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Lara Honório – Acadêmica de Medicina Avaliação do sistema urinário por métodos de imagem: Se tratando de sistema urinário, o uso de meios contraste é feito por via oral ou endovenosa, que é o iodo, nesse último caso. Para a via oral usa-se o Bário. Na RM, o meio de contraste é o gadolíneo. Usa contraste para avaliar o sistema urinário, porque se consegue delimitar os rins e o sistema coletor por via da imagem, sendo possivel avaliar a função renal e delimitação do parenquima. Radiografia simples: Na primeira imagem um estudo radiografado simples e na segunda imagem um estudo radiografado com contraste. Exames: Urografia excretora: Método radiográfico que possibilita a visibilidade dos rins e particularmente das vias excretoras, sendo útil também para uma razoável avaliação funcional dos rins. A partir do momento que se usa o contraste, a avaliação funcional já é possível, mas se fosse uma radiografia convencional/simples não seria possível. Já está entrando em desuso (não sendo mais a primeira escolha), porque a TC já consegue das ainda mais detalhes sobre função e estrutura, sua sensibilidade a detecção de alterações é muito maior. É um método que está entrando em desuso, pois com a TC, consegue-se avaliar os órgãos, parênquimas e que é muito mais sensível à detecção de alterações. Em locais onde não se tem acesso a TC, usa a radiografia tipo Urografia Excretora. A parte social também é considerada para a solicitação desse exame em comparação a TC, pois seu custo é muito mais acessível em relação a TC. Att.: Na TC é possível comparar as imagens com contraste e sem contraste, visualização dos órgão, estudo anatômico e funcional das estruturas. Técnica: Lara Honório – Acadêmica de Medicina Primeiramente é necessário estar atento ao preparo para o exame, realizar jejum de 8h a 12h, orientar a utilização de laxante na véspera do exame para que não haja acpumulo de fezes e gases nas janelas intestinais, impedindo a visualização dos órgãos. Radiografia simples; Infusão do meio de contraste iodado endovenoso; Realizar imagens com 1,3,5,10 ou até 15 minutos; Realizar compressão, se necessário. Indicações clínicas: Litíase urinária; Obstrução urinária aguda ou crônica; Hematúria; Infecção urinária de repetição; Anomalias congênitas genitourinárias. Imagem acima: A radiografia é feita aproximadamente a cada 3 minutos para realizar a comparação das imagens. A medida que o tempo vai passando se consegue visualizar o sistema pielo- calicinal, ureteres, bexiga, rins. 1- Rim direito; 2- Rim esquerdo; 3- Cálice menor (6-14); 4- Cálice maior (2-3); 5- Pelve renal; 6- Ureter. No exemplo acima já se percebe maior dilatação no rim direito, que no esquerdo, por algum retardo de excreção no lado direito. Na radiografia do paciente abaixo se percebe a presença de dois cálculos, que se apresentam mais radiopacos no rim direito. Uretrografia retrograda ou Uretrocistografia retrograda: Método radiográfico em que é injetado contraste iodado, sob controle fluoroscópico, pela uretra. Feita apenas em homens devido ao tamanho da uretra e estrutura anatômica. Lara Honório – Acadêmica de Medicina A parte verde do aparelho se chama garra e é conectada a glande por meio de apreensão da estrutura do pênis. Se não houver disponibilidade dessas garras, pode fazer a tração com gaze estéril para introduzir o contraste onde a via de administração é uretral. Indicações: Estenose: Estreitamento da luz da uretra; Ex.: Estenose da uretra peniana. Divertículos: Saculações (regiões “dobradas”), parede irregular; Ex.: Divertículo na uretra, em região peniana. Fístulas: Comunicação entre duas estruturas de forma patológica. Ex.: Fístula uretro-testicular -> comunicação entre escroto e uretra apenas identificados por uso de contraste especial via uretra. Ex.: Fístula para partes moles adjacentes à uretra (peri-uretral). Análise de um exame de radiografia retrograda: A imagem acima mostra uma radiografia retrograda de um paciente