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Igor Eduardo Gimenes @EquipeMySete @JessicaJulioti Anatomopatologias dos Animais Domésticos Básico @gimenesigor Patologias Do Sistema Cardiovascular: Alterações congênitas em pericárdio> Ausência do saco pericárdico: Pode se manifestar pela ausência completa do saco pericárdico ou pela fenestração do mesmo, ou seja, ausência parcial da membrana pericárdica, sempre são achados de necropsia não manifestando nenhuma sintomatologia clínica, macroscópicamente no caso da ausência do pericárdio o coração apresenta-se dilatado e são visíveis pequenos capilares na superfície miocárdica. Alterações de conteúdo> hidropericárdio: Quando o líquido ganha um aspecto seroso, aquoso ou fluído, o quadro é denominado como hidropericárdio. É um processo comum e decorrente de estados caquetizantes (parasitoses), distúrbios renais, estase sanguínea (fenômenos compressivos), etc, em suma nas situações que levem a alteração da crase sanguínea. Hemopericárdio: É caracterizado pela presença de sangue (coagulado) em maior ou menor quantidade no interior do saco pericárdico, quando existe um grande volume sanguíneo, este pode prejudicar os fenômenos diastólicos, ocasionando a morte por parada (compressão) cardíaca. As causas de hemorragias livres no pericárdio são quase sempre traumáticas, no entanto, aneurismas da base do coração e da própria aorta podem se romper e ocasionar as mesmas. Pneumopericárdio: Nada mais é do que a presença de ar atmosférico ou de gases produzidos por bactérias no interior do saco pericárdico. A penetração do ar é dada por trauma no mesmo. Piopericárdio: é a presença de pus no interior do saco pericárdico, sempre é concomitante com endocardites e miocardites. Pericardite: processo inflamatório de pericárdio, podendo ser classificada como Pericardite serosa: observando uma particularidade no equino como quadro parcial da influenza equina, além da substância serosa são encontrados raros vilos de fibrina, é o mais benigno das pericardites. Pode evoluir para cura por reabsorção de exsudato. Pericardite fibrinosa é a mais comum das pericardites, quando seca, ocorre particularmente em bovinos e suínos, origem quase sempre traumática, macroscópicamente é caracterizado no inicio por presença de pericardio turvo e opaco, em seguida em nível de membrana tem presença de filamentos de fibrina, se unindo e formando uma verdadeira trama que dificulta os movimentos cardíacos. Microscópicamente observa-se a presença de células de descamaçao em um quadro hiperemico edematoso e naturalmente nas fases posteriores fibrinas com maior ou menor quantidade de leucócitos, é raro, mas pode acontecer que o processo evolua para a cura, ocorrendo a lisa da fibrina pelos leucócitos, sempre nestes casos, tem extenso espessamento do saco pericárdico que ganha uma coloração esbranquiçada e que dificulta os movimentos cardíacos. Pericardite purulenta: principalmente acometendo bovinos, causada por microorganismos patogênicos e corpos estranhos. A pericardite purulenta geralmente vem associada a corpos estranhos, a espécie bovina em particular tem uma condição digestória de não seleção dos alimentos antes de ingeri-los, em pastos sujos, o animal ao ingerir um prego por exemplo, este corpo estranho uma vez em retículo, a ponta do prego devido a gravidade pode ir “cutucando” o diafrágma e posteriormente o pericárdio cardíaco, o que gera uma inflamação Patologias do coração: Rigidez cadavérica: o coração entra em rigidez em media após uma hora depois da morte, volta a ser flácido quando se acentuam os fenômenos autolíticos. A flacidez é concluída de 16-18h pos mortem. De maior relevância é o exame do coração em relaçaõ ao vigor mortis, como orgão muscular que é, o fenômeno instala- se rapidamente no músculo cardíaco promovendo a expulsão do sangue do seu interior, de maneira completa em relação ao ventrículo esquerdo e parcial em relação ao direito, por conta de sua maior capacidade e menor espessura de parede. Logo, espera-se que quando e exame macroscópico do coração, haja sangue coagulado no lado direito e ausência no esquerdo, caso haja presença em porção esquerda também, indica que o rigor mortis não ocorreu de maneira satisfatória e deve ser interpretado como indicativo de processos degenerativos do miocardio. Anomalias do desenvolvimento: Acardia: ausencia total do coração, inclusive do germe embrionário Hemicardia: interrupimento do desenvolvimento do orgão que também é incompatível com a vida. Diplocardia: presença de mais de um coração (2-3-4) geralmente é incompatível com a vida. Persistencia do forame oval: na maioria das vezes é compatível com a vida, há falta de soldadura da abertura intra atrial (forame de botal), o fenômeno clinicamente não é de grande importância, o que pode ocorrer é a embolia paradoxal, isso é, um embolo da circulação venosa que passa pra artérial, no caso da persistencia do forame oval, o coração passa a ter praticamente um atrio e dois ventrículos, deve-se ressaltar que a estrutura é normal em fetos e que após o nascimento ocorre o fechamento em um prazo que varia de alguns dias até algumas semanas, principalmente em bovinos. Tetralogia de fallot: é uma doença que pode ser observadas as seguintes alterações: A-) estenose da artéria pulmonar B-) dilatação do ventrículo direito C-) destroposição da artéria aorta D-) interrupação ventricular É um processo compatível com a vida, porém o portador mostra sinais evidentes de insuficiência cardíaca e problemas de oxigenação tecidual. Ausência valvular: nestes casos estão ausentes também os músculos papilares e cordoalhas tendíneas, de acordo com sua intensidade o processo é ou não compatível com a vida. Comunicação interventricular: neste caso existe praticamente um único ventrículo, independentemente do grau da comunicação que pode ser desde a ausência total do septo interventricular até a existência de uma comunicação de alguns centímetros. Persistência de ducto arterioso: O ducto arterioso na vida embrionária serve para que parte do sangue do ventrículo direito passe para a aorta sem percorrer os pulmões, em quase todas espécies ele é visível no nascimento e desaparece na 2ª ou 3ª semana da vida do neonato, é um processo compatível com a vida. Patência do ducto arterioso (PDA) é a persistência, após o nascimento, da conexão fetal (ducto arterioso) entre a aorta e a artéria pulmonar Ectopia cordis: É uma das alterações topográficas mais importantes, pode ser de três tipos: torácica, cervical e abdominal, trata-se do coração fora do organismo, nele colocado como se fora um verdadeiro apêndice. Ectopia cordis ou ectopia cardíaca é uma malformação congénita rara caracterizada pela localização do coração fora da cavidade torácica do recém-nascido. Alterações metabólicas: Atrofia fosca: com o decorrer da idade e nas moléstias caquetizantes ocorre particularmente nos bovinos uma diminuição do volume do coração, com o desaparecimento quase total da gordura. Aparece no miocárdio com uma coloração bronzeada, o fato é explicado em decorrência da diminuição do volume das fibras musculares cardíacas e concomitante ao aparecimento do pigmento de uso, ou lipofuscina que se deposita em polos do núcleo fibrial muscular, este por sua vez é derivado da hemoglobina conhecido como lipocromo. Degeneração turva: ocorre no coração como decorrencia de fenômenos tóxicos ou toxico-infecciosos, o miocardio nestes por sua vez, se apresenta com coloração turva avermelhada e superficie de corte opaca. Em exame microscópico temos fibras musculares sem estirações, com granulações que fornecem um aspecto pulverulento, em microscopia optica são facilmente confundidos com tecidos fixados pós putrefação. Infiltração gordurosa: É observada em seios das fibras musculares, não raro, ocasionando dissociação das mesmas. É um processo que ocorre também nos fenômenos tóxicos e infecciosos. Macroscopicamente o coração ganha um aspecto semelhanteao de carne cozida muito semelhante ao inchaço turvo. Calcificação: tem uma frequência relativa nos bovinos e suínos jovens e ocorre nas zonas que sofrem inflamação (necrose ou necrobiose). No endocardio a calcificação ocorre mais particularmente nos bovinos e suinos, sempre subconsequênte a processos inflamatórios, os exames revelam deposição de sais de cálcio e forte reação inflamatória. Como o caso da calcificação de anel mitral. Pigmentação: É uma melanose maculosa, tem aspectos que aparecem dispostos em região de miocárdio, tem observado em casos de hemorragias intensas e em casos de enfarte pelo orgão ganhar uma coloração rósea. Melanose multicentrica em frangos de corte Alterações circulatórias: A anemia total ou parcial do coração vai ser observada em casos de hemorragias intensas e nos casos de enfartes, onde o orgão ganha uma tonalidade rósea. Enfartes: No coração é apresentado como áreas mais ou menos triangulares, que inicialmente se apresentam descoradas para posteriormente se apresentarem acinzentadas em decorrência do processo necrótico, se ocorrer não a morte, essas áreas ficam esbranquiçadas e duras à palpação. Hiperemia: Alguns atribuem a hiperemia cardíaca além daquela causa puramente vascular a fenômenos tóxicos e particularmente aqueles que agiriam diretamente no coração, os vasos ficam túrgidos, o miocárdio escuro e a abertura dos grandes vasos dá a saída a fluxo sanguíneo mais denso, tanto as hemorragias petequiais quanto as sufusões são presentes e observadas nas peste suína, bovina, aviária e septcemias hemorrágicas. Processos inflamatórios: Miocardite na febre aftosa: Estabelece no coração quadro inflamatório característico, ganhando todo o orgão permanecendo com um aspecto róseo