Buscar

Aula 03-03-21 - Relações introdutórias, Atos ilícitos e lícitos

Prévia do material em texto

Civil V -03-03-21
Porque a responsabilidade civil está inserida no direito das obrigações?
R: Porque a principal consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação de reparar o dano.
A partir da palavra obrigação, é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Ela é de natureza pessoal que se resolve com perdas e danos.
Conceito: a obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação.
A responsabilidade civil surge em face do descumprimento obrigacional.
Há duas vertentes do descumprimento obrigacional:
1. Pela desobediência de uma regra estabelecida em contrato. (responsabilidade contratual)
2. Por deixar determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida em sociedade. (responsabilidade civil extracontratual, também chamada responsabilidade civil Aquiliana, não depende de culpa).
Esse termo surgiu no final do séc. III A.C que se fixou os parâmetros da responsabilidade civil extracontratual.
Essa lei surge no direito romano, justamente como essa responsabilidade era tido por regra sem culpa.
O causador do dano era punido pela lei de Talião.
Existe alguma diferenciação entre uma e outra? Não necessariamente, o desfecho será reparar o dano. Essa dicotomia estaria superada, seja numa relação contratual ou extracontratual, em síntese o doutrinador moderno diz que a bem da verdade existe o que se chama de contrato social e, portanto os princípios que norteiam essa postura são os mesmos.
 A partir daí há uma influência no direito comparado, essa responsabilidade mediante culpa passa a ser a regra em todo direito comparado. 
Influenciou o Código Civil Francês, de 1804, também os Códigos Civis Brasileiros e o código de 1916 traz no art. 159 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano à verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts. 1.518 a 1.532 e 1.537 a 1.553.
 Esse artigo fala do apenas do ato ilícito. O código de 2002 no art. 186 do ato ilícito e no art. 187 abuso de direito.
O art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O CC de 2002 admite o que se chama o dano civil puro.
O Art. 5º caput, V, X já tratam da questão da reparação do dano.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
O ato ilícito é um ato praticado em desacordo com a ordem jurídica violando direito e causando prejuízos a outrem.
 Abuso de direito – art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Abuso de direito é um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício levado a efeito sem a devida regularidade acarreta um resultado que se considera ilícito. (Conceito do prof. Rubens Limões de França).
Lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências.
Para caracterizar o abuso de direito é preciso estar presente à figura da culpa?
Sendo assim, não há o que se cogitar o elemento culpa na sua configuração, bastando que a conduta exceda os parâmetros que constam do art. 187 do CC. Neste caso a responsabilidade objetiva.
O enunciado 37, I Jornada CJF - A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
Ex.1: CDC – Publicidade abusiva como abuso de direito
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
Ex. 2: Em relação ao direito do trabalho – greve abusiva, e o abuso de direito do empregador.
Art. 9º CF - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Ex.3: Abuso no processo. Seria que seja o autor ou requerido que formula pretensão ou defesa totalmente destituído de fundamento, praticam atos desnecessários... CPC
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente.
 Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - Alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - Opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - Provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
 Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
 
Ex. 4: Direito de vizinhança CC
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
Enunciado 49 – I Jornada CFJ
Interpreta-se restritivamente a regra do art. 1.228, § 2º, do novo Código Civil, em harmonia com o princípio da função social da propriedade e com o disposto no art. 187.
Ex. 5: Direito Digital ou eletrônico – Spam
Se for uma prática lícita e que não tenha havido abuso de direito, há responsabilização para que haja abuso de direito? Não
Ex.: O empregador que demite o funcionário sem justa causa é um ato lícito? Sim
Ele provoca alguma lesão no patrimônio desse empregado? Não
Para conceituação de culpa são necessários dois elementos.
1. Previsibilidade
2. Comportamento 
Previsibilidade no comportamento do homem médio, o que ele faria nessa situação.
 Com relação ao artigo 186 – a culpa referida é a chamada culpa lato sensu (abrange o dolo).
E também a questão da culpa stricto sensu (responsabilidade Aquiliana ou extracontratual).
A imprevidência do agente tem as formas:
Imprudência, Negligência, Imperícia.
