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Quem é Bernardo Tutikian? • Engenheiro civil, mestre e doutor em engenharia. Pós doutorado pela CUJAE em 2013. Fui professor visitante da Universidade de Missouri of Science and Technology (EUA), Université de Cergy-Pontoise (França) e pesquisador da Universidad de la Costa – CUC (Colômbia). • Sou autor do livro ‘Concreto autoadensável’, 2015; e do livro ‘Patologia das Estruturas de Concreto, Aço e Madeira’, 2019. • Atuo nos cursos de especialização em Construção Civil, Segurança contra Incêndio, Projeto de Estruturas e Patologia e Desempenho nas Obras Civis na Unisinos. Já publiquei mais de 350 trabalhos em periódicos e eventos. Oriento trabalhos de conclusão de curso, mestrados e doutorados e sou avaliador de periódicos internacionais de renome, como Construction and Building Materials, Cement and Concrete Research e ACI. • Fui nomeado membro permanente do Steering Board do CONSEC e editor associado do periódico RIEM. Consultor de empresas de construção civil na área de dosagem de concretos, desempenho e patologia. Já está no Grupo VIP? • Slides; • Dicas Exclusivas; • Novidades em 1ª mão; • Na dúvida, pode falar com a minha equipe no whatsapp, telegram ou email. A hora é agora de fazer o story e me marcar! @BernardoTutikian Dosagem de concretos convencionais - plásticos Aula 01 Introdução • Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland os procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais constitutivos do concreto, também conhecido por traço; • Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume, sendo preferível e sempre mais rigorosa a proporção expressa em massa seca de materiais. Introdução • A dosagem é considerada uma arte, tanto quanto uma ciência; • O objetivo então é obter uma mistura de concreto que satisfaça os requisitos de desempenho ao menor custo possível; Introdução • Em princípio, os requisitos básicos usuais a serem atendidos são: • Resistência Mecânica (MPa); • Trabalhabilidade (mm); • Durabilidade (anos); • Deformabilidade (GPa); • Consumo Sustentável (rendimento, kg/MPa); Introdução • Princípios da dosagem dos concretos: • Para cada dimensão máxima característica do agregado graúdo há um ponto ótimo de resistência do concreto, crescente com a redução dessa dimensão; • A resistência à compressão dos concretos depende essencialmente da relação a/c; • A consistência de um concreto fresco depende essencialmente da quantidade de água por m3 e uso de aditivos químicos; Introdução • Um concreto corrente será tanto mais barato quanto maior a dimensão máxima característica do agregado graúdo e quanto menor o seu abatimento, ou seja, concretos de consistência seca, para uma mesma resistência, são mais baratos que de consistência plástica ou fluída. Não necessariamente os mais sustentáveis ou mais econômicos; • Para uma dada resistência e uma dada consistência, há uma distribuição granulométrica ótima (combinação miúdo/graúdo) que minimiza a quantidade de pasta; Introdução • IBRACON • O´REILLY • ABCP • FURNAS • DE LARRARD • MÉTODOS EMPÍRICOS (evitar!!!!) • Entre outros. Resistência média de dosagem • Resistência média do concreto para fins de dosagem (fcm,j) • A resistência prevista para a dosagem não é diretamente o fck e sim o fcm,j. Para determinação do fcm,j adota-se a equação recomendada na ABNT NBR 12655 dckcmj sff •+= 65,1 nnd sks •= Resistência média de dosagem Resistência média de dosagem em que: • fcm,j = resistência média do concreto à compressão a j dias de idade, em MPa; • fck = resistência característica do concreto à compressão, em MPa; • sd = desvio-padrão da dosagem, em MPa; • kn = coeficiente que depende do número n de resultados disponíveis; • sn = desvio padrão obtido de uma amostra com n resultados disponíveis; • n = número de ensaios disponíveis. Resistência média de dosagem • Observa-se que tanto para o fcm,j quanto para o fck as idades de projeto não estão definidas, cabendo ao projetista estrutural da edificação, em conjunto com o tecnologista de concreto, definir a idade de controle e cálculo destes parâmetros; • A idade depende do período que se pretende desenformar a estrutura ou aplicar tensão nos cabos, iniciar um carregamento construtivo dos próximos andares, entre outros fatores únicos de cada empreendimento. Resistência média de dosagem • Quanto maior for a idade de controle, mais econômico e sustentável será o concreto; • Porém, se não especificado, entende-se como parâmetro os 28 dias. Leis clássicas da tecnologia do concreto • Em tecnologia de concreto, tem sido adotados como leis de comportamento os seguintes modelos que governam a interação das principais variáveis em jogo: • Lei de Abrams (1918): “a resistência de um concreto, numa determinada idade (fcj), é inversamente proporcional à relação água cimento (a/c).” c ak kfcj 2 1= Leis clássicas da tecnologia do concreto • Lei de Lyse (1932): “fixados o cimento e