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PATOLOGIA DO ESÔFAGO AULA 3, 4 E 5 – PATOLOGIA II O esôfago é um tubo oco, considerado muscular já que tem a camada muscular bem desenvolvida. A função do esôfago é fazer a condução dos alimentos da faringe até o estomago. Ele tem um tamanho de aproximadamente 25 cm nos adultos. O esôfago é dividido em três regiões: região superior, média e abdominal (inferior). A região superior também chamada de proximal ou cervical que está entre C6 a T1. A média é também chamada de torácica, está entre a T1 a T10. E a abdominal ou inferior ou distal está na T11 e T12. Esfíncter esofágico superior separa o esôfago da nasofaringe e esfíncter esofágico inferior separa o esôfago do estomago para que não haja contato direto do conteúdo gástrico com região do esôfago. O esfíncter esofágico inferior é muito importante na prevenção de refluxo de conteúdo gástrico. A preservação de estrutura do esfíncter, o funcionamento é importante para o funcionamento e impedindo o refluxo. O esôfago não é preparado para ter um contato direto com conteúdo ácido. Toda as vezes que tem refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, a primeira coisa que vai acontecer é uma inflamação esofágica – esofagite. É a causa mais comum de esofagite. E isso pode evoluir para DRGD – doença do refluxo gastroesofagico ou esôfago de barret e até neoplasias. CARACTERÍSTICAS HISTOLOGICAS: Internamente, o esôfago é revestido por tecido epitelial. O tecido que está em contato com o bolo alimentar, que vai passar no tubo, voltado para a luz é um tecido epitelial de revestimento. E logo abaixo, temos um tecido conjuntivo. Esse tecido conjuntivo e o tecido epitelial compõem o que chamamos de mucosa. Logo abaixo da região de mucosa, temos a submucosa e depois tecido muscular e depois camada adventícia. Camada mucosa: é compreendida por tecido epitelial voltado diretamente pela luz esofágica. A característica do epitélio é estratificado, ou seja, tem várias camadas celulares. Além disso, é pavimentoso, porque tem células pavimentosas na superfície, ultima camada da mucosa. E além disso, não tem queratina. Então, é um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado células basis hiperpigmentadas. A mucosa não é só tecido epitelial. O tecido epitelial estratificado tem vaso sanguíneo? Não. Então como as células estão mantendo sua vida, sua função? Porque para um tecido epitelial, tem que ter um tecido conjuntivo subjacente que é rico em vaso sanguíneo, favorecendo a oxigenação e nutrição dessas células epiteliais. Então, junto com o tecido epitelial, tem também o tecido conjuntivo. Essa região de tecido conjuntivo é chamada de lamina própria que está logo abaixo do tecido epitelial de revestimento, favorecendo nutrição. A mucosa é composta de exclusivamente de epitélio estratificado e lamina própria? Não. Além desses dois, ainda tem o tecido muscular da mucosa. Essa não é a camada muscular mais desenvolvida do órgão. Não é uma camada separada de musculo propriamente dito, é um tecido muscular de musculo liso que faz parte da camada mucosa. A camada mucosa é resistente a abrasão de alimentos, sensível ao ácido. Porque não tem queratina? Porque mesmo o alimento passando na luz, nessa região com intimo contato com células epiteliais, com atrito e não tem queratina? É porque apensar do atrito, do contato, não temos atrito provocando destruição e agressão as células porque temos muitas glândulas fazendo impermeabilização, lubrificação que favorece o movimento peristáltico realizado no esôfago e o descolamento desse alimento até o estomago sem ter destruição. As glândulas produzem secreções que são liberadas na luz esofágica para que não tenha destruição. Glândulas submucosas (mucina e bicarbonato) – proteção. Camada submucosa: é um tecido conjuntivo com colágenos, vasos sanguíneos. Há glândulas em submucosa. É um conjunto de glândulas e ductos. Apenas o esôfago e a região de duodeno possuem glândulas em submucosa. Camada muscular: o esôfago é um órgão especializado em transporte do alimento e aí tem movimentos peristálticos e assim, precisa de uma camada muscular muito bem desenvolvida, favorecendo a contração e o deslocamento. Por isso, ela é a mais desenvolvida e espessa. É dividida em duas regiões: muscular interna e muscular externa. Essa divisão acontece porque a parte que está mais perto