Prévia do material em texto
AULA 1 GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL A gestão de projetos, também denominada de gerenciamento, cresceu muito nas últimas décadas, especialmente no Brasil, como decorrência direta da abertura e oferta de um grande número de treinamentos específicos e programas de especialização e MBAs. Esses cursos têm proporcionado a diminuição da defasagem de profissionais no mercado e também a aceleração na obtenção formal do conhecimento, somados às publicações científicas e editoriais relacionadas ao tema. Quando se fala em gestão de projetos, hoje, relaciona-se o conhecimento à capacidade de superar os desafios e dificuldades de se entregarem resultados superiores por meio de documentos formais que materializam os resultados identificados. Projetos estão relacionados com o ato de planejar e executar os resultados previamente identificados. Compete às pessoas no entorno organizacional, sob a liderança do gerente de projetos, a condução das etapas e fases que compreendem a estrutura de um projeto, levando-se em conta as premissas que levaram à identificação da sua necessidade. CONTEXTUALIZANDO Levando-se em conta a natureza e a conceituação de um projeto, baseado na sua realidade pessoal e profissional, identifique: a. Duas oportunidades de implantação de projetos na empresa em que você atua ou em uma empresa que você conhece. b. Por que seria importante esse projeto? c. O que ele proporcionaria de ganho ou vantagem para a empresa? TEMA 1 – CONTEXTO EMPRESARIAL DOS PROJETOS As empresas atuam em mercados cada vez mais competitivos, com escassez de recursos, pressão por resultados, com altos custos de produção envolvidos, o tempo de lançamento de produtos e serviços cada vez mais reduzido. Paralelamente ainda existe a necessidade de administração de necessidades e demandas cada vez mais específicas, com clientes cada vez mais exigentes. Os ciclos empresariais atualmente são diferentes se 3 comparados com a década de 80 ou 90, tanto em termos financeiros quanto mercadológicos. Essa intensa competição associada às mudanças na forma de se produzir e comprar, com empresas e mercados conectados, exige da empresa mais assertividade, pessoas mais comprometidas e engajadas, aliada a produtos e serviços de altíssima qualidade. Uma resposta para essa nova realidade vem da gestão de projetos, por meio da qual as empresas têm a possibilidade de melhorar a sua forma de conceber e lançar produtos e serviços, gerenciar ampliações e reformas, planejar e implementar mudanças e inovações. Além de projetar a imagem da empresa, como inovadora, organizada e segura, a aplicação do conceito de projetos em suas atividades rotineiras e estratégicas contribui para a melhoria dos resultados, incluindo a redução de custos e o potencial aumento do lucro, como decorrência das técnicas e métodos devidamente implantados. Pisa e Oliveira (2013) explicam que, no Brasil, inúmeras empresas privadas multinacionais e nacionais adotam a metodologia de gestão de projetos almejando melhores resultados decorrentes de uma gestão mais eficiente e eficaz. A metodologia de gestão de projetos tem como finalidade proporcionar a organização de um esquema, um modelo, com passos didaticamente organizados e apresentados sequencialmente que permitam a implantação dos projetos nas distintas atividades, pertinentes e aplicáveis. No contexto empresarial, os projetos são normalmente autorizados ou são resultado de uma ou mais das seguintes considerações estratégicas (Como..., 2017): a. Uma demanda de mercado – Exemplos: Construção de uma nova fábrica para atender à demanda; Lançamento de um novo produto. b. Avanço Tecnológico – Exemplos: Informatização da empresa; Projetos de automação. c. Necessidade Organizacional – Exemplos: Reestruturação Organizacional; Capacitação de funcionários; Projetos de Melhoria Contínua; Obtenção de recursos financeiros em Bancos. d. Solicitação do Cliente – Exemplos Campanha política. Desenvolvimento de um novo produto ou serviços de Monografias. Cada projeto tem uma concepção e uma execução diferente, um em relação ao outro, haja vista as especificidades, o escopo e o grau de simplicidade ou complexidade das tarefas a serem executadas. A respeito dos 4 projetos no contexto das iniciativas organizacionais, Pisa e Oliveira (2013), explicam que: Busca-se continuamente aprimorar a qualidade dos serviços visando alcançar sua missão de melhor atender às reais necessidades da sociedade, assim a gestão de projetos apresenta-se como uma alternativa essencial para proporcionar esse ganho de qualidade e efetividade Essa busca organizacional pela qualidade dos projetos tem como consequência direta a melhoria dos processos relacionados com as entregas previstas, com os ajustes nos cronogramas, no dimensionamento das equipes e na quantidade de projetos que a empresa está gerenciando simultaneamente. TEMA 2 – A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE PROJETOS A importância da condução de algumas atividades em uma empresa, baseados na gestão de projetos, tem sua consideração e validação na ótica dos ganhos gerados nesta metodologia, dos quais se destacam alguns fatores: Criação de uma visão compartilhada; Alinhamento do projeto com a estratégia da empresa; Otimização de recursos; Estruturação de etapas e fases de trabalho; Clarificação de papéis e responsabilidades; Definição de prazos e indicadores de desempenho. A excelência na execução dos fatores acima, considerados críticos no ambiente das organizações, influenciará no atingimento e na qualidade dos resultados esperados. A complexidade e a singularidade das atividades empresariais, incluindo o planejamento estratégico, os planos de trabalho, os cronogramas, as ferramentas de tomada de decisão e as matrizes de priorização, por exemplo, representam os desafios organizacionais que podem ser acompanhados na metodologia de gestão de projetos. Devido à multiplicidade de etapas e fases, o gerenciamento dessas atividades pode por vezes gerar incertezas, riscos e desconfianças. Nesse sentido, a aplicação da gestão de projetos dá uma melhor organização das atividades, na priorização dos recursos, na administração do tempo e nas expectativas das pessoas, diminuindo ou anulando as dificuldades na implementação. 5 Nesta percepção, Rodrigues e Paixão (2016) explicam que a atividade de gerenciamento de projetos é composta por um conjunto de ferramentas que proporcionam às empresas controlarem de forma melhor os desafios internos e externos, na busca de soluções que permitam o cumprimento dos prazos, custos e qualidade desejadas pelos clientes. Para que se possam compreender com clareza quais são os resultados e as métricas associadas, as empresas estabelecem objetivos, que se desdobram em metas e ações. Na visão de Rodrigues e Paixão (2016), como consequência desse processo de desmembramento, é necessário o desenvolvimento de diversos projetos, com o objetivo de instrumentalizar a execução das ações estratégicas, devidamente alinhadas ao planejamento organizacional. Surge então a necessidade da aplicação de princípios e técnicas da gestão de projetos, que permite assim a utilização de metodologia específica visando contribuir para o alcance do sucesso nos projetos desenvolvidos pelas organizações, de forma a gerar uma maior efetividade na execução, controle e acompanhamento do portfólio existente na empresa. (Rodrigues; Paixão, 2016) A importância do gerenciamento de projetos reside em dois aspectos fundamentais: as melhorias internas e a vantagem competitiva obtida externamente, frente aos concorrentes. Kerzner (2002, citado por Dandaro; Tonani; Carvalho, S.d.) apresenta as seis áreas nas quais as organizações que utilizam a gestão de projetos podem superar a concorrência: Figura1 – Hexágono da excelência Fonte: Kerzner, 2002. 6 A excelência nas entregas de resultados superiores em gestão de projetos reside na capacidade articulada da organização conciliar esses seis fatores e obter uma vantagem competitiva. Nesse sentido, a gestão de projetos se tornou um ativo importante, uma vantagem e uma competência essencial que distingue empresas em função da sua capacidade de gerar resultados superiores, empregando e beneficiando-se do gerenciamento de atividades possíveis na forma de projetos. TEMA 3 – CONCEITUAÇÕES IMPORTANTES A palavra projetos é utilizada pelas pessoas de forma consciente ou inconsciente para designar a concepção e a execução de uma ideia, um programa, uma reforma, um treinamento ou quaisquer outros aspectos que, combinados, envolvam o tempo, recursos, pessoas e materiais. Esse inconsciente coletivo se apropria de uma palavra técnica e generaliza sua extensão e, consequentemente, sua compreensão, incluindo muitas atividades que, de fato, são (e outras não) projetos. A gestão ou o gerenciamento de projetos, assim como uma série de conceitos nesse entorno, têm definições exatas e usos específicos. 3.1 A respeito de PMI O PMI, ou Project Management Institute, é uma entidade internacional sem fins lucrativos que congrega profissionais das áreas relacionadas a gerenciamento de projetos. Foi fundada em 1969, como decorrência natural de um movimento que impulsionou a visão científica e sistêmica do gerenciamento de projetos no final da década de 1950, na Filadélfia, Pensilvânia (EUA). Atualmente, é a organização com maior reconhecimento internacional quando o assunto é projetos. (Silva; Cim, 2012) 3.2 A respeito do PMBOK Segundo Silva e Cim (2012), uma das publicações do PMI é o Project Management Body of Knowledge (PMBOK), um guia que contém as melhores práticas de gerenciamento de projetos, tendo sido elaborado e redigido com o apoio de colaboradores de diversas áreas de especialização espalhados por todos os continentes. Na visão de Moraes (2012), o Guia PMBOK (Guia..., 2017) traz um conjunto de conhecimentos e boas práticas reconhecidas em gerenciamento de projetos, além de padronizar um extenso vocabulário comum para se discutir, 7 escrever e aplicar no gerenciamento de projetos entre os profissionais envolvidos. A principal finalidade do PMBOK é organizar os processos e atividades nos quais um projeto deve passar ao longo do seu ciclo, padronizando a comunicação a respeito das entradas, saídas, ferramentas e insumos. 3.3 A respeito de projetos Segundo o PMBOK 2017, “um projeto é um empreendimento temporário realizado para criar um produto, serviço ou resultado único” (Silva; Cim, 2012). Para Kerzner (2006, citado por Mangelli, 2013), projetos são: “Caracterizados como uma iniciativa com objetivos identificáveis, que consomem recursos, tempo, custo e qualidade, e ao longo do tempo os projetos estão aumentando de tamanho e complexidade sendo percebidos assim como uma atividade multifuncional”. As necessidades e desafios estratégicos das organizações constituem a principal motivação e fonte de implantação da gestão de projetos, de forma profissionalizada e sistêmica. Por trás dessas necessidades e desafios está a busca incessante por resultados quantitativos e qualitativos, que inspira as pessoas e as equipes a organizarem-se de forma profissional em torno de um escopo, de objetivos e metas. Menezes (2001) explica que projeto é um empreendimento conduzido por pessoas visando determinados objetivos, com características exclusivas que o tornam único, cuja execução deve ser parametrizado por um respeito ao tempo de inicialização e finalização, qualidade, cronograma e custos associados. Na visão de Mangelli (2013), com base em uma ampla revisão na literatura, é possível concluir que praticamente todos projetos são: Produto ou serviço único ou exclusivo para questões e/ou problemas atuais e futuros; Orientados a um objetivo ou meta; Organizações temporárias; Finitos com início, duração e fim definidos; Consumidores de recursos (tempo, financeiro, pessoas etc); Compreendem atividades coordenadas e controladas. Dependendo da natureza e complexidade, as atividades elencadas nos projetos podem ser agrupadas e decompostas em subprojetos com equipes menores e líderes locais. Como são esforços temporários, os projetos tendem a ser executados paralelamente a outras atividades, gerando um aumento no 8 consumo de recursos, incluindo o tempo das pessoas, materiais, equipamentos e dinheiro. A melhor forma de otimizar o desempenho das equipes e melhorar os resultados nos projetos é criar uma coordenação ou gerência central de projetos, que pode ser interna – aproveitamento de uma pessoa da equipe, ou externa – contratada especificamente para essa finalidade. TEMA 4 – A GESTÃO DOS PROJETOS A implantação da gestão de projetos nas empresas exige esforço, dedicação, um ambiente favorável, apoio e pessoas comprometidas com o processo. Para que os objetivos sejam logrados, há uma necessidade de trabalho em conjunto, compartilhamento de ideais, foco no resultado, busca incessante da melhoria, e correção rápida das imperfeições. Para Kerzner (2006, citado por Mangelli, 2013), projetos são apresentados e gerenciados como iniciativas com objetivos previamente definidos, envolvendo prazo rigorosos, custo determinado e qualidade esperada: Os projetos estão aumentando de tamanho e complexidade sendo percebidos assim como uma atividade multifuncional. Consequentemente, o desafio não recai simplesmente no gerenciamento das atividades recursivas fundamentadas em padrões de outros projetos, mas principalmente na gestão das atividades que ainda não foram executadas e que podem não se repetir em outros projetos (Kerzner, 2006, citado por Mangelli, 2013) A gestão ou gerenciamento de projetos de qualquer natureza e envergadura é substancialmente diferente da gestão da rotina empresarial, da gestão estratégica, que são atividades executadas pela gerência ou direção empresarial. Como projetos são atividades de duração específica, finita, que consomem recursos próprios, exigem habilidades e competências diferentes, diferenciadas por parte dos envolvidos. Reis (2011) explica que o processo de gerenciamento de projetos vem sendo cada vez mais aprimorado e é definido, pelo guia PMBOK® (PMI, 2017) como: “a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos”. Uma distinção importante é referente aos processos em projetos. Processos são definidos usualmente como um conjunto de tarefas ou atividades inter-relacionadas e interdependentes realizadas com a finalidade de se chegar a uma entrega, como um atendimento, uma compra, uma matrícula ou uma 9 reforma, por exemplo. Na gestão de projetos, os processos são agrupados e definidos por: Iniciação; Planejamento; Execução; Monitoramento; Controle e encerramento. E também são subdivididos em nove áreas do conhecimento: Integração; Escopo; Tempo; Custos; Qualidade; Recursos humanos; Comunicações; Riscos; Aquisições. Para D'Ávila (2006), o gerenciamento de projetos por parte das empresas tem forte aderência com o conceito do ciclo estabelecido na metodologia PDCA (Plan – Do – Check – Act), que indica respectivamente as atividades de planejar, fazer, verificar e agir. Quando se gerenciam projetos, gerenciam-se também, na prática, seus processos, com foco nos objetivos e no escopo. O desafio das organizações que adotam essa prática é conciliar esforços de gestão da rotina com a gestão dos projetos, pois recursos serão consumidos no dia a dia, e de forma inconsciente há uma tendência. TEMA 5 – FATORES DE SUCESSO NA GESTÃO DE PROJETOS Objetode estudo no meio acadêmico, publicação de livros e artigos, a cultura de uma organização molda-se a partir das experiências partilhadas, do comando e direcionamento dos líderes e dos ajustes para se manter viva no mercado. Estes e outros fatores permeiam as relações inter e intrapessoais e consolidam culturas e climas organizacionais. Na percepção de Santos (2012), as organizações têm seus próprios ritos, normas, procedimentos e regras 10 internas formadas ao longo do tempo, que pautam os relacionamentos e o comportamentos no ambiente que a empresa opera Para Kissil (1998), a cultura organizacional é formada pelos valores, crenças e hábitos de uma organização que são definidos a partir de vários critérios estabelecidos por meio da sua própria história. São experiências comuns que ensinaram todas as pessoas envolvidas com a organização a melhor maneira de lidar com os diversos tipos de problemas. Quando se adota a gestão dos projetos internos à organização, busca-se, na verdade, a otimização dos esforços a fim de se alcançarem resultados superiores, melhores do que se obteriam sem a referida técnica de gerenciamento de projetos. Um dos requisitos essenciais para que haja sucesso na condução de um projeto é que este esteja alinhado aos reais interesses da organização, que haja uma relação direta com os objetivos estratégicos. Levando-se em conta que os projetos podem representar uma vantagem competitiva em mercados cada vez mais competitivos, Dandaro, Tonani e Carvalho (2016) explicam que, para que ocorra o sucesso em projetos, são necessários dois componentes: a eficiência em projetos e a efetividade dos mesmos. Por vantagem competitiva entende-se a capacidade de a organização transformar seus ativos (a soma de todas as suas capacidades) em um diferencial que seja notado, percebido e valorizado pelo mercado e que, em contraste, gere um posicionamento estratégico na cabeça dos clientes. Mangelli (2013) explica que o sucesso do gerenciamento de projeto está relacionado com: a. A capacidade do seu gerente de identificar, negociar, mediar e integrar diversas restrições do projeto em que trabalhará; b. As ações das pessoas, como o espírito de equipe, envolvimento pessoal e abertura para o trabalho em equipe que apesar de pertencerem ao âmbito do indivíduo, constituem o coletivo no âmbito do projeto. Alguns estudos mencionam que o sucesso é a decorrência de uma soma de fatores, incluindo o emprego adequado de ferramentas e instrumentos de gestão, o papel do gestor de projetos como líder maior, o apoio do sponsor, a participação dos stakeholders. A literatura recorrente sobre o tema indica também três elementos essenciais como medida de sucesso: custo, tempo e qualidade, denominados de triple constraints ou iron triangle. Outro elemento 11 importante é o escopo, a clareza de onde se está e aonde se quer chegar, para que se tenha e se faça uma gestão assertiva das expectativas que a entrega condiciona. Baseado no Relatório Geral de 2012 do MPCM – Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (Maturity by Project Category Model), Aranha (2015) explica que esse sucesso depende da perspectiva que se adota, e apresenta a classificação para orientar os resultados: a. sucesso total: um projeto bem sucedido é aquele que atingiu a meta. Isto geralmente significa que foi concluído e produziu os resultados e benefícios esperados e os principais envolvidos ficaram plenamente satisfeitos. Além disso, mas não obrigatoriamente, espera-se que o projeto tenha sido encerrado dentro das exigências previstas para prazo, custo, escopo e qualidade (pequenas diferenças podem ser aceitas). b. sucesso parcial ou comprometido: o projeto foi concluído, mas não produziu todos os resultados e benefícios esperados. Existe uma significativa insatisfação entre os principais envolvidos. Além disso, provavelmente algumas das exigências previstas para prazo, custo, escopo e qualidade foram significativamente excedidas. c. fracasso: existe uma enorme insatisfação entre os principais envolvidos ou porque o projeto não foi concluído ou porque não atendeu às expectativas dos principais envolvidos ou porque algumas das exigências previstas para prazo, custo, escopo e qualidade foram excedidas de forma absolutamente inaceitável. (Prado; Archibald, 2010). Como marco referencial, com base na perspectiva que se analisa ou se adota, um projeto pode ter sucesso ou fracasso, total e parcial, dependendo de quem analisa ou olha os resultados, e também quais fatores são analisados. Independentemente do resultado, a moderna gestão de projetos coloca a situação obtida sob a ótica do aprendizado: o que e como aprende com os resultados obtidos. FINALIZANDO No início desta aula foi proposta uma reflexão: Levando-se em conta a natureza e a conceituação de um projeto, baseado na sua realidade pessoal e profissional, identifique: a. Duas oportunidades de implantação de projetos na empresa que você atua ou em uma empresa que você conhece. b. Por que seria importante este projeto? c. O que ele proporcionaria de ganho ou vantagem para a empresa? As respostas estão ao final deste documento. 12 LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica ARANHA, F. O que é sucesso em gerenciamento de projetos? Site Campus, 5 mar. 2015. Disponível em: <https://sitecampus.com.br/o-que-e-sucesso-em- gerenciamento-de-projetos/>. Acesso em: 29 jun. 2018. Texto de abordagem prática D'ÁVILA, M. PMBOK e gerenciamento de projetos. MHAvila, 8 ago. 2006. Disponível em: <http://www.mhavila.com.br/topicos/gestao/pmbok.html>. Acesso em: 29 jun. 2018. Saiba mais RESUMÃO – Conceitos fundamentais do gerenciamento de projetos. Communit, 5 nov. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9mCQORwPY-A>. Acesso em; 29 jun. 2018. https://sitecampus.com.br/author/frederico-aranha/ 13 REFERÊNCIAS ARANHA, F. O que é sucesso em gerenciamento de projetos? Site Campus, 5 mar. 2015. Disponível em: <https://sitecampus.com.br/o-que-e-sucesso-em- gerenciamento-de-projetos/>. Acesso em: 29 jun. 2018. COMO elaborar e gerenciar projetos. Cresça Brasil, 2017. Alfenas, MG: Cresça Brasil, 2017. Disponível em: <https://www.crescabrasil.com.br/pessoas/10540/m aterial/Como%20elaborar%20e%20gerenciar%20projetos%20diagrama%C3%A 7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. DANDARO, F.; TONANI, F. R.; CARVALHO, D. O. de. Gestão de projetos como estratégia organizacional. Fatec. Disponível em: <http://www.fatecgarca.edu.br/revista/Volume6/artigos_v6/artigo19.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. D'ÁVILA, M. PMBOK e gerenciamento de projetos. MHAvila, 8 ago. 2006.. Disponível em: <http://www.mhavila.com.br/topicos/gestao/pmbok.html>. Acesso em: 29 jun. 2018. GUIA PMBOK: Guia do conhecimento em gerenciamento de projetos. Newtown Square, PA: Project Management Institute, 2017. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2002. _____. Gestão de Projetos: as melhores práticas. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. KISSIL, M. Gestão da mudança organizacional. São Paulo: Unifesp, 1998. MANGELLI, L. S. L. P. Gestão de projetos e o Guia PMBOK: um estudo sobre o nível de uso do Guia PMBOK nas empresas brasileiras. 94 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/11 354/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20- %20LEONARDO%20S.L.%20Passeri%20Mangelli%20-%20v10%20-%2014-11- 2013.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. MENEZES, L. C. de M. Gestão de projetos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2001. https://sitecampus.com.br/author/frederico-aranha/ 14 MORAES, E. A. P. Guia PMBOK para gerenciamento de projetos. VIII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO INOVAR-SE, 2012. Disponível em <http://www.inovarse.org/sites/default/files/T12_0454_3026.pdf>.Acesso em: 29 jun. 2018. OLIVEIRA, O. J.; BURRATTINO, S. M. Gestão de pessoas: um desafio às empresas de projeto. XIII SIMPEP, Bauru, SP, 6 a 8 nov. 2006. Disponível em <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/662.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. PMI – Project Management Institute. Um guia do conhecimento do gerenciamento de projetos (Guia PMBOK®). 4. ed. Newtown Square, Pennsylvania: PMI, 2009. PRADO, D.; ARCHIBALD, R. Pesquisa sobre maturidade em gerenciamento de projetos. MPCM, 2010. Disponível em: <http://www.maturityresearch.com/novosite/2010/downloads/PesquisaMaturidad e2010-Rel.GeralCompleto-V4.pdf>. Acesso em; 29 jun. 2018. PISA, B. J.; OLIVEIRA, A. G. de. Gestão de projetos na administração pública: um instrumento para o planejamento e desenvolvimento. SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, 2013. Disponível em: <http://www.eventos.ct.utfpr.edu.br/anais/snpd/pdf/snpd2013/Beatriz_Jackiu. pdf>. Acesso em 29 jun. 2018. REIS, C. A. A. A importância do escritório de projetos no gerenciamento de projetos: um estudo de caso na MRS Logística S.A. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011. Disponível em: <http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2011_3_Caio.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. RODRIGUES, R.; PAIXÃO, C. H. A importância do planejamento estratégico na gestão de projetos. CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 20-30 set. 2016. Disponível em: < http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_274.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2018. SILVA, A. J. da; CIM, M. Gestão de projetos. Florianópolis: Senai/SC, 2012. 15 RESPOSTAS a. Dependendo da empresa e de suas atividades, poderiam ser propostos projetos para a redução de custos, aumento das vendas, treinamento de uma equipe, reforma da sede, implantação ou adequação da TI. b. Certamente para melhorar as condições de trabalho, obter uma vantagem competitiva e obter uma performance superior. c. As principais vantagens estão relacionadas com o aumento do retorno financeiro, redução de custos a médio ou longo prazo, qualidade de vida, e aumento do rendimento geral. AULA 2 GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL O fator que mais impacta positiva ou negativamente nas organizações que adotam a gestão de projetos é a cultura organizacional, que representa a soma de todos os valores, princípios, ritos e códigos, formais e informais que pautam o comportamento das pessoas, o processo decisório, a forma de se contratar, treinar e promover as pessoas, e tantas outras relações internas e com o meio externo. Muitas atitudes e comportamentos são realizados há anos na empresa, nem sempre de maneira correta, sem nenhum questionamento que valide os aspectos que norteiam as crenças e o ritos internos. O sucesso na gestão de projetos depende em parte de se conhecer a cultura e os aspectos desta, os quais impactam diretamente nos projetos. Independentemente de o gestor de projetos ser o próprio gestor da empresa, a compreensão desse ambiente facilitará a caminhada na direção do cumprimento dos requisitos formais exigidos nos projetos. Toda a cultura empresarial pode ser mudada e moldada para facilitar e implantação da gestão de projetos. Quando se fala ou se pensa em mudanças, obviamente que isso deve acontecer nas ações, atitudes e hábitos das pessoas. CONTEXTUALIZANDO Analisando o ambiente da cultura organizacional da empresa em que você atua ou que você conhece, pensando em termos da adequação da empresa para a implantação de projetos, identifique: a. Três características positivas marcantes; b. Três características negativas marcantes; c. O que fazer para mudar os aspectos indesejados dessa cultura. TEMA 1 – AMBIENTE DA CULTURA ORGANIZACIONAL É significativo o número de empresas que experimentam adversidades para implantar um projeto em alguma(s) ou todas as suas etapas, incluindo a inicialização, o planejamento, a execução, o controle ou o encerramento. Os motivos são os mais variados e incluem: A gestão ineficaz do tempo; A falta de recursos; 3 O baixo índice de apoio da direção; A falta de comprometimento das equipes; A ausência de treinamento; A clarificação de papéis dos envolvidos; A gerência perdida entre papéis, cronogramas e prazos. Esses fatores, isolados ou combinados, podem revelar traços de uma cultura organizacional que não esteja facilitando ou contribuindo, de forma eficaz e pretendida, para a gestão dos projetos. O blog Project Builder (2017), explica que, infelizmente, muitas empresas encontram dificuldades em evoluir na gestão projetos por questões que envolvem aspectos puramente culturais: Dependendo da cultura organizacional implementada, os colaboradores podem se acomodar, sentindo-se desestimulados para toda e qualquer tentativa de inovação, revisão de processos ou mesmo melhoria. Muitas vezes, portanto, a cultura organizacional acaba funcionando como uma barreira quase impenetrável, fazendo com que muitos gestores tenham dificuldade para implementar um gerenciamento de projetos eficiente. (A cultura..., 2017) Neste aspecto, Ré et al. (2007) explicam que: A cultura de uma organização é um sistema de valores e crenças compartilhados que influenciam (e não condicionam) o comportamento das pessoas. Ainda, as empresas desenvolvem sua própria cultura e a partir de uma identidade criada, esta manifestar-se-á através de padrões de comportamento assumido pelos funcionários, regendo sua conduta, e neste contexto as pessoas novas serão incentivadas a seguirem esses padrões. Este fato, em certos aspectos, dificultará as mudanças, os novos projetos e outras transformações substanciais ao longo do tempo. A adoção da prática de gestão de projetos representa, até certo ponto, uma mudança organizacional que impacta diretamente na cultura, nos valores e credos da organização. É necessário então compreender esse impacto, quais fatores são mais relevantes, quais são críticos e o que pode ser feito antecipada e preventivamente para facilitar e apoiar a assimilação da mudança. Nesse sentido, Rocha Neto (2008) explica que as organizações devem buscar alternativas metodológicas, possibilitando a adoção de caminhos que aumentem a probabilidade de sucesso dos projetos. Naturalmente as pessoas estão dispostas a partilhar seus conhecimentos, contribuir no crescimento e desenvolvimento de iniciativas, estratégias e projetos organizacionais, cientes ou não de que isso representa uma mudança. No entanto, alguns fatores são necessários e algumas ferramentas são importantes 4 para facilitar esses processos em relação à segurança as pessoas e ao empoderamento dos participantes. Levando-se em conta o ambiente social no qual as empresas estão inseridas, que incluem os países com suas regiões e a sociedade como um todo, as empresas refletem a cultura local e regional em que estão inseridas e esta, por sua vez, molda seus funcionários e colaboradores, os quais, consequentemente, ao retornarem ao mercado de trabalho, reforçam um ciclo vicioso que dificulta ações de mudanças e novos projetos. TEMA 2 – CULTURA ORGANIZACIONAL Objeto de estudo no meio acadêmico em livros e artigos, a cultura de uma organização molda-se com base nas experiências partilhadas, no comando e no direcionamento dos líderes e nos ajustes para se manter viva no mercado. Esses e outros fatores permeiam as relações inter e intrapessoais e consolidam culturas e climas organizacionais. Na percepção de Santos (2012), as organizações têm seus próprios ritos, normas, procedimentos e regras internas formadas ao longo do tempo, que pautam os relacionamentos e o comportamentos no ambiente que a empresa opera Para Kissil (1998, citado por Melo et al., 2015), a culturaorganizacional é formada pelos valores, crenças e hábitos de uma organização, os quais são definidos com base em vários critérios estabelecidos por meio da sua história. São experiências comuns que ensinaram todas as pessoas envolvidas com a organização a melhor maneira de lidar com os diversos tipos de problemas. Santos (2000, citado por Melo et al., 2015) define a cultura organizacional com base nos Valores e crenças compartilhados pelos membros de uma organização, a qual funciona como um mecanismo de influência de comportamentos, que informalmente os aprova ou os proíbe, e em última instância determina para os membros da organização Significado, Direção e Mobilização. Para se atingirem os objetivos na gestão de projetos, observando-se as restrições que determinadas culturas organizacionais nos impõem, Pisa e Oliveira (2013) explicam que: Na administração privada para se quebrar o status quo é essencial que os gestores de alto escalão adotem a cultura da mudança de forma a irradiá-la por todo setor, moldando-a ao pensamento estratégico. 5 Na administração pública, para se colher os frutos da agilidade, flexibilidade, eficiência e eficácia por ela proporcionados, todo um arcabouço de cultura de administração de projetos deve ser criado, ampliado (ou melhorado) e difundido para as organizações públicas em todas as esferas Na visão de Lacombe (2003, citado por Santos, 2012) a cultura de uma organização tem como definições: Conjunto de crenças, costumes, valores, normas de comportamento e formas de fazer negócios, que são definidos por cada empresa, e; Conjunto de crenças e atitudes da organização em relação: à importância das pessoas; aos valores éticos e morais; à competição interna; à orientação para o mercado e produção; à capacidade de ação e de adaptação às mudanças externas. Já, para Mintzberg (2000) citado por Arruda (2012), a força da cultura na gestão das empresas é claramente refletida nas tradições, comportamentos e demais formas de manifestações coletivas, permeando as relações das pessoas. TEMA 3 – INFLUÊNCIAS DE UMA CULTURA ORGANIZACIONAL O interesse dos estudiosos, pesquisadores e gestores na influência da cultura organizacional sobre o desempenho organizacional vem aumentando, haja vista um reconhecimento generalizado e crescente por parte desse público de que os resultados, refletidos no objetivos, metas e indicadores, estão condicionados ao engajamento e ao empenho das pessoas nessa direção. Alguns temas merecem mais destaque e têm dominado as discussões, publicações e preocupações dos profissionais, entre as quais se destacam: Como controlar os fatores críticos que impactam nos projetos empresariais; Como motivar as pessoas; Como avaliar, treinar e desenvolver as pessoas de forma adequada; Como engajar as equipes nos projetos; Como obter melhores resultados financeiros; Como diminuir conflitos; Como conduzir mudanças de forma eficiente. No contexto das mudanças empresariais Ré et al. (2007) afirmam que a principal mudança na virada do século tem sido a quebra do paradigma organizacional pela substituição do modelo industrial pelo modelo da sociedade do conhecimento. 