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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL COMO MECANISMO NA GESTÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Flávia Pereira Brandão1 Cristóvão Araripe Marinho2 RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar a importância da contabilidade gerencial como ferramenta da sobrevivência das micro e pequenas empresas. Buscou-se verificar que as ferramentas gerenciais podem trazer o benefício de auxiliar o gestor a tomar decisões com mais segurança, nos planejamentos, no desenvolvimento de ações e identificando possíveis problemas. Realizou-se um estudo bibliográfico evidenciando a importância da contabilidade gerencial para PMEs chegando a conclusão que ao utilizar a contabilidade, ainda que apenas a contabilidade gerencial, que é a base de uma administração segura, os casos de sucesso e de “sobrevivência” dessas empresas, mediante a utilização das demonstrações contábeis, as análises e índices como ferramenta gerencial aumentaria de maneira significativa, além de possibilitar um melhor acompanhamento do desempenho do negócio. Palavras-Chave: Gestão da empresa, Contabilidade, Tomada de decisão. 1. INTRODUÇÃO No Brasil a maioria das empresas são formadas por Micro e Pequenas Empresas. Tendo em vista a importância considerável para a economia, pois elas auxiliam de forma significativa para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que são as somas de todos os bens e serviços produzidos no país. O objetivo do trabalho é enfatizar a importância da contabilidade gerencial como uma ferramenta de auxílio na sobrevivência das Micro e Pequenas Empresas, considerando-a um instrumento indispensável aos gestores, promovendo um conhecimento teórico e uma visão geral para as tomadas de decisão. Nesse sentido, vamos ressaltar as principais diferenças entre a contabilidade que atende aos usuários externos, tais como: investidores, autoridades governamentais e a Contabilidade Gerencial, Análise das demonstrações contábeis e 1 Aluno concluinte do curso de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Estácio de Sá. 2Professor (a) Orientador (a) do artigo da Universidade Estácio de Sá. os índices financeiros/econômicos que serão utilizados pelas Pequenas e Médias Empresas (PMEs). A relevância em abordar esse tema é para esclarecer o despreparo de muitos gestores, na maioria das vezes inexperiente, no entanto, abrem uma empresa afim de alcançar um lugar significativo, porém não toma as devidas atitudes para se manter no mercado. A Contabilidade Gerencial é a peça fundamental para o sucesso de um Gestor e da empresa qual é gerida. Esse tema vem com o objetivo de fomentar o conhecimento de muitos empresários que ao constituir uma empresa, não cerca todas as situações possíveis que podem acontecer. Dessa forma, busco de maneira teórica, expor as soluções cabíveis para uma tomada de decisão. Diante do contexto apresentado, este trabalho busca responder a seguinte pergunta de pesquisa que representa o problema pesquisado: Quais procedimentos os gestores devem tomar para a sobrevivência da sua empresa? O objetivo deste trabalho é analisar a importância da contabilidade gerencial no processo de tomada de decisão para a sobrevivência das micro e pequenas empresas. Buscou-se verificar os benefícios no qual as ferramentas gerenciais podem auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão. No atual cenário, estamos vivenciando uma pandemia, qual é notável o alto índice de empresas fechando as portas por não terem uma gestão eficiente. O objetivo da contabilidade gerencial é fornecer informações a respeito da vida operacional de uma organização. As informações fornecidas podem ser relacionadas a qualquer área de uma empresa, seja a de Custos, Financeira, Tributação, Gestão de Pessoas, a fim de alcançar a lucratividade da empresa. O grande diferencial da Contabilidade Gerencial é a informação segura e eficaz, que contribui para o crescimento da empresa, dando resultados econômicos positivos, cooperando para o desenvolvimento econômico do país. A maioria dos contadores, tem a preocupação apenas em cumprir as exigências fiscais e deixam de assessorar os clientes. A finalidade deste trabalho é incentivar desde os gestores de micro e pequenas empresas até os profissionais da área contábil a desenvolverem e seguirem essas informações que auxiliem na tomada de decisão e demonstrar o quanto é valiosa as informações gerenciais. