter que lidar com as relações 
interpessoais, por isso é tão relevante aprender a usar as habilidades sociais 
para desenvolver a capacidade de lidar com as mesmas de forma positiva, 
evitando conflitos e problemas. 
 
2.1.3 As habilidades sociais nas práticas pedagógicas inclusivas 
 O desenvolvimento ou domínio das habilidades sociais facilita as relações 
interpessoais em qualquer ambiente, mas no espaço escolar é fundamental para 
construir um ambiente acolhedor e agradável. Boa parte dos alunos em idade 
escolar passam mais tempo diário na escola do que com seus familiares e 
responsáveis. Por isso é importante que sejam estimuladas boas práticas nas 
relações interpessoais, para proporcionar um ambiente escolar de inclusão, com 
respeito e tolerância as diferenças. 
 Por exemplo, o desenvolvimento da empatia favorece que respeitem a 
diferença em um colega, sem rotular ou fazer bullying, pois irão se colocar no 
lugar do outro (a proposta é criar atividades que façam refletir sobre não fazer 
para o outro o que não gostaria que fizessem para si). 
 Já o desenvolvimento da habilidade de responder e dizer que não aceita, 
facilita com que os alunos não repitam uma atitude grosseira, só para se 
enturmar. 
 Nas práticas pedagógicas inclusivas é fundamental estimular as 
habilidades sociais para contribuir para boas relações interpessoais. Alguns 
alunos já possuem certas habilidades sociais, mas é importante que tenha como 
objetivo criar práticas pedagógicas que estimulem o desenvolvimento das 
habilidades sociais e as boas práticas de relacionamento interpessoal. Para 
aqueles alunos que já desenvolveram algumas habilidades, essas atividades 
terão um papel de reforço, o que é muito válido e enriquecedor. 
 
 
19 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre as NEEs, acesse os sites indicados, 
os quais trazem considerações especificas para as 
necessidades educacionais especiais. 
 
- Laramara (Associação brasileira de assistência à pessoa 
com deficiência visual). 
Link: http://laramara.org.br/ 
 
- Movimento Down 
Link: http://www.movimentodown.org.br/ 
 
 
Ví deo 
Assista o documentário Meu Olhar Diferente Sobre as Coisas 
(2012), o qual foi elaborado por um grupo de pessoas com 
Síndrome de Down, aborda o olhar desses perante suas vidas, 
falando sobre a relação com a Síndrome de Down, amor, 
felicidade, cidadania, casamento, filhos, trabalho, sonhos 
realizados e os que ainda realizarão. 
Link do trailler: 
https://www.youtube.com/watch?v=I47f-De0Tlg 
 
 O desenvolvimento das habilidades sociais é fundamental para as 
relações interpessoais, para criar um ambiente agradável de convivência, seja 
na escola, no trabalho ou em qualquer outro ambiente. Como na maioria dos 
casos é possível desenvolver as habilidades sociais, a escola acaba tendo um 
papel fundamental para auxiliar os indivíduos na construção de suas 
características comportamentais. 
 
 
http://laramara.org.br/
 
 
20 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia o livro Caminhos para a inclusão 
organizado por José Pacheco. A obra reúne 
experiências bem-sucedidas, realizadas na 
Áustria, Islândia, Espanha e em Portugal, 
direcionadas à Educação Inclusiva em 
escolas obrigatórias desses países, objeti-
vando ofertar aos professores, pais e 
serviços de apoio, informações sobre 
práticas de educação escolar inclusiva. 
 
Resumo da aula 2 
 Nesta aula vimos brevemente a explicação e definição de várias 
habilidades sociais, relacionando-as com as relações interpessoais e as práticas 
pedagógicas inclusivas, visando criar um espaço acolhedor e estimulante, com 
o foco na construção de um ambiente inclusivo. 
Atividade de Aprendizagem 
Elabore uma aula (qualquer conteúdo), na qual contemple-se 
atividades pedagógicas inclusivas. Lembre-se que é 
necessário ter em mente o desenvolvimento (ou reforço) de 
habilidades sociais para boas relações interpessoais. Faça o 
plano de aula com toda a estrutura obrigatória, com a descrição 
dos objetivos, da metodologia, dos recursos e da avaliação. 
 
