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Presidente Professor Doutor Gabriel C.D. Lopes Vice-Presidente Doutor Stephan Breu Diretor-Geral Doutor Uanderson P. da Silva Diretor Administrativo Doutor Dion P. Shuecvk Coordenador Pedagógico Msc. Elias Abraão Neto Projeto Gráfico e Diagramação Rogerio dos Reis Ferreira Edição Grupo Educacional Unilogos Address: 7950 NW 53rd Street – Suite 337 – Miami – Florida – 33166 Register Florida State: Authentication Code Number 150218100844-400269643344#1 Av. Alberto Torres 1393 – 3º Andar, Alto – Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil Copyright 2018 Grupo Educacional Unilogos – Todos os Direitos Reservados Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Educacional Unilogos. Grupo Educacional Unilogos 3 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Introdução à Anatomia Humana A lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp (1632) Rembrandt Harmenszoon Museu Mauritshuis (Haia) “A Anatomia se relaciona tanto com a medicina quanto com a arte e deve ser considerada ciência e arte” Prof. Liberato Di Dio 4 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana DEFINIÇÃO A Anatomia é o ramo da biomorfologia, ou seja, da ciência que trata da forma e arquitetura dos seres vivos, que estuda micro e macroscopicamente a conformação e o desenvolvimento dos organismos. A Anatomia Humana restringe-se ao estudo do corpo humano. No passado, os termos Anatomia e Morfologia eram utilizados como sinônimos, porém atualmente a anatomia humana, em sentido restrito, é o ramo da biomorfologia que trata das estruturas em nível macroscópico, estando as estruturas microscópicas sob a responsabilidade da Histologia e da Biologia Celular. O termo Anatomia, etimologicamente, tem origem Grega (anatomé): Ana – distributivo, em partes; Tomé – corte, ou Temnein - cortar. A associação das palavras significa dissecação. Como sua origem indica, o estudo da Anatomia está largamente baseado na dissecação, entretanto, campos de estudo mais recentes envolvem o uso de métodos e técnicas que propiciam valioso suplemento à mesma. CAMPOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA Como o seu nome indica, a Anatomia Humana limita-se ao estudo do corpo humano. Porém, este pode ser estudado sob diferentes contextos, ou campos de estudo da Anatomia. Anatomia Sistêmica ou Sistemática A Anatomia Sistêmica ou Sistemática compreende o estudo do corpo humano como uma série de órgãos anatomicamente ou funcionalmente unidos, desempenhando uma função em comum, ou com a mesma finalidade. Essa organização está de acordo com a teoria celular descrita por Schleiden em 1838 e Schwann em 1839, que afirma que a célula é a unidade fundamental, morfofuncional do corpo humano. Células unem-se para formar Tecidos, que por sua vez se reúnem na conformação de Órgãos, que então se agrupam em Sistemas. Muitas vezes dois ou mais Sistemas estão relacionados de tal forma que podem ser descritos como uma unidade maior, denominada Aparelho, como é o caso do Aparelho Locomotor, formado pelos Sistemas Esquelético, Articular e Muscular. Outros exemplos de sistemas do corpo humano são: Sistema nervoso, Sistema Digestório, Sistema Respiratório e etc. Anatomia Regional (Topográfica ou Cirúrgica) A anatomia regional divide o corpo humano em regiões e nestas é feito um estudo de suas estruturas e relações. Por exemplo, o corpo humano pode ser dividido em Cabeça e Pescoço, Tórax, Abdome, Pelve, Dorso, Membro Superior e Membro Inferior. Nesse caso, as estruturas de cada uma dessas regiões são descritas separadamente das estruturas das demais, independente das relações sistemáticas entre as mesmas. Trata-se de um campo de estudo interessante ao cirurgião, afinal este abordará a região específica da sua especialidade. 5 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Anatomia Clínica ou Aplicada Trata-se do estudo da anatomia com ênfase nos aspectos da estrutura, função e patologia do corpo que são importantes no exercício das profissões na área da saúde. Anatomia de Superfície A anatomia de superfície, muitas vezes referida como anatomia do indivíduo vivo ou do vivente, estuda o corpo vivo em repouso ou em ação, cujo principal objetivo é o reconhecimento de estruturas situadas sob a pele. O estudo da anatomia de superfície pode ser feito com base em fotos ou mesmo através da inspeção do indivíduo desnudo. Seu estudo traz grandes benefícios à anatomia palpatória (descrito adiante) e é extremamente relevante para fisioterapeutas, entre outros profissionais. Anatomia Palpatória Trata-se do estudo da anatomia com base na palpação das estruturas superficiais e profundas, passíveis de serem identificadas sob a superfície da pele. Corresponde-se com a anatomia de superfície, sendo de grande relevância na prática da fisioterapia e outras áreas da saúde. Existem autores que agrupam a anatomia de superfície e a anatomia palpatória em um estudo comum, denominado anatomia do indivíduo vivo. Anatomia do Desenvolvimento Focaliza o desenvolvimento do corpo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Está associada a Embriologia Humana. Anatomia Radiológica Trata-se de um campo relativamente recente de estudo da anatomia, em o corpo humano pode ser visualizado por meio de técnicas radiológicas, como na identificação de estruturas em radiografias ou mesmo nos exames mais modernos, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Este estudo permite o reconhecimento de estruturas tanto do cadáver, quanto do vivente e é largamente utilizado na anatomia clínica. Anatomia Comparada A Anatomia Comparada estabelece comparações entre os aspectos anatômicos de diferentes animais. Pelo fato de as origens de vários animais serem semelhantes, o seu estudo estabelece importantes relações funcionais entre os mesmos. É muito relevante a sua contribuição no entendimento dos aspectos evolutivos dos diferentes animais. MÉTODOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA Apesar de largamente baseada na dissecação, como a etimologia do seu nome indica, o estudo da anatomia humana envolve vários métodos, que se correspondem com os seus campos de estudo: Inspeção: análise através da visão, que pode ser de órgãos externos ou internos. 