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Patologia do esôfago Aula 2 Inflamações esofágicas: Esofagite: Significa uma resposta inflamatória do esôfago, por alguns estímulos lesivos; Algumas vezes a esofagite pode vir acompanhada por lacerações; A mais comum dessas lacerações é a Mallory-weiss, essa, é um processo patológico que acontece no esôfago, caracterizado pela presença de lacerações longitudinais e lineares, isso é, a parede esofágica, os tecidos que nela estão, vão se rasgar, ou seja, se lacerar, os tecidos sofrem impacto/trauma, sem um instrumento cortante. As lacerações acontecem em região de junção, entre estômago e esôfago, essa síndrome acontece quando o indivíduo tem ânsias e vômitos grave, onde ocorre um aumento da pressão na região, cujo os tecidos vão se rasgar; Inicialmente descrita por intoxicação aguda de álcool, sendo assim essas lacerações: São provocadas durante vômitos prolongados, quando isso acontece com uma intensidade maior, o esôfago não tem relaxamento, pois acumula-se esse conteúdo gástrico, observa-se também o estiramento e rompimento da parede esofágica; OBS. Hoje não é mais restrito apenas a ingestão de álcool; Variam em comprimento, normalmente cruzam a junção gastroesofágica; (ESTOMAGO E ESOFAGO) A síndrome de Mallory- Weiss, por mais que tenha ruptura nos tecidos, não ocorre a ruptura do esôfago em sí, quando isso acontece é denominado de síndrome de Boohave, é uma ruptura pós emética. Esofagite de refluxo: É uma inflamação causada por refluxo, mas do que deriva esse refluxo? É um conteúdo ácido que passa para a região de esôfago, se tem resposta inflamatória, então temos características inflamatórias também como por exemplo: edema, eritema... Causas: São variadas, então temos várias etiologias: Diminuição dos tônus do esfíncter esofágico inferior, esse é extremamente importante para não permitir a passagem de conteúdo que está no estômago para região do esôfago, qualquer processo patológico que leve a diminuição dos tônus, levará a algum problema funcional, então teremos conteúdo ácido passando com uma certa facilidade para o esôfago; ex: obesidade, gravidez, uso de álcool e tabaco, hérnia de hiato; Quando esse refluxo esofágico acontece, temos então uma mucosa esofágica que não é resistente ao ácido, se ela não é resistente ao ácido ela responderá com uma reposta inflamatória, caso esse processo se torne crônico, persistente, essa esofagite pode evoluir para DRGE, que é DOENÇA DO REFLUXO GASTROESÔFÁGICO: Para que a DRGE aconteça, são necessárias algumas causas: Refluxo anormal do conteúdo gástrico para o esôfago; Aumento na periodicidade do refluxo quando comparado a uma esofagite de refluxo Maior sensibilidade da mucosa esofágica Sintomatologia: é mais evidente Mais comum: terço distal do esôfago; Terço próximas do esôfago, faringe e cavidade bucal (mais raro, porém pode acontecer) Doença do refluxo gastrintestinal (DRGE) Epidemiologia: Ambos os gêneros Qualquer classe econômica ou grupo étnico Qualquer idade (mais comum: 45 a 54 anos) Muito prevalente na prática médica Estima-se que 5% da população adulta atual tenha DRGE Patogenia: O que justifica o conteúdo ácido ir para a região do esôfago? É principalmente uma perda do tônus musculares do esfíncter inferior do esôfago (EIE) Essa é associada a musculatura estriada da crura diafragmática Obs. Ângulo de HIS (refluxo gastroesofágico em crianças) Características clínicas: Sintomas mais comuns: Pirose Disfagia, as vezes com ou sem odinofagia Eructação Salivação abundante Regurgitação perceptível (menos frequente) OBS. Essas sintomatologias são intensificadas após ingestão de álcool ou alimentação em grandes quantidades. Morfologia macroscópica: Hiperemia (avermelhado) / Edema/ Erosões Morfologia microscópica: Pode variar, dependendo da quantidade e da intensidade que o refluxo vem acontecendo; Leve: morfologia quase preservada, equilíbrio da descamação x produção celular; Porque? Vai estar sofrendo descamação, porém a células vão estar fazendo mitoses, e renovando as células perdidas; Significativa: epitélio atrófico e algumas vezes até com ausência de revestimento epitelial Muitos neutrófilos e eosinófilos vão estar presentes nessa região de mucosa; Hiperplasia da zona basal, por mais que as células não consigam impedir essa atrofia, elas estão tentando; Esôfago de Barrentt: É uma complicação da doença de DRGE crônica, e está acontecendo por um longo período de tempo; ou seja, é uma evolução da DRGE, Mais comum em homens brancos, em uma idade de 40 a 60 anos de idade Tem uma certa relação com a obesidade, favorecendo o refluxo, favorecendo a DRGE e consequentemente a ocorrência de Barrentt; É uma condição pré-maligna, sendo assim, tem a possibilidade de evoluir para um câncer esofágico, se não tratado, tem um risco real de evoluir para câncer. Quando falamos em câncer no esôfago, temos que pensar em dois tipos: Adenocarcinoma esofágico