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MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) REVISITANDO CONCEITOS

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1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES CRÍTICOS NA UNIDADE 
DE TERAPIA INTENSIVA (UTI): REVISITANDO CONCEITOS. 
 
Luciana Viana Aguiar
1 
 
Resumo 
A imobilidade é reconhecidamente deletéria à saúde, sobretudo na condição física de 
pacientes em estado crítico. O prejuízo perpassa pela fraqueza e hipotrofia muscular 
esquelética (inclusive na musculatura ventilatória), na capacidade funcional, na recuperação 
de doenças críticas, no tempo de internação, entre outros que podem repercutir anos após a 
alta hospitalar. A mobilização precoce (MP) emerge então como proposta terapêutica segura a 
ser realizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com vistas à resolução desse quadro, 
respeitando evidentemente a condição neurológica, circulatória e respiratória. Destarte, este 
artigo buscou revisar na bibliografia científica em bases da Biblioteca Virtual em Saúde 
(BVS) como a Medline, Lilacs e Scielo, o uso, segurança e protocolos de mobilização precoce 
no paciente em estado crítico na UTI, tendo como descritores e objeto de estudo a MP, o 
paciente crítico e a UTI. 
 
Introdução 
As complicações oriundas da imobilidade na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são 
múltiplas, deletérias e desenvolvem uma diminuição da capacidade funcional, o que incide na 
qualidade de vida e leva o paciente a aumentar sua estadia no hospital, e se relacionar com 
graus de morbidades e mortalidades preocupantes. 
A mobilização precoce (MP) é reconhecidamente uma terapia benéfica ao paciente, 
uma vez que traz benefícios vários no que tange sua condição física, emocional e social, 
repercutindo na complexidade do indivíduo humano e em suas relações no campo da saúde e 
do adoecimento. 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
A UTI se caracteriza como um lócus de grande complexidade, no qual o continuum 
saúde-doença, morbi-mortalidade e vida-morte se interagem em uma tênue relação cujos 
resultados variam com a mesma complexidade do serviço. 
Nesse campo, a hospitalização prolongada é um evento que deve ser evitado, sendo, 
portanto um dos primeiros objetivos a serem levados em consideração quando se usa a MP 
como conduta. Atenta-se também com essa conduta à redução da incidência de complicações 
pulmonares, ao estímulo da recuperação e diminuição do tempo de ventilação mecânica (VM) 
(FELICIANO, et. al. 2012). 
A prevenção é tema recorrente e consagrado em todo diálogo que almeje aprofundar-
se na complexidade da assistência à saúde. Tal máxima é especialmente verdadeira quando se 
trata de pacientes em estado crítico na UTI, e nesse sentido há uma orientação de se avaliar e 
organizar medidas preventivas embasadas cientificamente, que de modo coeso e 
sistematizado possam contribuir consideravelmente na redução do tempo de permanência na 
UTI e, sobretudo do risco associado à imobilidade. 
Dessa forma, o artigo busca revisar na literatura científica, em bases como a PubMed e 
a Biblioteca Virtual em Saúde (medline, lilacs, SciELO) entre outras fontes citadas, os 
principais conceitos discutidos, e apontamentos sobre os caminhos, possibilidades e 
aplicabilidade da mobilização precoce em pacientes críticos na UTI. 
 
O espaço e o problema. 
A Portaria nº 3.432/MS/GM, de 12/8/98, que “Estabelece Critérios de Classificação 
para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTIs” as define como “unidades hospitalares 
destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõem de assistência médica 
e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos 
especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e 
terapêutica”. 
A UTI caracteriza-se por acolher pacientes críticos com grande risco de deficiências 
motoras, haja vista que, a VM usualmente associa-se com imobilidade que contribui para 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
aumentar o tempo de internação hospitalar e com isso o surgimento de fraquezas na 
musculatura respiratória e periférica, com potencial agravo funcional e na qualidade de vida. 
Nesse sentido, emerge uma deletéria condição, caracterizando uma debilidade 
generalizada com uma incidência aproximada entre 30% e 60% dos pacientes internados na 
UTI, com uma perda de 4% a 5% da força muscular periférica por semana durante o período 
de imobilidade (GOSSELINK et. al., 2008). 
Constatações como o número elevado na morbidade e mortalidade, fatores 
estressantes, sofrimento e conseqüente insatisfação de enfermos e familiares, geram 
modificações na filosofia da UTI, e uma delas está na inserção de novas técnicas e protocolos, 
bem como na intervenção precoce no paciente com vistas a sua rápida e efetiva recuperação. 
