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Noções de Anatomia Humana

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Presidente 
 
Professor Doutor Gabriel C.D. Lopes 
 
Vice-Presidente 
 
Doutor Stephan Breu 
 
Diretor-Geral 
 
Doutor Uanderson P. da Silva 
 
Diretor Administrativo 
 
Doutor Dion P. Shuecvk 
 
Coordenador Pedagógico 
 
Msc. Elias Abraão Neto 
 
Projeto Gráfico e Diagramação 
 
Rogerio dos Reis Ferreira 
 
Edição 
 
Grupo Educacional Unilogos 
Address: 7950 NW 53rd Street – Suite 337 – Miami – Florida – 33166 
Register Florida State: Authentication Code Number 150218100844-400269643344#1 
Av. Alberto Torres 1393 – 3º Andar, Alto – Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil 
 
Copyright 2018 Grupo Educacional Unilogos – Todos os Direitos Reservados 
 
 Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de 
qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Educacional 
Unilogos.
 
Grupo Educacional Unilogos 
 
 3 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
Introdução à Anatomia Humana 
 
 
 
A lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp (1632) 
Rembrandt Harmenszoon 
Museu Mauritshuis (Haia) 
 
 
 
“A Anatomia se relaciona tanto com a medicina quanto com a arte e deve ser considerada 
ciência e arte” 
Prof. Liberato Di Dio 
 
 
 4 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 DEFINIÇÃO 
A Anatomia é o ramo da biomorfologia, ou seja, da ciência que trata da forma e 
arquitetura dos seres vivos, que estuda micro e macroscopicamente a conformação e o 
desenvolvimento dos organismos. A Anatomia Humana restringe-se ao estudo do corpo 
humano. 
No passado, os termos Anatomia e Morfologia eram utilizados como sinônimos, 
porém atualmente a anatomia humana, em sentido restrito, é o ramo da biomorfologia que 
trata das estruturas em nível macroscópico, estando as estruturas microscópicas sob a 
responsabilidade da Histologia e da Biologia Celular. 
O termo Anatomia, etimologicamente, tem origem Grega (anatomé): Ana – 
distributivo, em partes; Tomé – corte, ou Temnein - cortar. A associação das palavras significa 
dissecação. 
Como sua origem indica, o estudo da Anatomia está largamente baseado na 
dissecação, entretanto, campos de estudo mais recentes envolvem o uso de métodos e técnicas 
que propiciam valioso suplemento à mesma. 
 
CAMPOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA 
 
Como o seu nome indica, a Anatomia Humana limita-se ao estudo do corpo humano. 
Porém, este pode ser estudado sob diferentes contextos, ou campos de estudo da Anatomia. 
 
Anatomia Sistêmica ou Sistemática 
A Anatomia Sistêmica ou Sistemática compreende o estudo do corpo humano como 
uma série de órgãos anatomicamente ou funcionalmente unidos, desempenhando uma função 
em comum, ou com a mesma finalidade. 
Essa organização está de acordo com a teoria celular descrita por Schleiden em 1838 
e Schwann em 1839, que afirma que a célula é a unidade fundamental, morfofuncional do 
corpo humano. Células unem-se para formar Tecidos, que por sua vez se reúnem na 
conformação de Órgãos, que então se agrupam em Sistemas. Muitas vezes dois ou mais 
Sistemas estão relacionados de tal forma que podem ser descritos como uma unidade maior, 
denominada Aparelho, como é o caso do Aparelho Locomotor, formado pelos Sistemas 
Esquelético, Articular e Muscular. 
Outros exemplos de sistemas do corpo humano são: Sistema nervoso, Sistema 
Digestório, Sistema Respiratório e etc. 
 
Anatomia Regional (Topográfica ou Cirúrgica) 
A anatomia regional divide o corpo humano em regiões e nestas é feito um estudo de 
suas estruturas e relações. Por exemplo, o corpo humano pode ser dividido em Cabeça e 
Pescoço, Tórax, Abdome, Pelve, Dorso, Membro Superior e Membro Inferior. Nesse caso, as 
estruturas de cada uma dessas regiões são descritas separadamente das estruturas das demais, 
independente das relações sistemáticas entre as mesmas. 
Trata-se de um campo de estudo interessante ao cirurgião, afinal este abordará a 
região específica da sua especialidade. 
 
 
 
 
 5 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Anatomia Clínica ou Aplicada 
Trata-se do estudo da anatomia com ênfase nos aspectos da estrutura, função e 
patologia do corpo que são importantes no exercício das profissões na área da saúde. 
 
Anatomia de Superfície 
A anatomia de superfície, muitas vezes referida como anatomia do indivíduo vivo ou 
do vivente, estuda o corpo vivo em repouso ou em ação, cujo principal objetivo é o 
reconhecimento de estruturas situadas sob a pele. 
O estudo da anatomia de superfície pode ser feito com base em fotos ou mesmo 
através da inspeção do indivíduo desnudo. Seu estudo traz grandes benefícios à anatomia 
palpatória (descrito adiante) e é extremamente relevante para fisioterapeutas, entre outros 
profissionais. 
 
Anatomia Palpatória 
Trata-se do estudo da anatomia com base na palpação das estruturas superficiais e 
profundas, passíveis de serem identificadas sob a superfície da pele. 
Corresponde-se com a anatomia de superfície, sendo de grande relevância na prática 
da fisioterapia e outras áreas da saúde. 
 
Existem autores que agrupam a anatomia de superfície e a anatomia palpatória em 
um estudo comum, denominado anatomia do indivíduo vivo. 
 
Anatomia do Desenvolvimento 
Focaliza o desenvolvimento do corpo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. 
Está associada a Embriologia Humana. 
 
Anatomia Radiológica 
Trata-se de um campo relativamente recente de estudo da anatomia, em o corpo 
humano pode ser visualizado por meio de técnicas radiológicas, como na identificação de 
estruturas em radiografias ou mesmo nos exames mais modernos, como a tomografia 
computadorizada e a ressonância magnética. 
Este estudo permite o reconhecimento de estruturas tanto do cadáver, quanto do 
vivente e é largamente utilizado na anatomia clínica. 
 
Anatomia Comparada 
A Anatomia Comparada estabelece comparações entre os aspectos anatômicos de 
diferentes animais. 
Pelo fato de as origens de vários animais serem semelhantes, o seu estudo estabelece 
importantes relações funcionais entre os mesmos. É muito relevante a sua contribuição no 
entendimento dos aspectos evolutivos dos diferentes animais. 
 
 
MÉTODOS DE ESTUDO DA ANATOMIA HUMANA 
 
Apesar de largamente baseada na dissecação, como a etimologia do seu nome indica, 
o estudo da anatomia humana envolve vários métodos, que se correspondem com os seus 
campos de estudo: 
Inspeção: análise através da visão, que pode ser de órgãos externos ou internos. 
 
 6 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Palpação: análise através do tato, que pode ser utilizada para medir a pulsação, verificar 
tendões ou saliências ósseas, entre outras estruturas. 
Percussão: análise através de batimentos digitais na superfície corporal, que pode produzir 
sons audíveis, ajudando na determinação de órgãos ou estruturas. 
Ausculta: analisar ouvindo determinados órgãos em funcionamento (ex. coração, 
intestino, pulmões). 
Mensuração: Permite a avaliação da simetria corporal. 
Dissecação: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor 
visualização. 
Métodos de Estudo por Imagem: inclui os antigos e novos métodos de obtenção de 
imagens do corpo humano: radiografias, ressonância magnética, ultrassonografia, 
tomografia computadorizada e etc. 
 
