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AULA 05

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Aula 05
Comércio Internacional p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)
Professor: Ricardo Vale
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AULA 05: PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO E 
DEFESA COMERCIAL 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Palavras Iniciais 1 
2- Práticas Desleais de Comércio x Medidas de Defesa 
Comercial 
2 - 9 
3- Dumping e Medidas Antidumping 9 - 36 
4- Subsídios e Medidas Compensatórias 37 - 51 
5- Medidas de Salvaguarda 51 – 62 
6 – Questões Comentadas 63 – 77 
6- Lista de Questões e Gabarito 78 - 97 
Olá, amigos tudo bem? Como vão os estudos? 
Já estão preparados emocionalmente para se tornarem Auditores 
Fiscais da RFB? Espero que sim! Sentir-se previamente aprovado é um dos 
primeiros passos para a realização de seus objetivos! Enxergue-se, desde já, 
trabalhando na RFB e, tenho certeza, você chegará lá! 
Hoje vamos abordar o tema “Práticas Desleais de Comércio e 
Defesa Comercial”. Trata-se de um assunto intimamente relacionado ao 
sistema multilateral de comércio e, por isso, é interessante que o estudemos 
em sequência às aulas sobre a OMC e os blocos regionais. 
Esse assunto é muitíssimo importante para a prova, meus amigos! No 
ranking de assuntos mais cobrados, esse assunto só perde para a OMC e para 
o MERCOSUL. Também é importante que estejamos atentos a esse tema 
porque, no atual contexto internacional, em que a China vem dominando os 
mercados mundiais com produtos altamente competitivos, cresce a 
importância dos instrumentos de defesa comercial. 
Cabe destacar que a aula de hoje já está atualizada segundo o 
Decreto nº 8.058/2013, que trouxe uma nova regulamentação para a 
aplicação dos direitos antidumping no Brasil. 
Uma boa aula a todos! Grande abraço, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://www.facebook.com/rvale01 
 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
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1-PRÁTICAS DESLEAIS DE COMÉRCIO X MEDIDAS DE DEFESA 
COMERCIAL: 
1.1- Introdução: 
Quando vamos estudar esse tema, algumas perguntas vêm 
naturalmente à nossa mente. O que são práticas desleais de comércio? E, 
ainda, o que são medidas de defesa comercial? 
Práticas desleais de comércio são medidas adotadas por governos 
ou empresas que dificultam ou até mesmo inviabilizam a concorrência sobre 
bases justas e que são utilizadas, muitas vezes, como estratégia de dominação 
de mercados. 
Com efeito, desde o GATT-1947, já existe a preocupação dos Estados 
participantes do sistema multilateral de comércio com a existência de um 
comércio justo. Reconheceu-se, então, no GATT-1947, a possibilidade de os 
países utilizarem medidas protecionistas contra o chamado “comércio desleal” 
(unfair trade).1 Veja-se, nesse sentido, o art. VI do GATT: 
Art. VI – Direitos Antidumping e Direitos Compensatórios 
“1. As Partes Contratantes reconhecem que o "dumping" que introduz 
produtos de um país no comércio de outro país por valor abaixo do 
normal, é condenado se causa ou ameaça causar prejuízo material a 
uma indústria estabelecida no território de uma Parte Contratante ou 
retarda sensivelmente o estabelecimento de uma indústria nacional. 
... 
3. Nenhum direito compensatório será cobrado de qualquer produto 
proveniente do território de uma Parte Contratante importado por 
outra Parte Contratante, que exceda a importância estimada do prêmio 
ou subsídio que, segundo se sabe, foi concedido direta ou 
indiretamente à manufatura, produção ou exportação desse produto 
no país de origem ou de exportação, inclusive qualquer subsídio 
especial para o transporte de um produto determinado. A expressão 
"direito compensatório" significa um direito especial cobrado com o fim 
de neutralizar qualquer prêmio ou subvenção concedidos, direta ou 
indiretamente à manufatura, produção ou exportação de qualquer 
mercadoria.” 
O art. VI do GATT estabelecia, como se pode ver, a possibilidade de 
aplicação, por uma Parte Contratante, de medidas antidumping e medidas 
compensatórias para defender-se contra o dumping e os subsídios, 
respectivamente. Logo, pode-se afirmar que, segundo a normativa 
multilateral, são práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio. 
 
1 THORSTENSEN, Vera. OMC – Organização Mundial do Comércio: As regras do Comércio 
Internacional e a Nova Rodada de Negociações Multilaterais. São Paulo: Aduaneira, 2009. 
pp.115-116. 
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Por outro lado, medidas de defesa comercial são os instrumentos 
utilizados pelos governos como forma de impedir ou minimizar os efeitos das 
práticas desleais de comércio (medidas antidumping e medidas 
compensatórias). Além de mitigar os efeitos das práticas desleais de comércio, 
as medidas de defesa comercial também podem ser empregadas para conferir 
proteção temporária à indústria nacional contra um surto de importações 
(medidas de salvaguarda). 
A partir dessas primeiras definições, já podemos chegar a duas 
assertivas importantes para sua prova: 
1) São práticas desleais de comércio o dumping e o subsídio. 
2) São medidas de defesa comercial as medidas antidumping, 
medidas compensatórias e as medidas de salvaguarda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
As medidas antidumping são aplicadas contra o dumping que 
cause dano à indústria nacional, enquanto as medidas compensatórias são 
aplicadas contra um subsídio danoso. Por sua vez, as medidas de 
salvaguarda não são aplicadas para fazer frente a uma prática desleal de 
comércio, mas sim diante de um surto de importações que cause dano grave à 
indústria nacional. 
Uma diferença essencial que decorre disso é a questão da 
seletividade. As medidas antidumping e medidas compensatórias, por serem 
aplicadas contra práticas desleais de comércio, são seletivas em razão da 
origem. Em outras palavras, as medidas antidumping e medidas 
compensatórias obedecem ao princípio da seletividade em função da 
origem. Mas o que isso quer dizer? 
Simples, meus amigos! Quando é aplicada uma medida antidumping 
ou uma medida compensatória, elas têm um “alvo” determinado. Se, por 
PRÁTICAS DESLEAIS DE 
COMÉRCIO 
MEDIDAS DE DEFESA 
COMERCIAL X 
Dumping 
Subsídio 
Medidas antidumping 
Medidas compensatórias 
Medidas de salvaguarda 
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exemplo, for aplicada uma medida antidumping sobre os imãs de ferrita 
originários da China, esses direitos não irão incidir sobre os imãs de ferrita de 
outras origens. Da mesma forma, se for aplicada uma medida compensatória 
contra as importações de algodão originário dos EUA, esses direitos não irão 
incidir sobre o algodão de outras origens. É possível afirmar, portanto, que as 
medidas antidumping e medida compensatórias somente incidem 
sobre os produtos originários do país contra o qual foram aplicadas. 
Cabe destacar que as medidas antidumping são aplicadas 
diretamente contra empresas estrangeiras. Mesmo nos casos em que se 
aplica uma medida antidumping contra uma determinada origem (ex: medida 
antidumping contra ventiladores da China), o que se está fazendo, na verdade, 
é aplicar uma medida antidumping contra os ventiladores fabricados por 
empresas chinesas. 
Por outro lado, as medidas de salvaguarda são não-seletivas, isto é, 
uma vez aplicadas, incidem sobre todas as importações de um determinado 
produto, independentemente daorigem. Diz-se, portanto, que as medidas de 
salvaguarda obedecem ao princípio da não-seletividade. A razão para as 
medidas de salvaguarda serem não-seletivas é o fato de que, ao contrário 
dos direitos antidumping e compensatórios, elas não visam a 
neutralizar os efeitos de práticas desleais de comércio. As medidas de 
salvaguarda são aplicadas como forma de coibir um surto de importações de 
um determinado produto. E, diante de um surto de importações, não interessa 
a origem... O grande problema é a “enxurrada” de produtos entrando no 
território nacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas será que um Estado pode aplicar medidas de defesa comercial da 
forma como bem entender? Será que ele tem esse poder? 
MEDIDAS ANTIDUMPING 
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS 
MEDIDAS DE SALVAGUARDA 
SELETIVAS EM RAZÃO DA 
ORIGEM 
NÃO-SELETIVAS EM RAZÃO 
DA ORIGEM 
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Não. Para a aplicação de medidas de defesa comercial, é necessário 
que seja realizada uma investigação prévia por uma autoridade nacional. 
Tal investigação deverá observar os procedimentos gerais previstos nos 
acordos multilaterais de comércio celebrados no âmbito da OMC, mais 
especificamente o Acordo Antidumping, o Acordo sobre Subsídios e Medidas 
Compensatórias e o Acordo sobre Salvaguardas. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
1. (ACE-2008) - A característica comum das medidas antidumping e 
das medidas compensatórias é seu caráter seletivo, diferenciando-as, 
nesse sentido, das salvaguardas comerciais, que, por força da razão 
pela qual são acionadas, não discriminam os produtos importados pela 
procedência. 
Comentários: 
As medidas de salvaguarda não discriminam os produtos importados 
pela procedência, isto é, são não-seletivas. Por sua vez, as medidas 
antidumping e compensatórias obedecem ao princípio da seletividade. Questão 
correta. 
2. (AFRF – 2005) - Para neutralizar a prática do dumping, o país 
prejudicado pode aplicar uma medida antidumping, respeitando o 
princípio da não-seletividade, ou seja, a aplicação da medida deverá 
atingir todas as importações do produto em questão, não importando 
sua procedência. 
Comentários: 
As medidas antidumping somente incidem sobre os produtos 
originários do país contra o qual foram aplicadas, ou seja, obedecem ao 
princípio da seletividade. Questão errada. 
 