agregados, a consistência do concreto fresco depende preponderantemente da quantidade de água por m3 de concreto” e pode ser, simplificadamente, expressa por: c akkm •+= 43 Leis clássicas da tecnologia do concreto • Lei de Priszkulnik & Kirilos (1974): “o consumo de cimento por m³ de concreto varia na proporção inversa da relação em massa seca de agregados/cimento (m).” mkk C •+ = 65 1000 Leis clássicas da tecnologia do concreto em que: • fcj = resistência à compressão do concreto para a idade de j dias, em MPa; • m = relação em massa seca de agregados/cimento, em kg/kg; • a/c = relação em massa de água/cimento, em kg/kg; • C = consumo de cimento por m3 de concreto adensado em kg/m3; • k1, k2, k3, k4, k5 e k6 são constantes particulares de cada conjunto de mesmos materiais. Método IBRACON Conceituação • O método proposto inicialmente por Eládio Petrucci (1965), modificado por pesquisadores do IPT (Priszkulnik, Kirilos, Terzian e Tango), da EPUSP (Helene) e da Unisinos (Tutikian), é um dos métodos mais versáteis, simples e capazes de fornecer uma resposta profícua aos requisitos exigidos de um concreto, atendendo tanto às exigências técnicas dos projetistas estruturais, quanto às econômicas, de sustentabilidade e de produtividade dos construtores e usuários dos concretos. Método IBRACON • O método, na sua versão atual, busca obter o comportamento mecânico e reológico do concreto de forma unívoca com os materiais escolhidos; • É um método que pode classificar-se como teórico-experimental, em que há uma parte experimental de laboratório precedida por uma parte analítica de cálculo baseada em leis de comportamento dos concretos. Método IBRACON • O método IBRACON entende que a melhor proporção entre os agregados disponíveis é aquela que consome a menor quantidade de água para obter um dado abatimento e faz isso considerando a interferência do aglomerante (cimento + adições) na proporção total de materiais; • Poder-se-ia associar a uma “mistura” dos métodos baseados nas granulometria contínua (máxima trabalhabilidade) com métodos que se fundamentam na granulometria descontínua (máxima compacidade). Método IBRACON • Experimental; • Passo a passo; • Fácil execução com ótimos resultados; • Concretos econômicos Leis de comportamento ( )cak kfcj /*2 1= cakkm /*43 += ( )cakkC /* 1000 65 + = ( ) ( )m a + + = 1 1a pam += Lei de Abrams Lei de Lyse Lei de Molinari Teor de argamassa seca Leis de comportamento ( )capaC /1 +++= g ( ) ÷ ÷ ø ö ç ç è æ +++ - = capa arC pac /1 1000 ggg caCa /*= agcaCppCaaCcCCu $*/*$**$**$* +++= Consumo de cimento / m3 Consumo de cimento / m3 Consumo de água / m3 Custo do concreto / m3 fcj = resistência à compressão axial, à idade j, em MPa; a/c = relação água / cimento em massa, em kg/kg; a = relação agregado miúdo seco / cimento em massa, em kg/kg; p = relação agregado graúdo seco / cimento em massa, em kg/kg;m = relação agregados secos / cimento em massa, em kg/kg; α = teor de argamassa seca, deve ser constante para uma determinada situação, em kg/kg; k1, k2, k3, k4, k5, k6 = constantes que dependem exclusivamente dos materiais (cimentos, agregados, aditivos); C = consumo de cimento por metro cúbico de concreto adensado, em kg/m3; γ = massa específica do concreto, medida no canteiro em kg/m3; γc = massa específica do cimento, em kg/dm3; γa = massa específica do agregado miúdo, em kg/dm3; γp = massa específica do agregado graúdo, em kg/dm3; ar = teor de ar incorporado e/ou aprisionado por metro cúbico, em dm3/m3; a = consumo de água potável por metro cúbico de concreto adensado, em kg/m3; Cu = custo do concreto por metro cúbico; $c = custo do kg de cimento; $a = custo do kg de agregado miúdo; $p = custo do kg de agregado graúdo; $ag = custo do litro de água potável; Método IBRACON Principais passos do método IBRACON • Escolher dimensão máxima característica do agregado graúdo compatível com os espaços disponíveis entre armaduras e fôrmas do projeto da estrutura (depende do desenho estrutural e da obra); • Escolher o abatimento compatível com a tecnologia disponível (depende da obra); • Estabelecer a resistência média que se deseja alcançar na idade especificada, resistência de dosagem (consultar ABNT NBR 12655); Método IBRACON Dimensão máxima característica do agregado graúdo: Ø DMC < 1/3 da espessura da laje Ø DMC < 1/4 da distância entre as fôrmas Ø DMC < 0,8 do espaçamento entre as armaduras horizontais Ø DMC < 1,2 do espaçamento entre as armaduras verticais Ø DMC < 1/4 do diâmetro da tubulação do bombeamento (quando for o caso) Ø DMC < 1,2 do cobrimento nominal Método IBRACON • Mistura de britas Método IBRACON • Mistura de britas Tese Bernardo Tutikian, 2007 Método IBRACON • Mistura de britas Tese Bernardo Tutikian, 2007 Método IBRACON • Após a escolha dos materiais, que devem ser disponíveis comercialmente e os mais econômicos possível, faz-se o estudo experimental; • Para o desenho do diagrama e obtenção das equações, são necessários, no