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O Básico da Televisão Analógica

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O Básico da Televisão Analógica
por Newton C. Braga
 
Sumário
Apresentação 
Introdução da Edição Original 
Estrutura do Sistema 
Analisando uma imagem 
Persistência retiniana e resolução 
Partindo da câmara 
Os termos técnicos 
A transmissão da imagem e do som 
TV em cores 
As antenas 
Sinais fracos 
Fantasmas 
Antenas dipolo 
Antena de diversos elementos 
Antena “pé-de-galinha” 
Antena universal para todos os canais 
Antena YAGY 
Antena Log-periódica 
Como escolher sua antena 
Alguns problemas 
UHF 
Os cabos de TV 
Instalando o cabo de descida 
Verificando o casamento de impedância 
Outros problemas com o fio de antena 
Chegamos ao televisor 
Os componentes dos televisores 
a) resistores: 
b) Capacitores 
c) trimpots 
d) bobinas 
e) Transformadores 
f) diodos 
g) potenciômetros 
h) Fusíveis 
i) Transistores 
j) Válvulas 
k) alto-falantes 
l) Tubo de imagem 
m) Chassi 
n) placa de circuito impresso 
o) Outros elementos do circuito 
Parte Prática 
Agora é a vez de seu televisor 
Comprando um televisor 
A antena 
A orientação da antena 
A eliminação dos fantasmas 
O cabo de descida 
Proteção contra raios 
Booster ou amplificador de antena 
Interferências de radioamadores 
Interferência de FM 
Estabilizadores de tensão 
Outros problemas de tensão 
Montagens eletrônicas para TV 
Os componentes mais usados 
TV - AJUSTADOR 
Como Funciona 
Técnica de Montagem 
Montagem 
Teste de funcionamento 
Usando o TV-ajustador 
 
Apresentação
 
Mais um livro que levamos gratuitamente aos nossos
leitores sob o patrocínio da MOUSER ELECTRONICS.
Trata-se de um livro publicado em 1983, mas que aborda
um assunto que pode ser importante para muitos de nossos
leitores que gostariam de conhecer a tecnologia da época.
Neste livro analisamos o funcionamento da TV analógica de
uma forma bastante superficial sem entrar em detalhes
sobre seus circuitos, o que ficaria por conta de um leitor
com conhecimento de eletrônica e circuitos. Damos também
algumas dicas sobre funcionamento, instalação e reparação,
principalmente de antenas que eram partes menos críticas
na época da TV analógica. Se bem que as transmissões da
TV analógica terminaram, os conceitos dados podem ser
úteis em experimentos que envolvam transmissores
experimentais. O livro também pode ser importante para
quem deseja recuperar um televisor antigo, fazer um
trabalho de pesquisa sobre o funcionamento da TV
analógica quer seja párea um trabalho escolar ou para
conhecimento próprio, ou ainda colocar em funcionamento
um televisor para operar com um videogame antigo, um
videocassete ou uma câmera de vídeo, elaborando, por
exemplo, um sistema de segurança. Lembramos que a TV
analógica já não mais opera em transmissões, mas os
aparelhos que citamos produzem sinais que elas podem
processar gerando imagens. Temos ainda um projeto
prático no final que usa componentes que ainda podem ser
obtidos, por exemplo, na Mouser Electronics
(www.mouser.com). Enfim, mais um presente que damos
aos nossos leitores que desejam enriquecer sua biblioteca
técnica e aprender muito, e sem gastos.
Newton C. Braga (*)
(*) Na época, por ter publicado o livro por uma segunda
editora, diferente daquela em que trabalhava, o autor usou
pseudônimo.
 
Introdução da Edição Original
Qual é o aparelho eletrônico que mais tempo fica ligado em
sua casa? Qual é o único aparelho que pode ser usado tanto
por você sozinho como também por toda sua família
simultaneamente e isso acontece na maioria das vezes?
Qual é o aparelho que mais se sente falta em sua casa
quando quebra? Qual é o aparelho que ao mesmo tempo
em que diverte, informa a também ensina?
Se o leitor respondeu que é o aparelho de TV, não vale, pois
certamente deve ter lido o: título deste livro antes.
Mas, deixando de brincadeiras, não é preciso falar muito da
importância da televisão nos dias atuais.
Não apenas como meio de distração, mas também como
meio de informação e até para a instrução. A televisão pelas
técnicas atuais pode chegar praticamente aos mesmos
lugares que chega o rádio, com a vantagem de ser muito
mais interessante.
Hoje em dia a televisão adquiriu um grau de
desenvolvimento muito grande, e isso tanto em relação aos
aparelhos receptores em si, que cada vez apresentam mais
recursos e melhor qualidade de imagem, como também em
relação às redes transmissoras que podem fornecer
melhores programas e chegar a localidades cada vez mais
distantes.
Viajando por este país chegamos às vezes a localidades de
difícil acesso, com recursos mínimos de sobrevivência para
seus habitantes mas que de modo algum deixa de desfrutar
da presença da televisão. Se uma localidade não pode se
beneficiar da recepção de um sinal direto, em pouco tempo.
É certamente ela terá uma estação repetidora a sua
disposição.
É No momento atual a televisão ocupa na vida do cidadão
uma posição de É certo modo semelhante à do carro.
Quem possui um carro deseja conhecer um mínimo de sua
mecânica para não “ficar na mão” numa emergência. Com o
tempo, e observando o trabalho dos mecânicos sem ter um
curso especial, ou sem a leitura de livros especializados, as
pessoas aprendem a reconhecer as peças principais e até
saber suas funções.
Mas, para atender aqueles que exigem mais conhecimentos
existem as obras especializadas, os livros de mecânica de
automóvel para amadores, os cursos livres, os manuais de
pequenos reparos, etc.
E para o televisor?
O televisor é tão importante para sua família como o carro o
é para você.
Mas com o televisor não dá para ficar observando o técnico
fazer reparos e com isso aprender alguma coisa. Ou o
técnico não deixa a gente ver direito o que ele faz, ou o
aparelho é reparado longe de nossas vistas, na sua oficina.
É neste ponto que entra em ação um manual ou livro de TV
não para técnicos, mas abordando o assunto “televisão” de
um modo semelhante àquele abordado pelos livros de
mecânica de auto, livros para amadores que não desejam
realmente ser profissionais para que tenham conhecimentos
mínimos para poderem saber como usar melhor um
televisor, como obter melhor imagem, como ajustar uma
antena, como realizar pequenos reparos e até mesmo
fiscalizar os técnicos evitando abusos que podem ocorrer
justamente devido à total ignorância do possuidor do
aparelho.
É o que oferecemos aos nossos leitores. Nosso livro não o
fará um técnico, mas sem dúvida o ajudará conhecer um
pouco de seu televisor, o pouco necessário para que ele lhe
sirva melhor, e não lhe cause surpresas desagradáveis, o
pouco necessário para que você até o repare se o defeito
for simples, e o entregue ao melhor técnico que fará
realmente um serviço bem feito.
Mas, se o leitor realmente tem tendências para a eletrônica,
e que gostaria de ir em frente, este livro sem dúvida pode
ser o ponto de partida para um aperfeiçoamento maior num
curso técnico ou com a leitura de obras especializadas.
Para aqueles que gostam de montagens temos ainda um
projeto prático de grande utilidade: “TV-AJUSTADOR”.
Usando componentes baratos este aparelho é
extremamente simples de montar.
Em suma, o dinheiro investido neste livro poderá ser
plenamente compensado pela melhor imagem de seu
televisor, pela economia de chamadas do técnico e até pela
durabilidade maior deste aparelho.
Agora que o leitor já sabe o que vai ter nesta obra é só ir
em frente com muita atenção. É o que lhe recomenda,
 O autor
Estrutura do Sistema
 
De que modo acontece tudo em televisão? Como podemos
ver uma cena que se passa no estúdio de uma estação de
TV situada a grande distância, sem que haja um fio ou
qualquer outro meio material de ligação entre esses locais?
Como uma imagem pode ser transportada à distância pelo
espaço e depois reproduzida fielmente num aparelho em
sua casa?
Mesmo que o leitor não tenha noção alguma de televisão, e
é o que acontece com a maioria dos que adquiriram este
livro, acreditamos que ele pode perfeitamente imaginar a
complexidade do sistema em sua totalidade.
O aparelho receptor de TV que vocêtem em sua casa reúne
apenas os elos finais de uma complexa cadeia de circuitos e
aparelhagens diversas que se inicia no momento em que
uma imagem é focalizada lá no estúdio da estação.
É claro que seria muito difícil tentarmos entender como
funcionam estes elos finais da cadeia sem sabermos o que
se passa nos elos iniciais.
Entretanto, para seu benefício, o conhecimento dos elos
finais em termos práticos não significará muito.
Assim, começamos este livro abordando o sistema em sua
totalidade para que o leitor inicialmente saiba de modo
superficial o que se passa na estação, como a imagem é
captada e transmitida, para depois nos determos na parte
mais prática, no que acontece em seu receptor, na sua
casa.
Na figura 1 temos então a estrutura completa de um
sistema de televisão representado de modo simplificado.
 
Na estação temos uma câmera cuja finalidade é captar as
imagens que devem ser transmitidas. A imagem somente é
obtida se o objeto ou cena estiver iluminada, pois a câmera
converte a luz em sinais elétricos ou impulsos elétricos.
Estes impulsos elétricos possuem características que
traduzem fielmente a imagem que deve ser transmitida, e
modificam-se constantemente à medida que a cena
também muda.
Ao mesmo tempo, um microfone capta o som ambiente,
que ocorre na cena, para que este possa ser levado ao seu
aparelho de TV juntamente com a imagem.
O microfone converte as ondas sonoras em impulsos
elétricos cujas características originais também lhe
correspondem.
Tanto o sinal que corresponde à imagem como o sinal que
corresponde ao som, depois de passar por um
processamento são levados a um transmissor.
No processo de modulação o sinal correspondente à
imagem e o sinal correspondente ao som são aplicados a
uma portadora de alta frequência, ou seja, a um sinal de
frequência (número de vibrações) muito mais alta, de modo
que ao serem levados a uma antena, resulta em vibrações
que se propagam pelo espaço.
 