6 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Palpação: análise através do tato, que pode ser utilizada para medir a pulsação, verificar tendões ou saliências ósseas, entre outras estruturas. Percussão: análise através de batimentos digitais na superfície corporal, que pode produzir sons audíveis, ajudando na determinação de órgãos ou estruturas. Ausculta: analisar ouvindo determinados órgãos em funcionamento (ex. coração, intestino, pulmões). Mensuração: Permite a avaliação da simetria corporal. Dissecação: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização. Métodos de Estudo por Imagem: inclui os antigos e novos métodos de obtenção de imagens do corpo humano: radiografias, ressonância magnética, ultrassonografia, tomografia computadorizada e etc. TERMINOLOGIA ANATÔMICA A terminologia anatômica é o conjunto de termos utilizados para indicar e descrever as partes do corpo humano. Trata-se da base da linguagem técnica utilizada em Anatomia, Medicina, Odontologia, Fisioterapia e demais ciências da saúde, bem como todas as ciências biológicas que tratam da estrutura do homem. Pode ser dividida em terminologia anatômica geral e especial. No primeiro caso, compreende os termos gerais, que sãorelativamente poucos, como a divisão do corpo humano, as suas principais regiões e os eixos e planos que o limitam ou seccionam. Já a terminologia especial, compreende cerca de seis mil nomes de todas as estruturas macroscópicas do corpo e suas partes. POSIÇÃO ANATÔMICA Para estudar e indicar as partes do corpo humano, toma-se como padrão ou modelo uma posição convencional, chamada posição anatômica para descrição do indivíduo. Segue abaixo a descrição da posição anatômica: Corpo ereto; Membros Superiores pendentes naturalmente, adjacentes ao corpo, de cada lado do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente; Membros Inferiores estendidos, unidos, com os pés juntos e acolados e com as pontas dos dedos também dirigidos para diante; Olhar em direção ao horizonte. Esta posição é sempre utilizada como referência, podendo o indivíduo estar sentado, deitado em qualquer dos decúbitos para dissecação, necrópsia, exame físico clínico, cirurgia, mas o observador deverá sempre descrevê-lo imaginando-o na posição anatômica. 7 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Posição Anatômica Fonte: Van de Graaf, KENT. Anatomia Humana, 2003. DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano pode ser dividido da seguinte maneira: CABEÇA PESCOÇO TRONCO MEMBROS Cada uma dessas partes apresenta-se subdividida da forma abaixo: - Cabeça Crânio Face - Tronco Tórax Abdome Pelve Dorso - Membros Superiores Porção Fixa (raiz): Ombro Porção Móvel: Braço, Antebraço e Mão - Membros Inferiores 8 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Porção Fixa (raiz): Quadril Porção Móvel: Coxa, Perna e Pé Entre o braço e o antebraço, encontra-se a articulação do cotovelo; entre o antebraço e mão, encontra-se a articulação do punho. Entre a coxa e a perna encontra-se o joelho; entre a perna e o pé encontra-se o tornozelo. Cada subdivisão apresenta ainda outras divisões e regiões de importância topográfica: - Cabeça Fronte (Região Frontal) Região Occipital (Occipúcio) Têmpora (Região Temporal) Região Mastoidea Orelha Região Zigomática Crânio Face: Olho, Bochecha, Nariz, Boca e Mento (Região Mentual) - Pescoço Região Cervical Posterior - Tronco Tórax: Peito (Região Peitoral), Região Mamária, Região Inframamária e Axila (Fossa axilar). Abdome: Região umbilical, Região Inguinal, Região Púbica. Dorso: Região Lombar, Região Sacral. - Membros Superiores Cíngulo do Membro Superior Região Cubital: Região Cubital Anterior (Fossa Cubital) Palma da Mão (Face Volar) Dorso da Mão Eminência Tênar e Hipotenar - Membros Inferiores: Cíngulo do Membro Inferior Região Glútea (Nádegas): Fenda Interglútea Região Poplítea Região Sural Planta do Pé Dorso do Pé 9 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Principais Partes e Regiões do Corpo Humano 10 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana TERMOS DE SITUAÇÃO, DIREÇÃO, RELAÇÃO E COMPARAÇÃO Para citas as estruturas do corpo humano, suas devidas partes e ainda comparar a sua situação entre elas, torna-se necessário a utilização de termos apropriados. Estes são: TERMO SIGNIFICADO Direito - Esquerdo - Anterior ou Ventral Situado na frente de; a frente do corpo Posterior ou Dorsal Situado atrás de; a parte posterior do corpo Superior ou Cranial Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta Inferior ou Caudal Afastado da cabeça; em posição relativamente baixa Superficial ou Externo Localizado próximo ou na superfície do corpo Profundo ou Interno Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo do que as estruturas superficiais Proximal Mais próximo de qualquer ponto de referência (raiz para membros), como a origem de uma estrutura ou o centro do corpo Distal Afastado de qualquer ponto de referência (raiz para membros), como a origem de uma estrutura ou o centro do corpo Médio Localizado entre uma estrutura proximal e outra distal Medial Mais próximo da linha média do corpo humano Lateral Mais afastado da linha média do corpo humano Intermédio Situado entre uma estrutura medial e outra lateral Homolateral ou Ipsilateral Do mesmo lado Contralateral Do lado oposto 11 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Termos de Situação, Direção, Relação e Comparação 12 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana PLANOS ANATÔMICOS DE SECÇÃO Os planos anatômicos de secção são utilizados com o objetivo de cortar o corpo humano em partes ou metades, de modo a possibilitar o estudo de sua estrutura interna. Dentre eles, os mais importantes são: Plano de Secção Sagital Mediano: divide o corpo humano em metades direita e esquerda. Plano de Secção Sagital ou Sagital Paramediano: divide o corpo humano em partes direita e esquerda. Plano de Secção Frontal ou Coronal: divide o corpo humano em partes anterior e posterior. Plano de Secção Transversal: divide o corpo humano em partes superior e inferior. ORGANIZAÇÃO DO CORPO Níveis Estruturais e Funcionais de Organização - Nível de Célula A célula é o componente estrutural e funcional básico da vida. Os humanos são organismos multicelulares compostos de 60 a 1000 trilhões de células. É no nível celular microscópico que tais funções vitais como o metabolismo, crescimento, irritabilidade(resposta a estímulos) reparo e replicação são executadas. As células são