acinzentado. São visíveis áreas ou manchas que atravessam toda a parede cardíaca em todos os pontos ao mesmo tempo, tornando então o coração um aspecto semelhante a pele de um tigre, daí um autor ter denominado o quadro de coração tigrado de kit. Microscopicamente tem degeneração turva e hialina, além da vascular, podendo chegar a uma necrose. No local das fibras musculares podem ser observadas proliferação de tecido de granulação e não ocorrendo a morte tecidual, tem a formação de cicatriz. A gravidade dessas lesões depende de sua localização, podendo ser mortais quando atingem sistema de condução nervosa. Miocardite em carbúnculo sintomático: Se apresenta com areas de coloração rósea escura que se rompem com facilidade e no seio das quais são visíveis inumeras bolhas de gás, microscopicamente podemos observar edema inflamatorio e colonias de Clostridium chauvoei. Miocardite na necrobacilose É sempre secundária e ocasionada pela chegada ao coração do Fusiformes necrophorus vindo de lesões necroticas existentes em outras partes do organismo por via hematógena. É observado areas esbranquiçadas ou acinzentadas, moles sendo focos necroticos que por sua vez, em microscopia tem halo leucocitáio e grandes quantidades de bacilos. NEOPLASIAS: No coração de bovinos são vistos nódulos de aspectos lardáceos e bastante infiltrativos dos mais variados tamanhos e sempre múltiplos, nos casos de leucoses bovinas (linfoma). Ocorrem, embora raramente os rabdomiomas, hemangiomas e suas variáveis malígnas, bem como o coração pode ser sede de metástases de outras neoplasias. PARASITOSES: Sarcosporidiose: Os sarcosporídeos são protozoários que alem de atingir musculos voluntários, atingem também musculatura cardíaca, em bovinos temos o que chamamos de Sarcoscystes miescheriana e tenella que se alojam em fibras cardíacas sob forma de pequenos cistos e no seu interior tem-se os esporozoítos. Apenas ocasionam atrofia por compressão, não existe reação inflamatória, o cisto tem forma ovalada com conteúdo característico e é coração por HE. Filariose: ocorre nos cães e outros carnívoros, podendo ser observadas no interior de ventriculo direito e na emergência da artéria pulmonar a Dirofilaria immitis. Equinococose: A forma larval da tênia equinococus pode aparecer no coração de ruminantes, equinos, dos suínos e cães sob a forma de cistos únicos ou múltiplos, caracterizados por serem multilobulares. Dúvidas: Em caso de dúvidas podem estar me encaminhando email: Gimenes.igor.vet@outlook.com mailto:Gimenes.igor.vet@outlook.com O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com o Professor Igor Eduardo Gimenes Igor Eduardo Gimenes @EquipeMySete @JessicaJulioti Anatomopatologias dos Animais Domésticos Básico @gimenesigor Patologias Do Sistema Respiatório: Alterações congênitas: Probóscide é resultante da má formação de ossos cranianos e do focinho onde o mesmo ganha aspecto de tromba, geralmente vem associada a ciclopia total ou parcial correspondendo a fusão dos globos oculares ou a existencia de apenas um olho na região central da face, geralmente acomete os filhotes de suínos. Processos degenerativos: Amiloidose: É associada reações imunológicas de interação antígeno- anticorpo principalmente nos equinos testes para soros de hiperimunidade, o processo pode fazer parte de amiloidose generalizada. Microscopicamente tem-se substancia amorfa, homogênea rósea (amiloidose evidenciada por coloração vermelho congo), e macroscopicamente tem-se nodulações multiplas, arredondadas e firmes, raramente são ulcerativas presentes na região submucoide de vestibulo nasal, septos e conchas nasais. Congestão e hiperemia: Aparece geralmente na primeira fase dos processos inflamatórios respiratórios agudos, juntamente com uma intensa hiperemia aumentando a umidade local, porém é mais observada em estases venosas por insuficiencias cardíacas. Hemorragia: geralmente são decorrentes de traumatismos, podendo ser expontâneas como nos casos de diásteses hemorrágicas ou nas inflamações agudas de fossas nasais em equídeos, sendo classificadas como: per rexis: quando é decorrente de rupturas vasculares causadas por traumas, frequentes em cães Per diabrosis: decorrente de processos inflamatórios degenerativos, neoplasias ou parasitas, onde temos destruição de paredes de vasos. Per diapedesis: quase sempre decorrente de processos tóxicos, doenças infecciosas septicêmicas e anóxia, sendo manifestadas em forma de petéquias e sufusões. Mecanismos da rinite: os processos inflamatórios das fossas nasais recebem o nome de rinites, e estão diretamente relacionados aos processos pulmonares, da faringe e laringe, onde na cavidade nasal frequentemente são encontradas algumas bacterias saprófitas, fungos e outros agentes que podem adquirir caracteristicas patogênicas com a queda de imunidade do organismo. Essa mucosa conta com a ação protetora de secreção de glândulas e cílios do epitélio nasal, porém, caso ocorra queda da imunidade do organismo, decorrende de varios fatores, esses microorganismos irão se multiplicar e reproduzir que vão adquirir caracteristicas agressivas uma vez que se estabelece um processo de rinite primaria. Fatores quimicos indutores de rinite são os gases e vapores irritantes, já os fatores físicos temos os traumas, diferenças de temperatura, ao passo que quando pensamos em rinite infecciosa temos bacterias, fungos, virus e alguns parasitos. Rinite linfoplasmotica idiopática. Quanto ao curso das rinites, podemos classifica-las em agudas e cronicas, e quanto ao exsudato podem ser caracterizadas como catarrais ou serosas, purulentas ou fibrinosas, estas sendo divididas em fibrinosas verdadeiras ou difteróide e pseudofribrinosa ou crupal. Como rinites específicas temos destaques maior para a coriza aviária, rinite infecciosa dos coelhos e rinite atrofica dos suínos, esta ultima, ganha destaque por destruir completamente os cornetos nasais por uma deformação dos ossos da face que se inicia na 5ª ou 6ª semana de vida com concomitante retardo no crescimento e emagrecimento do animal, durante exame necrópitico temos atrofia e hipertrofia doosso nasal e espessamento da mucosa, tendo um destaque microbiológico para a Pasteurella multocida e Bordetella bronschiseptica Bolsas guturais: nos equídeos, a inflamação catarral das bolsas guturais (gutorocistite) ocorre como continuação de uma eustaquite. As bolsas ficam cheias e frequentemente distendidas com exsudato, que, com maior frequencia, é mucopurulento e pegajoso. Esse inchaço no tubo, bem como sua posição, interrompe a drenagem e possivelmente o catarro se torne um exsudato dessecado evoluindo para um aspecto caseoso ou ainda mais solido. O timpanismo ou meteorismo das bolsas guturais ocorre na forma de uma dilatação pneumática, habitualmente bilateral, e aparentemente relacionada a manutenção da cabeça baixa, como ocorre durante o pastejo, o tubo mais ou menos tumefeito parece exercer uma ação semelhante a uma válvula, que permite bombeamento para o intrior, mas não para o exterior a medida que o animal mastiga. Isso é comparável à uma ocorrencia de enfisema subcutâneo a partir de uma ferida na região axilar. A coleção deste exsudato em bolsas guturais é classificado como Empiema de bolsa gutural, sendo a mais comum sequela do garrotilho causado pelo Streptococcus equi pondendo ainda causar a guturocistite micótica que é causada pelo Aspergillus spp. Hemiplegia laringeana: Ou sindrome do cavalo roncador, geralmente a cada inspiração as cartilagens aritenoides da laringe são arrastadas na direção do exterior por tração muscular de modo parecido a abertura de uma porta dupla , para a admissão de ar, nesta doença equina, ocorre a paralisia destas cartilagens, habitualmente parcial, de um dos musculos da cartilagem aritenoide, deixando o musculo moroso em meio as rapidas correntes de ar, comumente esses musculos possuem força suficiente para manter as cartilagens abertas durante a respiração comum, ma não durante a respiração mais violenta como em animais de corrida, quando a corrente aérea arrasta o pediculo de tecidado para a parte central da corrente de ar, o resultado disto é que a cada inspiração essa obstrução não só limita a quantidade de ar que pode chegar aos pulmões, mas também gera um som de intensidade considerável, que é responsável pela doença ser conhecidade como cornagem ou ronqueira. É decorrente principalmente de causa nervosa pelo nervo laringo recorrente O musculo cricoaritenóideo afetado vai sofrer uma atrofia de muitas fibras musculares, essa atrofia progrite ate o seu completo desaparecimento com substituição pelo tecido fibroso. Bronquites: Processo que se instala principalmente por via aerógena tendo como agentes as bactérias, virus, fungos, parasitos ou agentes fisico-químicos. •Bronquite catarral: quando a mucosa se mostra hiperemica, a secreção bronquica está aumentada e observa-se edema de mucosa em virtude do processo inflamatório. •Bronquite purulenta: geralmente ocorre decorrente a um agravamento de processo catarral, é diretamente relacionada com a patogenicidade do agente etiológico, macroscopicamente tem-se o exsudato purulento (amarelado), constituidas por celulas polimorfonucleadas, e descamações celulares. •Bronquite ulcerativa: são vistas erosões e ulcerações em virtude da destruição epitelial. •Bonquite pseudomembranosa: ocorre a deposição de fibrina fixando-se em alguns pontos membranosos, envolvendo frequentemente a laringe e a traquéia, devido a infecções causadas por vírus e bactérias, são observados principalmente na febre catarral maligna dos bovinos. •Bronquite necrosante: ocorre pós obstrução bronquica ou inalação de substancias ou corpos estranhos, macroscopicamente