6 O modelo cultural das empresas pode facilitar, apoiar ou não novas práticas, em função das restrições que os valores e crenças moldam nas pessoas ao longo dos anos. Reforçando essas observações culturais, Ré et al. (2007) mostram que, na reunião do Foro Econômico Mundial (WEF), em Davos em 2000, foi apresentado um relatório com as conclusões de uma pesquisa aplicada a 4500 profissionais, desenvolvida com 10 empresas de uso intensivo em tecnologia, operando numa série de setores na América do Norte, na Europa e na Ásia. O estudo, que focava na análise das práticas de gerenciamento de conhecimento e de recursos humanos, revelou, entre outros aspectos, que: A maioria dos funcionários não compartilham conhecimentos fora das fronteiras departamentais; Somente 28% dos entrevistados relataram que os conhecimentos são reutilizados em outras partes da empresa; Apenas 12% disseram que têm acesso às lições aprendidas em outras partes da organização; Para a maioria das pessoas, compartilhar conhecimentos fora de sua unidade mais imediata não estava definido como sendo uma parte explícita de suas funções Como explicar que grandes empresas multinacionais, comandadas por pessoas que recebem altos salários e produzem serviços e produtos que impactam diretamente em nossas vidas, permitem, refletem e repercutem o modelo descrito na pesquisa acima? Uma explicação possível e plausível, que passa aos nossos olhos, é que os gestores atuais desses projetos, incluindo os gerentes, diretores e executivos, um dia foram simples colaboradores e não aprenderam a fazer isso de forma diferente. Assim, ao assumirem cargos de confiança, repetem modelos, consolidando um modus operandi, dificultando ainda mais as mudanças e, consequentemente, a implantação de novas boas práticas, deixando de explorar o pleno potencial das pessoas. Segundo Kugelmeier (2012, citado por Melo et al., 2015), o potencial dos empregados para produzir é um recurso valioso para a organização, por esse motivo é importante valorizar os recursos humanos, preocupando-se com os empregados, aumentando assim a produtividade e ajudando no crescimento da organização. TEMA 4 – TIPOS DE CULTURA ORGANIZACIONAL Uma variedade significativa de publicações orienta distintas tipologias de culturas organizacionais, motivadas e agrupadas por diferentes critérios. Para Srour (1998), a cultura de uma organização envolve todas as práticas internas 7 incluindo a gestão – desde o planejamento até a execução – reuniões, e alinhamentos internos, constituindo-se num complexo conjunto de saberes, agrupados em quatro campos: Saber ideológico – evidências doutrinárias, não-demonstráveis, retóricas; Saber científico – evidências explicativas, demonstráveis, know- why; Saber artístico – expressões estéticas; Saber técnico – procedimentos, regras operatórias, know-how. Silva (2008) apresenta um resumo da tipologia da cultura organizacional existente e presente em empresas brasileiras. Vamos conhecê-lo por meio dos quadros a seguir: Quadro 1 – Modelo de Handy (1978) Fonte: Silva, 2008. Quadro 2 – Modelo Deal e Kennedy (1982) Fonte: Silva, 2008. 8 Quadro 3 – Modelo Donnely (1984) Fonte: Silva, 2008. Quadro 4 – Modelo Sethia e Glinow (1984) Fonte: Silva, 2008. Silva (2008) explica que há uma grande distorção entre os autores para conceituar o termo cultura organizacional e, apesar da falta de consenso e precisão, observa-se que existem alguns pontos de concordância entre eles, por exemplo: a. o comportamento das organizações e de seus membros depende da cultura organizacional; b. cada indivíduo possui uma personalidade que é única e singular e assim é a cultura de cada organização; c. a cultura organizacional define certas ações comportamentais, reprimindo, aprovando ou estimulando, funcionando como mecanismo de controle organizacional. Modelos constituem a representação de características comuns observadas, compiladas e sistematizadas, na forma de passos, etapas e esquemas, representativos de uma realidade. 9 TEMA 5 – MUDANÇA DE CULTURA ORGANIZACIONAL Srour (1998) explica que a cultura de uma organização é individual, única, partilhada por uma restrita coletividade e expressa uma identidade que foi construída ao longo do tempo. No entanto, apesar de estar fortemente impregnada nas pessoas, pode ser mudada, adaptada, recriada, atendendo a necessidades variadas e pontuais ou referenciais. Uma série de motivos está por trás das possíveis causas que levam uma determinada empresa a empreender uma mudança em algum aspecto da sua cultura. Essas razões criam umamotivação para que se invista tempo, treinamento, recursos, pessoas, na direção das mudanças necessárias, das quais se destacam os resultados financeiros, os conflitos, a falta de inovação, o desafio da flexibilidade, a rotatividade ou o declínio no ciclo dos negócios. Robbins (2000, citado por Santos, 2012) define que a mudança cultural tende a ocorrer quando existe a maioria das seguintes condições: Ocorrência de uma crise grave: é o choque que destrói o status quo e coloca em questão o propósito de cultura em vigor; Rotatividade na liderança: uma nova liderança, capaz de fornecer um conjunto diferente de valores fundamentais; Organizações novas e pequenas: quanto mais nova uma organização, menos fortificada será sua cultura; dessa forma, é mais fácil mudar e comunicar seus novos valores quando ela é pequena; e Cultura fraca: nas culturas fracas é difícil ocorrer mudanças do que naquelas fortes, porque, quanto maior o acordo de seus membros, mais difícil será mudar. Na visão de Arruda (2006), a cultura da organização: Pode provocar mudanças nas estratégias, nas estruturas, no sistema financeiro, e nos procedimentos, chegando a ocasionar, inclusive, modificações no comportamento de seus membros. No entanto, mudança comportamental não implica necessariamente em mudança cultural, pois esta envolve socialização do comportamento. A mudança comportamental produz uma transformação cultural, quando há a incorporação de valores e crenças condizentes com a cultura estabelecida pela organização. Essas mudanças estão intimamente relacionadas à força que uma cultura tem, ao ter sido forjada ao longo do tempo. Também é de se esperar que o principal impacto dessa cultura seja na vida das pessoas, chegando ao ponto de mudar comportamentos e atitudes individuais e em grupos. 10 FINALIZANDO No início desta aula foi proposta uma reflexão: Analisando o ambiente da cultura organizacional da empresa em que você atua ou que você conhece, pensando em termos da adequação da empresa para a implantação de projetos, identifique: a. 3 características positivas marcantes; b. 3 características negativas marcantes; c. O que fazer para mudar os aspectos indesejados dessa cultura. As respostas estão ao final deste documento. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica SANTOS, É. M. dos. A importância da cultura para as organizações. 2º Congresso de Pesquisa Científica: Inovação, Ética e Sustentabilidade, 2012. Disponível em <http://www.univem.edu.br/anaiscpc2012/pdf/Artigos%20- %20A%20importancia%20da%20cultura%20para%20as%20organizacoes.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2018. Texto de abordagem prática A CULTURA organizacional e o gerenciamento de projetos: qual a relação? Project Builder, 7 nov. 2017. Disponível em: <https://www.projectbuilder.com.br/blog/a-cultura-organizacional-e-o- gerenciamento-de-projetos-qual-a-relacao/>. Acesso em: 1 jul. 2018. 11 REFERÊNCIAS A CULTURA organizacional e o gerenciamento de projetos: qual a relação? Project Builder, 7 nov. 2017. Disponível em <https://www.projectbuilder.com.br/blog/a-cultura-organizacional-e-o- gerenciamento-de-projetos-qual-a-relacao/>. Acesso em: 1 jul. 2018. ARRUDA, M. F. de. Cultura organizacional e inovação: estudo de caso em um hospital privado com características de inovação no município de São Paulo. 120 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream /handle/10438/2278/134805.pdf>. Acesso em: 1 jul.2018. DEAL, T. E.; KENNEDY, A. Corporate cultures: the rites and rituals of corporate life. Reading. MA: Addison-Wesley, 1982. DONNELY, R. The interrelationship of planning with corporate culture on the creation of shared values. Managerial Planning, v. 32, n. 6, p. 8-12, mai/jun, 1984. HANDY, C. Como compreender as organizações. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. KISSIL, M. Gestão da mudança organizacional. São Paulo: Unifesp, 1998. MELO, C. M. de et al. A gestão de recursos humanos e a cultura organizacional. XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 13-14 ago., 2015. Disponível em: <http://www.inovarse.org/sites/default/files/T_15_543.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2018. PISA, B. J.; OLIVEIRA, A. G. de. Gestão de projetos na administração pública: um instrumento para o planejamento e desenvolvimento. SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO, 2013. Disponível em: <http://www.eventos.ct.utfpr.edu.br/anais/snpd/pdf/snpd2013/Beatriz_Jackiu. pdf>. Acesso em 1 jul. 2018. RÉ, C. A. T. et al. O impacto da cultura organizacional no processo de gestão do conhecimento. XXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Foz do Iguaçu, 11 out. 2007. ROCHA NETO, C. F. da. Influências culturais na adoção de gestão de projetos: um estudo qualitativo em empresas de consultoria e desenvolvimento 12 de TI. 134 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Fumec, Belo Horizonte, 2008. Disponível em <http://www.face.fumec.br/anexos/cursos/mestrado/dissertacoes/completa/carlos _ferreira_rocha.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2018. SANTOS, É. M. dos. A importância da cultura para as organizações. 2º CONGRESSO DE PESQUISA CIENTÍFICA: INOVAÇÃO, ÉTICA E SUSTENTABILIDADE, 2012. Disponível em <http://www.univem.edu.br/anaiscpc2012/pdf/Artigos%20- %20A%20importancia%20da%20cultura%20para%20as%20organizacoes.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2018. SILVA, J. B. da. Tipos de cultura organizacional e desempenho econômico- financeiro: um estudo nas maiores empresas do Estado do Espírito Santo. 64 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), Vitória, 2008. Disponível em: <http://www.fucape.br/_public/producao_cientifica/8/Dissertacao %20Jusciane.pdf>. Acesso em: 1 jul. 2018. SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998. SETHIA, N.; GLINOW, M. A. Arriving at four cultures by managing the reward system. In: KILMANN, R. H.; SAXTON, M. J.; SERPA, R. (Orgs.). Gaining control of the corporate culture. San Francisco: Jossey Bass, 1985. p. 400- 420. 13 RESPOSTAS A resposta depende do contexto da empresa, mas em geral alguns aspectos são relevantes e podem ser ponderados como respostas: a. Iniciativa das pessoas, união, dedicação, comprometimento, capacidade de tomada de decisão etc. b. Organização, administração do tempo, flexibilidade, empatia, escuta-ativa, liderança etc. c. Uma das alternativas viáveis é o treinamento, os programas de coaching, as reuniões de alinhamento estratégico etc. AULA 3 GERENCIAMENTO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL A área de gestão de pessoas, nas últimas décadas, tem se desenvolvido e conquistado um papel relevante no contexto organizacional. Alguns fatores contribuíram para essa situação: a alta competitividade entre as empresas; a grande rotatividade de pessoas; a escassez de talentos em algumas áreas e regiões do país; os efeitos da globalização sobre as políticas empresariais. Entre os principais desafios da área, especialmente aqueles aplicados a gestão de projetos, incluem-se a necessidade de contratar pessoas que estejam alinhadas com os princípios e valores da empresa e desenvolver estas mesmas pessoas para que desempenhem melhor seus papéis. Ao longo dos anos, o perfil do profissional mudou em função de uma série de fatores, como escolaridade, nível de proficiência em inglês, vivências internacionais, competências comportamentais e experiências profissionais. As empresas também mudaram suas exigências para contratação em termos de desempenho e características requeridas para cada função. No entanto, na medida do possível, as empresas vêm instrumentalizando suasáreas de recursos humanos (RH) ou gestão de pessoas para que essa tarefa seja a mais profissional e produtiva possível. Alguns processos – ou conjuntos de tarefas – contribuem para um desempenho assertivo na área de RH. O conhecimento desses processos, além de pautar uma performance mais eficaz, pode criar alinhamentos internos e aumentar a produtividade geral da organização. CONTEXTUALIZANDO Avaliando o desempenho da área de recursos humanos (RH) nas modernas organizações: 1. qual é o papel desse profissional em termos de gestão da área? 2. quais pontos podem ser melhorados? 3. caso você fosse o gestor da área de RH, o que você faria diferente? TEMA 1 – O AMBIENTE DE GESTÃO DE PESSOAS 3 Há décadas o fator humano vem sendo considerado como o ativo mais importante das organizações, especialmente a partir do início da era da informação, em 1990, em que mudanças e incrementos tecnológicos se intensificaram. Desde o início desse novo período, a gestão das organizações tem olhado para as pessoas de forma diferente, mudando a forma de valorizar, pensar e agir, agora com foco mais desenvolvimentista. A área de recursos humanos (RH) deixou de ocupar um papel eminentemente operacional ou tático em certos casos, passando a ocupar um lugar estratégico, central para decisões e planejamento. Atualmente, devido às constantes mudanças em todos os níveis, em especial na economia, na tecnologia e no social, é de fundamental importância que as organizações estejam orientadas para a gestão de recursos humanos, haja vista que o diferencial competitivo delas está justamente nas pessoas, aliado aos recursos disponíveis (Ávila; Stecca, 2015). Em tempos de globalização e exposição mundial, com empresas cada vez mais atuando sem fronteiras, Chiavenato (2000) citado por Paula e Nogueira (2016), explica que, para uma empresa ser bem-sucedida, ela deve pensar em toda a sua estrutura organizacional. E o capital humano é de fundamental importância para isso. Paralelamente, com o crescimento das ofertas de programas de educação formal, aumento da concorrência no mercado de trabalho e mais rigidez na hora das contratações, os profissionais passaram a ser mais exigentes consigo mesmos. Eles têm buscado programas de desenvolvimento pessoal não só em faculdades, mas também em cursos de idiomas e de aperfeiçoamento. Em relação à era da informação ou do conhecimento, Ávila e Stecca (2015) explicam que: [...] as informações estão à disposição de todos e a todo o momento, as pessoas procuram cada vez mais o seu desenvolvimento pessoal e profissional. A formação desses novos profissionais obrigou as empresas a remodelar as suas estratégias e os seus programas de gestão de pessoas. A gestão de pessoas na era do conhecimento abriu inúmeros espaços relacionados à reestruturação dos processos internos de recursos humanos, dos programas, e das estratégias para atrair, desenvolver, recompensar e reter os mais importantes ativos da empresa, que são as pessoas. Esse processo intenso de mudanças sociais tem incentivado empresas e, principalmente, profissionais a se reinventar. Para ocupar cargos na área de RH ou gestão de pessoas, os aspirantes devem ter competências que notadamente os distingam dos demais, e que os ajude a pensar e agir estrategicamente, 4 formular políticas de desenvolvimento de pessoas e instigar o crescimento de seus pares. As organizações públicas e privadas passaram a investir e a valorizar as pessoas, pois o sucesso da corporação vai além da qualidade dos produtos e serviços (Paula; Nogueira, 2016), ou de alguns pontos específicos como valores e princípios. O que faz com que a organização cresça e seja bem-sucedida no mercado, além de bons produtos e serviços, é sua capacidade de contratar, desenvolver e engajar pessoas em suas estratégias e ações. Paula e Nogueira (2016) explicam que a moderna gestão de pessoas vem desempenhando seu papel com foco nos negócios da organização em decorrência do atual e constante período de mudanças. Assim, a gestão de pessoas sai na frente, coordenando todas essas alterações, desenvolvendo e ampliando os horizontes das organizações e de seus colaboradores. Esse ambiente atual da moderna gestão de pessoas, que inclui os ativos e recursos humanos, é pautado por uma intensa necessidade de melhorar técnicas e metodologias dessa gestão. Os meios para isso são ações que evidenciem que a organização coloca de fato as pessoas em primeiro lugar, no rol de suas prioridades, pois somente com engajamento e comprometimento a empresa consegue disseminar sua mensagem, sua missão, e concretizar sua visão. A evolução e a modificação pelas quais a área de gestão de pessoas vem passando nas últimas décadas proporcionam um crescimento significativo em termos de práticas de seleção, contratação e desenvolvimento de pessoas, o que beneficia diretamente as organizações. TEMA 2 – GESTÃO DE PESSOAS A evolução das empresas resultam, em igual proporção, na evolução de práticas na área de gestão de pessoas. Nesse contexto, Paula e Nogueira (2016) afirmam que, na medida em que há mudanças nas organizações como consequência de constantes pressões e intensa competitividade, é mais comum que surjam novos papéis para o profissional gestor de pessoas. Isso ocorre, principalmente, em função de as metas assumidas pela área de gestão de pessoas serem mais complexas, múltiplas e interdependentes, tendo como objetivo criar valor e levar resultados para a organização. Nesse sentido, para Rubio, Gonzaga e Guimarães (2017), o planejamento da alocação de pessoas, o treinamento, os processos de recrutamento e seleção, o estabelecimento de 5 metodologias de avaliação dos empregados e de políticas de remuneração e benefícios