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JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU Processo n° 2020123456 MARCOS, brasileiro, profissão, estado civil, portador do CPF n°.: XXX.XXX.XXX-X e RG de n°.: X.XXX.XXX-X SSP/SE, residente na Rua, n°, Complemento, Bairro, Aracaju/SE, CEP.: XX.XXX-XXX, respeitosamente perante Vossa Excelência, por conduto de seus procuradores adiante assinados, constituídos pelo instrumento de mandato anexo, com escritório na Rua X, n°, Complemento, Bairro, Aracaju/SE, CEP.: XXX.XXX-XXX, com fundamento no artigo 335 do CPC, apresentar: CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO, COM FULCRO NOS ARTS. 335 E 343, CPC em face de JULIA, já qualificada nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 1-DOS FATOS Alega a parte autora que a Sra. Marília estava dirigindo o seu carro na Avenida Hermes Fontes, na capital Aracaju, quando se envolveu em um acidente de trânsito com o réu. Em decorrência do acidente, sofreu danos materiais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), ora esse valor utilizado para o conserto do automóvel. Em Inicial, alegou que o acidente ocorreu em virtude do réu ter excedido o limite de velocidade previsto em lei e sinalização. Dessa forma, pleiteou em ação a indenização para cobrir os gastos do conserto do seu veículo. Deu-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) e informou interesse em audiência de conciliação, a qual ocorreu no dia 22/03/2021 sem que acordo fosse determinado. 2- DAS PRELIMINARES a) Ilegitimidade ativa Como pode ser observado pela narrativa, a Autora Julia não foi parte do acidente aludido, bem como não é proprietária do veículo da ação. A esta é cabível o laço familiar com a Sra. Marília, dessa forma, há a clara ausência de legitimidade ativa, conforme a redação do art. 337, inciso XI, do Código de Processo Civil. Por essa razão, requer o acolhimento da preliminar de ilegitimidade ativa e consequente extinção da ação sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485, VI do CPC. b) Incorreção do valor da causa De acordo com os fatos narrados na Inicial e documentação anexa, o acidente causou a Sra. Marília danos materiais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), equivalentes ao conserto de seu automóvel, todavia, em sede de valor da causa, a Autora da ação atribui-lhe o montante de R$ 1.000,00 (hum mil reais). Nesse interim, depreende-se a incorreção do valor da causa, fator esse que de acordo com o art. 337, III, CPC, que é incumbido ao réu, antes de discutir o mérito, alegar. Assim, pugna-se pelo acolhimento da preliminar, e a consequente intimação do autor para corrigir e fazer a complementação do valor das custas processuais. 3 – DO MÉRITO Depreende-se do caso em tela que nenhum ato ilícito foi praticado, dessa forma, não há o que se arguir acerca de responsabilidade civil do réu, vez que esse não praticou ato de negligência ou imprudência que viesse a ocasionar danos à parte autora. Dessa forma, não há o dever indenizatório, vez que não houve mácula aos arts. 186 c/c 927 do Código Civil. Válido é ressaltar que a parte autora estava completava embriagada, como assim atesta o boletim de ocorrência anexo aos autos, pondo em risco não só a própria vida, como a do réu e de outros motoristas na ação de avançar o sinal vermelho. Todavia, sendo o entendimento de Vossa Excelência diverso ao apresentado, faz-se imprescindível levantar a questão de responsabilidade concorrente entre as partes. De acordo com o art. 944, §ú, do CC, é cabível a redução, equitativamente, da indenização quando houve excessiva desproporção entre a culpa e o dano. É de suma valência ainda salientar que: ''se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com o do autor do dano'' (art. 945, CC). Dessa forma, o ato de exceder o limite de velocidade em valor tão ínfimo, não faz com que este seja o objeto preponderante para a ocorrência do acidente. Em outras palavras, mesmo que o réu não tivesse excedido a velocidade, o acidente ainda ocorreria em razão do ultrapasse do sinal vermelho pela Sra. Marília. Nesse interim, pugna-se pelo julgamento improcedente da responsabilidade civil no dever de indenizar. Todavia, em caso de entendimento contrário, paleteia-se que a autora seja implicada como concorrente. 4 – DA RECONVENÇÃO Ocorre que na data _/_/2021 o Sr. Marcos estava dirigindo na avenida Hermes Fontes quando foi surpreendido por um veículo que ultrapassou o sinal vermelho. Sem que houvesse tempo para brecar, os veículos colidiram. Em boletim de ocorrência prestado a autoridade policial, fora constatado que a motorista do veículo que não respeitou a sinalização, ora a Sra. Marília, estava embriagada. Após realizar os consertos cabíveis do seu veículo automotor no valor montante de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o reconvinte foi surpreendido pela Inicial, a qual lhe cobrou os valores gastos no conserto do carro da reconvinda, sob a alegação que ao autor da reconvenção teria sido responsável pelo acidente, por dirigir acima da velocidade permitida. A audiência de conciliação ocorreu no dia 22/03/2021, todavia, nesta as partes não chegaram a um consenso. Extrai-se do art. 343, do Código de Processo Civil, que “na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. Decorrente do mesmo fato, pleiteia o réu, ora reconvinte, indenização pelos danos materiais sofridos no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), importe utilizado para o conserto do veículo ocasionado pelo acidente (doc. anexo). Restando claro o dever indenizatório do reconvindo, ante a prática de ato ilícito pela sua negligência ao dirigir embriagada, atravessando sinais vermelhos, tudo nos termos dos arts. 927 do Código de Processo Civil. 6- DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer-se: A) Que seja acolhida as preliminares de ilegitimidade da parte e incorreção do valor da causa e que, por conseguinte se extinga o processo sem resolução do mérito. B) Caso V. Excelência assim não entenda, o que não se espera, requer então que se julgue improcedente os pedidos do autor. C) Atesta provar o alegado por todos os demais meios de prova em direito admitidos. D) Quanto a reconvenção, requer a procedência do pedido reconvencional, para condenação da autora-reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$30.000,00. E) Requer, ainda, a condenação do reconvindo no pagamento de custas e honorários advocatícios sucumbenciais, nos moldes do art. 85 do CPC. F) Requer seja o reconvindo INTIMADO para, querendo, apresentar contestação, em 15 dias, sob pena de revelia. Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), com o fim meramente legal. Termos em que, Pede deferimento. Local Aracaju/SE, 12/04/2021 Advogado xxx/OAB no xxx.
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