temos uma lesão de esverdeada a marrom, odor fétido e microscopicamente vemos areas necrosadas com bacterias juntamente com restos celulares Lobulação ou fissura pulmonar: Processo compatível com a vida, acometendo o lobo apical. pulmão acessório: tem a presença de um numero maior de lobos em relação ao normal das especies em questão, muitas vezes é confundido com o processo anterior, Agenesia pulmonar:. Pode ser total ou de um só lobo, evidentemente dependendo da extensão do processo, é incompatível com a vida. Displasia alveolar congenita em cães: O orgão tem aparencia normal porem com aspecto de pulmão fetal. Atelectasia: É a dilatação imperfeita dos alvéolos podendo ser por via congênita, ou via adquirida, na congênita o pulmão vai se apresentar com a coloração vermelha azulado e pequeno, consistência firme, congestão dos capilares e a dilatação parcial dos alveolos contendo liquido claro, tambem denominada como atelectasia neonatal difusa. Já a adquirida pode ser classificada como compressiva ou obstrutiva, onde a compressiva é um processo benigno por não impedir a drenagem bronquica e cessada a causa da compressão, esse pulmão volta ao normal. Ao passo que a obstrutiva é causada por obstrução completa do bronquio e geralmente causada por corpos estranhos. Efisema: É um processo caracterizado por um aumento acima do normal no tamanho dos espaços aéreos distais aos bronquiolos terminais, ou pela dilatação de suas paredes, podendo ser alveolar quando aparece em certas zonas do pulmão, ocorrendo deformações na superficie devido a projeção do ar além do alvéolo, as regiçoes afetadas são pálidas, quase brancas, secas, e microscopicamente os alveolos aparecem maiores, rompidos e interligados, existindo um grau de congestão capilar associado. Calcificação: É frequente em animais que vivem em terras ricas em calcário, ou que recebem tratamento prolongado por vitamina D e cálcio, esse processo também é ocasionado em bovinos pela ingestão de determinadas plantas tóxicas. O pulmão se apresenta aumentado de volume, coloração branca e ao corte tem o ranger da faca, o aspecto da superfície é porosa como a pedra pome, daí o processo ser conhecido tambem como pulmão em pedra pome, microscopicamente temos o deposito de calcio em nivel alveolar. Penumonia fibrinosa: Via de regra é difusão aerógena, porém em casos septicêmicos por salmonella seja decorrente da via hematógena. A pneumonia fibrinosa difere da broncopneumonia pois somente os alvéolos e o parênquima pulmonar são comprometidos na infecção. Fase 1- congestão ou congestivo-edematosa onde temos a hiperemia ativa, congestão e edema, capilares repletos de sangue e alvéolos pulmonares contem liquido seroso, róseo e homogêneo. Fase 2- hepatização vermelha onde o pulmão apresenta zonas de consolidação ou hepatização, possuindo o mesmo grau de firmeza do fígado, e quando em fragmento pulmonar em meio liquido, o mesmo não flutua. Fase 3- hepatização cinza apresentando-se mais claro e firme, consolidado. A hiperemia é menos intensa, as hemácias desaparecem do conteúdo alveolar sendo substituida por leucócitos e fibrina. Fase 4- resolução ou lise quando os agentes agressores são dominados ou destruidos, a hiperemia desaparece e as celulas inflamatórias e fibrina são eliminadas rapidamente para meio externo através da tosse ou para meio interno por vasos sanguíneos e linfáticos. Pneumonia intersticial: Processo inflamatório de septo alveolar que microscopicamente se apresenta com engrossamento de septos, edema intersticial, infiltrado leucocitário e proliferação de tecido conjuntivo, processo ocasionado frequentemente por agentes virais embora secundariamente se instalam agentes bacterianos. Pneumonia embólica: Caracterizada por inumeros focos pneumônicos que se alastram nos lobos pulmonares, o maior numero de focos se encontra proximo á superficie pleural. A localização subpleural é decorrente da area conter grande numero de pequenas artérias e arteríolas em que um êmbolo possa se alojar, esses êmbolos frequentemente produzem abcessos individualizados ate mesmo granulomatosos, ao invés de uma hepatização. Microscopicamente essa pneumonia se difere da broncopneumonia em que os focos se alastram a partir dos vasos sanguíneos e não dos bronquios. Pneumonia gangrenosa Praticamente é sinônimo de pnemoniapor aspiração, penumonia de corpo estranho, pneumonia por medicação, pneumonia por lipídeos e outras denominações, não é um processo independente e sim uma complicação de outras enfermidades pulmonares onde ocorre necrose de tecido. Nos bovinos podem ser divididos a penetração de corpo estranho a partir do retículo, porém, na maioria dos casos se deve a inalação de corpos estranhos, nesta situação a resposta pulmonar vai depender dos seguintes fatores: características do corpo estranho, bactérias a ele associados e distribuição pelo pulmão. A gangrena da área envolvida é o desfecho habitual, precedida por uma inflamação muito intensa, o tecido necrosado tem o odor característico e a cor varia de verde amarelado ao verde escuro, produzindo cavidades irregulares e podendo produzir empiemas. Pneumonia hipostática: A natureza porosa do tecido pulmonar é especialmente susceptível a uma congestão hipostática, em decorrência do que haverá probabilidade de surgimento de um edema na área comprometida, o tecido desvitalizado por esses distúrbios circulatórios pode ser contaminado por patogenos provenientes do Trato Respiratório Superior, que em condições normais, seriam prontamente destruídos em um pulmão sadio. Comumente ocorre em pacientes que permanecem por longos períodos em decúbito. NEOPLASIAS> Carcinoma bronquiolar: Oriundo do epitélio brônquico a difusão pode ser decorrente de crescimento direto ou por implantação das células neoplásicas, geralmente apresentam sob forma única de grande tamanho ou múltiplos. É menos frequente e pode dar origem a um ou mais focos, sua origem é devido a metaplasias e anaplasias do epitélio de grandes brônquios, podendo ser classificados como carcinomas de celulas escamosas epidermoide, adenocarcinomas ou carcinomas anaplásico. Metastases ocorrem decorrente a circulação linfática e sanguínea e são bastante frequentes à instalação de metastases pulmonares, principalmente em relação a tumores de mamas, tireóide, linfomas, hemangiossarcomas, osteossarcomas e melanomas. Dúvidas: Em caso de dúvidas podem estar me encaminhando email: Gimenes.igor.vet@outlook.com mailto:Gimenes.igor.vet@outlook.com O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com o Professor Igor Eduardo Gimenes Igor Eduardo Gimenes @EquipeMySete @JessicaJulioti Patologias dos Animais Domésticos Básico @gimenesigor Patologias Do Sistema renal: Aplasia renal: A agenesia renal corresponde à ausência congénita de um rim (agenesia unilateral) ou dos dois rins (agenesia bilateral). A ausência de um rim um defeito congénito bastante frequente, com uma incidência aproximada de 1 /1000 nascimentos. De qualquer forma, na maioria dos casos, as repercussões são escassas ou praticamente com uma incidência de 1 /5000 nascimentos, as suas consequências são muito graves. De facto, esta insuficiência provoca graves problemas, logo durante a gestação, pois a ausência de urina provoca a escassa produção de líquido amniótico, no qual o feto flutua no interior da mãe. Além disso, tende a associar-se a outras malformações como, por exemplo, no aspecto do feto, que se assemelha a um "duende", mas espenulas, pois se o rim existente for normal, este pode assumir as funções do ausente, o que em alguns casos pode provocar a sua hipertrofia (dilatação). Todavia, ocasionalmente, este problema pode associar-se a outras malformações orgânicas de diferente natureza. No entanto, caso o outro rim seja saudável, normalmente não se produz qualquer manifestação e o defeito apenas costuma ser diagnosticado casualmente. Embora a agenesia renal bilateral seja uma anomalia menos frequente, cialmente a defeitos no desenvolvimento pulmonar. A situação é incompatível com a vida, de forma que costuma provocar a morte antes do nascimento ou pouco tempo depois Hipoplasia renal: Esta malformação, caracterizada pelo fraco desenvolvimento de um ou ambos os rins, pode ser de vários tipos e ter várias consequências.