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Vigilância epidemiológica: perfil demográfico e epidemiológico

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Vigilância epidemiológica:
perfil demográfico e
epidemiológico
→ A vigilância epidemiológica é
um “conjunto de ações que
proporciona o conhecimento, a
detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes
da saúde individual e coletiva,
com a finalidade de se
recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das
doenças ou agravos.”
→ Seu propósito é fornecer
orientação técnica permanente
para os que têm a
responsabilidade de decidir sobre
a execução de ações de controle
de doenças e agravos. Tem como
funções, dentre outras: coleta e
processamento de dados; análise
e interpretação dos dados
processados; divulgação das
informações; investigação
epidemiológica de casos e surtos;
análise dos resultados obtidos; e
recomendações e promoção das
medidas de controle indicadas.
→ Havia a necessidade de uma
medida que pudesse quantificar o
“padrão de vida” das populações.
Por esse motivo foram criados os
indicadores de saúde;
→ Perfil demográfico: área da
ciência que estuda a dinâmica
populacional humana (natalidade,
migrações, mortalidade,
envelhecimento).
→ Perfil epidemiológico: identifica
o quadro geral de saúde de uma
população específica.
→ Em 1995, o Ministério da Saúde
e a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS) resolveram
aperfeiçoar o sistema de
informação para a saúde. Essa
ação foi formalizada em 1996, por
portaria ministerial, sendo criada
então a REDE INTERAGENCIAL DE
INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE
(RIPSA) que contém os dados e
informações geradas não só em
saúde, como também informações
econômicas e sociais que
influenciam na saúde.
→ Objetivos da RIPSA:
└ Estabelecer dados e
indicadores consistentes,
atualizados, abrangentes e de
amplo acesso.
└ Articular as instituições.
└ Aperfeiçoar a produção de
dados e informações.
└ Promover o consenso sobre
conceitos, métodos e critérios de
utilização das bases de dados.
└ Promover intercâmbio com
outros subsistemas de
informações públicas. ─
diferentes modelos de saúde nos
diferentes países (necessidade de
padronização do indicador de
saúde).
└ Contribuir para o estudo de
aspectos ainda pouco explorados
ou de reconhecida relevância para
a compreensão do quadro
sanitário brasileiro.
→ Principais sistemas de
informação de saúde no Brasil:
→ Frentes de atuação da
vigilância epidemiológica:
└ Para cada frente de atuação da
vigilância epidemiológica, existe
um banco de dados próprio para
que o sistema consiga cumprir
seus objetivos.
→ Como está o perfil demográfico:
o perfil demográfico brasileiro
resulta de uma série de fatores
como redução da mortalidade
infantil, queda da fecundidade e
aumento da expectativa de vida.
└ A população masculina “morre
mais” que a feminina em todas as
faixas etárias.
└ Pirâmide demográfica: as
pirâmides etárias da população
permitem acompanhar a evolução
da população brasileira, segundo
sexo e grupos de idade para 1980
e 2050.
└ Dados de 2016 indicam que a
maior parte da população
brasileira encontra-se na faixa
etária de 20-29 anos.
└ Transição demográfica: é a
mudança da estrutura etária da
população, decorrente das
alterações nos níveis de
fecundidade, natalidade e
mortalidade de uma população.
Seu principal determinante no
Brasil, no momento é a queda da
fecundidade. Em geral, são
identificados quatro estágios de
transição demográfica:
• Fase pré-industrial ou primitiva,
na qual há equilíbrio
populacional, pois as taxas de
natalidade e mortalidade são
elevadas.
• Fase intermediária de
“divergência de coeficientes”, na
qual as taxas de natalidade
permanecem altas, mas há um
declínio nas taxas de mortalidade.
Há também um aumento do
crescimento populacional
(“explosão populacional”);
• Fase intermediária de
“convergência de coeficientes”,
caracterizada pela diminuição da
natalidade em ritmo mais
acelerado do que a mortalidade.
Nesta fase, há o envelhecimento
populacional;
• Fase de retorno ao equilíbrio
populacional, denominada de fase
moderna ou pós-transição, com
aproximação dos coeficientes a
níveis muito baixos. Os valores
tornam-se estáveis e a
fecundidade se aproxima dos
níveis de reposição populacional.
• ATENÇÃO: Não confundir a
transição demográfica com a
transição epidemiológica. Essa
última refere-se às mudanças nos
padrões de mortalidade,
morbidade e invalidez.