1.2- O Sistema de Defesa Comercial no Brasil: 
Como é que funciona o sistema de defesa comercial no Brasil? 
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É simples! O sistema de defesa comercial brasileiro funciona, 
basicamente, em torno de duas instâncias: o Departamento de Defesa 
Comercial (DECOM) e a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX)2. 
O DECOM, integrante da estrutura da SECEX, é responsável, dentre 
outras tarefas, por propor a abertura e conduzir investigações 
destinadas à aplicação de medidas antidumping, medidas 
compensatórias e medidas de salvaguarda. Ao final da investigação, o 
DECOM é responsável por PROPOR à CAMEX a aplicação das medidas de 
defesa comercial. 
A CAMEX, por sua vez, é o órgão de cúpula do comércio exterior 
brasileiro, a ela competindo a decisão final quanto à aplicação de medidas de 
defesa comercial. Nesse sentido, a CAMEX é responsável pela fixação de 
direitos antidumping, direitos compensatórios e medidas de 
salvaguarda. Destaque-se que a CAMEX pode fixar essas medidas de defesa 
comercial em caráter definitivo ou provisório (direitos antidumping provisórios, 
direitos compensatórios provisórios ou medidas de salvaguarda provisórias). 
Caso uma investigação seja encerrada com aplicação de medida 
de defesa comercial, a competência do encerramento será da CAMEX, que o 
fará por meio de Resolução. Por outro lado, caso a investigação seja encerrada 
sem a aplicação de medida de defesa comercial, a competência para o 
encerramento será do Secretário de Comércio Exterior, que o fará por meio 
de Circular SECEX. 
Muitos podem pensar: “O DECOM realiza a investigação, então é ele 
que a começa e a encerra.” Ledo engano! O DECOM realmente realiza a 
investigação, mas o encerramento desta necessita da formalização através de 
um ato público. E o encerramento é materializado por meio de uma Resolução 
CAMEX (no caso de aplicação de medida de defesa comercial) ou de uma 
Circular SECEX (quando não houver aplicação de medida de defesa comercial). 
 
 
 
 
 
 
 
2 Na próxima aula, estudaremos detalhadamente cada uma das instituições 
intervenientes no comércio exterior brasileiro. 
Encerramento da 
investigação sem aplicação 
de medida de defesa 
comercial 
Competência da CAMEX 
Competência da SECEX 
Encerramento da 
investigação com aplicação 
de medida de defesa 
comercial 
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Pergunta-se: é possível que o DECOM proponha a aplicação de uma 
medida de defesa comercial e a CAMEX se recuse a aplicá-la? 
Sim, é plenamente possível a negativa da CAMEX. Em um 
determinado caso concreto, o DECOM propôs a aplicação de direitos 
antidumping sobre cimento e a CAMEX recusou. Qual o argumento da CAMEX? 
Segundo foi apurado, as empresas brasileiras que entraram com a petição no 
DECOM estavam sendo investigadas por prática de cartel. Nesse sentido, caso 
fossem aplicados direitos antidumping, a livre concorrência restaria mais 
prejudicada ainda. 
A CAMEX tem várias outras atribuições em matérias de defesa 
comercial, as quais estão relacionadas no art. 2º, do Decreto nº 8.058/2013: 
Art. 2º Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio 
Exterior - CAMEX, com base nas recomendações contidas em parecer do 
Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de Comércio Exterior 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -
 DECOM, a decisão de: 
I - aplicar ou prorrogar direitos antidumping provisórios ou definitivos; 
II - homologar ou prorrogar compromissos de preços; 
III - determinar a cobrança retroativa de direitos antidumping 
definitivos; 
IV - determinar a extensão de direitos antidumping definitivos; 
V - estabelecer a forma de aplicação de direitos antidumping, e de sua 
eventual alteração; 
VI - suspender a investigação para produtores ou exportadores para os 
quais tenha sido homologado compromisso de preços, nos termos do art. 
67; 
VII - suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo 
aplicado, mediante a exigência de depósito em dinheiro ou fiança 
bancária na hipótese da Subseção I da Seção III do Capítulo VIII, assim 
como determinar a retomada da cobrança do direito e a conversão das 
garantias prestadas; e 
VIII - suspender a aplicação do direito antidumping na hipótese do art. 
109. 
Cabe destacar também a participação da Receita Federal nesse 
processo todo. É esse órgão o responsável pela arrecadação (recolhimento) 
das medidas de defesa comercial, o que já é feito automaticamente por 
ocasião do registro da Declaração de Importação. 
Recapitulando: 
 
 
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Uma das grandes novidades no sistema brasileiro de defesa comercial 
é a de que as medidas antidumping, após terem sido aplicadas, poderão ser 
suspensas em razão de interesse público. Segundo o art. 3º, do Decreto 
nº 8.058/2013, o Conselho de Ministros da CAMEX poderá, porrazões de 
interesse público, suspender, por até um ano, prorrogável uma única vez 
por igual período, a exigibilidade de direito antidumping definitivo, ou de 
compromisso de preços, em vigor. 
A análise de interesse público deverá observar os procedimentos 
estabelecidos em ato da CAMEX. Atualmente, a tarefa de analisar petições 
relativas a interesse público está nas mãos do GTIP (Grupo Técnico de 
Interesse Público), instância técnica constituída no âmbito da CAMEX. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
3. (ACE-2008) - O sistema de defesa comercial brasileiro está 
organizado essencialmente em torno de duas instâncias: o 
Departamento de Defesa Comercial, órgão executivo vinculado à 
Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, com competência de propor 
a abertura e conduzir investigações para a aplicação de medidas 
antidumping, compensatórias e de salvaguardas, e de recomendar a 
DECOM 
CAMEX 
RECEITA FEDERAL 
- PROPÕE a abertura e conduz a investigação 
para aplicação de medidas de defesa 
comercial. 
- PROPÕE a aplicação de medidas de defesa 
comercial 
 
FIXA direitos antidumping, direitos 
compensatórios e medidas de salvaguarda 
ARRECADA direitos antidumping, direitos 
compensatórios e medidas de salvaguarda 
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aplicação das medidas de defesa comercial previstas nos acordos da 
OMC; a CAMEX, cujas competências incluem a aplicação de medidas 
provisórias e o encerramento de investigação com aplicação de 
medidas definitivas. 
Comentários: 
Três informações importantes, que tornam a questão correta: 
1) O DECOM da SECEX tem competência para propor a abertura e 
conduzir investigações para a aplicação de medidas antidumping, 
compensatórias e de salvaguardas, e de recomendar (propor) a aplicação das 
medidas de defesa comercial previstas nos acordos da OMC. 
2) A CAMEX tem competência para aplicação de medidas de defesa 
comercial em geral, sejam elas provisórias ou definitivas. 
3) A CAMEX tem competência para encerrar a investigação com 
aplicação de medidas definitivas. 
4. (Questão Inédita)- A abertura de uma investigação de defesa 
comercial é de competência da Secretaria de Comércio Exterior. No 
entanto, a aplicação de medidas provisórias ou definitivas é de 
competência da CAMEX. 
Comentários: 
A abertura de uma investigação de defesa comercial é de 
competência da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), mais 
especificamente do Departamento de Defesa Comercial (DECOM), que poderá 
iniciá-la de ofício (iniciativa própria) ou por meio de petição da 
indústria doméstica. A CAMEX, por sua vez, é responsável pela aplicação das 
medidas de defesa comercial, sejam estas provisórias ou definitivas. Questão 
correta. 
5. (Questão Inédita)- A competência para o encerramento das 
investigações sem aplicação de medida de defesa comercial é do 
Secretário de Comércio Exterior. 
Comentários: 
O encerramento de uma investigação sem aplicação de medida de 
defesa comercial compete ao Secretário de Comércio Exterior, que o fará 
mediante Circular SECEX. Questão correta. 
 