É o fraco desenvolvimento de um ou ambos os rins, embora sejam normais. Em caso de hipoplasia unilateral, apesar de por vezes não se manifestarem quaisquer sintomas, noutros casos podem surgir dores na zona lombar ou complicações – infecções, cálculos ou hipertensão arterial. Caso se manifestem estes problemas, e se o outro rim for normal, deve-se proceder à extracção do rim hipoplásico. Se a hipoplasia for bilateral, costuma provocar insuficiência renal que compromete a vida poucos dias após o nascimento ou na primeira infância. Cistos renais: Cistos renais são dilatações de certas partes do néfron, que é a unidade funcional do rim. O néfron é constituído pelo glomérulo e pelos túbulos renais que levam a urina até a pelve renal. Na maioria das vezes, os cistos são bolsas de paredes finas e bem definidas e são cheios de um líquido semelhante ao plasma ou por algum material sólido. Os cistos renais podem ser simples, preenchidos por líquido (a maioria: cerca de 70%) ou complexo, preenchido também por algum material sólido. Em certos casos há áreas de fibrose e contornos irregulares. Essas alterações podem acometer apenas um dos rins ou ambos os rins e habitualmente são poucos e de tamanhos diminutos. Ectopia renal Ectopia renal (localização renal anormal) geralmente ocorre quando um rim não consegue ascender da sua origem na pelve verdadeira; uma exceção rara ocorre com um rim que ascende superiormente (para o tórax). A ectopia pélvica aumenta a incidência de obstrução na junção ureteropélvica, RVU e displasia renal multicística. Obstrução e refluxo grave podem ser corrigidos cirurgicamente quando houver indicação (se causar hipertensão, infecções recorrentes ou retardo de crescimento renal). https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/anomalias-renais-e-geniturin%C3%A1rias-cong%C3%AAnitas/refluxo-vesicoureteral-rvu Lesões glomerulares nada mais são do que a inflamação glomerular, e corresponde ao tipo de glomerulopatia mais comum em cães e gatos, a caracteristica principal desta doença está na proteinúria sendo também considerada uma das principais causas de insuficiência renal crônica. As doenças glomerulares são importantes porque interferem no fluxo sanguíneo glomerular, bem como diminuem a formação de ultrafiltrado e dificultam a perfusão peritubular, podendo levar a perda de todo o néfron. Além disso, a permeabilidade pode ser alterada levando a casos de proteinúria. A lesão glomerular é causada principalmente por mecanismos imunológicos através da presença de imunocomplexos no mesângio ou na parede capilar glomerular. Antigenos de diversas fontes, composição química e reatividade biológica participam na produção da doença glomerular. A patogenia mais comum de lesão glomerular identificada é a deposição de complexos imunes. O glomérulo pode ser lesado no curso de um grande numero de doenças sistêmicas, imunológicas como o lúpus eritematoso sistêmico ou condições hereditárias, que são chamadas de doenças glomerulares secundárias, afim de diferenciá-las daquelas em que o rim é o único o o orgão predominantemente envolvido. Alguns autores descrevem suas formas de lesões associadas a imunocomplexos. Na primeira delas os anticorpos reagiriam de forma in situ no glomérulo, tanto com antígenos intrínsecos a algum dos componentes do glomérulo, como com os antígenos exógenos infectando algum dos componentes glomerulares. A segunda forma de lesão é resultante da deposição no glomérulo de complexos solúveis de antígenos anticorpos circulantes. Este ocorre quando tem um numero igual de moléculas de antígeno e anticorpos ou quando tem excesso de antígenos. Anticorpos podem reagir in situ com antígenos não glomerulares que estejam presentes numa das estruturas glomerulares. Esses antígenos podem ser moléculas cationicas que se ligam aos capilares glomerulares em locais aniônicos (produtos bacterianos como endostreptosina, uma proteína do grupo A estreptocóica e proteínasem grandes agregados. Na glomérulonefrite por complexos imunes circulantes a lesão glomerular é causada pelo aprisionamento no tubo glomerular no tufo glomerular de complexos antigeno-anticorpos circulantes. Os antígenos podem ser de origem endógena como em casos de glomerulonefrite associadas a doenças auto-imunes, ou exógena, como ocorre em certas infecções. Geralmente o antígeno que iniciou a reação não é reconhecido. Qualquer que seja o antígeno, ou complexos antígeno-anticorpos que serão formados na circulação e presos no glomérulo onde produzem lesão em grande parte pela ativação de sistema complemento. Glomerulonefrite membranosa: Nefropatia membranosa ou glomerulonefrite membranosa (GNM) é uma doença renal caracterizada pela inflamação e espessamento lento e gradual da membrana basal dos capilares sanguíneos dos glomerulos renais. Ocorre uma significativa perda de proteínas (síndrome nefrótica), mas a função renal segue saudável. É mais comum em pacientes do sexo masculino e entre os 30 e 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária. Na maior parte das glomerulonefrites membranosa existe evidência de autoimunidade contra receptores próprios ou contra proteínas bovinas no sangue (anticorpos anti-albumina bovina catiônica sérica), absorvidos após consumo de leite ou carne bovinos.[1] Outras possíveis causas para essa reação autoimune envolvem. Há um espessamento e duplicação de membrana basal, com perda dos processos podais das células epiteliais (podócitos). Essa membrana vai se tornando irregularmente espessada, o que pode ser observado com facilidade na microscopia óptica, macroscopicamente o rim está aumentado e pálido e nos estágios terminais apresenta-se contraído em cicatrizes fibrosas. Glomerulonefrite proliferativa aguda: As glomerulonefrites agudas constituem um grupo de doenças caracterizadas clinicamente pelo início abrupto de edema, hipertensão, hematúria e proteinúria. Histologicamente, caracterizam-se por uma reação inflamatória intraglomerular e proliferação celular, podendo levar à disfunção renal em graus variáveis. Um intenso comprometimento de função renal que evolui num período de dias a semanas caracteriza a glomerulonefrite rapidamente progressiva. Glomerulonefrites agudas de etiologias diferentes podem evoluir com perda crônica e progressiva da função renal, condição denominada glomerulonefrite crônica. O diagnóstico preciso e precoce é de extrema importância, uma vez que o tratamento e o prognóstico dependem fundamentalmente da etiologia envolvida. É a mais comum das glomerulonefrites, macroscopicamente o rim está aumentado de tamanho, pálido com petéquias na região cortical, em microscopia temos hipercelularidade e ausência de hemácias no tufo glomerular. Glomerulonefrite membrano-proliferativa: Combinação de lesões já descritas, incluindo um aumento marcante nas células mesangiais, espessamento da membrana basal. Glomerulonefrite cronica:. Correspondendo ao estagio terminal das demais formas de glomerulonefrite, normalmente causa uremia terminal nos animais, e microscopicamente os glomérulos podem se apresentar hipercelular com a luz capilar ocluída com presença de crescentes celulas na capsula de bowman, nos estágios mais avançados esse glomérulo é substituido por tecido conjuntivo hialino (esclerose glomerular) Alterações metabólicas: Amiloidose renal: Os rins são os órgãos mais comumente envolvidos na Amiloidose AL e AA. A principal manifestação renal é a albuminúria, que muitas vezes progride para síndrome nefrótica, que é típica, mas a disfunção renal pode permanecer assintomática até que esteja muito avançada, com cerca de um terço dos pacientes evoluindo com síndrome nefrótica. A proteinúria ou disfunção renal é uma característica da Amiloidose AA, e apresentação clínica, sem o envolvimento renal, está se tornando rara. nefrose: A necrose tubular aguda é caracterizada por lesão renal decorrente de lesão tubular aguda e disfunção. As causas comuns são hipotensão ou sepse que provoca hipoperfusão renal e fármacos nefrotóxicos. A condição é assintomática, a menos que origine falência renal. Suspeita-se do diagnóstico quando ocorre uremia após um quadro de hipotensão, sepse grave, ou exposição a fármacos, diferenciando-se da uremia pré-renal por exames químicos de sangue e urina e por resposta à expansão de volume. O tratamento é de suporte. Necrose tubular aguda costuma ser assintomática, mas pode causar sinais ou sintomas de lesão renal aguda, no início tipicamente oligúria, se a NTA é grave. Mas o débito urinário pode não ser reduzido se a NTA for menos grave (p. ex., comum na NTA induzida por aminoglicosídeos). Melanose multicentrica em frangos de corte Nefrite: A nefrite túbulo-intersticial frequentemente provoca insuficiência renal (perda da maior parte da função renal). Pode ser causada por várias doenças, medicamentos, toxinas ou radiação que lesionam os rins. Lesões nos túbulos resultam em mudanças na quantidade de eletrólitos (por exemplo, sódio e potássio) no sangue ou em problemas com a capacidade dos rins de concentrar a urina, que fica muito diluída. A dificuldade em concentrar a urina causa o aumento no volume diário de urina (poliúria) e a dificuldade em manter um equilíbrio adequado de água e eletrólitos no sangue. A causa mais frequente da nefrite túbulo-intersticial aguda é uma reação alérgica a um medicamento. Os antibióticos, como a penicilina e as sulfonamidas, os diuréticos e os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), entre eles a aspirina, podem provocar uma reação alérgica. O intervalo decorrido entre a exposição ao agente que causou a reação e o desenvolvimento da nefrite túbulo-intersticial aguda varia entre três dias e cinco semanas. Os medicamentos também podem causar nefrite túbulo-intersticial através de mecanismos não alérgicos. Por exemplo, os AINEs podem lesionar diretamente os rins, levando até dezoito meses para causar a nefrite túbulo-intersticial crônica. A infecção dos rins (pielonefrite) também pode causar nefrite túbulo-intersticial aguda ou crônica. A insuficiência renal é improvável, a menos que a inflamação cause um bloqueio nas vias urinárias ou a pielonefrite ocorra em ambos os rins. A nefrite túbulo-intersticial pode ser causada por doenças imunológicas que afetam primariamente os rins como, por exemplo, nefrite intersticial associada a anticorpo contra a membrana basal tubular (anti-TBM). https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio-itus/infec%C3%A7%C3%A3o-renal Nefrite túbulo-intersticial aguda Quando a nefrite túbulo-intersticial aparece de súbito, o volume de urina produzido pode ser normal ou inferior ao normal. Algumas vezes, a quantidade de urina produzida é excessiva e as pessoas urinam com maior frequência e acordam durante a noite para urinar (noctúria). Se a causa for pielonefrite, os sintomas podem incluir febre, micção dolorosa e dor na parte inferior das costas ou no flanco. Se a causa for uma reação alérgica, os sintomas podem ser febre e erupção cutânea. Nefrite túbulo-intersticial crônica Quando a nefrite túbulo-intersticial evolui de forma gradual, os primeiros sintomas que aparecem são os de uma insuficiência