da submucosa está disposta de forma circular. E o mais periférico, o externo, está disposto de forma longitudinal. Isso tudo não é por acaso, é para favorecer o transporte e movimento peristáltico até a região do estomago. Qual a característica do musculo que compõe a camada muscular? Nas partes do esôfago, cada um tem seu musculo. Na região superior, tem predomínio de musculo estriado esquelético, não é exclusividade. Na porção média, tem uma mistura proporcional de musculo estriado esquelético com musculo liso. E na região inferior ou abdominal, musculo liso. INFLAMAÇÕES ESOFÁGICAS Esofagite aguda e crônica, DRGE (esofagite de refluxo de Barret), Síndrome de Boerhaave e Síndrome de Mallory- Weiss. ESOFAGITE Significa uma resposta inflamatória do esôfago. Algumas vezes, é acompanhada de lacerações e a mais comum é laceração de Mallory-weiss que é um processo patológico do esôfago caracterizado pelas presenças de lacerações longitudinais. Observamos que a parede do esôfago, o tecido vai se separar e rasgar. Isso acontece nas regiões do estomago e esôfago – junção gastresofágica. As lacerações acontecem quando o indivíduo tem ânsias e vômitos graves, que aumenta a pressão na região e provoca separação dos tecidos. Inicialmente, as lacerações foram descritas por intoxicação aguda por álcool – ingestão de álcool – ânsia e vômitos. As lacerações de Mallory-weiss são provocadas por vômitos prolongados, com intensidade e frequência muito grande, assim, o esôfago solta o relaxamento que precisa, não tem relaxamento do esôfago porque acumulo o refluxo gástrico. E além disso, devido à falta de relaxamento, acumulo de conteúdo gástrico, observa-se um estiramento dos tecidos esofágico e assim, rompimento da parede. Lacerações lineares da síndrome de Mallory-Weiss: são longitudinais, não tem tamanho padrão, variam de comprimento e na maioria das vezes cruzam a junção gastresofágica. Então, a síndrome de Mallory-Weiss é caracterizada por lacerações esofágicas devido a vômitos intensos e prologados. Porém, não tem rompimento do esôfago. Quando essas lacerações Mallory-weiss evoluem para ruptura esofágica, chamamos de Síndrome de Boorhave. É uma ruptura pós emética, pós quadros intensos e duradouros de vômitos. ESOFAGIITE DE REFLUXO: inflamação provocada por refluxo do conteúdo ácido do estômago. Pode ter edema, eritema, dor. Causas/etiologia: são variadas. Mas independente disso, temos que ter um mecanismo especifico para que essa esofagite acontece e é por condições que diminuem o tônus do esfíncter esofágico inferior. E/ou associado a condições que aumentam a pressão abdominal. – Obesidade, gravidez, hérnia de hiato e álcool e tabaco. Quando esses reflexos acontecem temos uma mucosa esofágica que não é resistente ao ácido e assim, responde com resposta inflamatória. Se esses episódios de refluxo acontecem por meses, anos a esofagite de refluxo evolui para DRGE. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO Para que ela aconteça, precisa da ocorrência de refluxo gástrico para o esôfago de forma crônica. Em condições de normalidade, pode ocorrer refluxo de pequenas quantidades do conteúdo gástrico sofrer um pequeno refluxo para o esôfago sem prejuízos funcionais. Para CARACTERIZAR a DRGE temos que ter um refluxo patológico anormal crônico. → Aumento na periodicidade do refluxo quando comparado a esofagite de refluxo, então aqui a ocorrência é muito mais frequente. → Maior sensibilidade da mucosa esofágica → Sintomatologia mais evidente → + comum: terço distal do esôfago– contato mais próximo com o conteúdo do estomago; → Terço proximal do esôfago, faringe e cavidade oral (+ raro) EPIDEMIOLOGIA: → Acomete ambos os gêneros → Abrange qualquer classe econômica ou grupo étnico → Qualquer idade (+ comum: 45-64 anos) → Muito prevalente na pratica medica → Estima-se que 5% da população adulta atual tenha DRGE PATOGENIA – mecanismos que levam a ocorrência do DRGE: porque esse conteúdo gástrico volta para o esôfago? Perda do tônus do esfíncter inferior do esôfago (EIE), associado a uma alteração da musculatura estriada da crura diafragmática. Ângulo de HIS: ângulo formado pela transição do esôfago para o estomago fazendo essa pequena elevação para a região esquerda. Se não tivesse essa formação do ângulo, se fosse um túbulo reto, seria mais fácil do refluxo acontecer. Em crianças, é comum o refluxo sem caracterizar