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Aula 4 - Serviços Preliminares de Canteiro

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Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Aula 4: Serviços Preliminares de Canteiro 
 
Nesta etapa serão abordadas as primeiras noções técnicas de canteiro de obras. Serão 
expostos a seguir os conceitos gerais do local de trabalho em que o técnico de edificações 
geralmente atua. Tudo que se segue faz parte de uma etapa pré-concebida de projeto, 
portanto, o primeiro contato com “a obra” não deverá ser tão assustador assim. 
 
1. Classificação das Construções 
Na indústria da construção civil, existem diversos tipos de empreendimentos que são 
classificados distintamente. A seguir será dada uma noção destas classificações, lembrando 
que o foco do curso está nas obras de edificações. 
1.1. Obras de Edificações 
São os modelos tradicionais de construção, aqueles conhecidos simplesmente como 
“obras”. Nas obras de edificações há uma sequencia executiva bastante definida. A 
evolução da execução da obra segue um padrão que é muito praticado e há grande 
experiência no ramo. As construções começam pelas fundações, seguindo pela 
concretagem, instalação, alvenaria, emboço e assim por diante. Esse fator ajuda na 
construção de edificações por ser um modelo convencional muito testado e difundido. 
1.2. Obras Viárias 
Obras Viárias, geralmente, são obras de grande porte, que envolvem diferentes tipos 
de profissionais e por longos períodos de tempo. O gerenciamento das atividades e de sua 
inter-relação é complexo e requer profissionais experientes e qualificados. Segundo DNER, 
1999, compõem as etapas (atividades) de um projeto viário: estudos de tráfego, estudos 
geológicos, estudos hidrológicos, estudos de traçado, projeto geométrico, projeto de 
terraplenagem, projeto de drenagem, projeto de pavimentação, projeto de interseções, 
retornos e acessos, projeto de obras de arte especiais, projeto de sinalização, projeto de 
paisagismo, orçamento da obra, plano de execução da obra, componente ambiental, entre 
demais estudos e projetos. Outro aspecto característico das obras de infraestrutura viária é 
o seu custo elevado. Conforme o tipo de obra, características da região, extensão, obras de 
arte especiais, entre outros fatores, uma obra viária pode chegar a ter orçamento de 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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centenas de milhões de reais. O porte, o prazo, o custo e a diversidade de agentes 
envolvidos reforçam a importância do gerenciamento de uma obra viária da sua concepção 
(estudos e projetos), passando pela etapa de obra (construção e fiscalização), até a sua 
utilização (operação e análises). Fazem parte deste modelo as obras de arte de engenharia, 
tal como ponte, túneis, metrôs, etc. 
1.3. Obras Hídricas 
São, geralmente, obras de grande porte. As obras hídricas são fundamentais para o 
desenvolvimento de uma sociedade por conterem em seu escopo aqueles 
empreendimentos que estão vinculados à oferta de energia, sistemas de saúde, etc. 
Possuem altíssimo valor agregado e altíssimos custos de execução. São em número 
pequeno quando comparados aos outros modelos, mas, geralmente, ofertam um alto 
número de empregos devido suas dimensões. As mais comuns são: assentamento de 
condutos fechados (adutoras), execução de condutos abertos (calhas), construção de 
reservatórios, estações elevatórias e de tratamento, construção de barragens, usinas etc. 
1.4. Sistemas Industriais 
Obras industriais usualmente possuem características próprias que não permitem 
compará-las com os empreendimentos residenciais. Uma das características que as 
diferenciam dos empreendimentos residenciais se dá pelo fato de usualmente as obras 
