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Disciplina: Tecnologias Assistivas, Comunicação Alternativa e Aumentativa Autores: M.e Renata Burgo Fedato Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2017 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Renata Burgo Fedato Tecnologias Assistivas, Comunicação Alternativa e Aumentativa 1ª Edição 2017 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA FEDATO, Renata Burgo. Tecnologias Assistivas, Comunicação Alternativa e Aumentativa / Renata Burgo Fedato. – Curitiba, 2017. 70 p. Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Tecnologias, Comunicação Alternativa e Aumentativa – Faculdade São Braz (FSB), 2017. ISBN: 978-85-5475-097-8 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da Disciplina Nesta disciplina será estudado sobre as Tecnologias Assistivas, as Comunicações Alternativas e Aumentativas, bem como, sobre a inclusão e os direitos às adaptações ao currículo, ao serviço de apoio especializado retomando os conceitos e as bases legais. Os temas que serão estudados são importantes para construir e descontruir conceitos, colocando em xeque vários paradigmas já enraizados pela sociedade, a respeito dos alunos com deficiência com diferentes graus de gravidade e comprometimento. 6 Aula 1 - Tecnologia Assistiva Apresentação da Aula Na aula será abordado um tema muito expressivo, que colabora para o bem-estar das pessoas com algum tipo de deficiência. Segundo Bersch (2013), Tecnologia Assistiva (TA), é um termo ainda novo, utilizado para reconhecer todo o aparato de serviços, recursos e técnicas que contribuem para proporcionar uma vida mais independente a essas pessoas. A TA ajuda a promover maior liberdade de ação, habilidade, para pessoas que se encontram impedidas de realizar algumas funções no seu dia a dia. Através dessa intervenção as pessoas com alguma deficiência se tornam mais independentes, livres, com mais capacidade de comunicação e locomoção, e ainda conseguem avanços no seu estudo e trabalho, e a aula visa a melhor compreensão sobre o assunto. 1.1 Conceitos Iniciais Buscando proporcionar a acessibilidade e a autonomia às pessoas com deficiências, é que o termo “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas” são amplamente discutidos e por alguns autores utilizados como sinônimos. Esses termos e suas práticas advém com a promoção de igualdade de direitos para as pessoas com deficiência, promovendo independentemente de suas condições a oportunidade, de alcançarem a autonomia e a independência em todos os aspectos da vida. O desenvolvimento das Tecnologias Assistivas é uma expressão relativamente nova e propõe a valorização, a inclusão e a igualdade dessas pessoas na promoção dos direitos humanos. Saiba Mais “O que é tecnologia?” “É muito mais que máquinas, equipamentos e computadores; refere-se a qualquer produto criado ou então inovado, que tenha função representada pela necessidade de utilização no meio em que está inserido” (CANDIDO, 2015, p. 56). 7 [...] os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia a dia [...] uma bengala, utilizada por nossos avós [...] bem como um aparelho de amplificação [...] ou um veículo adaptado para uma pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82) O Decreto nº 5.296/2004 no âmbito da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, em 16 de novembro de 2006, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), que reúne um grupo de especialistas brasileiros e representantes de órgãos governamentais, em uma agenda de trabalho com o objetivo de promover os Direitos Humanos de todos. A acessibilidade é condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários, e equipamentos urbanos, desde edificações, dos serviços de transportes e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. O CAT foi instituído com os principais objetivos: • Apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos referentes à área de tecnologia assistiva; • Estruturar as diretrizes da área de conhecimento; • Realizar levantamento dos recursos humanos que atualmente trabalham com o tema; • Detectar os centros regionais de referência, objetivando a formação de rede nacional integrada; • Estimular nas esferas federal, estadual, municipal, a criação de centros de referência; • Propor a criação de cursos na área de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimento de outras ações com o objetivo de formar recursos humanos qualificados e propor a elaboração de estudos e pesquisas, relacionados com o tema da tecnologia assistiva (BRASIL – SDHPR, 2012). 8 Amplie Seus Estudos Ciente da crescente demanda sobre o tema, vale a pena conferir o livro Pesquisa Nacional De Tecnologia Assistiva de GALVÃO FILHO, T. A., GARCIA, J. C. D. São Paulo: Instituto de Tecnologia Social - ITS BRASIL e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI/SECIS, 68 p., 2012. Disponível em: http://www.galvaofilho.net/noticias/pesquisa_TA.htm Então, “por que estudar tecnologia assistiva?” Segundo a cosmovisão inclusiva, é para se ter uma sociedade mais permeável à diversidade humana, vislumbrando novos caminhos de inclusão social, pessoas com deficiência e idosos, principal alvo da TA. Muito se tem estudado sobre as crianças com autismo e certamente, muitas especulações também aparecem sobre a causa do autismo. Sabe-se que o tema e seus contextos são extremamente atuais e contemporâneos e que estão em processo de desenvolvimento através das pesquisas. Para isso, é importante retomar brevemente as características mais específicas do autista, que é a extrema dificuldade de comunicação com o mundo que o cerca e com as pessoas que fazem parte desse mundo, por mais íntimas que sejam. As principais características apresentadas, são movimentos repetitivos, falta/dificuldade de comunicação e a necessidade de uma rotina. Cientes dessas principaiscaracterísticas, foca-se em como a TA pode, realmente, auxiliar o atendimento ao estudante com autismo. Saiba Mais Para aprofundar o conhecimento sobre a Tecnologia Assistiva, acesse o Portal Nacional de Tecnologia Assistiva. É um projeto inovador, viabilizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (SECIS), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), em parceria com o Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) que disponibiliza um catálogo de produções em nível nacional de TA. Disponível em: https://assistivaitsbrasil.wordpress.com/sobre/ 9 1.2 Tecnologias Assistivas A Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), assim definiu TA: Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2009, p. 26). Segundo Carneiro, et al (2015), os entornos das Tecnologias Assistivas ainda estão em fase de construção e que o novo paradigma da inclusão das pessoas com deficiências nas escolas regulares, assim como as leis e os diversos aspectos que rondam esse assunto promovem o desenvolvimento e certamente o aprimoramento das tecnologias assistivas. Atenção, o termo Tecnologia Assistiva é mais utilizado no singular por referenciar uma área de conhecimento, além de ser reconhecido também como sinônimos as seguintes denominações: Ajudas Técnicas, Tecnologias de Apoio e Tecnologias de Assistência de acordo com a preferência e entendimento de cada autor. Em 2007, o CAT- Comitê de Ajudas Técnicas, aprovou o termo “Tecnologia Assistiva” como oficial para todos os tipos de documentos legais no país. Por isso, este é o termo adotado neste material. Entretanto, as Tecnologias Assistivas não trabalham de forma isolada, pois se utilizam também de outros enfoques, como seu forte entrelaçamento com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Para exemplificar esse “entrelaçamento” entre as duas atuações, Galvão Filho (2009) exemplifica que “uma pessoa com graves paralisias pode realizar qualquer atividade no computador, por meio de Softwares Especiais de Acessibilidade, acionadores artesanais e outros recursos de fácil acesso nos dias de hoje” (p.26). 10 Para Refletir Será que uma bengala pode ser considerada uma Tecnologia Assistiva? Será que um ambiente mais acessível ou menos diferente, propicia um indivíduo mais ou menos limitado em termos de funcionalidade? Assim, pode-se afirmar que a TA não se restringe a apenas instrumentos ou ferramentas facilitadoras, mas engloba também o processo de ideias e metodologias que visam o despertar na criança o desejo de aprender, através do empoderamento para as atividades autônomas. “A aplicação da Tecnologia Assistiva na educação vai além de simplesmente auxiliar o aluno a “fazer”. [...] Nela encontramos meios de o aluno “ser” e atuar de forma construtiva em seu desenvolvimento” (BERSCH, 2006, p.92). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2000, somava-se 14,5% de pessoas com deficiência da população mundial, e em 2010, esse número foi para 23,9%. Segundo a portaria interministerial nº 3.612 de 2014, há um rol de bens e serviços de tecnologia assistiva, é ele: Quando se fala da TIC e da TA, entende-se que o objetivo maior é o de prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou 11 desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos (BRASIL, 2008). Importante Estudos de Emer (2011) apontam que ferramentas classificadas com TA e enviadas pelo governo às escolas são desconhecidas pelos educadores e permanecem em desuso. Assim, entende-se como recursos da TA: • Livros adaptados para baixa visão; • Tela sensível ao toque; • Programas de digitalizadores de voz; • Teclado falado; • Teclado de conceitos, etc. A TA na atualidade tem seu conceito, utilização e objetivos ainda em fase de elaboração, ajustes e concretizações. Para Refletir Será que a inserção de TIC e da TA estão sendo acompanha- dos por uma reflexão pedagógica verdadeiramente compro- metida com a construção do conhecimento? Para compreender a Tecnologia Assistiva e fazer bom uso dela, deve-se antes de tudo, analisar o fluxograma sobre a práxis pedagógica de atuação. O Portal de Ajudas Técnicas definiu as seguintes etapas desse fluxograma (Portal de Ajudas Técnicas, 2006, p. 8-9.): 12 Fonte: Portal de Ajudas Técnicas, 2006, p. 8 1. Entender a situação que envolve o estudante • Escutar seus desejos. • Identificar características físicas/psicomotoras. • Observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar. • Reconhecer o contexto social. 2. Gerar ideias • Conversar com usuários (estudante/ família/ colegas). • Buscar soluções existentes (família/ catálogo). • Pesquisar materiais que podem ser utilizados. • Pesquisar alternativas para confecção do objeto. 3. Escolher a alternativa viável • Considerar as necessidades a serem atendidas (questões do educador/aluno). • Considerar a disponibilidade de recursos materiais para a construção do objeto – materiais, processo para confecção, custos. 4. Representar a ideia (por meio de desenhos, modelos, ilustrações) • Definir materiais. • Definir as dimensões do objeto – formas, medidas, peso, textura, cor, etc. 13 5. Construir o objeto para experimentação • Experimentar na situação real do uso. “Como é trabalhar com este objeto?” 6. Avaliar o uso do objeto • Considerar se atendeu o desejo da pessoa no contexto determinado. • Verificar se o objeto facilitou a ação do aluno e do educador. 7. Acompanhar o uso • Verificar se as condições mudam com o passar do tempo e se há necessidade de fazer alguma adaptação no objeto. A partir do fluxograma, pode-se analisar que o intuito de inserir a TA em sala de aula é como uma forma de apoio ao que entende-se por inclusão, e não mais um passatempo ou simplesmente a utilização da tecnologia como uma forma de transmissão de conhecimentos. Para isso, as TICs auxiliam e muito em relação a TA, contudo, ela se apresenta de diferentes formas, conforme Carneiro (2015. p. 7396): Como recursos não relacionados às TICs, estão as órteses - adaptações físicas ou aparelhos fixados e utilizados no corpo da pessoa com deficiência. Como exemplos, recursos de adaptação para segurar o lápis, a escova de dente; produtos facilitadores de posicionamentos e movimentos são as pranchas de plástico ou acrílico acopladas à cadeira de rodas, carteira imantada, livros plastificados. Já os relacionados com as TICS, estão as adaptações de hardwares, como a máscara do teclado, ponteira para digitação, estabilizador de punho, pulseira de peso para digitação, entre outros. E também existem os softwares que possibilitam a interação do aluno com a máquina. Portanto, pode-se compreender a TA e as TICs como ferramentas que auxiliam todo o processo de inclusão em determinadas necessidades. Mas já que está se falando mais especificamente sobre o Transtorno do Espectro Autista, remete-se o estudo a ele, a fim de compreender um pouco mais das características deste transtorno, assim como os atendimentos educacionais aos estudante com TEA. 14 1.3 Transtorno Do Espectro Autista - TEA Depois de conhecer o acervo que envolve a TA, TICs, e as ferramentas utilizadas na mediação do aluno com deficiência, volta-se ao ponto central - o Autismo. Vocabulario Autismo vem do grego - autos - que significa “por si só”. A psiquiatria define autismo como sendo os comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos, que se voltam ao próprio ser. O termo “autismo” foi difundido pelo psiquiatra suíço, Bleuler, em 1911, que define a limitação do ser humano com o mundo externo. No livro Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo de Léo Kanner (1943), o psiquiatra escreve que o autista tem dificuldades de estabelecer relações, apresenta atrasos e alterações na aquisição e uso da linguagem, obsessividades, tendências a estereopatias - caracterizando assim, esse conjunto de sintomas com a esquizofrenia. Orrú (2012, p. 20) descreve o autismo como: O alheamento em que viviam era extremo, desde os primeiros anos de vida, como se não estivessem no mundo, sem responder a nenhum estímulo externo, mantendo-se em um isolamento rígido e peculiar. Apresentavam, porém, aparência agradável e inteligente, além de possuírem habilidades especiais e uma memória excepcional (ORRÚ, 2012. p. 18). Segundo Carneiro (2015, p. 73), “em 1956, o autismo ainda era definido como um quadro de psicose, devido à exames laboratoriais e clínicos que não forneciam dados consistentes à sua etiologia”. Entretanto, foi a partir de Ritvo (1976), que se passa a considerar o autismo, não uma psicose, mas como uma síndrome e sua relação com déficits cognitivos inerentes à criança, ocorrida desde o nascimento, com suas singularidades comportamentais (ORRÚ, 2012). Hoje, a criança com Transtorno do Espectro Autista está inclusa em “Transtornos Globais do Desenvolvimento ou TGD”. A criança autista é vista com 15 dificuldades de se comunicar e se relacionar com o outro, possui déficits de linguagem, alterações de comportamento e movimentos repetitivos. Segundo Carneiro (2015, p. 7397), “em 1981, a Dra. Lorna Wing, estabeleceu a análise das três principais carências autísticas, a “Tríade de Wing”, as quais estão na área da imaginação, socialização e comunicação”. MACIEL e FILHO (2009), apontam que a Tríade de Wing se constitui em: socialização, comunicação e comportamentos, focalizados e repetitivos: • Socialização: a dificuldade de se comunicar através de gestos e expressões faciais e corporais; dificuldade de fazer amizades, quase não expressa seus sentimentos e não percebe os sentimentos alheios. • Comunicação: dificuldade para falar, maior dificuldade ainda em manter uma conversa, uso repetitivo de linguagem estereotipada como frases de propagandas, filmes, novelas, programas de televisão, músicas. Não consegue brincar de imitação, tipo papai, mamãe, professora. • Comportamento: focalizado e repetitivo, preocupação constante em não misturar alimentos no prato, não ingerir alimentos com determinadas texturas, seguir rituais para as tarefas, ter “manias” ou focar em um único assunto de interesse, agitar ou torcer as mãos, bater a mão uma na outra, olhar fixamente para as mãos, manipular sempre o mesmo objeto, fixação em partes de um objeto como a roda de um carrinho, ou hélice de ventilador. Maciel e Filho (2009), esclarecem que grande parte das pessoas autistas tem Distúrbio de Integração Sensorial (DIS): seus sentidos podem ser hipo ou hiperdesenvolvidos. Podem ser capazes de ouvir sons quase inaudíveis, como um alfinete caindo ao chão ou a água correndo nos encanamentos, ou ter sensibilidade a ruídos altos, como liquidificadores e furadeiras; sentir cheiros imperceptíveis para as demais pessoas; podem não suportar luzes fluorescentes, por perceber a luz oscilando como um estroboscópio devido à corrente alternada; toques e outros contatos lhes podem ser desagradáveis, assim como texturas de tecidos e alimentos. 16 GRANDINI (1992), engenheira e autista, explica que uma criança autista cobre seus ouvidos porque certos sons lhe doem. Afirma: “o barulho frequentemente faz meu coração disparar”. Toda pessoa com autismo é diferente de outra nas mesmas condições, assim como toda pessoa é diferente de outra, portanto as práticas educacionais nem sempre serão as mesmas para duas crianças com o mesmo transtorno. As principais características de pessoas com TEA, segundo os autores Teixeira (2013), Pastorello (2007), Perissinoto (2003) e Goldberg (2005): • Interação social - incompreensão de piadas, ironias, não imitam, não brincam de “faz de conta”, dificuldade de participar de grupos. • Linguagem e Comunicação - Ecolalia. • Inversão pronominal. • Rigidez de significados. • Linguagem idiossincrática. Vocabula rio Ecolalia - patologia apresentada quando um indivíduo repete várias vezes a última palavra ou sílaba escutada. Inversão pronominal - uso da terceira pessoa, no lugar da primeira pessoa. Rigidez de significados - dificuldade em associar diversos significados a um único significante. Linguagem idiossincrática- sons cujo significado só é claro para aqueles que estão familiarizados com as experiências passadas da criança. • Comportamento - atos repetitivos e estereotipados; forte atração por movimentos circulares, fascinação por luzes, a cor de um objeto, texturas, cheiros e gostos; necessidade de rotina. Assim, Teixeira (2013) e Perissinoto (2003) direcionam ao diagnóstico de autismo, que é clínico, e se baseia em duas fortes fontes de informação: • A descrição dos pais sobre o comportamento da criança. 