 
Aula 3 – Ética, professor e a Educação Inclusiva: fundamentos para uma 
educação na diversidade 
Apresentação da aula 3 
Nesta aula trataremos da ética praticada pelo professor para proporcionar 
uma educação inclusiva, realçando os fundamentos para proporcionar uma 
educação de respeito e tolerância à diversidade. 
 
 
21 
 
 
3. A ética, professor e a Educação Inclusiva: fundamentos para uma 
educação na diversidade 
Nos últimos anos, houve um aumento no número de matrículas de alunos 
com necessidades especiais no ensino regular. Para acompanhar a demanda, 
se faz necessária a capacitação dos docentes para facilitar a prática pedagógica 
e o processo de ensino aprendizagem. Além da capacitação é importante o 
diálogo entre os envolvidos: pais, professores, gestores e alunos. Tudo isso pa-
ra uma real consolidação de uma escola inclusiva, conforme definido 
legislativamente. 
Para a construção de um ambiente escolar acolhedor, com respeito as 
diferenças se faz necessário um aprofundamento dos fundamentos para uma 
educação na diversidade. Isso engloba a postura do professor, a ética em sala 
de aula e as práticas pedagógicas inclusivas. A postura do professor trata não 
só das relações interpessoais, mas também da forma como realiza as 
intervenções metodológicas, nos momentos de conflitos e no estímulo do 
desenvolvimento das habilidades sociais. 
Pesquise 
Pesquise sobre ética profissional, em especial sobre ética do 
professor em sala de aula e com os colegas de trabalho. 
Analise as consequências da falta de ética. 
 
 
 
3.1 Formação de professores para uma educação inclusiva 
 A concepção de inclusão abrange adaptações por parte da sociedade 
para criar um ambiente social inclusivo e, principalmente nas escolas, que são 
os locais de formação educacional. As adaptações necessárias englobam a 
formação de professores, adaptações do ambiente escolar, dos materiais e das 
atividades. 
 
 
22 
 
Para Refletir 
Você já ficou com receio de falar ou realizar alguma atividade 
com uma pessoa com necessidades especiais? Conhece 
alguém que tem receio? Quais são os fatores que favorecem 
a redução desse receio? Reflita sobre a frase de Alessandro 
Buzinari: "Tudo que é novo é um desafio que representa 
medo, receio, afinal é o "DESCONHECIDO".A família é o primeiro meio social em que um indivíduo recebe 
informações e estímulos para o desenvolvimento de habilidades sociais. A 
escola reforça essas habilidades e ajuda a desenvolver outras competências. 
Obviamente, para a construção de uma escola inclusiva, tornam-se 
fundamentais as adaptações estruturais que garantam acessibilidade e a 
disponibilidade de materiais didáticos acessíveis, mas tudo isso só terá efeito se 
for associado a uma prática pedagógica inclusiva, que é resultado de uma 
formação de professores voltada para a inclusão de alunos com necessidades 
especiais, além da presença de uma estrutura familiar que incentive o 
desenvolvimento. 
 Com a obrigatoriedade da inclusão de alunos com Necessidades 
Educacionais Especiais, tem ocorrido muitas reflexões, principalmente, sobre 
como adaptar as atividades pedagógicas para alunos com necessidades 
especiais no ensino regular, atendendo também aos outros alunos, aplicando 
uma rotina escolar, trabalhando o currículo e os conteúdos escolares. Esse é um 
dos aspectos que mais tem preocupam os professores (por esse motivo faz-se 
importante a discussão sobre o papel da formação de professores no processo 
de inclusão escolar). 
 A formação de professores para uma educação inclusiva deve abranger 
o entendimento das origens das dificuldades que os alunos com necessidades 
especiais possuem. Isso inclui o estudo das síndromes, das deficiências e de 
suas características, para compreender as limitações e as habilidades 
intrínsecas em cada caso. 
 