renal, como coceira, fadiga, diminuição do apetite, náuseas, vômitos e dificuldade respiratória. Nas primeiras fases da doença, a pressão arterial é normal ou levemente acima do normal. A quantidade de urina produzida pode ser maior do que a normal Nefrite embólico-purulenta numa cadela de Raça Indeterminada, de 5 anos de idade. Os rins surgem muito congestionados, apresentando múltiplas lesões focais, ligeiramente proeminentes, dispersas por todo o parênquima renal, visíveis sob a cápsula. À microscopia, identificaram-se numerosos focos de infiltração do parênquima por células inflamatórias, sendo patentes grave necrose tubular e múltiplos agregados bacterianos. A falência renal secundáriaa estas lesões, em combinação com as graves lesões hepáticas que este animal também apresentava, resultaram numa síndrome hemorrágica responsável pela morte desta cadela. Hidronefrose: A hidronefrose é a dilatação do rim que acontece quando a urina não consegue passar até à bexiga e por isso se acumula dentro do rim. Quando isso acontece, o rim não consegue funcionar normalmente e, assim, sua função vai diminuindo, podendo existir risco de desenvolver uma insuficiência renal. Geralmente, a hidronefrose surge como complicação de outra doença, como pedra nos rins ou tumor nas vias urinárias, sendo recomendado consultar o nefrologista ou o clínico geral para identificar a causa do problema e iniciar o tratamento adequado, de forma a evitar sequelas mais graves. Na maioria dos casos, a hidronefrose afeta apenas um dos rins, mas também é possível sofrer de hidronefrose bilateral, na qual os sintomas podem surgir mais rapidamente e ser mais intensos, já que ambos os rins estão afetados. A hidronefrose geralmente surge quando existe um bloqueio nos ureteres, que são os canais que levam a urina desde o rim até à bexiga, impedindo a passagem da urina. Algumas situações que podem causar esse bloqueio são pedra nos rins, tumores na vias urinárias ou aumento da próstata nos homens, por exemplo. Além disso, a hidronefrose também é muito frequente durante a gravidez, pois o crescimento do feto dentro do útero pode acabar pressionando as vias urinárias e impedindo a passagem da urina, que passa a se acumular no interior do rim Dioctophyma renale: O Dioctophyma renale é um nematoide, parasita animais domésticos e silvestres que causa a dioctofimose, designada como uma zoonose. Houve relatos raros da presença desse helminto em pele e rins de humanos. Tem maior incidência no Brasil, em cães não domiciliados e de hábitos alimentares pouco seletivos, mas há registros de casos de infecção no país em felinos e em espécies como cachorro do mato, lobo guará, quati e furão. O ciclo evolutivo é complexo e não totalmente elucidado, as infecções são normalmente assintomáticas e diagnosticadas por identificação de ovos em exames parasitológicos de urina e vermes por ocasião de cirurgias, necropsias, eliminações e algumas vezes após identificação por imagem. O tratamento mais eficaz é a remoção cirúrgica do parasito e a retirada do rim afetado, mesmo que a infecção ainda seja rara em algumas regiões, em outras ela ocorre em um crescente número, o que demonstra importância da realização de estudos, uma vez que, os dados da epidemiologia, ciclo biológico e diagnóstico do parasito ainda não apresenta registros claros, sendo em muitas ocasiões achados acidentalmente nas biópsias e cirurgias. Urolitíase: A urolitíase é uma desordem do trato urinário e ocorre devido a formação de cristais e ou cálculos que se agregam de forma sólida, sendo denominados como urólitos e/ou cálculos urinários. Normalmente a maior concentração destes cálculos se encontram na bexiga, porém, uma menor quantidade também pode ser encontrada nos rins e ou nos cálices renais. Esta desordem pode acometer todos os animais, porém, recentemente tem sido notificado uma maior ocorrência em animais de companhia de pequeno porte. Pode ocorrer em ambos os sexos, mais a incidência é maior em algumas raças como Pequinês, Shih Tzu, Bichon Frisé, Yorkshire Terrier, Schnauzer miniatura e Lhasa Apso. Pode também acometer gatos, normalmente ocorre em animais que estão na faixa etária entre 4 a 10 anos de idade e que possuem até 12 quilos. Portanto, devemos estar sempre atentos a quaisquer alterações que possam estar envolvidas no sistema urinário destes animais e no aparecimento de alterações clínicas que estejam relacionados a alterações urinária Hematúria enzoótica: A ingestão acidental de samambaia causa nos bovinos, três formas de manifestação clínica: Síndrome Hemorrágica Aguda (SHA), Hematúria Enzoótica Bovina (HEB) e carcinomas do sistema digestório superior . A SHA é típica nas intoxicações agudas. Nestes casos, ocorre supressão da atividade hematopoiética da medula óssea, levando a anemia normocítica normocrômica, leucopenia e trombocitopenia, além do aumento da fragilidade capilar e do tempo de coagulação. Os achados de necrópsia comumente encontrados incluem lesões hemorrágicas em diversos órgãos e tecidos, de diversas formas e intensidades, hemopericárdio, infartos renais hemorrágicos e necrose da medula óssea. Dúvidas: Em caso de dúvidas podem estar me encaminhando email: Gimenes.igor.vet@outlook.com mailto:Gimenes.igor.vet@outlook.com O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com o Professor Igor Eduardo Gimenes Igor Eduardo Gimenes @EquipeMySete @JessicaJulioti Patologias dos Animais Domésticos Básico @gimenesigor 1.Patologias Do Sistema digestório: Fendas faciais Os lábios superiores são formados pela fusão das proeminências maxilares laterais com o processo nasal durante o desenvolvimento embrionário, sendo que falhas nessas associações podem resultar em lábio leporino. A etiologia complexa dessa anomalia oral, rara em pequenos animais, envolve fatores genéticos e ambientais. Apesar da alteração estética labial evidente, o lábio leporino não causa sinais clínicos funcionais nos animais e o tratamento é cosmético. O lábio leporino é uma malformação congênita da face, causando abertura deformante nos lábios superiores do animal. Apresenta-se de forma isolada ou associada a anomalias do palato secundário (HOSKINS, 2001; RIBEIRO; MOREIRA, 2005). Esse comprometimento oral constitui uma condição multifatorial, na qual a suscetibilidade genética é influenciada por fatores ambientais, os quais estão presentes ao longo do desenvolvimento embrionário e interagem entre si, tornando difícil a avaliação exata do papel de cada um (WIGGS; LOBPRISE, 1997; DUTRA, 2008). Em animais, o lábio leporino é raro e apresenta baixa letalidade. Não causa alterações funcionais relevantes, diferentemente do que ocorre em humanos, onde se observa além do distúrbio estético, o emocional, social e alimentar (RIBEIRO; MOREIRA, 2005; PETERSON; KUTZLER, 2011). Anomalias de crescimento mandibular: As alterações no crescimento das bases ósseas mandibulares e maxilares podem acarretar em mal posicionamento dentário e possivelmente a restrições e até mesmo perda da função mastigatória. As cabeças dos cães apresentam morfologias distintas devido a grande diferença existente entre as raças. O prognatismo é considerado como uma anomalia do desenvolvimento, caracterizada por um “excesso antero-posterior” no crescimento da mandíbula, o que determina um tipo de má-oclusão, ou seja, há uma proeminência dos dentes em relação ao plano da face. Acredita-se que essas alterações podem estar relacionadas a fatores genéticos, hereditários, ou até por intervenção do homem, pois a grande atividade de seleção de raças caninas tem contribuído bastante para o aparecimento de má-oclusões, tendo aumentado com o passar dos anos a sua frequência e severidade. O prognatismo pode ser considerado normal para algumas raças de cães braquicefálicas, como os boxers e buldogues, isto é demonstrado pela ausência de rotação de dentes ou espaços interdentais anormais na mandíbula. Já em raças mesocefálicas e dolicocefálicas é considerado anormal. Cistos odontogênicos: Cisto de desenvolvimento que apresenta características clínicas e histológicas distintas dos demais cistos odontogênicos. Cavidade revestida por epitélio estratificado pavimentoso paraceratinizado geralmente com cinco a oito camadas de células de espessura. A superfície do epitélio mostra-se corrugada com células achatadas. Por vezes, lâminas de ceratina podem estar sendo destacadas para o interior da cavidade. A camada basal epitelial é composta por células dispostas em paliçada, na maior parte da lâmina de aspecto colunar com núcleos hipercromáticos. A interface entre o epitélioe o tecido conjuntivo é plana. A cápsula fibrosa é delgada com alguns focos de hemorragia. Fraca adesão entre epitélio e conjuntivo (epitélio descola do tecido conjuntivo) . Tartaro: Assim como ocorre conosco, o tártaro nos cachorros nada mais é que a formação de uma placa bacteriana decorrente do acúmulo de restos de comida. A diferença é que, enquanto nós escovamos nossos dentes diariamente, muitas vezes não fazemos o mesmo com os pets. Com isso, nossos amigos acabam ficando mais sujeitos ao problema. Não importa se estamos falando dos pets ou de pessoas. Muita gente ainda acredita que cuidar dos dentes é uma questão puramente estética, o que está longe de ser verdade. No caso dos cachorros, o excesso de bactérias na boca pode levar à doença periodontal e à gengivite, causando dor e dificuldade de mastigação. Ainda mais grave é quando essas bactérias migram para outras partes do corpo. Elas podem migrar para o coração, levando à endocardite, e também podem causar alterações renais, hepáticas e pulmonares Estomatite vesicular: A estomatite vesicular (EV) é uma doença de notificação obrigatória segundo