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AULA06EPIDEMIO - Vigilância epidemiológica e sanitária

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Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC 
 
 
epidemiologia 
O serviço de vigilância é a instância das 
Secretarias de Saúde que monitora de forma 
contínua o comportamento das doenças e 
agravos importantes para a Saúde Pública, bem 
como dos fatores que as condicionam, em uma 
área geográfica ou população definida. Para que 
a vigilância epidemiológica possa cumprir o seu 
propósito, é necessário que disponha de 
informação. Esta é gerada a partir da coleta, 
tratamento e interpretação de dados. A 
informação constitui-se em instrumento capaz de 
estabelecer um processo dinâmico para 
desencadeamento de medidas de controle 
pertinentes, planejamento, avaliação, 
manutenção e aprimoramento das intervenções 
públicas no âmbito da saúde. 
É importante lembrar que na idade antiga haviam 
explicações sobrenaturais sobre os eventos que 
aconteciam. Por exemplo, um povo acometido 
por uma epidemia de gripe poderia relacionar isso 
a ira de um deus por não ter feito sacrifícios da 
maneira adequada. 
 Na Idade Média, veio a teoria miasmática que 
dizia que emanações vinda de locais úmidos 
(pântano, floresta tropical entre outros) trariam a 
doença. Embora tenha se provado que essa 
teoria não é verdadeira, ainda hoje usamos alguns 
conceitos vindos dessa época como o isolamento, 
a quarentena, bem como os asilos e leprosários. 
Um exemplo é que em Salvador, os navios vindos 
de fora deveriam ficar em Monte Serrat porque 
era afastado e um navio vindo de fora poderia 
estar infectado e trazer uma peste para a cidade. 
Da mesma maneira lá foi fundado o hospital de 
isolamento Couto Maia, localizado em um lugar 
alto arejado e bem ventilado (de acordo com a 
teoria miasmática). 
No século XX, temos a teoria microbiana com 
muita produção científica para embasar, tais 
quais os postulados de Koch e as descobertas 
Louis Pasteur. Nessa época os médicos pensavam 
que toda doença era provocada por algum 
patógeno, era questão de tempo até descobrir os 
microoganismos visto que eles sempre eram os 
causadores das doenças. 
Atualmente vivemos o tempo da teoria 
multicausal, na qual acredita-se que “a doença 
não é resultante apenas da ação de agentes 
nocivos ao homem, mas também determinadas 
pelas condições sociais em que vive e trabalha a 
população”. Nesse contexto, foi criada o Sistema 
Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) que 
consiste em “um conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento, a detecção ou 
prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde 
individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção 
e controle das doenças ou agravos” segundo a lei 
8080 de 1990. 
Instituído no Brasil, em 1975, por meio de legislação 
específica (Lei 6.259/75 e Decreto 78.231/76) que 
tornou obrigatória a notificação de doenças 
transmissíveis selecionadas, agravos inusitados à 
saúde e situações de calamidade pública. Desde 
então, o país passou a estruturar órgãos 
responsáveis pelo desenvolvimento do SNVE em 
todos os estados da Federação, capacitando-os 
a alimentar o sistema de notificações e 
desencadear ações para o controle de 
problemas de saúde sob sua responsabilidade. 
Com o passar do tempo a SNVE foi ficando 
responsável por muitas outras condições além das 
ISTs. Em suma, o modelo de atuação da VE vem 
sendo modificado para atender às necessidades 
dos sistemas locais de saúde e buscar articulação 
entre ações de promoção, prevenção, 
recuperação e reabilitação nas dimensões 
individual e coletiva com vistas à prestação de 
atenção integral à saúde da população. 
Na medida em que tem o propósito de fornecer 
orientação técnica permanente aos profissionais 
de saúde que têm a responsabilidade de decidir 
sobre execução de ações de prevenção e 
controle de doenças e agravos, a vigilância 
epidemiológica pode ser definida como atividade 
de informação-decisão-ação (informação para 
decisão/ ação). 
 
Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC 
 
 
Um exemplo é a história da Mary Mallon, mais 
conhecida como Mary Tifóide. 
 Coleta de dados e informações; 
 Processamento, análise e interpretação 
dos dados coletados; 
 Recomendar, fundamentada em bases 
objetivas e científicas as medidas de ação 
apropriadas (a curto, médio e longo prazo) 
para a prevenção, controle e/ou 
erradicação do problema; 
 Promoção das ações de controle 
indicadas através da rede de serviços de 
saúde; 
 Avaliação da eficiência e efetividade das 
medidas adotadas; 
 Divulgação de informações pertinentes; 
São fatores que influenciam nessa mudança: 
 Efeitos da globalização sobre as relações 
humanas: o Sars-Cov que se espalhou de 
maneira extraordinária pelo planeta 
mesmo com todas as medidas de 
isolamento, por exemplo. 
 Mudanças de hábitos no mundo moderno; 
 Explosão demográfica e ocupação 
desordenada do solo; 
 Surgimentos de novos agentes 
patogênicos; 
 Resistência microbiana (muito relacionado 
com o abuso de remédio e 
automedicação); 
 Grandes desastres ecológicos; 
 Exposição a agentes químicos, físicos e 
radioativos 
 Notificação compulsória passiva; 
 Bases de dados dos sistemas nacionais de 
informação: 
 Sistema nacional de agravos de 
notificação (SINAN); 
 Sistema nacional de mortalidade 
(SM); 
 Sistema nacional de nascidos vivos 
(SINASC); 
 Sistema de informações 
hospitalares (SIH-SUS); 
 Sistema de informações 
ambulatoriais (SIA-SUS). 
 Laboratórios; 
 Investigação epidemiológica de campo; 
 Imprensa e população. 
 Ficha individual notificação (FIN); 
Segundo a professora Glória Teixeira, notificação 
“é a comunicação da ocorrência de 
determinada doença ou agravo à saúde, feita à 
autoridade sanitária por profissionais de saúde ou 
qualquer cidadão, para fins de adoção de 
medidas de intervenção pertinentes”. A lei 6259 é 
a responsável por organizar a VE, nela está escrita: 
Art 8º: É dever de todo cidadão comunicar à 
autoridade sanitária local a ocorrência de fato, 
comprovado ou presumível, de caso de doença 
transmissível, sendo obrigatória a médicos e outros 
profissionais de saúde no exercício da profissão, 
bem como aos responsáveis por organizações e 
estabelecimentos públicos e particulares de 
saúde e ensino a notificação de casos suspeitos 
ou confirmados das doenças relacionadas em 
conformidade com o artigo 7º (notificação 
compulsória). 
 Ficha de investigação epidemiológica 
(FIE); 
 Registro de nascimento (DNV); 
 Declaração de óbito (DO); 
 Autorização de internação hospitalar 
(AIH); 
 Outros 
 Doenças transmissíveis; 
 Doenças e agravos não transmissíveis: 
 Câncer/Leucemias; 
 Hipertensão arterial sistêmica; 
 Diabetes Mellitus; 
 Malformações congênitas; 
 Acidentes e violências. 
 Doenças emergentes (novas doenças) e 
reemergentes (que voltaram a aparecer, 
p.ex.: sarampo); 
 Surtos e epidemias; 
 Eventos inusitados à saúde 
Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC 
 
 
 Magnitude da doença (incidência, 
prevalência, mortalidade e anos 
potenciais de vida perdidos); 
 Potencial de disseminação: 
 Infectividade: é capacidade de o 
agente etiológico alojar-se e 
multiplicar-se no organismo do 
hospedeiro e transmitir-se deste 
para um novo hospedeiro. 
 Patogenicidade: é capacidade de 
um agente biológico causar 
doença em um hospedeiro 
suscetível. 
 Virulência: é o grau de 
patogenicidade de um agente 
infeccioso que se expressa pela 
gravidade da doença, 
especialmente pela letalidade e 
proporção de casos com sequelas. 
 Imunogenicidade ou poder 
imunogênico: é a capacidade do 
agente biológico de estimular a 
resposta imune no hospedeiro. 
Uma doença que você, 
geralmente, só tem uma vez na 
vida tem elevada 
imunogenicidade, enquanto 
doenças como gripe tem baixo 
poder imunogênico. 
 Transcendência (severidade, relevância 
social e econômica); Grupo em vulnerabilidade; 
 Compromisso internacionais 
(Regulamento Sanitário Internacional); 
 Epidemias, surtos e agravos inusitados 
 
 
 