Figura 2 – O sinal de vídeo
Veja o leitor que estas vibrações nada mais são do que
ondas eletromagnéticas que não podemos ver nem ouvir,
não obstante representarem um “retrato" do som e de
imagem, mas podem se propagar a distâncias enormes,
inclusive atravessando alguns obstáculos sólidos tais como
paredes.
Estes sinais que transportam a informação do som e da
imagem podem ser captados num raio de centenas de
quilômetros em torno da estação.
Completamos com isso a parte referente à estação
transmissora e que, portanto, fica longe de sua casa.
A outra parte do sistema, ou seja, os elos que tem por
função trazer de volta a forma original o som e a imagem
fica em sua casa e é o aparelho receptor, ou televisor
(figura 3).
 
Começa o sistema em sua casa pela antena que é um
conjunto de varetas que têm, por função interceptar as
ondas eletromagnéticas que vêm da estação e obter com
isso uma corrente que é levada ao receptor com a ajuda de
um fio.
No seu aparelho de TV esta corrente, que corresponde ao
canal selecionado é convenientemente processada e
amplificada até poder excitar os dois elementos finais, antes
de você. Estes elementos são o alto-falante que lhe traz de
volta o som originalmente transmitido, e o tubo de imagem
ou Cinescópio que lhe traz de volta a imagem. (figura 4)
 
Tudo isso visto de forma resumida como fizemos parece
muito simples, mas na verdade não é assim.
Uma imagem possui milhões de detalhes, e um som é
igualmente um sinal da natureza muito complexa.
Transmitir tudo isso a longas distâncias exige uma técnica
muito elaborada, com muitos dispositivos especiais que
devem entrar em ação no momento certo e da maneira
certa.
Cada uma das etapas que citamos é na verdade constituída
por muitas outras subetapas, ou etapas menores, muitas
das quais muito complexas.
Pense o leitor na complexidade de se transmitir informações
não só sobre a cor de um objeto como também sua forma,
e as alterações que ocorrem nestes dois detalhes quando
este objeto se move (figura 5).
 
A imagem e o som no estúdio de uma estação de TV não
vêm até nós exatamente do modo como nossos olhos a
percebem. Uma série muito grande de transformações
ocorrem, e de tal modo que, se um ser inteligente
totalmente desconhecedor de seu princípio, pudesse
analisar um sinal que lhe corresponda, de modo algum
poderia associa-lo imediatamente a uma imagem.
Podemos dizer que o sistema de televisão codifica a imagem
para que ela possa ser levada a uma certa distância, e que
nosso aparelho televisor, que é o receptor, nada mais faz do
que decodificar esta imagem, trazendo-a de volta aos
nossos olhos.
Para que possamos entender como um televisor funciona na
decodificação dos sinais recebidos, devolvendo a imagem na
sua forma original, precisamos começar entendendo
inicialmente como a imagem é codificada. Partimos do
começo (Figura 6).
 
E claro, como para nós é muito mais interessante a
decodificação, pois ela ocorre em nossa casa, será nesta
parte que nos deteremos com mais cuidado.
 
Analisando uma imagem
 
Imagine que você tenha um problema: você deve passar a
um companheiro que está numa sala adjacente uma
fotografia comum.
Entretanto, entre você e seu companheiro não existe
nenhum outro meio de contacto além de uma estreita fenda
na parede, com apenas 3 ou 4 mm de largura e muito
menos de altura. O que fazer?
A fotografia, evidentemente é grande, com
aproximadamente 15 x 20 em, não podendo ser enrolada
para passar pela fenda.
Mesmo que não lhe pareça, na solução deste problema
temos a explicação para o funcionamento da televisão, para
o modo como uma imagem pode ser explorada e
transmitida pela televisão.
A solução é simples: cortamos a fotografia em tiras que
passem na largura da fenda, e passamos estas tiras em
sequência, instruindo nosso companheiro para que elas
sejam recolocadas na ordem original do outro lado (figuras
7 e 8).
 
 Se analisarmos as tiras depois de cortadas e enfileiradas
para passar pela fenda, de modo algum podemos notar
alguma semelhança com a imagem original, pois elas
praticamente se resumirão em regiões de claros e escuros.
Mas, veja que, com certa quantidade destas tiras podemos
perfeitamente recompor a foto original. Uma foto. de jornal
se analisada com uma lente de aumento revela uma
estrutura semelhante: ela é formada por uma grande
quantidade de pontos claros e escuros que determinam as
regiões de contrastes da cena.
No caso da televisão, o problema é o mesmo, porque o
transmissor não pode emitir a imagem na sua totalidade
mas sim um sinal que corresponde a uma tira estreita. Ele
só pode transmitir as regiões de claros e escuros da
imagem decomposta.
Temos então de “cortar” a imagem em tiras, obtendo
pontos de claros e escuros que possam ser “carregados”
pelo sinal de alta frequência emitido pelo transmissor.
Quando um impulso mais forte chega ao seu televisor ele
corresponde a um ponto escuro enquanto que um impulso
mais fraco corresponde a um ponto claro. O porquê desta
técnica, que deveria ser “ao contrário” será estudado
posteriormente.
Cada tira tem seu comprimento determinado pelo tempo
que dura a sequência de impulsos de claros e escuros.
Fazendo deste modo, tudo que o receptor precisa para
recompor a imagem é recompor as tiras, na mesma ordem,
e ao mesmo tempo, recebendo para isso a informação de
onde começa e termina cada tira.
Entretanto, existem problemas adicionais a serem
analisados: a imagem que se pretende transmitir num
programa de TV não é parada. A cena muda a cada
instante.
Isso quer dizer que se a transmissão da imagem for lenta
quando a última “tira" estiver chegando ao seu televisor, a
primeira já teria mudado de aparência.
A velocidade com que as tiras precisam ser recompostas
deve ser muito rápida, tão rápida que a nossa vista não
possa perceber isso. A nossa visão deve sim perceber uma
imagem única e perfeita, de tal modo que nem mesmo
possamos separar as tiras visualmente.
Isso é conseguido graças a um defeito. Sim, um defeito da
nossa visão que é denominado persistência retiniana
somadaà incapacidade que temos de distinguir imagens
muito juntas, ou seja, ao poder de resolução de nossa vista.
 
 
Persistência retiniana e resolução
 
Nossos olhos são muito lentos. Se dois acontecimentos
sucessivos ocorrerem com um intervalo de tempo muito
curto, não podemos distingui-los. Se tivermos uma lâmpada
que pisque duas vezes num intervalo menor que um décimo
de segundo, nossa vista não pode separar as duas piscadas,
e vemos tudo como uma só que mais longa. (figura 9)
 
O cinema aproveita este fenômeno do seguinte modo: um
filme nada mais é do que uma sucessão de imagens
colocadas numa tira (filme) que são projetadas num certa
velocidade, uma velocidade que deve ser maior do que a
capacidade de separação de nossa vista. Assim, a passagem
de um quadro ou imagem para outro é tão rápida que não
percebemos isso.
O que percebemos é uma imagem única que se modifica de
acordo com as diferenças existentes de um quadro para
outro e que correspondem aos movimentos da cena. (figura
10)
 
Um mecanismo especial interrompe a luz na hora que o
quadro se movimenta, de modo que não percebemos a sua
passagem ou mudança. Um quadro é fixado por uma fração
de segundo e depois projetado. Na fração de segundo que
demora o quadro seguinte para entrar, a luz é cortada, ele
para.
No cinema, a projeção se faz com uma velocidade de 24
quadros por segundo, que é o ideal que os efeitos
desejados de movimento, sejam conseguidos, mas com
uma ressalva.
Com os 24 quadros por segundo “diretos” de projeção, a
imagem obtida tende a tremular. No entanto, se for
aumentado o número de quadros, surgem problemas
mecânicos e econômicos, pois o filme teria de ser mais
comprido e consequentemente mais caro. (figura 11)
 
Resolve-se o problema de tremulação projetando cada
quadro duas vezes obtendo-se com isso uma “frequência"
de 24 quadros. Assim, entrando um quadro no projetor, a
luz é estabelecida e cortada para ser estabelecida
novamente e depois cortada para a entrada do seguinte.
Cada quadro aparece duas vezes, o que resulta numa
frequência de projeção de 48 quadros por segundos que
elimina a tremulação da imagem, e se obtém uma sensação
perfeita de movimento nas cenas.
Para que o mesmo efeito seja obtido em televisão, a
imagem correspondente a uma cena deve também ser
decomposta e projetada, no mínimo na mesma velocidade.
Devemos ter a “visão” e “decomposição” de imagem pela
câmara a uma razão de pelo menos 24 quadros por
segundo, com projeção dobrada para não haver e
tremulação.
Na prática, o que se faz é usar a frequência de 30 quadros
por segundo, os quais são recompostos 60 vezes por
segundo (2 vezes) porque 60 Hz (60 ciclos por segundo) é a
frequência natural da rede de energia em todo o país.
Podemos com isso usar a própria frequência da rede para
sincronizar tanto a composição como a decomposição da
imagem, facilitando as coisas.
Isso quer dizer que em cada 1/30 de segundo devemos
cortar a imagem focalizada “em tiras” e transmiti-la ao
receptor onde ela será recomposta.
Na televisão, entretanto, a projeção da mesma imagem em
cada quadro é feita de modo diferente do cinema. Não se
projeta o mesmo quadro, mas sim “campos" diferentes.
Explicamos: conforme vimos, a imagem obtida numa
televisão é formada por tiras ou linhas que são recompostas
no aparelho receptor. (figura 12)
 
Se o leitor olhar bem de perto a imagem de um televisor
branco-e-preto pode facilmente ver estas linhas. No nosso
sistema são usadas exatamente 525 linhas para formar a
imagem completa.
Temos então que nos primeiros 1/60 de segundo,
correspondentes à projeção de “meio quadro", somente as
linhas ímpares são transmitidas e recompostas, isso em
toda a imagem, conforme mostra a figura 13.
 