um processo patológico. Logico que em algumas situações é doença. Na forma fisiológica em crianças, ao passar da idade começa a cessar porque algumas vezes dos bebes o esfíncter inferior do esôfago não tem tônus muscular adequando ainda e ainda falta a presença do ângulo de His entre o esôfago e estomago. ETIOLOGIAS DRGE: São as mesmas etiologias da esofagite de refluxo. Condições que diminuem o tônus do esfíncter esofágico inferior e condições que aumentam a pressão abdominal. A diferença é que na esofagite de refluxo era episódios esporádicos e da DRGE tem uma cronicidade. E também causadas por álcool, tabaco, obesidade, gravidez e hérnia de hiato. CARACTERÍSTICAS CLINICAS: sintomas mais comuns: → Pirose + comum → Disfagia (com ou sem odinofagia) → Eructação → Salivação abundante → Regurgitação perceptível (- frequente) Todas essas sintomatologias são intensificadas após ingestão de álcool ou alimentação em grande quantidade, mais pesados. Pessoas que tem DRGE devem fazer alimentação em volume menor e com frequência maior. Evitar ficar muito tempo sem se alimentar. MORFOLOGIA MACROSCÓPIA: a região fica com aspecto de inflamação – hiperemia (avermelhado)/edema/erosões. MORFOLOGIA MICROSCÓPIA: pode variar, depende da intensidade da agressão que o tecido vem sofrendo e frequência que o refluxo vem acontecendo. Pode ser leve ou uma alteração significativa. Quando temos uma lesão leve, a microscopia fica quase preservada com equilíbrio de descamação e produção celular – o ácido provoca descamação do epitélio, porém as células lá da camada basal vão estar sofrendo mitose e renovando as células perdidas, por isso, ainda consegue ver um equilíbrio já que tem escamação e tem células sendo produzidas. Quando a alteração é significativa começa tem um epitélio atrófico porque está perdendo mais células epiteliais do que a capacidade do nosso organismo de renovar as células e manter a espessura desse epitélio. Algumas vezes, vai ter até ausência do revestimento epitelial. Presença de muitos neutrófilos e eosinófilos na região de mucosa. E por mais que esteja atrófico, tem uma hiperplasia da zona basal, o estimulo lesivo está muito intenso e remove as células superficiais. Já na zona basal estão tentando evitar que isso aconteça, por mais que elas não estão conseguindo, elas tentam evitar o afinamento do epitélio. ESÔFAGO DE BARRETT É uma complicação da DRGE crônica. É mais comum em homens brancos com 40-60 anos de idade. Tem muita relação com a obesidade. É uma condição pré-maligna – grande risco para o Adenocarcinoma Esofágico. Lesão pré- invasiva: displasia epitelial – grau de displasia no histológico. Quando falamos de câncer no esôfago, temos que pensar no CEC – carcinoma de células escamosas no esôfago e o Adenocarcinoma esofágico. O que surge através do esôfago de Barrett é o Adenocarcinoma esofágico. A maioria dos indivíduos com esôfago de Barrett não desenvolvem tumores esofágicos. O que é o esôfago de Barrett? É uma metaplasia (substituição de um tecido por outro tecido que seja mais adaptado ao estimulo lesivo que esteja ocorrendo naquela região – substituição de um tecido adulto bem diferenciado que tinha em uma determinada região por outro tipo de tecido que não é próprio). Essa substituição acontece com o intuito de fazer com que agora observa-se uma maior resistência dessas células ao estimulo lesivo – substituição de um tecido adulto por outro tecido adulto mais resistente ao estimulo lesivo. A metaplasia por si só não é um lesão pré-maligna. Mas porque que o esôfago de Barrett é considerado uma lesão pré-maligna? Porque associado a essas células metaplasicas, pode-se observar a presença de displasia. No esôfago temos região de mucosa que está voltada para a luz esofágica que é revestida por epitélio estratificado pavimentoso/escamoso não queratinizado e ela sofre com a presença o ácido e as células dessa mucosa não são preparadas para esse tipo de contato e esse contato está acontecendo de forma crônica. Assim, nosso organismo em uma tentativa de diminuir os danos causados pelo ácido, substitui o epitélio esofágico por um epitélio mais resistente – epitélio morfologicamente semelhante ao epitélio intestinal – epitélio simples colunar com presença de células caliciformes. Porque não substituir o epitélio do esôfago para um mais resistente ao ácido, como o gástrico? O epitélio gástrico