17 • Informações de um profissional. No entanto, acerca de tantos estudos sobre essa patologia, a identificação hoje já pode ser feita nos primeiros meses de vida do bebê. Teixeira (2013), afirma que com a atenção dos pais, familiares e cuidadores é possível observar nos bebês, as seguintes características de autismo: • Mostram pouco interesse na voz humana; • Não fazem contato visual; • São indiferentes ao afeto; • Não têm postura antecipatória (como colocando seus braços à frente para serem levantados pelos pais); • Mostram bom desempenho inicial com regressão subsequente; • Não apresentam expressão facial. Ainda conforme o autor, estudos também indicam fatores genéticos como causas do autismo tais como insultos ao cérebro em desenvolvimento durante a gestação. Abrangeriam assim, alterações estruturais cerebrais, fatores imunológicos, neurológicos, bioquímicos, além de agentes congênitos como rubéola, encefalite e meningite. A pessoa com TEA é considerada como pessoa deficiente é lhe é garantido o direito ao Sistema Único de Saúde - SUS, e tem também seu direito assegurado à educação num sistema inclusivo nas escolas de ensino regular. Muitas são as ferramentas, metodologias e tecnologias oferecidas hoje para a mediação de aprendizagem para a criança autista. Saiba Mais Rafael Moreira Cunha desenvolveu o primeiro software, no Brasil, com o propósito de sua dissertação de mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Sua proposta é facilitar o acesso de crianças com TEA na aquisição de vocabulário e na linguagem. Seu programa foi denominado de “Aiello” e está disponível para download na internet desde julho de 2012. Disponível em: http://www.jogoseducacionais.com/ 18 O Aiello é um jogo lúdico que tem como protagonista um simpático esquilo, que ajuda as crianças a ligar nomes a imagens de objetos, com o objetivo de ampliar seu vocabulário. Ressaltando que o programa foi testado em três crianças e determinou um resultado significante no vocabulário com cerca de 94% de novas palavras. Palavras referentes a alimentos, higiene, roupas, animais, músicas, mobiliário, eletrônicos, meios de transporte e outros. Há um outro software, criado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, chamado Sistema SCALA - Sistema de Comunicação Alternativa para Letramento de pessoas com Autismo, o grupo é denominado TEIAS (Tecnologia na Educação paraAprendizagem na Sociedade) e tem como objetivo maior, investigar o tecer entre Educação, Tecnologia e Inclusão, com ênfase na aplicação das TICs para a promoção de processos inclusivos. Vygotsky atenta para os processos mentais superiores (pensamento, linguagem e comportamentos volitivos) se originam dos processos sociais. Segundo Moreira (2011, p. 108), “Não é por meio do desenvolvimento cognitivo que o indivíduo se torna capaz de socializar, é por meio da socialização que se dá o desenvolvimento dos processos mentais superiores”. Galvão Filho (2004, p. 87), complementa ainda acerca da teoria da aprendizagem de Vygotsky: O ser humano conseguiu evoluir como espécie graças à possibilidade de ter descoberto formas indiretas, mediadas, de significar o mundo ao seu redor, podendo, portanto, por exemplo, criar representações mentais de objetos, pessoas, situações, mesmo na ausência dos mesmos. Essa mediação pode ser feita de duas formas: através do uso dos signos e do uso dos instrumentos. Ambos auxiliam no desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Carneiro (2015, p. 73), esclarece que para o trabalho de mediação da aprendizagem, com as crianças com transtorno do espectro autista é necessário um programa muito bem elaborado, conduzido por diversos profissionais, como em uma equipe multidisciplinar. São indicados especialistas em várias áreas como: • Educação; • Medicina; 19 • Terapia ocupacional; • Psicologia; • Fonoaudiologia; • Psicopedagogia; • Áreas de apoio como musicoterapia; • Informática; • Natação; • Esportes. Veja agora como essas áreas de apoio podem ajudar as crianças com TEA: ➢ Música: • Pode possibilitar a participação das pessoas autistas através de improvisações com instrumentos. • Oportunidade de autoexpressão. • Aprendizagem de regras sociais. • Assumir responsabilidades com as outras pessoas do grupo. ➢ Natação: A natação é uma das atividades físicas que desenvolve um trabalho corporal completo. Sendo assim, oferece possibilidades de estímulos e desenvolvimento necessários à pessoa autista. Através de músicas, brinquedos e demais objetos utilizados em aula, claro que cada um no tempo e exercício certo, fica mais fácil para conseguir sua atenção e executar um trabalho excelente com ele, visto que, uma das dificuldades do autista é a organização espaço temporal. O apoio da TA e TIC, são fundamentais hoje para o educador que deseja realmente enriquecer seus conhecimentos na sua vida profissional. 20 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Mundo Singular, entenda o Autismo, de Ana Beatriz Barbosa Silva e Mayra Reveles. As autoras abordam a cada capítulo, os elementos que influenciam a vida de quem vive com o transtorno e daqueles que o cercam. O relacionamento com familiares, o ambiente escolar, o diagnóstico, o tratamento, a afetividade, a vida profissional, as questões legais e as perspectivas futuras são esmiuçados num texto escrito com sensibilidade. O Que Me Faz Pular, de Naoki Higashida. Delicado, poético e profundamente íntimo, este livro traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O autor explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com essa condição e nos oferece suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato inesquecível. Resumo da aula Nesta aula conseguiu-se visualizar um pouco mais do universo da criança com necessidade especial, bem como as oportunidades que a Tecnologia Assistiva propicia ao professor e toda a equipe multidisciplinar que atuará com esses alunos. Foi visto também a importante referência do Portal de Ajudas Técnicas, que auxilia cada vez mais no entendimento e na assimilação das necessidades especiais. Além disso, conseguiu-se debater sobre os sete passos necessários para a aplicação da Tecnologia Assistiva com os alunos. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre o que é a Tecnologia Assistiva e sua importância em sala de aula. 21 Aula 2 - Acessibilidade à Escola e Desenho Universal Apresentação da aula A aula irá abordar conceitos e legislações pertinentes à Educação Especial Inclusiva, assim como o conceito de desenho universal, e qual sua relação com a inclusão. 2.1 Conceitos Iniciais Ruy do Amaral Pupo Filho, é médico pediatra e escreveu em seu artigo, sobre como é difícil o momento da descoberta para os pais, e até mesmo para os profissionais, de alguma síndrome. No artigo, Pupo Filho ajuda a fazer uma reflexão sobre como os profissionais, envolvidos com essas crianças diagnosticadas com síndromes genéticas ou não, podem auxiliar e desenvolver um bom trabalho com a família. Pupo Filho faz a seguinte afirmação: O que dói mais? Saber, logo após o nascimento, que o filho sonhado e idealizado tem um problema sério? Ou conviver com ele durante alguns meses, ou anos, acreditando que tudo está normal, e depois descobrir um determinado problema que poderá afetar seriamente seu desenvolvimento? (PUPO FILHO, 2003, p. 1) Para Refletir Como se pode desenvolver um bom trabalho com a família e com a criança com necessidades especiais? É importante saber que não é fácil este momento para a família, e que por isso deve-se adotar postura de respeito e entendimento frente as diversas situações que transita enquanto profissionais. Para que as ações sejam firmes e baseadas em princípios da igualdade e liberdade de todo sujeito, é que todos devem estar cientes de todos os aparatos legais que o aluno, filho ou paciente tem como direito, e que deve-se ajudar a resgatar. 