industriais se tratarem de obras complexas. Ainda cabe salientar aspectos usuais dos 
produtos da construção civil. Os produtos da construção civil podem ser caracterizados 
como volumosos, únicos, com longa vida útil, fixos, pesados e impactam fortemente o meio 
ambiente. Com isto posto, é necessário caracterizar o que são obras complexas. Os 
empreendimentos se caracterizam como obras complexas quando: 
• Existe um grande número de diferentes sistemas que necessitam trabalhar 
juntos e um grande número de interfaces entre os elementos; 
• O empreendimento envolve trabalhos de construção em locais confinados, 
com dificuldade de acesso e requer uma grande quantidade de mão-de-obra 
trabalhando ao mesmo tempo; 
• Existe uma grande dificuldade em alcançar os objetivos desejados; 
• Necessita de eficiente coordenação, controle e monitoramento, do início ao 
fim do empreendimento; 
• Existe uma série de revisões e modificações durante a execução do 
empreendimento. 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2. Serviços Preliminares de um Canteiro 
Os Serviços Preliminares são aqueles que antecedem os inícios dos trabalhos de 
edificações propriamente ditos. Em outras palavras, são os “preparativos” para que tudo 
esteja correto, ou ainda, que tudo esteja adequado de forma certa para que o terreno passe 
a se chamar Canteiro de obras. 
Esta etapa é basicamente dividida em: 
• Topografia do terreno; 
• Sondagem; 
• Limpeza do terreno; 
• Movimento de terra, necessário para a obtenção do nível de terreno desejado 
para o edifício; 
• Verificação da disponibilidade de instalações provisórias; 
• Verificação das condições de vizinhança; 
• As demolições, quando existem construções remanescentes no local em que 
será construído o edifício; 
• A retirada de resíduos da demolição; 
• Instalações provisórias. 
2.1. Topografia 
Este levantamento será utilizado para melhor posicionamento da edificação, e irá 
definir uma melhor conformação da mesma em relação ao terreno (distribuição, 
pavimentos, estrutura, etc). Este tema não será tratado aqui pois já foi abordado na Aula 2. 
2.2. Sondagem 
Depois de definido o terreno e o projeto deverá ser feita a sondagem do terreno. Esta 
sondagem irá identificar a resistência do solo, a existência de lençóis freáticos e outras 
características. Deverão ser indicados os pontos (pelo profissional habilitado) para serem 
realizados os testes ao longo do terreno e quantos furos serão necessários. 
A sondagem proporciona valiosos subsídios sobre a natureza do terreno que irá 
receber a edificação, como: 
• Características do solo; 
• Espessuras das camadas; 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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• Posição do nível da água. 
Além de prover informações sobre o tipo dos equipamentos a serem utilizados para a 
escavação e para retirada do solo, bem como, ajuda a definir qual o tipo de fundação que 
melhor se adaptará ao terreno, de acordo com as características da estrutura. 
Além disso, através dos dados da sondagem é possível identificar, quando necessário o 
tipo de contenção mais adequada. Sem esta avaliação não há como realizar os cálculos 
estruturais (sem os cálculos estruturais a estrutura da edificação poderá custar mais que o 
necessário, ou ficar comprometida). 
O Tipo de Sondagem mais utilizado em edificações “importantes” são do tipo SPT 
(Standard Penetration Test) ou teste de penetração padrão ou simples reconhecimento. 
Este é um processo muito usual para conhecer o tipo de solo fornecendo informações 
importantes para a escolha do tipo de fundação. 
Por meio da sondagem à percussão tipo SPT é possível determinar o tipo de solo 
atravessado pelo amostrador padrão, a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do 
amostrador e a posição do nível de água se encontrada água durante a perfuração. 
 
