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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS VITOR HUGO BACH PEREIRA WILL ROBSON RAMALHO AZAMBUJA WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR MACROGRAFIA PONTA GROSSA 2019 VITOR HUGO BACH PEREIRA WILL ROBSON RAMALHO AZAMBUJA WILLY ANDERSON PENTEADO FRANCO JUNIOR MACROGRAFIA Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do curso de Engenharia de Materiais, 3º ano, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Mitsuyuki Cintho. PONTA GROSSA 2019 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Macrografia da amostra metálica com nital....................................................... 11 Figura 2 – Macrografia da amostra metálica com nital. ..................................................... 12 Figura 3 – Macrografia da amostra metálica com solução de iodo. ................................. 13 Figura 4 – Macrografia pelo método de Baumann. ............................................................. 14 Sumário 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5 2 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 7 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 8 3.1 MATERIAIS ....................................................................................................................... 8 3.2 REAGENTES ................................................................................................................... 8 3.2.1 FICHA DE SEGURANÇA DOS REAGENTES .................................................... 8 3.3 MÉTODOS ........................................................................................................................ 8 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 11 4.1 MACROGRAFIA POR ATAQUE QUÍMICO COM NITAL ........................................ 11 4.2 MACROGRAFIA POR ATAQUE QUÍMICO POR SOLUÇÃO DE IODO .............. 13 4.3 MÉTODO DE BAUMANN ............................................................................................. 13 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 15 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 16 5 1 INTRODUÇÃO A análise metalográfica tem como função comparar a estrutura de um determinado material como suas propriedades bem como seu método de fabricação, e é amplamente utilizada para analisar as falhas sofridas pelo material, como trincas e desgastes. [8] [5] O exame metalográfico pode ser feito a olho nu ou com uma lente de aumento de até 10 vezes, que é denominado então macrografia, porém quando o aumento é superior a isso, ou seja, com o auxílio de um microscópio, o processo se intitula micrográfico. [1] [8] A macrografia de acordo com Colpaert (1974, p.37): “Consiste no exame do aspecto de uma peça ou amostra metálica, segundo uma secção plana devidamente polida e em regra atacada por um reativo apropriado.” Sendo assim, a técnica macrográfica possui como principais etapas: o corte e escolha da secção da peça a ser analisada, que depende de acordo com o tipo de análise; o lixamento e polimento, para que a superfície escolhida fique o mais plana possível; o ataque com reativo químico, que varia conforme o metal a ser examinado; e a limpeza da peça, para possibilitar uma melhor análise dos resultados obtidos. [8] Os reativos químicos acabam atacando mais algumas regiões da amostra do que outras, gerando locais com “manchas” escuras, pois há uma variação de composição química ou na estrutura cristalina da região. [1] Estes ataques são classificados quanto sua duração e profundidade, podendo ser lentos e profundos, onde a duração varia de algumas horas até dias, e tem como objetivo obter uma maior corrosão do metal, ou rápidos e superficiais amplamente utilizados devido sua praticidade e duração curta. [1] Dependendo do metal que se pretende examinar, utiliza-se um determinado reativo químico, muitos reativos podem ser utilizados e entre os mais comuns estão: os de iodo; ácido sulfúrico; ácido clorídrico; o de Fry e de Heyn. [1] Um método possível de ser utilizado é a impressão de Baumann, que consiste em um papel fotográfico comum de brometo de prata, o qual é 6 submergido em uma solução de ácido sulfúrico (de 1 a 5%), por aproximadamente 1 min. O papel então é removido, tem o excesso de solução retirado e é posto sobre a região previamente lixada e atacada do metal. Após 5 minutos o papel é removido e mergulhado em um fixador de hiposulfito de sódio por aproximadamente 10 minutos e então é feita sua limpeza em água corrente. [1] As constatações da análise macrográfica deve-se aos contrastes de regiões