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2- DUMPING E MEDIDAS ANTIDUMPING: 
2.1- Conceito de Dumping: 
Há muita confusão em torno do conceito de dumping. É muito usual, 
por exemplo, que o senso comum afirme que o dumping ocorre quando uma 
mercadoria é vendida por um preço inferior ao preço de custo. Isso está 
absolutamente errado! 
Segundo a normativa da OMC, o dumping é uma prática desleal de 
comércio que consiste na venda de um produto para exportação por um 
preço inferior ao seu valor normal. Em outras palavras, considera-se que 
existe dumping quando um produto é vendido no mercado internacional por 
um preço inferior ao praticado no mercado interno do país exportador. Pode-se 
dizer também que o dumping fica caracterizado quando há uma discriminação 
de preços em mercados diferentes, ou seja, quando o preço cobrado pela 
empresa é diferente, a depender do mercado para o qual ela está vendendo. 
No mercado interno, ela vende por um preço; no mercado internacional, por 
um preço inferior. O dumping é, portanto, uma discriminação internacional 
de preços. 
A definição de dumping segundo a normativa da OMC e as normas 
brasileiras é bem semelhante (como não poderia deixar de ser!). No entanto, a 
normativa brasileira reconhece que as importações amparadas pelo regime 
aduaneiro especial de drawback também estão abrangidas pelo conceito de 
dumping. Isso é o que se depreende a partir da leitura do art. 7º do Decreto 
nº 8.058/2013, segundo o qual considera-se prática de dumping a 
introdução de um bem no mercado doméstico, inclusive sob as 
modalidades de drawback , a um preço de exportação inferior ao seu 
valor normal. 3 
Acredito que um exemplo irá auxiliar o nosso entendimento sobre o 
que é o dumping! 
Suponha que empresas chinesas estejam exportando para o Brasil 
sapatos por US$ 4,00 / par e que, em seu mercado interno, o par de sapatos 
seja vendido por US$ 6,00. Nessa situação, existe dumping? 
Sim, existe. E por quê? Porque o preço de exportação está inferior ao 
preço praticado no mercado interno do país exportador, isto é, inferior ao valor 
normal. Logo, as empresas chinesas, na situação apresentada, estão 
 
3
!O drawback é um regime aduaneiro especial que funciona como um grande incentivo 
às exportações brasileiras. Por meio do drawback, a empresa importa e adquire no 
mercado interno, com desoneração tributária, produtos utilizados no processo 
produtivo de bens exportados ou a exportar. Assim, de forma simplificada, o 
drawback é uma desoneração tributária condicionada à exportação. Estudaremos em 
detalhes sobre o drawback em aula futura. 
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praticando dumping. Aqui chamo sua atenção para um detalhe importante: 
quem pratica o dumping são empresas (e não governos!) 
Mas o que fazer para combater o dumping? 
Bem, o governo poderá dar início, mediante pleito da indústria 
nacional ou de ofício, a uma investigação para aplicação de medidas 
antidumping. Nessa investigação, é necessário que se comprove a existência 
de três elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Estando presentes 
esses três requisitos, poderão ser aplicados direitos antidumping. Mais à frente 
estudaremos cada um deles. 
Recapitulando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
6. (AFRFB-2009)- A prática do dumping consiste na venda de um 
produto por preço inferior ao custo de produção de seu similar no 
mercado de exportação e enseja, de parte do país importador, como 
forma de defesa, a imposição de salvaguardas comerciais. 
Comentários: 
DUMPING 
Venda de um produto para 
exportação por um preço 
inferior ao valor normal 
VALOR NORMAL Preço praticado no mercado 
interno do país exportador 
Aplicação de Medidas 
Antidumping 
- Dumping 
- Dano 
- Nexo Causal 
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A questão está errada por dois motivos. 
1) O dumping fica caracterizado quando um produto é vendido para 
exportação por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país 
exportador (e não inferior ao custo de produção!) 
2) Como forma de se proteger do dumping danoso, o governo do país 
importador poderáaplicar medidas antidumping (e não medidas de 
salvaguarda!) 
7. (AFRF – 2005)- Segundo as normas da OMC, pratica dumping a 
empresa que vende no mercado de outro país abaixo do seu preço de 
custo. 
Comentários: 
Essa é uma grande pegadinha! O dumping ocorre quando uma 
empresa vende um produto para exportação por um preço inferior ao 
preço praticado no mercado interno do país exportador (e não por um 
preço inferior ao preço de custo!). Questão errada. 
8. (AFRF-2002.1) - A venda de uma mercadoria no exterior a preços 
inferiores aos normalmente praticados no mercado de origem 
configura prática comercial denominada dumping. 
Comentários: 
Outra questão cobrando o conceito de dumping! Estejam atentos: o 
dumping ocorre quando o preço de exportação é inferior ao valor normal 
(preço praticado no mercado de origem). Questão correta. 
9. (MDIC-2009/Área Administrativa)- De acordo com o Decreto n.º 
8.058/2013, dumping é a introdução de um bem no mercado 
doméstico, inclusive sob as modalidades de drawback, a preço de 
exportação inferior ao valor praticado no mercado de origem. 
Comentários: 
O dumping fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior 
ao preço praticado no mercado interno do país exportador (país de origem). No 
Brasil, a definição de dumping alcança também as importações ao amparo do 
drawback. Questão correta. 
10. (AFTN-1998)- Dumping é a introdução de um bem no mercado 
doméstico por um preço de exportação inferior ao valor normal, isto é, 
ao seu preço de custo. 
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Comentários: 
Novamente a mesma pegadinha! Agora eu tenho certeza que você 
acertou! (rsrs...) As bancas examinadoras adoram falar em “preço de 
exportação inferior ao preço de custo”. Isso está errado! 
Especificamente nessa questão, o correto seria: “Dumping é a 
introdução de um bem no mercado doméstico por um preço de exportação 
inferior ao valor normal, isto é, inferior ao preço praticado no mercado 
interno de origem.” 
11. (AFRF 2000 – adaptada)- Um produto é exportado com preço de 
dumping se é introduzido no mercado de outro país por um valor 
inferior ao vendido no mercado doméstico. 
Comentários: 
Esse é o exato conceito de dumping! Muita atenção, porque isso irá, 
muito provavelmente, ser cobrado na sua prova. Questão correta. 
12. (Questão Inédita)- Considera-se haver prática de dumping, isto 
é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior a 
seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser 
inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais 
para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país 
exportador. 
Comentários: 
Segundo o art. 2º, § 1º, do Acordo Antidumping, “considera-se haver 
prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a 
preço inferior a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto 
ser inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o 
mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador.” Questão 
correta. 
 