O histórico da UTI remonta a enfermeira Florence Nightingale ao descrever as 
vantagens da criação de uma área separada do hospital para pacientes em recuperação de 
cirurgia. Neste espaço aplicam-se recursos para a manutenção da vida, como fármacos, 
próteses e dispositivos eletrônicos, através de recursos humanos capacitados especificamente 
para os cuidados em medicina intensiva. O critério para manter um enfermo na UTI é seu 
estado clínico, quando a severidade exige o acompanhamento contínuo decorrente do risco de 
morte iminente (SIMMONS e NIGHTINGALE, 2004). 
A ANVISA, ao avaliar o desempenho e padrão de funcionamento global da UTI, e na 
busca da melhor qualidade da assistência, estabeleceu por uma publicação os indicadores 
mínimos que devem ser monitorados mensalmente, a saber: Taxa de mortalidade absoluta e 
estimada; Tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva; Taxa de reinternação em 
24 horas; Densidade de Incidência de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV); 
Taxa de utilização de ventilação mecânica (VM); Densidade de Incidência de Infecção 
Primária da Corrente Sanguínea (IPCS) relacionada ao Acesso Vascular Central; Taxa de 
utilização de cateter venoso central (CVC); e a Densidade de Incidência de Infecções do Trato 
Urinário (ITU) relacionada a cateter vesical (RESOLUÇÃO ANVISA-RDC Nº 7, DE 24 DE 
FEVEREIRO DE 2010). 
Destaca-se ainda que o desempenho das orientações e medidas preventivas melhoram 
quando são implementadas por meio de estratégias de pacotes “bundle”, tendo parâmetros 
para a garantia da qualidade e melhoria da assistência. 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
“Bundle” é um conceito desenvolvido pelos pesquisadores do Institute for Healthcare 
Improvement (2006), para descrever um conjunto de medidas necessárias para cuidar com 
eficiência de pacientes sob tratamentos especiais com riscos inerentes. 
Réa-Neto et al. (2010) ao trabalhar no Guia da UTI Segura (GUTIS) da Associação de 
Medicina Intensiva Brasileira sistematizaram 10 premissas cujo foco é a qualidade e 
segurança de procedimentos no ambiente das UTIs. Dentre as premissas, destaca-se aqui: a 
cultura de segurança; uma equipe quantitativa e qualitativamente capacitada para atender às 
demandas; o uso de ações corretivas, preventivas e reavaliações; garantir que o que deve ser 
feito está sendo feito com checklists; a continuidade de cuidados 24/7; a comunicação efetiva 
entre todos da equipe; e o princípio do Tratar sem lesar (“primum non nocere”). 
No que diz respeito à equipe o GUTIS afirma a importância de se montar uma equipe 
de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas especializados coordenados por um médico 
intensivista experiente. Dependendo da complexidade, farmacêuticos, psicólogos, 
nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais específicospara a UTI serão 
imprescindíveis. 
De acordo com Fonseca e Fonseca (2010), a UTI é também um espaço em que os 
cuidados paliativos podem ser aplicáveis, haja vista que, se caracterizam por um intento à 
melhora da qualidade de vida dos pacientes e familiares. Tais cuidados são medidas não 
curativas aplicadas em pacientes cuja progressão da enfermidade provoca sinais e sintomas 
debilitantes e causadores de sofrimento. 
A restrição ao leito traz conseqüências múltiplas e deletérias (BROWER, 2009). E por 
isso o paciente crítico quando imobilizado pode apresentar como conseqüência deste processo 
um aumento do tempo de hospitalização e de seus custos, maior dependência nas atividades 
de vida diária (AVD’s), necessidade de apoio familiar e maior tempo de recuperação após a 
alta hospitalar. Tais agravos decorrem do comprometimento dos diversos órgãos e sistemas 
(GOSSELINK et. al., 2008). 
A recuperação de doenças críticas é então afetada pela imobilidade, uma vez que 
normalmente se associa a ela, alterações sistêmicas como: atrofia e fraqueza muscular e 
esquelética; alteração das fibras musculares de contração lenta para contração rápida; 
contraturas; atelectasias; doença tromboembólica; úlceras de pressão; e alterações nos 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
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barorreceptores que, com isso, possibilitam a hipotensão postural e taquicardia (KORUPOLU 
et. al., 2009). 