diferentes em um metal, resultando em regiões mais escuras aquelas cujos quais possuem maior teor de carbono, fosforo, quantidade de inclusões não metálicas tais como sulfuretos, granulações grosseiras, texturas resultantes de deformações plásticas à frio e de têmperas. [1] Para realizar a macrografia é necessário fazer manuseio de muitas soluções concentradas, visto isso, é preciso ter um conhecimento prévio das medidas de segurança, contidas nas normas ASTM (American Society For Testing And Materials). [6] [7] Para manuseio de soluções de nital e iodo é necessário uso de EPI’s bem como: óculos de segurança e luvas, para evitar o contato da solução com a pele e com os olhos. É preciso também evitar a ingestão e a inalação do reagente. Caso haja o contato deve-se lavar bem o local com água e sabão, em caso de inalação retirar-se para um local de ar fresco, e em caso de ingestão, não induzir vômito sem orientação de um médico. [6] [7] Outro cuidado que se deve tomar é quanto à inflamabilidade das soluções, o nital é altamente inflamável e deve ser mantida longe de calor e fogo. [6] [7] 7 2 OBJETIVOS A pratica tem como objetivo analisar amostras metálicas macrograficamente, que serão submetidas à lixamento, ataque químico com nital 2% e solução de iodo, e analise pelo método de Baumann. 8 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Os materiais utilizados no procedimento experimental foram: 4 amostras de Aço (as quais possuíam regiões unidas por soldagem, em cada uma das amostras); lixas d’água de granulometria 240, 320, 400 e 600 Mesh; vidro de relógio; papel fotográfico. 3.2 REAGENTES Os reagentes utilizados no procedimento experimental foram: álcool, solução de Nital 2%; solução de Iodo 5%, solução de Ácido Sulfúrico 20% e uma solução fixadora. 3.2.1 FICHA DE SEGURANÇA DOS REAGENTES Utilizando-se de reagentes como as soluções de Nital 2% e Iodo 5% para a realização de ataques químicos nas amostras devem ser tomados alguns cuidados, os quais são descritos no Material Safety Data Sheet (MSDS) e em Fichas de Informação de Segurança para Produtos Químicos (FISPQ). Para o manejo do Nital deve-se utilizar óculos de proteção (e que possuam proteção química) em casos de respingos; sapatos fechados; vestimenta de proteção(jalecos) em caso de respingos na área corporal; luvas quimicamente isolantes e respirador específico em casos onde haja a possibilidade da formação de vapores. Na utilização da solução de Iodo deve-se também utilizar os mesmos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) para a proteção corporal, dos olhos, das mãos e sistema respiratório [10,11]. Já para o ataque utilizando o Ácido Sulfúrico 20%, seguindo as mesmas recomendações da MSDS e FISPQ, no manuseio do reagente devem-se tomar os seguintes cuidados com os olhos, com óculos de proteção; com as mãos, utilizando luvas quimicamente isolantes; corpo, com roupas protetoras contra ácidos e com o sistema respiratório, utilizando máscaras de proteção em casos de possibilidade de formação de vapores [12]. 3.3 MÉTODOS Após o recebimento das amostras analisou-se as superfícies das amostras a serem estudadas, onde escolheu-se a face que possibilitaria 9 observar os cordões de solda e a zona afetada pelo calor. Para a análise da macroestrutura da amostra, seguiu-se, durante a maioria do experimento, as normas da American Society for Testing and Materials (ASTM) ASTM E3 – 01. Tais peças que já foram entregues cortadas, de forma desconhecida, e não obtiveram alteração em suas dimensões após o recebimento, e por conta dessas medidas serem consideradas satisfatórias para a realização da prática, não houve a necessidade de embutimento das mesmas [9]. Após determinada a área de interesse estas seguiram para a etapa de lixamento, sem a limpeza prévia da área oxidada, contrariando a orientação da norma. Nessa etapa, que tem por finalidade remover possíveis danos de corte, substâncias indesejadas e para se nivelar a superfície da peça, utilizou-se, inicialmente a lixa d’água de granulometria 240 Mesh onde moveu-se a amostra para frente e para trás, na lixa, e quando observou-se que os “riscos” feitos nas amostras estavam uniformes e orientados para a mesma direção, limpou-se com água corrente e álcool e secou-se as mesmas, em seguida e rotacionou-as 90º, onde, fez-se a troca da lixa para uma granulometria maior (320 Mesh) e repetiu-se o processo passando nas lixas seguintes (400 e 600 Mesh). As amostras seguiram diretamente para a etapa de ataque, diferente do que orienta a norma, na qual possui a etapa de polimento das amostras [9,5]. O ataque químico, no