 
TERMINOLOGIA ANATÔMICA 
A terminologia anatômica é o conjunto de termos utilizados para indicar e descrever 
as partes do corpo humano. Trata-se da base da linguagem técnica utilizada em Anatomia, 
Medicina, Odontologia, Fisioterapia e demais ciências da saúde, bem como todas as ciências 
biológicas que tratam da estrutura do homem. Pode ser dividida em terminologia anatômica 
geral e especial. 
No primeiro caso, compreende os termos gerais, que sãorelativamente poucos, como 
a divisão do corpo humano, as suas principais regiões e os eixos e planos que o limitam ou 
seccionam. Já a terminologia especial, compreende cerca de seis mil nomes de todas as 
estruturas macroscópicas do corpo e suas partes. 
 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
Para estudar e indicar as partes do corpo humano, toma-se como padrão ou modelo 
uma posição convencional, chamada posição anatômica para descrição do indivíduo. Segue 
abaixo a descrição da posição anatômica: 
Corpo ereto; Membros Superiores pendentes naturalmente, adjacentes ao corpo, de 
cada lado do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente; Membros Inferiores 
estendidos, unidos, com os pés juntos e acolados e com as pontas dos dedos também dirigidos 
para diante; Olhar em direção ao horizonte. 
Esta posição é sempre utilizada como referência, podendo o indivíduo estar sentado, 
deitado em qualquer dos decúbitos para dissecação, necrópsia, exame físico clínico, cirurgia, 
mas o observador deverá sempre descrevê-lo imaginando-o na posição anatômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Posição Anatômica 
 
Fonte: Van de Graaf, 
KENT. Anatomia 
Humana, 2003. 
 
 
DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 
O corpo humano pode ser dividido da seguinte maneira: 
CABEÇA 
PESCOÇO 
TRONCO 
MEMBROS 
Cada uma dessas partes apresenta-se subdividida da forma abaixo: 
 
- Cabeça 
Crânio 
Face 
 
- Tronco 
Tórax 
Abdome 
Pelve 
Dorso 
 
- Membros Superiores 
Porção Fixa (raiz): Ombro 
Porção Móvel: Braço, Antebraço e Mão 
 
- Membros Inferiores 
 
 8 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Porção Fixa (raiz): Quadril 
Porção Móvel: Coxa, Perna e Pé 
 
Entre o braço e o antebraço, encontra-se a articulação do cotovelo; entre o antebraço e 
mão, encontra-se a articulação do punho. 
Entre a coxa e a perna encontra-se o joelho; entre a perna e o pé encontra-se o tornozelo. 
 
Cada subdivisão apresenta ainda outras divisões e regiões de importância 
topográfica: 
 
- Cabeça 
Fronte (Região Frontal) 
Região Occipital (Occipúcio) 
Têmpora (Região Temporal) 
Região Mastoidea 
Orelha 
 
Região Zigomática 
Crânio 
 
Face: Olho, Bochecha, Nariz, Boca e Mento (Região Mentual) 
- Pescoço 
 
Região Cervical Posterior 
- Tronco 
Tórax: Peito (Região Peitoral), Região Mamária, Região Inframamária e Axila 
(Fossa axilar). 
Abdome: Região umbilical, Região Inguinal, Região Púbica. 
Dorso: Região Lombar, Região Sacral. 
 
- Membros Superiores 
Cíngulo do Membro Superior 
Região Cubital: Região Cubital Anterior (Fossa Cubital) 
Palma da Mão (Face Volar) 
Dorso da Mão 
Eminência Tênar e Hipotenar 
 
- Membros Inferiores: 
Cíngulo do Membro Inferior 
Região Glútea (Nádegas): Fenda Interglútea 
Região Poplítea 
Região Sural 
Planta do Pé 
Dorso do Pé 
 
 
 
 
 
 9 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
Principais Partes e Regiões do Corpo Humano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
TERMOS DE SITUAÇÃO, DIREÇÃO, RELAÇÃO E COMPARAÇÃO 
 
Para citas as estruturas do corpo humano, suas devidas partes e ainda comparar a sua 
situação entre elas, torna-se necessário a utilização de termos apropriados. Estes são: 
 
TERMO SIGNIFICADO 
Direito - 
Esquerdo - 
Anterior ou Ventral Situado na frente de; a frente do corpo 
Posterior ou Dorsal Situado atrás de; a parte posterior do corpo 
Superior ou Cranial Voltado para a cabeça; em posição relativamente alta 
Inferior ou Caudal Afastado da cabeça; em posição relativamente baixa 
Superficial ou Externo Localizado próximo ou na superfície do corpo 
Profundo ou Interno 
Localizado mais afastado ou mais profundamente da superfície do corpo 
do que as estruturas superficiais 
Proximal 
Mais próximo de qualquer ponto de referência (raiz para membros), 
como a origem de uma estrutura ou o centro do corpo 
Distal 
Afastado de qualquer ponto de referência (raiz para membros), como a 
origem de uma estrutura ou o centro do corpo 
Médio Localizado entre uma estrutura proximal e outra distal 
Medial Mais próximo da linha média do corpo humano 
Lateral Mais afastado da linha média do corpo humano 
Intermédio Situado entre uma estrutura medial e outra lateral 
Homolateral ou Ipsilateral Do mesmo lado 
Contralateral Do lado oposto 
 
 11 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Termos de Situação, Direção, Relação e Comparação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
PLANOS ANATÔMICOS DE SECÇÃO 
Os planos anatômicos de secção 
são utilizados com o objetivo de cortar o 
corpo humano em partes ou metades, de 
modo a possibilitar o estudo de sua 
estrutura interna. Dentre eles, os mais 
importantes são: 
Plano de Secção Sagital Mediano: 
divide o corpo humano em 
metades direita e esquerda. 
Plano de Secção Sagital ou Sagital 
Paramediano: divide o corpo 
humano em partes direita e 
esquerda. 
Plano de Secção Frontal ou Coronal: 
divide o corpo humano em partes 
anterior e posterior. 
Plano de Secção Transversal: divide 
o corpo humano em partes 
superior e inferior. 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO CORPO 
 
Níveis Estruturais e Funcionais de Organização 
- Nível de Célula 
A célula é o componente estrutural e funcional básico da vida. Os humanos são 
organismos multicelulares compostos de 60 a 1000 trilhões de células. É no nível celular 
microscópico que tais funções vitais como o metabolismo, crescimento, irritabilidade(resposta 
a estímulos) reparo e replicação são executadas. 
As células são constituídas por átomos – partículas minúsculas que são ligadas entre 
si para formar estruturas maiores chamadas moléculas. Certas moléculas, por sua vez, são 
agrupadas em arranjos específicos para formar estruturas funcionais menores chamadas 
organelas. Cada organela realiza uma função específica dentro da célula. 
 
- Nível de Tecido 
Tecidos são camadas ou grupos de células semelhantes que executam uma função 
comum. O corpo inteiro está composto de apenas quatro tipos principais de tecido: epitelial, 
conjuntivo, nervoso e muscular. 
 