Depois, ainda no mesmo quadro, na outra metade, somente
as linhas pares é que são transmitidas.
Na superposição muita rápida das linhas pares e ímpares,
que é muito rápida, pois dura somente 1/ 30 de segundo,
vemos uma imagem única completa formada pela totalidade
dos dois campos, ou seja, duas vezes 262,5 linhas num
total de 525 linhas.
E, no número de linhas é que entra em consideração o
poder de resolução de nossa visão.
Se usarmos um número pequeno de linhas, não teremos
uma boa imagem, pois poderemos identificar estas linhas o
que vai estragar a definição da imagem.
Se você olhar muito de perto a TV ou uma foto de jornal, a
vista conseguirá separar as linhas e os pontos, e a imagem
conseguida ficará borrada pois sua vista “se preocupará”
muito mais com estas linhas ou pontos do que com a
totalidade da imagem em si.
Na televisão temos de usar então uma quantidade tal de
linhas que possamos nos posicionar suficientemente longe
do aparelho para recompor a imagem sem perceber as
linhas. As linhas devem “fundir-se” e somente a imagem
total deve prevalecer.
O leitor deve perceber então que, quanto maior for o
número de linhas melhor será a qualidade da imagem. No
nosso país, este número é fixo: 525, mas existem sistemas
de 625 linhas e mesmo 819 linhas de alta definição, como
na França.
 
 
Partindo da câmara
 
E agora, como funciona na prática tudo isso? Que tipos de
dispositivos podemos usar para “ver” uma imagem e
decompô-la em tiras para que possam ser transmitidas?
Já vimos em princípios básicos o que acontece com a
imagem, mas não sabemos ainda como isso é realmente
feito.
Partiremos então do funcionamento da câmara de TV para
que possamos chegar com o sinal na sua antena, de onde o
estudo será um pouco mais profundo.
O ponto de partida para a tomada da imagem é a câmara
de TV, que todos os leitores já devem conhecer, pelo menos
por fora (figura 14).
 
A finalidade da câmara é “tomar” a imagem e decompô-la
exatamente nas linhas e na velocidade que vimos,
fornecendo em sua saída um sinal elétrico correspondente.
O coração de uma câmara é um tubo denominado “orticon
ou vidicon” conforme o tipo que apresente propriedades
elétricas interessantes.
Nota: atualmente existem os CCDs
No interior deste tubo, representado de forma simplificada
na figura 15 existe uma chapa de material “fotoemissor” ou
“fotossensível”.
 
Quando a luz incide nesta chapa, elétrons são liberados,
dando origem a correntes elétricas.
Assim, se colocarmos uma lente na frente deste tubo, a
imagem focalizada sobre esta chapa terá uma
correspondência entre regiões claras e de mais elétrons
liberados e regiões escuras em que poucos elétrons são,
liberados.
Na parte posterior do tubo, em relação a esta chapa
sensível, existe uma rede metálica e uma placa denominada
alvo.
Por traz da câmara existe um “pescoço” no final do qual
existe um elemento denominado catodo que é aquecido por
um filamento elétrico.
Quando o filamento aquece o catodo, este emite um feixe
de elétrons que é acelerado em direção ao alvo, incidindo
num determinado ponto, de dimensões muito pequenas.
No percurso do feixe de elétrons existe um sistema de
bobinas defletoras que controlam sua direção. Este sistema
tem por finalidade movimentar o feixe sobre a placa alvo
onde se obtém a imagem projetada na velocidade e número
de linhas que já estudamos no item anterior.
Este feixe de elétrons “varre” a imagem rapidamente
ocorrendo então uma variação de resistência no circuito que
dará origem ao sinal da câmara.
Varrendo a placa alvo, nos locais correspondentes aos
pontos escuros, a corrente resultante será pequena, pois o
circuito apresentará uma resistência muito grande. de
ordem de 20000 000 ohms. Nos pontos de claro máximo. a
resistência cai para 2 000 000 ohms. (figura 16)
 
É claro que teremos todas as resistências possíveis entre
esses dois valores, conforme as diferentes intensidades de
luz que incidem na câmara, na exploração da imagem.
Os circuitos que fazem a varredura deste feixe de elétrons
são muito importantes, pois eles devem ter a velocidade
exata que corresponde às 525 linhas em dois campos isso
em cada 1/ 30 segundos.
Veja então que o feixe de elétrons em cada linha deve
percorrê-la num tempo de 63,5 milionésimos de segundo.
Oleitor deve ter observado ainda que, quando este feixe
chega ao final de uma linha ele precisa voltar para o
começo de outra. Para que nesta volta ele não explore o
outro trecho indevido da imagem, desenhado 'em tracejado
na figura 17, ele deve ser momentaneamente “apagado” ou
interrompido.
 
E, além disso, esta volta deve ser feita o mais rapidamente
possível, pois não se pode ficar muito tempo sem explorar a
imagem. De fato, este tempo é de 10,2 us, ou seja, apenas
10,2 milionésimos de segundo.
Quando a exploração da imagem termina com a última
linha, o feixe de elétrons deve começar a explorar um novo
quadro. Novamente, para voltar ao início de um novo
campo, ele precisa ser interrompido, num espaço de tempo
de apenas 0,0013 segundo!
Tudo isso deve ser muito preciso, pois qualquer variação
indevida pode “embaralhar” a imagem. É o que ocorre
quando seu televisor deixa de se sincronizar com a estação
e a imagem “entorta” para os lados ou ainda corre para
cima ou para baixo.
 
 
Os termos técnicos
 
Alguns leitores podem estar sentindo alguma dificuldade em
entender nossas explicações iniciais porque fazemos uso de
termos técnicos.
Certamente, se o leitor não é um conhecedor de eletrônica,
não pode de modo algum saber exatamente o significado
destes termos.
Assim, antes de seguirmos em frente com a televisão em si,
cabe um intervalo para explicações do significado dos
principais termos técnicos que já usamos e dos que
precisaremos usar daqui para frente.
Será este item na forma de um pequeno “dicionário” que
acreditamos ser de grande utilidade para todos.
Anodo - trata-se de uma placa metálica existente no
interior de uma válvula ou mesmo de um tubo de TV cuja
função é atrair elétrons que estejam livres. O anodo deve
ser sempre “carregado” com eletricidade positiva para
poder atrair os elétrons que são carregados negativamente.
Antena - conjunto de condutores ou varetas metálicas cuja
função é interceptar os sinais ou ondas de rádio ou
televisão de modo que elas possam ser “captadas”. Na
antena obtemos tensões induzidas que podem ser
transportadas até o receptor com a ajuda de fios
condutores.
Canal - é a faixa de frequências ou do espectro ocupada
por uma estação para transmitir seus sinais. São utilizados
na faixa comum (VHF) 12 canais numerados de 2 a 13,
cada qual ocupando um canal cuja largura é de 6 MHz.
Existem ainda os canais de 14 a 83 que ocupam a faixa de
UHF.
Catodo - elemento metálico no interior de um tubo de raios
catódicos ou tubo de imagem e também das válvulas cuja
finalidade é emitir elétrons. Os catodos devem ser
aquecidos e polarizados negativamente para poderem emitir
elétrons.
Circuito - é um conjunto de componentes ou dispositivos
interligados de tal modo a exercer determinada função. O
circuito corresponde a um percurso fechado para a corrente
que deve circular por ele.
Componentes eletrônicos - são as peças usadas nos
aparelhos de TV e em outros semelhantes tais como rádios,
amplificadores, etc. Existem diversos tipos de componentes,
mas os principais são os seguintes:
a) resistores - são os mais comuns, sua finalidade é
oferecer uma resistência ou dificuldade a passagem da
corrente conseguindo-se com isso sua redução aos valores
desejados. Os resistores tem seus valores dados em ohms(
Ω) que são marcados com um código de cores, nas faixas
coloridas que os envolve (figura 18).
 
b) capacitores - são componentes também bastante comuns
nos aparelhos de TV sua finalidade é “armazenar cargas
elétricas". Estes componentes aparecem nos mais variados
tamanhos e formatos. Esses são especificados em
submúltiplos de uma unidade chamada Farad (F).
Podemos encontrar marcações de capacitores em
microfarad (uF) que corresponde a milionésima parte do
farad, em nanofarad (nF) que corresponde à bilionéssima
parte do farad, e em picofarad (pF) que corresponde à
trilionésima parte do farad.
c) diodos - estes componentes apresentam a propriedade
de conduzir a corrente num único sentido. São feitos de
germânio ou silício e são especificados tanto pela corrente
máxima que podem suportar como pela tensão.
d) transistores - a função de um transistor é amplificar ou
produzir sinais de determinadas características. Como estes
componentes podem fornecer na sua saída sinais de
intensidade maior; do que o aplicado na sua entrada,
dizemos que eles são os elementos ativos dos aparelhos
eletrônicos. Os transistores podem ser de dois tipos: NPN e
PNP e são especificados por um número de código segundo
e seu fabricante.
e) potenciômetros - são resistências variáveis ou resistores
que podemos alterar o valor. Possuem três terminais de
ligação e são usados como controles nos aparelhos
eletrônicos. Também são medidos em. ohms.
f) trimpots - são resistências ajustáveis, ou seja, resistores
que podemos fixar o valor da resistência desejada. Como os
potenciômetros possuem três terminais e são medidos em
ohms.
g) fusíveis - são elementos de proteção dos circuitos
eletrônicos. São formados por pedaços de fio mais fino que
o normal, para que este se rompa, interrompendo a
corrente em caso de qualquer problema com o circuito. São
especificados em ampères ou miliampères (A ou mA).
h) Válvulas - são tubos de vidro no interior do qual existe
vácuo e alguns elementos metálicos. As válvulas como os
transistores amplificam os sinais sendo, entretanto, usadas
nos aparelhos mais antigos já que os modernos são
totalmente transistorizados. As válvulas são especificadas
por números e letras que indicam sua função. Ex: 12AX7,
1B3, etc. As válvulas possuem encaixes que facilitam sua
troca do aparelho em caso de queima.
i) transformadores - são dispositivos formados por muitas
voltas de fio fino de cobre com uma capa de esmalte sobre
um núcleo de ferro ou ferrite. Sua finalidade pode ser
qualquer uma das seguintes: aumentar ou diminuir tensões,
alterar as características de um sinal aumentando ou
diminuindo sua “impedância”, transportar um sinal de uma
etapa para outra do circuito, mas isolando-os de modo que
um não interfira no funcionamento do outro, etc. Os
transformadores são especificados pelas suas tensões de
entrada e saída, pela corrente de saída, pela frequência de
operação no caso dos tipos de frequência intermediária (FI)
ou pelas impedâncias que são dadas em ohms.
j) bobinas - também são componentes formados por um
determinado número de voltas de fio esmaltado que podem
ser enroladas numa forma sem núcleo ou tendo em seu
interior como núcleo um bastão de ferrite ou mesmo
lâminas de ferro.
As bobinas têm por características se opor a variações
rápidas da corrente, e quando ligadas junto com um
capacitor formam um circuito ressonante que tem por
propriedade selecionar sinais de determinadas frequências,
ou seja, pode selecionar estações ou canais.
k) chaves - são dispositivos que podem interromper a
circulação de correntes ou mudar seu destino.
Obs.: as explicações dadas para os componentes citados podem
ser muito melhor entendidas após a leitura de outras obras desta
série
 