Quanto ao Dano: art. 186
Sem danos a ação de indenização não terá objeto. Não há que se falar em indenização.
 Capacidade de discernimento:
Loucos ou amentais: No antigo CC se não pudesse atribuir a culpa ao encarregado da guarda desse sujeito a vítima ficaria irressarcida.
O atual CC substituiu o princípio da irresponsabilidade absoluta da pessoa privada de discernimento pelo princípio da responsabilidade mitigada e subsidiária.
Art. 928 CC - O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Ou seja, a vítima só não recebe se o curador não tiver patrimônio.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Aula 10/03/21
Responsabilidade Civil e Penal
A ilicitude civil difere da ilicitude penal
Civil – Interesse privado (a culpabilidade é mais ampla do que apenal. Ex.: a imputação dos incapazes, também eles podem ser responsabilizados por um ilícito civil.)
A responsabilização é de ordem patrimonial, ou seja, o patrimônio respondera por aquela ação ou omissão ou culposa, ninguém poderá ser preso por isso com exceção do devedor de alimentos. No art. 5, LXVI além do devedor de alimentos.
Na ilicitude penal, diferente do cível o interesse é da sociedade, surge também a responsabilidade pessoal, é intransferível, a sanção se dá com a privação da liberdade.
A pena não pode ultrapassar a pessoa do delinquente, a tipicidade é um dos requisitos genéricos do crime.
Art. 932 C.C - São também responsáveis pela reparação civil:
I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação
V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Responsabilidade objetiva e subjetiva
Responsabilidade subjetiva – também chamada de teoria da culpa, constitui regra geral em nosso ordenamento.
A culpa é um pressuposto necessário do dano indenizável de modo que se pressupõe como fundamento da responsabilidade civil.
O demandante aquele que busca uma reparação precisa provar que o demandado agiu com culpa
Se a culpa não estiver presente não há que se falar em indenização.
Quanto ao dano a casos que ele é presumido “in re ipsa”.
Responsabilidade Objetiva - também chamada de teoria do risco.
Constitui exceção à regra, prescindindo da demonstração da culpa em duas situações, ou porque a lei assim o disse ou porque a atividade é de risco.
Está circunscrita a seus justos limites, não é qualquer fato que se dispensa a culpa.
Envolve certas pessoas, certas situações em que irão responder independentemente de culpa, também chamada de responsabilidade legal.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Quando se trata da responsabilidade objetiva, nos preocupamos com o dano ou o nexo de causalidade.
Não se exige a prova de culpa do agente, nesta hipótese ele responderá do mesmo jeito, ainda que não tenha agido com culpa.
A culpa pode ou não existir, mas será considerada irrelevante para configurar o dever de indenizar.
Temos um deslocamento da ideia de culpa para a ideia de risco.
Há uma expressão latina que sintetiza isso “UBI EMOLUMENTUM, IBI ONUS” quem aufere os cômodos (lucros), isto é, deve suportar os incômodos que são chamados riscos. Em razão de uma atividade perigosa que é o chamado risco profissional. O código civil brasileiro se filiou em regra a teoria subjetiva.
 Esses artigos falam da responsabilidade subjetiva. Se o autor agiu com culpa ou não:
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Ex.: Se alguma coisa cair de um prédio e não puder identificar de qual apartamento foi, todos os moradores responderão pelo dano.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Mesmo o ato sendo lícito surge a responsabilidade, em situação de necessidade.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
Nas hipóteses previstas fala do credor que demanda contra o devedor o faz, no primeiro por dívida não vencida, no segundo caso cobra dívida já paga, neste caso o demandante não precisará provar a culpa do credor.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
 Nesse caso, os pais ou curadores irão responder independentemente de culpa.
Responsabilidade Contratual e Extracontratual
Causar prejuízo a outrem por: descumprir um dever contratual ou por infração por dever de conduta.
Descumprir ato contratual – art. 389 Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Ex.: um cantor que não comparece a um show contratado.
Ex.: O comodatário que não devolve a coisa porque ela teria perecido.
Infração de conduta: (extracontratual ou aquiliana).