- Nível de Órgão 
Um órgão é um agregado de dois ou mais tipos de tecidos que executam uma função 
específica. Os órgãos localizam-se ao longo do corpo e variam grandemente em tamanho e 
função. Cada órgão geralmente tem um ou mais tecidos primários e vários tecidos 
 
 13 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
secundários. No estômago, por exemplo, o tecido epitelial em seu interior é considerado o 
tecido primário porque as funções básicas de secreção e absorção acontecem dentro desta 
camada. Tecidos secundários do estômago são o tecido conjuntivo de sustentação e os tecidos 
vascular, nervoso e muscular. 
 
- Nível de Sistema 
Os sistemas do corpo constituem o próximo nível de organização estrutural. Um 
sistema do corpo consiste em vários órgãos que têm funções semelhantes ou inter-
relacionadas. Exemplos de sistemas são o sistema circulatório, sistema nervoso, sistema 
digestório e sistema endócrino. Certos órgãos podem servir a dois sistemas. O pâncreas, por 
exemplo, faz parte dos sistemas endócrino e digestório; a faringe serve aos sistemas 
respiratório e digestório. 
 
Níveis Estruturais e Funcionais de Organização do Corpo Humano 
 
Embora o corpo seja o resultado da integração de todos os sistemas, há alguns 
sistemas que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento, situação, função e devido a 
fatores didáticos, podem ser associados ou agrupados, caso em que recebem o nome de 
Aparelho. 
 
Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano 
Pequenas diferenças, ainda que mínimas, são sempre notáveis entre os indivíduos. 
Não há dois indivíduos perfeitamente idênticos.Ao analisar a estrutura do corpo humano, reconhece-se que ela obedece: 
1 - Ao plano de organização dos vertebrados 
 
 
 14 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
2 - A um plano de construção característico da espécie Homo sapiens 
3 - A um plano de constituição individual 
Como vertebrado, o ser humano tem o corpo com a construção geral que obedece aos 
princípios que se seguem: 
 
- Simetria Bilateral (Antimeria) 
O plano sagital mediano divide o corpo em metades semelhantes (não idênticas), que 
são denominadas antímeros direito e esquerdo. 
Do ponto de vista anatômico e fisiológico, não são perfeitamente idênticas, como o 
nome indicaria, pois não há exata correspondência entre as partes e órgãos dos antímeros 
direito e esquerdo. 
 
- Metameria 
O princípio da metameria é o do plano de construção de superposição longitudinal. 
Ele reconhece um tipo de estrutura que mostra segmentos semelhantes no corpo dispostos em 
série longitudinal, ou seja, superpostos no sentido súpero inferior. 
A metameria pode ser bem demonstrada pela disposição das vértebras, a série de 
nervos espinhais ou mesmo pelas costelas. 
 
- Paquimeria 
O princípio da paquimeria ou da tubulação, pode ser definido como o plano básico de 
construção segundo o qual a porção axial (central) do corpo, é formada por tubos 
longitudinais ou súpero inferiores. Um tubo é posterior, sendo largo na cabeça e estreito no 
tronco e o outro é anterior, estreito na cabeça e largo no tronco. O tubo posterior é o neural e o 
tubo anterior é o visceral. Eles correspondem ao paquímero posterior e ao paquímero anterior 
respectivamente. 
 
- Estratificação (Estratimeria) 
Este princípio refere-se a um tipo geral de construção do corpo e de suas partes, 
desde o nível macroscópico até o subcelular, segundo o qual as estruturas estão dispostas 
concentricamente em estratos, camadas, telas, túnicas. 
 
- Segmentação 
O princípio da segmentação ou da estrutura segmentar na construção do corpo 
humano é observado no tipo de subdivisão dos órgãos de acordo com a distribuição dos seus 
vasos, nervos e, quando houve, ductos, canais ou tubos relacionados com sua função. 
Em Anatomia e em Cirurgia, segmento é o território de um órgão que possua 
irrigação e drenagem sanguínea independentes, separado dos demais ou separável e removível 
cirurgicamente e que seja identificável morfologicamente. O segmento desempenha a mesma 
função do órgão ao qual pertence e embora seja reconhecível pela distribuição vascular 
sanguínea e, quando for o caso, pela distribuição de seus tubos, canais ou ductos, seus vasos 
linfáticos e nervos também se dispõem como satélites, acompanhando a angio-arquitetura 
segmentar. 
 
 
 
 
CONCEITOS GERAIS EM ANATOMIA HUMANA 
 
 15 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 Normalidade 
O conceito de normalidade, ou de que um indivíduo é normal, pode ser abordado 
sobre vários pontos de vista. 
Em medicina, normal significa sadio. Em fisiologia, normal é a estrutura que está 
mais bem-dotada para desempenhar a sua função. Em morfologia, por exemplo na Anatomia, 
são usados critérios estatísticos para definir o que é normal. 
 
Variação 
Variação anatômica é um pequeno desvio do aspecto morfológico normal de um 
órgão, ou desvio pormenor do plano geral de organização do indivíduo, que não perturba a 
função. 
O desvio pode ser representado por um aumento ou diminuição do número normal de 
partes de um órgão, pela modificação da forma de um órgão ou de relação entre os órgãos. 
 
Anomalia 
É a anormalidade, alteração fora da regra ou fora do comum, diferindo do estado, da 
estrutura ou das condições normais. Pode implicar em deformidade ou má formação. 
Uma anomalia é, portanto, um desvio grave do padrão normal, acompanhado de má 
função ou disfunção. 
 
Monstruosidade 
É uma anomalia tão acentuada que interfere com o desenvolvimento do corpo, sendo 
incompatível com a vida. 
Graças à medicina, especialmente à cirurgia, está sendo possível a sobrevivência de 
fetos nascidos com monstruosidades que, com sucesso foram transformadas, quando muito, 
em anomalias. 
 
 
 
 
FATORES GERAIS E INDIVIDUAIS DE VARIAÇÃO ANATÔMICA 
As variações em pormenores do plano geral de construção do corpo são 
características da espécie. Há também um plano constitucional que diferencia um indivíduo 
do outro. 
Essas pequenas modificações morfológicas não ocorrem ao acaso, eis que podem ser 
produzidas por fatores gerais e individuais. 
 
11.1 Fatores Gerais 
- Idade 
- Sexo 
- Raça 
- Biótipo 
Há dois tipos extremos: longilíneo e brevelíneo. O longilíneo é alto e magro, com as 
extremidades ou membros predominando sobre o tronco. O indivíduo é mais desenvolvido 
longitudinalmente, como os jogadores de basquete. 
 
 16 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
O brevelíneo é baixo e corpulento, com o tronco predominando sobre as 
extremidades. O indivíduo é mais desenvolvimento transversalmente, como os lutadores de 
sumô. 
Existem indivíduos mediolíneos, que são aqueles que apresentam características 
intermediárias às do longilíneo e do brevelíneo. 
- Ambiente 
- Biorritmos 
- Gravidade 
- Esporte 
Trabalho 
 
11.2 Fatores Individuais 
Os fatores individuais são aqueles restritos a cada pessoa. Refletem as características 
individuais dos indivíduos. 
As variações individuais extremas podem ser usadas para identificação. A medicina 
legal, por exemplo, se beneficia das diferenças individuais nas impressões digitais e daquelas 
que podem ser observadas em radiografias, como das arcadas dentárias. 
 