 
23 
 
 O professor dominando as informações sobre as características e 
necessidades dos alunos com necessidades educacionais especiais, poderá 
planejar aulas com atividades que busquem fomentar o desenvolvimento 
cognitivo de todos os alunos, incentivar o desenvolvimento das habilidades 
sociais e das relações interpessoais, com intervenções metodológicas e análise 
da prática docente. A análise da prática docente corresponde a busca pelo 
aperfeiçoamento das metodologias, da didática, da pesquisa sobre novas 
informações, contribuindo para a inclusão e para impulsionar os saberes 
necessários para que os alunos possam transcender além de suas 
especificidades e compreendam as dificuldades dos outros, com respeito e 
tolerância. 
 Além das alterações na prática docente, é importante ressaltar a ética do 
professor na escola. Não basta trabalhar com os alunos o respeito as 
diversidades e não as respeitar. Não exponha os alunos, seja os que possuem 
algum tipo de limitação ou os que possuem altas habilidades ou superdotação. 
Jamais use de expressões que possam ridicularizar os alunos e suas 
dificuldades. 
 Reflita sobre possíveis dificuldades, se adiante e altere as atividades. Por 
exemplo, se houver uma gincana na escola onde é necessário correr e você 
possui um aluno com deficiência física, que não consegue se deslocar 
rapidamente. Proponha que, em vez de cada aluno participar de todas as 
atividades, sejam formados grupos onde cada um dos participantes irá realizar 
uma única tarefa. Ou se houver um passeio, verifique anteriormente se o local 
de destino possui adaptações que permitem a acessibilidade. Como em casos 
de visita a museus com turmas com alunos com deficiência visual, verifique se 
há audiodescrição. 
 Lembre-se que o processo de inclusão escolar é propiciar um ambiente 
coletivo de quebra de paradigmas sociais, que permita a equiparação de 
oportunidades para todos os alunos, evitando atitudes assistencialistas. 
 
 
 
 
 
24 
 
3.2 Educação na diversidade 
 Atualmente, todos estão expostos a uma grande diversidade de pessoas, 
seja pela globalização, pela inclusão no ensino regular e pelos avanços das 
pesquisas em identificar casos que necessitam de tratamento especial, não só a 
diversidade que se refere aos indivíduos com limitações sociais, cognitivas, 
motoras, diversidades étnicas, religiosas e diferenças sociais. Além dessas 
diversidades já conhecidas nas últimas décadas, também há a diversidade de 
gênero, que é uma informação mais recente. Recente em definições e reflexões, 
pois já ocorria em décadas anteriores, mas não havia espaço para esse tipo de 
reflexão na sociedade ou no meio acadêmico. Porém, com a autorização do uso 
do nome social no ambiente escolar, se faz necessário entender do que se trata. 
 A diversidade compõe a sociedade em que vivemos. Para desmistificar e 
compreender do que se trata cada caso, é relevante destacar a importância da 
tolerância e o respeito, para propiciar um ambiente que facilite as discussões 
construtivas. 
 Além dos indivíduos que possuem necessidades educacionais especiais 
devido a algum tipo de limitação (social, cognitiva ou motora), temos aqueles 
casos descritos como altas habilidades ou superdotação, o que no passado eram 
denominados apenas como superdotados. É relevante evitar o sentimento de 
superioridade, isso afasta o aluno de seus colegas e atrapalha as relações 
interpessoais. Alguns dos indivíduos que possuem altas habilidades ou 
superdotação, não apresentam bom rendimento escolar por não ter interesse em 
assuntos para eles considerados muito fáceis, resultando na falta de registro na 
participação de atividades de avaliação. Alguns ainda apresentam comporta-
mento desafiador. 
 