Em ambos os casos tem como consequência a obrigação de ressarcir o prejuízo.
O Código Civil Brasileiro de 2002 teria então optado pela teoria Dualista.
No que diz respeito a responsabilidade extracontratual – ao lesado incumbe o ônus de provar culpa ou dolo do causador do dano.
Tem origem na inobservância do dever genérico de não lesar. 
A capacidade é mais ampla.
Existe responsabilidade extracontratual ainda que o ato seja lícito.
Em regra, há casos em que a obrigação de indenizar nasce fatos permitidos por lei. 
No que diz respeito a responsabilidade contratual – o inadimplemento presume -se culposo, neste caso o credor fica numa situação mais confortável.
Tem origem na convenção, naquilo que foi contratado.
A capacidade está limitada no campo da responsabilidade contratual.
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:
I - Dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
O princípio da autonomia da vontade (norma de natureza privada) equivale ao CC deixa de ser aplicada; sai de cena o que chamamos de igualdade formal entre as partes e entra em seu lugar a vulnerabilidade do consumidor.
Art. 12 CDC - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
(Em regra a responsabilidade é objetiva. Dispensa a culpa.)
Art. 28 CDC - O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito,excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Art. 6º, CDC - São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Pressupostos da responsabilidade extracontratual
Ou elemento da responsabilidade civil, ou ainda pressupostos do dever de indenizar.
Ação ou omissão, culpa ou dolo, delação ou dano.
Ação ou omissão – ação (conduta positiva), omissão (conduta negativa), pode derivar de um ato próprio, de terceiro, danos causados por animais, por um produto colocado no mercado de consumo.
 Conduta humana, seja ela positiva ou negativa.
O ato de terceiro está disposto no art. 932 do CC.
No que diz respeito a omissão – é preciso que exista um dever jurídico de não se omitir e que se demonstre que com a sua prática o dano poderia ter sido evitado.
Precisa-se lembrar que a omissão se dá por lei, que é o dever de prestar socorro às vítimas de um acidente.
Convenção – por exemplo: dever de guarda, vigilância ou cuidado sob determinada coisa, ou animal.
Produto colocado no mercado de consumo arts.12 a 14 do CDC e arts. 18 e 19 do CDC.
A vontade do agente não vai além da ação/omissão. Neste caso o agente quer a conduta, mas não o resultado.
Culpa ou dolo do agente – (se denomina de culpa genérica ou culpa “lato sensu”) a violação deliberada, intencional.
 Culpa stricto sensu (culpa em sentido estrito) - (imprudência, negligência ou imperícia) + dolo = culpa genérica/lato sensu.
Dolo - O agente quer a conduta e o resultado.
Obs.: Para o direito civil não interessa o estudo da classificação do direito penal quanto ao dolo. (referência ao dolo eventual, dolo não eventual ou preterdolo). Em todos esses casos o agente deverá arcar integralmente quanto a todos os prejuízos causados ao ofendido.
Violação deliberada/intencional – 17/03/21
Culpa:
•	Culpa in vigilando – decorre da quebra do dever de vigilância (Ex: pai que não vigou o filho)
•	Culpa in eligendo- decorre da escolha (Ex: o patrão é responsabilizado pela atitude do empregado)
•	Culpa in custodiendo- decorre da falta de cuidado em guardar determinada coisa (Ex: animal)
Quanto ao grau de culpa:
- Culpa grave – ela quase se aproxima do dolo (o efeito é o mesmo que o dolo, sendo imprópria ao homem comum/médio).
- Culpa leve/ média- aquela conduta que se desenvolve sem a atenção normalmente devida (falta evitável com atenção ordinária).
- Culpa levíssima – o fato só seria evitável mediante o emprego de cautelas extraordinárias ou de especial habilidade (só evitável com atenção extraordinária).
Obs. Em regra não se mede o dano pelo grau de culpa, mas pelo prejuízo.
9.3. Relação de causalidade
Constitui-se de uma relação de causa e efeito entre a conduta e o dano.
O artigo 186 tem o verbo CAUSAR dano.