qual seguiu-se os procedimentos orientados conforme a norma ASTM E340, mas não seguiu-se a norma ASTM E381, a qual determina a utilização da solução de Nital 5% ou 10% (no experimento utilizou-se foi 2%). No procedimento, preencheu-se um vidro relógio com Nital 2%, onde mergulhou-se a área de estudo das amostras por poucos segundos, onde após tal procedimento lavou-se e secou-se as mesmas [6,7]. Já no ataque com o Iodo, o mesmo seguiu-se a norma ASTM E340, para o procedimento, porém, não foi encontrada a substância e a porcentagem do reagente recomendadas para o ataque, fugindo assim da norma. Durante este procedimento, preencheu-se um vidro relógio com Iodo 5%, onde mergulhou-se a área de interesse da amostra por 5 minutos, onde após isto, lavou-se e secou-se a peça [6]. 10 Na etapa a qual realizou-se a Impressão de Baumann seguiu-se durante o procedimento a norma ASTM E1180, porém nesta, orienta-se que a Solução de Ácido Sulfúrico utilizada seja de concentração entre 2 e 10% (no experimento utilizou-se 20%), descumprindo, assim, a norma nesta situação. Durante este procedimento mergulhou-se o papel fotográfico na solução com o reagente durante 6 minutos, e em seguida, colocou-se a peça com sua área de interesse em contato com o papel por mais 6 minutos, para que se houvesse a impressão da macroestrutura da mesma, no papel. Lavou-se e secou-se a peça, após o procedimento e simultaneamente mergulhou-se o papel em uma solução fixadora por mais 6 minutos, onde observou-se de maneira mais clara a impressão da macroestrutura desejada [4]. 11 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após os processos de lixamento e ataques químicos por nital 2% e solução de iodo, e também a realização do método fotográfico de Baumann, serão discutidos os resultados obtidos e por quais motivos obtiveram-se tais resultados. Através do lixamento é possível reduzir a camada de deformada à superfície. É importante essa etapa porque assim a visualização da estrutura do material e descobrir possíveis causas de falhas no material ficam mais fáceis. Através do ataque químico, é possível visualizar possíveis pontos de soldas. [1] [2] 4.1 MACROGRAFIA POR ATAQUE QUÍMICO COM NITAL Após o lixamento seguido do ataque com nital, que foi realizado em duas amostras metálicas. O ataque com nital é rápido com poucos segundos e logo em seguida é possível visualizar uma mudança de cor na superfície do material evidenciado na figura 1 abaixo, nos mostrando a diferença de estrutura cristalina ou composição química. Nesse caso podemos visualizar a região de solda entre os materiais. [1] Figura 1 – Macrografia da amostra metálica com nital. Fonte: Os autores. A visualização da solda foi possível porque o nital promove uma dissociação na superfície do metal, sendo assim podemos distinguir as regiões. 12 Temos que a região mais escura é a zona afetada termicamente pelo processo de solda, e a região mais clara circundada pelo contorno mais escuro é a região fundida. A região fundida consiste em parte do metal base junto com o metal de adição. Podemos visualizar que a soldagem nessa amostra foi realizada uma junta de canto em v com filete. É possível visualizar a diferença dos metais unidos, caracterizado pela diferença de cor entre as duas peças unidas pela solda, que nos indica a diferença de estrutura e de propriedades. [3] A seguir na figura 2, temos a outra amostra metálica atacada com nital. Figura 2 – Macrografia da amostra metálica com nital. Fonte: Os autores. Diferente da amostra da figura 1, podemos ver a diferença da solda utilizada na junção dessa peça. A junta realizada no processo de soldagem é em ângulo e do tipo fileto. Onde podemos novamente visualizar a região afetada termicamente, demarcada pela cor mais escura e a região fundida, com menor área se comparada com a figura anterior. Dessa vez não é possível ver uma diferença clara de cor entre as peças, onde possivelmente as peças a unidas são do mesmo material. [3] De modo geral a macrografia por ataque químico por nital nos dá os possíveis tipos de processos de união dessas peças metálicas. Como também a nítida diferença de estrutura cristalina das peças unidas. 