 
CAVIDADES DO CORPO 
O corpo contém duas cavidades principais: a dorsal (posterior) e a ventral (anterior). 
Cada uma dessas cavidades é limitada por membranas e contém certa quantidade de fluido ao 
redor dos órgãos que se encontram dentro das mesmas. 
A cavidade dorsal tem duas subdivisões: a cavidade craniana, que aloja o encéfalo, e 
a cavidade espinhal (vertebral), que contém a medula espinhal. A cavidade espinhal 
comunica-se com a cavidade craniana através do forame magno, uma larga abertura na face 
inferior do osso occipital. 
A cavidade ventral também apresenta duas subdivisões. Elas são separadas pelo 
músculo diafragma em cavidades torácica, superior, e abdominoso-pélvica, inferior. Cada uma 
dessas cavidades ainda é subdividida. A cavidade torácica é dividida em cavidade pericárdica, 
que se encontra ao redor do coração, e cavidades pleurais, direita e esquerda, onde se 
encontram os pulmões. 
A cavidade abdominoso-pélvica é dividida, com propósitos descritivos, em cavidade 
abdominal, superior, e cavidade pélvica ou pelve verdadeira, inferior, por um plano 
imaginário, oblíquo, que passa através da margem superior da sínfise púbica, anteriormente, e 
pelo promontório sacral, posteriormente. 
A porção inferior da cavidade abdominal é limitada posteriormente pela porção 
alargada dos ossos do quadril, mas sua parede anterior é formada pela parede abdominal. Essa 
região expandida é chamada de falsa pelve. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Cavidades do Corpo – Vistas Anterior e Lateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 
 
TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; Superior ou cranial: mais próximo da 
cabeça; Anterior ou ventral: mais próximo do ventre; Posterior ou dorsal: mais próximo do 
dorso; Proximal: mais próximo do ponto de origem; Distal: mais afastado do ponto de origem; 
Medial: mais próximo do plano sagital mediano; Lateral: mais afastado do plano sagital 
mediano; Superficial: mais próximo da pele; 
 Profundo: mais afastado da pele; 
 Homolateral ou ipsilateral: do mesmolado do corpo; Contralateral: do lado 
oposto do corpo; 
 Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está 
localizado no 
Abdômen; 
 Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a 
direita do baço e a esquerda do fígado; 
 Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da 
terceira, quarta e quinta costelas; 
 Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo 
adiante e abaixo 
do átrio esquerdo. 
 
O SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
 
 
 20 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao 
qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes 
regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. A 
parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa, 
submucosa, muscular e adventícia. 
 
Boca 
 
 A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-
se os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os 
dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que facilitará a 
futura ação das enzimas. 
 
Características dos dentes 
 
 Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e 
mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na 
articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer 
dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância 
mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada 
de substância óssea 
 
 
 21 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo 
frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a 
raiz do ligamento 
peridental, que prende a 
raiz e liga o dente à 
gengiva e à mandíbula, na 
estrutura e composição 
química assemelha-se ao 
osso; dispõe-se como uma 
fina camada sobre as raízes 
dos dentes. Através de um 
orifício aberto na 
extremidade da raiz, 
penetram 
vasos sanguíneos, nervos e 
tecido conjuntivo. 
 
 
Tipos de dentes 
 
 Em sua primeira dentição, o ser 
humano tem 20 peças que recebem o nome de 
dentes de leite. À medida que os maxilares 
crescem, 
estes dentes são substituídos por outros 32 do 
tipo permanente. As coroas dos dentes 
permanentes são de três tipos: os incisivos, os 
Caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do 
alimento. 
Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única 
cúspide 
pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. 
Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente 
plana, o que permite triturar e moer os alimentos. 
 
 
A língua 
 
 A língua movimenta o 
alimento empurrando-o em direção a 
garganta, para que seja engolido. 
O gosto define a sensação percebida 
pelas papilas gustativas, estruturas 
localizadas na língua, quando 
estimuladas por substâncias 
gustativas. Muitas pessoas utilizam a 
palavra gosto para designar sabor. 
Porém, em seu significado estrito, 
o gosto é aplicado somente para 
 
 22 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
definir as sensações produzidas por células especializadas (células do gosto) localizadas na 
língua. 
 
 
 
 
 
 Os Gostos Primários ou Básicos 
Gosto doce: gosto produzido por soluções aquosas de 
substâncias adoçantes (ex. solução de sacarose); 
Gosto ácido: gosto produzido por soluções aquosas de 
substâncias ácidas (ex. solução de ácido cítrico); 
Gosto amargo: gosto produzido por soluções aquosas 
de substâncias amargas (ex. solução de cafeína); 
Gosto salgado: gosto produzido por soluções aquosas 
de sais (ex. solução de cloreto de sódio (sal de cozinha); 
Gosto umami: gosto produzido por soluções aquosas de 
glutamatos (ex. solução de glutamato monossódico). 
 
 
As glândulas salivares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as 
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além 
de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos 
 
 
 23 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
(como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de 
glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e 
sublingual: 
 Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das 
três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. 
 Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de 
uma noz. 
 Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho 
da boca. 
 O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH 
neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se 
transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo 
encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do 
lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos 
peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao 
intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre 
nas vias respiratórias. 
 Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do 
alimento para o interior do estômago. 
 
 
 
Faringe e Esôfago 
 
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e 
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à 
laringe. 
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do 
coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar 
leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. 
 
 
Estômago E Suco Gástrico 
 
 
 24 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo 
abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago 
ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos proteicos. Um músculo 
circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de 
comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco 
tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem 
por ângulos agudos. 
 Segmento superior: é o mais volumoso, chamado “porção vertical”. 
Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o 
corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade. 
Segmento inferior: é denominado “porção horizontal”, está separado do duodeno pelo piloro, 
que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, 
convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia. 
 As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; 
serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e 
mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento,o estômago torna-se 
ovoide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua 
homogeneização. 
 O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente 
ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do 
interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos 
alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. 
 A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de 
pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido 
cloródrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, 
enzima que catalisa a digestão de proteínas. 
 A pepsina, ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das 
ligações peptídicas que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são 
acessíveis à pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa 
enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. 
 A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é 
produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular 
a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. 
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco 
gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as 
células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. 
Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal 
seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o 
ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no 
aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). 
 A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da 
vitamina B12. 
 O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, 
ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura 
estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. 
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado 
no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. 
 
 25 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intestino Delgado 
 
 O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4 
cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 c m), jejuno (cerca 
de 5m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e 
compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia 
seu conteúdo no intestino. 
 A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras 
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, 
que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, 
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os 
sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando 
suas gotas em milhares de microgotículas). 
 
 
 26 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes 
quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua 
secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como 
carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. 
 A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase 
pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando 
glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucleicos., separando seus nucleotídeos. 
 
 
 
 27 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, 
formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. 
Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz 
do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas 
células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui para a 
conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa. 
 