2.3. Limpeza de Terreno 
A limpeza preliminar do terreno foi assunto abordado na Aula 2, portanto não será 
tratado novamente. O que será visto agora são situaçõesonde o terreno está contaminado 
com demolições. Nem sempre, é técnica ou economicamente viável a utilização de 
construções existentes no terreno para aproveitamento, sendo muitas vezes necessária a 
sua completa remoção, antes mesmo da implantação do canteiro, caracterizando uma 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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etapa de Serviços de Demolição. A demolição é um serviço perigoso na obra, pois é comum 
mexer-se com edifícios bastante deteriorados e com perigo de desmoronamento. E não é só 
isto, pois neste serviço "as coisas caem, desabam". O resíduo originado de uma demolição 
pode ser bastante significativo exigindo o seu manuseio com equipamentos de grande porte 
e, quando não for possível sua utilização dentro do próprio terreno, deverá se retirado. 
2.4. Terraplanagem 
Com base na planta e levantamento topográfico, marcam-se os níveis da obra. Nesta 
fase são feitos os cortes no terreno e a movimentação de terra. Assim, é feita a marcação 
do dimensionamento e níveis adequados ao projeto. É muito importante a definição correta 
dos níveis. 
2.4.1. Tipos de Movimentação de Terra 
Quando for necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das 
seguintes situações: 
• Corte; 
• Aterro; 
• Corte + Aterro. 
A situação de Corte geralmente é a mais desejável uma vez que minimiza os possíveis 
problemas de recalque que o edifício possa vir a sofrer. Por outro lado, quando se tem a 
situação “Corte + Aterro”, não se faz necessária a retirada do solo para regiões distantes, 
minimizando as atividades de transporte, uma vez que poderá haver a compensação do 
corte com o aterro necessário 
Nesta fase geralmente utiliza-se um trator para o trabalho pesado. Na movimentação 
de terra o ideal é que haja uma compensação entre aterro e desaterro, tirando terra de um 
lado e passando para outro, para que não haja necessidade de retirar ou colocar terra extra 
no terreno. A área de aterro formada deverá ser compactada. A utilização do trator 
geralmente é computada por hora e devesse planejar muito bem a atuação do tratorista 
para minimizar o tempo e o trabalho 
2.4.2. Equipamentos 
Podem-se empregar equipamentos manuais ou mecânicos. Os manuais constituídos, 
sobretudo pelas pás, enxadas e picaretas, são empregados quando se tem pequeno volume 
de solo a ser movimentado (até 100m³). Para volumes superiores, recomenda-se a 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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utilização de equipamentos mecânicos que permitem maior produtividade, dentre os quais 
destacam-se, para uso em escavações de edifícios: 
• Pá-carregadeira (sobre pneus, sobre esteiras); 
• Escavadeira Hidráulica; 
• Retroescavadeira; 
• Rolo Vibratório; 
• Mini-escavadeira. 
O controle de compactação será mais bem estudado na disciplina Mecânica dos Solos. 
2.4.3. Empolamento 
Os volumes de terra medidos pela topografia são diferentes dos que precisam ser 
carregados no caso de aterros ou cortes no terreno. A seguir será demonstrado como 
calcular a quantidade de caminhões e caçambas em serviços de terraplenagem. 
Ao escavar o solo, a terra fica solta e passa a ocupar mais espaço. Esse efeito é 
conhecido como empolamento e é expresso em porcentagem. Se ao escavar 1 m³ de solo 
ele aumenta para 1,3 m³, o empolamento é de 30%. 
É importante conhecer esse fenômeno para planejar os equipamentos, principalmente 
de transporte, e também a produtividade. Caso o volume de corte do solo seja de 100 m³, o 
total a ser transportado será de 130 m³, graças ao empolamento. 
O oposto do empolamento é a contração. Ou seja, o quanto a terra ocupa a menos de 
volume quando compactada. Nesse caso, o volume final é inferior ao que a terra ocupava 
no corte. Assim, para executar um aterro com 1 m³, será preciso mais que 1 m³ de terra. 
2.4.3.1. CÁLCULO PRÁTICO DO EMPOLAMENTO 
Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50 m³ de terra, medido pelo serviço 
de topografia. O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir o transporte, 
o que é calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que "Vc" é o volume medido no corte; 
e "E" é o empolamento. 
𝑉𝑠 = 𝑉𝑐(1 + 𝐸) 
Para exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa de empolamento de 25%. 
Para realizar a conta, transforme a porcentagem em 0,25. A conta fica assim: 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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𝑉𝑠 = 50(1 + 0,25) 
𝑉𝑠 = 62,5 m³ 
Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50 m³ no corte, aumentará 
para 62,5 m³. A seguir, algumas taxas de empolamento para os materiais mais comuns: 
 