homem. Erroneamente, os dedos do operador do exame aparecem na imagem, ocorre um erro do radiologista. A região mais radiopaca em laranja é a uretra, mostra dois segmentos da uretra (anterior laranja e posterior verde). Lara Honório – Acadêmica de Medicina Na uretra anterior (laranja), seu maior segmento é a porção peniana, seguida da bulbar e membranar e da prostática. As uretras bulbar e peniana fazem parte da região anterior, enquanto a membranosa e a prostática fazem parte da região posterior da uretra. Em azul tem a transição do meio anterior e posterior tem a estrutura membranosa e bulbar, fisiologicamente a parte prostática passa por dentro da próstata e seu calibre já é mais reduzido, podendo confundir com uma estenose de forma errônea. No exame acima há uma redução do segmento de uretra prostática. No exame acima podemos visualizar um divertículo onde a parede dele foi rompida formando também um trajeto fistuloso (uma fístula). Uretrocistografia miccional: É um método radiográfico em que a bexiga é cateterizada usando técnica estéril e, sob controle fluoroscópico, é preenchida por contraste iodado. Depois da uretrografia retrograda faz a uretrocistografia miccional onde precisa ser feito um cateterismo de alívio no paciente para que o contraste seja injetado por meio da sonda de Foley, que já estará localizada na bexiga. A técnica de cateterismo da bexiga é estéril e o tipo de contraste é o iodado. Esse exame pode ser feito em homem e mulher. Fase retrograda: É o momento da uretrocistografia retrograda, depois passa a sonda para avaliar a bexiga cheia de urina. Bexiga cheia: Indicações: Anomalias congênitas do trato urinário; Bexiga neurogênica; Pesquisa de refluxo vesicoureteral (da bexiga para o ureter). Lara Honório – Acadêmica de Medicina Por via normal, a urina sai do rim, no sistema coletor, pelve renal, ureter, bexiga de onde vai para o meio externo. A partir do momento que a rina volta da bexiga para o ureter ou para os rins, temos o refluxo vesico-uretral. É indicado para anomalias congênitas do TU, bexiga neurogênica (patológica, irregular, formato piriforme, repleta de pseudo- diverticulares em suas bordas) e pesquisa de refluxo vesico-uretral**. Fase miccional: Após o exame o paciente é orientado a urinar durante a avaliação e em pacientes com lesão medular essa fase não acontece, não se retira a sonda, porque ele não urina voluntariamente, apenas por sondagem vesical. **Nessa patologia, o contraste passa da bexiga para o ureter e, até mesmo, a nível do sistema pielo- calicinal, comprova-se a presença do refluxo vesico-ureteral. Análise de exames: No exame acima se visualiza muita sobreposição nas lojas renais (seta rosa), por meio de uma radiografia simples e isso faz com que haja dificuldade de graduação do refluxo vesico-uretral. No exame acima podemos visualizar muito gás, dificultando a visibilidade da pequena pelve, ainda em uma radiografia simples. No exame acima, regiões radiopacas, na pequena pelve, região intra-vesical, muitos cálculos. Ao fazer o cateterismo (imagem abaixo), se abre a sonda e começa o enchimento da bexiga. Nessa fase inicial é muito importante observar o enchimento da bexiga em busca de lesões vegetantes de parede de bexiga, cálculos etc. O soro fica aberto até que a bexiga alcance o estado de plenitude, fique cheia. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Nesse momento, se verifica se há passagem do contraste pelo ureter. Fase miccional: Solicita-se a urina durante o exame.