 
 A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em 
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas 
específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. 
 A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em 
enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase. Outras 
enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, 
lactase, maltase). No suco entérico há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas: os 
oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes 
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas 
e outras secreções, sendo transformado em quilo. 
 A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, 
nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, apresenta, 
além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), 
chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As 
membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas 
microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água 
ingerida, os íons e as vitaminas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos 
Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose 
Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos 
 
 
 
Suco pancreático 
Quimiotripsina 
Tripsina 
Amilopepsina 
Rnase 
Dnase 
Lipase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
proteínas 
proteínas 
polissacarídeos 
RNA 
DNA 
lipídeos 
peptídeos 
peptídeos 
maltose 
ribonucleotídeos 
desoxirribonucleotídeos 
glicerol e ácidos graxos 
 
 
 
Suco intestinal ou 
entérico 
Carboxipeptidase 
Aminopeptidase 
Dipeptidase Maltase 
Sacarase 
Lactase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
oligopeptídeos 
oligopeptídeos 
dipeptídeos 
maltose sacarose 
lactose 
aminoácidos aminoácidos 
aminoácidos glicose 
glicose e frutose 
glicose e galactose 
 
 Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao fígado 
para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de gorduras 
(principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar pelo fígado, 
como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são reagrupadas 
em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, formando os 
quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos sangüíneos, 
onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados. 
 
Intestino Grosso 
 
 É o local de absorção de 
água, tanto a ingeridaquanto a das 
secreções digestivas. Uma pessoa bebe 
cerca de 1,5 litro de líquidos por dia, que se 
une a 8 ou 9 litros de água das secreções. 
Glândulas da mucosa do intestino grosso 
secretam muco, que lubrifica as fezes, 
facilitando seu trânsito e eliminação pelo 
ânus. 
 Mede cerca de 1,5 m de 
comprimento e divide-se em ceco, cólon 
ascendente, cólon transverso, cólon 
descendente, cólon sigmóide e reto. A saída 
do reto chama-se ânus e é fechada por um 
músculo que o rodeia, o esfíncter anal. 
Numerosas bactérias vivem em mutualismo 
 
 30 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não 
assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias 
estranhas, geradoras de enfermidades. 
 As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem 
absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm 
água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas. 
 O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, 
normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino grosso 
absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são 
evacuados. 
 O apêndice cecal (anteriormente denominado apêndice ileocecal, apêndice 
vermicular ou apêndice vermiforme ) é uma pequena extensão tubular terminada em fundo 
cego, localizado no ceco, a primeira porção do intestino grosso ou cólon, e existe em 
muitos mamíferos. Após alguns centímetros (comumente cinco centímetros, variando de um a 
vinte centímetros) termina em fundo cego. Este órgão está anatomicamente localizado 
no quadrante ilíaco direito. 
 Foi descoberto no final de 2009 que o apêndice possui bactérias que podem 
funcionar como anticorpos para o nosso organismo. Alguns pássaros possuem na mesma 
localização uma bolsa ("bursa") que é responsável pela produção de linfócitos do tipo B, 
podendo-se supor que o apêndice seja um resquício de uma estrutura semelhante em 
humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
Glândulas Anexas 
 
Pâncreas 
 
 O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e 
de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na 
alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se 
encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é 
dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung 
desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos 
estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. 
 O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas 
denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde 
sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. 
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no sistema 
endócrino. 
 
 
Fígado 
 
 É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais 
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta 
entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. 
Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. 
 O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome 
de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais 
diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes canais se 
unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, 
forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno. 
 As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a 
excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e outros 
hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e 
vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de 
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e 
muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no 
fígado, como a cirrose. 
 
Funções do fígado: 
 
• Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, 
facilitando, assim, a ação da lipase; 
• Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para 
formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o 
glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na 
circulação; 
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células; 
• Metabolizar lipídeos; 
 
 32 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
• Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos 
e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; 
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação 
do organismo; 
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, 
transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho 
esverdeado presente na bile. 
 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por 
vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses 
órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os 
bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. 
Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa denominada septo nasal. Em 
seu interior há dobras chamada cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. Possuem um 
revestimento dotado de células produtoras de muco e células ciliadas, também presentes nas 
 
 33 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
porções inferiores das vias aéreas, como traqueia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. 
No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm 
as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar. 
 
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica- se com a 
boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente 
pela faringe, antes de atingir a laringe. 
 
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na parte superior 
do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de- adão, saliência que aparece no pescoço, 
faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe. 
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de 
cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos alimentamos, a 
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido 
penetre nas vias respiratórias. 
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons 
durante a passagem de ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12 centímetros de 
comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-se na sua região 
inferior, originando os brônquios, que penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento 
muco- ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes em suspensãono ar inalado, que 
 
 34 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
são posteriormente varridas para fora (graças ao movimento dos cílios) e engolidas ou 
expelidas. 
Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos 
esponjosos, com aproximadamente 25 cm de 
comprimento, sendo envolvidos por uma 
membrana serosa denominada pleura. Nos 
pulmões os brônquios ramificam-se 
profusamente, dando origem a tubos cada vez 
mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente 
ramificado de bronquíolos é a árvore brônquica ou 
árvore respiratória. 
Cada bronquíolo termina em pequenas bolsas 
formadas por células epiteliais achatadas (tecido 
epitelial pavimentoso) recobertas por capilares 
sangüíneos, denominadas alvéolos pulmonares. 
Diafragma: A base de cada pulmão apoia-se no 
diafragma, órgão músculo membranoso que 
separa o tórax do abdômen, presente apenas em 
mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os movimentos 
respiratórios. localizado logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos
 do diafragma(ver controle da respiração) 
 
 
Fisiologia 
Da Respiração 
 
Ventilação 
pulmonar 
 
 
A 
 
 
 35 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do 
diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, 
promovendo o aumento da caixa torácica, com consequente redução da pressão interna (em 
relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões. 
 
 
Transporte de gases respiratórios 
 
O transporte de gás oxigênio está a cargo da 
hemoglobina, proteína presente nas hemácias. Cada 
molécula de hemoglobina combina-se com 4 moléculas de 
gás oxigênio, formando a oxi-hemoglobina. 
Nos alvéolos pulmonares o gás oxigênio do ar difunde-se 
para os capilares sangüíneos e penetra nas hemácias, onde 
se combina com a hemoglobina, enquanto o gás carbônico 
(CO2) é liberado para o ar (processo chamado hematose). 
 
 
 A expiração, que promove a saída de ar dos pulmões, dá-se pelo 
relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma eleva-se e 
as costelas abaixam, o que diminui o volume da caixa torácica, com consequente aumento da 
pressão interna, forçando o ar a sair dos pulmões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 Nos tecidos ocorre um processo inverso: o gás oxigênio dissocia-se da 
hemoglobina e difunde-se pelo líquido tissular, atingindo as células. A maior parte do 
gás carbônico (cerca de 70%) liberado pelas células no líquido tissular penetra nas hemácias e 
reage com a água, formando o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e 
bicarbonato (HCO3-), difundindo-se para o plasma sanguíneo., onde ajudam a manter o 
grau de acidez do sangue. Cerca de 23% do gás carbônico liberado pelos tecidos 
associam-se à própria hemoglobina, 
formando a carboemoglobina. O restante 
dissolve-se no plasma. 
 