passaram a ser as principais funções dessa moderna gestão de pessoas. Entre algumas importantes definições, Rubio, Gonzaga e Guimarães (2017) consideram a gestão de pessoas como a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos, tanto organizacionais quanto individuais. No tocante à evolução e ao amadurecimento da área de gestão de pessoas, Magalhães Filho e Pereira (2013) apontam as atribuições do novo papel: Propor, definir e garantir um conjunto de normas e procedimentos alinhados com os princípios empresariais e de acordo com a Legislação Trabalhista; Criar e operar sistemas que permitam que as oportunidades de emprego e desenvolvimento de carreira estejam disponíveis a todos; Dar suporte às demais unidades da empresa prestadora de serviços ou funcionar como facilitador nos processos de administração de pessoas; Dar suporte as demais unidades da empresa no recrutamento e desenvolvimento de pessoas; Criar, propor e administrar instrumentos que possibilitem uma remuneração competitiva a todos os funcionários; Buscar sempre a diversidade, com o objetivo principal de aumentar o capital intelectual, de modo a garantir a capacidade de atualização e inovação da empresa; Ver as pessoas e a organização como seres espirituais e ajudá- las a dar o próximo passo em seu processo de desenvolvimento; Ter no treinamento a principal ferramenta para retenção do capital humano, e desenvolver novas competências para atual era empresarial; Dignificar o trabalho e o ser humano. A preocupação recorrente da gestão de pessoas tem sido instrumentalizar as pessoas para lidar com os constantes e imediatos desafios que pressionam a organização, em busca de seu melhor desempenho. Notadamente, as pessoas têm sempre uma melhor versão de si (Downey, 2011) adormecida, esperando ser ativada e usada em sua plenitude de acordo com as técnicas de coaching e mentoring amplamente empregadas para mudanças de comportamento. Compete, pois, à área de gestão de pessoas, apoiada e acompanhada pelos líderes imediatos, aproveitaresse potencial e todo recurso disponível. Magalhães Filho e Pereira (2013) explicam que essa área passou a ser um agente transformador na busca de retenção de talentos para alcançar, em conjunto com a organização, o sucesso desejado. O formato atual dos recursos humanos (RH) nas empresas foca as pessoas como agentes transformadores; os colaboradores deixaram de ser 6 meros expectadores e passaram a assumir um papel central no processo de construção e reconstrução da realidade projetada. Assim, são capazes de oferecer resultados em forma de metas e indicadores de desempenho alcançados. Para transformar pessoas em ativos, Xavier (2011) explica que ao elaborar uma estratégia para a organização, a área de RH deve providenciar a mobilização, a orientação, o direcionamento e a administração do fator humano, envolvendo as pessoas nesse processo e garantindo que todos tenham percepção das estratégias e caminhem junto à empresa. TEMA 3 – DESAFIOS DA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS Os desafios na gestão de pessoas estão diretamente ligados à evolução ocorrida nessa área nas últimas décadas, em especial no que diz respeito ao crescimento e ao desenvolvimento de pessoas. Em 2011, as consultorias Hays e Oxford Economics publicaram o estudo Creating jobs in a global economy 2011- 2030 (“Criando empregos em uma economia global 2011-2030”) (Hays, Oxford Exonomics, 2011), no qual apresentaram cinco desafios contemporâneos para as empresas no que diz respeito às políticas em relação às pessoas, indicando como iniciativas imediatas para mudança e equilíbrio do mercado de trabalho global: Manter fronteiras nacionais abertas para o movimento da mão de obra qualificada; Estabelecer um código internacional que facilite a migração do empregado; Investir em treinamento e educação; Criar oportunidades de emprego no mundo em desenvolvimento; Manter os profissionais maduros no mercado de trabalho. Esse estudo leva em conta as pessoas ativas no mercado de trabalho e a premissa de que os países em desenvolvimento precisam de mão de obra qualificada. Outros desafios são apresentados às organizações, segundo Oliveira e Melhado (2006): a política de recursos humanos de uma empresa deve assegurar a existência de pessoas adequadas e motivadas para suas operações presentes e futuras. Ainda segundo o autor, partindo dessa visão, é possível 7 estabelecer vários outros desafios, políticas e estratégias, as quais naturalmente deverão variar segundo as características de cada empresa: Não somente visar o melhor aproveitamento dos recursos humanos existentes na empresa, como também criar condições para seu desenvolvimento; Assegurar que os recursos humanos, para a continuidade e a expansão da empresa, sejam preparados nos níveis e com a antecedência necessária; Assegurar que o desenvolvimento dos recursos humanos se caracterize pela criação de uma ação gerencial flexível; e Levar em consideração que uma empresa possui uma cultura e, consequentemente, personalidade própria, ou seja, um modo de ser próprio que inclui padrões típicos de comportamentos e valores. Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, explica Ferrão (2010), as organizações estão mudando seus conceitos e alterando suas práticas gerenciais, e, em vez de investir diretamente em produtos e serviços, elas estão investindo em pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Nesse sentido, Ferrão (2010) apresenta um conjunto de desafios para a área de recursos humanos (RH): apoiar a organização, levando-a em direção aos seus objetivos e à realização de sua missão; criar condições para que a organização seja competitiva; encontrar pessoas bem treinadas e bem motivadas para trabalhar para a organização; conduzir as pessoas por um caminho de autorrealização e satisfação com o trabalho; focar o desenvolvimento e a manutenção da qualidade de vida no trabalho; dar impulso a mudanças dentro da organização, sem nunca deixar de administrá-las; criar políticas éticas e de comportamentos socialmente responsáveis, cuidando de sua manutenção. Os desafios para a área de RH e para a empresa em sua totalidade representam e mostram a direção para o qual os esforços devem caminhar, objetivando o atingimento coletivo de resultados. TEMA 4 – OS PROCESSOS DA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS 8 A empresa pode ser considerada como uma coleção de processos integrados que, ao serem executados, realizam entregas tanto para os clientes internos quanto para os externos. Os processos, por sua vez, são formados por um conjunto de tarefas ou atividades interdependentes e interligadas. Ferrão (2010) explica que a gestão de pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos que permitem a entrega de resultados específicos, e de apoio para outras áreas: 1. Processos de Agregar Pessoas. São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas. 2. Processos de Aplicar Pessoas. São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. 3. Processos de Recompensar Pessoas. São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais. 4. Processos de Desenvolver Pessoas. São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de competências, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância. 5. Processos de Manter Pessoas. São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. 6. Processos de Monitorar Pessoas. São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Para Crepaldi, Stuani e Rodrigues (2006) esses passos estão relacionados entre si de tal maneira que se combinam e influenciam diretamente um ao outro. O resultado depende da integração e da conexão corretas entre cada um dos processos, pois, se um dos passos for mal aplicado, o passo seguinte tem que compensar aquele passo que apresentou falhas. A excelência na gestão moderna das pessoas requer dos profissionais que estão a frente desse setor, e dos dirigentes da organização, a capacidade de visualização dos processos inerentes ao desempenho da função. Nesse sentido, Paes (2011) comenta que as empresas procuram constantemente se adaptar às condições ambientais, e que os processos seriam uma forma de melhorar as respostas. A autora contribui com o aprimoramento da capacidade 9 da área de gestão de pessoas, de identificar e operacionalizar os processos internos, a saber: recrutamento e seleção; plano de cargos e salários; remuneração e benefícios; treinamento e desenvolvimento. Os processos seriam uma resposta à necessidade de a empresa se adaptar de forma eficiente e rápida às principais mudanças em andamento. Paes (2011) explica que as empresas – visando mobilizar plenamente os recursos das pessoas – estão revendo seus conceitos e alterando suas práticas gerenciais. Em vez de investir diretamente em serviços e produtos, elas têm preferidoo investimento no desenvolvimento das pessoas, pois são estas que criam, desenvolvem e aperfeiçoam os serviços e os produtos. Além de investir tempo no mapeamento de processos, a empresa deve investir recursos no treinamento de pessoas na gestão desses processos, motivando-as a seguir o manual de procedimentos e incentivando-as a transformar erros em oportunidades de melhoria. Isso contribui de forma estratégica com o desenvolvimento da empresa. Crepaldi, Stuani e Rodrigues (2006) observam que o modo como as pessoas são tratadas dentro de uma organização tem uma relação direta com os resultados que ela obtém, e também influencia diretamente os rendimentos pessoal e profissional dessas pessoas. E para alcançar os objetivos da gestão de pessoas, estas devem ser tratadas como o elemento básico da eficácia organizacional. TEMA 5 – PLANEJAMENTO NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS Quando pensamos em planejar uma organização, ou uma de suas áreas, somos remetidos à criação de planos de ação, metas de desempenho e indicadores associados. O planejamento envolve o comprometimento de todos na busca de resultados que atendam às necessidades e expectativas dos envolvidos. Na visão de Costa et al. (2011), com o crescimento da abordagem estratégica empresarial na área de recursos humanos (RH) nos últimos anos, as empresas vêm investindo cada vez mais no aspecto planejamento a fim de proporcionar maiores lucros e redução de seus gastos. Para Ávila e Stecca 10 (2015), o planejamento de gestão de pessoas refere-se à maneira como a função de gestão de pessoas é desempenhada, o que contribui para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorece e incentiva o alcance dos objetivos individuais dos funcionários, conduzindo a um alinhamento de talentos e competências com as necessidades organizacionais. Diante da crescente importância dos recursos humanos – também conhecidos como capital intelectual da organização – como área estratégica, o planejamento na gestão de pessoas torna-se indispensável para que elas contribuam de forma efetiva para o alcance de objetivos e metas da organização, avaliam Costa et al. (2011). Como todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação, visando o melhor desempenho da área de RH, Ávila e Stecca (2015) identificam os seguintes tipos de planejamentos: Planejamento conservador – planejamento voltado para a estabilidade e manutenção da situação existente. As decisões são tomadas no sentido de obter bons resultados, porém dificilmente este planejamento procurará fazer mudanças radicais da organização. Planejamento otimizante – voltado para a adaptabilidade e inovação da organização. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores resultados possíveis minimizando recursos ou maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. Planejamento prospectivo – é o planejamento voltado para as contingências e para o futuro da organização. As decisões são tomadas no sentido de compatibilizar os diferentes interesses envolvidos, através de uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da empresa e ajustá-las às contingências que surgem no meio do caminho. Cada tipo de planejamento, com suas especificidades e características, aplica-se a um determinado momento da organização ou da área de gestão de pessoas. Compete ao líder avaliar esse momento e optar pela melhor mediação no exercício da atividade de planejar. FINALIZANDO No início desta aula, propusemos uma reflexão a partir de uma questão: “Avaliando o desempenho da área de recursos humanos (RH) nas modernas organizações: 1. Qual é o papel desse profissional em termos de gestão da área? 2. Quais pontos podem ser melhorados? 3. Caso você fosse o gestor da área de RH, o que você faria diferente?” Respostas: 11 1. Resposta subjetiva: depende de cada empresa; no entanto, alguns pontos podem ser observados: o profissional realiza reuniões periódicas com os colaboradores? Existem indicadores claros de desempenho? São realizadas reuniões de feedback comportamental? 2. Normalmente, os pontos de melhoria estão relacionados com a implantação de treinamentos, reuniões, avaliações, campanhas motivacionais, incentivos etc. 3. O ideal seria um planejamento da área de RH, criando planos de ação, métricas de desempenho e indicadores. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica XAVIER, C. A importância da gestão estratégica de pessoas nas empresas. Portal Administradores, 31 maio 2001. Disponível em: <www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao- estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/>. Acesso em: 2 jul. 2018. Texto de abordagem prática FERRÃO, N. Os novos desafios da gestão de pessoas. Macapá: Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP), S.d. Disponível em: <http://www.ceap.br/material/MAT29092010185220.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. Saiba mais CUSTÓDIO, S. Os desafios da gestão de pessoas. Coach Gestão de Pessoas, 28 ago. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZortWRC7V1Y>. Acesso em: 2 jul. 2018. http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao-estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao-estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/ http://www.ceap.br/material/MAT29092010185220.pdf 12 REFERÊNCIAS ÁVILA, L. V.; STECCA, J. P. Gestão de pessoas. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Politécnico; Rede e-Tec Brasil, 2015. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_cooperativismo/terceira_etapa/arte_gest ao_pessoas.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. BOLGAR, P. H. O papel do profissional de RH. Portal Rh, 17 set. 2002. Disponível em: <http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Artigo/3374/o-papel-do- profissional-de-rh.html>. Acesso em: 2 jul. 2018. CHIAVENATO, I. Como transformar Rh (de um centro de despesas) em um centro de lucro. 2. ed. São Paulo: Marron Books, 2000. _____. Gestão de pessoas: o novo papel dos Recursos Humanos nas organizações. 4. ed. São Paulo: Manole, 2014. COSTA, L. R. E. et al. Planejamento estratégico de recursos humanos: análise de uma empresa de eletrodométicos de Bambui/MG. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA (SEGeT), 8., Resende, RJ, 2011. Anais... Resende, RJ: SEGeT, 2011. Disponível em <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/33514324.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. CREPALDI, P. G.; STUANI, L. H.; RODRIGUES, P. R. A importância da gestão de contabilidade de RH nas organizações. Revista Eletrônica Múltiplo Saber, Londrina, PR, v. 21, n. 1, jul./set. 2013. Disponível em: <https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol__1373923274.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. DOWNEY, M. Coaching eficaz. 3 ed. São Paulo: Cengage, 2011. FERRÃO, N. Os novos desafios da gestão de pessoas. Macapá: Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP), S.d. Disponível em: <http://www.ceap.br/material/MAT29092010185220.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. GIL, A. C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001. https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/33514324.pdf%20Acessado%20em%2012.03.2018 https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/33514324.pdf%20Acessado%20em%2012.03.2018 https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol__1373923274.pdf.%20Acessado%20em%2012.03.2018 https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol__1373923274.pdf.%20Acessado%20em%2012.03.2018 http://www.ceap.br/material/MAT29092010185220.pdf 13 HAYS; OXFORD ECONOMICS. Creating jobs in a global economy 2011- 2030: the Hays/Oxford Economics global report. 1o abr. 2011. Disponível em: <https://www.oxfordeconomics.com/my-oxford/projects/128850>. Acesso em: 2 jul. 2018. MAGALHÃES FILHO, O. V.; PEREIRA, V. C. Gestão de pessoas e seu contexto na sociedadecontemporânea. Comunicação & Mercado/UNIGRAN, Dourados, MS, v. 1, n. 4, p. 115-125, jan./jul. 2013. Disponível em: <http://www.unigran.br/mercado/paginas/arquivos/edicoes/4/10.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. OLIVEIRA, O. J.; MELHADO, S. B. Gestão de pessoas: um desafio às empresas de projeto. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (SIMPEP), 25., Bauru, SP, 2006. Anais... Bauru, SP: SIMPEP, 2016. Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/662.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. PAULA, V. V.; NOGUEIRA, G. M. A importância da área de gestão de pessoas, para o sucesso da organização. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (CNEG), 12., Rio de Janeiro, 2016. Anais... Rio de Janeiro: CNEG, 2016. Disponível em: <http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_047.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. RUBIO, A. C.; GONZAGA, R. A. A.; GUIMARÃES, T. S. Gestão estratégica de pessoas: fator chave de sucesso para as organizações. Saberes, São Bernardo do Campo, 2. ed., p. 1-9, dez. 2014. Disponível em: <http://fapan.edu.br/media/files/2/2_124.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2018. TOLEDO, F. Administração de pessoal: desenvolvimento de recursos humanos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1992. XAVIER, C. A importância da gestão estratégica de pessoas nas empresas. Portal Administradores, 31 maio 2001. Disponível em: <www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao- estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/>. Acesso em: 2 jul. 2018. http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/662.pdf http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_047.pdf%20Acessado%20em%2011.03.2018 http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_047.pdf%20Acessado%20em%2011.03.2018 http://fapan.edu.br/media/files/2/2_124.pdf%20Acessado%20em%2011.03.2018 http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao-estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-importancia-da-gestao-estrategica-de-pessoas-nas-empresas/55500/ AULA 4 GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL Os projetos são efetivamente conduzidos pelas pessoas e equipes que se organizam em torno dessa atividade ao longo do tempo. O contexto da gestão de projetos indica que as empresas que adotam essa metodologia de trabalho estão efetivamente priorizando a profissionalização nas entregas. Nesse sentido, a área de gestão de pessoas das organizações vem se profissionalizando, e novas competências e habilidades têm sido desenvolvidas e aprimoradas para fazer frente a esses desafios. Conhecimentos como comunicação, relacionamentos interpessoais, negociação, empatia, administração do tempo e planejamento são prioridades para profissionais de RH. A área de RH apoia e está intimamente ligada com a área de gestão de projetos, para que possam, em conjunto, discutir e definir as melhores estratégias de aprimorar as habilidades e capacidades das pessoas envolvidas nos projetos e obter o melhor desempenho em suas equipes de trabalho. CONTEXTUALIZANDO Levando em conta as necessidades contínuas das empresas de se aprimorarem em todas as suas áreas e, em especial, as competências requeridas das equipes em gestão de projetos para lograr êxitos em planejamento, execução e entrega de um projeto, no tempo definido e de acordo com os requisitos previstos, identifique: Três habilidades interpessoais necessárias nas equipes em gestão de projetos; Os fatores essenciais na formação e condução de uma equipe de projetos, segundo o guia PMBOK 2017. TEMA 1 – CONTEXTO DA GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Gerenciar pessoas de forma assertiva, visando um clima favorável para que os resultados sejam atingidos, tornou-se o desafio e um senso comum de todas as empresas, em especial neste século, no qual a concorrência está mais acirrada, a globalização está mais intensa e há um aumento na escassez de recursos. As empresas têm voltado sua atenção para a implantação de modelos 3 de gestão de pessoas que facilitem estratégias, políticas e projetos, nos quais haja foco em relacionamentos, network e melhoria na condução dos processos. Chiavenato (2008) explica que, com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto das mudanças em curso, o incessante direcionamento para serviços e produtos com alta qualidade e o aumento na produtividade, surge uma eloquente constatação na maioria das organizações: o grande diferencial competitivo das empresas é decorrente das pessoas que nelas atuam. Como projetos são eventos temporários, realizados com objetivos específicos e predeterminados, o planejamento está presente em todas as suas etapas e fases. Neste sentido, como são as pessoas que os concebem, operacionalizam e executam, o que torna necessário se ter um conhecimento em gestão de pessoas. Além disto, uma série de outros requisitos são requeridos para lograr êxito e atingir os objetivos no planejamento e no gerenciamento de projetos, incluindo habilidades, conhecimentos, ferramentas e técnicas que apoiam aos eventos necessários (Cruz, 2013). Projetos existem nas empresas sob certas condições, pois a natureza temporária – diferentemente do que temos nas atividades rotineiras – impõe situações diferentes e específicas. Aguiar et al. (2016) explicam três condições para a existência dos projetos: Ter natureza temporária e datas de início e fim definidas; Terminar quando seus objetivos e metas satisfazem às partes interessadas; Existir para viabilizar um produto, serviço ou resultado que não existia antes. Com relação a projetos e gestão de pessoas, o guia PMBOK (2017) explica que os projetos representam esforços de trabalho contínuos dos envolvidos, formados por processos repetitivos que seguem os procedimentos existentes de uma organização. O projeto, normalmente, envolve atividades complexas e que geram incertezas, as quais podem ser novas para os membros de uma equipe, o que poderá exigir um planejamento mais dedicado do que outro trabalho de rotina, normalmente executado. Além disso, segundo o PMBOK, os projetos são empreendidos em todos os níveis organizacionais, com uma única pessoa ou muitas, uma única organização ou múltiplas unidades organizacionais de múltiplas organizações. 4 Esta natureza específica, temporária, planificada com metas e objetivos predefinidos claramente, a qual faz necessária uma gestão eficiente de todos os recursos, impõe para a área de RH uma atenção plena às pessoas e equipes envolvidas, mais especificamente no desempenho do cumprimento dos prazos nos projetos. Essa agenda se evidencia no papel do gestor de projetos, pessoa a que a área de RH pode dar e promover um acompanhamento mais próximo. TEMA 2 – ÁREAS DE CONHECIMENTOS E HABILIDADES EM PROJETOS As transformações no mundo do trabalho nas últimas décadas levaram as organizações a enfrentarem altos níveis de competitividade, buscando, assim, encontrar novas formas de realizar o mesmo trabalho com maior grau de inovação. Nesse contexto, exige-se por parte das equipes cada vez mais que o trabalho seja feito com menos recursos, o mais rápido possível e com mais qualidade (ENAP, 2014). Essas e outras evidências mostram o desafio que as equipes terão na gestão de projetos, considerando esta como uma metodologia de trabalho altamente aplicável e recomendada para estas finalidades: Diminuir tempo; Diminuir custos; Reduzir o número de pessoas envolvidas; Aumentar a qualidade; Obter satisfação; Maximizar o retorno sobre o investimento. Para lograr essas finalidades, é necessário o empenho de pessoas comprometidas e com competências à altura da finalidade e do escopo do projeto. As competências obtidas como resultado da experiência e de formações gerais, por exemplo em administração de empresas, processosgerenciais e gestão da qualidade, não são suficientes para uma boa gestão dos projetos. Com produtos específicos, o gerenciamento de projetos possui conhecimentos e habilidades exclusivas, apresentadas em um guia próprio, que também requerem formação direcionada. É necessário, então, uma formação direcionada das pessoas, de pelo menos cinco áreas de especialização (PMI, 2017): Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos; Conhecimento, normas e regulamentos da área de aplicação; Entendimento do ambiente do projeto; 5 Conhecimento e habilidades de gerenciamento geral; Habilidades interpessoais. Figura 1 – Áreas de especialização necessárias à equipe de gerenciamento de projetos Fonte: PMI, 2017. Outro aspecto importante na gestão de projetos, Lago e Mingossi (2015) destacam que a maioria do conhecimento para gerenciar projetos vem mesmo da área de gestão de projetos e que, para aumentar o sucesso e o êxito, recomenda- se que o gestor do projeto tenha conhecimento e experiência na área de aplicação do projeto. TEMA 3 – CONJUNTO DE CONHECIMENTOS EM PROJETOS 3.1 Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos O conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos descreve o conhecimento exclusivo da área de gerenciamento de projetos, que é superior a outras disciplinas. Neste sentido, o Guia PMBOK (2017) é, portanto, um subconjunto do abrangente grupo de conhecimentos necessários em gerenciamento de projetos. O conhecimento de gerenciamento de projetos necessário para um desenvolvimento assertivo de um projeto está descrito no Guia PMBOK e consiste em: 6 Definição do ciclo de vida do projeto; Cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos; Nove áreas de conhecimento. Para Carvalho (2007), as empresas vêm passando por muitos ajustes na forma de comprar, produzir e vender nas últimas décadas, associados a um forte enxugamento dos quadros de pessoal, e, em contrapartida, há aumento da necessidade de especialização técnica. Essa situação tem obrigado empresários a flexibilizarem a forma de gerenciar os contratos com as pessoas que atuam por um período determinado e, em muitos casos, por projetos específicos. Paralelamente, há uma necessidade de entender melhor o contexto das relações de trabalho das pessoas do ambiente de gerenciamento de projetos. Essas mudanças nos modelos de negócios, em especial no incremento do regime de gestão de projetos, demandam uma série de técnicas gerenciais que nem sempre estão disponíveis nas empresas, o que se reflete nas seguintes necessidades: Identificação das competências essenciais para a gestão de projetos; Formação de profissionais em técnicas de gestão de projetos; Criação de modelo de negócios que priorize as pessoas; Fomento da cultura da gestão de projetos. O Guia PMBOK (2017) explica que cada projeto cria um produto, serviço ou uma entrega única, resultando em algo tangível ou intangível, e, embora elementos repetitivos possam estar presentes em algumas entregas e atividades do projeto, a repetição não muda as características fundamentais e exclusivas do trabalho do projeto. Neste sentido, faz-se necessária uma cultura organizacional flexível, adaptável e capaz de comprometer-se com essas entregas, aliada a uma forte disposição para aprender. 3.2 Conhecimento, normas e regulamentos da área de aplicação As denominadas áreas de aplicação são categorias de projetos que possuem elementos comuns significativos nesses projetos, mas que não são necessárias ou estão presentes em todos os projetos. Normalmente, são definidas em termos de: Departamentos funcionais e disciplinas de apoio, como departamento jurídico, gerenciamento de produção e estoque, marketing, logística e pessoal 7 Elementos técnicos, como desenvolvimento ou engenharia de software e, ocasionalmente, um tipo específico de engenharia, como engenharia de recursos hídricos, engenharia de saneamento ou engenharia civil Especializações em gerenciamento, como contratações governamentais, desenvolvimento comunitário e desenvolvimento de novos produtos Setores, como automotivo, químico, agricultura e serviços financeiros. (PMI, 2017) O gerenciamento geral de uma empresa exige profissionais capacitados em quase a totalidade dos conhecimentos e das áreas organizacionais. Compete à área de gestão de pessoas posicionar-se à medida que esses profissionais ou suas atividades são necessários no sentido de proporcionar elementos internos para desenvolver e apoiar essas pessoas, realizando coaching, mentoring e couselling. TEMA 4 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES A formação, a estruturação, o desenvolvimento e o gerenciamento de uma equipe são algumas das tarefas que mais exigem cuidado por parte dos envolvidos, pois envolvem tempo, recursos e atenção para selecionar pessoas com as competências apropriadas para compor o time que conduzirá o projeto. Diversas competências – conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes – são necessárias por parte das pessoas selecionadas. O sucesso gerenciamento geral de projetos está associado com o conhecimento necessário para garantir entregas de acordo com as expectativas os e requisitos iniciais. Segundo o guia PMBOK (2017), o gerenciamento geral inclui: o planejamento, a organização, a formação de pessoal, a execução e o controle de operações de uma empresa existente. Além do conhecimento geral por parte das equipes, que gera conhecimentos específicos em gerenciamento de projetos, é recomendado pelo guia PMBOK que os profissionais da área tenham habilidades complementares, das quais se destacam as seguintes disciplinas de apoio: Contabilidade e gerenciamento financeiro; Compras e aquisições; Vendas e marketing; Contratos e legislação comercial; Fabricação e distribuição; Logística e cadeia de abastecimento; 8 Planejamentos estratégico, tático e operacional; Estruturas organizacionais, comportamento organizacional, administração de pessoal, compensação, benefícios e planos de carreira; Práticas de saúde e segurança; Tecnologia da informação. Essa visão do gerenciamento geral proporciona condições para que a empresa observe as habilidades de gerenciamento de projetos que são essenciais, específicas e requeridas ao gestor e à equipe formada. A formação de uma equipe compreende o item “Aquisição de recursos” descrita no PMBOK 2017, etapa na qual a empresa mobiliza pessoas para compor o time responsável por gerenciar o projeto. O guia PMBOK 2017 destaca os fatores essenciais na formação e na condução de uma equipe de projetos: Tabela 1 – Os fatores essenciais na formação e condução de uma equipe de projetos Etapa Observações Planejamento da equipe Definir os membros da equipe em função das competências e dos conhecimentos que possuem. Definir cronograma, calendários de encontros e trabalhos, com dias e horários Estruturação da equipe Definir as funções e as responsabilidades de cada pessoa, clarificar e dividir as tarefas ou as frentes de trabalho. Gerenciamento da equipe Reforçar os objetivos e as metas de trabalho, acompanhar e motivar as pessoas. Acompanhar a aplicação dos recursos e o cumprimento do cronograma. Propor melhorias e ações corretivas. Avaliar e gerenciar as mudanças no projeto. Desenvolvimento da equipe Identificar a necessidade de desenvolver a equipe em termos de suas competências e interação visando aprimorar o desempenho do projeto. Compreender e perceber a necessidade de novas habilidades como resultado das entregas em andamento. Administração de Conflitos Identificar possíveis focos que evidenciem desarmonia, falta de diálogo ou interação entre as pessoas que possam estar afetando a produtividade geral. Motivação da Equipe Avaliar o quanto as pessoas estão motivadas,entrosadas e participativas, pois a desmotivação pode gerar falta de engajamento nas atividades e, possivelmente, atrasos ou conflitos. Fonte: Elaborado com base em PMI, 2017. Para fazer frente aos desafios expostos, o PMBOK cita alguns comportamentos essenciais por parte dos gestores do projeto para atingir um alto desempenho nas equipes de projetos: 9 Usar comunicação aberta e eficaz; Criar oportunidades para o desenvolvimento de equipes; Desenvolver a confiança entre os membros da equipe; Gerenciar conflitos de forma construtiva; Estimular a resolução colaborativa de problemas; Incentivar processo decisório colaborativo. O guia PMBOK 2017 cita também a vantagem das “equipes virtuais”, nas quais as pessoas são mobilizadas por suas competências, sem, no entanto, estarem presentes ou reunidas na maior parte do tempo. A disponibilidade de tecnologias facilita a interação constante delas, no entanto alguns aspectos merecem atenção nesta possibilidade, como planejamento, prazos, conflitos, ausência de comunicação e distanciamento. TEMA 5 – A COMPOSIÇÃO E OS PAPÉIS NAS EQUIPES EM PROJETOS A gestão de projetos tem se mostrado uma prática que, uma vez incorporada na cultura da organização, tende a gerar melhores resultados, em função da profissionalização de se planejar e executar atividades diferenciadas, que podem enquadrar-se como um projeto. Para lograr este resultado, além de esforço e foco constante, uma empresa precisa formar uma equipe altamente comprometida com os objetivos do projeto. Segundo Rezende, o trabalho em equipe torna-se um grande desafio para os que estão à frente das organizações e, especificamente, dos projetos: Formar uma equipe de trabalho integrada, motivada, cooperativa, desenvolvida e confiante, depende da coesão do grupo em torno de um objetivo comum e do desenvolvimento de competências que habilitem o gestor a relacionamentos éticos com as pessoas na formação, integração e desenvolvimento de equipes de trabalho. (2006) Segundo o PMBOK (2017), a equipe do projeto inclui o gerente do projeto, o pessoal de gerenciamento do projeto e outros membros da equipe que executam o trabalho, mas que não estão necessariamente envolvidos no gerenciamento do projeto. Nesta equipe, alguns papéis estão inclusos: Pessoal de gerenciamento do projeto. Os membros da equipe que executam as atividades de