22 Segundo Oliveira (2004), não se pode compactuar com práticas que intensificam os processos de exclusão social. Assim, denunciar e repudiar essa sociedade exclusiva deve ser o objetivo e meta das pessoas. A questão da acessibilidade à escola, ao currículo, os serviços de apoio especializado, são o foco desta aula. Sabe-se que, assim como afirma Aranha (2004), o Brasil vem definindo políticas públicas que garantem os direitos desses sujeitos, transformando os sistemas educacionais e efetivando o acesso universal à escolaridade básica e a satisfação das necessidades de aprendizagem de todos os cidadãos. Contudo, Lopes (2010) alerta que a realidade educacional não mostra essas modificações, pois muitas escolas ainda não estão preparadas nem física e nem pedagogicamente: É possível constatar que, no Brasil, há variedade de textos legais e normativos que acrescentaram, em seu teor, a inclusão e, portanto, não há carência nesse aspecto. Apesar disso, também, é possível constatar que faltam ações que levem à efetivação do atendimento educacional adequado a todos, inclusive aos alunos com deficiência, visto o sistema educacional brasileiro não ter sofrido grandes alterações para efetivar a inclusão, ações que reflitam na sociedade aquilo que se espera da educação inclusiva, a saber, a igualdade de condições e de direitos à educação (LOPES, 2010, p. 14). Enquanto profissional, certamente não se está contente e nem satisfeito com a realidade atual, principalmente quando se fala em alunos com deficiências, sejam elas quais forem. Mas então, já que não se está diante de um quadro favorável aos alunos e aos seus direitos, “o que deve se saber para ser capaz de mudar esta realidade?” As atitudes devem ser embasadas em princípios de igualdade e liberdade através dos aparatos legais e novas formas de organização escolar. Mas, “quais são os aparatos legais que orientam?” Constata-se que no Brasil, há uma variabilidade de textos legais e normativos sobre inclusão, mas faltam ações no sistema educacional brasileiro neste quesito, que ofereçam igualdade de condições e direitos à educação (LOPES, 2010). 23 Infelizmente a escola ainda desempenha um papel perverso na manutençãodas relações opressoras impostas pela sociedade capitalista (OLIVEIRA, 2004). Primeiramente, deve-se conhecer um pouquinho mais sobre a Declaração de Salamanca. Muitos autores, inclusive Bueno (2008), fala que a declaração é um marco para o movimento mundial de inclusão. 2.2 Documentos Legais sobre Princípios, Política e Prática para as Abordagens Educativas Especiais Mundiais A Declaração de Salamanca é um documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca (Espanha, 1994), com o objetivo de fornecer diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais, de acordo com o movimento de inclusão social sobre Princípios, Políticas e Práticas em Educação Especial, garantindo condições para implementação da inclusão social de pessoas com necessidades especiais. O Brasil é um dos países signatários da declaração, assumindo para si a responsabilidade e o compromisso de incluir todas as crianças, independentemente de suas dificuldades. Mas “o que se pode entender por incluir, ou até mesmo por uma escola inclusiva?” Segundo Aranha, a “escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades” (2004, p. 7). Portanto, incluir não está baseado na diferenciação, mas sim no respeito à diversidade, compreendendo que cada indivíduo tem diferentes potencialidades e necessidades. As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 17-18). 24 O intuito desse importante documento, está em frisar que as diferenças, sejam sociais, físicas, intelectuais, entre outras, não torna os indivíduos diferentes em seus direitos. Portanto, procura igualar os direitos à educação para todos, colocando a escola como inclusiva e integrada à comunidade. Sabe-se que a educação e ou escolarização de pessoas com necessidades educacionais, se constituiu historicamente como algo de caráter filantrópico em classes especiais. Contudo, Meletti e Ribeiro (2014) afirmam que a Declaração de Educação para Todos (Conferência Mundial De Educação Para Todos, 1990) juntamente com a Declaração de Salamanca, resultado da Conferência Mundial Sobre Necessidades Educacionais Especiais (1994), foram as responsáveis por incutir os discursos de universalização do ensino e da educação inclusiva. Além disso, em 2006, o governo brasileiro, através do Ministério da Educação, publica o primeiro documento acerca do Atendimento Educacional Especializado (AEE), e em 2008 publica o Decreto n. 6.571/2008. As Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial, traz o que deve-se entender por atendimento educacional especializado: O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos estados, Distrito Federal ou dos municípios. (BRASIL, 2009) Então, segundo Meletti e Ferreira (2014), o modo como a escolarização dos alunos com necessidades educacionais especiais será organizada “em escolas regulares públicas, nas classes comuns com o AEE ocorrendo no contraturno” (p. 177). Meletti (2009), também ajuda a compreender como que a Lei de diretrizes e Bases,1996, passa a incorporar em seu Artigo 59 os sistemas de ensino que: Assegurarão aos educandos com necessidades especiais, entre outros aspectos: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender às suas necessidades; terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 25 exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências (LDB, 1996). Conforme afirma Meletti, a deficiência entra como “mais uma expressão da diversidade” (2009, p.1). Portanto, todo o aparato legal, ou seja, as documentações, os decretos, vieram auxiliar na construção de igualdade de direitos dos alunos com necessidades. É importante que enquanto Pedagogos e profissionais que estejam atuando com a Educação Especial, saiba exatamente de que forma esses documentos auxiliam e fortificam na construção contínua de melhorias em relação a educação das crianças e das pessoas com necessidades educacionais especiais. Pesquise Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Lei Nº 9394/96 – Lei De Diretrizes e Bases Da Educação Nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pd f. Acesso em: 09 ago. 2017. Para conferir outros documentos, a página do MEC sobre Legislação Específica / Documentos Internacionais traz mais de 25 documentos que podem ajudar todos os profissionais que desejam se atualizar frente a este assunto. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-especial-sp- 598129159/legislacao. Além desse importante documento, também tem a Convenção de Guatemala de 1999, promulgada no Brasil através do Decreto nº 3956/2001, que prevê a eliminação de todas as formas de discriminação e afirma as liberdades fundamentais dos mesmos direitos humanos que as demais pessoas. Com grande ênfase no âmbito educacional, esse documento exigiu uma reinterpretação e novas formas de vislumbrar a educação especial. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf 26 Outro momento decisivo para a discussão acerca da inclusão, foi a Declaração de Montreal, realizada em 5 de julho de 2001, que convocou governos e representantes de várias partes do mundo para que se comprometessem com o desenho acessível e inclusivo de ambientes, produtos e serviços para o benefícios de todos que compõe a população. Além disso, também teve-se a elaboração ao longo de 4 anos, assinado em 2007, com o documento Convenção do Direito das Pessoas com Deficiência, com a participação de 192 países membros da Organização das Nações Unidas com o principal objetivo de resguardar os direitos e a integridade das pessoas com deficiência. Ví deo Assista ao vídeo Por que Heloísa? (completo – versão Libras), que mostra uma menina de 6 anos, com paralisia cerebral em uma escola comum. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BHYuCIuvjnE&feature=you tu.be 2.3 Documentos Legais sobre Princípios, Política e Prática para as Abordagens Educativas Especiais Brasileiras No caso específico do Brasil, se tem a Constituição de 1988, em seu artigo 208, que estabelece o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, cor, sexo, idade e qualquer outra forma de discriminação, estabelecendo o direito das pessoas com necessidades especiais de receberem educação, preferencialmente no sistema regular de ensino. Segundo o documento de Acessibilidade e tecnologia Assistiva: pensando a inclusão sociodigital de PNEs, organizado por Andrea Poletto Souza em 2013, foi a partir disso que: [...] muitasleis que tratam da questão inclusiva começaram a surgir no Brasil. Primeiramente, tem-se a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua integração social. O Decreto nº. 3.298, de 20 de dezembro de 1999, regulamenta esta mesma lei, dispondo sobre a política nacional para a integração da pessoa com deficiência (2013, p. 28). 