3.3 Exemplos de atividades 
 As práticas pedagógicas inclusivas favorecem não só no processo de 
ensino-aprendizagem, mas também no desenvolvimento de habilidades sociais 
para boas relações interpessoais. É importante entender as necessidades de 
seus alunos para adaptar as atividades e explorar suas habilidades e assim 
superar as dificuldades. Também é fundamental para evitar conflitos internos 
 
 
25 
 
(entre os alunos); evite atividades que exponham a dificuldade e assim você evita 
reações dos colegas que fomentem o bullying. 
 Para a Educação Infantil e anos iniciais há atividades de desenho 
impresso, desenho animado e revistas em quadrinhos que podem ser utilizadas 
em sala de aula para abordar o tema da inclusão. É possível utilizar as revistas 
em quadrinhos que abordem a temática para trabalhar assuntos referentes aos 
personagens que possuem necessidades especiais ou, pesquisar com os 
alunos, personagens em destaque da vida real, como artistas e atletas. 
 Para atender alunos com Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) é 
aconselhado criar rotinas em grupo, pois a rotina transmite segurança e facilita 
a iteração social e a comunicação. Proponha atividades que não estimulem o 
barulho excessivo nem o contato físico (ainda mais sem aviso prévio). Alguns 
casos de TGD, quando surpreendidos por contato físico, barulho alto ou 
atividades fora da rotina pré-definida, apresentam atitudes agressivas ou se 
isolam, apresentado um comportamento físico de recolhimento (alguns se 
escondem ou ficam encolhidos se balançando ou ainda podem ficar repetindo 
uma mesma palavra/frase). Por esse motivo faz-se necessário o entendimento 
de que deve-se evitar a gritaria e o contato físico (sem aviso prévio) em turmas 
de alunos com TGD, evitando assim que os mesmos apresentem atitude 
agressiva. 
 Para atender alunos com Síndrome de Williams deve-se contemplar 
atividades sociais, musicais que não exijam coordenação motora. Lembre-se 
que esses alunos possuem ótima sensibilidade, memória auditiva e não 
possuem dificuldade de socialização. Então explore atividades com música. 
 Além de adaptar as atividades acadêmicas é possível propor atividades 
para reflexão das limitações. Por exemplo, se existir algum aluno com deficiência 
visual na escola, proponha que os alunos sejam vendados (pode usar tiras de 
tecido tipo TNT) e que realizem algumas tarefas vendados, como abrir o caderno, 
vestir um casaco, se deslocar pela sala ou tentar identificar um objeto pelo tato. 
Também é possível fornecer material em Braille para que os alunos tentem 
identificar os padrões. Depois, sem a venda,você pode mostrar o que cada 
combinação representa. 
 
 
26 
 
Outras possibilidades de atividades que podem ajudar seus alunos a 
desmistificar as necessidades educacionais especiais e respeitar as limitações 
do outro, das quais podemos citar: 
 Desenhar e escrever com os pés, com a boca, com o lápis embaixo 
do braço, com a mão contrária a que têm habilidade; 
 Pular corda com um pé só; 
 Ver um filme sem o som e depois descrever o que entendeu; 
 Ler um texto escrito de trás para frente; 
 Comunicar-se por meio de gestos, mímicas, etc. 
 
 O uso de histórias, sejam bibliográficas ou de construção coletiva, 
também podem ser utilizadas como atividades as quais contribuem no processo 
da inclusão. Pode reproduzir uma história através de painéis táteis, com 
materiais texturizados. 
 Em alguns casos de paralisia cerebral, forneça canetas e lápis mais 
grossos (pode envolvê-los com espuma/eva de forma a aumentar a espessura 
para que o aluno tenha mais facilidade em segurar). Use folhas avulsas e 
escreva com letras grandes e deixe o aluno mais perto do quadro. Em alguns 
casos é necessário o uso de uma placa de comunicação. Caso não tenha 
disponível, você pode criar com EVA, feltro ou papelão. Uma outra atividade é 
construir essa placa com a turma e até propor que eles se comuniquem usando 
a placa de comunicação. 
 Nos casos de deficiências múltiplas, é importante estimular os sentidos 
que não foram totalmente afetados, seja pela manipulação de objetos ou por 
atividades de trabalho em grupo. 
 Para atender os alunos com deficiência auditiva se faz necessário o uso 
de recursos que facilitem a comunicação, como Libras. É possível que o 
professor trabalhe os movimentos orofaciais, que podem ser aprendidos com o 
auxílio de uma fonoaudióloga. 
 
 
27 
 
Vocabula rio 
Orofacial: capacidade motora orofacial abrange a expressão 
facial, movimentando a musculatura do rosto. 
 