É essa etapa do exame que não é realizada com o paciente com lesão medular, pois a eliminação vesical dele não é voluntária, mas sim por SVD ou SVA. Abaixo uma imagem de exame de uretrocistografia miccional em paciente com lesão medular: Essa bexiga tem formato piriforme com diversas formações pseudo-diverticulares, com dilatação colo-cervical, o que indica que houve dilatação total dessa bexiga, já podendo se discernir o volume de enchimento da bexiga como esperado ou não esperado (seja para mais ou para menos). Bexiga Neurogênica: Ambos os pacientes com lesão medular, já se espera alteração no exame. Na seta rosa, uma bexiga espástica e na seta verde uma bexiga flácida. Graduação do refluxo: Vai do grau I ao grau V. - Grau I: O contraste vai até o trecho distal do ureter; - Grau II: No sistema pielo-calicinal, não há modificação do formato caliciano; - Grau III: Há modificação do cálice; - Grau IV: Há tortuosidade do sistema calicinal e modificação caliciano; - Grau V: Desorganização por completo dessa estrutura. Att.: Geralmente em casos de infecção urinaria de repetição em crianças e em adultos, lesão medular. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Ultrassonografia: O papel da USG é imenso e de grande uso, principalmente em pronto atendimento, infecção urinária de repetição, dores nos flancos etc. Para exames de investigação do sistema urinário utiliza-se o transdutor convexo. Vejamos a análise da imagem abaixo: Na letra B tem a cabeça do paciente, a parte proximal. Em C, os pés do paciente, mais anterior. Em A, a região mais superficial e em D a região mais profunda. Nessa imagem o rim direito, segmento proximal, mais posterior em relação ao volume, marcado em rosa. Usa-se transdutor convexo, parte proximal do paciente (cabeça) na letra B e em C a parte distam onde tem os pés. A parte anterior está em A e a parte posterior em B.O segmento proximal do rim está dentro do circulo vermelho e ela está mais posterior na sua relação anatômica. O fígado pode ser usado como janela acústica, para identificar o rim direito. Para o rim esquerdo usamos o baço como janela acústica. Técnica: Preparo: bexiga cheia no momento do exame; Décubito dorsal e lateral; Cortes longitudinais e transversais são obrigatórios; Deve-se fazer varreduras intercostais, utilizando o fígado e o baço como janela; Através da USG é possível medir o tamanho dos rins (9-12 cm em seu maior eixo), se existem cálculos, cistos ou dilatações. Quando o objetivo é o estudo do aparelho urinário, solicita-se a USG do aparelho urinário (vias urinárias), apenas se estuda rins e bexiga. Para avaliar por completo, solicita-se a USG de abdome total, sendo possível visualizar também o fígado, baço etc. No abdome total não inclui próstata, úteros, ovários etc, se quiser avaliar essas estruturas pede a USG pélvica ou USG prostática. Lara Honório – Acadêmica de Medicina Quanto à anatomia: Avaliação de um rim com aspecto normal: A parte mais externa é cortical e hipocóica, as pirâmides é mais anecóica. Cálculo do volume da estrutura: Medida longitudinal, medida anteroposterior e medida transversal. As três medidas serão multiplicadas entre si com uma constante de 0,52 para encontrar o volume do órgão. Essa mensuração de volume é feita para qualquer estrutura que se precise mensurar em termos de volume (útero, ovário etc). Na imagem acima, temos o rim direito com uma imagem anecóica homogênea bem delimitada, localizada na região do polo superior do rim. Sugere a formação de um cisto, o artefato que é gerado é de reforço acústico posterior. A espessura da cortical é sempre semelhante. Na terceira imagem, vê-se uma imagem hipercóica, o que leva a pensar em angiolipoma (tumor benigno). Att.: Se houver sombra, é uma imagem que não conseguiu que o som ultrapassasse. Isso acontece nos cálculos renais. Em cálculos menores que 3mm o USG não identifica. Nem 3° 3° Lara Honório – Acadêmica de Medicina todo calculo revela sombra e o artefato que ajudara na certeza de que não houve passagem do som não é identificado e dependerá também da constituição desse cálculo. Por isso, a TC é muito mais sensível para diagnosticar cálculos renais. Obs.: Vale lembrar que USG não traz dados funcionais, apenas morfológicos (sem doppler). Att.: O ureter é muito fininho então no USG com efeito normal não é visualizado, só é visível em algum evento patológico. (Imagem abaixo) Ainda quanto a imagem acima, no tocante ao primeiro exame, é um paciente masculino porque posteriormente da para ver a próstata e vesícula seminal. No