Portanto, se houve o dano, mas sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, inexiste, também a obrigação de indenizar.
Artigo 393 do CPC- as excludentes da responsabilidade civil.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Em regra, não se mede o dano pelo grau de culpa, mas pelo prejuízo.
Nexo causal ou nexo de causalidade - A relação de causalidade se constitui de uma relação de e efeito ente a conduta e o dano
Danos Contemporâneos
Dano estético – relacionados a lesão da beleza física.
Danos morais coletivos – atinge pessoas determinadas ou pessoas determináveis, no CDC art. 6º, VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Lei - 8078/90 CDC
Danos Sociais – lesões a sociedade, tanto por rebaixamento no seu patrimônio moral e também quanto a diminuição da qualidade de vida.
Dano por perda de uma chance – quando é frustrada uma expectativa, uma oportunidade futura (ex.: impedimento de fazer uma prova de concurso).
Enunciado 444 da 5ª Jornada CCJ - A responsabilidade civil pela perda de chance não se limita à categoria de danos extrapatrimoniais, pois, conforme as circunstâncias do caso concreto, a chance perdida pode apresentar também a natureza jurídica de dano patrimonial. A chance deve ser séria e real, não ficando adstrita a percentuais apriorísticos. 
Com relação a coletivização dos danos: Também tem o 
Enunciado 456 da 5ª Jornada CCJ - A expressão "dano" no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.
Obs.: Mesmo que haja violação de um dever jurídico e que tenha existido culpa e até mesmo dolo por parte do infrator nenhuma indenização será devida sem que se tenha verificado prejuízo.
Exceção – 1ª – quando se tratar de ofensa aos direitos da personalidade.
Porque neste caso o dano é presumido.
2º - está contido no que dispõe o art. 940 do CC. (cobrança de dívida paga).
Responsabilidade em decorrência de ato próprio
1. Ação ou omissão do agente
Responsabilidade por ato próprio
Infração a um dever – o elemento objetivo a culpa é o dever violado, ou a inexecução de um dever.
Qual a natureza do dever jurídico cujo a violação induz a culpa?
 Depende, se for em matéria de culpa contratual – o dever jurídico consiste na obediência ao convencionado (contrato).
Em se tratando de culpa extracontratual, consiste no cumprimento da lei, ou seja, no dever de não lesar a outrem. No cumprimento da lei ou do regulamento, se não estiver previsto em lei ou em regulamento, há o dever indeterminado de não lesar a ninguém, conforme o implícito no Art. 186 do CC, que não fala em violação da lei, mas em violação do direito, o que é muito mais amplo.
2. Abuso de Direito art. 187
Ainda que a conduta seja lícita o que existe é um excesso.
 Ocorre quando o agente deixa de considerar a finalidade social de seu direito subjetivo e dele exorbita e causa prejuízo a outrem. Ex.: Denunciação caluniosa é um típico caso de abuso de direito.
Art. 1277 – CC (relacionado ao direito de vizinhança)
Art. 939, 940 e 1638 do CC. Se relacionam a questão do abuso de direito.
O Abuso de direito prescinde da ideia de culpa.
Responsabilidade decorrente de rompimento de Noivado
A casos que poderá haver causas para uma ação de indenização.
Se não houve justo motivo o lesado terá o direito de obter uma reparação.
O art. 186 do Código Civil consagra uma regra universalmente
aceita: a de que todo aquele que causa danos a outrem é obrigado a
repará-lo. Estabelece o aludido dispositivo legal, informativo da
responsabilidade aquiliana:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Requisitos que autorizam a responsabilização daquele que desiste.
1. Inexistir motivo justo.
2. É preciso provar que o rompimento causou dano material ou moral.
3. Traição que cause situação vexatória, violação a honra.
Dano Ambiental e ecológico
A Responsabilidade pode ser civil e penal, está relacionada aos direitos supra individuais é um direito difuso, pois envolve toda a comunidade. Lei 6938/81.
É uma responsabilidade objetiva, não há necessidade de provar culpa.
Está retratada no artigo 14, §1º desta lei.
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estaduale municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
A lei ACP 7347/85 É a arma jurídica do Estado e de certas associações contra os causadores de danos públicos, sejam eles o próprio Estado ou um particular.