2.2- Determinação do Valor Normal: 
O valor normal é o preço pelo qual o produto similar, em operações 
comerciais normais, é destinado ao consumo no mercado interno do país 
exportador. Considera-se “produto similar” o produto idêntico, igual sob 
todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, na sua ausência, 
outro produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, 
apresente características muito próximas às do produto objeto da 
investigação. 
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Bem, a regra geral é que valor normal é o preço pelo qual o produto 
é vendido no mercado interno do país exportador! No entanto, podem ocorrer 
situações em que será necessário proceder a uma determinação alternativa 
do valor normal. 
Segundo o art. 14, do Decreto nº 8.058/2013, caso não existam 
vendas do produto similar em operações comerciais normais no 
mercado interno do país exportador ou quando não for possível 
comparação adequada com o preço de exportação (em razão de 
condições especiais de mercado ou de baixo volume de vendas do produto 
similar no mercado interno do país exportador), o valor normal será apurado 
com base no preço de exportação do produto similar para terceiro país 
apropriado, desde que esse preço seja representativo. Ou, ainda, o valor 
normal será apurado valor construído, que consistirá no custo de produção 
no país de origem declarado, acrescido de razoável montante a título de 
despesas gerais, despesas administrativas, despesas de comercialização, 
despesas financeiras e lucro. 
No caso de as importações serem originárias de países não 
considerados economias de mercado (como é o caso da China, por 
exemplo!), a determinação do valor normal poderá ser feita por outros 
métodos: 
- Preço de venda do produto similar em um país substituto; 
- Valor construído do produto similar em um país substituto; 
- Preço de exportação do produto similar de um país substituto para 
outros países, exceto o Brasil; 
- Outro preço razoável, inclusive o preço pago ou a pagar pelo 
produto similar no mercado interno brasileiro, devidamente ajustado, se 
necessário, para incluir margem de lucro razoável, sempre que nenhuma das 
hipóteses anteriores seja viável e desde que devidamente justificado. 
O país substituto é um terceiro país economia de mercado 
considerado apropriado, levando-se em conta as informações confiáveis 
apresentadas tempestivamente pelo peticionário ou pelo produtor ou 
exportador. Segundo o art. 4º, do Decreto nº 8.058/2013, caberá à CAMEX 
conceder o status de economia de mercado para fins de defesa comercial. 
Em um caso concreto, o DECOM utilizou o valor construído do 
glifosato na Argentina (terceiro país de economia de mercado), a fim de apurar 
o valor normal em uma investigação antidumping aberta contra a China (que 
não é considerada economia de mercado!). 
Esquematizando: 
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Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
13. (AFRF-2000 - adaptada)- Para fins de cálculo do valor normal, 
caso não haja a venda de produto similar no mercado doméstico do 
país exportador, deve-se comparar com vendas de produtos similares 
em outros mercados. 
Comentários: 
A questão traz à tona um dos métodos alternativos para 
determinação do valor normal. Se não há venda de produto similar no mercado 
doméstico do país exportador, deverá ser utilizado o preço de exportação do 
produto similar para terceiros países (e não o preço do produto similar no 
mercado doméstico de outros países!). Questão errada. 
14. (Questão Inédita)- Na análise de dumping, se o produto similar 
não for objeto de vendas no mercado interno do país exportador, 
pode-se utilizar como valor normal exclusivamente o preço de 
exportação para terceiro país. 
Comentários: 
Há dois métodos alternativos para proceder-se ao cálculo do valor 
normal: 
Valor Normal Preço praticado no mercado 
interno do país exportador 
Em operações comerciais 
normais 
Caso não existam vendas do 
produto similar no mercado 
interno do país exportador 
ou essas vendas não 
permitam comparação 
adequada 
- Preço de exportação do produto 
similar para um terceiro país. 
- Valor construído. 
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?%∀≅Α(3∋&−%Β∀(Χ−.,(((((((((((((((((((!!!∀#∃%&∋%#()∋∗+,∗−&∃+∃∀∗+.∀/&0!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!18!∀#!231) Por meio do preço de exportação para terceiro país, desde que 
este seja representativo. 
2) Por meio do valor construído no país de origem. 
A assertiva está errada porque a palavra "exclusivamente" dá a 
entender que só existiria uma única maneira de determinar o valor normal 
quando não há vendas de produto similar no mercado doméstico do país 
exportador. 
15. (Questão Inédita)- Considera-se valor normal, para fins de 
determinação de dumping, o preço efetivamente praticado para o 
produto similar nas operações comerciais normais, que o destinem a 
consumo interno no país exportador. 
Comentários: 
Valor normal é sinônimo de preço praticado no mercado interno do 
país exportador. Questão correta. 
 
2.3- Determinação do Preço de Exportação: 
A determinação do preço de exportação deve levar em consideração 
se o produtor e o exportador são a mesma pessoa. 
Quando o produtor e o exportador forem a mesma pessoa, o 
preço de exportação será o preço recebido ou a receber pelo produto 
exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções efetivamente 
concedidos e diretamente relacionados com as vendas do produto objeto da 
investigação. 
Já quando o produtor não for o exportador (são pessoas 
diferentes!) e ambos não forem partes associadas ou relacionadas, o preço de 
exportação será, preferencialmente, o preço recebido pelo produtor por 
produto exportado ao Brasil, líquido de tributos, descontos ou reduções 
efetivamente concedidos e diretamente relacionados com as vendas do 
produto objeto da investigação. 
Em certas situações, todavia, pode não ser possível calcular o 
preço de exportação ou este pode não ser confiável, em virtude de 
associação ou acordo compensatório entre produtor ou exportador e 
importador ou uma terceira parte. Ora, se há uma associação entre 
exportador e importador, é possível que o preço de exportação seja declarado 
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a maior4, o que causaria distorções na apuração pela autoridade investigadora 
nacional. 
Nesses casos, será utilizado um método alternativo para a 
determinação do preço de exportação. O preço de exportação será, então, 
construído a partir do preço pelo qual os produtos importados foram 
revendidos ao primeiro comprador independente. Se não houver 
comprador independente ou os produtos não forem revendidos na 
mesma condição em que foram importados, o preço de exportação será 
construído a partir de uma “base razoável”. Será, então, aplicado qualquer 
outro método, desde que justificado. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
4 Se as empresas são vinculadas (matriz e subsidiária), o preço de exportação pode ser 
declarado a maior a fim de que a empresa brasileira tenha uma despesa maior e, 
consequentemente, a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) desta empresa brasileira seja 
menor. 
Preço de 
Exportação 
Preço recebido ou a receber pelo 
produto exportado ao Brasil, líquido 
de tributos, descontos ou reduções 
efetivamente concedidos e 
diretamente relacionados com as 
vendas do produto objeto da 
investigação. 
Caso ele não possa ser 
calculado ou não seja 
confiável 
Construção do preço de 
exportação 
- A partir do valor de revenda ao primeiro 
comprador independente 
- A partir de uma base razoável (outro 
método) caso não exista comprador 
independente ou os produtos não forem 
revendidos na mesma condição em que foram 
importados 
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!
16. (AFRF-2005)- Caso não seja possível o cálculo do preço de 
exportação, ou caso o preço seja duvidoso segundo os parâmetros da 
legislação aplicável, o preço de exportação do produto investigado 
pode ser construído pela autoridade investigadora para fins de 
constatação da prática do dumping. 
Comentários: 
Se não for possível calcular o preço de exportação ou este parecer 
duvidoso, a autoridade investigadora deverá utilizar um método alternativo, 
construindo o preço de exportação. Questão correta. 
 
2.4- Determinação da Margem de Dumping: 
Já sabemos determinar o preço de exportação e o valor normal! Se o 
preço de exportação for inferior ao valor normal, poderemos concluir que há 
dumping! Mas qual será o “tamanho” do dumping? 
Isso se apura pelo cálculo da margem de dumping, que é depois 
utilizada como base para o cálculo dos direitos antidumping a serem aplicados. 
O cálculo da margem de dumping leva em consideração a seguinte fórmula: 
 
 
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Suponha que uma 
empresa chinesa esteja exportando chinelos ao Brasil por US$ 8,00 / par, ao 
mesmo tempo em que pratica no mercado interno chinês o preço de US$ 
10,00 / par. Qual a margem de dumping? 
MD=VN - PE 
MD= US$ 10,00 – US$ 8,00 
MD= US$ 2,00 
Essa é a margem de dumping absoluta! Por sua vez, encontramos 
a margem de dumping relativa a partir da aplicação da seguida fórmula: 
MD= VN -PE 0 MD= margem de dumping 
VN= valor normal 
PE= preço de exportação 
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No exemplo acima, a margem de dumping relativa seria: 
MR= MD / PE 0
MR=US$ 2,00 / US$ 8,00 
MR= 25% 
Fácil, não é mesmo? Ocorre que a apuração da margem de dumping 
não é tão simples assim! 
Ao contrário, devem ser consideradas todas as vendas realizadas no 
período da investigação. Nesse sentido, o Acordo Antidumping determina quais 
as maneiras de se apurar a margem de dumping: 
1) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço 
médio ponderado de todas as exportações 
2) Comparação entre o valor normal e os preços de exportação 
transação a transação. 
3) Comparação entre o valor normal médio ponderado e o preço de 
exportação de cada transação: esse método somente será possível quando os 
preços de exportação diferirem significativamente e se for explicada a razão de 
tais diferenças não poderem ser consideradas, adequadamente, por meio de 
comparação entre médias ponderadas ou transação a transação. 
A comparação entre o valor normal e o preço de exportação, para fins 
de determinação de dumping, deverá ser realizada sobre bases justas, ou seja, 
a comparação deverá ser efetuada ao mesmo nível de comércio, 
normalmente ex-fábrica, levando-se em consideração as datas mais 
próximas possíveis. 
Dizemos que um produto é vendido em nível “ex-fabrica” (ou ex-
works) se o vendedor o disponibiliza no seu próprio estabelecimento 
(chão da fábrica) ao comprador. Quando consideramos o preço “ex-fabrica”, 
isso significa que não estamos levando em conta nenhum dos gastos incorridos 
após o momento da disponibilização do produto no “chão da fábrica”. 
MR= MD / PE 0
MR= margem de dumping relativa 
MD= margem de dumping absoluta 
PE= preço de exportação 
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Pronto! Agora vocês já sabem determinar o preço de exportação, o 
valor normal e a margem de dumping. Já estão próximos de se tornarem 
investigadores comerciais do DECOM (rsrs...) 
Mas por que é importante a determinação da margem de dumping? 
A margem de dumping é importante porque ela influencia no 
montante dos direitos antidumping aplicados. Com efeito, o direito 
antidumping é o montante em dinheiro igual ou inferior à margem de 
dumping apurada,aplicado com o fim exclusivo de neutralizar os efeitos 
danosos das importações objeto de dumping. 
 
