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Resumo do texto Exclusão Includente e Inclusão Excludente

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Autor: Gabriel Oliveira Herculano da Silva
Disciplina: Trabalho, Cultura e Educação
Resumo do texto “Exclusão Includente e Inclusão Excludente”
Este texto visa pesquisar as mudanças que têm ocorrido na relação
entre educação e trabalho ao longo destes 20 anos. Este resumo é baseado no
artigo de Acácia Kuenzer, no qual faz uma análise das políticas públicas sobre
o papel da educação e a relação com o trabalho. Este texto tem como base as
teorias da pedagogia Toyotista e Fordista/Taylorista como modelos de
educação e trabalho.
Se os novos modelos de produção visam separar os trabalhos, de forma
que um indivíduo nunca faça um produto em sua totalidade na indústria, na
escola essas pessoas são preparadas para esse modo de vida de forma
categorizada.
A finalidade do Trabalho pedagógico associado ao processo de trabalho
capitalista é o disciplinamento para a vida social e produtiva. Esse processo em
vista do “Disciplinar” se configura em uma “transformação intelectual, cultural,
política e ética”, tendo como objetivo provocar o desenvolvimento de uma visão
de mundo de acordo com as necessidades de valorização do Capital.
A autora enxerga dois modelos de produção que se associam ao modo
de fazer Pedagogia, o Fordismo/Taylorismo e o Toyotismo. A pedagogia
dominante no taylorismo/fordismo tinha como fim atender às demandas de
trabalhadores e dirigentes, definindo uma divisão entre as atividades que eram
instrumentais e as atividades que eram intelectuais, se adequando também à
divisão de classes.
Essa base taylorista/fordista originou tendências pedagógicas que
sempre se fundaram no rompimento entre pensamento e ação, e focava em um
tipo de docência que nunca contemplaria a relação entre aluno e
conhecimento, garantindo a dominação intelectual das “práticas sociais e
produtivas”. As práticas educativas eram repletas de cópias e questionários, a
aula era exclusivamente expositiva, criando um ambiente propício para o
desenvolvimento da memorização e do disciplinamento, habilidades essenciais
para o modo de produção taylorista/fordista.
Esse mesmo modelo de produção, quando visto pelo lado pedagógico,
se revela um fragmentador do trabalho do pedagogo em algumas categorias,
como:
● A Dualidade Estrutural, que define os diferentes tipos de escola,
tomando por base a classe social
●
● A Fragmentação Curricular, que vai dividir o conhecimento em várias
disciplinas isoladas entre si, tratando cada disciplina como autônoma
e isolada das práticas sociais, de forma que fique mais forte a
separação entre pensamento e ação. A melhor expressão dessa
fragmentação é a nossa Grade Curricular hoje em dia.
●
● As estratégias Taylorizadas da formação dos professores, que visa
fazer com que os professores tenham uma formação específica, no
sentido de fragmentar o trabalho pedagógico no total.
● O Plano de Cargos e Salários, que pretende fazer com que os
professores tenham matrícula em mais de uma escola, de forma que
se um dia precisarem encarar um processo judicial para lidar com
alguma causa, eles se identificarão com a área de sua atuação e não
como uma totalidade de professores de uma mesma escola.
Segundo a autora, o trabalho pedagógico continua respondendo às
demandas de disciplinamento do mundo capitalista organizado e gerido
segundo Taylor/ford em três dimensões: Técnico, Político e Comportamental.
A partir da década de 90 as coisas começam a mudar devido a
globalização da economia e as novas relações entre Estado e Sociedade Civil
desde a chegada do neoliberalismo. Com isso as demandas com relação à
escola começam a mudar também, uma vez que as novas tecnologias
começam a adentrar os processos produtivos e demandarem do trabalhador
uma formação melhorada, ampliada. As relações entre educação e trabalho
passam a ser mediadas pelo conhecimento e não pela força física.
A partir da década de 90 se passa a exigir habilidades cognitivas e
comportamentais “Superiores”, o que exige um domínio não só de conteúdos
mas da metodologia e das formas de trabalho intelectual multidisciplinar, o que
vai demandar uma formação inicial e continuada obrigatória de todos os
trabalhadores. É a partir disso que se assume um novo tipo de pedagogia, a
Toyotista.
Essa pedagogia, além de visar a flexibilização do futuro trabalhador,
revela uma nova tendência, que é a administração escolar que pensa em
“desperdiçar” o mínimo possível, tornando a escola um negócio.
Estamos em um mundo cada vez mais globalizado, com avanços
científicos e tecnológicos, onde educação e trabalho se fazem importantes para
o processo de humanização. Existem hoje um conjunto de estratégias que
apenas conferem uma “certificação vazia”, e por isto mesmo, se constituem em
modalidades aparentes de inclusão que fornecerão a justificativa, pela
incompetência, para a exclusão do mundo do trabalho, dos direitos e das
formas dignas de existência. As práticas, inscritas no modo de produção
capitalista, acentuam cada vez mais a separação entre trabalhadores e
dirigentes, entre trabalho intelectual e trabalho instrumental.
A “exclusão includente” acontece na área do mercado de trabalho, por
meio de ações que levam à exclusão do trabalhador do trabalho formal, e
reincluídos na informalidade ou na submissão e exploração. O trabalhador é,
então, é retirado do trabalho, perdendo todos os seus direitos previdenciários e
trabalhistas, e excluído, volta a ser incluído de forma subalterna e precária, ou
seja, num mercado informal.
A “inclusão excludente” acontece no campo pedagógico-escolar, por
meio da inclusão de alunos em cursos de diversas modalidades e níveis,
porém sem qualidade para torná-los aptos a atuar no mercado de trabalho.
Exemplos disso são cursos rápidos e supletivos que se preocupam em apenas
formar simples empregáveis para o mercado de trabalho. Diante da
exigibilidade do mercado trabalhista, esses indivíduos acabam sendo excluídos
da cadeia produtiva. “Exclusão includente” e “inclusão excludente” estão
interligadas, pois: imagine que um trabalhador passe pela “exclusão
includente”, e deseje melhorar de vida. A primeira opção seria buscar
qualificação. Devido à falta de tempo, opta por cursos rápidos e acaba sofrendo
“inclusão excludente”. Assim como alguém que inicia sua profissionalização
com cursos sem qualidade, passa pelo processo de “inclusão excludente”, e ao
se inserir no mercado de trabalho, passa pela “exclusão includente”. Sendo
assim, esses dois processos estão totalmente relacionados. Portanto, é
necessário que a educação reestruture suas práticas pedagógicas, de modo a
não atender aos interesses do capitalismo dominante opressor, mas atender à
formação integral do ser humano, por meio de teorias e práticas
emancipatórias, que prepare o educando para a vida trabalhista e social critica.
Referência
KUENZER, A. Exclusão includente e inclusão excludente: a nova forma de dualidade
estrutural que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. In: SAVIANI, D.;
SANFELICE, J.L.; LOMBARDI, J.C. (Org.). Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed.
Campinas: Autores Associados, 2005. p. 77-96

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