constituídas por átomos – partículas minúsculas que são ligadas entre si para formar estruturas maiores chamadas moléculas. Certas moléculas, por sua vez, são agrupadas em arranjos específicos para formar estruturas funcionais menores chamadas organelas. Cada organela realiza uma função específica dentro da célula. - Nível de Tecido Tecidos são camadas ou grupos de células semelhantes que executam uma função comum. O corpo inteiro está composto de apenas quatro tipos principais de tecido: epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular. - Nível de Órgão Um órgão é um agregado de dois ou mais tipos de tecidos que executam uma função específica. Os órgãos localizam-se ao longo do corpo e variam grandemente em tamanho e função. Cada órgão geralmente tem um ou mais tecidos primários e vários tecidos 13 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana secundários. No estômago, por exemplo, o tecido epitelial em seu interior é considerado o tecido primário porque as funções básicas de secreção e absorção acontecem dentro desta camada. Tecidos secundários do estômago são o tecido conjuntivo de sustentação e os tecidos vascular, nervoso e muscular. - Nível de Sistema Os sistemas do corpo constituem o próximo nível de organização estrutural. Um sistema do corpo consiste em vários órgãos que têm funções semelhantes ou inter- relacionadas. Exemplos de sistemas são o sistema circulatório, sistema nervoso, sistema digestório e sistema endócrino. Certos órgãos podem servir a dois sistemas. O pâncreas, por exemplo, faz parte dos sistemas endócrino e digestório; a faringe serve aos sistemas respiratório e digestório. Níveis Estruturais e Funcionais de Organização do Corpo Humano Embora o corpo seja o resultado da integração de todos os sistemas, há alguns sistemas que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento, situação, função e devido a fatores didáticos, podem ser associados ou agrupados, caso em que recebem o nome de Aparelho. Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano Pequenas diferenças, ainda que mínimas, são sempre notáveis entre os indivíduos. Não há dois indivíduos perfeitamente idênticos.Ao analisar a estrutura do corpo humano, reconhece-se que ela obedece: 1 - Ao plano de organização dos vertebrados 14 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 2 - A um plano de construção característico da espécie Homo sapiens 3 - A um plano de constituição individual Como vertebrado, o ser humano tem o corpo com a construção geral que obedece aos princípios que se seguem: - Simetria Bilateral (Antimeria) O plano sagital mediano divide o corpo em metades semelhantes (não idênticas), que são denominadas antímeros direito e esquerdo. Do ponto de vista anatômico e fisiológico, não são perfeitamente idênticas, como o nome indicaria, pois não há exata correspondência entre as partes e órgãos dos antímeros direito e esquerdo. - Metameria O princípio da metameria é o do plano de construção de superposição longitudinal. Ele reconhece um tipo de estrutura que mostra segmentos semelhantes no corpo dispostos em série longitudinal, ou seja, superpostos no sentido súpero inferior. A metameria pode ser bem demonstrada pela disposição das vértebras, a série de nervos espinhais ou mesmo pelas costelas. - Paquimeria O princípio da paquimeria ou da tubulação, pode ser definido como o plano básico de construção segundo o qual a porção axial (central) do corpo, é formada por tubos longitudinais ou súpero inferiores. Um tubo é posterior, sendo largo na cabeça e estreito no tronco e o outro é anterior, estreito na cabeça e largo no tronco. O tubo posterior é o neural e o tubo anterior é o visceral. Eles correspondem ao paquímero posterior e ao paquímero anterior respectivamente. - Estratificação (Estratimeria) Este princípio refere-se a um tipo geral de construção do corpo e de suas partes, desde o nível macroscópico até o subcelular, segundo o qual as estruturas estão dispostas concentricamente em estratos, camadas, telas, túnicas. - Segmentação O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção do corpo humano é observado no tipo de subdivisão dos órgãos de acordo com a distribuição dos seus vasos, nervos e, quando houve, ductos, canais ou tubos relacionados com sua função. Em Anatomia e em Cirurgia, segmento é o território de um órgão que possua irrigação e drenagem sanguínea independentes, separado dos demais ou separável e removível cirurgicamente e que seja identificável morfologicamente. O segmento desempenha a mesma função do órgão ao qual pertence e embora seja reconhecível pela distribuição vascular sanguínea e, quando for o caso, pela distribuição de seus tubos, canais ou ductos, seus vasos linfáticos e nervos também se dispõem como satélites, acompanhando a angio-arquitetura segmentar. CONCEITOS GERAIS EM ANATOMIA HUMANA 15 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Normalidade O conceito de normalidade, ou de que um indivíduo é normal, pode ser abordado sobre vários pontos de vista. Em medicina, normal significa sadio. Em fisiologia, normal é a estrutura que está mais bem-dotada para desempenhar a sua função. Em morfologia, por exemplo na Anatomia, são usados critérios estatísticos para definir o que é normal. Variação Variação anatômica é um pequeno desvio do aspecto morfológico normal de um órgão, ou desvio pormenor do plano geral de organização do indivíduo, que não perturba a função. O desvio pode ser representado por um aumento ou diminuição do número normal de partes de um órgão, pela modificação da forma de um órgão ou de relação entre os órgãos. Anomalia É a anormalidade, alteração fora da regra ou fora do comum, diferindo do estado, da estrutura ou das condições normais. Pode implicar em deformidade ou má formação. Uma anomalia é, portanto, um desvio grave do padrão normal, acompanhado de má função ou disfunção. Monstruosidade É uma anomalia tão acentuada que interfere com o desenvolvimento do corpo, sendo incompatível com a vida. Graças à medicina, especialmente à cirurgia, está sendo possível a sobrevivência de fetos nascidos com monstruosidades que, com sucesso foram transformadas, quando muito, em anomalias. FATORES GERAIS E INDIVIDUAIS DE VARIAÇÃO ANATÔMICA As variações em pormenores do plano geral de construção do corpo são características da espécie. Há também um plano constitucional que diferencia um indivíduo do outro. Essas pequenas modificações morfológicas não ocorrem ao acaso, eis que podem ser produzidas por fatores gerais e individuais. 