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Pode-se dizer que a contabilidade gerencial é uma ferramenta utilizada com o objetivo de proporcionar informações úteis e práticas para a tomada de decisão, buscando adequar aos relatórios contábeis, a real situação financeira – econômica da empresa, e as suas necessidades. A contabilidade gerencial é desconhecida ou pouco utilizada para grande parte dos pequenos empresários que tomam suas decisões levando em consideração apenas seu conhecimento prático. O pequeno empresário pode e deve utilizar da informação contábil em sua empresa, para que seus atos sejam aplicados de forma segura e consciente, apoiados em informações que aumentarão as chances de acertos em suas decisões. Para IUDÍCIBUS (2020, p.4): A Contabilidade Gerencial tem em seu cerne única e exclusivamente a finalidade interna de atender à administração da empresa, com informações úteis, tempestivas e confiáveis para um processo de decisão assertivo do gestor. O intuito da Contabilidade Gerencial é conceder informações acerca da vida operacional de uma organização. As informações fornecidas podem ser relacionadas a diversas áreas de uma empresa, como a de Custos, Financeira, Fiscal, Departamento Pessoal, até a lucratividade da empresa. Para Raza em sua publicação para o boletim CRC/SP (2008, p.16), “a falta de informações é o grande vilão nas pequenas empresas”, muitos empreendedores possuem o capital e resolvem montar um negócio desconhecendo todos os outros fatores necessários ao sucesso das empresas. Ainda, segundo IUDÍCIBUS (2020, p. 294), Uma das funções mais importantes da Contabilidade Gerencial consiste em fornecer informações hábeis para a avaliação de desempenho. Esse desempenho pode ser considerado não somente em relação à apuração de resultados por produto ou por serviço, mas envolve uma apreciação de “quão bem” se comportaram os vários setores da empresa em relação às metas previstas. A contabilidade gerencial se baseia na escrituração constante dos documentos, que possam interferir no patrimônio empresarial. HENRIQUE, Manoel de Almeida (2016 p.26): Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lançamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que apoiam ou componham a escrituração. O grande diferencial é a informação eficiente e eficaz que auxilia no crescimento da empresa, gerando resultados econômicos favoráveis, cooperando para desenvolvimento econômico do país. Grande parte dos contadores se dedicam apenas a cumprir obrigações e deixam de assessorar os clientes. Isso é um erro gravíssimo, pois os clientes como pessoas leigas no assunto, não dispõe de conhecimentos técnicos. Horngren, Sudem e Stratton (2004, p.4) definem a Contabilidade Gerencial como “o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais”. Um grande desafio para o contador é informar os empreendedores sobre o papel da contabilidade, e prestar informações úteis para gerir o negócio. Será apresentado neste trabalho a necessidade de utilização da ferramenta gerencial para que o número de mortalidade das pequenas empresas diminua. IUDÍCIBUS (2020, p.4): A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeisjá conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório. Na atual situação econômico-social é possível perceber que as micro e pequenas empresas necessitam de informações importantes ao negócio, para se estabilizarem no mercado e promoverem a continuidade do empreendimento. Neste sentido, a contabilidade gerencial pode auxiliar as organizações sobre o seu negócio, tendo em vista que seu objetivo principal é conceder informações que possam ser utilizadas como apoio a tomada de decisão. Logo, a Contabilidade Gerencial é uma ferramenta de apoio ao empresário, é fundamental para a gestão de negócios. Os sistemas de contabilidade gerencial são necessários por fornecer informações úteis, oportunas para as atividades de controle, avaliação do custo dos produtos e dos desempenhos dos gerentes. 2.1 CONTABILIDADE 2.1.1 ORIGEM A Contabilidade avança desde o início da civilização e, durante um longo período, foi conhecida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava-se métodos específicos, que foram se aprimorando, sendo algumas delas usadas até hoje. A História da Contabilidade possuía diversos períodos, de acordo com os vários estudiosos. Segundo o Prof. Federigo Melis, em seu livro “Storia della Ragioneria” (História da Contabilidade) de 1950, citado por Alves (2017, p.8), a contabilidade divide-se em quatro períodos distintos: • Contabilidade Antiga: período que se iniciou com as primeiras civilizações e foi até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, cujo autor foi Leonardo Fibonacci, o Pisano. • Contabilidade Medieval: período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o “Tratactus de Computis et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. • Contabilidade Moderna: período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Esta foi uma obra marcante na história da Contabilidade. • Contabilidade Científica: período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. 