produz ácido também, então essa lesão fica se intensificando cada vez mais. Se substitui a porção distal do esôfago para um epitélio gástrico, assim, vai começar a produzir ácido. Porque o epitélio do intestino é considerado mais resistente do que o epitélio do esôfago? Porque no intestino tem células caliciformes – produtoras de muco que ajudam na neutralização e proteção das células epiteliais e sem capacidade de produzir ácidos. Atenção: o esôfago de Barrett é considerado uma metaplasia incompleta! Isso significa que por mais que a morfologia seja semelhante ao intestino, temos células funcionalmente semelhante a mucosa gástrica. Junto com as células intestinas, encontram-se células que estão se comportando de forma semelhante as células da mucosa gástricas – células mucosecretoras. Células caliciformes – intestinal – morfologicamente. É um duplo comportamento. Células com função semelhante as células mucosretoras – gástricas. O esôfago de Barrett pode ser classificado como segmento longo ou segmento curto – tamanho do Barrett. Segmento longo > 3 cm. Curto < 3 cm. O diagnóstico é feito através da clínica, história, analise macroscópica do tecido associada a analise microscopia. Sem a microscopia não é possível dar diagnostico. Quando tem displasia associado ao Barrett: → Proliferação epitelial aumentada → Mitoses atípicas → Cromatina agrupada irregularmente → Proporção nucleo-citoplasma perdida → Formas irregulares e aglomeração de células Dependendo dessas características, classificar em displasia de baixo grau ou de alto grau. Quanto maior grau da displasia, mais essas alterações são graves e acentuada e começa a diminuir muito as células caliciformes vistas. Displasia de baixo grau: estratificação nuclear e alto grau: irregularidades da arquitetura, formação glandular com aspecto cribiforme. TUMORES ESOFÁGICOS Podemos ter neoplasias de caráter benigno e malignas. As neoplasias benignas são extremamente raras e quando tem, incide a presença de Leiomioma e papiloma escamoso. As neoplasias malignas são bem mais comuns do que benigna e temos que pensar em dois: CEC e adenocarcinoma. O CEC tem uma incidência bem maior – mais de 96% dos casos do que Adenocarcinoma. A incidência em homens é maior do que mulheres. Neoplasias malignas esofágicas: tanto o Carcinoma de células escamosas quanto o Adenocarcinoma são neoplasias malignas de origem em tecido epitelial. A diferença é que o CEC origina de um epitélio de revestimento esofágico – estratificado pavimentoso não queratinizado. E o Adenocarcinoma tem origem relaciona ao epitéliode Barrett. ETIOLOGIAS de ambos: → Refluxo gastresofágico e epitélio de Barrett (adenocarcinoma). → Baixo consumo de frutas e vegetais (deficiência de vitaminas A, B e C. → Alimentos contaminados com fungos (Aspergillus) ou nitrosaminas (carcinogênico) → Tabaco e álcool → Ingestão de alimentos muito quentes. – regiões frias – chimarrão. → Fatores genéticos (doença celíaca e tilose) a doença celíaca é uma herança hereditária ao glúten eles tem maior chance te ter câncer esofágico e tilose é um distúrbio autossômico dominante caracterizado por uma condição de hiperseratose palmar e plantar e tem mais risco de câncer também. – 405 maior comparado a uma pessoa que não tem. → Câncer de esôfago X síndrome de Plummer- Vinson. Essa síndrome é caracterizada por uma tríade clássica apresentada no esôfago: anemia por deficiência de ferro, membranas esofágicas (crescimento em direção a luz) e disfagia. Indivíduos com essa síndrome tem o risco muito aumentado principalmente para CEC. → Infecção por HPV → Radiação previa na região de mediastino. SINTOMATOLOGIA dos tumores esofágicos: → Disfagia progressiva: solido – pastoso – liquido. Mais grave o câncer, mais dificuldade. → Odinofagia → Hematêmese → Caquexia Déficit nutricional importante já que não consegue comer. Os tumores esofágicos são considerados tumores extremamente agressivos e muitas vezes assintomáticos nas fases iniciais. – Alta taxa de letalidade. Com o avanço da cidade, pode apresentar outra sintomatologia: → Afagia- sonda → Halitose severa – células necróticas, inflamação → Tosse com expectoração produtiva (fistula esôfago-brônquica). As vias aéreas têm muito contato íntimo com o esôfago e em fase avançada, pode provocar uma fistula. → Icterícia → Dispneia → Rouquidão PORQUE, NA FASE AVANÇADA DE TUMOR ESOFAGICO PODE TER