Ainda que se tenham inúmeros e notáveis recursos no cuidado operatório, a morbidade 
e mortalidade relacionadas a essas intervenções, como na cirurgia cardíaca, persistem como 
elemento preocupante no que tange ao aumento do tempo de internação hospitalar e seus 
custos, bem como na qualidade de vida do indivíduo e sua capacidade funcional. As 
complicações pulmonares são frequentes e destacam-se como importante fator deletério à 
assistência terapêutica (LEGUISAMO, 2005). Tais comprometimentos possuem freqüência 
que oscila entre 6% e 76%, se relacionam com diferentes fatores predisponentes, 
compreendendo atelectasias, derrame pleural, pneumonia, entre outras complicações, como 
ventilação mecânica prolongada e distúrbios neurológicos (BRADLEY, 2005). 
Indivíduos submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) são 
susceptíveis a atelectasias, redução dos volumes pulmonares e hipoxemia no pós-operatório 
(PO) imediato (WESTERDAHL et. al., 2003). 
A cirurgia cardíaca tem a esternotomia mediana longitudinal como 
procedimento/abordagem mais usado, ainda que altere consideravelmente a função pulmonar 
em decorrência da instabilidade torácica. Tal quadro álgico emerge como fonte de morbidade 
e mortalidade, uma vez que essa técnica cirúrgica desequilibra as trocas gasosas, alterando a 
mecânica ventilatória promovendo alterações restritivas na condição pulmonar (MAGNONO 
(2005); MUELLER (2000a )). 
Após a cirurgia cardíaca, a dor é a principal queixa feita pelos pacientes. Esta dor 
apresenta gênese e condição multifatorial com inúmeros fatores que podem influenciar sua 
produção como: os drenos, canulações intravenosas e demais procedimentos invasivos, bem 
como a própria incisão cirúrgica com a decorrente retração e dissecção tecidual (MUELLER 
2000). 
A cirurgia cardiovascular apresenta em decorrência uma série de disfunções no pós-
operatório, a saber: um aumento o consumo de oxigênio (VO2), do índice de volume sistólico 
final e na demanda de oxigênio, com diminuição nos valores da saturação venosa de oxigênio 
(SvO2) e da pressão venosa de oxigênio (PvO2); e uma redução da fração de ejeção do 
ventrículo esquerdo (WASIR (2006); KIRKEBY-GARSTAD (2005)). 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
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O aparelho cardiovascular ainda sofre um decréscimo da modulação cardíaca 
autonômica, e da regulação vagal, tendo sua atividade cardíaca adrenérgica aumentada, sendo 
estabilizada com 30 a 60 dias após a cirurgia (BAUERNSCHIMITT (2004); JOHANSSON, 
(2009)). 
No que tange a disfunção neuromuscular, o treinamento muscular e a mobilização 
precoce, o grupo de especialistas da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) 
reconhece alguns fatores etiológicos para a fraqueza neuromuscular, a saber: a imobilidade no 
leito, o prolongamento da ventilação mecânica, a sepse e a síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica (SRIS), o déficit nutricional e a exposição a fármacos como bloqueadores 
neuromusculares e corticosteróides (FRANÇA et. al., (20012) e KORUPOLU et. al., (2009)). 
Como estratégia preventiva e corretiva desta disfunção neuromuscular, a fisioterapia 
lança mão de programas de mobilização precoce, tendo no posicionamento funcional uma 
técnica básica que deve constar em todo plano de tratamento. Todavia os autores salientam a 
escassez de publicações com protocolos uniformes de MP, bem como seus efeitos sobre a 
função pulmonar, desmame da ventilação mecânica, qualidade de vida, tempo de estadia na 
UTI (FRANÇA et. al., 2012). 
Destaca-se que o posicionamento e a mobilização são práticas essenciais e devem 
sempre permear as outras intervenções, uma vez que oferecem segurança com baixo custo, e 
são potencialmente benéficas à função muscular, à ventilação pulmonar como um todo, ao 
clearance mucociliar, oxigenação e regionalização da capacidade residual funcional (CRF). 
A polineuropatia do paciente crítico (PNPC) é destacada por Glaeser et. al. (2012) em 
seu relato de caso como uma patologia que comumente acomete o paciente na UTI, 
especialmente quando vitimado pela imobilidade no leito. Assim a fisioterapia com 
mobilização do paciente ainda que fazendo uso de VM, se mostra como fundamental 
estratégia para melhora da recuperação funcional e retorno as atividades de vida diária dos 
paciente críticos, isso sobretudo quando associado com terapias complementares pertinentes 
ao quadro clínico. 