mínimo, 3 pontos. Método IBRACON • INTERMEDIÁRIO (1:5) • POBRE (1:6,5) • RICO (1:3) Obs: estes traços permitirão obter, aproximadamente, a resistência à compressão entre 20 e 50 MPa Método IBRACON • Determinação do teor de argamassa • Se o teor de argamassa estiver elevado, aumenta o custo do material por metro cúbico, assim como a probabilidade da ocorrência de futuras manifestações patológicas, como a fissuração por dessecação superficial e/ou por elevado calor de hidratação do cimento. Por outro lado, se houver quantidade de argamassa insuficiente, a trabalhabilidade do concreto será prejudicada, afetando o acabamento final e provocando porosidade e falhas de concretagem. Por tanto, deve-se sempre buscar o teor de argamassa ideal, para que não ocorram problemas em nenhuma parte. Método IBRACON • Determinação do teor de argamassa Sugestões a) Imprimação do misturador com concreto 1:2:3, relação a/c=0,65; b) Colocação dos materiais, sendo água (80%), brita, areia, cimento e o restante da água; c) Realizar o acerto do teor de argamassa, sendo que cada mistura deve ocorrer por, no mínimo, 5 minutos; Sugestões d) Testes práticos para confirmação do teor de argamassa seca; e) Correção do teor final para correção de perdas no processo (+/- 4%); f) Realizar uma nova mistura traço 1:5 para determinar todos os elementos; Método IBRACON f cj (MPa) 28 días 7 días C( kg/m3) C1 C2 3 días a/c (kg/kg) abatimento 150 mm C2<C1 abatimento 40 mm m (kg) Diagrama de dosagem Método IBRACON 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10 20 30 40 50 60 70 2 3 4 5 6 7 8 100200300400500600 fcj (MPa) m (kg/kg) a/c C (kg/m³) 91 dias 28 dias 7 dias 3 dias Cu (R$/m³) 100200300 •Diagrama de Dosagem com a curva de custo no quarto quadrante, correlacionando resistência à compressão e custo de concreto por metro cúbico. O gráfico deve sempre ser utilizado no sentido horário a partir da curva de custo e para aproximações. Método IBRACON Diagrama de Desempenho • Outra possibilidade para o profissional responsável pela dosagem de um concreto é a realização de um Diagrama de Desempenho, descrito com detalhes em Tutikian (2007); • Esse diagrama permite a plotagem no mesmo gráfico da resistência à compressão junto com outras propriedades mecânicas e de durabilidade, como o módulo de deformação, a resistência à tração, entre outros. Método IBRACON 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 4400 4500 4600 4700 4800 4900 5000 5100 5200 1000200030004000500060007000 fcj 28 dias (MPa) US (m/s) Ec (GPa)Cl (C) •Diagrama de Desempenho, correlacionando resistência à compressão, módulo de deformação, velocidade de propagação das ondas de ultrassom e penetração de íons cloretos, para a mesma família de concreto Outros métodos de dosagem Método do ACI Atualmente, o método do American Concrete Institute, conhecido por ACI 211.1-91 (REAPPROVED, 2009), denominado Standard Practice for Selecting Proportions for Normal, Heavyweight, and Mass Concrete considera tabelas e gráficos elaborados a partir de valores médios de resultados experimentais. O método abrange uma classe de resistência à compressão do concreto, aos 28 dias de idade, entre 15 MPa e 40 MPa e relações a/c de 0,39 a 0,79. A consistência do concreto fresco para bons resultados do método deve estar de plástica (50 mm) à fluída (150 mm). Outros métodos de dosagem Método de De Larrard Trata-se de um método para composição, em princípio, de qualquer tipo de concreto, de resistência normal, de alto desempenho, com pós-reativos, jateado, autoadensável, compactado a rolo e de diferentes densidades. François De Larrard (1990) é um pesquisador francês e seu método se baseia no empacotamento de partículas, visando à máxima compacidade possível e diminuição do risco de segregação, para otimização da mistura granular seca, recuperando muito das ideias dos tradicionais métodos de granulometria descontínua do início do século XX. Outros métodos de dosagem Método de Vitervo O’Reilly Trata-se de um método para composição, em princípio, de qualquer tipo de concreto, principalmente concretos correntes e concretos de alta resistência. O método tem forte base experimental e está focado na economia de cimento. Vitervo O’Reilly (1998) é um pesquisador cubano, que já esteve no Brasil várias vezes, tendo seus cursos nos Congressos do IBRACON a maior audiência entre todos os cursos oferecidos nos últimos anos. Seu método foi desenvolvido na década de 80 e publicado em vários países: Cuba, Espanha, México, Colômbia, Vietnam, China, Brasil, entre outros. Dimensionamento das estruturas Método semi-probabilístico – NBR 6118:1978 Dimensionamento das estruturas ABNT NBR 8681:2004 Já está no Grupo VIP? • Slides; • Dicas Exclusivas; • Novidades em 1ª mão; • Na dúvida, pode falar com a minha equipe no whatsapp, telegram ou email. A hora é agora de fazer o story e me marcar! @BernardoTutikian
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