2.1.2 ESCOLA NORTE-AMERICANA A escola Norte-Americana surgiu no começo do século XX, tonando-se uma das escolas mais importantes no mundo, tornando-se atuante, estabelecendo regras em diversas áreas da contabilidade, contribuindo positivamente na contabilidade gerencial. Segundo IUDÍCIBUS et al. (2017 p.14) “O surgimento das gigantescas corporations, principalmente no início do século XX, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que aquele país experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas.” A American Association of Public Accountants (AAPA) foi fundada em 1887, direcionando suas ações na evolução da qualidade da informação contábil, na regulamentação dos processos contábeis e na divisão da Contabilidade em duas vertentes: a financeira e a gerencial. Ainda segundo IUDÍCIBUS (2015, p.21): Predomina, nos textos americanos, a preocupação com o usuário da informação contábil. A Contabilidade é sempre utilizada e apresentada como algo útil para a tomada de decisões. A teoria contábil americana não deseja, de partida, endeusar demasiadamente a importância da Contabilidade no contexto do conhecimento humano, mas, lenta e seguramente, por meio da solidez dos argumentos apresentados e dos exemplos, o leitor acaba percebendo a verdadeira e efetiva importância desta disciplina, no contexto administrativo. 2.1.3 CONTABILIDADE NO BRASIL O conhecimento mais antigo relativo à contabilidade e os seus métodos no Brasil ocorreu da mesma forma que em outros lugares do mundo. O seu desenvolvimento está ligado ao desejo dos comerciantes de aperfeiçoar a qualidade da gestão do seu patrimônio. Os estudos sobre a contabilidade no País ocorreram logo no início do século XIX. A primeira profissão liberal no brasil, foi em 1869 através do decreto Imperial n. 4.475 onde foi criada a Associação dos Guarda-livros da Corte. A partir de 1970, a contabilidade obteve destaque, pois as companhias abertas passaram a ser obrigadas a ter suas demonstrações contábeis alinhadas à sua estrutura e passar por auditorias, realizadas por auditores independentes. Outro fato importante dentro do avanço contábil, foi a influência da escola norte-americana, que deu origem a regulamentação dos princípios contábeis, e a divulgação da Lei no. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Alves (2017, p.24) em seu livro A Teoria da Contabilidade descreve os fatos que marcaram a contabilidade no brasil: • 1902 — Surgiu a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, voltada para o ensino de contabilidade. • 1940 — Foi criada a primeira Lei das Sociedades Anônimas (S/A), que definia regras para avaliação de ativos, apuração e distribuição dos lucros da empresa, criação de reservas, padrões para a divulgação de balanço e métodos para a divulgação dos lucros e perdas. • 1946 — Surgiu a Faculdade de Ciências Contábeis Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (USP), instaurando os cursos de Ciências Contábeis e Atuariais. • 1946 — Foi criado o CFC, visando regulamentar as normas contábeis. • 1976 — Lei no. 6.404/1976, que estabeleceu as normas sobre as Sociedades por Ações. • 2007 — Lei no. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, para modificar e revogar a Lei no. 6.404/1976 e a Lei no. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, tratando da elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. De acordo Iudícibus, Marion e Faria (2017, p.16) “O Brasil é um país extremamente interessante para o estudo da evolução da Contabilidade, principalmente para os demais países em desenvolvimento”. A contabilidade passou por várias mudanças e passará por outras futuramente. No entanto, é certo que ela precisa acompanhar o progresso de forma integrada, pois as suas práticas devem ser reconhecidas e compreendidas de modo universal. 2.1.4 CONTABILIDADE NOS DIAS ATUAIS O profissional da área contábil atualmente deve ter conhecimento e uma vasta experiência. Com as transformações, as mudanças e os avanços tecnológicos, as informações das empresas são divulgas rapidamente e a Contabilidade deve acompanhar esse desenvolvimento. A contabilidade fornece informações do patrimônio da empresa para os administradores visualizarem a situação real da empresa com destaque para o controle e planejamento. Ela existe desde que o ser humano sentiu a necessidade de identificar, quantificar e cuidar dos seus bens, não importando a forma e os critérios utilizados. Os primeiros fatos que surgiram de um registro contábil e a história da contabilidade foi em relatos históricos que se percebe que as informações tinham como propósito memorizar os eventos que lhe diziam respeito dos simples atos comerciais até dados de plantio e colheita ou no controle de seu rebanho. Segundo IUDÍCIBUS (2015, p.7): O objetivo básico da Contabilidade, portanto, pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários, de forma que propiciem decisões racionais. A contabilidade permite que o usuário das informações possa tomar decisões necessárias com segurança baseada em dados confiáveis. 