 
A Técnica, os protocolos e as possibilidades. 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), por meio de especialistas 
definiu recomendações no que tange a prevenção e tratamento de atelectasias, às condições 
respiratórias relacionadas à remoção de secreção e as condições relacionadas à falta de 
condicionamento físico e declínio funcional. Neste campo multiprofissional, a “prescrição e 
execução de atividades, mobilizações e exercícios físicos” é um elemento pertencente à 
Fisioterapia, e seu diagnóstico cinético funcional deve preceder qualquer intervenção 
(FRANÇA, et. al. 2012). 
“Bundles de cuidados” são grupos de boas práticas referentes à determinada patologia, 
que individualmente resultam em melhoria da assistência, mas quando implementadas em 
conjunto, resultam em melhorias ainda mais substanciais. Os elementos principais do bundle 
compõem-se de estratégias baseadas em evidência, que previnem ou reduzem o risco de 
ocorrência de complicações, sendo o bundle um esforço de padronizar estes elementos do 
cuidado (INSTITUTE FOR HEALTHCARE IMPROVEMENT, 2006). 
Neste princípio, a MP pode ser encarada como prática que auxilia a recuperação dos 
pacientes e portanto pode e deve ser implementada na rotina da UTI. 
As atividades de mobilização devem começar assim que as alterações fisiológicas se 
estabilizem, e por isso aparece o conceito de “precoce”, já que não se espera alta da UTI ou 
liberação da ventilação mecânica. Tais atividades consistem em práticas terapêuticas 
progressivas, tais como exercícios de mobilidade no leito, sentado na beira do leito, em 
ortostase, transferência para uma poltrona e deambulação (KORUPOLU et al., 2009). 
O protocolo de Mobilização Precoce em pacientes críticos sob assistência ventilaria 
mecânica utilizadapelos pesquisadores incluem alongamento passivo; mobilização passiva; 
posicionamento articular; exercício ativo-assistido; transferência de deitado para sentado; 
exercício ativo-assistido; cicloergometria para membros inferiores; transferência de sentado 
para cadeira; postura ortostática; e exercício contra-resistido (FELICIANO, et. al. 2012). 
Como resultado os autores verificaram ganho na força muscular apenas no grupo da 
mobilização, o que permitiu aos pesquisadores afirmar que quando aplicada de forma precoce 
e sistematizada a mobilização na UTI é viável e segura, já que reduz os efeitos da 
imobilidade, auxilia a manutenção da capacidade funcional e inibe a perda das fibras 
musculares. 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
Gosselink et. al. (2008) estabeleceram uma hierarquia de práticas de mobilização na 
UTI, respeitando a intensidade do exercício, a saber: mudança de decúbitos e posicionamento 
funcional, mobilização passiva, exercícios ativo-assistidos e ativos, uso de cicloergômetro na 
cama; sentar na borda da cama; ortostatismo, caminhada estática, transferência da cama para 
poltrona, exercícios na poltrona e caminhada. 
No que diz respeito ao tipo de atividade, Mota e Silva (2012) encontraram na literatura 
atividades que variavam de movimentos passivos, movimentos ativo-assitidos e ativo-livres, 
atividade de equilíbrio, tranferência de deitado para sentado, sentar na beira do leito, 
inclinação com e sem apoio, ficar em pé, transferência para cadeira e deambulação. A 
quantidade de mobilizações realizadas ficou entre 69 a 1449, evidenciando a diversidade e 
complexidade desta proposta de tratamento. 
No que tange aos critérios para mobilização, tais autores observaram os antecedentes 
médicos, a reserva cardiovascular e respiratória, os fatores hematológicos, a temperatura 
corporal, o peso, a aparência do paciente, o nível de consciência, a resposta do paciente ao 
estímulo verbal, a FiO2 menor ou igual a 0,6 e PEEP menor ou igual a 10 cm H2O, a ausência 
de hipotensão ortostática e uso excessivo de catecolaminas, a SpP2 maior que 88%, a 
freqüência respiratória entre 5 e 40 incursões por minuto (ipm), a freqüência cardíaca entre 40 
e 130 batimentos por minuto (bpm), e a PAS menor que 200 mmHg, além de estudos que 
destacaram a avaliação médica e a avaliação da capacidade motora. 