Comprimento de onda - quando uma onda de rádio
(eletromagnética) se propaga no espaço, como no caso uma
onda de TV, considera-se seu comprimento a distância que
ela percorre durante um ciclo completo de sua vibração.
As ondas de TV se enquadram no tipo das ondas curtas da
faixa de VHF (Very High Frequency ou frequência muito
alta), para os canais de 2 a 13, e seus comprimentos vão
desde 5 metros aproximadamente até 1,5 metros. Os
canais mais baixos têm as ondas mais longas que os canais
mais altos. Na televisão da faixa de UHF as ondas são muito
mais curtas, com comprimentos de menos de 1 metro até
aproximadamente 30 cm.
Contraste - é a diferença de luminosidade existente entre
as áreas claras e escuras de uma imagem de TV. Num
contraste acentuado, o preto é a ausência completa de luz e
o branco é a luz total.
Corrente - a eletricidade é transmitida a distância através
de um fluxo de cargas que nada mais são do que elétrons
que podem se mover através de fios metálicos. O fluxo
destes elétronsou cargas negativas é denominado “corrente
elétrica”. Uma corrente elétrica pode ser definida com um
“movimento em ordem de cargas elétricas".
Corrente contínua - quando todos os elétrons ou cargas
se movimentam sempre no mesmo sentido através de um
fio temos o que se denomina corrente contínua. Corrente
contínua é a corrente que podemos obter de pilhas e
baterias que a maioria dos circuitos eletrônicos precisa para
funcionar.
Corrente alternada - a corrente que obtemos em nossa
tomada de energia é alternada. Ela não consiste num
movimento sempre no mesmo sentido de elétrons, mas sim
em elétrons que vão para frente e para traz, invertendo
este movimento rapidamente. Em cada segundo os elétrons
vão 60 vezes para frente e 60 vezes para traz, daí dizermos
que a frequência da corrente alternada da rede de energia é
de 60 Hz ou 60 Hertz.
Definição - é a característica de uma imagem que nos
permite perceber seus menores detalhes. Uma imagem com
pouca definição aparece borrada enquanto que uma
imagem com boa definição aparece nítida.
Elétrons - são diminutas partículas que giram em torno do
núcleo dos átomos em grande velocidade. Cada elétron
transporta uma carga negativa, e é o transporte desta carga
que permite a utilização de sua energia em aplicações
eletrônicas (figura 19).
 
Os elétrons podem movimentar-se através de materiais
como por exemplo os fios de cobre, formando com isso a
corrente elétrica.
Fotocondução - é a alteração das propriedades elétricas
de um material com a incidência da luz. Determinados
materiais mudam de resistência quando a luz incide em sua
superfície e com isso libera elétrons. Estes materiais
passam a facilitar a passagem da corrente, sendo o
fenômeno denominado fotocondução.
Frequência - é o número de vibrações em cada segundo
de um sinal, de uma corrente, ou de qualquer fenômeno
periódico. A frequência é medida em Hertz cuja abreviação
6 Hz. Usamos comumente múltiplos do hertz para indicar
frequências muito altas.
Assim, quilohertz (kHz) significa milhares de hertz.
Megahertz (MHz) significa milhões de hertz. O sinal de TV
que corresponde ao canal 2 ocupa a faixa de frequências
que vai de 54 MHz a 60 MHz, ou seja, de 54 000 000 de
Hertz a 60 000 000 Hertz. As ondas sonoras vão de 15 a 15
000 Hertz apenas. Nos aparelhos de TV encontramos sinais
que vão desde 15 Hz até mais de 800 MHz, em UHF.
Modulação - podemos fazer com que um sinal da baixa
frequência seja aplicado a um sinal de alta frequência que
lhe servirá de transporte. Quando o sinal de menor
frequência faz variar a intensidade do sinal de maior
frequência dizemos que ocorre uma modulação em
amplitude ou AM, e quando o sinal de baixa frequência faz
variar a frequência do sinal de maior frequência dizemos
que ocorre uma modulação em frequência (FM). Os dois
tipos de modulação são usadas em TV, a modulação em
amplitude para a imagem e a modulação em frequência
para o som.
Raios catódicos - quando um catodo é aquecido os
elétrons podem ser emitidos e concentrados na forma de
um feixe. Este feixe de elétrons forma o que denominamos
de “raios catódicos". Estes raios não podem se propagar por
meios materiais, pelo que no interior dos tubos que fazem
uso destes raios como os cinescópios ou tubos de imagem e
as válvulas, deve haver vácuo.
Ondas eletromagnéticas - o movimento de correntes
alternadas num fio faz com que perturbações da natureza
elétrica e magnética sejam produzidas. Estas perturbações
podem propagar-se pelo espaço na forma de ondas. Estas
ondas são denominadas eletromagnéticas e se propagam no
vácuo a uma velocidade de 300 000 quilômetros por
segundo. As ondas de rádio, as ondas de televisão e mesmo
a luz são ondas eletromagnéticas. A diferença dos diversos
tipos de ondas está simplesmente no número de vibrações,
ou seja, na frequência. As ondas de rádio possuem
frequências mais baixas que as ondas da TV que por sua
vez possuem frequências muito mais baixas que as ondas
de luz.
Retificação- retificação é um processo através do qual
podemos obter corrente continua a partir de uma fonte de
corrente alternada. Os aparelhos de TV precisam em seus
circuitos de correntes contínuas para funcionar, e na rede
local só dispomos de correntes alternadas. Uma fonte é
utilizada para retificar esta corrente e obter com isso a
corrente contínua necessária. O diodo retificador é o
elemento básico deste circuito.
Sincronismo - sincronizar é operar no mesmo ritmo. Dois
circuitos estão sincronizados quando operam em perfeita
sintonia, cada qual executando a mesma vibração ao
mesmo tempo. O sincronismo é muito importante em
televisão, pois a imagem que se reproduz deve ser
exatamente a que corresponde à transmitida, em termos de
forma e tempo.
Tensão - Para que uma corrente circule por um fio é
preciso haver alguma força externa que a “empurre”. Esta
força é a tensão que é medida em volts (V). Veja que existe
uma relação de causa e efeito entre tensão e corrente. Só
pode existir corrente se houver tensão.
Tubo de Raios Catódicos ou TRC - este tubo também
conhecido por Cinescópio é a peça principal de um televisor,
pois nele é projetada a imagem. (figura 20)
 
Consta ele de um tubo de vidro no interior do qual existe
vácuo. Um canhão eletrônico dispara contra um anteparo
um feixe de raios catódicos, que conforme vimos é
constituído por elétrons. Este feixe ao incidir na face do
tubo provoca o aparecimento de um ponto claro. A
movimentação deste feixe fazendo o ponto varrer a tela do
cinescópio permite a recomposição da imagem em linhas,
conforme já explicamos.
 Vácuo - vácuo e a ausência de qualquer meio material, ou
seja, o nada. Para fazer vácuo no interior de um tubo temos
de retirar todo ar que ele contém. Existe vácuo no interior
das válvulas eletrônicas e dos tubos de raios catódicos.
Varredura - é o movimento de exploração da imagem na
sua decomposição e recomposição. No Cinescópio a
varredura nada mais é do que a movimentação do feixe de
elétrons em linhas horizontais percorrendo toda a imagem
para sua produção.
 
 
A transmissão da imagem e do som
 
Já podemos voltar às nossas explicações, continuando de
onde paramos, ou seja, da câmara de televisão.
Este sinal é bem complicado em termos de análise.
Conforme mostra a figura 21 ele ocupa uma largura de 4
MHz.
 
Figura 21
Temos de acrescentar a este sinal o som do microfone
colocado no estúdio ou outro som qualquer que deve fazer
fundo a imagem transmitida.
Este som vem por um segundo canal de FM, obtendo-se
então uma largura total de 6 MHz.
Os 6 MHz, bem mais do que os 4 do sinal de vídeo,
correspondem à margem de segurança que deve ser dada
para que um canal não interfira no canal adjacente.
O sinal composto de imagem (vídeo) e som é enviado ao
transmissor que tem por finalidade a aplicação numa antena
para que ele possa ser irradiado.
As ondas usadas para transmissão de TV estão na faixa de
VHF (Very high frequency) com as seguintes divisões por
canal:
Canal 2 - 54 à 60 MHz Canal 8 - 180 à 186 MHz
Canal 3 - 60 à 66 MHz Canal 9 - 186 à 192 MHz
Canal 4 - 66 à 72 MHz Canal 10 - 192 á 198 MHz
Canal 5 - 76 à 82 MHz Canal 11 - 198 à 204 MHz
Canal 6 - 82. à.88 MHz Canal 12 - 204 à 210 MHz
Canal 7 - 174 à 180 MHz Canal 13 - 210 à 216 Mhz
 
Veja o leitor que entre o canal 6 e o canal 7 existe um
intervalo onde operam as estações de FM e também
serviços públicos e radioamadores.
Este intervalo permite-nos separar os canais de TV em dois
grupos; canais baixos (2 à 6) e canais altos (7 à 13).
A propagação das ondas de TV se faz em linha reta a partir
da estação transmissora, e conforme o tipo de obstáculo
encontrado pela frente ela pode refletir ou contorná-lo.
Assim, as ondas de televisão, pelo seu comprimento
apresentam certa sensibilidade a objetos de dimensões
razoáveis como prédios, morros, estruturas metálicas, etc.
Como a propagação se faz em linha reta, o alcance de uma
emissora de TV não depende propriamente de sua potência,
mas sim de sua localização.
Quanto mais alta estiver a antena, mais longe chegamsuas
emissões.
De um modo geral, entretanto, devido à curvatura da terra,
a transmissão de sinais de TV em condições normais não
chega para além de 200 km, sendo a média em torno de
100 km.
Veja que as ondas de TV, por terem comprimento mais
curto não são refletidas nas camadas mais altas da
atmosfera, como as ondas de rádio, e que permite que
estas cheguem a distâncias muito maiores.
Na ocorrência de obstáculos entre a estação transmissora e
a antena receptora a melhor solução consiste na mudança
de posição desta antena receptora, conforme mostra a
figura 22.
 