o código zoosanitário internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), por ter disseminação mundial, morbidade significativa e potencial zoonótico. É economicamente importante devido às restrições ao comércio nacional e internacional de animais e produtos pecuários, quarentenas e queda na produtividade dos animais acometidos. É uma doença infecciosa, causada por um vírus da família Rhabdoviridae, que afeta animais biungulados e ungulados, ou seja, equinos, bovinos, suínos, e há evidências sorológicas de exposição viral em alguns mamíferos silvestres, como cervos, porco selvagem, morcegos, alguns roedores, porco-espinho e várias espécies de primatas, incluindo o homem. A estomatite vesicular é endêmica em algumas regiões do Brasil e sua transmissão não está completamente esclarecida. Os animais infectados eliminam vírus por meio de secreções e excreções, como a saliva, líquido vesicular e contaminam os animais suscetíveis em contato com pele e mucosas que apresentem lesões. O cocho, utensílios e as pessoas que lidam com os animais podem se tornar veículos da doença, assim como os insetos. Há indícios de que animais silvestres atuem como reservatórios naturais. Actinobacilose bovina: A actinobacilose, também conhecida como “língua de pau” ou “língua de madeira”, é uma doença infecciosa, não contagiosa, crônica e granulomatosa que acomete os tecidos moles de bovinos, resultando no aparecimento de piogranulomas com presença de drusas no seu interior. e é uma enfermidade caracterizada por produzir inflamação piogranulomatosa crônica nos tecidos moles e cadeia linfática da cabeça e pescoço. Ocorre mundialmente de forma esporádica, com maior frequência em bovinos, embora também possa acometer ovinos, suínos, equinos e caprinos. O agente etiológico é Actinobacillus lignieresii, um cocobacilo Gram negativos da família Pasteurellacea que, habita as superfícies das mucosas oral e gástrica. A infecção ocorre por meio de soluções de continuidade na cavidade oral ou na pele provocado por alimentos duros ou grosseiros, podendo acometer diversos órgãos de forma sistêmica ou isolada. O tratamento baseia nas aplicações de iodetos em várias doses no caso de iodeto de potássio, ou em dose única quando utiliza iodeto de sódio, além de terapia com antibióticos de largo espectro. Esse trabalho teve como objetivo uma atualização sobre o tema actinobacilose bovina desde sua etiologia, epidemiologia, patogenia, manifestações clínicas, diagnósticos, tratamento, prognóstico, controle e prevenção. Ameloblastoma: Ameloblastoma intra-ósseo multicístico ou sólido convencional (as lesões são, em geral, localizadas na mandíbula, principalmente na região de molares) Ameloblastoma unicístico (a maioria é observada na mandíbula, principalmente na região posterior e associada à coroa de um dente incluso) Ameloblastoma periférico (tipo incomum, compondo cerca de 1% dos ameloblastomas) Épullis: Os epúlides (também conhecidos por épulis) são neoplasias benignas originadas do estroma do ligamento periodontal e embora raras em felinos, são extremamente comuns em cães (abrangendo 60% dos casos). As raças mais predispostas a apresentarem os epúlides são o Weimaraner, Pointer, Chow Chow, Boxer, Poodle, Golden Retriever e Cocker Spaniel, sendo os machos mais afetados que as fêmeas. Apesar de ser descrito como comum em animais de idade média a avançada, não é raro o comprometimento em jovens. Os epúlides são classificados em quatro formas distintas, entre elas o acantomatoso, fibromatoso, ossificante e de células gigantes, sendo o primeiro mais agressivo localmente e característico devido à alta frequência em cães. A terminologia “acantomatoso” é a mais utilizada na literatura, tendo como sinonímias adamantinoma, ameloblastoma periférico ou acantomatoso e carcinoma de células basais. A etiologia desse tipo neoplásico ainda está pouco esclarecida, mas se apresenta como proliferações gengivais firmes e vesiculares, únicas ou múltiplas, coloração avermelhada, indolores, circulares, densas, róseas, muitas vezes ulceradas e de crescimento lento, que se forma junto ao colo dentário, devendo ser diferenciadas histologicamente de hiperplasia gengival Torção gástrica: Também conhecida como vólvulo gástrico ou dilatação vólvulo gástrico (DVG), a torção gástrica é uma doença onde há uma dilatação excessiva e torção do estômago. Essa dilatação se deve a presença de gases, fluidos e/ou alimentos em excesso, onde a aerofagia e a fermentação do conteúdo alimentar contribuem para formação e acúmulo de gases. É uma patologia de origem ainda desconhecida. Os cães de porte grande ou gigante tem maior predisposição de ter DVG, ocorrendo raramente em cães pequenos ou gatos. Acredita-se que os riscos aumentam quando o animal come apenas uma vez ao dia, ingerindo uma grande quantidade de alimento muito rapidamente. Animais abaixo do peso, com idade avançada e com dieta com alimentos secos e gordurosos também são mais propensos. Sabe-se que envolve motilidade gástrica anormal e parece estar relacionada com a conformação torácica, por exemplo, de cães com tórax mais profundos em relação à largura e ainda uma predisposição hereditária. Esta condição pode levar à síndrome dilatação vólvulo gástrico, uma série de manifestações sistêmicas e metabólicas secundárias ao DVG. Com grande índice de mortalidade, observam-se alterações severas na fisiologia renal, gastrointestinal, respiratória e cardiovascular, como hipovolemia, endotoxemia, choque e coagulação intravascular disseminada Gastrites: A gastrite aguda é a inflamação da mucosa gástrica, que ocorre em resposta a uma agressão. Normalmente é relacionada à intolerâncias e problemas alimentares, ingestão de corpos estranhos e uso de antibióticos e anti-inflamatórios. Por isso, devemos cuidar da alimentação e medicar os animais apenas sob orientação do médico veterinário. Os cães são mais acometidos pela gastrite do que os gatos, devido a seus hábitos alimentares. O sinal clínico mais comum é o vômito, que pode estar acompanhado ou não da presença de pequena quantidade de sangue. Os animais diminuem a ingestão de alimentos e podem manifestar mal-estar, sendo raras manifestações de febre e dor abdominal. A gastrite crônica é classificada por outros fatores como área da mucosa gástrica acometida, gravidade da inflamação e espessura da mucosa. Nesses casos de gastrite, é difícil definirmos a causa. Imagina-se estar relacionada a hipersensibilidades alimentares e/ou migração de alguns parasitas (Ancylostoma caninum, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Toxocara canis). A bactéria do gênero Helicobacter sp. também é estudada como causa de gastrite crônica. É encontrada no estômago dos animais domésticos, assim como no de humanos, sendo a espécie H. pylori relacionada a gastrite, úlcerapéptica, dentre outros problemas. Gastrite catarral em cão Draschia megastoma Morfologia: Cavidade bucal formato de funil, contrição cefálica, ovos longos. Os machos possuem espiculo maior, com dobro de tamanho, gubernaculo, cauda com ornamentações em forma de escama. Já as fêmeas possuem a cauda cônica. HD: Equino. HI: Musca domestica. Localização: estomago. Ciclo biológico: No HD, a fêmea faz a ovipostura, liberando as L1 nas fezes. O HI faz ingestão das L1, qual passa pelo tubo digestivo, perfura mucosa intestinal e atinge tubos de Malpighi, transformando em L2. Migram para a tromba já em forma de L3. Fazem contato com a mucosa do HD ou lesões cutâneas e os infectam. Embora causem patogenia, mesmo em lesões cutâneas, somente as que atingirem o estomago estará apta a evoluir e originar adultos. Patogenia: formação de nódulos fibrosos, conjuntivite, bronquite. Diagnóstico: Sinais clínicos, exame de fezes, necropsia, biopsia. Controle: Controle de HI, remoção de estrume. Gasterophilus equi: O gênero Gasterophilus foi descrito pela primeira vez no Brasil por Ihering (1930), desde então o parasito tem sido descrito em vários estados brasileiros (GUIMARÃES,1999). Das oito espécies de Gasterophilus conhecidas, apenas uma é considerada como aclimatada no Brasil, sendo ela o Gasterophilus nasalis, que é também a espécie mais comum em regiões neotropicais (SEQUEIRA, 2001). Estas moscas são robustas com 1 a 2 cm de comprimento, com tórax de coloração castanho escuro com reflexos dourados na face dorsal. As asas são pequenas, claras e transparentes. As patas castanhas com fêmures pretos. O abdome é castanho anteriormente, preto na região mediana e preto com pilosidades amarelas na extremidade posterior (RODRIGUES et al. 2007). A forma larval é cilíndrica, medem 16 a 20 mm de comprimento e possuem espiráculos posteriores. Localizam-se no estômago de eqüinos e são eliminadas com as fezes (RODRIGUES et al. 2007). Timpanismo: O timpanismo é um distúrbio metabólico de animais ruminantes, que está associado a fatores que impedem que o animal elimine gases produzidos durante a fermentação ruminal. É caracterizada pela distensão acentuada do rúmen e retículo, que acarreta um quadro de dificuldade respiratória e circulatória, com asfixia e morte do animal. Este pode ser classificado em primário e secundário. No timpanismo primário ocorrem alterações na quantidade e qualidade da saliva produzida, podem também influenciar na formação de bolhas e no desenvolvimento do timpanismo. Já o timpanismo secundário é a distensão do rúmen por excesso de gás livre no topo do conteúdo ruminal, esse distúrbio ocorre quando há dificuldade física à eructação. O tratamento depende das circunstâncias em que ocorre o timpanismo, se espumoso ou de gás livre, e se há ou não risco de vida. Bezoares: Um bezoar é uma espécie de massa ou concreção, encontrada no sistema gastrointestinal, usualmente no estômago, principalmente dos ruminantes, mas que ocorre também entre outros animais. Fitobezoares podem ocorrer em pacientes adultos como uma complicação pós-operatória depois de bypass gástrico ou gastrectomia parcial, especialmente quando acompanhada de vagotomia. Tricobezoares mais comumente ocorrem em gatos com hábito de fazer a limpeza de seus pêlos formando as bolas de pêlos, já na espécie humana comum em mulheres jovens com distúrbios psiquiátrico que mastigam e engolem o próprio cabelo. O retardo no esvaziamento gástrico decorrente de diabetes mellitus, doença mista do tecido conjuntivo ou outra doença sistêmica aumenta o risco de formação de bezoares gástricos. Outros fatos predisponentes incluem hipocloridria, diminuição da motilidade antral e mastigação incompleta; esses fatores ocorrem com mais frequência em idosos, que assim estão em maior risco de formação de bezoares. Dúvidas: Em caso de dúvidas podem estar me encaminhando email: Gimenes.igor.vet@outlook.com mailto:Gimenes.igor.vet@outlook.com O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com o Professor Igor Eduardo Gimenes H T T P : / / D X . D O I . O R G / 1 0 . 