Quanto aos critérios e mecanismos de segurança da mobilização precoce, França et. al. 
(2012) recomendam uma monitorização permanente do paciente crítico, avaliando as 
variáveis cardiovasculares (frequência cardíaca e pressão arterial), respiratórias (padrão 
muscular ventilatório do paciente e sincronia do paciente com o ventilador quando em VM, 
saturação periférica de oxigênio e freqüência respiratória) e o nível de consciência. 
Dentre as intervenções necessárias na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) destaca-
se o posicionamento, mobilizações passivas, ativas e resistidas, rolar no leito, terapia cinética, 
posição ortostática e treino de marcha. Atenta-se ainda para a avaliação das condições de 
segurança, a saber: a reserva cardiovascular e respiratória, com monitorização de frequência 
cardíaca, pressão arterial, PaO2/FiO2, SpO2 e PaCO2. Outro detalhe interessante apontado 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
nesse artigo português trata-se da descrição do profissional enfermeiro de reabilitação como 
atuante nessa realidade (SANTOS, et. al. 2010b). 
Dantas et. al. (2012) avaliaram os efeitos de um protocolo sistemático de MP na 
musculatura periférica e respiratória de pacientes críticos em VM de ambos os sexos. Tal 
ensaio pesquisou dois grupos com amostra final de 14 pacientes cada, de modo que o grupo 
de mobilização sistemática e precoce apresentou ganho da força muscular inspiratória e força 
muscular periférica, o que não se observou de modo significativo no grupo de fisioterapia 
convencional. Todavia, a pressão expiratória máxima, o tempo de ventilação mecânica (dias), 
o tempo de internamento na UTI (dias), e no hospital como um todo (dias) não apresentaram 
significância estatística. 
 
As relações, os encontros e os benefícios. 
A fisioterapia como um todo vem se questionado, em teoria e prática, no sentido de 
rever e tornar mais eficientes suas intervenções no cuidado em saúde, mudando inclusive o 
próprio tratamento fisioterapêutico (PASQUINA, 2003). 
O manual prático de medicina intensiva coordenado por Filho e Westphal (2007) 
revela que tendo em vista as inúmeras atividades realizadas na UTI, bem como a necessidade 
de controle diário sobre as mesmas, foi desenvolvido um checklist para que todas as ações 
importantes sejam realizadas. 
O checklist é referenciado por Bitencurt et. al. (2007) para reavaliações freqüentes da 
necessidade de permanência dos tubos, a fim de retirá-los o mais precoce possível. 
Semelhante às estabelecidas listas de verificação (checklists) Fonseca e Fonseca (2010) 
propõem usar as ferramentas do cuidado paliativo, de modo também protocolar. 
A Reabilitação Cardiovascular e Metabólica vem progressivamente proporcionando 
melhoras no condicionamento cardiorrespiratório de pacientes submetidos à Cirurgia 
Cardiovascular, prevenindo e tratando as disfunções decorrentes do imobilismo. Tais práticas 
são iniciadas na fase hospitalar com exercícios físicos de baixa intensidade, e orientam-se a 
reduzir o consumo de oxigênio miocárdico, diminuir a freqüência cardíaca e da pressão 
arterial sistólica e aumentar a tolerância ao esforço (REGENGA, 2000) 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
O desmame da VM é sempre um objetivo a ser perseguido, tendo na MP uma 
intervenção efetiva nesta direção, auxiliando a recuperação funcional por meio de atividades 
terapêuticas progressivas, como: exercícios motores no leito, sedestação a beira do leito, 
transferência para a cadeira, ortostatismo e deambulação (MORRIS et. al., 2008). 
Tais autores realizaram um estudo de coorte prospectivo comparando a eficácia da 
mobilização em pacientes com insuficiência respiratória. O protocolo de mobilização precoce 
foi dividido em quatro níveis, não havendo intercorrências durante o processo, 
caracterizando-o como seguro e eficaz, com positivo resultado na redução o período de 
internação na UTI. 
Está claro na literatura científica, bem como na prática clínica, que protelar o início 
dos exercícios apenas permite a instalação e intensificação do déficit funcional do paciente, 
permitindo co-morbidades, como infecções hospitalares entre outros agravos que podem 
afetar o processo terapêutico e a recuperação do paciente (CHOI et. al., 2008). 