Material Empolamento (%) 
Rocha Detonada 50 
Solo Argiloso 40 
Terra Comum 25 
Solo Arenoso Seco 12 
 
2.4.3.2. CÁLCULO PRÁTICO DA CONTRAÇÃO 
A contração ocorre quando o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1 m³ de 
solo (medido no corte) contrai para 0,9 m³ no aterro após compactação, a redução 
volumétrica é de 10%. Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um 
aterro com 50 m3 - e considerando redução volumétrica de 10% - vamos utilizar a seguinte 
fórmula: 
𝑉𝑐 =
𝑉𝑎
𝐶
 
Onde: 
𝑉𝑐 é o volume de terra medido no corte; 
𝑉𝑎 é o volume compactado no aterro; 
𝐶 é a contração. 
Se a redução volumétrica é de 10%, a contração é de 90%. Aplicando a fórmula, lembre-se 
de mudar a porcentagem. Assim: 90% = 0,90. Portanto: 
𝑉𝑐 =
50
0,9
 
𝑉𝑐 = 55,55 m³ 
 
 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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3. Locação do Canteiro de Obras no Terreno 
A definição técnica de Canteiro é dada pela NR18 como sendo “a área de trabalho fixa 
e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”. Suas 
Áreas de Vivência, pela NBR 12284, são conceituadas como “conjunto de áreas destinadas à 
execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas 
operacionais e áreas de vivência”. 
A obra de construção de edifícios tem seu início propriamente dito, com a implantação 
do canteiro de obras. Esta implantação requer um projeto específico que deve ser 
cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. 
Porém, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas atividades prévias, 
comumente necessárias, podem estar a cargo do engenheiro de obras. 
Os tipos de serviços que mais interferem na implantação do Canteiro são as 
demolições, movimentações de terra, contenções, drenagens e as fundações. Ademais a 
estes, outros elementos condicionantes também são importantes a serem levados em 
conta, tais como: 
• Sondagem e levantamento planialtimétrico: conhecer o terreno e o tipo de 
solo; 
• Edificações/construções do terreno e da vizinhança (contíguas): 
acautelamento contra danos às edificações existentes; 
• Código de obras e edificações do município: adequar o canteiro às restrições 
legais; 
• Infraestrutura; 
• Processos e métodos construtivos 
3.1. Infraestrutura 
Em primeiro lugar, desenvolve-se um layout de canteiro de acordo com as 
particularidades da Obra. Grandes canteiros também terão grandes estruturas e demandas, 
diferenciando-se assim uns dos outros de maneira que geralmente as locações são 
diferentes de um projeto para outro por muitas razões. É fundamental que o acesso à água 
e energia já estejam certos: o canteiro é um lugar onde permanecerão pessoas e existe uma 
legislação rigorosa e uma fiscalização ativa em relação aos quesitos obrigatórios que são 
normatizados. 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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No caso de não existir redes no local,deve-se fazer um pedido de estudo junto às 
concessionárias para verificar a viabilidade de extensão da rede existente até a obra. Este 
procedimento, de modo geral, demora cerca de dois meses. Esta demora, na maioria das 
vezes, pode comprometer o início da obra. Neste caso, é possível adotar-se uma solução 
temporária e extrema como, por exemplo, optar-se pela energia gerada a diesel, na própria 
obra, a qual, no entanto, apresenta-se mais cara que a energia elétrica. 
3.2. Instalações Provisórias 
São aquelas que serão removidas do empreendimento ao seu término, ou seja, são as 
instalações necessárias para a execução da obra, que dão suporte à operação, mas não 
fazem parte do produto final. 
PCMAT e PPRA 
O PCMAT/PPRA (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
de Construção/Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) são programas que 
estabelecem procedimentos de ordem administrativa, de planejamento e de 
organização, que objetivam a implantação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho 
na Indústria da Construção. 
Resumindo, o PCMAT/PPRA dita uma série de medidas de segurança a serem 
adotadas durante o desenvolvimento da obra. Esses procedimentos de segurança, que 
visam antecipar os riscos. Para possam ser definidos estratégias para evitar acidentes de 
trabalho e o aparecimento de doenças ocupacionais. Estes itens serão melhores 
estudados nas disciplinas de Segurança do Trabalho. 
Alguns critérios são fundamentais na elaboração de um projeto de canteiro, devendo-se 
levar em conta, principalmente: 
• Integração de todos os elementos e fatores: almoxarifados, entradas e saídas para 
operários distintos, para os clientes, disposição dos equipamentos etc.; 
• Mínima distância: o transporte nada produz, portanto deve ser minimizado e se 
possível eliminado; 
• Obediência do fluxo de operações: evitar cruzamentos, retornos, interferências e 
congestionamentos; 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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• Racionalização do espaço: aproveitar as quatro dimensões (geométrica e temporal) 
– subsolo, espaços superiores para transportar, canalizações, depósitos pouco 
usados; 
• Satisfação e segurança do empregado: um melhor aspecto das áreas de trabalho 
promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto a redução de riscos de 
acidentes; 
• Flexibilidade: possibilidade de mudança dos equipamentos, quando evoluir ou 
modificara linha de produtos – condições atuais e futuras. 
Seguem as principais instalações tidas como provisórias. 
3.2.1. Alojamentos 
Sempre que houver necessidade, como no caso de obras afastadas dos centros 
urbanos, as construtoras devem instalar alojamentos provisórios nos canteiros para a 
permanência dos funcionários. Essa é uma exigência da NR 18. Esses locais devem ser de 
boa qualidade para garantir a saúde dos funcionários e, consequentemente, o bom 
andamento da construção. 
De acordo com Norma, um alojamento considerado bom deve ter abastecimento de 
água potável, luz natural e/ou artificial, sistema higiênico e remoção de lixo, ausência de 
umidade, instalações elétricas protegidas, proteção contra ruído excessivo, entre outras 
características. Caso essas exigências não sejam cumpridas, a construtora pode ser multada. 
 