O direito antidumping aplicado não pode exceder 
a margem de dumping apurada. Ele é um 
montante igual ou inferior. 
Os direitos antidumping poderão ser impostos na forma de alíquotas 
ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação de ambas.5 
Quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota específica, 
deverá ser levada em consideração a margem de dumping absoluta. Por sua 
vez, quando o direito antidumping for aplicado na forma de alíquota ad 
valorem, deverá ser levada em consideração a margem de dumping relativa. 
Destaque-se que, quando a margem de dumping relativa for inferior ao 
“de minimis”, isto é, inferior a 2%, não poderão ser aplicadas medidas 
antidumping. 
A aplicação de direitos antidumping não poderá ocorrer na forma 
de restrições quantitativas (cotas), mas apenas na forma de alíquotas. As 
únicas medidas de defesa comercial que podem ser aplicadas na forma de 
restrições quantitativas são as medidas de salvaguarda. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
 
5 - Exemplo de alíquota ad valorem fixa = Direitos antidumping de 25% 
- Exemplo de alíquota específica fixa = Direito antidumping de R$ 2,00 / unidade 
- Exemplo de alíquota ad valorem variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / 
unidade, incidirá um direito antidumping de 20%; se a mercadoria custar acima de R$ 2,00 
/unidade, incidirá um direito antidumping de 30%. 
- Exemplo de alíquota específica variável = Se a mercadoria custar até R$ 2,00 / unidade, 
incidirá um direito antidumping de R$ 1,00 / unidade; se a mercadoria custar acima de R$ 
2,00 /unidade, incidirá um direito antidumping de R$ 1,50 / unidade. 
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17. (AFRF-2003) - O dumping é considerada prática desleal de 
comércio e define-se como a determinação do preço de exportação de 
uma mercadoria com base nas diferenças entre os custos de produção 
nos mercados de origem e de destino. 
Comentários: 
De fato, o dumping é considerado uma prática desleal de comércio. 
No entanto, ele fica caracterizado quando o preço de exportação é inferior 
ao preço praticado no mercado interno do país exportador (valor 
normal). Logo, a questão está errada. 
18. (Questão Inédita)- Na análise de dumping deverá ser comparado 
o preço de exportação com o valor normal. O valor normal, por sua 
vez, é considerado em base FOB. 
Comentários: 
O valor normal e o preço de exportação deverão ser comparados 
levando-se em conta o mesmo nível comercial, normalmente “ex fabrica”. 
Questão errada. 
19. (Questão Inédita)- Não poderão ser aplicados direitos 
antidumping quando a margem de dumping for inferior ao “de 
minimis”. 
Comentários: 
Quando a margem de dumping relativa for inferior ao “de minimis” 
(2%), não poderão ser aplicados direitos antidumping. Questão correta. 
20. (Questão Inédita)- Margem de dumping é a diferença entre o 
valor normal e o preço de exportação, devidamente ajustados, 
vigentes durante o período estabelecido para investigações de 
existência de dumping. 
Comentários: 
A diferença entre o valor normal e o preço de exportação 
devidamente ajustados é o que se chama de margem de dumping, mais 
especificamente margem de dumping absoluta. A margem de dumping relativa 
é a razão entre a margem de dumping absoluta e o preço de exportação. 
Questão correta. 
21. (AFRF – 2005)- A aplicação da medida antidumping pode ser feita 
de modo tanto qualitativo, por meio de um direito antidumping ad 
valorem ou específico, ou de modo quantitativo, ou seja, por meio da 
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definição de uma cota que restrinja o ingresso do produto no mercado 
do país importador. 
Comentários: 
As medidas antidumping não podem ser aplicadas na forma de 
restrições quantitativas. Questão errada. 
22. (Questão Inédita)- A margem de dumping será considerada como 
de minimis quando, expressa como um percentual do preço de 
exportação, for inferior a dois por cento. Nesse caso, quando a 
margem de dumping for inferior ao de minimis, não poderão ser 
aplicados direitos antidumping. 
Comentários: 
Quando a margem de dumping apurada for inferior ao “de minimis”, 
ou seja, 2%, não poderão ser aplicados direitos antidumping. Questão correta. 
 