Em decorrência, Mota e Silva (2012) destacam que se deve levar em consideração a 
avaliação global do paciente, bem como os riscos e benefícios da técnica, e antes de iniciar a 
mobilização observam-se os exames complementares, a ausência de contra-indicações 
ortopédicas e neurológicas, sinais vitais e a aparência do paciente de dor, fadiga ou dispneia, 
para então determinar o tipo, a frequência e a intensidade das atividades. Outro achado 
importante trata-se da constatação nos artigos e da importância de um trabalho em equipe com 
múltiplos profissionais que juntos associam-se para uma melhor evolução do paciente. 
Malkoc et. al., (2009) também apresentam bons resultados no que tange os benefícios 
da mobilização precoce no tempo de estadia na UTI. Em estudo com 510 pacientes, foi 
verificado que os pacientes mobilizados ficaram em média 6 a 10 dias a menos internados na 
UTI em relação ao grupo controle. 
Dentre os vários efeitos benéficos relacionados à mobilização, destaca-se o acréscimo 
na função respiratóriae cardiovascular, o aumento da independência funcional e da do bem-
estar psicológico, e a melhora do nível de consciência, fatores que potencializam a 
recuperação e diminuem o tempo de ventilação mecânica e de internação hospitalar 
(STILLER, 2007). 
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GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
Todavia, existem fatores de segurança que devem ser analisados antes de se realizar a 
MP, tanto ligados ao paciente como seus antecedentes médicos e sua condição 
cardiorespiratória, quanto àqueles fatores extrínsecos, a saber, a equipe, o ambiente e o uso de 
acesso vascular (STILLER, 2007). 
Ao investigar os benefícios e eficácia da fisioterapia na evolução de pacientes 
ventilados mecanicamente e submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, os 
autores levaram em consideração o tempo de extubação, o volume de gases e as complicações 
pulmonares. Para tanto, utilizaram a manobra de hiperinsuflação manual associada à pressão 
positiva expiratória final (PEEP), e constataram que esta tende a promover um aumento dos 
volumes pulmonares e da complacência estática (SANTOS et. al., 2010). 
A mobilização precoce, de acordo com Penha et. al. (2009) propicia resultados 
clínicos favoráveis na trombose venosa profunda e por isso se sobrepõe e avança ao 
tratamento convencional que restringia o paciente ao leito na fase aguda da injúria. Tal 
pesquisa reafirma os benefícios na redução da dor e edema, bem como a melhora da qualidade 
de vida. Destaca-se também que além da MP, utilizou-se terapia com anticoagulação e 
compressão da perna, sem a ocorrência de maiores riscos como embolia e morte. 
Sendo a fraqueza muscular uma comum complicação na UTI e o repouso como 
principal fator de risco, a MP emerge como proposta terapêutica para se evitar complicações 
como atrofias, contraturas, atelectasias e úlceras. Fisiopatologicamente a fraqueza pode 
decorrer de farores como: a imobilidade, inflamação local e sistêmica, utilização de fármacos 
como corticoides, relaxantes musculares e antibióticos, desnutrição e situações catabólicas 
(SANDERS, et. al. 20012). 
Marcos (2009) em sua dissertação "Efeitos da mobilização precoce e da imobilização 
durante o reparo do ligamento da patela em ratos: análise morfológica e morfométrica" revela 
que a MP não interferiu no processo inflamatório, promovendo uma melhor organização das 
novas fibras de colágeno e uma diminuição na proliferação de fibroblastos. 
Tal pesquisa permitiu ao autor concluir que estímulos mecânicos precoces são práticas 
terapêuticas efetivas no tratamento das lesões de tendões e ligamentos. 
 
1. Fisioterapeuta responsável pelo serviço de Fisioterapia do Hospital do Monte Sinai, Goiânia – 
GO. Email: lucianafisiohms@hotmail.com 
 
 
As pesquisas. 
Os cuidados da fisioterapia em terapia intensiva orientam-se na contemporaneidade a 
diminuir as perdas funcionais dos pacientes submetidos a repouso prolongado no leito. 
Velloso et. al., (2012) reafirmam que as disfunções adquiridas na UTI normalmente 
resistem, prejudicando a capacidade funcional dos pacientes críticos muito tempo após a alta 
hospitalar. Nesse sentido, 134 pacientes foram tratados e avaliados em ensaio clínico 
aleatorizado, sendo constatado que a mobilização precoce é segura, eficaz e favorece a saída 
precoce do leito, assim como reduz o tempo de internação na UTI. 