2 2 2 5 6 / P U B V E T . V 1 1 N 6 . 5 7 5 - 5 8 0 PUBVET v.11, n.6, p.775-580, Jun., 2017 Actinobacilose bovina: Revisão Yanne Aciole da Silva1, Wendel de Souza Mendonça1, Alcir Martins Pereira1, Francisco das Chagas Cardoso Junior1, Francisco Solano Feitosa Junior2, Taciana Galda da Silva Tenório2* 1Médico(a)s Veterinário(a) Autônomo(a). 2Professor(a) do Departamento de clinica e Cirurgia Veterinária da Universidade Federal do Piauí, UFPI, Teresina, PI. *Autores para correspondência: e-mail: tacianagalba@yahoo.com.br RESUMO. A actinobacilose é uma enfermidade caracterizada por produzir inflamação piogranulomatosa crônica nos tecidos moles e cadeia linfática da cabeça e pescoço. Ocorre mundialmente de forma esporádica, com maior frequência em bovinos, embora também possa acometer ovinos, suínos, equinos e caprinos. O agente etiológico é Actinobacillus lignieresii, um cocobacilo Gram negativos da família Pasteurellacea que, habita as superfícies das mucosas oral e gástrica. A infecção ocorre por meio de soluções de continuidade na cavidade oral ou na pele provocado por alimentos duros ou grosseiros, podendo acometer diversos órgãos de forma sistêmica ou isolada. O tratamento baseia nas aplicações de iodetos em várias doses no caso de iodeto de potássio, ou em dose única quando utiliza iodeto de sódio, além de terapia com antibióticos de largo espectro. Esse trabalho teve como objetivo uma atualização sobre o tema actinobacilose bovina desde sua etiologia, epidemiologia, patogenia, manifestações clínicas, diagnósticos, tratamento, prognóstico, controle e prevenção. Palavras-chave: língua de madeira, bovino, clínica veterinária. Bovine Actinobacillosis: Review ABSTRACT. Actinobacillosis AND A disorder characterized IN produce inflammation piogranulomatosa chronic nsa soft tissues and lymphatic chain of the Head and Neck. Occurs worldwide sporadically, more frequently in cattle, although ALSO MAY affect sheep, pigs, horses and goats. The etiologic agent and Actinobacillus lignieresii a Gram negative coccus family Pasteurellacea que, dwelleth as surface of the oral and gastric mucosa. The infection occurs FOR continuity solutions Half the oral cavity, OR in the skin caused BY OR hard coarse foods, can affect Several systemically Bodies OR Isolated. Treatment based NAS Halide Applications in various doses If no iodide Potassium, OR at doses Single When using sodium iodide, in addition to therapy with broad spectrum antibiotics. This study aimed An Update About bovine Actinobacillosis theme from YOUR etiology, epidemiology, pathogenesis, Clinical Manifestations, Diagnosis, treatment, prognosis, Disease Control and Prevention. Key words: wooden tongue, bovine, veterinary clinic. Actinobacilosis bovina: Revisión RESUMEN. La actinobacilosis es una enfermedad caracterizada por producir inflamación piogranulomatosa crónica en los tejidos blandos y la cadena linfática de la cabeza y el cuello. Se presenta en todo el mundo de forma esporádica, con mayor frecuencia en bovinos, sin embrago, también puede afectar ovinos, porcinos, equinos y caprinos. El agente etiológico es Actinobacillus lignieresii, un cocobacilo Gram negativos de la familia http://dx.doi.org/10.22256/PUBVET.V11N6.575-580 http://www.pubvet.com.br/ mailto:tacianagalba@yahoo.com.br Silva et al. 576 PUBVET v.11, n.6, p.775-580, Jun., 2017 Pasteurellacea que, habita la superficie de las mucosas oral y gástrica. La infección ocurre por medio de soluciones de continuidad en la cavidad bucal o en la piel provocada por alimentos duros o gruesos, pudiendo obtener varios tipos de forma sistémica o aislada. El tratamiento se basa en aplicaciones de yoduro a dosis múltiples (en el caso de yodo de potasio), o en dosis única cuando usa de yodo de sodio, además de la terapiacon antibióticos de amplio espectro. Este trabajo tuvo como objetivo abordar el tema de la actinobacilosis bovina desde su etiología, epidemiología, patogenia, manifestaciones clínicas, diagnósticos, tratamiento, pronóstico, control y prevención. Palabras clave: Lengua de madera, bovino, clínica veterinaria. Introdução A actinobacilose é uma enfermidade infecciosa, porém não contagiosa, geralmente crônica, causada por Actinobacillus sp. e, apresenta-se como inflamação piogranulomatosa dos tecidos e cadeia linfática da cabeça e pescoço(Radostits et al., 2010, Gelberg, 2012). Ocorre de todo o mundo de forma esporádica, acometendo habitualmente bovinos e com menos frequência ovinos, equinos, suínos e caprinos (Coetzer et al., 1994, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). O agente responsável por causar a doença em ruminantes é Acinobacillus lignieressi, cocobacilus Gram negativa que existe normalmente na cavidade bucal e o rumem destes animais (Rebhun et al., 1988, Radostits et al., 2010, Riet-Correa et al., 2007). Nos suínos a actinobacilose é provocada pelo Acinobacillus suis; enquanto nos equinos o patógeno é Actinobacillus equili (Ohara, 2006, Fraser et al., 1996). Benaoudia et al. (1994) relataram a infecção por Actinobacillus lignieresii em humano decorrente de mordedura por cavalo, ressaltando possível implicação zoonótica. O primeiro relato de actinobacilose em bovinos foi descrito em 1902 por Ligniéresis e Spitz na Argentina, quando analisaram em pequenos grânulos de pus de abscessos subcutâneos múltiplos na cabeça e pescoço de bovinos, a presença de cocos Gram negativos (Aquino, 2010). Esse trabalho teve como objetivo uma atualização sobre o tema actinobacilose bovina, uma das principais infecções responsáveis pela condenação de carcaças e abatedouros, além de ocasionar perdas econômicas relevantes para a pecuária, abordando desde sua etiologia, epidemiologia, patogenia, manifestações clínicas, diagnósticos, tratamento, prognóstico, controle e prevenção. Etiologia A actinobacilose tem como agente etiológico o Actinobacillus lignieresii, um cocobalilo Gram- negativo e imóvel da família Pasteurellaceae, aeróbico e anaeróbico facultativo, em cultivo cresce bem em ágar sangue, e possui ainda, baixa resistência às condições do meio ambiente, pois, não sobrevive por mais de cinco dias em feno ou palhas (Pugh, 2005, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). O A. Lignieresii normalmente habita as superfícies mucosas do trato digestório dos bovinos, ovinos e possivelmente dos caprinos (Rebhun et al., 1988, Aquino, 2010). A alimentação com forragem abrasiva ou espinhosa e erupções ou abrasões dentárias constituem os principais fatores de risco para actinobacilose, por ocasionarem lesões na mucosa oral e, portanto, propiciar acesso a corrente sanguínea e/ou linfática, por conseguinte instalação nos linfonodos adjacentes e em outros tecidos (Riet-Correa et al., 2007). Existem trabalhos relacionando à infecção de A. lignieresii com lacerações, injeção intravenosa, linfadenite disseminada e cirurgias de implante de argola nasal e descorna cosmética (Rebhun et al., 1988, Radostits et al., 2010, Carvalho et al., 2015). Riet-Correa et al. (2007) citam a via aerógena como forma de aquisição de actinobacilose e responsável por desenvolver a forma pulmonar da desta doença. Para Campbell et al. (1975), os animais com lesões supurativas são fonte de propagação do microrganismo para o ambiente, contaminando alimentos, cochos e bebedouros (Coetzer et al., 1994, Riet-Correa et al., 2007, Peli et al., 2009, Radostits et al., 2010). Epidemiologia De distribuição mundial, a actinobacilose acomete bovinos, ovinos, equídeos, suínos e caprinos, sem distinção de idade e sexo, porém, ocorre mais frequente em bovinos, de forma esporádica e associada à ingestão de forragens de baixa qualidade (Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010, Rebhun and Oliveira, 2000). Actinobacilose bovina 577 PUBVET v.11, n.6, p.775-580, Jun., 2017 Radostits et al. (2010) ressaltam que áreas com deficientes de cobre esta associada a aumento da incidência de actinobacilose. Os principais locais de afecção nos bovinos são a língua parcial ou totalmente e os linfonodos da cabeça e do pescoço, principalmente nos linfonodos retrofarígeos, parotídeos e submandibulares. De forma atípica ou generalizada pode acometer outro tecidos como pré-estômagos, fígado, pulmões, coração, rins, útero e pele (Franco, 1970, Coetzer et al., 1994, Riet-Correa et al., 2007). Enquanto em ovinos, devido forma de apreensão dos alimentos diferente dos bovinos, as lesões prevalecem nos lábios e bochechas que eventualmente pode atingir às mucosas dos ossos turbinados e