 
No atendimento dos alunos com deficiência intelectual construa um 
portfólio e guarde as atividades produzidas ao longo do período escolar. Isso 
facilita na análise da evolução, auxilia inclusive no desenvolvimento das 
atividades em períodos futuros. Também facilita a visualização da evolução por 
parte da família e do próprio aluno, que irá auxiliar na construção de 
continuidade. Quando a atividade escolar exigir um grau muito elevado de 
desenvolvimento cognitivo, procure fornecer opções de elementos que chamem 
a atenção como uso de cores diferentes, figuras e outros materiais que se 
destaquem e que tenham uma opção de atividade com grau menor de 
desenvolvimento cognitivo, como se os alunos forem criar um cartaz com os 
dados de uma equação, incluindo gráfico e resolução. Estimule a participação 
na criação do cartaz, seja passando a limpo a resolução ou pintando o gráfico 
(tudo depende do grau de comprometimento do aluno). 
 O objetivo da prática docente voltada para a inclusão é educar os alunos 
em uma perspectiva de cidadania, prepará-los para viver e colaborar para a 
construção de uma sociedade mais justa e mais solidária. 
Saiba Mais 
Para saber mais à respeito da inclusão acesse os sites 
Instituto Mara Gabrilli, Fundação Dorina Nowill e Escola de 
Gente, os quais trazem importantes questões relacionadas à 
temática inclusiva. 
- Instituto Mara Gabrilli 
Link: http://img.org.br/ 
- Fundação Dorina Nowill 
Link: https://www.fundacaodorina.org.br/ 
- Escola de Gente 
Link: http://www.escoladegente.org.br/ 
 
 
28 
 
Ví deo 
Assista o filme Óleo de Lorenzo, dirigido por George Miller 
(1992), conta a história real de um menino de oito anos que 
possui uma doença rara chamada adrenoleucodistrofia (ALD). 
Link do trailler: 
https://www.youtube.com/watch?v=81YZS7IeDHA 
 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia o livro Inclusão Escolar: Conjunto de 
práticas que governam, de Maura Corcini 
Lopes e Morgana Domênica Hattge. A obra 
discute a inclusão escolar analisando 
práticas que se estabelecem na escola e no 
seu entorno, buscando olhar para essas 
questões como políticas de governo que se 
articulam e constroem o cenário educacional 
inclusivo que vivenciamos no momento. 
 
Faz-se necessária a compreensão da importância da formação de 
professores, a qual deverá contemplar informações à respeito da inclusão, 
exemplos de atividades e entendimento das necessidades, sendo fator 
fundamental na construção de uma escola inclusiva. A formação do professor 
deve contemplar o entendimento das diversidades e desenvolvimento escolar 
respeitoso, cordial e tolerante. 
 
Resumo da aula 3 
Nesta aula foram abordadas as questões que permeiam a formação de 
professores para a construção de uma escola inclusiva em uma sociedade com 
grande diversidade, com exemplos de atividades que podem ser realizadas na 
educação básica e fomentar reflexões sobre inclusão escolar e necessidades 
http://grupoautentica.com.br/autentica/autor/maura-corcini-lopes/513
http://grupoautentica.com.br/autentica/autor/maura-corcini-lopes/513
http://grupoautentica.com.br/autentica/autor/morgana-domenica-hattge/714
 
 
29 
 
educacionais especiais, considerando a ética docente e o trabalho educacional 
em meio a diversidade de nossa sociedade. Reforçou-se também o papel de 
reforço da escola no estímulo do desenvolvimento das habilidades sociais, pois 
a família é o primeiro meio social. 
Atividade de Aprendizagem 
Escolha uma das deficiências ou síndromes que foram citadas 
na primeira aula. A partir dessa escolha, planeje uma aula 
com atividades que fomentem nos outros colegas o 
entendimento das dificuldades. Como a atividade de vendar 
olhos dos alunos para compreender a deficiência visual. 
 
 
 
Aula 4 – A Anamnese e sua contribuição na identificação das NEE: 
fundamentos e conduta profissional 
Apresentação da aula 4 
Nesta aula serão abordadas a Anamnese e sua contribuição na 
identificação das necessidades educacionais especiais, incluindo os 
fundamentos e a conduta profissional, destacando as características de uma 
Anamnese. 
 