11.1 Fatores Gerais - Idade - Sexo - Raça - Biótipo Há dois tipos extremos: longilíneo e brevelíneo. O longilíneo é alto e magro, com as extremidades ou membros predominando sobre o tronco. O indivíduo é mais desenvolvido longitudinalmente, como os jogadores de basquete. 16 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana O brevelíneo é baixo e corpulento, com o tronco predominando sobre as extremidades. O indivíduo é mais desenvolvimento transversalmente, como os lutadores de sumô. Existem indivíduos mediolíneos, que são aqueles que apresentam características intermediárias às do longilíneo e do brevelíneo. - Ambiente - Biorritmos - Gravidade - Esporte Trabalho 11.2 Fatores Individuais Os fatores individuais são aqueles restritos a cada pessoa. Refletem as características individuais dos indivíduos. As variações individuais extremas podem ser usadas para identificação. A medicina legal, por exemplo, se beneficia das diferenças individuais nas impressões digitais e daquelas que podem ser observadas em radiografias, como das arcadas dentárias. CAVIDADES DO CORPO O corpo contém duas cavidades principais: a dorsal (posterior) e a ventral (anterior). Cada uma dessas cavidades é limitada por membranas e contém certa quantidade de fluido ao redor dos órgãos que se encontram dentro das mesmas. A cavidade dorsal tem duas subdivisões: a cavidade craniana, que aloja o encéfalo, e a cavidade espinhal (vertebral), que contém a medula espinhal. A cavidade espinhal comunica-se com a cavidade craniana através do forame magno, uma larga abertura na face inferior do osso occipital. A cavidade ventral também apresenta duas subdivisões. Elas são separadas pelo músculo diafragma em cavidades torácica, superior, e abdominoso-pélvica, inferior. Cada uma dessas cavidades ainda é subdividida. A cavidade torácica é dividida em cavidade pericárdica, que se encontra ao redor do coração, e cavidades pleurais, direita e esquerda, onde se encontram os pulmões. A cavidade abdominoso-pélvica é dividida, com propósitos descritivos, em cavidade abdominal, superior, e cavidade pélvica ou pelve verdadeira, inferior, por um plano imaginário, oblíquo, que passa através da margem superior da sínfise púbica, anteriormente, e pelo promontório sacral, posteriormente. A porção inferior da cavidade abdominal é limitada posteriormente pela porção alargada dos ossos do quadril, mas sua parede anterior é formada pela parede abdominal. Essa região expandida é chamada de falsa pelve. 17 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Cavidades do Corpo – Vistas Anterior e Lateral 18 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA 19 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; Superior ou cranial: mais próximo da cabeça; Anterior ou ventral: mais próximo do ventre; Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso; Proximal: mais próximo do ponto de origem; Distal: mais afastado do ponto de origem; Medial: mais próximo do plano sagital mediano; Lateral: mais afastado do plano sagital mediano; Superficial: mais próximo da pele; Profundo: mais afastado da pele; Homolateral ou ipsilateral: do mesmolado do corpo; Contralateral: do lado oposto do corpo; Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está localizado no Abdômen; Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a direita do baço e a esquerda do fígado; Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da terceira, quarta e quinta costelas; Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo adiante e abaixo do átrio esquerdo. O SISTEMA DIGESTÓRIO 20 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia. Boca A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram- se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que facilitará a futura ação das enzimas. Características dos dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea 21 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. Tipos de dentes Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os Caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos. A língua A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. O gosto define a sensação percebida pelas papilas gustativas, estruturas localizadas na língua, quando estimuladas por substâncias gustativas. Muitas pessoas utilizam a palavra gosto para designar sabor. Porém, em seu significado estrito, o gosto é aplicado somente para 22 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana definir as sensações produzidas por células especializadas (células do gosto) localizadas na língua. Os Gostos Primários ou Básicos Gosto doce: gosto produzido por soluções aquosas de substâncias adoçantes (ex. solução de sacarose); Gosto ácido: gosto produzido por soluções aquosas de substâncias ácidas (ex. solução de ácido cítrico); Gosto amargo: gosto produzido por soluções aquosas de substâncias amargas (ex. solução de cafeína); Gosto salgado: gosto produzido por soluções aquosas de sais (ex. solução de cloreto de sódio (sal de cozinha); Gosto umami: gosto produzido por soluções aquosas de glutamatos (ex. solução de glutamato monossódico). As glândulas salivares A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos 23 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual: Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago. Faringe e Esôfago A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe. O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. Estômago E Suco Gástrico 24 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos. Segmento superior: é o mais volumoso, chamado “porção vertical”. Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade. Segmento inferior: é denominado “porção horizontal”, está separado do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia. As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento,o estômago torna-se ovoide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização. O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido cloródrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. 25 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Intestino Delgado O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 c m), jejuno (cerca de 5m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas). 