gerenciamento do projeto, tais como de elaboração do cronograma, orçamento, emissão de relatórios e atividades de controle, comunicações, gerenciamento dos riscos e suporte administrativo. Este papel pode ser desempenhado ou apoiado por um escritório de gerenciamento de projetos (PMO) 10 Recursos humanos do projeto. Os membros da equipe que executam o trabalho de criação das entregas do projeto. Especialistas de suporte. Os especialistas de suporte executam as atividades exigidas para o desenvolvimento ou execução do plano de gerenciamento do projeto. Elas podem incluir atividades como contratações, gerenciamento financeiro, logística, jurídicas, de segurança, engenharia, testes, ou controle da qualidade. Dependendo do tamanho do projeto e nível de suporte exigido, os especialistas de suporte podem trabalhar em tempo integral ou simplesmente participar da equipe quando suas habilidades específicas forem necessárias. Representantes de usuários ou de clientes. Os membros da organização que aceitarem as entregas ou produtos do projeto podem ser designados para atuar como representantes ou pessoas de contato para garantir a coordenação apropriada, orientar sobre os requisitos ou validar a aceitabilidade dos resultados do projeto. Vendedores. Vendedores, fornecedores, ou contratadas, são empresas externas que assinam um contrato para fornecimento de componentes ou ser viços necessários ao projeto. À equipe do projeto muitas vezes é atribuída a responsabilidade de supervisionar o desempenho e a aceitação das entregas ou serviços dos vendedores. Se os vendedores arcarem com a maior parte do risco para entrega dos resultados do projeto, eles podem ter um papel significativo na equipe do projeto. Membros parceiros de negócios. Membros de organizações de parceiros de negócios podem ser designados como membros da equipe do projeto para garantir sua coordenação adequada. Parceiros de negócios. Parceiros de negócios são também empresas externas, mas têm uma relação especial com a empresa, às vezes obtida através de um processo de certificação. Os parceiros de negócios fornecem consultoria especializada ou desempenham um papel específico, como instalação, personalização, treinamento ou suporte. (PMI, 2017) Segundo Shtub, Bard e Globerson (1994), o desenvolvimento da equipe é o “processo de ajudar um grupo de pessoas, unidos por um propósito comum, a trabalhar de maneira interdependente entre si e com todas as partes envolvidas”. De acordo com o PMBOK (2017), alguns aspectos influenciam o desempenho dos projetos em relação a pessoas e equipes: A composição das equipes de projeto varia de acordo com fatores como localização, escopo e cultura organizacional. O relacionamento entre o gerente de projeto e a equipe varia dependendo do nível de autoridade do gerente de projeto. Em alguns casos, o gerente de projeto pode ser o gerente de linha da equipe, com autoridade total sobre os seus membros. Em outros casos, um gerente de projeto pode ter pouca ou nenhuma autoridade organizacional sobre os membros da equipe e ter sido mobilizado para liderar o projeto em regime de tempo parcial ou como contratado. Para o PMBOK (2017), as composições básicas de equipes de projeto incluem uma formação: 11 Dedicada. Em uma equipe dedicada, todos ou a maioria dos membros da equipe trabalham no projeto em regime de tempo integral. Os membros da equipe do projeto podem trabalhar presencial ou virtualmente, e geralmente se reportam diretamente ao gerente do projeto. Esta é a estrutura mais simples para um gerente de projetos, pois as linhas de autoridade são claras e os membros da equipe podem se concentrar nos objetivos do projeto. Tempo parcial. Alguns projetos são estabelecidos como um trabalho adicional temporário, em que o gerente de projeto e os membros da equipe trabalham no projeto, mas permanecem em suas organizações e continuam a desempenhar suas funções normais. Os gerentes funcionais mantêm o controle sobre os membros da equipe e os recursos alocados para o projeto, e o gerente do projeto provavelmente continuará a executar outras tarefas de gerenciamento. Os membros da equipe em regime de tempo parcial também podem ser designados para mais de um projeto de uma vez. (PMI, 2017) Independente do formato de trabalho, da duração e das expectativas em relação ao projeto, as pessoas devem estar unidas fortemente por um propósito comum, de trabalhar em conjunto e de forma interdependente para atingir os objetivos preestabelecidos. FINALIZANDO No início desta aula, foi proposta uma reflexão: levando em conta as necessidades contínuas das empresas de aprimorarem-se em todas as suas áreas e, em especial, nas competências requeridas e na gestão de projetos, para lograr êxitos no planejamento, na execução e na entrega de um projeto, no tempo e de acordo com os requisitos previstos, identifique: a. Três habilidades interpessoais necessárias nas equipes em gestão de projetos. b. Os fatores essenciais na formação e na condução de uma equipe de projetos, segundo o guia PMBOK 2017. Resposta: a. Três habilidades interpessoais necessárias nas equipes em gestão de projetos. Entre as principais, destacam-se: Comunicação; Relacionamento pessoal e interpessoal; Negociação e técnicas de uso de gatilhos; Gestão de conflitos e resolução de conflitos; Empatia e capacidade de compreender as necessidades dos outros; Escuta ativa e habilidade de silenciar;12 Planejamento e organização para priorizar as atividades. b. Os fatores essenciais na formação e na condução de uma equipe de projetos, segundo o guia PMBOK 2017, são: Planejamento da equipe; Estruturação da equipe; Gerenciamento da equipe; Desenvolvimento da equipe; Administração de conflitos; Motivação da equipe. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica LAGO, D.; MINGOSSI, R. A. Gerenciamento de projetos segundo as normas preconizadas pelo PMI – um estudo de caso. 2015. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcext/article/download/2380/2284 >. Acesso em: 23 jul. 2018. Texto de abordagem prática PMI – Project Management Institute. Gerenciamento de riscos do projeto. In: _____. Guia PMBOK: um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos. 6. ed. Filadélfia: PMI, 2017. Disponível em: <http://www.teraits.com/pitagoras/marcio/gp/PMBOK_6aEdicao.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. Saiba mais GERENCIAMENTO de recursos humanos, pessoas e equipes em projetos. Mario Trentim, Gestão & Projetos, 7 abr. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9Tphyw7Pqzs>. Acesso em: 23 jul. 2018. 13 REFERÊNCIAS AGUIAR, W. S. et al. Gestão de pessoas em projetos de implantação de sistemas ERP – estudo de caso no estado do Ceará. XII Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2016. Disponível em <http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_319.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. CARVALHO, G. S. B. Passo a passo do gerenciamento de projetos. Gestão & Tecnologia de Projetos, v. 2, n. 1, maio 2007. Disponível em: <https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:1DM4SP5u_L0J:http s://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/download/50908/54989+&cd=1& hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 23 jul. 2018. CHIAVENATO, I. Recursos humanos: o capital humano das organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ENAP – Escola Nacional de Administração Pública. Introdução ao Gerenciamento de Projetos – Módulo 1. Brasília, 2014. Disponível em: <http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/1092/1/GerenciaDeProjeos_modulo_1 _final_.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. LAGO, D.; MINGOSSI, R. A. Gerenciamento de projetos segundo as normas preconizadas pelo PMI – um estudo de caso. 2015. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcext/article/download/2380/2284 >. Acesso em: 23 jul. 2018. PMI – Project Management Institute. Gerenciamento de riscos do projeto. In: _____. Guia PMBOK: um guia de conhecimento em gerenciamento de projetos. 6. ed. Filadélfia: PMI, 2017. Disponível em: <http://www.teraits.com/pitagoras/marcio/gp/PMBOK_6aEdicao.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. AULA 5 GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL Gerentes de projetos são pessoas que ocupam um papel de destaque no contexto dos projetos, quer seja na concepção, no planejamento, na implantação, na execução, no acompanhamento, ou controle, e no encerramento. A função desempenhada por esses profissionais é de fundamental importância para o sucesso de uma entrega. Com conhecimento e experiências diferentes uns em relação aos outros, os gestores de projetos devem ter algumas habilidades e competências que, em conjunto com outros atributos, impactam na performance e nos resultados a serem obtidos. A gestão dos projetos é um capítulo à parte no mundo empresarial, haja visto que as habilidades e competências são diferentes em relação às exibidas para os gestores tradicionais que são focados no dia a dia empresarial, em suas rotinas, incluindo a produção, as finanças, o estoque e outras áreas. A palavra projeto tem origem no latim e indica “lançar à frente”, que é uma capacidade de a empresa organizar-se em torno de seus recursos, estratégias e processos e caminhar na direção dos alvos preestabelecidos. Na gerência de projetos, o que se faz é justamente exercer a liderança de pessoas, tecnologia, processos e estratégias, visando entregar um projeto com sucesso em termos de cumprimento de prazos e requisitos do escopo. CONTEXTUALIZANDO Levando em conta o contexto empresarial, a rotina das empresas e a atividades de gestão de projetos, responda: Quais são as diferenças básicas entre os gestores de projetos e os gestores operacionais? Identifique três competências dos gestores de projetos que os diferenciam dos gestores operacionais. TEMA 1 – CONTEXTO DO GERENTE DE PROJETOS Oliveira e Chiari (2015) explicam que a palavra projeto tem origem no termo em latim projectum, “algo lançado à frente”, que vem de projicere, formado por pro = “à frente” + jacere = “lançar, atirar” – em outras palavras, projeto indica algo que você “lança” à frente na linha do tempo. Atualmente, a gestão de projetos é uma 3 disciplina consolidada tanto no mundo acadêmico como no organizacional, em função de alguns fatores: Importância estratégica no contexto empresarial Qualidade da metodologia eficiente empregada Quantidade significativa de profissionais e empresas que a adotam Escala e usabilidade no mundo corporativo Quantidade de programas de formação acadêmica disponíveis Possibilidade de empregar softwares específicos Economia e redução de custos que se obtêm O emprego dos projetos se tornou uma resposta à necessidade de profissionalizar a entrega de resultados nas empresas quando estão associados a situações específicas, que requerem o emprego dessa metodologia. Segundo Baker (2010), citado por Santos, Tadeucci e Oliveira (2012), a estrutura organizacional enfatiza a hierarquia; já projetos empregam uma estrutura temporária que requer maior cooperação interfuncional. Além disso, projetos podem empregar em conjunto de líderes de outras áreas e até de outras empresas. Esta estrutura visa ao êxito nos projetos, obtido com participação, comprometimento e engajamento das pessoas, sob a liderança de um gestor. Obter êxito nos projetos é definido como “a conclusão da programação no prazo, no custo e no nível de qualidade pré-estabelecidos, sendo a qualidade definida pelo cliente, não mais pelo fornecedor” (Kerzner, 2002, citado por Santos, Tadeucci e Oliveira, 2012). Para conquistar os resultados dessa missão, o trabalho do gerente de projetos desponta como o mais relevante em todos os sentidos: influenciar e gerenciar pessoas, criar e engajar equipes, seguir os parâmetros e requisitos legais, manter o foco nos resultados, gerenciar o cronograma e suas entregas. Observando o atingimento dos resultados do negócio, o guia PMBOK (2017) explica o papel de um gerente de projetos: O gerente de projetos é a pessoa alocada pela organização executora para liderar a equipe responsável por alcançar os objetivos do projeto. O papel do gerente de projetos é diferente de um gerente funcional ou gerente de operações. Normalmente, o gerente funcional se concentra em proporcionar a supervisão de gerenciamento de uma unidade funcional ou de negócios, e os gerentes de operações são responsáveis pela eficiência das operações de negócios (PMI, 2017). 4 A diferença no desempenho das funções reside na natureza das atividades de cada um dos gerentes. O que cuida das rotinas está envolvido com o dia a dia da organização, nos processos de atendimento, compras, vendas, marketing e finanças, além de outros importantes para o resultado do negócio. O gerente de projetos está envolvido com as atividades exclusivas da gestão de projetos, focado nos prazos, no resultado e no escopo. Oliveira e Chiari (2015) explicam que o gerente de projetos atua como um integrador de processos e atividades internas, facilitando para que todas as áreas envolvidas saibam suas responsabilidades, antecipando problemas que possam ocorrer e realizando um bom planejamento integrado, o que inclui, também, a responsabilidade por equilibrar as restriçõesnaturais em um projeto, como tempo, custo, escopo, qualidade e recursos humanos. Em função da natureza finita e temporal dos projetos, que atendem demandas específicas, a escolha de um gerente requer atenção plena por parte da área de gestão de pessoas, que deve investir tempo no mapeamento das competências e do perfil desse profissional, para que estejam alinhados com os da organização. Banzi Junior (2011) et al. explicam que os projetos se caracterizam por serem ágeis e dinâmicos, e falhar ao selecionar o gerente de projetos abre margens para que os concorrentes avancem, já que uma segunda escolha será quase sempre impossível. TEMA 2 – SUCESSOS DO GESTOR DE PROJETOS Para o atingimento do êxito ou sucesso em gestão de projetos, uma multiplicidade de fatores deve ser observada e levada em conta quando da implantação e execução deles. Uma série de motivações justifica a adoção da metodologia de projetos, envolvendo tanto problemas como desafios organizacionais ou da sociedade. Oliveira e Chiari (2015) explicam que projetos podem surgir como resultado de uma das seguintes necessidades ou demandas: Demanda de mercado Avanço tecnológico Solicitação de cliente Requisito legal Necessidade organizacional Necessidade social 5 Compete ao gestor ou gerente o papel de executar o projeto, evidenciando e gerenciando todos os fatores que conjugam para um resultado com sucesso, e, assim, atender as demandas e necessidades gerais. Banzi Junior (2011) et al. explicam que o que se espera de um gerente de projetos é que alcance, ao término do empreendimento, os objetivos predeterminados. O estudo Análise de fatores críticos de sucesso de projetos: um estudo de caso no setor varejista, conduzido pelos pesquisadores da USP Sandra Moriokaa e Marly Monteiro de Carvalho (2014), com 56 profissionais da área de projetos, revelou os seguintes fatores intrínsecos associados ao sucesso de um projeto: Motivação da equipe de projeto Envolvimento de clientes e/ou usuários Valor do projeto Definição e controle de escopo Apoio da alta diretoria Comunicação entre envolvidos no projeto Definição e controle do orçamento Envolvimento do escritório de administração de projetos Definição e controle de cronogramas Desempenho de fornecedores Metodologia de gestão de projetos Ferramenta de controle de projetos Em maior ou menor grau, esses fatores estão presentes no cotidiano dos profissionais de gestão de projetos quando no exercício das atividades de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento, visando um desempenho superior. Quando se pensa em obter sucesso em projetos, deve-se evidenciar a natureza estruturada e complexa da condução da gestão das atividades associadas. Ensslin et al. (2007), citados por Lacerda (2009), apresentam alguns fatores associados ao desempenho de um projeto: Promover e organizar o conhecimento da situação Identificar o que é importante (fator crítico de sucesso) Definir e mensurar os fatores críticos (objetivo) Associar os fatores críticos ao objetivo maior Conhecer os pontos fortes e fracos Subsidiar o processo de geração de ações 6 Facilitar e orientar o processo de desenvolvimento de mais conhecimento sobre o contexto Tornar as decisões transparentes, justificáveis e, comprovadamente, as melhores para o contexto A fundamentação das assertivas acima encontra eco e respaldo no exercício da atividade de gestão de projetos, que, somada às experiências anteriores do gestor, validam a entrega de resultados e contribuem para o sucesso do empreendimento. TEMA 3 – O PAPEL E AS RESPONSABILIDADES DO GERENTE DE PROJETOS Segundo o PMBOK (2017), os projetos são frequentemente utilizados como um meio de, direta ou indiretamente, alcançar os objetivos do plano estratégico de uma organização, normalmente autorizados como resultado de demandas estratégicas relacionadas a mercado, oportunidades, considerações ambientais e sociais ou avanços e progressos tecnológicos. Genericamente, os gerentes de projetos são responsáveis pelo atendimento de algumas necessidades, incluindo as tarefas, as necessidades de equipe