aos tecidos moles da cabeça e pescoço (Radostits et al., 2010). Surto de actinobacilose está associado grande concentração de animais em uma determinada área aliado a alta morbidade do A. lignieresii que pode ser até a 73% (Radostits et al., 2010). Lesões extraordinárias ocasionadas, pela passagem de sondas nasais, punções por agulhas múltiplas ou feridas decorrentes de brigas também favorecem a disseminação da doença, pelo contato com as secreções salivares (Correa et al., 1992; Helio, 1997; Smith, 2006). No Brasil a morbidade varia entre 1-90 % (Riet-Correa et al., 2007). Mondadori et al. (1994) relatam surto de actinobacilose no Rio Grande do Sul em bovinos jovens mantidos em pastagem de resíduos de arroz ou soja. E Brasil (2012) descreve em seu trabalho mais de 12 mil condenações de carcaças em abatedouros submetidos ao Serviço de Inspeção Federal no ano de 2012. Enquanto, Baptista (1999) expõe a prevalência de 0,0126% de lesões características de actinobacilose em abatedouros em Minas Gerais com inspeção federal. Patogenia A infecção ocorre quando o Actinobacillus lignieresi, microrganismo comensal da cavidade oral e trato digestivo, invade os tecidos por meio de erosões ou lacerações na mucosa e na pele, produzindo reações infamatórias agudas que, por conseguinte evolui para lesões granulomatosa, gerando necrose e supuração de tecidos moles (Rebhun and Oliveira, 2000, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Quando a bactéria atingir os vasos linfáticos acomete os linfonodos regionais, provocando linfadenite piogranulomatosa (Rebhun and Oliveira, 2000, Radostits et al., 2010). Essas lesões são constantemente encontradas em linfonodos retrofaríngeos durante a fiscalização de abatedouros (Quinn et al., 2005). Em bovinos, a infecção sucede-se, frequentemente, por meio de lesões penetrantes ou ulceradas do sulco da língua ou nas lesões penetrantes na extremidade da língua e ferimentos na superfície lateral do corpo da língua causado pelos dentes, apresentando sob a forma de glossite difusa podendo acometer toda a língua ou segmentos da mesma, posteriormente, essa inflamação é substituída por tecido fibroso, consequentemente, a musculatura da língua torna- se contraída e imóvel, prejudicando a apreensão e deglutição de alimentos (Radostits et al., 2010). De forma variável, podem ocorrer úlceras na porção dorsal da língua que desprende um pus amarelo e inodoro, ou nódulos amarelados disseminados na mucosa e nas partes laterais (Rebhun and Oliveira, 2000, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Contudo, pode ocasionar mastite crônica ou aguda, pneumonia supurativa, artrite séptica, endocardite vegetativa, endometrite, sinusite crônica, infeções umbilicais, vesiculite seminal e infeção secundária em ferimentos, tanto em bovinos como em ovinos e suínos (Quinn et al., 2005, Rebhun and Oliveira, 2000, Gyles et al., 2008). Outros autores descrevem ainda, apresentações incomuns em bovinos nas glândulas salivares, na pele, no tecido subcutâneo da cabeça e pescoço, no esôfago, estômagos e omento (Till and Palmer, 1960, Campbell et al., 1975, Sheikh-Omar, 1980, Rebhun et al.,1988, Radostits et al., 2010). Sinais clínicos Devido a sua sintomatologia clássica, a actinobacilose geralmente é conhecida como “língua de pau” ou “língua de madeira”, uma vez que, a língua é o órgão mais comumente afetado (Rebhun et al., 1988, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). À palpação encontra-se rigidez e aumento de volume na base da língua, além de sensível e dolorosa a manipulação, sialorréia e eventual protrusão da língua. O animal demostra mastigação suave da língua, como se um corpo estranho estivesse presente na boca (Radostits et al., 2010), dificuldade de se alimentar por um período de aproximadamente 48 horas (Aquino, 2010) e nota-se aumento de volume da área submandibular. Os nódulos observados na Silva et al. 578 PUBVET v.11, n.6, p.775-580, Jun., 2017 superfície da língua variam de tamanho, podendo ser alguns milímetros a aproximadamente três centímetros de diâmetros, com pequenos grânulos amarelados, semelhantes a grãos de enxofre (Bazargani et al., 2010). Os linfonodos submaxilares e parótideos apresentam palpáveis e visivelmente aumentados de volume e, pode desenvolver tumefação firme que eclodem e liberam pus ralo e inodoro (Radostits et al., 2010). A condição corporal do animal pode esta prejudicada decorrente da interferência do aumento da cadeia linfática à deglutição, resultando desidratação, apatia e óbito, caso não for realizado uma intervenção terapêutica (Ohara, 2006, Radostits et al., 2010). Podem ocorrem lesões atípicas nos lábios, palato, faringe, fossas nasais, face e pálpebras, com presença de granulomas da actinobacilose com vários centímetros de diâmetro, moles à palpação, vermelhos e sangram com facilidade (Radostits et al., 2010). Os bovinos quando acometidos por lesões difusas na face caracterizam um quadro clínico denominado de “cara de hipopótamo” (Aquino, 2010). Diagnóstico clínico O diagnóstico clínico baseia-se nos achados clínicos descritos anteriormente e histórico do animal, bem como, no exame histopatológico da lesão. Na avaliação do material purulento, tratado com hidróxido de sódio a 5% e lavado em água destilada, constata- se a presença de estruturas semelhantes a grânulos de enxofre, patognomônicos de Actinobacillus lignieresii (Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Ao realizar o esfregaço do pus, verificam-se estruturas semelhantes a clavas distribuídas radialmente, com massa de bactérias no centro e presença de infiltrados de linfócitos e plasmócitos, neutrófilos, macrófagos e/ou células gigantes multinucleadas, bem como, tecido de granulação e fibrose reativa (Tessele et al., 2013). Enquanto, no esfregaço com coloração de Gram, faz-se a pesquisa de cocobacilos gram-negativos no pus contendo grânulos (Pugh, 2005, Riet-Correa et al., 2007). Os grânulos encontrados na actinobacilose por Actinobacillus lignieresii também são verificados em exsudato purulento dos granulomas ocasionados por Actinomyces bovis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. No entanto, a confirmação, é tida com o isolamento e identificação de Actinobacillus lignieresii (Rebhun et al., 1988, Riet-Correa et al., 2007). Diagnóstico diferencial O diagnóstico diferencial esta relacionado a corpos estranhos na língua; raiva, em virtude da salivação abundante; e a tuberculose, pois, lesões pulmonares causas pelo A. lignieresii se assemelham as lesões verificadas nessa patologia, sendo dessa forma, a actinobacilose responsável pela maioria das condenações de carcaças em abatedouros (Aquino, 2010, Radostits et al., 2010, Tessele et al., 2013). Tratamento Adota-se iodeto de sódio ou iodeto de potássio como tratamento padrão para actinobacilose, no entanto, indícios laboratoriais deduzem que os iodetos são ineficaz como bactericida sobre o Actinobacillus lignieresii, sugerindo que esses fármacos possuem mecanismo de ação sobre redução da gravidade da reação do tecido fibroso (Radostits et al., 2010). A administração do iodeto de potássio é recomendada por via oral na dose de 6 a 10 g/dia durante sete a 10 dias, na qual pode ser adicionado na água de bebida do animal. Esse tratamento pode ser prolongado até o aparecimento da sintomatologia de iodismo, como lacrimejamento, anorexia, tosse e aparecimento de caspa. O iodeto de sódio a 10% é aplicado na dose de 1 g/12 kg de peso corpóreo por via IV, em dose única (Pugh, 2005, Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Ambos os protocolos são eficientes para uma resposta entre 24 à 48h após o tratamento, desfazendo as lesões do tecido mole e os sinais de actinobacilose (Radostits et al., 2010). Rebhun et al. (1988) descrevem uma terapia com iodeto de sódio a 20% intravenoso na dose de 30mg/450kg de peso corpóreo, em intervalos de dois a três dias, até que o aparecimento de iodismo, e o fornecimento oral de 30 g de iodo orgânico para cada 450 Kg, duas vezes ao dia após a terapia intravenosa inicial, até atingir nível máximo de iodo sistêmico. Ocasionalmente os efeitos colaterais após o tratamento com iodetos incluem desconforto, como inquietação, dispnéia, taquicardia, incoordenação e aborto em vacas com gestação adiantada (Radostits et al., 2010). Ainda é relevante a associação de protocolo com iodetos e administração de antibióticos de largo espectro. Pesquisas revelam sensibilidade do Actinobacillus lignieresii a ceftiofur, ampicilina, Actinobacilose bovina 579 PUBVET v.11, n.6, p.775-580, Jun., 2017 penicilina, florfenicol, sulfas, aminoglicosídeos e tetraciclina (Riet-Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Controle e prevenção Fornecimento de forragem de qualidade, evitando alimentos espinhosos ou grosseiros, que favorecem a lacerações na cavidade oral, tratamento e isolamento ou remoção de animais com lesões supurativas constituem as principais medidas de controle de actinobacilose, além de manter em quarentena animais providos de regiões ou propriedade com histórico da doença (Riet- Correa et al., 2007, Radostits et al., 2010). Referências Bibliográficas Aquino, M. H. B. 2010. Prevalência da Actinobacilose em ruminantes no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande - 2005/2010. Centro de Saúde e Tecnologia Rural. Universidade Federal de Campina Grande., Campina Grande. Bazargani, T. T., Tafti, A. K., Atyabi, N. & Faghanizadeh, G. H. 2010. An unusual occurrence of actinobacillosis in heifers and cows in a dairy herd in Tehran suburb-Iran. Archives of Razi Institute, 65, 105-110. Benaoudia, F., Escande, F. & Simonet, M. 1994. 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