26 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucleicos., separando seus nucleotídeos. 27 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos. 28 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo. A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas. 29 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos Suco pancreático Quimiotripsina Tripsina Amilopepsina Rnase Dnase Lipase alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino proteínas proteínas polissacarídeos RNA DNA lipídeos peptídeos peptídeos maltose ribonucleotídeos desoxirribonucleotídeos glicerol e ácidos graxos Suco intestinal ou entérico Carboxipeptidase Aminopeptidase Dipeptidase Maltase Sacarase Lactase alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino oligopeptídeos oligopeptídeos dipeptídeos maltose sacarose lactose aminoácidos aminoácidos aminoácidos glicose glicose e frutose glicose e galactose Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados. Intestino Grosso É o local de absorção de água, tanto a ingeridaquanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litro de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal. Numerosas bactérias vivem em mutualismo 30 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades. As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados. O apêndice cecal (anteriormente denominado apêndice ileocecal, apêndice vermicular ou apêndice vermiforme ) é uma pequena extensão tubular terminada em fundo cego, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso ou cólon, e existe em muitos mamíferos. Após alguns centímetros (comumente cinco centímetros, variando de um a vinte centímetros) termina em fundo cego. Este órgão está anatomicamente localizado no quadrante ilíaco direito. Foi descoberto no final de 2009 que o apêndice possui bactérias que podem funcionar como anticorpos para o nosso organismo. Alguns pássaros possuem na mesma localização uma bolsa ("bursa") que é responsável pela produção de linfócitos do tipo B, podendo-se supor que o apêndice seja um resquício de uma estrutura semelhante em humanos. 31 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Glândulas Anexas Pâncreas O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema endócrino. Fígado É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno. As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose. Funções do fígado: • Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase; • Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação; • Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células; • Metabolizar lipídeos; 32 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana • Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; • Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo; • Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho esverdeado presente na bile. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas 33 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana porções inferiores das vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica- se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe. Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de- adão, saliência que aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido penetre nas vias respiratórias. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento muco- ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensãono ar inalado, que 34 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas. Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas (tecido epitelial pavimentoso) recobertas por capilares sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares. Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no diafragma, órgão músculo membranoso que separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma(ver controle da respiração) Fisiologia Da Respiração Ventilação pulmonar A 35 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões. Transporte de gases respiratórios O transporte de gás oxigênio está a cargo da hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina. Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico (CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose). A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com consequente aumento da pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões. 36 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sanguíneo., onde ajudam a manter o grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos associam-se à própria hemoglobina, formando a carboemoglobina. O restante dissolve-se no plasma. OBS: O monóxido de carbono, liberado pela “queima” incompleta de combustíveis fósseis e pela fumaça dos cigarros entre outros, combina-se com a hemoglobina de uma maneira mais estável do que o oxigênio, formando o carboxiemoglobina. Dessa forma, a hemoglobina fica impossibilitada de transportar o oxigênio, podendo levar à morte por asfixia. Veja as tabelas abaixo, retiradas da prova do ENEM de 98: Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido de carbono (CO), pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela abaixo mostra a relação entre a qualidade do ar e a concentração de CO. Qualidade do ar Concentração de CO – ppm* (média de 8h) 37 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Inadequada 15 a 30 Péssima 30 a 40 Crítica Acima de 40 * ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar 10 –6 g Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos seguintes dados: Concentração de CO (ppm) Sintomas em seres humanos 10 Nenhum 15 Diminuição da capacidade visual 60 Dores de cabeça 100 Tonturas, fraqueza muscular 270 Inconsciência 800 Morte Controle da respiração Em relativo repouso, a frequência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por minuto. A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. O mais importante músculo da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através de um nervo especial, o nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, especialmente os músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR. 38 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da frequência e amplitude respiratórias. A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue. O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a direita, enquanto sua redução desloca para a esquerda. Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue provoca aumento de íons H+ e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO2 diminui, o pH do plasma sanguíneo. tende a se tornar mais básico (ou alcalino). Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é excitado, aumentando a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do plasma ao seu valor normal. 2Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório é deprimido, diminuindo a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Com a diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO e maior produção de íons H+, o que determina queda no pH plasmático até seus valores normais. A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, frequentemente levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal intensidade que o indivíduo torna seus líquidos orgânicos alcalóticos (básicos), eliminando grande quantidade de dióxido de carbono, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo. Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras consequências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um quadro de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso, resultando,algumas vezes, em tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou mesmo convulsões epilépticas. Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a lugares muito altos, onde a concentração de oxigênio na atmosfera é muito baixa ou quando uma pessoa contrai pneumonia ou alguma outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos. Sob tais condições, quimiorreceptores localizados nas artérias carótida (do pescoço) e aorta são estimulados e enviam sinais pelos nervos vago e glossofaríngeo, estimulando os centros respiratórios no sentido de aumentar a ventilação pulmonar. A capacidade e os volumes respiratórios O sistema respiratório humano comporta um volume total de aproximadamente 5 litros de ar – a capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio litro é renovado em cada respiração tranquila, de repouso. Esse volume renovado é o volume corrente Se no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada, conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros de ar, o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração pode acontecer. Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1 litro de ar, o volume residual. 39 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já que mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no sistema respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado, colocado em seu interior O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obtido pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo volume corrente (VC): VMR = FR x VC. Em um adulto em repouso, temos: FR = 12 movimentos por minuto VC = 0,5 litros Portanto: volume-minuto respiratório = 12 x 0,5 = 6 litros/minuto Os atletas costumam utilizar o chamado “segundo fôlego”. No final de cada expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e eliminam mais ar dos pulmões, aumentando a renovação. SISTEMA CIRCULATÓRIO Componentes do Sistema Cardiovascular Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa. 40 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 41 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em nosso corpo. Observe-o e acompanhe a explicação. O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do coração para o interior da aorta. Essa artéria distribui o sangue oxigenado para todo o corpo, através de inúmeras ramificações, como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial. Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás carbônico. O sangue não oxigenado e rico em gás carbônico é transportado por veias diversas, que acabam desembocando na veia cava superior e na veia cava inferior. Essas veias levam então o sangue não oxigenado até o átrio direito. Deste, o sangue não oxigenado passa para o ventrículo direito e daí é transportado até os pulmões pelas artérias pulmonares. Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio captado do ambiente pelo sistema respiratório. Esse fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama- sehematose. Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração, transportado pelas veias pulmonares. Do átrio esquerdo, o sangue oxigenado passa para o ventrículo esquerdo e daí é impulsionado para o interior da aorta, reiniciando o circuito. Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração humano. 42 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Nesse circuito são reconhecidos dois tipos de circulação: a pequena circulação e a grande circulação. Pequena circulação- Também chamada circulação pulmonar, compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue passa pelos pulmões, onde é oxigenado. Grande circulação- Também chamada de circulação sistêmica, compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo esquerdo até o átrio direito; nessa circulação, o sangue oxigenado fornece gás oxigênio os diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o sangue não oxigenado dos tecidos. Pelo que foi descrito, e para facilitar a compreensão: A aorta transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração para os diversos tecidos do corpo; as veias cavas (superior e inferior) transportam sangue não oxigenado dos tecidos do corpo para o átrio direito do coração; as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado do ventrículo direito do coração até os pulmões; as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões até o átrio esquerdo do coração. Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa sangue não oxigenado e, pelo lado esquerdo, só passa sangue oxigenado. Não ocorre, portanto, mistura de sangue oxigenado com o não oxigenado. A separação completa entre esses dois tipos de sangue contribui para a manutenção de uma temperatura constante no nosso organismo. Sendo os tecidos irrigados por sangue oxigenado, não “misturado” com sangue não oxigenado, nossas células recebem uma quantidade suficiente de gás oxigênio, para “queimar” uma quantidade de alimentos capaz de fornecer o calor necessário para manter mais ou menos constante a temperatura do corpo. Faça frio, faça calor, nossa temperatura interna permanece, em condições normais, em torno de 36,5 ºC. Coração O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas. O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos. 43 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a d iástole. 