ureter tem uma imagem hiperecóica gerando sombra acústica. Esse paciente tem um calculo na porção distal do ureter, causando uma dilatação. Paciente queixa dor irradiada para testículo. Analisando imagens renais: Na imagem acima pode-se ver um rim com imagem anecóica homogênea bem delimitada e localizada no polo superior do rim. A região anecóica indica um cisto. Por se tratar de um cisto está sendo formado um artefato de reforço acústico posterior. Trata-se do rim direito, lembrar de mensurar o volume do órgão também na descrição do laudo. Biópsia renal guiada por USG: Faz acesso dorsal com anestesia local, paciente em decúbito ventral, para estudar a estrutura de forma menos invasiva. Avalição da bexiga por USG: Devemos avaliar as dimensões, espaçamento da parede, possíveis lesçoes intravesicais. Se identificar imagem ecogênica, mover o paciente e se ela não se mexer indica que há lesão penetrante intravesical, mas se ela se mexer indica que é muco espesso vesical. Para ser conclusivo de que há lesão vegetante deve-se usar o doppler. Lara Honório – Acadêmica de Medicina A lesão vegetante é o câncer, uma formação expansiva que se origina na parede da bexiga e cresce para a luz da bexiga. Aparece muco, sedimento intravesical espesso que é imóvel. Tomografia computadorizada: É o melhor método para analisar o sistema urinário por conta dos detalhes anatômicos, contrastação entre parênquima renal e gordura perirrenal, ótima para avaliar limites e relações. Por meio da angio tc (tomografia com contraste) se avalia até a vascularização renal. De forma geral, suas desvantagens envolvem o fato de não diferenciar estruturas internas se não houver contraste e custo, que é maior e, por muitas vezes, inacessível a depender do serviço. Pode ser solicitada com ou sem contraste. Se houver suspeita de cálculo no SU, independente da localização (rim, ureter ou bexiga), é feita sem contraste venoso, pois como o contraste e o cálculo possuem maior densidade, o cálculo pode ser “maquiado” pelo contraste (Urotomografia s/ contraste). Indicações: Nódulos, cistos e massas renais; Lítiase (cálculo – “pedra”); Pós-trauma; Estadiamento tumoral (também pode ser feito a modalidade de PET SCAN, mais detalhada); Avaliação vascular. Avaliação de imagem: Nesse exame observam-se as delimitações do rim, sendo o fígado, parte do pâncreas, músculo psoas, alças e outras estruturas que estão em torno dos rins. Com a seta cor de rosa pode-se observar na imagem região de margem ao rim hipodensa, caracterizando a presença de gordura. Se houver perda dessa gordura já se pode queixar a presença de uma inflamação na estrutura. Att.: Para pólipos e cálculos de vesícula biliar são indicações de USG, mas se o cálculo for composto por Ca, indica-se a TC. Vias biliares e ductos biliares tem como melhor método a RM. Para o estudo da funcionalidade renal são quatro fases preconizadas: Lara Honório – Acadêmica de Medicina Fase inicial: Fazum exame sem contraste, não se visualiza diferenciação nada destacado; Fase arterial ou corticomedular (segunda imagem, primeira coluna): Aorta fica bastante acesa assim como a região cortical renal ficar mais hiperdensa (brilhante). Essa fase é bastante precoce, geralmente 20s após administração do contraste; Fase nefográfica ou fase venosa: Região medular bastante realçada; Fase tardia: Se identifica o sistema coletor. Identificar as fases é de extrema importância, porque no SU existem patologias que acometem estruturas que são visualizadas em fases específicas do exame. Ressonância Magnética: É tido como uma complementação diagnóstica (para pacientes que não podem usar iodo, mas sim gadolino) com excelente avaliação anatômica, mas baixa sensibilidade para detecção de cálculos renais. Indicações: Nódulos, cistos e massas renais; Estadiamento tumoral; Avaliação vascular. Att.: No Raio-x identifica cálculo, USG identifica cálculos a partir de 3mm, TC método ouro de escolha para cálculos, RM não é indicado.
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