Para receber bem os sinais de uma estação transmissora
não deve haver nenhum obstáculo que impeça a
propagação de suas ondas até. a antena receptora.
Os obstáculos podem dar origem a diversos tipos de
problemas que serão analisados mais adiante.
Além dos 13 canais de VHF existem outros canais adicionais
que são usados também em nosso país.
Estes canais são usados em estações retransmissoras. Estas
estações colocadas em locais altos, conforme mostra a
figura 23, captam os sinais das estações distantes e depois
de modificar sua frequência, passando para outro canal, os
retransmite para uma localidade em condições
desfavoráveis à recepção direta.
 
Estes canais vão do número 14 à 83 e possuem frequências
que estão compreendidas entre 470 MHz e 890 MHz.
 
Como estas frequências são bastante altas (UHF) ou (Ultra
High Frequency), sua sensibilidade a obstáculos é maior,
exigindo aparelhos mais críticos na sua captação.
Em ambos os casos, tanto dos canais de VHF como de UHF,
a imagem é muito mais sensível a problemas de
interferências ou deformações do que o som.
 
 
TV em cores
 
Como fazer para transmitir além da imagem comum branco
e preto, que é formada de claros e escuros facilmente
recompostos no tubo receptor, também uma imagem
colorida?
Ao contrário do que o leitor pode inicialmente imaginar não
precisamos realmente transmitir todas as cores possíveis,
pois elas são em número infinito.
No entanto, verificamos que podemos obter qualquer cor
existente com a mistura de apenas três. A proporção destas
três cores determina o resultado obtido, ou seja, a cor final.
Na televisão aproveita-se esse fato transmitindo-se todas as
cores a partir de vermelho, verde e azul.
Em suma, numa câmara de TV em cores existem na
verdade três sensores, ou três “tubos" que ao fazer a
exploração de uma imagem não só verificam quanto de
claro e escuros ela possui, como também determina a
proporção destas três cores em que ela pode ser
decomposta.
O branco é obtido quando somamos 30% de vermelho, 59
% de verde e 11% de azul (figura24).
 
A informação das cores que devem ser transmitidas
corresponde a uma frequência de 3,58 MHz acrescentada ao
sinal comum de branco-e-preto e que é decodificado nos
receptores que possuem circuitos especiais para isso.
Interessante é notar que um televisor branco e preto
simplesmente ignora esta frequência de cor, de modo que
ele reproduz uma imagem originalmente transmitida em
cores na sua forma branco-e-preto, sem problemas.
Para obtermos uma imagem correspondente, colorida, além
dos circuitos próprios no receptor também precisamos de
um tubo especial.
Conforme vimos o tubo comum branco-e-preto possui uma
tela que é coberta com uma camada de fósforo que brilha
quando o feixe de elétrons nela incide, conforme mostra a
figura 25.
 
A luz obtida de um fósforo comum de tubo branco-e-preto é
branca, o que quer dizer que só podemos reproduzir uma
imagem de claros e escuros em branco e preto.
As cores não podem aparecer.
Veja o leitor que a cor não é dada pelos elétrons do feixe,
mas sim pelo fósforo da tela, pois elétrons não têm cor: Na
verdade elétrons são invisíveis, a luz é emitida porque eles
cedem a energia de seu impacto ao fósforo que então a
emite.
No tubo em cores o que se faz é utilizar três canhões, cada
qual emitindo um feixe de elétrons que corresponderão às
cores básicas que desejamos combinar para obter todas as
outras, ou seja: vermelho, verde e azul.
Novamente insistimos que a cor não é dada pelos elétrons.
O que acontece é que dentro do tubo uma “máscara” que é
uma chapa de metal com milhares de pequenos furos para
a passagem dos elétrons dos feixes, e esta máscara está
alinhada com a parte frontal do tubo onde estão pequenas
regiões onde se deposita o fósforo (figura 26).
 
 
O fósforo é então dividido em regiões, cada qual contendo
três pontos das cores básicas, e alinhados de tal modo que
no ponto azul só pode incidir o feixe de elétrons do canhão
correspondente ao azul, no ponto verde, somente os
elétrons do verde e o mesmo em relação ao vermelho.
Assim, alem das linhas, para cada ponto temos uma tríade
de fósforos de diferentes cores na tela num total de
milhares de pontos.
Quando a imagem é reproduzida, os feixes de elétrons além
de varrerem a tela na formação de linhas horizontais para
recompor a imagem, também enviam em cada instante a
informação da proporção que deve entrar cada um para
que, combinando as três cores dos pontos, resultam na cor
desejada.
Existem ajustes em seu aparelho de TV em cores que
permitem eventualmente alterar as proporções em que
cada cor entra na reprodução da imagem. Se aumentarmos
as proporções poderemos ter um colorido mais “carregado”
e se diminuirmos poderemos ter cores desbotadas ou até
mesmo reduzir tudo ao branco-e-preto.
Existe o conceito incorreto de que, para receber sinais de
TV em cores é preciso usar uma antena diferente das
utilizadas na recepção de TV em branco e preto.
Na verdade, o que ocorre é que o sinal dos dois tipos de TV
é o mesmo, e que apenas existe uma componente a mais
que deve ser trabalhada pelo receptor.
Esta componente é algo critica, o que quer dizer que, sua
recepção pode ser mais afetada do que o resto do sinal, em
condições desfavoráveis.
Assim, um local em que a recepção em preto-e-branco é
razoável pode revelar-se ruim para a recepção de sinais em
cores.
Para que esta componente importante do sinal não seja
perdida nem afetada por problemas de recepção é sempre
conveniente ter uma antena melhor, ou seja, uma antena
de maior capacidade de recepção e melhor posicionada.
(veremos mais adiante as diferenças das antenas).
 
 
As antenas
 
Pois bem, o leitor já sabe de que modo o sinal sai da
estação e se propaga pelo espaço, chegando até sua casa.
Tudo o que vimos até agora não tem muita importância
para o leitor pois não acontece em sua casa.
No entanto, uma vez que o sinal de TV chega até sua casa e
de modo perfeito, é preciso saber como devemos captá-lo e
levá-lo até o aparelho receptor e com isso obter a melhor
imagem.
Já chegamos em casa, no receptor. As coisas agora serão
explicadas levando-se em conta muito mais o aspecto
prático do que o aspecto teórico, o que sem dúvida é o
desejo dos leitores.
O ponto de partida para os sinais de TV já em sua casa é a
sua antena. A finalidade da antena é interceptar as ondas
eletromagnéticas que correspondem à emissão de TV e com
isso fornecer um sinal de alta frequência que pode ser
levado ao aparelho receptor por um cabo. (figura 27)
 
Ao contrário dos receptores comuns de rádio para ondas
médias, a antena externa em televisão é quase obrigatória,
salvo nas condições de grande proximidade das estações e
em que não existem obstáculos que possam perturbar a
propagação das ondas.
Deve ser levado em conta ainda que os sinais de televisão
sofrem uma certa redução de intensidade mesmo ao
atravessar obstáculos relativamente pequenos tais como
paredes, e esta redução se acentua nos canais altos.
Deve-se ter o máximo de cuidado com a escolha e a
instalação de uma antena de TV porque 9/10 da qualidade
da imagem dependem dela.
Uma antena nada mais é do que um condutor colocado no
caminho do sinal, de modo a poder interceptar as ondas
eletromagnéticas. Quando as ondas eletromagnéticas
interceptam um condutor, aparece em seus extremos, na
posição determinada em relação à direção da onda, uma
tensão elétrica que corresponde ao sinal quepode ser
levada por um fio até o receptor. (figura 28)
 
Quanto maior for a tensão obtida numa antena, melhor é a
qualidade da imagem que se obtém, pelo que, este
condutor que corresponde à antena deve ter duas
características importantes:
a) ficar em posição que permita receber as ondas
diretamente da estação, sem que estas sejam reduzidas em
sua intensidade por obstáculos.
b) ter dimensões e formato que permita a interceptação da
maior quantidade possível de sinais.
Analisemos estas duas condições:
A posição da antena é dada pela sua orientação e pela sua
polarização. As ondas emitidas pela estação apresentam
determinadas orientações para os seus campos (elétrico/
magnético) e no nosso país esta orientação é padronizada
no sentido horizontal, conforme mostra a figura 29.
 