44 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana A atividade elétrica do coração Nódulo sinoatrial (SA) ou marcapasso ou nó sinoatrial: região especial do coração, que controla a frequência cardíaca. Localiza-se perto da junção entre o átrio direito e a veia cava superior e é constituído por um aglomerado de células musculares especializadas. A frequência rítmica dessa fibras musculares é de aproximadamente 72 contrações por minuto, enquanto o músculo atrial se contrai cerca de 60 vezes por minuto e o músculo ventricular, cerca de 20 vezes por minuto. Devido ao fato do nódulo sinoatrial possuir uma frequência rítmica mais rápida em relação às outras partes do coração, os impulsos originados do nódulo SA espalham-se para os átrios e ventrículos,estimulando essas áreas tão rapidamente, de modo que o ritmo do nódulo SA torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é chamado marcapasso. Sistema De Purkinje ou fascículo átrio ventricular: embora o impulso cardíaco possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui um sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio- ventricular, composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje (Feixe de Hiss ou miócitos átrio ventriculares), que transmitem os impulsos com uma velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2 m por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco. 45 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Controle Nervoso do Coração Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos sobre o coração: (1) diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; (2) diminuição da força de contração do músculo atrial; (3) diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (átrio ventricular) , aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo sanguíneo. através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco. Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão. A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o coração: (1) aumento da frequência cardíaca, (2) aumento da força de contração, e (3) aumento do fluxo sanguíneo. através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo. através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando necessário. Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas adrenais ou suprarrenais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da frequência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose sanguínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos da pele. O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), diminuição da pressão arterial e da frequência respiratória, relaxamento muscular e outros efeitos antagônicos aos da adrenalina. Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, enquanto que a estimulação da área pré-óptica, na porção anterior do hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle 46 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através do sistema nervoso autônomo. Fatores que aumentam a frequência cardíaca Fatores que diminuem a frequência cardíaca Queda da pressão arterial inspiração excitação raiva dor hipóxia (redução da disponibilidade de oxigênio para as células do organismo) exercício adrenalina febre Aumento da pressão arterial expiração tristeza Vasos capilares Os vasos capilares – muito finos (são microscópicos) e permeáveis – estão presentes nos tecidos do corpo humano, cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às células. Além disso, recolhem gás carbônico e resíduos do metabolismo celular. Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se ramificam sucessivamente, formando vasos de calibres menores chamados arteríolas. Estas continuam se ramificando e formam os capilares arteriais. Os capilares venosos, espalhados pelo nosso corpo, juntam-se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando até formar as veias. Assim, o sangue circula em nosso organismo por um sistema fechado de vasos, pela continuidade dos capilares venosos e arteriais nos tecidos. 47 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Alguns Distúrbios Cardíacos Sopro no coração É uma alteração no fluxo do sangue dentro do coração provocada por problemas em uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes das câmaras. Na maioria das vezes, não existem sequelas. No entanto, quando o sopro é muito forte, decorrente de lesões nas paredes das câmaras, ele certamente precisará ser tratado, pois um volume considerável de sangue sem oxigênio irá se misturar com o sangue que já foi oxigenado. Algumas pessoas já nascem com válvulas anormais. Outras vão apresentar esse tipo de alteração por causa de males como a febre reumática, a insuficiência cardíaca e o infarto, que podem modificar as válvulas. Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf Sintomas: Sopros são caracterizados por ruídos anormais, percebidos quando o médico ausculta o peito e ouve um som semelhante ao de um fole. O problema pode ser diagnosticado de maneira mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo sanguíneo. dentro do coração. Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que está provocando o problema antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples medicamentos até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que poderão ser de material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas. Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de evitar que ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema, realizando exames de check-up. Infarto do miocárdio É a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber sangue com oxigênio e nutrientes. 