Responsabilidade Civil nos meios eletrônicos (Marco Civil da Internet – lei 12.965/2014)
Impedir que terceiros usem a nossa imagem contra a nossa vontade. O art. 5º, X e 10º da CF falam da questão de danos morais.
A Lei 12.965/2014 - é a lei que regula o uso da Internet no Brasil por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado.
 Em se tratando em contrato eletrônico internacional é preciso observar o art. 9º da LINDB - Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 2o - A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. 
24-03-2021 continuação
1.2 Responsabilidade por ato de terceiros
Responsabilidade Civil indireta.
Presunção de Culpa e Responsabilidade Solidária
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Em princípio a responsabilidade é individual, há casos em que o agente pode responder por ato de terceiros (filho, empregado, curatelado, tutelado), por fato das coisas ou dos animais (responsabilidade do dono.
Concurso de agentes: está na parte final do dispositivo (se todos respondem solidariamente se faz referência ao que está sendo dito no art. 932 CC.
 Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; (a responsabilidade paterna independe de culpa)
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação.
V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
A responsabilidade é objetiva. (independe de culpa).
 Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
 
 Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. (responsabilidade objetiva, independe de culpa)
 A responsabilidade do incapaz é subsidiária (enunciado nº 40 1ª Jornada CCJ - O incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas.)
 Enunciado 41 I Jornada CCJ - A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.
Art. 5º CF - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
Há casos em que o incapaz responderá.
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;
 Pais separados, quem é que responde nesse caso? Se o inciso I do art. 932 diz que os pais respondem pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade.
Quando se trata de pais separados, response somente o cônjuge que ficou com a guarda do menor.
Tutores e Curadores
Art. 932, II - o tutor(menor) e o curador(maiores), pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
 I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - Em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Art. 1767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
Tanto o tutor quanto o curador respondem objetivamente.
Há uma preocupação na doutrina quanto a atenuação da responsabilidade do tutor ou do curador.
Essa tese não prevalece na doutrina, porque se entendeu que o legislador optou por tutelar prioritariamente a vítima. 
Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com deficiência.
O tutor não mais é o representante legal e sim seu assistente. Porque o Estatuto da Pessoa com Deficiência reconhece a plena capacidade da pessoa com deficiência.
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
Em relação ao pródigo (É aquele que dilapida seus bens de forma compulsiva) – Se o pródigo comete algum ato ilícito, o curador responde?? Neste caso a responsabilidade ilícita é direta do pródigo e não do curador.
 “A corroborar o entendimento esposado, pertinente observar que a doutrina nunca considerou incluído no inciso II o caso do pródigo, já que sua interdição somente o priva dos atos de disposição de patrimônio. Veja-se, portanto, que a função da curatela do pródigo é evitar a dilapidação do seu patrimônio, de modo que ao curador apenas se atribui poderes para emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar etc. Assim, considerando a plena capacidade do pródigo para todos os demais atos da vida civil, sua responsabilidade pelos ilícitos praticados é direta e
pessoal.”
Em caso de deficiente mental, sem tutor, quem responde são os pais.
“O Tribunal condenou solidariamente a mãe do réu a indenizar a autora, não obstante a ausência de interdição e curadoria, sob o argumento de que a genitora, apesar de conhecer não só o estado de saúde do filho, mas também as agressões anteriores desferidas contra transeuntes, não tomou qualquer providência para protegê-lo e evitar novos ataques a terceiros.”
Responsabilidade dos empregadores
Art. 932 - III - o empregador ou comitente (art. 693 a 709 CC), por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
O empregador responde pelos atos de abuso e desvios de função de seu empregado, o terceiro não tem condições de conhecer os limites das funções do seu empregado. A responsabilidade do empregador é objetiva (art. 933) e também se faz referência no art.37, §6 CF.
O CDC também estabeleceu responsabilidade objetiva nesses casos.
O art. 927, Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvidapelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. também traz a questão da responsabilidade objetiva, está calcada na teoria do risco. A atividade do empregado é absorvida pela do empregador. 