2.5- Determinação de Dano e Nexo Causal: 
As regras do sistema multilateral de comércio não proíbem a prática 
do dumping, ou seja, pode-se afirmar que nem todo o dumping é punível ou 
condenável. Imagine, por exemplo, que a indústria brasileira de calçados 
esteja comprando couro da China por um preço extremamente baixo. E, ainda, 
que o Brasil não tenha produção de couro... Nessa hipotética situação, não há 
prejuízo para nenhum produtor nacional. Ao contrário, o dumping irá favorecer 
a indústria nacional de calçados. 
O dumping é admissível apenas quando não causar dano. Quando o 
dumping causar dano à indústria nacional do país importador, ele passa a ser 
condenável. Com efeito, a aplicação de medidas antidumping (sejam elas 
provisórias ou definitivas) depende de três requisitos: DUMPING, DANO e 
NEXO CAUSAL. É irrelevante, para fins de aplicação de direitos antidumping, 
a existência de dolo da empresa estrangeira em eliminar ou dificultar a 
concorrência. 
Mas quando é que fica caracterizado o dano? 
De início, cumpre destacar que a palavra “dano” deve ser 
interpretada em sentido amplo, isto é, considera-se que ocorre dano quando 
há: 
i) efetivo dano material à indústria nacional; 
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ii) ameaça de dano material à indústria nacional ou; 
iii) atraso material na implantação da indústria doméstica. 
Ressalte-se que, em uma investigação de defesa comercial, é muito 
mais complexo determinar a existência de ameaça de dano ou de atraso 
sensível no estabelecimento da indústria. 
A determinação de dano será baseada em elementos de prova e 
incluirá exame objetivo sobre três pontos essenciais: 
 i) do volume das importações objeto de dumping. Será 
considerado insignificante um volume inferior a 3% por cento das importações 
pelo Brasil de produto similar, a não ser que os países que, individualmente, 
respondam por menos de 3% das importações do produto similar pelo Brasil 
sejam, coletivamente, responsáveis por mais de 7% das importações do 
produto. 
Imagine, por exemplo, que o produto investigado é ventilador e a 
origem investigada é China. As importações totais de ventiladores feitas pelo 
Brasil somam 100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China 
(país investigado), considera-se que esse volume é insignificante, pois é de 
2,5% (inferior a 3%). 
Mas agora imagine que há três origens investigadas: China, Índia e 
Taiwan. As importações totais de ventiladores feitas pelo Brasil somam 
100.000 ventiladores. Se 2.500 ventiladores vierem da China, 2500 da Índia e 
2500 de Taiwan, apesar de cada país, individualmente, representar apenas 
2,5% (menos de 3%), em conjunto esses países somam 7,5% (maior que 
7%). O volume não será, portanto, insignificante. 
 ii) do efeito das importações objeto de dumping sobre os 
preços do produto similar no mercado brasileiro. A autoridade 
investigadora levará em conta se os preços dos produtos importados a preços 
de dumping são superiores ao preço do produto similar. Se a indústria nacional 
está vendendo mais barato que o importado,não há razão para se falar em 
dano. 
iii) do impacto das importações objeto de dumping sobre a 
indústria doméstica. A autoridade nacional investigadora (DECOM) deverá 
avaliar todos os fatores e índices econômicos relevantes que tenham 
relação com a situação da indústria nacional, tais como queda real ou 
potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da 
produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade 
instalada; fatores que afetem os preços internos; a amplitude da margem de 
dumping; efeitos negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, 
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estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade para aumentar capital 
ou obter investimentos. 
Não precisa decorar essa lista imensa, ok? Ela serve apenas para que 
você tenha uma noção de como é feita a análise pelo DECOM. 
Para que você não esqueça: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na análise do nexo causal entre o dumping e o dano, deve ser 
demonstrado que as importações a preço de dumping causaram dano à 
indústria doméstica. Não há necessidade, no entanto, de que elas sejam a 
única causa do dano sofrido pela indústria nacional, já que outros fatores 
podem também tê-lo provocado. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
23. (AFRF – 2005)- Para a aplicação da medida antidumping é 
necessária a comprovação do dolo específico, ou seja, do objetivo da 
empresa estrangeira de eliminar ou restringir a ação da concorrência 
no país importador. 
Comentários: 
Para a aplicação de medidas antidumping, não há necessidade de se 
comprovar o dolo específico (intenção) da empresa estrangeira em eliminar ou 
dificultar a concorrência. Os três elementos necessários para que sejam 
DANO 
- Efetivo dano material 
- Ameaça de dano material 
-Atraso material na implantação da 
indústria doméstica 
Autoridade investigadora deverá 
avaliar todos os fatores e índices 
econômicos relevantes que tenham 
relação com a situação da indústria 
nacional 
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aplicados direitos antidumping são: i) dumping; ii) dano e; iii) nexo causal. 
Questão errada. 
24. (AFRF-2000 - adaptada)- Para fins de determinação de dano, é 
possível afirmar que, com relação aos efeitos das importações sobre os 
preços, deve-se observar se o preço dos produtos importados não é 
superior ao preço do produto similar nacional e a qualidade de ambos. 
Comentários: 
Na determinação de dano, a autoridade investigadora nacional leva 
em consideração diversos fatores, dentre eles o preço do produto importado 
comparativamente ao preço do produto similar nacional. Não haverá dano se a 
indústria nacional estiver vendendo mais barato do que o produto importado. 
Questão correta. 
25. (AFRF 2000 – adaptada)- A determinação de dano deve estar 
baseada em evidência positiva em uma investigação para aplicação de 
uma medida antidumping. 
Comentários: 
A análise realizada pela autoridade investigadora se baseia em 
evidências positivas, isto é, em indicadores econômicos que demonstrem a 
existência do dano. Questão correta. 
26. (Questão Inédita)- Para fins de aplicação de direitos 
antidumping, o dano será entendido como dano material a uma 
indústria doméstica, ameaça de dano material a essa indústria ou 
ainda atraso material na implantação da mesma. 
Comentários: 
A interpretação do termo dano deverá ser feita em sentido amplo, ou 
seja, ele será entendido como dano material efetivamente ocorrido, ameaça de 
dano material ou atraso real na implantação de uma indústria. Questão 
correta. 
27. (Questão Inédita)- A determinação de dano perpassa pela análise 
de uma série de indicadores, devendo ser avaliada a evolução das 
importações do produto objeto de dumping e a situação da indústria 
doméstica. 
Comentários: 
Na análise do dano serão levados em consideração indicadores 
econômicos diversos, tais como queda real ou potencial das vendas, dos 
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lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno 
dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada e outros. Questão 
correta. 
28. (Questão Inédita)- Para que seja aplicado um direito 
antidumping deverá ser comprovado o dumping, dano e nexo causal. 
Comentários: 
Lembre-se bem desses três elementos: DUMPING, DANO e NEXO 
CAUSAL. Questão correta. 
29. (Questão Inédita)- O Acordo sobre a implementação do art. VI do 
GATT/94 (Acordo Antidumping) determina que as importações a preço 
de dumping devem ser a única causa do dano sofrido pela indústria 
doméstica para fins de determinação da relação causal. 
Comentários: 
As importações a preço de dumping não precisam ter sido a única 
causa do dano sofrido pela indústria nacional. Questão errada. 
30. (AFRF – 2003)- O dumping é admissível na normativa da 
Organização Mundial do Comércio desde que devidamente mensurado 
em sua magnitude e impacto sobre os fluxos de comércio e sempre 
que almeje a conquista de mercados onde não há condições 
equitativas de concorrência. 
Comentários: 
O dumping é admissível pela normativa da OMC quando ele não 
causa dano à indústria nacional do país importador. Questão errada. 
31. (AFRF – 2003) - O dumping é incongruente com a normativa da 
Organização Mundial do Comércio na medida em que define a 
formação do preço de um bem exportável em patamares inferiores aos 
custos de produção desse mesmo bem nos mercados a que se destina. 
Comentários: 
O dumping fica caracterizado quando uma mercadoria é vendida para 
exportação por um preço inferior ao valor normal. Questão errada. 
32. (AFRF – 2003) - O dumping representa medida considerada 
distorcida das condições de competição, consistindo na fixação de um 
preço de exportação para um determinado bem menor que aquele 
praticado no mercado em que este mesmo bem é produzido. 
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Comentários: 
Essa é o exato conceito de dumping! Trata-se de uma prática desleal 
de comércio que ocorre quando um produto é vendido para exportação 
por um preço inferior ao praticado no mercado interno do país 
exportador. Em outras palavras, o dumping existe quando o preço de 
exportação de um bem é fixado em nível inferior ao praticado no mesmo 
mercado em que esse bem é produzido. Questão correta. 
33. (Questão Inédita)- Para que seja aplicado um direito 
antidumping, provisório ou definitivo, é necessário que seja 
determinada a existência de dumping, dano e nexo causal entre os 
dois. 
Comentários: 
Tanto na aplicação de direito antidumping provisório quanto na 
aplicação de direito antidumping definitivo, é necessária a determinação de 
DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Questão correta. 
34. (Questão Inédita)- Para que seja aplicada uma medida 
antidumping é suficiente que sejam determinados três elementos: 
dumping, dano e nexo causal. A intenção em prejudicar a indústria 
nacional do país importador não é levada em consideração na 
determinação do dumping. 
Comentários: 
Para a aplicação de uma medida antidumping é necessário a 
determinação de DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. Não interessa a intenção 
da empresa exportadora! Questão correta. 
 