48 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Sintomas: O principal sinal é a dor muito forte no peito, que pode se irradiar pelo braço esquerdo e pela região do estômago. Prevenção: Evite o cigarro, o estresse, os alimentos ricos em colesterol e o sedentarismo, que são os principais fatores de risco. Também não deixe de controlar a pressão arterial. Tratamento:Em primeiro lugar, deve-se correr contra o relógio, procurando um atendimento imediato — a área do músculo morta cresce feito uma bola de neve com o passar do tempo. Se ficar grande demais, o coração não terá a menor chance de se recuperar. Conforme a situação, os médicos podem optar pela angioplastia, em que um cateter é introduzido no braço e levado até a coronária entupida. Ali, ele infla para eliminar o obstáculo gorduroso. Outra saída é a cirurgia: os médicos constroem um desvio da área infartada — a ponte — com um pedaço da veia safena da perna ou da artéria radial ou das artérias mamárias. Revascularização do miocárdio: durante a cirurgia um vaso sanguíneo., que pode ser a veia safena (da perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou esquerda) são implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo sanguíneo. O número de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do paciente. 49 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Cateterismo (angioplastia por stent): Arritmia 50 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Toda vez que o coração sai do ritmo certo, diz-se que há uma arritmia. Ela ocorre tanto em indivíduos saudáveis quanto em doentes. Várias doenças podem dispará-la, assim como fatores emocionais — o estresse, por exemplo, é capaz de alterar o ritmo cardíaco. Os batimentos perdem o compasso de diversas maneiras. A bradicardia ocorre quando o coração passa a bater menos de 60 vezes por minuto — então, pode ficar lento a ponto de parar. Já na taquicardia chegam a acontecer mais de 100 batimentos nesse mesmo período. A agitação costuma fazê-lo tremer, paralisado, em vez de contrair e relaxar normalmente. Às vezes surgem novos focos nervosos no músculo cardíaco, cada um dando uma ordem para ele bater de um jeito. No caso, também pode surgir a parada cardíaca. Sintomas: Na taquicardia, o principal sintoma é a palpitação. Nas bradicardias ocorrem tonturas e até desmaios. Tratamento: Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. Em outros, porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões conseguem implantar no coração um pequeno aparelho, o marca-passo, capaz de controlar os batimentos cardíacos. Prevenção: Procure um médico ao sentir qualquer sintoma descrito acima. Além disso, tente diminuir o estresse no seu dia-a-dia. Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos. Aterosclerose Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos contendo principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas quantidades de fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). Trabalhos recentes 51 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana indicam que o LDL se acumula no interior das paredes dos vasos, onde seus componentes se oxidam e sofrem outras alterações. Os componentes alterados dão origem a uma resposta inflamatória que altera progressiva e perigosamente os vasos. Gradualmente desenvolve-se fibrose dos tecidos situados ao redor ou no interior dos depósitos gordurosos e, frequentemente, a combinação do cálcio dos líquidos orgânicos com gordura forma compostos sólidos de cálcio que, eventualmente, se desenvolve em placas duras, semelhantes aos ossos. Dessa forma, no estágio inicial da aterosclerose aparecem apenas depósitos gordurosos nas paredes dos vasos, mas nos estágios terminais os vasos podem tornar-se extremamente fibróticos e contraídos, ou mesmo de consistência óssea dura, caracterizando uma condição chamada arteriosclerose ou endurecimento das artérias. Descobertas recentes indicam que os efeitos protetores do HDL colesterol (“bom colesterol”) derivam não só da remoção do LDL colesterol dos vasos, mas também por interferirem na oxidação de LDL. A aterosclerose muitas vezes cauda oclusão coronária aguda, provocando infarto do miocárdio ou “ataque cardíaco”. Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos. Arteriosclerose ou Arteriosclerose Processo de espessamento e endurecimento da parede das artérias, tirando-lhes a elasticidade. Decorre de proliferação conjuntiva em substituição às fibras elásticas. Pode surgir como consequência da aterosclerose (estágios terminais) ou devido ao tabagismo. O cigarro, além da nicotina responsável pela dependência, tem cerca de 80 substâncias cancerígenas e outras radioativas, com perigos genéticos. Investigações epidemiológicas mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do miocárdio. Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100% e 800% maior de contrair infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca, laringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema circulatório, como arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais. A probabilidade de aparecimento desses distúrbios tem relação direta com o tempo do vício e sua intensidade. O cigarro contrai as artérias coronárias e, ao mesmo tempo, excita excessivamente o coração; também favorece a formação de placas de ateroma (aumento de radicais livres). Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, parar de fumar, fazer exercícios físicos. 52 Noções de Anatomia e Fisiologia Humana Hipertensão O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza-se por uma pressão sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência. Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, alguns deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, exercendo ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses ingredientes: Genética: fatores genéticos podem predispor à hipertensão. Etnia ou raça: Por motivos também de ordem genética talvez, a hipertensão incida mais e de forma mais severa sobre negros. Sexo: Os homens têm mais propensão à pressão alta do que as mulheres antes da menopausa. Depois empatam ou pode haver até ligeira predominância feminina. Os especialistas estão cada vez mais convencidos de que a reposição hormonal de estrógenos após a menopausa pode prevenir a hipertensão, como faz com outras doenças cardiovasculares e com a osteoporose. Idade: A maioria dos estudos mostra que a hipertensão afeta 50% da população com idade acima de 60 anos. Isso depende do grupo étnico e do sexo. O mais comum nesses casos é a elevação da pressão máxima, sem que ocorra o aumento da mínima, que é decorrente do enrijecimento das artérias. Como fatores genéticos, podemos citar: •alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito primário): aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendo-as
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