3.2.2. Vestiários 
Para os trabalhadores que não estão alojados no canteiro, é obrigatória a construção 
de vestiários. As instalações devem estar próximas aos alojamentos ou à entrada da obra, 
sem ligação direta com o refeitório, e os armários devem ser individuais e possuir cadeados 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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ou fechaduras. É aconselhável também que os armários sejam metálicos, como os usados 
em clubes, escolas ou academias. 
Os vestiários devem ser planejados de acordo com o número de funcionários previsto 
na obra. É importante lembrar que cada fase da obra tem uma quantidade diferente de 
funcionários. Por isso, pode ser necessário redimensionar o tamanho do vestiário conforme 
a obra avança. 
 
3.2.3. Almoxarifado 
Como não existem regras muito bem-definidas para projetar cada parte do canteiro, 
geralmente o layout é definido com base na experiência do gerente da obra e adaptando o 
que já foi feito em outros locais. 
Para dimensionar corretamente o almoxarifado é preciso considerar o porte da obra e 
o nível de estoques, o que determina o volume de materiais e equipamentos que será 
guardado. No caso de tubos de PVC, por exemplo, é necessário que ao menos uma das 
dimensões da instalação tenha, no mínimo, 6 m de comprimento. 
Também é preciso considerar a evolução da obra, que pode exigir ampliar ou reduzir o 
tamanho do estoque. Três fatores são preponderantes a serem observados; 
• Implantação (escavações e fundação): poucos tipos de materiais e pouco 
espaço físico; 
• Obra regular (estrutura, alvenaria, revestimentos): uso de diversos materiais e 
quando já podem ser ocupadas áreas internas do edifício; 
• Fase final de desmobilização: quando os espaços devem ser liberados para 
conclusão dos acabamentos. 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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O ideal é que o almoxarifado fique próximo de três locais, com a seguinte prioridade: 
descarga dos caminhões - para agilizar a armazenagem de materiais que chegam direto para 
o estoque; elevador de carga - para facilitar a movimentação de materiais que são 
transportados apenas no momento do uso; e escritório - devido ao contato entre o mestre 
de obras e o almoxarife. Preferencialmente, deve ficar no subsolo, protegido de 
intempéries. 
3.2.4. Depósito de Ensacados 
Os depósitos de ensacados são galpões cobertos e locados em canteiro que estejam 
preparados para abrigar, geralmente, insumos embalados. Nesta categoria encaixam-se os 
sacos de cimento, argamassa, cal, etc. Devem possuir pisos frios bem nivelados e lisos para 
locomoção de paleteiras. Os “sacos” devem ficar empilhados em palets, distantes de 
paredes, em empilhamento recomendado pelo fornecedor. 
3.2.5. Administrativo de Obras 
Locais onde engenheiros, arquitetos, mestres, técnicos e demais funcionários da 
administração da obra possuem seus escritórios. É fundamental que o Administrativo de 
Obras possua campo visual aberto à edificação. 
Existem muitas mais estruturas em canteiro, como refeitório, laboratórios, baias, 
centrais de armação, etc., porém, seus nomes já sugerem seus propósitos não sendo 
necessárias suas descrições. 
3.3. Verificação de Edificações Contíguas 
Uma importante etapa do início da obra é o “registro das condições das edificações 
vizinhas”. Esta tapa, antigamente relegada a segundo plano, vem ganhando cada vez mais 
importância, uma vez que permite maior segurança à empresa que constrói. 
A verificação prévia das condições da vizinhança permite que a empresa não tenha 
surpresa desagradável durante a produção do empreendimento, seja com a ocorrência de 
patologias diversas como trincas excessivas ou mesmo chegando-se a situações de 
desabamentos de residências vizinhas. Por outro lado, permite, ainda, que se previna 
quanto às reclamações infundadas de vizinhos. O registro deve ser feito em relatório 
técnico específico contendo “croqui” com indicação das ocorrências, relacionados a fotos 
devidamente datadas e relatos das observações realizadas. O relatório realizado deverá ser 
registrado em Cartório. Em suma, a vistoria preventiva confecciona um relatório ou laudo 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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de vizinhança com resultados da apuração do estado de conservação de imóveis próximos 
aocanteiro de obras e atua como garantia a reclamações por danos e prejuízos indevidos. 
Não existe padronização quanto à abrangência de imóveis a serem vistoriados e 
anexados no laudo, exceto num aspecto: que se realize a vistoria em todos os confrontantes 
diretos do terreno, não apenas uma, mas todas as edificações próximas. O profissional deve 
descrever e registrar todas as características e indícios encontrados, mas o laudo não é 
perícia, logo, não apura causas ou responsabilidades dos problemas. 
 
Extra ído de Pinto Jr. et a l , 2001. 
Extra ído de Espartel 1987. Extra ído 
de Cesar Augusto Siega Araújo. 
Sem prejuízo de conteúdo

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