27 Em se tratando do âmbito educacional, se tem o Estatuto da Criança e do Adolescente, assegurando o direito à igualdade de condições no acesso e na permanência na escola, com a Lei nº 8.069 de 1990, além da Lei de Diretrizes e Bases já comentada anteriormente. Importante O ECA (1990) e a LDB (1996), reafirmam a constituição na igualdade de condições e permanência na escola, garantia de currículos, métodos, recursos e serviços especiais de ensino, professores especializados e capacitados. Portanto, quando se fala e apresenta leis, decretos, portarias e demais documentos a respeito da inclusão, evidencia cada vez mais o passo relevante frente a inclusão, promovendo assim a acessibilidade e o direito às pessoas com necessidades especiais, contudo, precisa-se ressaltar que para que elas ocorram e se efetivem na prática, como ressalta o documento de Acessibilidade e tecnologia Assistiva: pensando a inclusão sociodigital de PNEs (2013), é preciso mudanças individuais, culturais e sociais, que permitam a substituição de paradigmas em benefícios aos esforços que nos direcionam à inclusão. Amplie Seus Estudos Vale a pena realizar a leitura do documento Acessibilidade e Tecnologia Assistiva: pensando a inclusão sociodigital de PNEs de 2013. Disponível em: http://cta.ifrs.edu.br/files/doc/83caa38ba1f037f639959a9e6c ea601a.pdf 2.4 Desenho Universal Se pensar em um ambiente que se adaptasse a pessoa, conseguir-se- ia, no mínimo, neutralizar as deficiências e as limitações. É para isso que apoia- se no conceito de Desenho Universal, e mais especificamente, no conceito de 28 Desenho Universal da Aprendizagem, quando foca-se nos intuitos no processo de ensino e aprendizagem da pessoa com deficiência, seja ela intelectual, física, entre outras. Mas então, “o que podemos entender por Desenho Universal, de onde surgiu este nome e como se dá este conceito?” Visando a independência da pessoa com deficiência e seu processo real de inclusão é que deve-se ratificar a necessidade de ampliar os canais diferenciados de comunicação, cooperação e colaboração (PNEs, 2013). O conceito de Desenho Universal, foi desenvolvido por profissionais da área de Arquitetura nos Estados Unidos pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, buscando o benefício para todas as pessoas, sendo elas com necessidades especiais ou não, visando atender a maior quantidade de indivíduos, sempre. O Desenho Universal preocupa-se em conceber ambientes, serviços, produtos e tecnologias para serem utilizados equitativamente, oferecendo segurança e maior autonomia, sem que tenha a necessidade de adaptação ou readaptação. O verdadeiro sentido, portanto, do Desenho Universal, está em atender a todos, e não somente aos que se encaixam na classificação de pessoas com necessidades especiais ou idosos. Busca-se um sentido muito mais amplo de conforto, segurança, flexibilidade, procurando sempre atender aqueles com diferentes idades, habilidades, tamanhos, etc. Os princípios do desenho universal da aprendizagem são: envolvimento, representação, ação e expressão. Em busca dessa igualdade, o Desenho Universal, segundo o Centro de Desenho Universal, 2008 (The Center for Universal Design) sustenta este conceito através de 7 princípios, são eles: 1. Uso equiparável; 2. Uso flexível; 3. Simples e intuitivo; 4. Informação perceptível; 5. Tolerância ao erro; 6. Pouca exigência de esforço físico; 29 7. Tamanho e espaço para acesso e uso. 2.4.1 Uso equiparável O uso equiparável diz respeito a disponibilizar segurança e conforto de forma igualitária para todos, ou seja, busca proporcionar que os espaços, objetos e produtos, possam ser utilizados por diferentes pessoas com diferentes capacidades. Observe a imagem: Fonte: Gabrilli (2017) Com esta imagem, pode-se entender que o tamanho da porta, os censores e a forma de abrir, está acessível a todos. Assim como na imagem abaixo, se tem o acesso com rampas, corrimãos e guarda-corpo. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paul 2.4.2 Uso flexível Quanto ao uso flexível, pode-se compreender que oferece opções de diferentes formas de uso, como o canhoto ou destros, facilita a precisão do usuário, adapta-se ao seu ritmo, etc. Observe a imagem: 30 Disponível em: Gabrilli (2017) Subtende-se que se tem um usuário que ao utilizar um computador completo, tem ao seu dispor uma interface especializada, ou até mesmo um leitor de tela nos ambientes, com possibilidades de deslocamento de paredes. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.4.3 Simples e intuitivo De fácil entendimento, proporcionando a compreensão por qualquer usuário, independentemente de sua experiência, conhecimentos ou habilidades de linguagem e comunicação. Como pode-se observar a imagem abaixo, as placas informativas permitem distinguir sanitários femininos e masculinos que também podem ser utilizados por pessoas com deficiência. Fonte: Gabrilli (2017) 31 Além disso, projetos que promovam o deslocamento e percursos simples e intuitivos. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.4.4 Informação Perceptível Comunica efetivamente, independentemente das condições ou das habilidades dos usuários. Deve-se utilizar diferentes formas de comunicação, como placas, avisos sonoros, Braille, entre outros que possam auxiliar na promoção deste princípio. Além de serem conhecidos universalmente, são de fácil compreensão. Fonte: Gabrilli (2017) 32 Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.4.5 Tolerância ao erro Busca-se minimizar os riscos de ações involuntárias ou acidentais, disponibilizando os elementos mais utilizados dentro de aspectos acessíveis, eliminando os riscos e protegendo o usuário. Além disso, não permite ações inconscientes. Observe a imagem deste quinto princípio, ela evidencia os sensores nas portas Fonte: Gabrilli (2017) Independente da altura de quem adentra o local, além de ter altura e largura acessível a todos, também deve ser utilizado piso tátil de alerta e faixas contrastantes que evitam acidentes. 33 Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.4.6 Pouca Exigência de Esforço Físico Usar o mínimo de esforço possível, sem necessidade de movimentos repetitivos, como girar uma maçaneta. Esse princípio valoriza e prioriza, como se observa na imagem abaixo, o uso de maçanetas, por exemplo, que não exijam força para girar e que possam ser acionadas com a utilização dos cotovelos, em casos do usuário possuir alguma deficiência motora. Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.4.7 Tamanho e Espaço paraAcesso e Uso Permite o acesso a todos os usuários, independentemente do tamanho, postura e mobilidade. Proporciona espaço adequado para o usuário em um sanitário público, por exemplo, que possa ser utilizado por cadeirantes, uma pessoa alta, um obeso, etc. Além de mobiliário adequado. 34 Fonte: Gabrilli (2017) Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-99592/diretrizes-do-desenho-universal-na- habitacao-de-interesse-social-no-estado-de-sao-paulo 2.5 Desenho Universal da Aprendizagem (DUA) Quando se referencia a respeito do Desenho Universal da Aprendizagem (DUA), está se objetivando alterações dos contextos de ensino que favoreçam a aprendizagem de todos, principalmente no currículo. Atualmente a abordagem do DUA preconiza que as práticas pedagógicas devem ser equacionadas, de modo a permitir que alunos com diversas capacidades possam fazer parte da aprendizagem comum, não necessitando de ter programas específicos (King-Sears, 2009; Quaglia, 2015; Rose & Mayer, 2002). Na opinião de Katz (2014) esta abordagem procura a justiça social e visa facilitar a inclusão de todos os alunos no currículo e na vida escolar. (NUNES E MADUREIRA, 2015, p. 134) Mas quando se fala do Desenho Universal da Aprendizagem, pode-se apresentar 3 aspectos fundamentais que foram desenvolvidos por Cast (2012), para orientar os professores sobre o modo como podem proceder, para tornar suas aulas mais acessíveis. (CAST, 2012, 2014; Domingues et al., 2014; Meyer et al., 2014). 35 Fonte: http://www.udlcenter.org/aboutudl/udlguidelines_theorypractice É importante observar que esses princípios trazem o estímulo ao interesse do aluno, e certamente, enquanto professores e profissionais que estão trabalhando diretamente com as crianças, entende que, como afirma Rapp (2014), deve-se “perceber quais são os seus interesses, ajudá-los a manter e a persistir nos objetivos e a autorregular os comportamentos de aprendizagem” (p.3). No segundo princípio, é notável que cada aluno assimile de forma diferente a informação e o conteúdo apresentado, para isso é que deve-se proporcionar diferentes formas de representação daquilo que se quer ensinar, focando-se diretamente no seu principal objetivo de ensino. No terceiro princípio, foca-se nos meios de expressão e comunicação, pois sabe-se que muitos alunos não gostam de se expressar através da fala ou de maneira escrita, e por isso se dá como o último princípio desse conceito de ensino e aprendizagem. Contudo, Nunes e Madureira (2015) alertam que “no nosso país não se conhecem estudos relativos ao uso do DUA com alunos com ou sem NEE”. Mas, apesar disso, as autoras mencionam que segundo estudos fora do Brasil a: Formação em DUA e o desenvolvimento de planos de aula, realizado por Spooner, Baker, Harris, Ahlgrim-Delzell e Browder (2007), 36 envolveu 72 participantes (docentes