O que importa é a questão da subordinação hierárquica, essa subordinação existe independe do empregado ser assalariado ou de haver ou não contrato de trabalho.
Danos causados fora do expediente, mas com a utilização de ferramentas inerentes a essa relação de patrão e empregado? Sim. A responsabilidade é objetiva.
Responsabilidade dos Educadores
O inciso IV do art. 932 - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
Quanto as escolas públicas a responsabilidade é do Estado. 
Se o dano foi causado por um aluno a um terceiro, a escola responde objetivamente. E pode depois cobrar regressivamente esse aluno?? Sim, só não pode se voltar contra os pais, pois a responsabilidade foi transportada para a escola.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Responsabilidade do hoteleiro - responde pelos prejuízos causados pelos seus hóspedes. Seja por falta de vigilância ou de disciplina.
Responsabilidade pelo produto do crime
Inciso V – art. 932 - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Está calcada no princípio da repetição do indébito – a pessoa responde mesmo por ter adquirido um produto de crime, ainda que não saiba de sua procedência. Ainda assim deve reparar o dano. Trata-se da figura do responsável indireto.
Aquele que é o responsável indireto tem o direito regressivo contra o causador do dano. (Art. 934)
Art. 942 - Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
Responsabilidade Civil do Empresários Individuais e das Empresas
Neste caso a responsabilidade seria objetiva ou subjetiva?? Objetiva (art. 931 Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.)
31/03/2021
1.2.10. Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público	
São três fases:
1ª fase - da irresponsabilidade do Estado (o Estado não se responsabilizava por nada) – (the king can do on wrong – o rei não erra).
Estamos falando num modelo que se fala em uma monarquia, uma constituição imperial (1824).
2ª Fase – Civilista – Da vigência do CC/1916 – sintetizava que a vítima tinha que provar o dolo/culpa do agente.
3ª Fase – Publicista – surge com o advento da CF/1946 – No art. 194 da referida CF “As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros.” A partir dessa terceira fase a responsabilidade é objetiva (independe de culpa) (na modalidade do risco administrativo). Obs.: (Difere do que outros tipos de responsabilidade onde há responsabilidade integral). Ou seja, a vítima não mais tem o ônus de provar o dolo ou a culpa.
O Estado se exonera nas seguintes situações: culpa exclusiva da vítima, motivo de força maior ou fato de terceiro.
CF/1988 -Se a partir de 1946 se inaugurou a responsabilidade objetiva, sob a égide da CF/88 estamos sobre a responsabilidade objetiva, disposto no seu art. 37, §6º
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A CF/88 faz referência a seus agentes e não mais aos seus funcionários como na CF/1946. O conceito de agente é mais amplo do que a de funcionário.
O Estado é responsável por atos de quem não é seu agente?? Sim. Também as pessoas de direito privado, mas prestadoras de serviço público. Neste caso o Estado responderá subsidiariamente. 
lei 10.744/2003 - Art. 1º Fica a União autorizada, na forma e critérios estabelecidos pelo Poder Executivo, a assumir despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo.
 § 1º montante global das despesas de responsabilidades civis referidas no caput fica limitado ao equivalente em reais a US$ 1.000.000.000.00 (um bilhão de dólares dos Estados Unidos da América) para o total dos eventos contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo.
c) responsabilidade por atos omissos – cabe ação mesmo quando não se identifica o agente causador do dano “culpa anônima”. Art. 37, §6º, CF/1988.
Ex. conduta omissiva da administração: Um aluno machuca o outro na escola, o Estado vai responder por isso?? Sim
d) danos decorrentes de atos judiciais - art. 143 – CPC - “O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I - No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.”
 Em relação ao art. 28 da LINDB - O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018). Estaria abrandando o regime Constitucional ao exigir que o agente responda por dolo ou erro grosseiro.
Lei 13869/2019 – lei de abuso de autoridade. 
e) 1 - Danos decorrentes de atos legislativos – a princípio a lei é genérica, abstrata, impessoal não poderia causar prejuízo a ninguém.
Se a lei inconstitucional e acarreta dano, cabe responsabilidade do Estado? Sim, mas desde que essa inconstitucionalidade tenha sido declarada por ADIN.