Lesão pré- invasiva: displasia epitelial, é possível observar a presença de células displásicas, sendo assim, quanto maior o nível de displasias, maior será a condição maligna; Obs. A maioria dos indivíduos com esôfago de Barrett não desenvolvem tumores esofágicos. O que é o esôfago de Barrett? É uma metaplasia, mas o que é uma metaplasia? É a substituição de um tecido por outro tecido que seja mais adaptado ao estímulo lesivo que esteja ocorrendo naquela região, substituição de um tecido adulto, por outro tipo de tecido que não é próprio daquela região. Essa substituição acontece com um único objetivo, fazer com que essas células tenham mais resistência a um estímulo lesivo; Metaplasia por sí só, não é considerada uma lesão pré-maligna. Mas porque o esôfago de barrett é considerado uma lesão pré-maligna? Pois associado a essas células metaplásicas pode se observar a presença de displasia. Substituição de epitélio estratificado por epitélio colunar; substituição de uma mucosa esofágica por uma mucosa semelhante a mucosa do intestino; Porque a mucosa do intestino é considerada mais resistente que a mucosa esofágica? Pois no intestino, tem- se muitas células caliciformes, células produtoras de muco que ajudam na neutralização e proteção de células epiteliais. Obs. É considerada metaplasia incompleta, pois temos um duplo comportamento tanto das células caliciformes quanto das células mucoescretoras. Porção distal (adenocarcinoma esofágico) mais susceptível. O esôfago de barrett pode ser classificado de segmento longo e segmento curto, isso significa o tamanho, o logo é acima de 3 cm, e o curto, é inferior a 3 cm. O diagnóstico é feito pela parte macroscópica e microscópica. Quando há displasia associada ao Barrett: Proliferação endotelial aumentada Mitoses atípicas Cromatina agrupada irregularmente, indicando uma alta atividade de síntese Proporção núcleo- citoplasma perdida Formas irregulares e aglomeração de células. Essas características independem da intensidade, seja de baixo grau ou alto grau. Na displasia de alto grau há alterações graves principalmente na arquitetura, e diminuição das células caliciformes. Tumores esofágicos: Neoplasias benignas: são extremamente raras, quando acontece mesmo sendo raro, o que normalmente tem é a presença de leiomioma e papiloma escamoso Neoplasia maligna: são mais comuns, sendo esses: carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma; O CEC, tem uma proporção maior quando comparado ao carcinoma; Tanto o carcinoma de células escamosas quanto o adenocarcinoma tem origem em tecido epitelial, mas qual a diferença? O carcinoma de células escamosas se origina do epitélio de revestimento esofágico. O adenocarcinoma ele tem uma origem intima com o epitélio de barrett De uma forma geral, independente de ser CEC ou adenocarcinoma,quais são as etiologias: Refluxo gastroesofágico e epitélio de barrett (Adenocarcinoma) Baixo consumo de frutas e vegetais, sendo assim, deficiência de vitamina A B e C Alimentos contaminados com fungos ou até mesmo nitrosaminas Tabaco e álcool Ingestão de alimentos muito quentes Fatores genéticos (doença celíaca e tilose) Câncer de esôfago x síndrome de Plummer- vinson (tríade: anemia por deficiência de ferro, membranas esofágicas e disfagia) Infecção por HPV Radiação prévia na região de mediastino Sintomatologia: de uma forma geral/ tumores esofágicos Disfagia: sólido—pastoso—liquido, a deglutição é prejudicada / déficit nutricional/ chegando a necessidade de uso de sonda/ Anorexia Odinofagia Hematêmese Caquexia Obs.: os tumores esofágicos são considerados extremamente agressivos e muitas vezes assintomáticos nas fases iniciais, com uma alta taxa de mortalidade. Sintomatologia: fase avançada Afagia, não faz mais alimentação via oral, necessita de sonda. Halitose severa Tosse com expectoração produtiva (fistula esôfago- brônquica), pois há alteração no sistema respiratório, esôfago tem um contato extremamente próximo com vias aéreas. Icterícia Dispneia Rouquidão Porque a presença de icterícia, dispneia e rouquidão na fase avançada de tumores esofágicos? Estadiamento: Disseminação por: Contiguidade (vias aéreas) Via linfática (cervicais, torácicas e abdominais) Via hematogênica (fígado/ pulmão/ suprarrenal/ ossos) Pode acontecer metástase para outros órgãos também, porém esses são os mais acometidos; Métodos para estadiamento: T- Profundidade de invasão do tumor na parede esofágica N- Disseminação linfonodal M- Metástase a distancia Obs. Tomografia computadorizada É necessário estadiamento para estabelecer o tratamento; Diagnóstico: Clinico Esofagografia baritada (Bário) Endoscopia + biópsia Carcinoma de células escamosas do esôfago: Mais comum em adultos acima de 45 anos Predileção pelo gênero masculino 6x mais comum em afro- americanos do que caucasianos Na maioria das vezes assintomático, sintomas em estágios mais evoluídos
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