do ensino regular e de educação especial) e implicou uma hora de formação em DUA. Os resultados sugerem que uma simples introdução ao DUA pode ajudar os docentes a desenhar planos de aula acessíveis a todos os alunos. Os autores referem ainda que quando os docentes planificam a aula tendo por base os princípios do DUA e os quatro componentes do currículo, têm possibilidade de implementar um processo de ensino e aprendizagem que envolve de uma forma mais ativa todos os alunos (NUNES E MADUREIRA, 2015, p. 139). Resumo da aula Durante esta aula, pode-se conhecer mais sobre os conceitos de inclusão, bem como sobre o Desenho Universal baseado na arquitetura e no Desenho Universal da Aprendizagem, focalizado no processo de ensino. Baseado no processo de inclusão, pode-se analisar os documentos que regem toda a inclusão no país, além dos documentos de cunho universal. Foi visto sobre a Declaração de Salamanca, a Lei de Diretrizes e Bases, entre outros aparatos legais, que auxiliam na equiparação de direitos de todos. Além disso, foi visto sobre o Desenho Universal e sua utilidade para as pessoas com deficiências, sejam elas físicas, intelectuais, etc. Atividade de Aprendizagem Discorra o que você entende sobre o Desenho Universal da Aprendizagem, e a relação dele com o ensino em sala de aula. Aula 3 - O Espectro de Manifestações Autistas Nesta aula será aprofundado o conhecimento sobre o autismo, de forma a se ter um potencial maior em relação a esse assunto. 3.1 Conceitos Iniciais Sobre Autismo Muitas vezes na ânsia de conseguir uma comunicação com a criança autista, os pais se antecipam com respostas, mostram uma figura que eles “pensam” ser a necessidade da criança naquele momento, e nasce assim a 37 frustração de ambos, pois a comunicação não ocorreu, ou ocorreu de uma forma equivocada. A comunicação não se restringe à palavras. Ela é muito mais complexa do que apenas a emissão de sons coerentes. (MACHADO, 2009) Cabe ao educador e demais profissionais, realizar a mediação da criança com o mundo, pois através de seu trabalho, proporcionará à criança autista, o ingressar no cotidiano das pessoas e de si mesmo. Através de muitos recursos, o professor e possivelmente a equipe multidisciplinar, alcançará a oportunidade de deixar que a criança se sinta no controle da situação, lhe dando oportunidade de escolhas. Serão apontados alguns recursos utilizados na comunicação da criança autista, segundo o banco de ideias de Manzini e Deliberato (2004): • Pastas, fichários e pranchas; • Objetos concretos; • Miniaturas; • Símbolos gráficos; • Figuras temáticas; • Fotos; • Figuras de atividade sequencial; • Expressões faciais. Lembrando sempre que cada criança autista é um universo diferente, os recursos utilizados para uma criança talvez não sirva para a outra, todos os materiais e meios utilizados para a comunicação alternativa, devem ser personalizados para cada criança de acordo com a sua necessidade. 3.2 O Autismo O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes questões por responder. É um Transtorno Global do Desenvolvimento com influência genética, que descreve crianças que apresentam dificuldades na interação social e na comunicação. 38 Segundo Mello (2007), ultimamente não só vem aumentando o número de diagnósticos, como também esses vêm sendo concluídos em idades cada vez mais precoces, dando a entender que, por trás da beleza que uma criança com autismo pode ter, e do fato de o autismo ser um problema de tantas faces, as suas questões fundamentais vêm sendo cada vez reconhecidas com mais facilidade por um número maior de pessoas. Provavelmente é por isto que o autismo passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro, para um muito mais comum do que se pensava. É bem interessante a afirmação da autora, sobre a relação entre aumento do número de diagnósticos de autismo e a maior facilidade de reconhecimento do mesmo por um maior número de pessoas. Pode-se dizer então, que havia mais desconhecimento do transtorno do que raridade de casos. O autismo se diferencia de outros transtornos pela aparência da criança, por sua aptidão, as vezes precoce, para algumas coisas e grande dificuldade para outras. Há relatos de mães que afirmam que seus filhos desde muito pequenos, já eram extremamente inteligentes para fazer algo, porém não se comunicavam, não davam sequência em outras e não expressavam emoções. Mello (2007), destaca que estudos recentes afirmam que o autismo seria 4 vezes mais frequente em pessoas do sexo masculino, e a prevalência do autismo é de 1 em cada 150 casos, ou seja, de cada 150 crianças nascidas no mundo, uma teria autismo.As causas do autismo são polêmicas. Já afirmaram, alguns estudiosos, que poderia ser a rejeição materna, suposição que já foi desprezada há tempos, ainda se fala em causa genética, mas como as causas não são totalmente conhecidas, o que pode ser recomendado em termos de prevenção do autismo são os cuidados gerais a todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de produtos químicos, tais como remédios, álcool ou fumo (MELLO, 2007, p. 17). O autismo pode se manifestar nos primeiros meses de vida da criança, ou como afirmam alguns pais, há uma regressão na criança, que até então tinha um comportamento dito “normal”. Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem muita dificuldade em se comunicar, não olham diretamente nos olhos, não aceitam afagos, e algumas vezes podem se machucar com mordidas e puxões de cabelo. 39 Segundo Mello (2007), a definição de autismo adotada pela Associação de Amigos dos Autistas (AMA), para efeito de intervenção, é que o autismo é um distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades: dificuldade de comunicação, na socialização e no uso da imaginação. É comum que crianças com autismo repitam frases ouvidas anteriormente e até mesmo algum tempo depois, são os fenômenos da ecolalia imediata (quando a criança repete uma frase assim que acabou de ouvi-la) e ecolalia tardia (quando a criança repete uma frase que foi dita há dias). Existem vários sistemas diagnósticos utilizados para a classificação do autismo. Os mais comuns são a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versão, e o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, ou DSM-V. Importante • Não há idade determinada para o aparecimento dos sintomas, os sintomas tornam-se evidentes gradativamente. • Os sintomas variam bastante. • Muitas crianças podem não apresentar todos os sintomas até hoje identificados. • Parecem estar no “mundo deles”. • Tem atraso no desenvolvimento da linguagem. • Não brinca de faz de conta. • Repete movimentos, como girar a roda de um carrinho constantemente. Fonte: http://www.ama-ba.org.br/ A autora cita Hans Asperger, que em 1944, descreveu a Síndrome de Asperger, e acreditava que com um programa educacional apropriado, as crianças conseguiriam se adaptar. Alguns sintomas da Síndrome de Asperger são parecidos com os sintomas do autismo: dificuldade na linguagem, dificuldade no uso do olhar, e para expressar emoções. Porém, na Síndrome de Asperger, as crianças 40 apresentam memorização de grande sequência, ouvido musical absoluto, entre outras características. O professor e os demais profissionais, devem observar o aluno com alguns sintomas ligados a esses transtornos, mas não deve “diagnosticar”, apenas observar, conversar com os pais e obter informações. Quando a criança já é diagnosticada com autismo ou Síndrome de Asperger, cabe ao ambiente pedagógico conversar com os outros alunos da sala, explicitando o direito a igualdade e ao respeito, solicitando colaboração de todos. Em se tratando do professor, Mello (2007) indica uma lista de orientações bem definidas para que este profissional possa utilizá-la para o acompanhamento do aluno, como: 1. Sentar o mais próximo possível do professor. 2. Ser requisitado como ajudante do professor algumas vezes. 3. Usar agendas e calendários, listas de tarefas e listas de verificação. 4. Ser ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por períodos cada vez mais longos. 5. Ser estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a vez. 6. Aprender a pedir ajuda. 7. Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo, poderá dedicar-se a seus assuntos de interesse, pois, caso contrário, poderá vagar, dedicar-se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos colegas. 8. Seja elogiado sempre que for bem-sucedido ou apresentar dedicação. Assim, a inclusão deve manter a criança participativa e acolhida entre as demais, com ajuda do professor. 3.3 Tipos de Intervenção O método TEACCH (Tratamento em Educação para Autista e Crianças com Deficiências Relacionadas à Comunicação), segundo Araújo (2015, s/p) é “um dos métodos de ensino mais utilizados no Brasil para atender o autista [...] desenvolvido no início de 1970 pelo Dr. Eric Schopler e colaboradores, na Universidade da Carolina do Norte, tornando-se conhecido no mundo inteiro”. 