 
Em relação aos profissionais de saúde: 
 Desconhecimento da obrigação da 
notificação: 
 Supõe que outra pessoa ou 
instituição fará a notificação; 
 Desconhece quais doenças 
devem ser notificadas; 
 Desconhece como e a quem deve 
notificar; 
 Acredita que só deve notificar o 
caso confirmado; 
 Acredita que é um procedimento 
meramente burocrático; 
 Demanda tempo para preencher 
o formulário de notificação; 
 Preocupação de que a 
notificação vá expor o paciente; 
 Receio de quebra do sigilo 
profissional; 
 Desconfiança de que o poder 
público vá realmente adotar 
medidas pertinentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC 
 
 
epidemiologia 
No Brasil, a definição legal de Vigilância Sanitária 
é consentida pela Lei Federal nº 8.080 de 19 de 
setembro de 1990, artigo 6º, parágrafo 1º, que 
expressa as diretrizes e trata da execução das 
ações desta entidade no âmbito e competência 
do Sistema Único de Saúde (SUS): 
“Entende-se, por vigilância sanitária, um conjunto 
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir 
riscos à saúde e de intervir nos problemas 
sanitários decorrentes do meio ambiente, da 
produção e circulação de bens e da prestação 
de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o 
controle de bens de consumo que, direta ou 
indiretamente, se relacionem com a saúde, 
compreendidas todas as etapas e processos, da 
produção ao consumo; e o controle da prestação 
de serviços que se relacionam direta ou 
indiretamente com a saúde.” 
 
A vigilância Sanitária, no seu nível de 
competência estabelecido pela legislação 
vigente, atuará sobre: 
I. Alimentos, inclusive bebidas, águas 
envasadas, seus insumos, suas 
embalagens, aditivos alimentares, limites 
de contaminantes orgânicos, resíduos de 
agrotóxicos e de medicamentos 
veterinários; 
II. Medicamentos de uso humano, suas 
substâncias ativas e demais insumos, 
processos e tecnologias; cosméticos, 
produtos de higiene pessoal e perfumes; 
III. Saneantes destinados à higienização, 
desinfecção ou desinfestação em 
ambientes domiciliares, hospitalares e 
coletivos; 
IV. Conjuntos, reagentes e insumos destinados 
a diagnóstico; 
V. Equipamentos e materiais médico-
hospitalares, odontológicos, 
hemoterápicos e de diagnóstico 
laboratorial e por imagem; 
VI. Imunobiológicos e suas substâncias ativas, 
sangue e hemoderivados; 
VII. Órgãos, tecidos humanos e veterinários 
para uso em transplantes ou 
reconstituições; 
VIII. Radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, 
radiofármacos e produtos radioativos 
utilizados em diagnóstico e terapia; 
IX. Cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer 
outro produto fumígero, derivado ou não 
do tabaco; 
X. Quaisquer produtos que envolvam a 
possibilidade de risco à saúde, obtidos por 
engenharia genética, por outro 
procedimento ou ainda submetidos a 
fontes de radiação; 
XI. Serviços voltados para a atenção 
ambulatorial, seja de rotina ou de 
emergência, os realizados em regime de 
internação, os serviços de apoio 
diagnóstico e terapêutico, bem como 
aqueles que impliquem a incorporação de 
novas tecnologias; 
XII. Serviços de interesse da saúde, como: 
creches, asilos para idosos, presídios, 
cemitérios, salões de beleza, cantinas e 
refeitórios escolares, academia de 
ginástica, clubes e similares; 
XIII. Instalações físicas, equipamentos, 
tecnologias, ambientes e procedimentos 
envolvidos em todas as fases de seus 
processos de produção dos bens e 
produtos submetidos ao controle e 
fiscalização sanitária, incluindo a 
destinação dos respectivos resíduos. 
A seguir estão algumas reportagens que 
demonstram como é a atuação da vigilância 
sanitária: 
 
 
Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC 
 
 
 
 
 
É o poder que tem a administração pública de 
limitar a liberdade e a propriedade do particular 
em benefício da coletividade. Nesse sentido, ela 
pode multar, interditar o local e fazer diligências. 
É aquele negócio né, eu sou livre contanto que 
minha liberdade não interfira na liberdade dos 
outros e a vigilância sanitária está aí para garantir 
isso.

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