Certas emissoras têm sinais com polarização circular. Assim,
para que a antena receptora receba o máximo do sinal da
antena transmissora, as duas devem ter as mesmas
posições relativas. As varetas das antenas receptoras são
então colocadas em posição horizontal, conforme já vimos
na figura 29.
Veja que a orientação para as emissões de FM é vertical,
pelo que, as varetas das antenas de carro que se destinam
a sua captação já devem ter outro posicionamento.
Podemos dizer que algumas antenas de TV também servem
para a captação de sinais de FM, mas isso só será possível
com o máximo rendimento se suas varetas ficarem em
posição vertical. Do mesmo modo, uma antena própria para
FM terá um rendimento razoável nos canais próximos à sua
frequência., se.er posicionada horizontalmente.
A segunda condição refere-se ao formato da antena.
As varetas que formam uma antena não tem comprimento
aleatório. Ao contrário do que o leitor possa pensar a
melhor antena não é a que tem as varetas mais compridas.
Os comprimentos das varetas de uma antena tem seu
comprimento determinado em função do fenômeno
denominado ressonância.
Quando submetidos a vibrações de um campo
eletromagnético como, por exemplo, uma onda de rádio, os
corpos tendem a acompanhar estas vibrações mais
facilmente numa única frequência. Se a frequência de um
sinal coincidir com a frequência própria de um corpo ele
tende a responder com mais facilidade a esta e, portanto,
captá-la com maior facilidade.
 No caso da vareta de uma antena de TV, quanto maior for
seu comprimento, menor será a sua frequência de
ressonância.
Em vista disso o leitor pode argumentar que, para cada
canal deveríamos ter um comprimento próprio de vareta
usado na antena.
De fato, o ideal seria ter um comprimento de vareta para
cada canal, mas na prática isso não é sempre possível.
Nas localidades em que existe apenas um canal de TV,
podemos ter sua recepção de modo ideal escolhendo uma
antena com as dimensões próprias para sua frequência.
No entanto, nas localidades em que existem muitos canais
temos de usar antenas que possam receber a todos os
canais, se não de modo ideal, pelo menos razoavelmente.
Isso é possível com alguns recursos que veremos e que não
exige o emprego de varetas para cada um dos canais, mas
em número menor.
O que o leitor deve saber é que as dimensões e o
posicionamento da antena são fundamentais para sua
eficiência.
Os problemas que podem ocorrer devido ao posicionamento
de uma antena são basicamente analisados a seguir.
 
Sinais fracos
 
Um primeiro problema que o leitor pode ter na recepção dos
sinais de uma estação em sua localidade está nos sinais
fracos.
Os sinais de TV podem ter sua intensidade reduzida ao
passarem por obstáculos tais como prédios, morros,
árvores, grandes estruturas metálicas, etc.
Se estes objetos forem realmente de grandes dimensões, o
sinal pode até reduzir-se a zero na região imediatamente
posterior a eles em relação a origem da onda, e nela a
recepção será impossível. Teremos uma região de “sombra”
em que nada poderá ser captado. (figura 30)
 
Num caso como este, de nada adianta ter uma boa antena,
pois não há o que possa captar, pois o sinal não chega até
suas varetas.
Só há uma solução num caso como este, que é a mudança
de posição da antena em relação a estação, para que as
ondas possam chegar.
Pessoas que moram em vales ou por trás de colinas só
podem receber os sinais se suas antenas forem elevadas
para acima da altura máxima destes obstáculos, conforme
mostra a figura 31.
 
Mas, se o sinal chega, ainda assim podem ocorrer
problemas com sua captação.
Os aparelhos receptores exigem uma intensidade mínima de
sinal na sua entrada para que possam fornecer uma boa
imagem.
Se a quantidade de sinal que chega até a antena não for
suficiente para fornecer esta tensão no cabo, então a
imagem pode ser prejudicada.
A redução da intensidade do sinal na ausência de obstáculos
pode ocorrer, por exemplo, em vista da própria distância
que existe entre o transmissor e o receptor.
Se você mora a 20 ou mais quilômetros de uma estação,
este problema pode ocorrer. (figura 32)
 
Um sinal muito fraco chegando à sua antena, não consegue
fornecer um sinal suficientemente forte para que a imagem
saia nítida, e a ele se sobrepõe ruídos que resultam em
pequenos riscos na imagem. Estas riscos são denominados
“chuviscos” conforme ilustrado na figura 33.
 
Existem diversas soluções possíveis para o problema do
chuvisco:
A primeira solução consiste em se posicionar melhor a
antena no sentido de encontrar um local em que os sinais
cheguem com maior força. As vezes o sinal é fraco num
determinado local do telhado da sua casa por causa de
algum prédio que se encontra exatamente na linha de visão
em relação ao transmissor, mas é mais forte em outro
ponto, em que não existe este problema.
Este posicionamento pode ser tanto no sentido de deslocar
horizontalmente a antena sobre o telhado como também
verticalmente, utilizando-se uma torre mais alta (figura 34).
 
A segunda solução, que pode ser aplicada em conjunto com
a primeira ou isoladamente, é a utilização de uma antena
melhor.
As antenas apresentam, “ganhos” ou seja, a capacidade de
captar maior ou menor quantidade de sinal.
O ganho de uma antena está relacionado com o número de
varetas que ela dispõe e também seu posicionamento.
Assim, uma antena de menor número de elementos será
suficiente para fornecer uma boa imagem num local de
recepção fácil, mas já não fará o mesmo num local de
recepção difícil.
Se a recepção for difícil, com sinais fracos de estações
distantes, ou com a presença de obstáculos, deve-se
obrigatoriamente utilizar uma antena de alto-ganho com
muitos elementos.
A terceira solução está no emprego de um “booster” ou
amplificador de antena.
Este pequeno aparelho mostrado na figura 35, “aumenta” a
intensidade dos sinais captados de modo que eles cheguem
ao mínimo necessário à obtenção de uma imagem.
 
Veja, entretanto, que se o sinal for excessivamente fraco,
ele já chegará a sua antena encoberto pelo ruído, e o
booster aumentará os dois. Neste caso, a imagem ainda
terá os chuviscos.
O posicionamento das varetas da antena em relação à
estação deve ser observado em todos os casos. Veremos
mais adiante como funcionam os diversos tipos de antenas
mais comuns.
 
Fantasmas
 
Os fantasmas são aquelas imagens duplas ou mesmo
múltiplas que aparecem mais fracas ao lado da imagem
principal, conforme mostra a figura 36.
 
Este é um problema de recepção que acontece quando
existem grandes obstáculos nas proximidades ou mesmo
distantes, mas onde as ondas de TV podem refletir-se.
Grandes objetos como prédios, morros ou estruturas
metálicas podem refletir as ondas de TV, conforme mostra a
figura 37.
 
A onda refletida deve então percorrer um caminho maior do
que a direta até chegar a antena onde ambas são captadas.
A onda refletida, entretanto, chega atrasada e este atraso é
suficiente para produzir uma imagem deslocada na tela,
uma imagem dupla se a reflexão for única e uma imagem
múltipla, se existir muitos pontos de reflexão.
Este problema de imagens fantasmas é mais acentuado em
centros de grandes cidades onde muitos edifícios podem
causarreflexões múltiplas.
Existem diversas possibilidades de solução para os
problemas de fantasmas, conforme sua manifestação.
A primeira possibilidade que acontece quando temos
somente uma imagem dupla, ou seja, quando ocorre uma
reflexão simples consiste na mudança de posição da antena
no sentido de melhor direciona-la no sentido da onda direta,
conforme mostra a figura 38.
 
A segunda possibilidade consiste em se utilizar uma antena
com melhor característica de diretividade.
As antenas captam melhor os sinais que vem de
determinada direção chegando a “negar” totalmente os
sinais que vêm em direções oblíquas.
Quanto mais direcional for uma antena, mais estreito é o
ângulo que devem incidir os sinais para que ela os capte.
No caso de um fantasma, como ele é causado por uma
reflexão, normalmente sua chegada à antena se faz num
ângulo oblíquo, diferente do sinal principal. Quanto mais
oblíquo for este sinal mais fácil será sua eliminação com a
mudança de posicionamento da antena ou a utilização de
uma antena mais direcional.
Existe ainda uma terceira possibilidade que consiste na
utilização de uma “armadilha” para os sinais indesejáveis
através de um circuito colocado na entrada do televisor.
Este processo será analisado futuramente, quando daremos
alguns projetos práticos para os leitores montarem.
 
 
Antenas dipolo
 
 Este é o tipo mais simples de antena que encontramos em
uso nos aparelhos de TV, sendo formado por duas varetas
conforme mostra a figura 39.
 
 As duas varetas devem ser cortadas num comprimento que
corresponde à metade do comprimento da onda do sinal
que deve ser captado.
 Conforme já vimos, a cada frequência de uma onda de TV
é associado certo valor que corresponde ao seu
comprimento.
 Este valor é obtido dividindo-se 300 000 000 pela
frequência do sinal. Este 300 000 000 corresponde à
velocidade de propagação do sinal de TV em metros por
segundo.
 Por exemplo, o comprimento de onda do canal 3 cuja
frequência está a partir de 60 MHz tem o seguinte valor:
300 000 000/60 000 000 = 5 metros
Uma antena dipolo ideal para captar este canal deve ter um
comprimento total de 2,5 metros, ou seja, metade da onda,
com duas varetas de 1,25 metros cada.
Para o canal 12, o comprimento associado será de:
300 000 000/204 000 000 = 1,45 metros
Este tipo de antena na prática deve ter varetas um pouco
menor do que o correspondente à metade do comprimento
de onda.
Na prática este tipo de antena tem um rendimento razoável
apenas na frequência do canal para a qual seu comprimento
corresponde, ou seja, na frequência de ressonância. Para
outras frequências seu rendimento cai.
As características da antena dipolo simples são
omnidirecionais, ou seja, ela “pega” melhor os sinais que
vem perpendiculares .ao plano formado pelas varetas,
conforme mostra a figura 40.
 
 Um tipo de antena comumente usada e que pode ser
considerado um dipolo como o explicado é a antena interna
de duas varetas, conforme mostra a figura 41.
 
 Esta antena é formada por um par de varetas que podem
ser “encolhidas” ou “distendidas”, pois estão em montagem
telescópica e, além disso, a abertura das varetas pode ser
alterada.
Como o rendimento deste tipo de antena não é dos
maiores, sua utilização só é recomendada em localidade de
sinais fortes, ou seja, em pontos próximos às estações
transmissoras.
A obtenção da melhor recepção envolve três tipos de
ajustes desta antena:
Depois de sintonizar o canal desejado o procedimento é o
seguinte para se obter a melhor imagem:
a) vire a antena com as varetas todas abertas e formando
um ângulo de aproximadamente 90 graus até obter a
recepção melhor em termos de direção do sinal, conforme
sugere a figura 42.
 
b) Abra e feche a antena, ou seja, o ângulo entre as varetas
para obter uma melhoria na qualidade da imagem.
c) Encolha as varetas até que a imagem torne-se a ideal.
Se quiser repita os ajustes outra vez para obter melhor
desempenho da antena.
Se bem que o posicionamento mais comum deste tipo de
antena seja em cima do aparelho receptor, em alguns casos
ele não corresponde ao ideal.
Se um fio de ligação de pelo menos 3 metros for usado a
antena pode ser colocada em posições mais favoráveis na
sua própria sala, como por exemplo no alto de um armário
ou até mesmo na janela.
Veja que em alguns casos o deslocamento de uma antena
de apenas 1 ou 2 metros na sua sala já pode resultar numa
melhora considerável na qualidade de recepção.
 