41 Utiliza-se uma avaliação chamada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar a criança, levando em conta os seus pontos fortes e suas maiores dificuldades, tornando possível um programa individualizado. Esse método visa a independência da criança. O TEACCH se baseia na organização do ambiente físico através de rotinas - organizadas em quadros, painéis ou agendas - e sistemas de trabalho, de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fácil para a criança compreendê-lo, assim como compreender o que se espera dela. Saiba Mais Para saber mais sobre o método TEACCH, indico a leitura do trabalho de Araújo (2015), A Contribuição Do Método Teacch Para o Atendimento Psicopedagógico, que consiste em um estudo de caso realizado no Centro de atendimento Psicopedagógico da Universidade Federal da Paraíba, objetivando verificar como atividades estruturadas, baseadas no Método, TEACCH funcionam e se manifestam. Disponível em: http://rei.biblioteca.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/1303/1 /ENA27092016 O Picture Exchange Communication System (PECS) “é um sistema de comunicação que ressalta a relação interpessoal, em que ocorre um ato comunicativo entre o indivíduo com dificuldades de fala e um adulto, por meio de trocas de figuras”. Apresenta bons resultados, mostrando à criança que através da comunicação ela consegue um bom desenvolvimento (MELLO, 2007). 42 Amplie Seus Estudos A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis; abreviando: ABA) é um plano de observação da criança com transtorno. De acordo com o manual de treinamento da ABA, traduzido em 2005 por Margarida Hofmann Windholz e colaboradores, é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. A ABA é uma abordagem analítico-comportamental que foi aplicada pela primeira vez com autistas por Lovaas (1987), psicólogo e pesquisador do comportamento humano. Consiste em um estudo científico que explica comportamentos e planeja modificações, visando aumentar, diminuir, criar, eliminar ou melhorar comportamentos. [...] profissionais utilizam técnicas para o desenvolvimento da comunicação, das habilidades sociais, de brincadeira, acadêmicas e de auto-cuidados. São utilizados reforçadores após a emissão de comportamentos ou respostas adequadas, além de considerarem os antecedentes das respostas emitidas pelo indivíduo, para que a função do comportamento seja observada e estudada. (FIGUEIREDO, 2014, p. 48-49). Importante ressaltar que, segundo Tramujas (2010), o currículo a ser efetivamente seguido, depende de cada criança em particular, mas geralmente é amplo; cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de cuidados pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da família no programa é uma grande contribuição para o seu sucesso. Para saber mais sobre o Picture Exchange Communication System (PECS) vale a pena conferir o artigo Revisão de Estudos Sobre o Picture Exchange Communication System (PECS) Para o Ensino de Linguagem a Indivíduos com Autismo e Outras Dificuldades de Fala. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v19n4/v19n4a11.pdf 43 3.4 Inclusão Muito se fala em inclusão hoje em dia, no entanto, ainda sãograndes as dificuldades por que passam as crianças especiais. Segundo Magalhães et al. (2013), a busca por uma educação igualitária é tema recorrente no atual contexto educacional, principalmente quando se refere à inclusão de crianças com deficiência em escolas de ensino regular. Apesar da ampla discussão em torno dessa temática, ainda há uma série de limitações quanto à prática da inclusão e o papel do professor, para que o mesmo esteja preparado para lidar com as dificuldades provindas do ensino voltado para a criança com deficiência. A autora ainda afirma que a inclusão de crianças com autismo em sala de aula regular, prevista em lei, assegura ao aluno o direito do acesso ao ensino, ficando à escolha dos pais matricularem ou não os filhos em escolas regulares. Para que a instituição de ensino promova inicialmente o desenvolvimento e, posteriormente, a aprendizagem, é necessário que ela disponha de uma prática pedagógica coletiva na qual seja esclarecida a importância do envolvimento familiar com a escola, além de mudanças de caráter estrutural e metodológico, privilegiando um currículo que se adeque também às necessidades da criança com autismo. A inclusão não é somente aceitar o aluno na escola, mas deve haver a predisposição do professor em manter essa criança participativa e acolhida entre as demais. A socialização da criança autista vai depender muito do professor e de toda equipe pedagógica, para adaptá-la ao ambiente escolar. Magalhães et al (2013), ressalta que se a inclusão se caracteriza como uma situação mal manejada, as crianças autistas podem acabar exploradas e ridicularizadas por outras crianças, e que, no entanto, elas querem ser parte do mundo social e ter amigos, mas não sabem como fazer para se aproximar. O professor e a equipe pedagógica são responsáveis pela inclusão, socialização e aprendizado da criança autista, para isso, todos devem ser bem formados nos parâmetros atuais de convivência e respeito a todos, focando na harmonia e no respeito às diferenças. Antes de se falar em Transtorno do Espectro Autista - TEA, há uma terminologia denominada Transtornos Globais de Desenvolvimento - TGD, que 44 indicam algumas características relacionadas ao autismo, como, dificuldades de se socializar, atraso de linguagem e comunicação e também comportamentos agressivos. Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é o termo adotado pela Associação Americana de Psiquiatria, sendo veiculado na quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais - DSM-5, com publicação no Brasil a partir do ano de 2013. Essa nova terminologia integra os diversos tipos de Autismo, bem como o Transtorno de Asperger. Conforme o DSM-V, o TEA caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Em nota, o Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais - DSM-5, orienta para que indivíduos com um diagnóstico do DSM-IV bem estabelecido de Transtorno Autista, Transtorno de Asperger ou Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, devem receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. 3.5 Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) Segundo Cirino (2015), o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece os alunos com TGD, como sujeitos de pleno direito, postula sua “condição peculiar” de “pessoas em desenvolvimento”. Portanto, é indiscutível a necessidade de formação dos profissionais que atuarão com estas crianças. Para entender um pouco mais sobre o TGD, Santos (2014), afirma que: Os alunos da área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação, repertório de interesses e atividades restrito, movimento estereotipado e repetitivo. (SANTOS, 2014, s/p) 45 Estão inclusos na TGD o Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de a Rett, e Psicose Infantil. Sonza et al (2013), cita que são consideradas pessoas com TGD, aquelas que apresentam “alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo". Incluem-se nesse grupo: Autismo, Síndrome do Espectro Autista (RETT) e Psicose Infantil. 3.5.1 Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) - Sindrome de Rett A Síndrome de Rett é definida pela Associação Brasileira de Síndrome de Rett, como uma “desordem do desenvolvimento neurológico relativamente rara”. A prevalência dessa síndrome é no sexo feminino, e começa a ficar evidente entre 6 meses e 18 meses de idade. Segundo Souza (2013), a partir da idade de quatro anos manifesta-se uma ataxia (falta de coordenação) do tronco e uma apraxia (dificuldade em executar movimentos espontâneos), seguidas frequentemente por movimentos coreoatetósicos (movimentos involuntários incontroláveis). O transtorno leva quase sempre a um retardo mental grave. A síndrome de Rett é uma das causas mais frequentes de deficiência múltipla severa no sexo feminino. Pelo conjunto de suas características, trata-se de quadro que deve interessar todos os profissionais da área da saúde [...] (SCHWARTZMAN, 2003, p. 110) Para orientar um pouco mais sobre esta Síndrome, visualize com atenção o quadro clínico dos estágios evolutivos da Síndrome de Rett abaixo: Segundo a ABRETE (Associação Brasileira de Síndrome de Rett), a cada 5 horas, nasce uma menina com Síndrome de Rett no mundo. 46 Fonte: Elaborado pelo autor A Tecnologia Assistiva vem em auxílio aos alunos que não apresentam oralidade para expressar suas ideias ou vontades. 