Art. 29 - CF. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; 
Art. 53- CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
1.3. Responsabilidade pelo fato da coisa e do animal
Teoria da coisa inanimada 	- inspirado no Cód. Francês.
Neste caso, qual é a modalidade de responsabilidade?? A responsabilidade é presumida “responsabilidade objetiva imprópria”.
A vítima precisa provar o nexo causal e o dano.
Ao dono do animal cabe provar estaria presente as excludentes da parte final do art. 936 CC. 
Embora o CC não tenha proclamada a responsabilidade dos donos das coisas em geral, alguns artigos falam da responsabilidade dos donos de certas coisas: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cujanecessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
A responsabilidade é afastada quando for causo fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima (responsabilidade objetiva).
Não são evidentemente somente essas hipóteses. Ex.: queda de árvore, desabamento (não estão previstas no código, mas vão causar responsabilidade do agente causador),
Empresa de locadora de veículos, em caso de dano causado pelo locador do carro, a responsabilidade é solidária com o locatário.
súmula 492, STF - A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado.
07-04-2021 – continuidade
Em caso de rodovia, a responsabilidade recai não somente contra o dono do animal, mas também contra a concessionária de serviço público.
Nesse caso existe uma relação de consumo, prevista no art. 14 do CDC.
Também disposto no CTB:
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
CTB 9503/97
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.
 § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.
O ente público regressivamente poderá cobrar o valor desembolsado por ele em face do dono do animal. 
Ex.: O art. 932, III CC – o empregado se estiver como detentor do animal, ele também responde?? R. Essa responsabilidade recaíra sobre o dano e não sobre o empregado.
No caso de uma empresa prestadora de serviços, se o animal atacar alguém, quem responde é a empresa prestadora de serviço.
No caso de o animal fugir e atacar alguém, neste caso a responsabilidade é objetiva.
Responsabilidade pela ruína do edifício
 No caso da queda de um edifício a vítima precisa provar a falta de reparos?
Embora o art. 937 dê a impressão de que a vítima tem que provar que ocorreu a ruína por falta de reparos à falta de reparos era manifesta, tanto que caiu. O dono do edifício responde quando qualquer parte de sua estrutura cai sobre sobre propriedade vizinha ou transeunte. A responsabilidade é presumida, o objetivo é impróprio. Neste caso o dono do edifício pode cobrar regressivamente do engenheiro, ou do arquiteto, ou do empreiteiro o até mesmo do inquilino em caso dele ter feito uma obra irregular.
 A jurisprudência equipara ao edifício algumas situações, elevadores, escadas rolantes, e quando há algum deslizamento de área. 
Se o acidente ocorre por falha na prestação de serviço ou no fornecimento do produto decorrente de uma relação de consumo terá aplicabilidade o CDC e não mais o “a teoria do fato da coisa”.
1.3.4. Responsabilidade resultante de coisas que caírem em lugar indevido	
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
A responsabilidade é objetiva sempre? Sim
A vítima só tem que provar o nexo causal e o dano.
A exceção a essa responsabilidade objetiva é quando se dá a culpa exclusiva da vítima. 
Existe flexibilizações de jurisprudência, que fala de construtoras (obras) que por alguma razão de queda de andaime provoque queda em um veículo.
Ou quando desprende reboco da parede e atinge uma pessoa que está passando pelo local.
1.3.5. Exercício de atividade perigosa
Teoria do risco, é aquela que se acentua à partir do surgimento das máquinas e com os problemas relacionados aos acidentes de trabalho.
Aquele que causar dano no exercício de uma atividade perigosa, terá que ressarcir o lesado.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Neste caso temos a Teoria do exercício de atividade perigosa (responde objetivamente), e Princípio da responsabilidade independentemente de culpa nos casos previstos em lei.
Essa obrigação de reparar o dano surge do simples exercício da atividade que o agente desenvolve.
Por fim, passa-se portanto de um ato ilícito (responsabilidade subjetiva/teoria subjetiva) para um lícito mas, gerador de perigo.

Continue navegando