 
Antena de diversos elementos
 
Para obter maior rendimento de uma antena e ainda
conseguir uma diretividade maior as antenas fazem uso de
diversos elementos adicionais além das duas varetas
cortadas nos comprimentos de onda correspondentes ao
canal desejado.
Na verdade, se pode conseguir disposições de varetas tais
que a antena apresenta bom rendimento não só num canal
mas em boa faixa de frequências, cobrindo assim todos os
canais baixos, todos os canais altos e até mesmo toda a
faixa de VHF.
Existem basicamente dois tipos de elementos adicionais que
são usados nas antenas e que não têm realmente ligação
elétrica com as varetas principais Estes elementos são
chamados de “parasitas".
O primeiro elemento é o “diretor" que é mostrado na figura
43.
 
Para que o elemento atue como um diretor ele deve ter
aproximadamente 5% a menos que o comprimento das
varetas que formam o dipolo.
Nas condições indicadas as ondas que vem segundo o plano
do dipolo e passam pelo diretor são concentradas e dirigidas
em sua direção, aumentando-se assim o rendimento do
sistema. (figura 44)
 
É importante notar que todas as antenas têm uma
característica elétrica denominada “impedância” e que é
medida em ohms. Esta impedância diz de que modo a
antena se comporta ao ser ligada ao televisor.
O circuito de entrada do televisor deve ter a mesma
impedância da antena para que a energia que vem pelo seu
fio possa ser totalmente aproveitada.
A colocação de um diretor ao mesmo tempo em que
aumenta o rendimento (ganho) de uma antena, diminui sua
impedância.
A separação existente entre as varetas usadas como
diretoras e o dipolo propriamente dito deve ser da ordem de
10% do comprimento da onda do canal para o qual foi
projetada a antena.
O segundo elemento da antena é o refletor que também é
formado por um par de varetas, mas que ficar por trás do
dipolo em relação à direção de onde vem o sinal de TV.
O comprimento das varetas que formam o refletor deve ser
aproximadamente 5% maior que as do dipolo. Em alguns
casos pode ser da mesma ordem, modificando-se suas
características pela separação.
Assim, a separação destes elementos em relação ao dipolo
é da ordem de 15% do comprimento da onda que deve ser
captada. (figura 45)
 
 
As ondas que se refletem no refletor são dirigidas de volta a
antena somando-se as que são captadas diretamente.
O refletor não precisa ficar isolado do suporte da antena, o
que não acontece com o dipolo.
Podemos combinar os dois elementos em diversas
quantidades para obter antenas de TV com bom
rendimento.
Existem muitos tipos de boas antenas para recepção de TV
que reúnem características de diretividade, ganho e
também a possibilidade de servirem para muitos canais.
Veremos a seguir alguns tipos mais populares.
 
 
Antena “pé-de-galinha”
 
Este é um tipo de antena bem popular que funciona bem
em pequenas e médias distâncias possibilitando a recepção
dos sinais dos canais baixos (2 à 6) em distâncias de até 40
km (figura 46)
 
Esta antena reúne características que permitem a recepção
com rendimento razoável numa faixa de frequências
relativamente ampla, já que ela é calculada para ressonar
na frequência central da faixa, no canal 4.
Existe o tipo de antena pé-de-galinha para canais altos (7 à
13) que é cortada para o canal 10.
Nesta antena, dipolo ou parte ativa da antena é formada
por um conjunto de 3 varetas que se abrem na forma de
um leque.
Cada três varetas são ligadas a um dos polos do fio de
descida, de modo que os dois leques são isolados entre si.
O refletor é formadopor dois conjuntos de 3 varetas que
neste caso são montados num suporte condutor pois não
precisam ficar isolados.
 
 
Antena universal para todos os canais
 
Esta antena tem seu desenho mostrado na figura 47.
 
Sua operação acontece do seguinte modo:
São usados dois dipolos dobrados, ou seja, dois dipolos em
que as extremidades das varetas são dobradas para dentro
terminando nos pontos de ligação dos fios de descida.
Estas duas antenas dobradas são interligadas.
Na parte da frente da antena, em relação à origem do sinal
a ser captados existem duas varetas refletoras.
O dipolo maior é cortado de modo a ter sua frequência de
ressonância na faixa central dos canais baixos, enquanto
que o dipolo menor é cortado para ressonar na faixa central
dos canais altos.
Quando a antena está sendo usada para captar os sinais
dos canais baixos, as varetas simples funcionam como
refletor enquanto que o dipolo menor não faz efeito algum
no sistema.
Já na captação dos canais altos, o dipolo menor funciona
como antena e o dipolo maior como refletor, ficando as
varetas sem exercer efeito algum sobre o sistema.
 
 
Antena YAGY
 
Este é um tipo de antena intermediário, usado em regiões
em que os sinais não são suficientemente fortes para
poderem ser bem captados com os tipos anteriores de
antenas aqui citados.
Na figura 48 mostramos este tipo de antena.
 
Ela é basicamente formada por um dipolo dobrado como
elemento principal. Na parte posterior temos um refletor, e
na parte frontal temos conjuntos de diretores que podem
variar em quantidade conforme o tipo.
Esta antena se caracteriza por ter uma diretividade bem
melhor que os tipos anteriores pelo que recomenda-se sua
utilização quando os tipos anteriores não forem suficientes
para resolver problemas de fantasmas.
Entretanto, esta antena tem uma desvantagem que é a sua
faixa relativamente estreita de operação o que significa que
ela deve ser usada apenas para o canal para o qual foi
projetada.
Se na sua localidade existirem mais estações então podem
ser empilha- das várias antenas, conforme mostra a figura
49.
 
Para que esta antena dê bom resultado na recepção, seu
posicionamento em relação a estação transmissora deve ser
feito com extremo cuidado em vista das características de
grande diretividade já citadas.
 
 
Antena Log-periódica
 
Esta antena também é conhecida por “espinha de peixe"
pelo seu formato e apresenta excelente ganho, podendo
cobrir toda a faixa de canais de VHF com facilidade.(figura
50)
 
Por estas características esta antena é a preferida na
recepção de sinais fracos, ou ainda quando se deseja um
elevado nível de sinal para se obter boa qualidade de
imagem em TV em cores.
O número de elementos usados nesta antena determina seu
rendimento o que significa que, quanto maior for a antena,
melhor ela será.
Uma antena deste tipo cortada para ter o dipolo maior no
canal 2 pode pegar bem perfeitamente todos os canais de
faixa de VHF.
 
 
Como escolher sua antena
 
A escolha de uma antena para receber os sinais de TV na
sua localidade depende de diversos fatores. Em primeiro
lugar analisaremos os casos mais comuns que se referem a
recepção dos canais da VHF, ou seja de 2 ao 13.
Temos então as seguintes situações:
 
a) sinal forte sem obstáculos que podem causar fantasmas.
Opção 1: antena interna simples com duas varetas
telescópicas, com ou sem ajustes de casamento de
impedância (estes ajustes formam um botão com diversas
posições na própria base da antena).
Opção 2: antena externa simples que pode ser um dipolo
com diretor, um dipolo com refletor ou uma “pé-de-galinha”.
 
b) sinal forte porém sujeito a problemas de fantasmas.
Opção 1: antena interna com ajuste de casamento de
impedância que permite eliminar em parte os fantasmas
mais fortes.
Opção 2: antena externa de qualquer tipo bem posicionada
no telhado, evitando-se as posições de maior quantidade de
fantasmas. Procure-se a posição de melhor recepção.
Opção 3: se nos casos anteriores os fantasmas não
puderem ser eliminados, deve ser usada uma antena de
alta diretividade como do tipo “Yagi” ou “log-periódica”
colocada de modo a evitar a captação dos sinais refletidos,
ou seja, bem posicionada.
 
c) Sinal de nível intermediário.
Para localidades situadas a distâncias entre 10 e 20 km da
estação receptora, com pequenos problemas de intensidade
de sinal e obstáculos as opções são as seguintes:
Opção 1: antena externa simples como a “pé-de-galinha”
ou “Yagi” se não existirem obstáculos que causem
fantasmas ou problemas de enfraquecimento de sinal, bem
orientadas e em posição no telhado a mais alta possível.
Opção 2: casos em que existem fantasmas ou em que o
sinal é enfraquecido - deve ser usada uma antena de alto-
rendimento e boa diretividade como as log-periódicas. Uma
antena para todos os canais pode resolver, mas nos casos
mais graves deve-se utilizar duas antenas, sendo uma para
os canais baixos e outra para os canais altos.
Opção 3: sinal muito fraco - neste caso a antena deve ter o
máximo de ganho e eventualmente até ser utilizado um
amplificador de sinal.
 
(1) Sinais muito fracos. 
Para distâncias grandes entre a estação e o receptor devem
ser usadas antenas de boa diretividade com o máximo de
rendimento e situadas em posições bem elevadas, evitando-
se obstáculos.
Se o sinal realmente for fraco, a antena deve ainda operar
em conjunto com um amplificador. (figura 51)
 
Nos casos em que existirem diversas estações distantes,
antenas separadas devem ser usadas, sendo uma para cada
canal.
 
 
Alguns problemas
 
Mesmo em situação de proximidade das estações existem
casos em que problemas de recepção podem acontecer.
Citamos por exemplo a diferença de posição relativa de sua
casa em relação a estação.
Se você mora na periferia e todas as estações estão com
suas torres no centro da cidade, a orientação de uma
antena para todos os canais é simples, pois todos os sinais
originam-se praticamente da mesma direção.
Entretanto, se você mora num local em que as estações
estejam em posições relativas opostas, como por exemplo
mostra a figura 52, ocorre um problema de orientação.
 