4 – A Anamnese e sua contribuição na identificação das NEE: fundamentos 
e conduta profissional 
Para Refletir 
Como é feita a identificação das NEE? O que você viu ao 
longo da sua formação como professor, sobre diagnóstico? 
Por exemplo, muitos casos de deficiência visual, altas 
habilidades ou superdotação ou ainda deficiência auditiva 
leve, são identificados na escola após apresentarem alguma 
dificuldade de aprendizagem. 
 
 
 
30 
 
Com a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência em 2015, 
aumentou a necessidade de formalização da identificação dos alunos com 
necessidades especiais. Ao contrário das deficiências físicas, onde é clara a 
informação da dificuldade motora, outros casos, como os que são resultantes de 
algumas síndromes, necessitam de uma avaliação. No setor público, o professor 
identifica uma dificuldade, avalia junto a equipe pedagógica que, caso haja a 
suspeita, encaminha o aluno para uma avaliação em um Centro Especializado. 
Neste Centro (o nome varia conforme a localidade), o aluno é avaliado por 
psicopedagogas e psicólogas. 
Em alguns casos, outros especialistas são acionados para contribuir no 
diagnóstico, como neurologistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, fisiote-
rapeutas, fonoaudiólogos, entre outros. 
 
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 
 
Dispõe sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com 
Deficiência). 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
[...] 
 
CAPÍTULO IV 
DO DIREITO À EDUCAÇÃO 
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados 
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a 
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e 
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem. 
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da 
sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a 
salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. 
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, 
incentivar, acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o 
aprendizado ao longo de toda a vida; 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de 
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e 
de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional 
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender 
às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao 
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua 
autonomia; 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.146-2015?OpenDocument
 
 
31 
 
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade 
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e 
em escolas inclusivas; 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem 
o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o 
acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino; 
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas 
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia 
assistiva; 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento 
educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e 
de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; 
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas 
instâncias de atuação da comunidade escolar; 
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos 
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a 
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência; 
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial 
e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento 
educacional especializado; 
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional 
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de 
profissionais de apoio; 
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de 
tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, 
promovendo sua autonomia e participação; 
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em 
igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas; 
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de 
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com 
deficiência nos respectivos campos de conhecimento; 
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a 
atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; 
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais 
integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades 
concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino; 
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; 
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas. 
 [...] 
 
Disponível na integra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm 
 
 
 A Anamnese é uma ferramenta para início do diagnóstico de uma 
Necessidade Educacional Especial, pois em alguns casos, é necessário a 
realização de exames. 
 Na escola há profissionais com percepção mais sensível em verificar a 
presença de alguma dificuldade de aprendizado que esteja à margem da 
normalidade. Por isso, muitas vezes são os professores, juntamente com a 
equipe pedagógica, que indicam a necessidade de uma avaliação com 
especialistas. Professores e pedagogos, pela experiência profissional e o 
conhecimento na área do desenvolvimento, acabam desenvolvendo essa 
 
 
32 
 
percepção mais sensível, que auxilia no encaminhamento dos alunos para 
avaliação. 
Pesquise 
Pesquise quais são os procedimentos para identificação de 
alunos Asperger, Autistas e Esquizofrênicos. Qual a idade 
em que se pode concluir um diagnóstico em cada um desses 
casos? 
 