e as necessidades individuais. Neste contexto, Santos, Tadeucci e Oliveira (2012) explicam que o papel do gerente de projetos desponta como, talvez, o mais relevante para o sucesso na realização de tais empreendimentos. Além das habilidades específicas a qualquer área e das proficiências de gerenciamento geral exigidas pelo projeto, o gerenciamento de projetos eficaz demanda que o gerente de projetos possua as seguintes competências: Conhecimento. Refere-se ao que o gerente de projetos sabe sobre gerenciamento de projetos. Desempenho. Refere-se ao que o gerente de projetos é capaz de fazer ou realizar quando aplica seu conhecimento em gerenciamento de projetos. Pessoal. Refere-se ao comportamento do gerente de projetos na execução do projeto ou atividade relacionada. A efetividade pessoal abrange atitudes, principais características de personalidade, e liderança, que fornecem a habilidade de guiar a equipe do projeto ao mesmo tempo em que atinge objetivos e equilibra as restrições do mesmo (PMI, 2017). Conhecimento, desempenho e pessoal, notadamente em gerenciamento de projetos, sinalizam três importantes fatores que um gerente de projetos precisa dominar. Russo e Sbragia (2007), citados por Santos, Tadeucci e Oliveira (2012), ressaltam que a figura do gerente de projetos pode assumir uma relevância 7 estratégica à medida que as organizações utilizam projetos inovadores como elementos de execução de suas estratégias. TEMA 4 – HABILIDADES DO GERENTE DE PROJETOS Algumas características pessoais e profissionais são notadamente destacadas, requeridas e apreciadas nos profissionais que exercem ou ocupam cargos relacionados a gestão, gerência e liderança de projetos. Independentemente de tipo, condições ou posição em que projeto se encontra, Banzi Junior (2011) et al. explicam algumas habilidades encontradas na literatura essenciais aos gerentes de projetos que desejam obter sucesso em seus empreendimentos: Liderança: representa a demonstração de influência ao mostrar o caminho a ser seguido Comunicação: necessária para garantir que as informações cheguem no tempo certo, às pessoas corretas e sem custos demasiados, aumentando o poder de persuasão e o comprometimento da equipe, facilitando a troca de informações entre todos os envolvidos Poder de negociação: representa um esforço conjunto para chegar a um acordo, por exemplo para conseguir fundos, pessoas e tempos adicionais quando problemas no projeto são causados por forças externas, como cliente e ciclos do negócio Solucionar conflitos: fundamental para que todos os envolvidos se mantenham alinhados, para fortalecer as parcerias e desenvolver alianças Capacidade de solucionar problemas: envolve o conhecimento de sua equipe na identificação de pessoas-chaves e tomadoras de decisões, para trazer soluções pontuais e checar o desempenho das entregas do projeto; Conhecimento técnico: passa aos liderados maior credibilidade nas ações e na viabilidade do projeto Autoridade formal: o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência, tendo como consequência uma grande responsabilidade e o dever de prestar contas Motivação: exercício da grande influência sobre os comportamentos das outras pessoas, utilizada para guiar a equipe, tornando-a mais eficaz, criativa e solucionadora de problemas 8 Experiência anterior: fator importante porque auxilia a identificar riscos e selecionar técnicas, reconhecendo a maturidade da equipe e relacionando- a com o tipo de projeto a ser conduzido Trabalho em equipe: definir as responsabilidades de cada indivíduo e da estrutura hierárquica do projeto,visando construir um ambiente estimulante, assegurar a liderança do grupo, ter pessoal qualificado e criar um ambiente estável Estilo: para se posicionar e ter pleno conhecimento da situação do empreendimento, eliminando obstáculos e estando sempre presente para oferecer segurança e suporte ao grupo Figura 1 – Características dos gerentes de projetos do estudo Fonte: Adaptado de PMI, 2017, e de Banzi Junior et al., 2011. Algumas habilidades estão mais presentes em determinadas pessoas do que em outras. Deve-se observar que uma média delas é requerida para a função e o exercício do papel de líder de projetos, em função das características específicas destes quando comparados com as atividades rotineiras das organizações. TEMA 5 – GERENCIANDO A COMUNICAÇÃO NOS PROJETOS Para fazer frente aos desafios de iniciar, gerenciar e entregar projetos no prazo e nas especificidades estabelecidas, bem como implantar e gerenciar a comunicação em todas as suas fases e etapas, as organizações devem focar na contratação de profissionais que se adaptem à cultura e às características da empresa, que tenham alinhamento estratégico e perfil adequado para o exercício 9 da função. Segundo Pinto (2002), as razões mais importantes para as empresas buscarem investir em profissionais com perfis adequados são: A redução dos ciclos de vida dos produtos, que se tornam rapidamente obsoletos e obrigam as empresas a serem ágeis na criação de ideias A globalização, uma vez que as barreiras comerciais que impedem produtos e serviços de atravessarem o globo e concorrerem com produtos internos são cada vez menores O aumento de complexidades técnicas, forçando os produtos a serem cada vez mais inovadores O aumento do poder do cliente, que se tornou mais exigente e atuante no mercado As empresas consideradas eficazes e que obtêm êxito em projetos são as que estão procurando rapidamente uma adaptação no mercado, são visionárias, mantêm quadros enxutos, menores níveis hierárquicos, formatos de estrutura organizacional mais adaptados a inovação e a flexibilidade e criam processos claros e eficientes de comunicação interna. Em ambientes de desenvolvimento de projetos, podem existir vários contextos de informação que impactam diretamente no resultado e nos negócios da organização, em especial da comunicação. Com foco nestes desafios, o PMBOK (2017) explica quais são os processos de gerenciamento da comunicação: Planejar o Gerenciamento das Comunicações—O processo de desenvolver uma abordagem e um plano adequado para atividades de comunicação do projeto com base nas necessidades de informação de cada parte interessada ou grupo, nos ativos organizacionais disponíveis e nas necessidades do projeto. Gerenciar as Comunicações—O processo de assegurar a coleta, criação, distribuição, armazenamento, recuperação, gerenciamento, monitoramento e disposição final das informações do projeto, de forma oportuna e adequada. Monitorar as Comunicações—O processo de garantir que as necessidades de informação do projeto e de suas partes interessadas sejam atendidas (PMI, 2017). Segundo o guia PMBOK, as comunicações do projeto são caracterizadas por esforços para evitar os denominados ruídos – mal-entendidos e equívocos – que podem surgir nas etapas da comunicação. Os ruídos podem ser reduzidos, mas não eliminados, usando os 5Cs das comunicações: − Correta - Gramática e ortografia corretas. O uso deficiente da gramática ou ortografia incorreta pode ser uma distração e também pode introduzir distorções na mensagem, reduzindo a credibilidade. 10 − Concisa - Expressão concisa e eliminação do excesso de palavras. Uma mensagem concisa e bem redigida reduz as oportunidades de erros de entendimento da intenção da mensagem. − Clara - Propósito e expressão claros direcionados às necessidades do leitor. Garantir que as necessidades e os interesses do público sejam considerados na mensagem. − Coerente - Fluxo lógico e coerente de ideias. Um fluxo lógico e coerente de ideias e o uso de marcadores como introdução e resumos das ideias ao longo do texto. − Controlada - Fluxo de palavras e ideias controlado. Controlar o fuxo de palavras e ideias pode envolver imagens ou apenas resumos (PMI, 2017). É indispensável desenvolver uma cultura fortemente direcionada para uma comunicação eficaz em gestão de projetos, ao mesmo tempo direcionadora dos resultados. O modelo de negócios da organização deve privilegiar decisões e ajustes rápidos na gestão das informações, com o objetivo de que os desafios e os eventuais problemas sejam rapidamente enfrentados e sanados, evitando possíveis problemas quanto a entrega dos projetos. FINALIZANDO No início desta aula, foi proposta uma reflexão: quais são as diferenças básicas entre os gestores de projetos e os gestores operacionais? Identifique três competências dos gestores de projetos que os diferenciam dos gestores operacionais. Resposta: Quais são as diferenças básicas entre os gestores de projetos e os gestores operacionais? Os gestores operacionais estão focados nas rotinas, e os gestores de projetos, nos programas e nos portfólios de projetos. Identifique três competências dos gestores de projetos que os diferenciam dos gestores operacionais. Gestão de atividades com tempo, recursos, cronograma e pessoal finito, com prazo para início, execução e término. 11 LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica DE OLIVEIRA, A. B.; CHIARI, R. Fundamentos em gerenciamento de projetos baseado no PMBOK 5ª edição. Communit, 2015. Disponível em: <https://amauroboliveira.files.wordpress.com/2015/11/fundamentos-em- gerenciamento-de-projetos.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. Texto de abordagem prática PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, INC. – PMI. Guia PMBOK – um guia do conhecimento e gerenciamento de projetos. 6. ed. 2017. Disponível em: <http://www.teraits.com/pitagoras/marcio/gp/PMBOK_6aEdicao.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. Saiba mais VIDEOCAST - O PERFIL PROFISSIONAL DO GERENTE DE PROJETOS. Ricardo Vargas, 9 jun. 2010. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Pa4pFoMadrE>. Acesso em: 23 jul. 2018. REFERÊNCIAS BAKER, D. A. Multi-company project management: maximizing results through strategic collaboration. Fort Lauderdale: J. Ross Publishing, 2010. KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. São Paulo: Artmed, 2002. BANZI JUNIOR, A. L. et al. O perfil do gerente de projetos: uma análise das características de influência na obtenção do sucesso. XXXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Inovação tecnológica e propriedade intelectual: desafios da engenharia de produção na consolidação do Brasil no cenário econômico mundial. Belo Horizonte, 4-7 out. 2011. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_stp_142_899_19266.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. DE OLIVEIRA, A. B.; CHIARI, R. Fundamentos em gerenciamento de projetos baseado no PMBOK 5ª edição. Communit, 2015. Disponível em: <https://amauroboliveira.files.wordpress.com/2015/11/fundamentos-em- gerenciamento-de-projetos.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. MORENOW, A. S. Desafios e soluções na gerência de projetos no desenvolvimento distribuído de software. 69 f. Monografia (Graduação em Sistemas da Informação) – Departamento de Ciência da Computação, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2014. Disponível em: <http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/10764/1/MONOGRAFIA_Desafios_e_solu% C3%A7%C3%B5es_na_ger%C3%AAncia_de_projetos_no_desenvolvimento_dis tribu%C3%ADdo_de_software.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. MORIOKA, S.; DE CARVALHO, M. M. Análise de fatores críticos de sucesso de projetos: um estudo de caso no setor varejista. Production, v. 24, n. 1, p. 132- 143, jan./mar. 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/prod/v24n1/aop_t6_0007_0778.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. PINTO,J. K. Project Management 2002. Research-Technology Management, 45 (2), 2002, p. 22-37. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, INC. – PMI. Guia PMBOK – um guia do conhecimento e gerenciamento de projetos. 6. ed. 2017. Disponível em: <http://www.teraits.com/pitagoras/marcio/gp/PMBOK_6aEdicao.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. 13 SANTOS, M. F.; TADEUCCI, M. de S. R.; DE OLIVEIRA, E. A. A. Q. Expectativas de competências em gestores de projetos: um estudo das vagas de empregos publicadas em websites de empregos. The 4th International Congress on University-Industry Cooperation. Taubaté, 5-7 dez. 2012. Disponível em: <http://www.unitau.br/unindu/artigos/pdf550.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. AULA 6 GESTÃO DE PESSOAS EM PROJETOS Prof. Giancarlo de Cristo Leite 2 CONVERSA INICIAL A visão moderna que se tem dos projetos é que as atividades são conduzidas de forma profissional e assertiva, em todos os sentidos, e a gestão de projetos cumpre com aquilo a que se destina: parametrizar as empresas e os profissionais em relação a critérios, padrões e métricas associados à metodologia de gerenciamento de projetos e ao papel que se espera do gerente de projetos. O Código de Ética e Conduta Profissional impõe e prescreve as condutas que devem ser pontualmente praticadas para se mantenham as expectativas comportamentais dos envolvidos. As equipes de trabalho têm seu papel maximizado quando levam em conta as competências e habilidades que precisam desenvolver e praticar para criar sinergia e forte senso de trabalho em equipe. Neste sentido, as pessoas que estão envolvidas colaboram para que as entregas sejam realizadas dentro dos padrões de qualidade que são esperados e foram definidos anteriormente. Um aspecto marcante do trabalho conjunto é a capacidade de as pessoas planejarem, definindo objetivos, metas e ações de desempenho, que, associados a indicadores, facilitam o atingimento dos resultados. CONTEXTUALIZANDO Para que os resultados sejam atingidos, deve-se empreender um esforço coletivo na gestão moderna dos projetos. Levando em conta essa premissa, identifique: Quatro competências para uma equipe desempenhar melhor seu trabalho Quatro princípios éticos que pautam o trabalho das equipes TEMA 1 – ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL Para Serpa (2016), ética compreende as normas e regras que orientam a conduta humana. Em relação aos focos de atenção da atuação profissional, alguns aspectos podem ser destacados: Recursos humanos – discriminação, respeito a privacidade e informações pessoais Conflitos de interesse – compromisso de julgamento com objetividade, sem a prática de suborno e informação privilegiada 3 Confiança dos stakeholders – confidencialidade, confiança nas comunicações, produtos seguros Uso dos recursos organizacionais – reputação, recursos financeiros O Código de Ética e Conduta Profissional (PMI, 2017) inclui padrões desejáveis e obrigatórios que descrevem a conduta que os profissionais se esforçam para manter. Embora seja de difícil mensuração a conformidade com os padrões desejáveis, o cumprimento é uma expectativa que se tem para com os profissionais. Nesse sentido, a comunidade mundial de gerenciamento de projetos tratou de identificar os valores que constituem a base de suas decisões e ações: Responsabilidade – É nossa obrigação de assumir a propriedade pelas decisões que tomamos ou não, pelas ações realizadas ou não, e pelas consequências resultantes. Respeito - é a nossa obrigação de mostrar uma consideração elevada por nós mesmos, por outras pessoas e pelos recursos confiados a nós. Os recursos confiados a nós podem incluir pessoas, dinheiro, reputação, segurança de terceiros, e recursos naturais ou ambientais. Um ambiente de respeito origina confiança, segurança e excelência de desempenho, estimulando a cooperação mútua – um ambiente onde perspectivas e visões diferentes são estimuladas e valorizadas. Justiça - É nossa obrigação de tomar decisões e agir de forma imparcial e objetiva. Nossa conduta deve ser isenta de interesse próprio, preconceito e favoritismo. Honestidade - É a nossa obrigação de entender a verdade e agir de maneira honesta tanto em nossas comunicações como em nossa conduta. (PMI, 2017) Serpa (2016) apresenta algumas recomendações para profissionais de gerenciamento de projetos em relação a ética: Faça sempre a coisa certa (mesmo) Siga os processos estabelecidos Aja sempre com ética e profissionalismo com todos os envolvidos Resolva os conflitos de interesse Reporte as violações Negocie os problemas Coloque sempre o projeto antes de seus interesses Compartilhe as lições aprendidas Aprimore suas competências Para Padrão (2017), o Código de Ética e de Conduta Profissional é o documento resultado de um esforço coletivo, que não só descreve os valores éticos consolidados pela comunidade global de gerenciamento de projetos como 4 também estabelece a conduta obrigatória para profissionais de gerenciamento de projetos (PMP) e voluntários do PMI. TEMA 2 – QUALIDADE EM PROJETOS Machado (2012) explica que, apesar de a percepção de qualidade das pessoas variar em relação aos produtos ou serviços, em função de suas necessidades, experiências e expectativas, ela é atingida quando o cliente está satisfeito com aquilo que adquiriu a ponto de repetir a aquisição. Isto é obtido com pessoas preparadas, processos controlados e matérias-primas adequadas, atendendo as expectativas dos clientes. Em termos de qualidade e projetos, para Freire e Martinez (2013), a gestão de projetos consiste na aplicação de conhecimentos, ferramentas, técnicas e habilidades durante seu planejamento e sua execução com vistas a atingir seus objetivos e atender as expectativas do cliente. Em relação ao contexto da gestão de projetos, segundo Fleury, as seguintes ações estratégicas em gestão de recursos humanos colaboram para a produção de produtos e serviços de qualidade: a) inserção de recursos humanos na gestão estratégica dos negócios, exigindo de seus profissionais uma compreensão aprofundada dos negócios e capacidade de descentralização das decisões sobre atividades tradicionais para pessoal de linha das unidades de negócios; b) criação de um ambiente propício a mudanças e aprendizagem organizacional, como um dos pré-requisitos para a inovação organizacional e tecnológica. Em vez de treinar para trabalhos repetitivos, a gestão de recursos humanos deve colaborar para um clima de permanente renovação organizacional; e c) gerir a cultura organizacional, transformando a gestão de recursos humanos em mais um agente dos processos de mudança pois, antes de se mudarem os processos administrativos e os métodos de trabalho, faz- se necessário mudar os valores da organização nos seus mais diversos níveis. (1990) Em termos práticos, o estudo de gerenciamento de projetos com foco na qualidade é um aspecto preponderante por agregar maior valor no produto final do projeto, melhores controle e padronização durante o planejamento e a execução de suas fases, garantindo também a satisfação das necessidades do cliente. O planejamento da qualidade tem como finalidade identificar os padrões de qualidade relevantes para o projeto e definir maneiras de atendê-los (Freire; Martinez, 2013). 