Em revisão de literatura acerca da mobilização e alta precoce em pacientes infartados 
feita por Lopes et. al. (2008) verificou-se um período de repouso no leito para mobilização 
precoce variando de 2 a 10 dias, enquanto a mobilização tardia variava de 5 a 28 dias. 
Enquanto a permanência no hospital foi de 3 a 14 dias para a alta precoce e de 5 a 21 dias 
para a alta tardia. Destarte, tais autores concluiram que não houve evidências de maiores 
complicações a períodos de repouso e hospitalização curtos. 
Feliciano et. al. (2012), em estudo clínico com 431 pacientes em VM, objetivaram 
avaliar a eficácia de um protocolo de mobilização precoce no tempo de estadia na unidade de 
terapia intensiva (UTI). Os autores usaram como referência a força muscular periférica, 
avaliada pelo Medical Research Council (MRC), e a força muscular respiratória através da 
Pimáx e Pemáx, mensuradas por meio de um manovacuômetro com válvula unidirecional. 
Tais autores constataram, ainda que sem diferenças significativas, que os pacientes do 
protocolo de mobilização ficaram um tempo mais curto na UTI em relação ao grupo controle 
(com fisioterapia convencional, mas sem um protocolo sistemático de MP). Evidenciou-se 
também um significativo ganho da força muscular inspiratória e da capacidade funcional no 
grupo mobilização, o que legitima a utilização desses protocolos em pacientes críticos. 
Mota e Silva (2012) constataram em revisão bibliográfica que a MP é uma intervenção 
segura que pode e deve ser realizada em pacientes críticos internados em uma UTI, tendo 
atividades variadas entre a movimentação passiva e a deambulação, das quais houveram 
eventos adversos em, apenas, 0,96% a 4,3% de todas as atividades realizadas. 
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Dentre os efeitos adversos encontrados na revisão bibliográfica de Mota e Silva 
(2012), pode-se destacar: alterações pressóricas (na pressão arterial) (PAS<90 mmHg e >200 
mmHg) e no padrão respiratório, tontura, queda sobre os joelhos, queda da Saturação de O2 
(SpO2), Broncoaspiração após remoção de sonda nasal, fadigas sem alterações significativas 
dos sinais vitais, remoção do cateter radial, instabilidade do paciente, queda no tônus 
muscular, hipoxemia, extubação não programada e hipotensão arterial ortostática. 
Baumgarten et. al., (2009) realizaram estudo avaliando "o comportamento da função 
pulmonar e da dor em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca por esternotomia". 
Verificou-se a queixa álgica e o decréscimo na função pulmonar, a qual se restabelece cinco 
dias após a operação. Tais pesquisadores avaliaram 70 indivíduos que foram submetidos à 
cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) e/ou troca valvar, os quais realizaram 
avaliação da função pulmonar por meio de espirometria e inspirometria de incentivo, bem 
como protocolo específico de dor, com escala analógica e (morfológica) desenho do corpo. 
Essa pesquisa encontrou fatores e características importantes a serem levadas em 
consideração, como: Sexo masculino; Idade; Índice de massa corpórea; Fração de ejeção; 
Presença de tabagismo, Cigarros por dia, Tempo de tabagismo (anos), Fatores de risco 
cardiovascular, Hipertensão arterial, Dislipidemia, Doenças associadas, Doença pulmonar 
obstrutiva crônica; Asma; Tempo de cirurgia (min); CEC – circulação extracorpórea; Tempo 
de CEC; ASA – American Society of Anesthesiologists, avaliação do estado físico 3 e 4; e 
Tempo de intubação. Tais elementos orientam e determinam os fatores de risco para 
complicações pós-operatórias, o tempo de internação hospitalar, bem como contemplam as 
características individuais e dos procedimentos cirúrgicos objetos desse estudo. 
(BAUMGARTEN et. al., (2009) 
Tavares et. al. (2010) investigaram os efeitos adversos da mobilização precoce em 42 
pacientes na UTI com o objetivo de descrever a ocorrência de alterações hemodinâmicas e 
respiratórias. Foi observado que durante e após os exercícios, não ocorreram alterações da 
freqüência cardíaca, pressão arterial sistólica, freqüência respiratória e saturação periférica de 
oxigênio, bem como, nenhuma extubação acidental ou perda de acesso durante as 
mobilizações. Quanto ao tempo de permanência na UTI evidenciou-se que os pacientes que 
deambularam permaneceram menos tempo quando comparados aos pacientes que realizaram 
cinesioterapia passiva. 