ICTERICIA, DIPNEIA E ROUQUIDÃO? Icterícia: ocorre devido a um comprometimento hepático por metástase. O fígado perde a capacidade de conjugar bilirrubina, levando a icterícia. Dispneia e Rouquidão: é justificada por metástase no pulmão, tanto no parênquima pulmonar quanto na traqueia e laringe. A rouquidão acontece principalmente por uma presença de fistula que pode ficar no esôfago e traqueia e assim, acomete as cordas vocais. ESTADIAMENTO: baseado na disseminação – se houve ou não um processo metastático. O processo metastático pode acontecer por: → Contiguidade. Esôfago e vias áreas → Via linfática principalmente nas cadeias cervicais, torácicas e abdominais. → Via hematogenica com preferência no fígado, pulmão, suprarrenal e ossos. Métodos para estadiamento: T – Profundidade de invasão do tumor na parede esofágica. N – Disseminação linfonodal. M – Metástase à distância. A tomografia é um exame muito utilizado para fazer o estadiamento. O estadiamento é necessário para estabelecer o tratamento. DIAGNÓSTICO: quadro clinco, exames de imagem (endoscopia e esofagografia baritada – bário) e biopsia (fundamental). CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DO ESÔFAGO É mais comum em adultos acima de 45 anos (algumas literaturas 55 anos). Tem predileção pelo gênero masculino na proporção de 4:1 ou (6:1). É 6x mais comum em afro- americanos do que caucasianos. E na maioria das vezes é assintomático, os sintomas começam a parecer em estágios mais evoluídos. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: tem o início insidioso e pode gerar disfagia, odinofagia e obstrução (massa tumoral) nos estágios mais evoluídos. Os pacientes se ajustam subconscientemente à obstrução que aumenta progressivamente sendo necessário ajuste de dieta (alimentos sólidos para líquidos). Tem perda de peso extrema e delimitação por causa dos efeitos do tumor e da alimentação. PATOGENIA: a patogenia do carcinoma de células escamosas esofágicas permanece indefinida, mas a perda de diversos genes supressores de tumor, incluindo p53 e p16/INK4a está envolvida. MORFOLOGIA MACRÓSCOPIA: tem uma apresentação em terço médio do esôfago, é mais comum. Diferente do Barret/adenocarcinoma que ocorre mais no terço distal. Lesões iniciais: apresentam espessamentos pequenos, acinzentados, semelhantes a placa. Lesões tardias: massas tumorais polipoides ou exofiticas e se projetam para dentro do lúmen, obstruindo. ADENOCARCINOMA ESOFAGICO Normalmente, é uma evolução do esôfago de Barret. O risco é aumentado ainda mais pelo uso de tabaco, obesidade e radiação previa. Ocorre mais frequentemente em caucasianos. Predileção pelo gênero masculino 7:1. PATOGENIA: Sabe-se que na maioria das vezes o paciente passou por um processo de esofagite que evoluiu para DRGE crônica e depois Barrett que é considerado uma doença pré-maligna e durante o tempo pode sofrer alterações para o Adenocarcinoma esofágico. Está envolvido com alterações genéticas e epigeneticas que levam essa transformação. Esse período não podemos determinar do Barret até adenocarcinoma e também nem temos certeza que evoluirá. O que aproxima da malignada é o nível de displasia. A patogenia envolve a presença de alguns genes como p53, genes c-ERB-B2, ciclina D1 e Ciclina E, gene Rb e a resposta inflamatória também pode contribuir para a transformação neoplásica. A inflamação que iniciou lá na esofagite, vem perpetuando na DRGE, Barreett também favorece. MORFOLOGIA MACROSCOPIA: mais comum em terço distal do esôfago. Pode invadir a cárdia gástrica. Manchas a grandes massas com 5cm ou mais de diâmetro. Tem crescimento exofítico. Pode se infiltrar e ulcerar. CARACTERISTICAS CLÍNICAS: dor ou dificuldade de deglutição, perda de peso progressiva, hematêmese, dor torácica ou vômitos. Quando os sintomas aparecem, o tumor geralmente já se espalhou para os vasos linfáticos submucosos. Como o diagnóstico é feito de um estágio avançado, a sobrevivência acima de 5 anos é inferior a 25%. MICROSCOPICAMENTE: geralmente o esôfago de Barret aparece adjacente ao tumor. Podem produzir mucina, formam glândulas e pode aprecer células em anel de sinete (raro). inflamações esofágicas esofagite DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO esôfago de barrett tumores esofágicos carcinoma de células escamosas do esôfago adenocarcinoma esofagico
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