2.6- Investigação e Aplicação de Direitos Antidumping: 
No Brasil, uma investigação para aplicação de direitos antidumpingserá aberta mediante solicitação da indústria nacional ou por iniciativa 
governamental (ex officio). Segundo o Acordo Antidumping, também é 
possível que um terceiro país interessado encaminhe petição para a abertura 
de investigação para fins de aplicação de medidas antidumping. 
A petição, para ser admitida pelo DECOM, deve ser apresentada 
pela indústria doméstica ou em seu nome. Para que uma petição seja 
considerada como feita “pela indústria doméstica ou em seu nome”, é 
necessário que sejam cumpridos dois requisitos: 
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- tenham sido consultados outros produtores domésticos que 
compõem a indústria doméstica e que produziram o produto similar durante o 
período de investigação de dumping; 
- os produtores do produto similar que tenham manifestado 
expressamente apoio à petição representem mais de 50% da produção 
total do produto similar daqueles que se manifestaram na consulta acima 
mencionada. 
Vejamos... 
O interessado, ao apresentar a petição ao DECOM, deverá mostrar 
que consultou outros produtores domésticos. Dentre os produtores domésticos 
consultados, devem ter apoiado expressamente a petição produtores que 
representem mais de 50% da produção, considerado o universo daqueles 
que foram consultados. Cabe destacar, ainda, que a petição não será 
considerada feita pela indústria nacional e, portanto, será indeferida, se 
os produtores que a apoiaram expressamente representarem menos de 25% 
da produção nacional do produto similar, considerado o período da 
investigação. 
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo! Imagine que a indústria 
nacional de sapatos seja composta por 6 empresas: A (40% da produção 
nacional), B (30% da produção nacional), C (15% da produção nacional), D 
(10% da produção nacional), E (3% da produção nacional) e F (2% da 
produção nacional). Supondo que a empresa D entre com a petição junto ao 
DECOM, ela precisará mostrar que consultou outros produtores domésticos. 
Se, por meio dessa consulta, ficar configurado que apenas as empresas D, E e 
F apoiam expressamente a petição, esta será indeferida, uma vez que, juntas, 
essas empresas representam somente 15% da produção nacional de sapatos. 
É importante termos em mente que a “indústria nacional”, no 
contexto de uma investigação antidumping, é a totalidade dos produtores 
nacionais do produto SIMILAR, ou aqueles, dentre eles, cuja produção 
conjunta constitua parcela significativa da produção nacional total do produto. 
A petição deverá conter indícios da existência de dumping, de dano 
à indústria doméstica e de nexo de causalidade entre ambos. A análise do 
DECOM quanto à admissibilidade da petição será feita no prazo de 15 dias, 
contados da data do protocolo. 
Como grande novidade do novo Decreto Antidumping, a duração da 
investigação foi reduzida. Segundo o art. 72, do Decreto nº 8.058/2013, as 
investigações serão concluídas no prazo de 10 meses, contado da data 
do início da investigação, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o 
prazo poderá ser prorrogado para até 18 meses. Tal investigação deverá 
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ser conduzida com base nas regras gerais definidas pelo Acordo sobre a 
Implementação do art. VI do GATT. 
Cabe destacar que a investigação poderá ser suspensa sem aplicação 
de direitos antidumping definitivos ou provisórios. Isso ocorrerá quando houver 
o chamado “compromisso de preços”, em que o exportador que pratica 
dumping assume o compromisso de praticar um preço mínimo em suas 
vendas. Tal compromisso deverá ser satisfatório às autoridades investigadoras, 
de forma que estas se convençam de que o compromisso elimina o efeito 
prejudicial decorrente do dumping. A competência para homologar o 
compromisso de preços é da CAMEX. 
Ocorrendo toda a investigação, ao seu final, o DECOM irá propor (ou 
não!) à CAMEX a aplicação dos direitos antidumping. A CAMEX é que irá, 
então, aplicar as referidas medidas de defesa comercial. 
Segundo o Acordo Antidumping, os direitos antidumping 
permanecerão em vigor enquanto houver a necessidade de neutralizar 
a prática de dumping causadora de dano. O limite máximo para a extinção 
de um direito antidumping definitivo é de 5 (cinco) anos a contar da data da 
sua aplicação, ou 5 (cinco) anos a contar da data da conclusão da mais recente 
revisão. 
Mas como é que funciona essa revisão? 
A regra geral é a de que os direitos antidumping devem ser extintos 
em 5 (cinco) anos. No entanto, esse prazo poderá ser prorrogado em 
virtude de as autoridades determinarem que a extinção dos direitos levaria, 
muito provavelmente, à continuação ou retomada do dumping e do dano dele 
decorrente. Para isso, todavia, faz-se necessário uma revisão de final de 
período. Ressalte-se que os direitos antidumping poderão ser prorrogados 
indefinidamente, isto é, por quantos períodos for necessário. 
Há, ainda, a revisão de meio de período, denominada revisão por 
alteração das circunstâncias, procedimento que poderá ser realizado a pedido 
de parte interessada, desde que tenha decorrido no mínimo 1 (um) ano da 
aplicação, alteração, prorrogação ou extensão de um direito 
antidumping definitivo. Por meio dessa revisão, é possível que o direito 
antidumping seja extinto ou alterado (sendo aumentado ou diminuído, a 
depender da situação). 
Suponha que no mês de janeiro de 2016 sejam aplicados direitos 
antidumping contra glifosato originário da China e determinado que a vigência 
desses direitos seria de 5 anos. A princípio, em janeiro de 2021, o direito 
antidumping em questão seria extinto, não é mesmo? 
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Todavia, é possível que, passado o período de 1 ano, seja solicitado 
por uma parte interessada uma revisão de meio de período. Tal revisão deverá 
ser finalizada no prazo de 10 (dez) meses e poderá concluir pela necessidade 
de extinção, manutenção ou alteração do direito antidumping. 
Como vocês puderam verificar, o prazo da investigação (10 meses, 
podendo chegar a 18) é muito extenso. Até o fim desse prazo, a indústria 
nacional poderá não resistir ao dano sofrido e literalmente “quebrar”. Para 
impedir tal situação é que existem as medidas antidumping provisórias, cuja 
lógica é muito semelhante às medidas liminares. As medidas antidumping 
provisórias terão vigência de até 4 meses, podendo ser prorrogadas, no 
máximo, até 6 meses. 
A aplicação de medidas antidumping provisórias somente 
poderá ocorrer quando: 
1) Uma investigação tiver sido regularmente aberta e as partes 
interessadas tiverem recebido a oportunidade de se manifestarem. 
2) Houver uma determinação preliminar positiva da existência de 
dumping, dano e nexo causal. A determinação preliminar ocorrerá no prazo de 
até 120 dias, mas nunca inferior a 60 dias. 
3) A CAMEX julgar que tais medidas são necessárias para impedir 
que ocorra dano durante a investigação. 
Uma vez aplicadas as medidas antidumping provisórias, a 
investigação continuará em curso e, ao final, poderá concluir de 4 (quatro) 
maneiras diferentes: (Perceba que a conseqüência, em todas elas, será em 
benefício do importador. ) 
1) Determinação final de que não há dumping ou dano dele 
decorrente: a) se o valor das medidas antidumping provisórias tiver sido 
recolhido, ele será restituído; b) se o valor das medidas antidumping 
provisórias tiver sido garantido por depósito, será devolvido; c) se o valor das 
medidas antidumping provisórias tiver sido garantido por fiança bancária,esta 
será extinta. 
2) Aplicação de um direito antidumping definitivo inferior ao 
direito antidumping provisório: o valor pago a maior será restituído ou 
devolvido. 
3) Aplicação de um direito antidumping definitivo superior ao 
direito antidumping provisório: não será exigida a diferença. 
4) Aplicação de um direito antidumping definitivo igual ao 
direito antidumping provisório: não há qualquer problema nisso. 
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Destaque-se que a exigibilidade do direito antidumping provisório 
poderá ficar suspensa até a decisão final, desde que o importador ofereça 
garantia equivalente ao valor integral da obrigação. 
Existe, ainda, a possibilidade de aplicação retroativa de medidas 
antidumping definitivas. A aplicação retroativa consiste em cobrar direitos 
antidumping sobre os produtos embarcados até 90 dias antes da data de 
aplicação das medidas antidumping provisórias. O objetivo é evitar que, 
uma vez tendo sido iniciada uma investigação, os importadores, já esperando 
a aplicação de direitos antidumping, tragam para o Brasil grandes quantidades 
do produto, formando estoques e causando dano à indústria nacional. 
Suponha, por exemplo, que no dia 03/05/2013 seja iniciada uma 
investigação para aplicação de medidas antidumping. No dia 03/09/2013, 
antes de encerrada a investigação, portanto, são aplicadas medidas 
antidumping provisórias. Posteriormente, é encerrada a investigação em 
03/05/2014, com aplicação de medidas antidumping definitivas. Essas 
medidas antidumping (definitivas) poderão retroagir, incidindo nos produtos 
embarcados até 90 dias antes da data da aplicação de medidas 
antidumping provisórias (ou seja, 90 dias antes de 03/09/2013). 
Cabe destacar, por fim, que não poderão ser cobrados direitos 
antidumping em relação a produtos embarcados antes da data de início da 
investigação. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
35. (MDIC-2009/Área Administrativa)- Caso os resultados da 
investigação de dumping concluam pela procedência da reclamação, as 
autoridades fixarão os direitos antidumping, os quais não deverão 
ultrapassar três anos, podendo ser prorrogados caso se comprove que 
sua extinção levaria à continuação ou retomada do dumping e do dano 
dele decorrente. 
Comentários: 
O prazo de vigência dos direitos antidumping é de 5 (cinco) anos, 
passível de prorrogação caso se comprove que sua extinção levaria à 
continuação ou retomada do dumping e do dano dele decorrente. Questão 
errada. 
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36. (AFRF – 2000 – adaptada)- Para uma medida antidumping ser 
adotada, é preciso que haja uma investigação de acordo com o Acordo 
Antidumping. 
Comentários: 
A adoção de uma medida antidumping depende de uma prévia 
investigação realizada por uma autoridade nacional competente, que o fará 
segundo as regras gerais definidas pelo Acordo sobre a Implementação do art. 
VI do GATT (Acordo Antidumping). Questão correta. 
37. (Questão Inédita)- Se o valor do direito antidumping aplicado 
pela decisão final for superior ao valor do direito provisoriamente 
recolhido ou garantido por depósito, a diferença a maior será exigida 
do importador. 
Comentários: 
Se o valor do direito antidumping definitivo for superior ao direito 
antidumping provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, a diferença 
não será exigida do importador. Questão errada. 
38. (Questão Inédita)- O direito antidumping provisório poderá não 
ser cobrado, sendo prestada garantia a ele equivalente na forma de 
fiança bancária ou depósito. 
Comentários: 
A exigibilidade do direito antidumping poderá ficar suspensa, desde 
que seja apresentada garantia equivalente ao valor integral da obrigação. 
Questão correta. 
39. (Questão Inédita)- A petição de abertura de investigação no caso 
de dumping poderá ser feita pela indústria doméstica. Essa petição 
deverá ser indeferida se os produtores que a apóiam responderem por 
menos de 25% da produção nacional. 
Comentários: 
A petição de abertura de investigação no caso de dumping poderá ser 
feita pela indústria doméstica ou em seu nome, sendo indeferida caso os 
produtores que expressamente a apóiem responderem por menos de 25% da 
produção nacional. Questão correta. 
40. (Questão Inédita)- Caso o exportador assuma voluntariamente 
compromissos satisfatórios de revisão dos preços ou de cessação das 
exportações a preços de dumping e desde que as autoridades 
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investigadoras se convençam de que o compromisso elimina o efeito 
prejudicial decorrente do dumping, poderão ser suspensos os 
procedimentos, sem prosseguimento da investigação. 
Comentários: 
Quando o exportador assumir um “compromisso de preços”, 
devidamente homologado pela CAMEX, a investigação é suspensa sem 
aplicação de direitos antidumping. Questão correta. 
41. (Questão Inédita)- Se o valor do direito antidumping aplicado 
pela decisão final for inferior ao valor do direito antidumping 
provisoriamente recolhido ou garantido por depósito, essas 
importâncias não serão restituídas. 
Comentários: 
Se o direito antidumping definitivo for inferior ao direito antidumping 
aplicado provisoriamente, as importâncias recolhidas a maior serão restituídas. 
Questão errada. 
42. (Questão Inédita)- É obrigatória, antes do início da investigação 
de dumping, a notificação ao governo do país exportador da existência 
de petição devidamente instruída. 
Comentários: 
O governo do país exportador deve ser notificado acerca da 
existência de petição devidamente instruída antes de ser dado início à 
investigação. Questão correta. 
43. (Questão Inédita)- A petição para aplicação de medidas 
antidumping poderá ser apresentada por terceiro país interessado. 
Comentários: 
De fato, é possível que um terceiro país interessado encaminhe 
petição para a abertura de investigação para aplicação de medidas 
antidumping. Questão correta. 
44. (Questão Inédita)- A vigência das medidas antidumping 
provisórias terá duração não superior a 6 meses. 
Comentários: 
A vigência das medidas antidumping provisórias é de 4 meses, 
podendo chegar a 6 meses. Questão correta. 
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45. (Questão Inédita)- Todo direito antidumping definitivo será 
extinto no máximo em cinco anos após a sua aplicação, ou cinco anos a 
contar da data da conclusão da mais recente revisão, que tenha 
abrangido dumping e dano dele decorrente. Esse prazo poderá, no 
entanto, ser prorrogado mediante requerimento da indústria 
doméstica. 
Comentários: 
A duração do direito antidumping é de até 5 anos a contar da sua 
aplicação ou da mais recente revisão, sendo possível sua prorrogação 
indefinidamente. Questão correta. 
46. (Questão Inédita)- O direito antidumping é o montante em 
dinheiro, igual ou superior à margem de dumping apurada, que tem o 
fim exclusivo de neutralizar os efeitos danosos das importações a 
preços de dumping. 
Comentários: 
O direito antidumping não poderá ser aplicado em montante superior 
à margem de dumping, mas tão somente em nível igual ou inferior a esta. 
Questão errada. 
47. (Questão Inédita)- A petição não será considerada como feita 
“pela indústria doméstica ou em seu nome” quando os produtores 
domésticos que manifestaram expressamente apoio àpetição 
representem menos de vinte e cinco por cento da produção nacional do 
produto similar durante o período de investigação de dumping. 
Comentários: 
Se os produtores nacionais que demonstrarem seu apoio expresso à 
petição representarem menos de 25% da produção nacional, a petição será 
indeferida, por não ser considerada feita pela indústria doméstica. Questão 
correta. 
48. (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Cabe única e 
exclusivamente à Confederação Nacional da Indústria (CNI) enviar 
petição à SECEX solicitando ampla investigação para aplicação de 
medidas de defesa comercial, fornecendo, para tanto, as informações 
necessárias. 
Comentários: 
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A CNI não é a única entidade que pode apresentar uma petição para 
aplicação de uma medida de defesa comercial. A petição deve ser 
apresentada à SECEX pela indústria nacional. Questão errada. 
 