OBS: O monóxido de carbono, liberado 
pela “queima” incompleta de 
combustíveis fósseis e pela fumaça dos 
cigarros entre outros, combina-se com a 
hemoglobina de uma maneira mais 
estável do que o oxigênio, formando o 
carboxiemoglobina. Dessa forma, a 
hemoglobina fica impossibilitada de 
transportar o oxigênio, podendo levar à 
morte por asfixia. Veja as tabelas abaixo, 
retiradas da prova do ENEM de 98: 
Um dos índices de qualidade do ar diz respeito à concentração de monóxido de carbono (CO), 
pois esse gás pode causar vários danos à saúde. A tabela abaixo mostra a relação entre a 
qualidade do ar e a concentração de CO. 
 
 
 
 
 
 Qualidade do ar Concentração de CO – ppm* (média de 8h) 
 
 
 37 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Inadequada 15 a 30 
Péssima 30 a 40 
Crítica Acima de 40 
* ppm (parte por milhão) = 1 micrograma de CO por grama de ar 10 –6 g 
 
 
 
Para analisar os efeitos do CO sobre os seres humanos, dispõe-se dos seguintes dados: 
Concentração de CO (ppm) Sintomas em seres humanos 
 
10 
 
Nenhum 
15 
 
Diminuição da capacidade visual 
60 
 
Dores de cabeça 
100 
 
Tonturas, fraqueza muscular 
270 Inconsciência 
800 
 
Morte 
 
Controle da respiração 
 
 Em relativo repouso, a frequência respiratória é da ordem de 10 a 15 
movimentos por minuto. 
 A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado 
no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos 
respiratórios (diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse 
centro através da coluna espinhal para os músculos da respiração. O mais importante músculo 
da respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através de um nervo especial, o 
nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se para 
baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios, 
especialmente os músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula 
espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela 
estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração. Em condições 
normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso nervoso que 
estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é 
capaz de aumentar e de diminuir tanto a frequência como a amplitude dos movimentos 
respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa 
capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de 
remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se mais ácido devido ao 
aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração dos movimentos 
respiratórios. Dessa forma, tanto a frequência quanto a amplitude da respiração tornam-se 
aumentadas devido à excitação do CR. 
 
 38 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da frequência e amplitude 
respiratórias. 
 A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue. 
 
 
 
 
 O aumento da concentração de CO2 desloca a reação para a direita, enquanto 
sua redução desloca para a esquerda. 
 Dessa forma, o aumento da concentração de CO2 no sangue provoca aumento 
de íons H+ e o plasma tende ao pH ácido. Se a concentração de CO2 diminui, o pH do 
plasma sanguíneo. tende a se tornar mais básico (ou alcalino). 
 Se o pH está abaixo do normal (acidose), o centro respiratório é 
excitado, aumentando a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. O aumento da 
ventilação pulmonar determina eliminação de maior quantidade de CO2, o que eleva o pH do 
plasma ao seu valor normal. 
 2Caso o pH do plasma esteja acima do normal (alcalose), o centro respiratório 
é deprimido, diminuindo a frequência e a amplitude dos movimentos respiratórios. Com a 
diminuição na ventilação pulmonar, há retenção de CO e maior produção de íons H+, o que 
determina queda no pH plasmático até seus valores normais. 
 A ansiedade e os estados ansiosos promovem liberação de adrenalina que, 
frequentemente levam também à hiperventilação, algumas vezes de tal intensidade que o 
indivíduo torna seus líquidos orgânicos alcalóticos (básicos), eliminando grande quantidade 
de dióxido de carbono, precipitando, assim, contrações dos músculos de todo o corpo. 
 Se a concentração de gás carbônico cair a valores muito baixos, outras 
consequências extremamente danosas podem ocorrer, como o desenvolvimento de um quadro 
de alcalose que pode levar a uma irritabilidade do sistema nervoso, resultando,algumas vezes, 
em tetania (contrações musculares involuntárias por todo o corpo) ou mesmo convulsões 
epilépticas. 
 Existem algumas ocasiões em que a concentração de oxigênio nos alvéolos cai 
a valores muito baixos. Isso ocorre especialmente quando se sobe a lugares muito altos, onde 
a concentração de oxigênio na atmosfera é muito baixa ou quando uma pessoa contrai 
pneumonia ou alguma outra doença que reduza o oxigênio nos alvéolos. Sob tais 
condições, quimiorreceptores localizados nas artérias carótida (do pescoço) e aorta são 
estimulados e enviam sinais pelos nervos vago e glossofaríngeo, estimulando os centros 
respiratórios no sentido de aumentar a ventilação pulmonar. 
 
A capacidade e os volumes respiratórios 
 
 O sistema respiratório humano comporta um volume total de aproximadamente 
5 litros de ar – a capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio litro é renovado em 
cada respiração tranquila, de repouso. Esse volume renovado é o volume corrente 
 Se no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada, 
conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros de ar, o que 
corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a respiração pode acontecer. 
Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas vias aéreas cerca de 1 litro de ar, o 
volume residual. 
 
 39 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 Nunca se consegue encher os pulmões com ar completamente renovado, já que 
mesmo no final de uma expiração forçada o volume residual permanece no sistema 
respiratório. A ventilação pulmonar, portanto, dilui esse ar residual no ar renovado, colocado 
em seu interior 
 O volume de ar renovado por minuto (ou volume-minuto respiratório) é obtido 
pelo produto da frequência respiratória (FR) pelo volume corrente (VC): VMR = FR x VC. 
Em um adulto em repouso, temos: FR = 12 movimentos por minuto VC = 0,5 litros 
 Portanto: volume-minuto respiratório = 12 x 0,5 = 6 litros/minuto 
 Os atletas costumam utilizar o chamado “segundo fôlego”. No final de cada 
expiração, contraem os músculos intercostais internos, que abaixam as costelas e eliminam 
mais ar dos pulmões, aumentando a renovação. 
 
 
 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
Componentes do Sistema Cardiovascular 
 
 Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos 
sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 41 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em nosso 
corpo. Observe-o e acompanhe a explicação. 
 
 O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do coração para o 
interior da aorta. Essa artéria distribui o sangue oxigenado para todo o corpo, através de 
inúmeras ramificações, como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial. 
Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás carbônico. O sangue não 
oxigenado e rico em gás carbônico é transportado por veias diversas, que acabam 
desembocando na veia cava superior e na veia cava inferior. Essas veias levam então o 
sangue não oxigenado até o átrio direito. Deste, o sangue não oxigenado passa para o 
ventrículo direito e daí é transportado até os pulmões pelas artérias pulmonares. 
 Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio captado 
do ambiente pelo sistema respiratório. Esse fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama-
sehematose. 
Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração, transportado pelas veias 
pulmonares. Do átrio esquerdo, o sangue oxigenado passa para o ventrículo esquerdo e daí é 
impulsionado para o interior da aorta, reiniciando o circuito. 
Num circuito completo pelo corpo, o sangue passa duas vezes pelo coração humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 Nesse circuito são reconhecidos dois tipos de circulação: a pequena 
circulação e a grande circulação. 
 