Se você posicionar e sua antena para receber os sinais da
estação A você não consegue receber bem os da estação B,
e vice-versa.
A solução ideal para estes casos consiste no uso de duas
antenas empilhadas, porém posicionadas de acordo com as
estações, conforme mostra a figura 53.
 
Outro problema que pode acontecer consiste na existência
de um grande obstáculo entre sua casa e a estação
transmissora.
Para receber os sinais nestas condições existem duas
soluções: levar a antena e instala-la no alto do obstáculo,
conforme mostra a figura 54.
 
Entretanto, uma solução alternativa mais simples seria
“apelar” para a recepção de um sinal refletido num grande
obstáculo a ser escolhido, como, por exemplo, um morro. O
sinal será bem menor, exigindo-se a utilização de uma boa
antena.
 
 
UHF
 
Para a recepção dos canais de UHF as antenas usadas são
diferentes das comuns. De fato, pela própria frequência
mais elevada dos canais de UHF o leitor pode perceber que
as dimensões das antenas são bem menores. (figura 55)
 
É claro que existem também as antenas que servem tanto
para VHF como para UHF tendo conjuntos de varetas
diferentes para as duas faixas mas conectados a um mesmo
cabo de descida.
Para o UHF a recepção é bem mais crítica, pois sendo os
comprimentos de onda usados menores, estes são mais
sujeitos à presença de obstáculos que tanto podem causar
sua absorção como reflexão. Uma simples parede que no
caso de um sinal de VHF não influi muito, pode prejudicar
bastante a recepção dos sinais de UHF.
Temos ainda o agravante de que as potências usadas nas
emissões de UHF são bem menores dos que as usadas em
VHF pois estas estações aparecem mais como
retransmissoras para localidades em que o sinal diretor não
pode ser recebido.
 
Os cabos de TV
 
Uma vez que conseguimos “pegar” os sinais de TV que
queremos, temos aindaproblemas antes de chegar ao
televisor, pois precisamos levar estes sinais até lá.
A antena pode estar a alguns centímetros do televisor como
no caso dos tipos internos, como pode estar a dezenas de
metros como no caso de edifícios ou mesmo residências.
O cabo de ligação da antena deve ser de tipo especial e não
fio comum, pois deve ter características que permitam levar
o sinal ao televisor com um mínimo de perdas e conforme o
caso até evitando a captação de sinais espúrios que possam
causar problemas na recepção.
Um fio que passe perto de uma fonte de ruído como, por
exemplo, um motor elétrico, pode funcionar como uma
segunda “antena” e captar estes ruídos que aparecerão na
forma de “chuvisco” na imagem ou mesmo mais grave,
entortando-a. (figura 56)
 
O tipo de fio mais conhecido e usado é o cabo de 300 ohms
ou linha paralela de 300 ohms. Este tipo de fio é formado
por dois condutores de cobre separados por uma parte
plástica que os mantém a uma distância constante. (Não
mais usado atualmente)
Esta separação entre os fios é importante na manutenção
de suas características, ou seja, a impedância de 300 ohms.
Para os fios comuns de 300 ohms em que se usa plástico
com constante dielétrica alta a separação é da ordem de
3/8 de polegada.
Esta linha de 300 ohms se casa perfeitamente com as
antenas comuns e com os circuitos de entrada dos
televisores.
Na escolha de um cabo deste tipo, o leitor deve dar
preferência aos de melhor qualidade e que usam condutores
mais grossos, pois apresentam menores perdas. (figura 57)
 
Este fio, entretanto, tem algumas desvantagens, que se
manifestam principalmente nos casos em que o local está
sujeito a ruídos. Por não ser blindado este tipo de fio pode
captar interferências, principalmente se passar perto de fios
elétricos, o que deve ser evitado.
Quando exposto ao tempo este tipo de fio absorve umidade
que pode causar alterações de suas características e
consequentemente a introdução de perdas no sinal.
Pequenas rachaduras que ocorrem no plástico quando
exposto ao sol podem também facilitar a penetração de
umidade e consequente alteração de suas características.
O fio paralelo de 300 ohms pode ser usado em residências,
desde que a antena não fique a mais de 20 metros do
televisor e em locais não sujeitos a interferências e ruídos.
Outro tipo de fio usado é o cabo coaxial. Este consiste num
condutor principal que é envolvido por uma capa isolante.
Sobre esta capa isolante existe uma malha de condutor
trançado e sobre ela uma nova capa isolante.
Este tipo de fio é blindado, o que quer dizer que é menos
sujeito a captação de interferências, mas apresenta uma
impedância de 75 ohms, o que exige o emprego de um
dispositivo especial para sua ligação no televisor. (figura 58)
 
Do mesmo modo que no fio paralelo, este também tem
perdas que serão tanto maiores quanto maior for seu
comprimento.
 
 
Instalando o cabo de descida
 
Uma vez posicionada a antena no telhado, o leitor deve
escolher um percurso apropriado para o cabo de descida.
Este percurso deve ser estudado com cuidado tendo-se em
mente os seguintes fatos:
a) o percurso deve ser o menor possível, pois quanto mais
comprido for o fio, maiores serão as perdas de sinal.
b) O fio não deve passar perto de linhas elétricas, ou seja,
fios de transmissão de energia. Se for necessário passar
perto, o fio de antena deve cruzar em ângulo reto com
estes fios e nunca obliquamente ou então correr paralelo a
ele, a uma distância curta, conforme mostra a figura 59.
 
Com este procedimento evita-se a captação de
interferências e ruídos que venham através desta linha de
energia.
c) Deve ser usado cabo coaxial se o local estiver sujeito a
captação de ruídos que possam prejudicar a qualidade de
recepção. O fio paralelo será usado nos casos em que não
houver problemas de ruídos.
d) Não se deve enrolar o excesso de fio perto do televisor
se este sobrar, pois um pedaço de fio enrolado significa uma
“bobina” que pode prejudicar a transmissão do sinal.
e) Se o fio usado for o paralelo, e seu percurso for longo,
pode-se melhorar seu balanceamento, torcendo-o uma volta
em cada metro de percurso, conforme mostra a figura 60.
 
 
f) Nas localidades sujeitas a tempestades pode-se proteger
a antena e melhorar a recepção, pois se evita o acúmulo de
cargas estáticas no mastro com sua conexão por um fio
grosso à terra. (figura 61)
 
g) Se a sua antena estiver num local muito alto, será
conveniente protegê-la com um para-raios.
 
 
Verificando o casamento de
impedância
 
Uma linha de transmissão de sinais está perfeitamente
casada com o receptor quando ambos têm a mesma
impedância. Mesmo sendo projetado para ter determinado
valor, uma linha de 300 ohms pode apresentar pequenas
variações que dependem do seu comprimento em função do
comprimento da onda captada. Ás vezes o corte de um
pedaço de alguns centímetros ou decímetros pode mudar as
características de uma linha e até melhorar a recepção.
Para se verificar se o casamento de impedância da linha
com o receptor está correto, segure o fio de antena em
diversos pontos e verifique se isso causa alteração na
imagem. (figura 62)
 
Se a colocação de sua mão diminui o sinal é sinal que a
linha não está perfeitamente casada. O problema pode ser
resolvido em parte cortando-se pedaços do fio de antena.
Corte um pedaço de 5 cm e experimente novamente. Faça
isso umas 5 ou 6 vezes no máximo até obter melhor
recepção. Se nenhuma diferença for notada o problema tem
outra origem.
 
 
Outros problemas com o fio de antena
 
Um fio de antena deficiente pode causar diversos tipos de
problema que vão desde a ausência completa de sinal até a
obtenção de uma imagem fraca com chuvisco.
O primeiro problemas que pode ocorrer é a interrupção do
fio de antena, caso em que dizemos que ele está aberto.
Se, invertendo a polaridade do fio de antena no televisor
você notar diferença na recepção dos canais mais fortes, é
porque provavelmente um dos condutores se encontra
interrompido.
O multímetro (instrumento elétrico que mede resistências)
pode ser usado para verificar o estado do fio. (figura 63)
 
A resistência anotada entre os extremos do mesmo
condutor é nula.
Para as pontas de um mesmo lado deve ser infinita se o
dipolo for simples e nula se a antena for um dipolo dobrado.
Observamos que este instrumento indica a resistência do fio
à corrente contínua que é muito baixa e não a impedância.
Por isso, não devemos esperar de modo algum que o
instrumento indique 300 ohms num fio de 300 ohms,
porque os 300 ohms do fio referem-se à sua impedância e
não resistência.
Variações de imagem e corrimento da cor que “foge" em
dias de vento ou chuva indicam problemas de contacto do
fio com a antena ou ainda eventuais rachaduras do cabo
plástico onde esta penetrando água ou encostando o mastro
de metal da antena.
Nos canais de UHF um vento mais forte que faça a antena
vibrar pode causar uma tremulação da imagem recebida.
 Outro problema que deve ser considerado é a utilização de
um mesmo cabo para conexão ao receptor de FM e ao
televisor. Neste caso, só um desses aparelhos pode ser
usado de cada Vez, pois os osciladores internos destes
aparelhos podem causar interferências mútuas.
Se dois televisores ou mais forem ligados à mesma antena
devem ser usados dispositivos especiais de separação dos
sinais e casamento de impedâncias. Estes dispositivos são
usados nos sistemas múltiplos dos edifícios de apartamento.
 
 
Chegamos ao televisor
 
Uma vez que o sinal captado pela antena chegue ao
televisor, cabe a este inteiramente a reprodução do som e
imagem correspondentes.
Como um televisor faz isso será Visto a partir de agora,
primeiramente de um modo mais simples e depois levando
em conta os aspectos práticos.
Um aparelho de TV na verdade é um receptor duplo capaz
de receber os sinais de frequência modulada (FM)
correspondentes aos sons e os sinais de amplitude
modulada (AM) correspondentes à imagem.
Na figura 64 temos a estrutura simplificada de um

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