 
4.1 Anamnese 
 Anamnese é uma análise inicial de características do aluno que é 
realizada através de entrevista ao responsável. São abordados assuntos sobre 
histórico de saúde familiar, composição familiar, histórico de saúde do aluno, 
entre outras informações que possam ser pertinentes para compreender as 
necessidades e características de cada aluno. 
 Há vários modelos de Anamnese, inclusive pode-se consultar na Internet 
alguns modelos prontos. Mas todos possuem alguns pontos em comum, os quais 
listarei a seguir. 
 Inicialmente as fichas de Anamnese contêm questionamentos sobre 
dados pessoais: nome do aluno, nome dos pais, dados de contato dos 
responsáveis, data de nascimento do aluno e dos pais. Em seguida iniciam os 
questionamentos básicos sobre o histórico de saúde do aluno: como foi o 
nascimento (parto normal, natural, cesárea, uso de fórceps), qual o tempo de 
gestação (se nasceu antes das 36 semanas é considerado prematuro e, 
gestação a termo, se refere ao nascimento no tempo previsto de 40 semanas), 
qual foram as notas Apgar, qual era o peso/perímetro encefálico/altura no 
nascimento, se tomou todas as vacinas, se possui alergia, se teve alguma 
doença ou se sofreu algum acidente. 
Faz-se importante atentar-se em questões como com “qual idade 
começou a falar, engatinhar e andar?”, as quais referem-se aos dados de 
 
 
33 
 
desenvolvimento ou em questões como “qual foi a nota Apgar?”, as quais 
referem-se aos dados do histórico de saúde. 
Em uma avaliação psicopedagógica são analisadas as características 
comportamentais e realizada uma avaliação das capacidades educacionais. 
Nesse contexto são avaliados a leitura, a escrita, a interpretação e a resolução 
de problemas na área da capacidade educacional. 
Vocabula rio 
Apgar: é uma nota dada ao recém-nascido. Esse teste foi 
criado em 1952 pela anestesista norte-americana Virginia 
Apgar, com o objetivo de avaliar a vitalidade do recém-
nascido. É realizado no primeiro e no quinto minuto de vida da 
criança. O teste baseia-se em cinco critérios de 
avaliação: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, 
prontidão reflexa e cor da pele, que, individualmente, podem 
receber notas de 0 a 2, somando um total de 10 pontos. 
 
 
Faz-se necessário também o espaço para a análise do histórico de saúde 
familiar (geralmente se inicia com a pergunta se é filho biológico ou adotivo). Se 
os pais possuem algum problema de saúde, se alguém na família teve alguma 
doença, se há histórico de suicídios na família, se os pais foram usuários de 
entorpecentes, se algum familiar foi usuário de entorpecentes. Também são 
realizadas perguntas específicas sobre a saúde da mãe, se já teve abortos ou 
se apresentou algum problema na gestação. Nos casos de filho adotivo, são 
necessárias as informações sobre o histórico de saúde da família biológica 
(quando possível). 
 Em seguida são questionados os dados sobre o desenvolvimento do 
aluno: com qual idade começou a falar, engatinhar e andar. Se teve dificuldade 
em falar, como gagueira. Também são questionadosdados do histórico escolar, 
quando começou a frequentar a escola, por quais escolas passou, se houve 
alguma reprovação ou dificuldade. 
 Há espaço para os dados sociofamiliares (a posição na ficha varia, pode 
ser no meio ou no final). São questionados com quem o aluno mora, quantos 
 
 
34 
 
moram na mesma residência, se ele possui um quarto individual, qual é o tempo 
que moram nesse endereço, pode se questionar se os pais são oficialmente 
casados (ou união estável) e se já houve separações. 
 Há algumas fichas onde o responsável que participa da anamnese pode 
descrever sua opinião sobre o aluno, o que espera da escola, o que deseja para 
o futuro e quais suas percepções sobre o aluno (características 
comportamentais, como se percebe o aluno mais sensível ou mais agressivo). 
 A anamnese é um instrumento de avaliação psicopedagógica utilizado em 
escolas públicas e privadas do ensino básico. 
 