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Com o objetivo de observar a resposta cardiovascular em decorrência da mobilização 
precoce no pós-operatório de revascularização do miocárdio, Barbosa et. al., (2010) 
intervieram em 5 pacientes com idade entre 45 e 65 anos, realizando no segundo dia pós-
operatório, mobilizações passivas ou ativas de membros inferiores por seis minutos. Foi usado 
como referência a frequência cardíaca (FC, bpm), frequência respiratória (FR, rpm), pressão 
arterial sistólica (PAs, mmHg) e diastólica (PAd, mmHg), duplo produto (DP) e variabilidade 
da frequência cardíaca (VFC). No resultados, foram apresentados, como esperado, o aumento 
da FC com a MP e exercício ativo com diminuição após a atividade; a FC esteve maior 
durante a mobilização ativa em relação a passiva. O DP aumentou na mobilização ativa e não 
houve alterações nas demais variáveis. 
Os pacientes do referido estudo foram alocados em dois grupos, de mobilização 
Passiva e Ativa. As quais foram realizadas em decúbito dorsal com elevação a cabeceira a 
30º. O protocolo realizado consistia em um período de repouso de 6 minutos, seguido da 
mobilização (ativa ou passiva) de membros inferiores (tríplice flexão, e adução e abdução 
coxofemoral com duração de 2 a 3 segundos cada), também por 6 minutos com intervalos de 
30 segundos entre os movimentos para descanso, com mais um período de 6 minutos de 
repouso final. O protocolo só seria interrompido se verificassem sinais e sintomas de 
intolerância ao esforço, como: fadiga, dispneia, cianose, palidez, náusea e aumento da 
frequência cardíaca (FC) acima de 20 bpm em relação à FC basal (BARBOSA et. al., 2010). 
Santos et. al. (2010a) constataram em ensaio clínico comparando um grupo de 
fisioterapia convencional (n=11) e um grupo de mobilização precoce (n=9) com protocolo 
sistemático com cinco níveis de mobilização que para essa população a MP não teve impacto 
significativo na capacidade funcional e qualidade de vida. Tais grupos foram avaliados após a 
alta da UTI por meio do índice de Barthel, a medida de independência funcional (MIF) e o 
questionário de qualidade de vida SF-36. 
Em sua dissertação, Moreira (2012) conclui que a MP é segura, eficaz, favorece a 
saída precoce do leito e reduz o tempo de internação na UTI e os custos hospitalares. Isso se 
torna especialmente verdade quando a mobilização é iniciada 24 horas após a admissão na 
UTI. 
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Para tanto o autor lançou mão de um ensaio clínico com dois grupos com 67 pessoas 
cada, o grupo controle com fisioterapia clássica e o grupo de tratamento que além dos 
cuidados usuais da fisioterapia foi submetidos ao protocolo proposto com 4 etapas respeitando 
o nível de consciência e a força muscular. Neste público, a mortalidade chegou a 18,7% (25 
pacientes) não sendo estatisticamente diferente entre os grupos. 
 
Considerações finais. 
Ao final desta pesquisa, estava clara a desambição de apontar posições absolutas e 
estanques sobre o conteúdo revisado, sobretudo, partindo-se da complexidade e diversidade 
do processo de saúde-adoecimento e seu cuidado. 
Observou-se que as estratégias preventivas quando implementadas de forma coesa e 
sistemática agregam inestimável valor a recuperação funcional do paciente. 
As investigações acerca da fisioterapia na UTI devem se aprofundar nas relações do 
tempo de imobilidade, tempo de ventilação mecânica, tempo de estadia na UTI, readmissão à 
UTI, qualidade de vida e medidas de função física entre outras perspectivas. 
Sem dúvida o tempo de permanência na UTI aumenta proporcionalmente o risco para 
que se estabeleça um quadro disfuncional e deletério, além de infecções e outros agravos 
decorrentes sobretudo da imobilidade. 
Os estudos apontam que a MP é segura, diminui o tempo de hospitalização e preparam 
os pacientes para retornarem mais rapidamente à dinâmica de trabalho após a alta hospitalar. 
E coadjuvante às demais intervenções fisioterapêuticas e multiprofissionais tais técnicas são 
decisivas para melhorar a qualidade de vida, as atividades de vida diária e instrumentais, a 
auto-confiança diminuindo sentimentos negativos ligados à déficits funcionais, emocionais e 
sociais. 
 
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