 Pequena circulação- Também chamada circulação pulmonar, compreende o 
trajeto do sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue 
passa pelos pulmões, onde é oxigenado. 
 Grande circulação- Também chamada de circulação sistêmica, compreende o 
trajeto do sangue desde o ventrículo esquerdo até o átrio direito; nessa circulação, o sangue 
oxigenado fornece gás oxigênio os diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o 
sangue não oxigenado dos tecidos. 
Pelo que foi descrito, e para facilitar a compreensão: 
 A aorta transporta sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração para 
os diversos tecidos do corpo; 
 as veias cavas (superior e inferior) transportam sangue não oxigenado dos 
tecidos do corpo para o átrio direito do coração; 
 as artérias pulmonares transportam sangue não oxigenado do ventrículo 
direito do coração até os pulmões; 
 as veias pulmonares transportam sangue oxigenado dos pulmões até o átrio 
esquerdo do coração. 
 Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa sangue não 
oxigenado e, pelo lado esquerdo, só passa sangue oxigenado. Não ocorre, portanto, mistura de 
sangue oxigenado com o não oxigenado. 
 A separação completa entre esses dois tipos de sangue contribui para a 
manutenção de uma temperatura constante no nosso organismo. Sendo os tecidos irrigados 
por sangue oxigenado, não “misturado” com sangue não oxigenado, nossas células recebem 
uma quantidade suficiente de gás oxigênio, para “queimar” uma quantidade de alimentos 
capaz de fornecer o calor necessário para manter mais ou menos constante a temperatura do 
corpo. 
 Faça frio, faça calor, nossa temperatura interna permanece, em condições 
normais, em torno de 36,5 ºC. 
 
Coração 
 
 O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o 
osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho 
aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas. 
 O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: 
duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas 
ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. 
O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula 
bicúspide ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única 
direção, sempre dos átrios para os ventrículos. 
 
 
 43 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por 
minuto, em média. O processo de contração de cada câmara do miocárdio (músculo cardíaco) 
denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre uma sístole e a seguinte, é a d iástole. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
A atividade elétrica do coração 
 
 
 Nódulo sinoatrial (SA) ou marcapasso ou nó sinoatrial: região especial 
do coração, que controla a frequência cardíaca. Localiza-se perto da junção entre o átrio 
direito e a veia cava superior e é constituído por um aglomerado de células musculares 
especializadas. A frequência rítmica dessa fibras musculares é de aproximadamente 
72 contrações por minuto, enquanto o músculo atrial se contrai cerca de 60 vezes por 
minuto e o músculo ventricular, cerca de 20 vezes por minuto. Devido ao fato do 
nódulo sinoatrial possuir uma frequência rítmica mais rápida em relação às outras 
partes do coração, os impulsos originados do nódulo SA espalham-se para os
 átrios e ventrículos,estimulando essas áreas tão rapidamente, de modo que o 
ritmo do nódulo SA torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é chamado marcapasso. 
 
 Sistema De Purkinje ou fascículo átrio ventricular: embora o impulso 
cardíaco possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração possui 
um sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo átrio- 
ventricular, composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de Purkinje 
(Feixe de Hiss ou miócitos átrio ventriculares), que transmitem os impulsos com uma 
velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal, cerca de 2 m 
por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco. 
 
 
 45 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Controle Nervoso do Coração 
 
 Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e 
possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode 
ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema 
nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas 
parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes 
efeitos sobre o coração: 
 (1) diminuição da frequência dos batimentos cardíacos; 
 (2) diminuição da força de contração do músculo atrial; 
 (3) diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV 
(átrio ventricular) , aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a ventricular; e 
 (4) diminuição do fluxo sanguíneo. através dos vasos coronários que mantêm a 
nutrição do próprio músculo cardíaco. 
 Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação 
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é 
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do 
corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de 
repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão. 
 A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos 
sobre o coração: 
 (1) aumento da frequência cardíaca, 
 (2) aumento da força de contração, e 
 (3) aumento do fluxo sanguíneo. através dos vasos coronários visando a suprir 
o aumento da nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se 
que a estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes 
aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário 
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor 
excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sanguíneo. através do 
sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o 
mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco 
quando necessário. 
 Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam 
principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A 
estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas 
adrenais ou suprarrenais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento 
cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da frequência respiratória, aumento da 
secreção do suor, da glicose sanguínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos 
sangüíneos da pele. 
 O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema 
nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, 
geralmente com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação 
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), 
diminuição da pressão arterial e da frequência respiratória, relaxamento muscular e outros 
efeitos antagônicos aos da adrenalina. 
 Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta a pressão arterial e a 
frequência cardíaca, enquanto que a estimulação da área pré-óptica, na porção anterior do 
hipotálamo, acarreta efeitos opostos, determinando notável diminuição da frequência cardíaca 
e da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos centros de controle 
 
 46 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
cardiovascular da porção inferior do tronco cerebral, e daí passam a ser transmitidos através 
do sistema nervoso autônomo. 
 
Fatores que aumentam a frequência cardíaca Fatores que diminuem a frequência cardíaca 
 
Queda da pressão arterial inspiração excitação 
raiva dor hipóxia (redução da disponibilidade de 
oxigênio para as células do organismo) exercício 
adrenalina febre 
 Aumento da pressão arterial expiração 
tristeza 
 
 
 
 
 
Vasos capilares 
 
 Os vasos capilares – muito finos (são microscópicos) e permeáveis – estão 
presentes nos tecidos do corpo humano, cedendo nutrientes, gás oxigênio e hormônios às 
células. Além disso, recolhem gás carbônico e resíduos do metabolismo celular. 
 Há capilares arteriais e capilares venosos. As artérias se ramificam 
sucessivamente, formando vasos de calibres menores chamados arteríolas. Estas continuam se 
ramificando e formam os capilares arteriais. Os capilares venosos, espalhados pelo nosso 
corpo, juntam-se até formar vênulas. As vênulas vão se unificando até formar as veias. Assim, 
o sangue circula em nosso organismo por um sistema fechado de vasos, pela continuidade dos 
capilares venosos e arteriais nos tecidos. 
 
 
 
 47 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
Alguns Distúrbios Cardíacos 
 
Sopro no coração 
 
 É uma alteração no fluxo do sangue dentro do coração provocada por 
problemas em uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes das câmaras. Na 
maioria das vezes, não existem sequelas. No entanto, 
quando o sopro é muito forte, decorrente de lesões 
nas paredes das câmaras, ele certamente precisará ser 
tratado, pois um volume considerável de sangue sem 
oxigênio irá se misturar com o sangue que já foi 
oxigenado. 
 Algumas pessoas já nascem com 
válvulas anormais. Outras vão apresentar esse tipo de 
alteração por causa de males como a febre reumática, 
a insuficiência cardíaca e o infarto, que podem 
modificar as válvulas. Imagem: 
www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf 
 
 Sintomas: Sopros são caracterizados 
por ruídos anormais, percebidos quando o médico 
ausculta o peito e ouve um som semelhante ao de um 
fole. O problema pode ser diagnosticado de maneira 
mais precisa pelo exame de ecocardiograma, que mostra o fluxo sanguíneo. dentro do 
coração. 
 Tratamento: Como existem várias causas possíveis, o médico precisa ver o que 
está provocando o problema antes de iniciar o tratamento — que vai desde simples 
medicamentos até intervenções cirúrgicas para conserto ou substituição das válvulas, que 
poderão ser de material biológico ou fabricadas a partir de ligas metálicas. 
 Prevenção: Não há uma maneira de prevenir o sopro. Mas existem formas de 
evitar que ele se agrave. Para isso, é importante que você saiba se tem ou não o problema, 
realizando exames de check-up. 
 