4.2 Contribuições na Identificação das NEE 
 As avaliações psicopedagógicas como a Anamnese, são essenciais para 
iniciar a identificação de alunos com necessidades educacionais especiais. A 
partir dessas avaliações, serão fundamentadas as intervenções que serão 
realizadas para fornecer recursos aos alunos e contribuir para o 
desenvolvimento escolar, social, cognitivo e motor. 
 As avaliações abrangem a identificação dos fatores que geram 
dificuldades nos alunos, avaliação das capacidades educacionais (leitura, 
escrita, interpretação e resolução de problemas) e identificação das 
características comportamentais. É possível aplicar atividades lógico-
matemáticas, desenhos, jogos e outros recursos durante a avaliação. 
 Para identificar algumas Necessidades Educacionais Especiais é 
necessário complementar com a realização de exames médicos e consultas com 
especialistas. 
 O importante é que após a identificação seja possível direcionar as ações 
pedagógicas para uma prática docente inclusiva, atendendo as necessidades 
dos alunos e facilitando o processo de ensino-aprendizagem. 
Para que realmente seja construída uma escola inclusiva com práticas 
pedagógicas coerentes é essencial que seja realizado a identificação das 
necessidades especiais. No passado, muitos indivíduos apresentaram 
dificuldades de aprendizagem, porque não havia a identificação adequada das 
 
 
35 
 
necessidades educacionais especiais e assim não ocorreram as intervenções 
necessárias para criar um ambiente acolhedor. Para que esse tipo de coisa não 
se repita, precisamos compreender os fatores que limitam e/ou potencializam o 
desenvolvimento educacional, social, cognitivo e motor. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia o Manual Prático do Diagnóstico 
Psicopedagógico Clínico, de autoria de 
Simaia Sampaio. A obra traz de maneira 
prática e objetiva os passos e a aplicação 
das técnicas usadas no diagnóstico 
psicopedagógico clínico baseado na 
Epistemologia Convergente, Outros Tes-
tes, Anamnese, Devolução e Informe 
Psicopedagógico. 
 
 
 
Resumo da aula 4 
Nesta última aula vimos as características da Anamnese, quais são os 
assuntos analisados e como a Anamnese pode contribuir na identificação das 
necessidades educacionais especiais, resultando no ponto chave para 
elaboração de práticas educacionais inclusivas. Evidenciando que a anamnese 
são perguntas que abordam o histórico de saúde familiar, composição familiar, 
histórico de saúde do aluno, entre outras informações pessoais 
Atividade de Aprendizagem 
Pesquise modelos de fichas de Anamnese (há várias 
disponíveis na Internet) e elabore uma ficha de Anamnese que 
englobe o máximo de informações possível. 
 
 
 
 
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Resumo da disciplina 
 Nesta disciplina apresentaram-se vários aspectos referentes à inclusão 
social e educacional de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, 
como a formação de professores para a construção de uma escola inclusiva em 
uma sociedade com grande diversidade, explicação e definição de várias 
habilidades sociais, relacionando essas habilidades com as relações 
interpessoais, as práticas pedagógicas inclusivas e o papel da Anamnese na 
identificação de necessidades educacionais especiais. Também foram tratados 
os assuntos sobre o que se refere a terminologia NEE, considerando a 
importância de adaptações de materiais, metodologias e didáticas utilizadas em 
sala de aula, com a finalidade de atender todos os alunos de forma igualitária. 
 Evidenciou-se a importância de conhecer as características de cada NEE 
para se adiantar e alterar uma atividade já planejada, evitando assim o 
constrangimento do aluno. Na prática pedagógica inclusiva, deve-se evitar o 
assistencialismo. Nas atividades inclusivas, é importante o propósito de 
desenvolver a empatia e a tolerância com as diferenças, propondo atividades 
onde os alunos experimentem se colocar no lugar com colega com NEE, 
vivenciando. As reflexões à respeito da educação na diversidade, se refere à 
diversidade cognitiva, motora, étnica, religiosas e social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
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Transtornos Mentais. Washington, 2013. 
 
FERNANDES, T. L. G., VIANA, T. V. Alunos com necessidades educacionais 
especiais (NEEs): avaliar para o desenvolvimento pleno de suas 
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MORAES, D. N. M. Diagnóstico e avaliação psicopedagógica. Revista de 
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PAPALIA, D. E., OLDS, S. W., FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 8ª 
edição, Porto Alegre, Artmed Editora, 2006. 
 
ROSSINI, M. A. S. Pedagogia Afetiva. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. 
 
SOARES, M. F. C. Com-paixão e afetividade: caminhos para inclusão 
escolar e social. Dissertação, Programa de Pós-graduação em Teologia, 
Faculdade EST. São Leopoldo, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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