47 Amplie Seus Estudos Para compreender um pouco mais do histórico desta Síndrome de Rett, vale a pena conferir o trabalho apresentado no I Seminário Internacional de Inclusão Escolar: práticas em diálogo na UERJ, intitulado de Síndrome De Rett: Múltiplos Olhares e Diversas Possibilidades. Disponível em: http://www.cap.uerj.br/site/images/stories/noticias/47- oliveira_et_al.pdf 3.6 Psicose Infantil É um retardo mental com características autísticas (CID 10, 2009), que causa um transtorno de personalidade e incapacidade de socialização. Veja algumas características (Bezerra, 2004; Tecnep, 2008): • Dificuldade de se afastar da mãe; • Problemas na compreensão do que vê, de gestos e da linguagem; • Repete imediatamente palavras e/ou frases ouvidas, a criança se refere a ela mesma utilizando-se da terceira pessoa do singular ou do seu nome próprio; • Alterações marcantes na produção da fala, com peculiaridades quanto à altura, ritmo e modulação; • Relacionamento com as pessoas prejudicado; • Confusão de identidade pessoal; • Resistência a mudanças; • Ansiedade excessiva; • Perturbação da linguagem e da fala; • Hiperatividade ou hipoatividade. Também apresentam desordem neurológica, que interferem no aprendizado, como (CORREIA; MARTINS, 2010): 48 • Dislexia - dificuldade na área da leitura, gerando a troca de linhas, palavras, letras, sílabas e fonemas. Isso traz como consequência, uma leitura mais lenta; • Disgrafia - dificuldade motora na execução da escrita. Os traços variam entre pouco precisos (muito leves) ou demasiadamente fortes. Apresenta letras mal traçadas e ilegíveis e desorganizaçãona produção de um texto; • Discalculia - problema neurológico que traz dificuldades ao indivíduo para realizar operações matemáticas, cálculos, classificar números ou colocá-los em sequência. Há dificuldades para reconhecer números e sinais matemáticos, como também a não compreensão de enunciados de problemas e de exercícios com sequência lógica. • Dislalia – deficiência relacionada a fala, apresentando dificuldade na emissão da fala e na pronúncia das palavras, com trocas de sons, letras e fonemas. • Disortografia – deficiência na linguagem, com desmotivação para escrever, separação indevida das palavras e dificuldade na pontuação e acentuação. 3.7 A Atuação do Psicopedagogo no TGD Observem a afirmação de Edith Rubinstein: O psicopedagogo é visto como um detetive que busca pistas, procurando selecioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta é fundamentalmente investigar todo o processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem. (2009, p. 128). Seu trabalho é de muita observação, e assim ele cria situações para que possa observar o comportamento da criança e cuidar para que ele possa desenvolver uma aprendizagem mais significativa (TRAMUJAS, 2010). Talvez esse profissional não tenha percebido ainda a riqueza dessa profissão, que além de ajudar no quesito aprendizagem, possui uma função bem especial que, segundo Bossa, (1994, p. 66) é “a de socializar os conhecimentos 49 disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo”. Dessa forma, esse indivíduo pode se tornar inserido de maneira mais organizada em um mundo totalmente novo pra ele. O psicopedagogo irá descobrir as potencialidades das crianças, treinando o seu lado comportamental através do lúdico e da reabilitação cognitiva. Bossa (2006), afirma que é necessário seguir esses quatro passos básicos para o tratamento: 1) Estimular o desenvolvimento social e comunicativo; 2) Aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas; 3) Diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades de experiências do cotidiano; 4) Ajudar as famílias. Lembrando da necessidade de se manter baixo o número de alunos na sala de aula, manter a rotina e a arrumação dos materiais, trabalhar com materiais concretos e de apelo visual, manter o tom de voz baixo, e buscar trabalhar as habilidades do aluno autista que desponta na arte, no computador e as vezes até na música. Frequentar a escola é um direito do autista garantido pela legislação 12.764, de 27 de dezembro de 2012, visto que, pode ajudar no desenvolvimento além de tentar favorecer a aprendizagem da criança. Esta legislação também garante o incentivo à capacitação dos profissionais para atuar com os autistas, já que para estar numa sala de aula com crianças com esse transtorno, o profissional deve estar preparado para não só saber agir, como também ensinar. Para Schwartzman (1994), quanto mais significativos para a criança forem os seus professores, maiores serão as chances dela promover novas aprendizagens, ou seja, independentemente da programação estabelecida, ela só ganhará dimensão educativa quando ocorrer uma interação entre o aluno autista e o professor. Os autores apontam ainda outro fato relevante na educação do autista, é que o professor promova interações das crianças autistas com outras crianças do ensino regular. Os autores citados acreditam que o aluno autista ganha através dos modelos oferecidos pelas crianças do ensino regular, e pela 50 quantidade de estimulação que este ambiente escolar propicia. Trabalhar com fichas, desenhos, músicas, jogos, sempre é muito bom para o desenvolvimento da criança com autismo, um ambiente com cartazes e figuras estimulam um aprendizado significativo. Um bom profissional deve estar preparado para lidar com crianças, jovens e adultos. Enfim, lidar com a emoção, a razão, o preconceito e todos os outros sentimentos que envolvem a interação humana. A educação deve garantir a estimulação essencial do cidadão desde a infância até o nível superior, formando cidadãos conscientes e participativos. Não basta a aceitação de alunos especiais nas escolas, mesmo porque isso já é garantido pela lei, mas sim oferecer um conjunto de serviços no qual a criança especial se encontre num processo de desenvolvimento da suas capacidades e habilidades. Conteúdos teóricos e práticos devem ser compatíveis com as necessidades de todos os alunos com ou sem necessidade especial. Segundo Mantoan (2008): Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças, é estar com, é interagir com o outro, é a nossa capacidade de reconhecer o outro. E ainda, a educação inclusiva é uma educação que acolhe todas as pessoas, sem exceção, isto quer dizer que a inclusão é um direito de todos os que são discriminados seja pela deficiência, pela cor, ou pela classe social. Uma vez que a inclusão não admite qualquer tipo de discriminação, para ser inclusiva, a escola deve ter um bom projeto que valorize a cultura, a história e as experiências anteriores da turma, com atividades selecionadas e planejadas para que todos aprendam de acordo com as suas condições e isso vale para estudantes com ou sem deficiência. (MANTOAN, 2006, s/p) Alcântara (2013), afirma que o trabalho com crianças autistas impõe aos profissionais, desafios como a tolerância com respeito ao tempo que caracteriza o mundo dessas crianças, mas só quando há uma interação entre família, escola, professor e aluno é que se pode obter resultados satisfatórios, pois todo autista, assim como todo indivíduo, é único, e sabe-se que o tratamento não esgota o problema. A convivência com essas crianças só traz benefícios para os professores, uma vez que estarão a cada dia aprendendo que todos têm direito ao seu lugar no mundo, ninguém está no lugar errado nem tomando o espaço de outro. Assegurar o direito e a integridade da criança com necessidades especiais na escola é mediar o saber com a sensibilidade. 51 Resumo da aula Pode-se notar a insegurança que os pais e os professores de crianças autistas têm ao inserir seu filho e receber seus alunos nas escolas. A inclusão é garantida por lei, mas sabe-se que dentro dessa palavra “inclusão” existe um universo extenso e complicado. Hoje já se conta com muitos recursos, como visto, e que cada criança deve ter seu material de apoio personalizado de acordo com as suas necessidades. O autismo é caracterizado pela dificuldade de comunicação e da emoção, e as escolas devem estar bem preparadas para receber essas crianças, para conduzi-las ao conhecimento. Abordou-se também sobre a TGD (Transtorno Globais do Desenvolvimento), no qual estão inclusos o Autismo, a Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e Psicose Infantil, cada uma dessas especificidades requer uma condição de trabalho baseado em muita observação. É por onde começa o trabalho de investigação do pedagogo e da equipe multidisciplinar, voltado para criar situações em que propicie a participação e o desenvolvimento da criança. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre o que é o TGD e quais síndromes engloba, diferenciando-as. Aula 4 - Comunicação Alternativa e Aumentativa – CAA Apresentação da aula A aula irá abordar sobre a comunicação alternativa. Comunicação não é só o ato de falar. O ato de se comunicar pode envolver palavras, expressões, ruídos, sentimentos, enfim, tudo que permite o acesso à interação com o outro. Até mesmo os bebês de tenra idade conseguem se comunicar através de todos 52 esses recursos, o choro, o sorriso, uma careta. A comunicação acompanha
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