2.7- Tipos de Dumping: 
A normativa da OMC não faz distinção quanto aos tipos de dumping 
existentes. No entanto, a literatura econômica / jurídica faz menção a 
diferentes tipos de dumping: 
a) Dumping predatório: a doutrina considera que o dumping 
predatório é uma estratégia de dominação de mercados, caracterizando-se 
pela redução de preços por uma empresa com vistas a eliminar a concorrência. 
Uma vez eliminada a concorrência, a empresa poderá praticar preços de 
monopólio. Nessa espécie de dumping, há o dolo da empresa em monopolizar 
o mercado em seu favor. 
b) Dumping social: é um conceito doutrinário (não-positivado nas 
regras da OMC), segundo o qual a justificativa para que uma empresa pratique 
preços baixos no mercado internacional é o desrespeito aos padrões 
trabalhistas. 
c) Dumping ambiental: a justificativa para que uma empresa 
pratique preços baixos no mercado internacional é o não-cumprimento de 
padrões ambientais mínimos ou a inexistência de uma legislação ambiental. 
d) Dumping cambial: a empresa pratica preços baixos no mercado 
internacional em virtude da desvalorização artificial do câmbio (moeda). 
Cabe destacar que o dumping social, o dumping ambiental e o 
dumping cambial, apesar de serem termos utilizados pela literatura, não são 
apropriados, uma vez que eles não levam em consideração a característica 
essencial do dumping: preço de exportação inferior ao preço praticado no 
mercado interno do país exportador. Com efeito, o descumprimento de 
padrões trabalhistas, o desrespeito à legislação ambiental e a 
desvalorização artificial da moeda são fatores que apenas explicam a 
maior competitividade das empresas (custos reduzidos), mas não 
pressupõem a existência de discriminação internacional de preços. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
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49. (Questão Inédita)- O dumping social é uma modalidade especial 
de dumping na qual os preços aviltantes são decorrentes do 
desrespeito aos direitos humanos com a utilização de mão-de-obra 
escrava, infantil ou em condições subumanas. 
Comentários: 
O dumping social é uma modalidade de dumping em que os preços 
baixos são praticados em virtude do desrespeito às condições de trabalho da 
mão-de-obra. Questão correta. 
50. (AFTN-1996)- Nem sempre o dumping é um mal. Há casos em 
que o país tem grande interesse em importar certos produtos pelo 
menor preço possível. Se os produtores de petróleo decidissem baixar 
os preços desse insumo através de subsídios, provavelmente nenhum 
importador iria tomar alguma medida antidumping. O dumping é 
considerado predatório quando o mercado é restrito e não existe 
concorrente nacional. 
Comentários: 
De fato, o dumping nem sempre é considerado pernicioso aos 
interesses de um país. Ele somente o será quando afetar a indústria nacional, 
lhe trazendo prejuízos. Essa é também a lógica do Acordo Antidumping, que 
somente autoriza a aplicação de direitos antidumping quando presentes três 
elementos: DUMPING, DANO e NEXO CAUSAL. 
A questão afirma que o dumping será predatório quando o mercado 
for restrito e não existir concorrente nacional. Isso está errado! Se não houver 
concorrente nacional, o dumping não causa prejuízos à indústria doméstica e, 
portanto, nem sequer será punível com a aplicação de direitos antidumping. 
51. (AFTN-1996)- Entende-se por “dumping social” a utilização de 
mecanismos de subsídios à produção e comercialização de bens cuja 
produção é feita com mão-de-obra intensiva. 
Comentários: 
Pelo conceito de “dumping social”, o que leva as empresas a 
praticarem preços baixos no mercado internacional é o desrespeito aos 
padrões trabalhistas. Questão errada. 
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2.8-Considerações Finais: 
No atual cenário internacional, percebe-se o recrudescimento das 
práticas protecionistas, as quais vêm à tona em razão da instabilidade 
econômica causada pela crise vivenciada pela União Europeia. Ao mesmo 
tempo, a crescente competitividade chinesa no comércio internacional, aliada a 
uma política de desvalorização artificial de sua moeda, contribui para a maior 
efusividade do discurso protecionista. Nesse contexto, cresce a relevância do 
estudo sobre as medidas de defesa comercial, em especial as medidas 
antidumping. 
Sob o ponto de vista econômico, há que se questionar se as medidas 
antidumping são, de fato, benéficas à sociedade como um todo. Ao conferir 
proteção a indústria nacional contra importações estrangeiras, as medidas 
antidumping podem distorcer o comércio e a alocação ótima dos fatores de 
produção, redistribuindo renda em desfavor do consumidor. Admitindo-se que 
a proteção por meio de medidas antidumping possa ser legítima como forma 
de dar fôlego à indústria nacional, cabe questionar também se interessa ao 
governo proteger uma indústria ineficiente. 
 
3- SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS: 
3.1- Conceito de Subsídios: 
Segundo o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias, 
subsídio é uma contribuição financeira concedida por um governo ou 
órgão governamental que permita a um setor específico auferir uma 
vantagem. Também se enquadra no conceito de subsídio qualquer forma de 
receita ou sustentação de preços concedida a um setor específico que lhe 
coloque em posição de vantagem. Ele pode ser concedido, direta ou 
indiretamente, à fabricação, produção, exportação ou ao transporte de 
qualquer produto, possuindo potencial para distorcer os fluxos comerciais. 
Do conceito acima, podemos extrair 4 (quatro) características 
essenciais dos subsídios: 
1) Contribuição Financeira: o termo “contribuição financeira” deve 
ser entendido em sentido amplo, abrangendo transferência diretas de fundos, 
omissões de receitas (incentivos fiscais), fornecimento de bens e serviços além 
de infraestrutura geral e aquisição de bens pelo governo. Destaque-se que a 
isenção de taxas e impostos indiretos incidentes sobre produtos destinados à 
exportação está excluída do conceito de contribuição financeira. 
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2) Concedida por um governo ou órgão governamental: a 
contribuição financeira, para caracterizar-se como um subsídio, deve ser 
concedido pelo governo ou por um órgão governamental. 
3) Representa uma vantagem: a contribuição financeira 
representará uma vantagem quando colocar o receptor em uma posição mais 
favorável do

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