 
Infarto do miocárdio 
 
 É a morte de uma área do músculo cardíaco, cujas células ficaram sem receber 
sangue com oxigênio e nutrientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 Sintomas: O principal sinal é a dor muito forte no peito, que pode se irradiar 
pelo braço esquerdo e pela região do 
estômago. 
 Prevenção: Evite o cigarro, o 
estresse, os alimentos ricos em colesterol e 
o sedentarismo, que são os principais fatores 
de risco. Também não deixe de controlar a 
pressão arterial. 
 Tratamento:Em primeiro 
lugar, deve-se correr contra o relógio, 
procurando um atendimento imediato — a 
área do músculo morta cresce feito uma bola 
de neve com o passar do tempo. Se ficar 
grande demais, o coração não terá a menor 
chance de se recuperar. Conforme a situação, 
os médicos podem optar pela angioplastia, 
em que um cateter é introduzido no braço 
e levado até a coronária entupida. Ali, ele 
infla para eliminar o obstáculo gorduroso. 
Outra saída é a cirurgia: os médicos 
constroem um desvio da área infartada — a 
ponte — com um pedaço da veia safena da 
perna ou da artéria radial ou das artérias 
mamárias. 
 Revascularização do 
miocárdio: durante a cirurgia um vaso 
sanguíneo., que pode ser a veia safena (da 
perda), a artéria radial (do braço) e/ou as artérias mamárias (direita ou esquerda) são 
implantadas no coração, formando uma ponte para normalizar o fluxo sanguíneo. O número 
de pontes pode variar de 1 a 5, dependendo da necessidade do paciente. 
 
 49 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
Cateterismo (angioplastia por stent): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arritmia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 50 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Toda vez que o coração sai do ritmo certo, diz-se que há uma arritmia. Ela 
ocorre tanto em indivíduos saudáveis quanto em doentes. Várias doenças podem dispará-la, 
assim como fatores emocionais — o estresse, por exemplo, é capaz de alterar o ritmo 
cardíaco. 
 Os batimentos perdem o compasso de diversas maneiras. A bradicardia ocorre 
quando o coração passa a bater menos de 60 vezes por minuto — então, pode ficar lento a 
ponto de parar. Já na taquicardia chegam a acontecer mais de 
100 batimentos nesse mesmo período. 
 A agitação costuma fazê-lo tremer, paralisado, em vez de contrair e relaxar 
normalmente. Às vezes surgem novos focos nervosos no músculo cardíaco, cada um dando 
uma ordem para ele bater de um jeito. No caso, também pode surgir a parada cardíaca. 
Sintomas: Na taquicardia, o principal sintoma é a palpitação. Nas bradicardias ocorrem 
tonturas e até desmaios. 
 Tratamento: Em alguns casos, os médicos simplesmente receitam remédios. 
Em outros, porém, é necessário apelar para a operação. Hoje os cirurgiões conseguem 
implantar no coração um pequeno aparelho, o marca-passo, capaz de controlar os 
batimentos cardíacos. 
 Prevenção: Procure um médico ao sentir qualquer sintoma descrito acima. 
Além disso, tente diminuir o estresse no seu dia-a-dia. Reduzir o peso e a ingestão de 
gorduras saturadas e colesterol (presente apenas em alimentos de origem animal), parar de 
fumar, fazer exercícios físicos. 
 
Aterosclerose 
 
 Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos 
contendo principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas 
quantidades de fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). Trabalhos recentes 
 
 51 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
indicam que o LDL se acumula no interior das paredes dos vasos, onde seus componentes se 
oxidam e sofrem outras alterações. Os componentes alterados dão origem a uma resposta 
inflamatória que altera progressiva e perigosamente os vasos. Gradualmente desenvolve-se 
fibrose dos tecidos situados ao redor ou no interior dos depósitos gordurosos e, 
frequentemente, a combinação do cálcio dos líquidos orgânicos com gordura forma 
compostos sólidos de cálcio que, eventualmente, se desenvolve em placas duras, semelhantes 
aos ossos. Dessa forma, no estágio inicial da aterosclerose aparecem apenas depósitos 
gordurosos nas paredes dos vasos, mas nos estágios terminais os vasos podem tornar-se 
extremamente fibróticos e contraídos, ou mesmo de consistência óssea dura, caracterizando 
uma condição chamada arteriosclerose ou endurecimento das artérias. 
 
 
 
 
 
 Descobertas recentes indicam que os efeitos protetores do HDL colesterol 
(“bom colesterol”) derivam não só da remoção do LDL colesterol dos vasos, mas também por 
interferirem na oxidação de LDL. 
 A aterosclerose muitas vezes cauda oclusão coronária aguda, provocando 
infarto do miocárdio ou “ataque cardíaco”. 
 Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol 
(presente apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos. 
 
Arteriosclerose ou Arteriosclerose 
 
 Processo de espessamento e endurecimento da parede das artérias, tirando-lhes 
a elasticidade. Decorre de proliferação conjuntiva em substituição às fibras elásticas. Pode 
surgir como consequência da aterosclerose (estágios terminais) ou devido ao tabagismo. O 
cigarro, além da nicotina responsável pela dependência, tem cerca de 80 substâncias 
cancerígenas e outras radioativas, com perigos genéticos. Investigações epidemiológicas 
mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema 
pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do miocárdio. 
Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100% e 800% maior de contrair 
infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca, laringe, esôfago, pâncreas, rins, 
bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema circulatório, como arteriosclerose, 
aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais. A probabilidade de aparecimento desses 
distúrbios tem relação direta com o tempo do vício e sua intensidade. O cigarro contrai as 
artérias coronárias e, ao mesmo tempo, excita excessivamente o coração; também favorece a 
formação de placas de ateroma (aumento de radicais livres). 
 Prevenção: Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol, 
parar de fumar, fazer exercícios físicos. 
 
 52 
 
Noções de Anatomia e Fisiologia Humana 
 
Hipertensão 
 
 O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza-se por uma 
pressão sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão 
diastólica superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os 
vasos sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais 
(causando insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode 
também determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência. 
 Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão 
defende que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores, 
alguns deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam, 
exercendo ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses 
ingredientes: 
 
 
 
 
 
 
 
Genética: fatores genéticos podem predispor
 à hipertensão. 
Etnia ou raça: Por motivos também de ordem 
genética talvez, a hipertensão incida mais e de 
forma mais severa sobre negros. 
Sexo: Os homens têm mais propensão à pressão 
alta do que as mulheres antes da menopausa. 
Depois empatam ou pode haver até ligeira 
predominância feminina. Os especialistas estão 
cada vez mais convencidos de que a reposição 
hormonal de estrógenos após a menopausa 
pode prevenir a hipertensão, como faz com 
outras doenças cardiovasculares e com a 
osteoporose. 
 
Idade: A maioria dos estudos mostra que a 
hipertensão afeta 50% da população com idade 
acima de 60 anos. Isso depende do grupo étnico 
e do sexo. O mais comum nesses casos é a 
elevação da pressão máxima, sem que ocorra o 
aumento da mínima, que é decorrente do 
enrijecimento das artérias. 
 
 Como fatores genéticos, podemos citar: 
•alta concentração de cálcio na membrana das células (defeito primário): 
aumenta a contração da musculatura lisa das artérias, fazendo-as

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