→ Urbanização: a concentração
urbana é a mais acentuada nas
regiões Sudeste, Centro-Oeste e
Sul. As regiões Norte e Nordeste,
menos desenvolvidas, apresentam
menor concentração urbana. A
urbanização é um fator que
influencia na transição
demográfica.
└ O grau de urbanização tem
crescido em todas as regiões nos
períodos considerados, mais
aceleradamente nas regiões Norte
e Nordeste, do que nas regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
└ Segundo os dados de 2010,
84,4% da população vivia em zona
urbana.
→ Crescimento Populacional: a
taxa de crescimento médio no
Brasil foi da ordem de 1,17% ao
ano, entre 2001/2010. Houve queda
em relação à década anterior,
pois, entre 1991/2000, a taxa de
crescimento médio anual no Brasil
foi de 1,64%.
└ As taxas de fecundidade vêm
decrescendo em todas as regiões,
desde 1970. Em 2004, atingiu a
média de 2,05 filhos por mulher, em
2010 chegou a 1,82 e, em 2017,
atingiu a marca de 1,67, com
expectativa de chegar a 1,51 em
2030. Lembra-se que esses dados
estão muito abaixo do nível
necessário para a reposição
populacional, que é de, pelo
menos, 2,1 filhos por mulher.
→ Esperança de vida: entre 1980 e
2015, a esperança de vida ao
nascer aumentou 13,29 anos (de 62
para 75 anos).
└ Quando analisado por sexo,
observamos que, nesse ano de
2017, os homens apresentaram
expectativa de 72,46 anos e as
mulheres, de 79,56 anos. O grande
culpado nessa diferença é a
mortalidade por causas externas,
sempre maiores na população
masculina e, como se sabe, jovem.
└ Outro indicador utilizado
refere-se à proporção de crianças
menores de cinco anos na
população total. A proporção em
1991 era de 11,4%, hoje é de 6,5% e
com tendência de queda.
→ Mortalidade:
└ Queda dos óbitos infantis: em
1999, era de 31 óbitos por mil
nascidos vivos, e em 2015 reduziu
para 17 óbitos por 1000. Reflete
uma melhora em aspectos como
acesso mais amplo aos sistemas
de saúde, à qualidade de vida.
└ Mortalidade geral: redução
relativa de óbitos por doenças
infecciosas e aumento das mortes
por doenças
crônico-degenerativas e
neoplasias.
└ A principal causa de óbito no
Brasil atualmente é:
• Doenças do aparelho
circulatório.
• Neoplasias, causas externas e
doenças do aparelho respiratório.
└ Se dividirmos as principais
causas de morte levando em
consideração o sexo temos:
homens ─ 1º lugar: doenças do
aparelho circulatório; 2º lugar:
causas externas; 3º lugar:
neoplasias.
mulheres ─ 1º lugar: doenças do
aparelho circulatório; 2º lugar:
neoplasias; 3º lugar doenças do
aparelho respiratório.
└ Vale lembrar também um dado
alarmante: na faixa etária de 1-59
anos, sem levar em consideração
o sexo, as causas externas
ocupam o primeiro lugar como
causa de óbito.
└ No Brasil, a principal causa de
morte por causas externas são as
agressões/homicídios.
→ Importância de conhecer o
perfil demográfico e
epidemiológico:
└ A análise da situação de saúde
permite a identificação, descrição,
priorização e explicação dos
problemas de saúde da
população, por intermédio da:
• Caracterização da população:
variáveis demográficas (número de
habitantes com distribuição por
sexo, idade, local de residência,
fluxos de migração); variáveis
socioeconômicas (renda, inserção
no mercado de trabalho,
ocupação, condições de vida);
variáveis culturais (grau de
instrução, hábitos,
comportamentos).
• Caracterização das condições de
vida: ambientais (abastecimento
de água, coleta de lixo e dejetos,
esgotamento sanitário, condições
de habitação, acesso a transporte,
segurança e lazer).
• Caracterização do perfil
epidemiológico: indicadores de
morbidade, indicadores de
mortalidade;
• Descrição dos problemas: o quê?
(problema); quando? (atual ou
potencial); onde?
(territorialização); quem? (que
indivíduos ou grupos sociais).
→ Vigilância em saúde e o
planejamento:a vigilância em
saúde detém conhecimentos e
metodologias que auxiliam a
gestão para o conhecimento da
realidade, identificação de
problemas, estabelecimento de
prioridades de atuação e melhor
utilização dos recursos em busca
de resultados efetivos,
fundamentais para a elaboração
do planejamento.

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