13 4.2 MACROGRAFIA POR ATAQUE QUÍMICO POR SOLUÇÃO DE IODO O ataque químico com a solução de iodo é um pouco mais lento, com aproximadamente 15 minutos de duração, porém a visualização é mais nítida quando comparada com o ataque com nital. Realizou-se o ataque em uma amostra metálica, onde o resultado esta mostrado na figura 3 abaixo. Figura 3 – Macrografia da amostra metálica com solução de iodo. Fonte: Os autores. Podemos visualizar novamente a zona afetada termicamente no contorno escuro, e na parte mais clara interna ao contorno sendo a região fundida podemos notar alguns passes de soldas. Também podemos visualizar que a junta de canto com v e filete. A diferença cor das peças novamente nos revela que as peças que foram unidas são de composições diferentes, reagindo de maneira diferente a solução de iodo. [1] [3] 4.3 MÉTODO DE BAUMANN O método de Baumann foi realizado em uma amostra, onde a impressão se deu em um papel fotográfico, banhada em ácido sulfúrico 20%, mostrada na figura 4 abaixo.14 Figura 4 – Macrografia pelo método de Baumann. Fonte: Os autores. Pelo método de Baumann podemos identificar o teor de enxofre existente na amostra metálica, como vemos na figura 4, a região mais clara nos indica baixo teor de enxofre, enquanto a região escura nos indica um alto teor de enxofre. Essa coloração se da pela reação entre brometo de prata que está presente no papel, com os sulfetos (Mn, Fe)S presente na superfície do material metálico. Também podemos visualizar se as peças unidas são ou não do mesmo material, pelo teor de enxofre diferenciando pela cor mais clara em uma das peças, porém como na impressão dessa amostra não se pode visualizar nitidamente essa diferença no teor, supomos que as peças são do mesmo material. [1] [4] As manchas muito claras ao meio do material nos indica a fusão realizada no processo de soldagem das peças, as demais manchas claras podem ser provenientes de bolhas de ar existente ao se realizar a impressão de Baumann. Essas regiões de bolhas não são atacadas corretamente pela solução de ácido sulfúrico 20%. Vale lembrar que a peça após ficar em contato com o papel fotográfico deve ser limpa, para que o ácido não ataque mais a peça. [1] [4] 15 5 CONCLUSÃO Após os procedimentos realizados podemos concluir que a macrografia nos da diversas informações sobre o materiais, como possíveis soldas realizadas, se as peças unidas são do mesmo material e alguns defeitos provenientes dos processos de fabricação dos mesmos. O processo de lixamento é um processo longo, mas que é muito importe para a revelação das características a serem observadas após os ataques químicos, por isso deve ser realizado de maneira correta. E no caso da impressão de Baumann podemos visualizar as características e regiões do material pelo teor de enxofre existente no material. Os métodos utilizados são métodos que podem nos dizer muito sobre os materiais quando se realizados de modo correto e seguro. Mas se caso queira se obter um resultado melhor é necessário realizar outras técnicas, como a micrografia, já que os métodos utilizados nos dão resultados mais simples e imprecisos. 16 REFERÊNCIAS [1] COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos produtos siderurgicos comuns. 3.ed. São Paulo: Edagrd blucher, 1992. 412 p. [2] REED-HILL, Robert E. Physical metallurgy principles. 3.ed. Boston: PWS, c1994. 926 p. (The pws series in engineering). ISBN 0-534-92173-6 [3] MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q. Soldagem: fundamentos e tecnologia, 3ªed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2011. [4] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E1180-08: Standard Practice for Preparing Sulfur Prints for Macrostructural Evaluation. West Conshohocken: ASTM, 2014. [5] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E3-11: Standard Guide for Preparation of Metallographic Specimens. West Conshohocken: ASTM, 2007. [6] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E340-15: Standard Practice for Macroetching Metals and Alloys. West Conshohocken: ASTM, 2015. [7] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E381-01: Standard Method of Macroetch Testing Steel Bars, Billets, Blooms, and Forgings. West Conshohocken: ASTM, 2012. [8] FAZANO, Carlos Alberto T V. A pratica metalografica. São Paulo: Hemus, c1980. 453 p. [9] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E 3 – 01. Standard Guide for Preparation of Metallographic Spcimens1. ASTM 2007. [10] MATERIAL SAFETY DATA SHEET. Nital Etchant. Disponível em: < http://www.metallographic.com/MSDS/SDS-OSHA/Nital.pdf > Acesso em 13 Mar 2019. [11] MATERIAL SAFETY DATA SHEET. Iodine. Disponível em: < https://fscimage.fishersci.com/msds/11400.htm > Acesso em 13 Mar 2019. [12] FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QÚIMICOS – FISPQ. Ácido Sulfúrico c(H2SO4). Disponível em: < http://www.hcrp.fmrp.usp.br/sitehc/fispq/%C3%81cido%20Sulf%C3%BArico%2 02.5%20N.pdf > Acesso em 13 Mar 2019.
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