5 TEMA 3 – DOCUMENTAÇÃO DOS PROJETOS A gestão de projetos tem se mostrado como uma prática que, uma vez incorporada na cultura da organização, tende a gerar melhores resultados, em função da profissionalização de se planejar e executar atividades diferenciadas, que podem enquadrar-se como um projeto. Para lograr este resultado, além de ter esforço e foco constante, uma empresa precisa formar uma equipe altamente comprometida com os objetivos do projeto capaz de gerenciar todas as etapas e fases da execução. Destas etapas, a documentação ou o registrodas atividades que estão ocorrendo ou ocorreram é considerada crítica pelos estudiosos e analistas, pois, sem o acervo, não se podem comprovar resultados, estimativas, custos, reuniões e outros atributos essenciais e importantes. Documentar é uma forma de proteger as equipes em relação a todo o desenvolvimento do trabalho, desde as decisões tomadas até os resultados alcançados. No guia PMBOK (2017), alguns aspectos são relevantes, tais como: registro da comunicação, histórico das ações, controle do desenvolvimento do projeto, alinhamento de informações, controle dos participantes e membros das equipes, base para a tomada de decisões, controle e reporte do status para os interessados. Na metodologia de gestão de projetos, para o PMBOK (2017), todos os documentos são importantes e têm finalidade: Dependendo da natureza, da empresa ou da equipe responsável, alguns documentos e formulários se destacam: Termo de abertura do projeto – documento que identifica o objetivo ou propósito do projeto, o alinhamento estratégico com os objetivos organizacionais ou com o BSC (balanced scorecard), a justificativa, os produtos esperados, as macroetapas do projeto, os interessados, a previsão de custos, a responsabilidade da gerência e a aprovação do projeto Plano de gerenciamento do projeto – documento que destaca os marcos e as entregas do projeto (estrutura analítica /EAP), as premissas e as restrições, detalha os custos, fundamenta o plano de comunicação e informação, define os possíveis riscos e as estratégias para enfrentamento Relatório de progresso – documento que indica o período da análise, uma síntese das atividades desenvolvidas e as próximas ações 6 Solicitação de mudança – comunicar a necessidade de uma determinada mudança no projeto, os impactos gerados e as ações necessárias para se promover a mudança Termo de aceito de produtos e serviços – documento que descreve uma lista de entregas de acordo com o plano de gerenciamento do projeto, além da aceitação do cliente e dos interessados Termo de encerramento do projeto – documento que tipifica o tipo de encerramento, a sua justificativa e a relação de entregas que está ocorrendo Lições aprendidas – Documento que identifica o que funcionou bem e o que não funcionou bem nos projetos, além das sugestões para condução das próximas etapas e dos próximos projetos Esses formulários e documentos não encerram todas as possibilidades de registro de informações, reuniões, atualizações, decisões e todas as opções em que ocorram interações entre as pessoas envolvidas nos projetos. O registro do trabalho em equipe é um grande desafio para os que estão à frente das organizações e, especificamente, dos projetos: Formar uma equipe de trabalho integrada, motivada, cooperativa, desenvolvida e confiante, depende da coesão do grupo em torno de um objetivo comum e do desenvolvimento de competências que habilitem o gestor a relacionamentos éticos com as pessoas na formação, integração e desenvolvimento de equipes de trabalho (Rezende, 2006). O objetivo dos formulários é conferir um padrão aos procedimentos documentais da evolução das atividades e tarefas pertinentes ao gerenciamento dos projetos, conforme atualizações do guia PMBOK (2017). TEMA 4 – ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO DOS PROJETOS A metodologia criada e difundida pelo guia de gestão de projetos PMBOK tornou-se uma aliada importantes dos gestores, tanto no planejamento como no acompanhamento da execução das tarefas pertinentes. Como planejar as atividades não é uma tarefa fácil, pois exige tempo, recursos e pessoas, contar com uma metodologia, um guia passo a passo, é fator essencial para as empresas. Para que os resultados possam ser percebidos, e, eventualmente, sejam promovidas melhorias nos processos, as empresas devem acompanhar e monitorar seu desempenho. Devem medir, em números ou indicadores de 7 desempenho, o andamento de todas as atividades, cronogramas, custos, recursos, entre outros aspectos, para melhorarem a capacidade de análise de informações e tomada de decisão. Estes indicadores, denominados métricas, proporcionam uma visão sobre o andamento de todas as etapas do projeto e incluem as seguintes possibilidades de medição: Estimativa para terminar (ou de término) Índice de desempenho de prazo Variação de folga total Variação de custo Recursos planejados x recursos realizados Despesas diretas da atividade Registro diário de atividade Indicador de gestão de risco Índice de satisfação Os indicadores acima não esgotam as possibilidades e são representativos e adequados de acordo com as necessidades de acompanhamento do andamento do projeto. Os indicadores devem ser balanceados e distribuídos pelas áreas a serem medidas: custo, tempo, escopo, RH, comunicação, risco, partes interessadas, qualidade, aquisições e integração. Os relatórios de desempenho fornecem aos gestores, gerentes e interessados informações detalhadas e precisas sobre o andamento e as situações de cada etapa do projeto. Devem permitir uma comparação entre a situação atual e a desejada, a fim de possibilitar tomar ações corretivas quando necessárias. Em termos de desempenho dos projetos, o guia PMBOK (2017) explica que alguns aspectos têm o potencial de influenciar mais do que outros a maneira como os projetos são executados, dos quais se destacam a cultura, o estilo e a estrutura da organização. Outros pontos devem ser, também, considerados e avaliados, como o nível de maturidade em gerenciamento de projetos de uma organização e seus sistemas de gerenciamento de projetos. Para Espinha (2016), são inúmeros os fatores que interferem nos resultados das atividades dos projetos, desde a sua concepção até o atingimento dos propósitos finais, destacando os fatores ambientais – que envolvem o ambiente no qual o projeto será executado: 8 Estrutura e cultura organizacional - Estes fatores servem para verificar a cultura da empresa e quem serão os envolvidos nos projetos, bem como definir as relações de hierarquia dentro da execução das atividades. Normas governamentais e de setor - Consulta de normas e padrões de qualidade, regulamentos de agências e legislações nacionais e regionais são alguns fatores a serem analisados de modo a prever riscos e ter a oportunidade de consertar problemas antecipadamente. Infraestrutura existente - Este fator envolve a análise de toda a estrutura disponível para a execução das etapas do projeto como máquinas, instalações e equipamentos. Recursos humanos - Aqui é preciso identificar todas as personalidades e suas diferentes habilidades dentro da equipe do projeto. Isso permite que sejam delegadas funções adequadas para cada tarefa. Administração de pessoal - Observar disponibilidades de realização de tarefas, análise de desempenho e formação, aptidões e diferentes capacidades, bem como as formas de contratação e demissão de pessoas são os fatores ambientais relacionados à administração de pessoal Autorização de trabalho - Apresentação das principais ferramentas para realização das tarefas, que podem ser em forma de cronogramas e pacotes de trabalho. Condições do mercado - Para analisar este fator é preciso fazer uma pesquisa de todos os produtos que estão envolvidos dentro projeto, buscando verificar possíveis concorrentes e também a procura de parcerias e possíveis associações. Nesta etapa de pesquisa é fundamental focar nas novidades do mercado atual. Tolerância a risco das partes - Estudo do setor para definir até que ponto será assumido o risco do projeto pelos seus interessados. Banco de dados comerciais - São padrões de dados utilizados para estimar possíveis custos e informações de riscos do setor. Possibilita se ter uma prévia dos riscos e evitar custos maiores ou inesperados. Sistema de informaçõesde gerenciamento de projetos - Conhecimento das ferramentas que permitirão a elaboração de cronogramas, sistemas de coletas e distribuição de informações. Todos esses fatores podem ser considerados como condutores das diferentes etapas do trabalho, buscando evitar o insucesso dos processos através de análises preventivas e simulações (PMI, 2017). Para o PMBOK (2017), os fatores ambientais da empresa que afetam o desempenho incluem as condições fora do controle da equipe do projeto que influenciam, restringem ou direcionam o projeto: Cultura, estrutura e governança organizacional Distribuição geográfica de instalações e recursos Normas governamentais ou do setor Infraestrutura (por exemplo, equipamentos e instalações existentes) Recursos humanos existentes Administração de pessoal Sistemas de autorização de trabalho da empresa Condições do mercado 9 Tolerância a risco das partes interessadas Clima político Canais de comunicação estabelecidos da organização Bancos de dados comerciais Sistema de informações do gerenciamento de projetos Destaca-se a necessidade de as pessoas conhecerem gestão de projetos e poderem, assim, exercer alguma influência e controle nela. Uma vez tendo consciência e conhecimento desses fatores ambientais, pode-se levantar o clima e as condições que antecedem o início de um projeto, visando aumentar a taxa de sucesso na entrega. TEMA 5 – GESTÃO DAS PARTES INTERESSADAS E GOVERNANÇA DO PROJETO Esteves e Da Rosa (2016) explicam que a gestão de projetos de forma profissionalizada e assertiva consegue alcançar os resultados desejados dentro dos parâmetros almejados, como o prazo e o orçamento definidos, garantindo que as entregas ocorram dentro do padrão de qualidade definido, podendo ser aplicada em empreendimentos de qualquer nível de complexidade e em qualquer segmento de negócio. Figura 1 – Relação entre as partes interessadas e o projeto Fonte: Adaptado do PMBOK, 2017. Segundo o PMBOK (2017), as partes interessadas incluem: 10 Patrocinador. Patrocinador é uma pessoa ou grupo que fornece recursos e suporte para o projeto e é responsável pelo sucesso do mesmo. O patrocinador pode ser externo ou interno em relação à organização do gerente de projetos. O patrocinador promove o projeto desde a sua concepção inicial até o seu encerramento Clientes e usuários. Os clientes são as pessoas ou organizações que aprovarão e gerenciarão o produto, serviço ou resultado do projeto. Os usuários são as pessoas ou organizações que usarão o produto, serviço ou resultado do projeto. Os clientes e usuários podem ser internos ou externos em relação à organização executora e também podem existir em múltiplos níveis. Vendedores. Vendedores, fornecedores, ou contratadas são empresas externas que assinam um contrato para fornecimento de componentes ou ser viços necessários ao projeto. Parceiros de negócios. Parceiros de negócios são organizações externas que têm uma relação especial com a empresa, às vezes obtida através de um processo de certificação. Os parceiros de negócios fornecem consultoria especializada ou desempenham um papel específico, como instalação, personalização, treinamento ou suporte. Grupos organizacionais. Grupos organizacionais são as partes interessadas internas afetadas pelas atividades da equipe do projeto. Exemplos de diversos elementos de negócios de uma organização que podem ser afetados pelo projeto incluem marketing e vendas, recursos humanos, departamento jurídico, departamento financeiro, operações, fabricação e atendimento ao cliente. Gerentes funcionais. Gerentes funcionais são pessoas cha ve que desempenham uma função gerencial dentro de uma área administrativa ou funcional do negócio, como recursos humanos, finanças, contabilidade ou aquisições. Outras partes interessadas. Outras partes interessadas como entidades de aquisições, instituições financeiras, órgãos públicos reguladores, especialistas em áreas do conhecimento, consultores e outros, podem ter um interesse financeiro no projeto, contribuir com informações para o projeto, ou ter um interesse no resultado do mesmo. (PMI, 2017) Esteves e Da Rosa (2016) ponderam que devem ser identificadas e descritas em detalhes as partes interessadas no gerenciamento do projeto, assim como seus devidos papéis e responsabilidades. FINALIZANDO No início desta aula, foram propostas duas reflexões: identificar quatro competências para uma equipe desempenhar melhor seu trabalho e quatro princípios éticos que pautam o trabalho das equipes. Resposta: Quatro competências para uma equipe desempenhar melhor seu trabalho: relacionamentos, trabalho em equipe, comprometimento e união. Quatro princípios éticos que pautam o trabalho das equipes: responsabilidade, respeito, justiça e honestidade. 11 LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica OLIVEIRA, A. C. de L.; MORAIS, E. S.; RIBEIRO, S. S. S. G. Desenvolvimento e motivação de uma equipe de projeto: um estudo exploratório sobre o papel do líder. In: XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 12 a 15 de outubro de 2010, São Carlos. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_120_783_17286.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. Texto de abordagem prática SERPA, S. Ética e responsabilidade em gerenciamento de projetos. Escritório de Projetos. Disponível em: <https://escritoriodeprojetos.com.br/etica-e- responsabilidade-em-gerenciamento-de-projetos>. Acesso em: 23 jul. 2018. Saiba mais ÉTICA NA GESTÃO E NOS PROJETOS. Mario Trentim - Gestão & Projetos, 8 jun. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mRiLvwj-O8E>. Acesso em: 23 jul. 2018. 12 REFERÊNCIAS DA ROSA, J. P. C.; ESTEVES, P. C. L. Gestão das partes interessadas no contexto das metodologias de gestão de projetos. Revista Espacios, v. 38, n. 21, p. 13, 2017. Disponível em <http://www.revistaespacios.com/a17v38n21/a17v38n21p13.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. FREIRE, E. M. R.; MARTINEZ, M. R. Gerenciamento da qualidade de um projeto de adequação de uma central de materiais e esterilização: um estudo de caso. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/paper/2013/61/2013_61_6457.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018 MACHADO, S. S. Gestão da qualidade. Universidade Federal de Santa Maria, 2012. Disponível em <http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prd_industr/tec_acucar_alco ol/161012_gest_qual.pdf>. PADRÃO, J. M. F. A ética na gestão de projetos. Techoje. Disponível em: http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/369. Acesso em: 23 jul. 2018. OLIVEIRA, A. C. de L.; MORAIS, E. S.; RIBEIRO, S. S. S. G. Desenvolvimento e motivação de uma equipe de projeto: um estudo exploratório sobre o papel do líder. In: XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 12 a 15 de outubro de 2010, São Carlos. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_tn_sto_120_783_17286.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE – PMI. Código de ética e conduta profissional. Disponível em: <https://brasil.pmi.org/brazil/AboutUS/EthicsInProjectManagement/~/media/7621 0A1C41A24B1CA4B9DCF72D5BAB6D.ashx>. Acesso em 23 jul. 2018. SERPA, S. Ética e responsabilidade em gerenciamento de projetos. Escritório de Projetos. Disponível em: <https://escritoriodeprojetos.com.br/etica-e- responsabilidade-em-gerenciamento-de-projetos>. Acesso em: 23 jul. 2018. http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/369 Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5 Aula 6