2.1.5 ESCRITURAÇÃO A escrituração Contábil deverá ser “adotada por todas as entidades,independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver” (Resolução CFC N°1.330/11). Portanto, é obrigatória para todas as entidades, inclusive Micro e pequenas empresas. “Escrituração Contábil é o ato de se registrar nos livros da empresa as movimentações ocorridas no seu Patrimônio” FÁVERO (1995, p.113) 2.1.6 USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS IUDÍCIBUS et al (2000, p.69) descrevem: Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro. 2.1.6.1 USUÁRIOS INTERNOS Como usuários internos das informações contábeis temos aqueles que estão diretamente ligados à empresa e utilizam os dados contábeis, para fins de administração e controle de modo geral, temos: a) o titular da firma individual (atualmente, denominado “empresário”), os sócios e os acionistas da sociedade; e b) os diretores, os gerentes e os administradores de todos os níveis. 2.1.6.2 USUÁRIOS EXTERNOS Os usuários externos não estão ligados diretamente nas atividades da empresa, mas se beneficiam dos seus dados. Como usuários externos das informações produzidas pela contabilidade, podemos citar: a) bancos e fornecedores; b) Governo (fiscalização); c) auditores externos etc. As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, com finalidades distintas e necessidades diversas. Governo, órgãos reguladores, autoridades tributárias, bancos, fornecedores, clientes, por exemplo, os quais podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. IUDÍCIBUS (2020, p. 11) 2.1.7 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL O sistema de informação contábil representa, na atualidade, uma ferramenta importante que auxilia os gestores nos processos de gestão e nas tomadas de decisão. Com os avanços da tecnologia, com as recorrentes mudanças, foi necessária uma adaptação no mundo contábil, no entanto, a importância crescente desses sistemas ocorre devido aumento no volume de dados e informações das organizações, propiciando uma grande complexidade no ato de administrar. Sem o apoio da tecnologia e dos sistemas de informação computadorizados, não é mais possível gerenciar de forma eficiente uma organização. Segundo BEUREN E MARTINS (2001, p.22): Os sistemas de informação têm uma relação direta com o processo de gestão, pois são eles que dão o suporte informacional a todas as áreas da organização, contemplando as etapas do processo de gestão. 2.2 EMPRESA Uma empresa é uma atividade econômica de produção, venda de bens ou serviços cuja finalidade é o lucro. Com isso torna-se necessário a utilização de ferramentas para o sucesso da organização para que obtenha o lucro esperado, reduza a possibilidade de fracasso ou até mesmo a falência. É fundamental a aplicabilidade da contabilidade gerencial como ferramenta de para que o gestor tome uma decisão segura e alcance o objetivo esperado. Para que os objetivos sejam alcançados as empresas contam com alguns recursos, de acordo com Fabretti (2003, p.36): A empresa contrata força de trabalho, com ou sem vínculo empregatício, combinando capital e trabalho e adotando tecnologia e métodos de administração eficientes, organiza sua atividade econômica, objetivando a produção ou circulação de bens ou a prestação de serviços, visando obter lucro que lhe permita desenvolver-se e remunerar adequadamente o capital nela investido. 2.3 MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE A Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte foi criada pela Lei Complementar nº. 123/2006 para regulamentar o disposto na Constituição Brasileira, que prevê o tratamento diferenciado e favorecido à microempresa e à empresa de pequeno porte. A classificação das Micro e Pequenas Empresas em função do número de empregados segundo Sebrae: • Indústrias e empresas de comércio e serviço com até 19 empregados são consideradas microempresas. • Indústrias com 20 a 99 empregados e empresas de comércio e serviço que possuam de 10 a 49 funcionários são consideradas empresas de pequeno porte. • 22 Indústrias que possuam de 100 a 499 empregados e empresas de comércio e serviços que possuam de 50 a 99 funcionários são consideradas empresas de porte médio. • Indústrias com mais de 500 ou mais empregados e empresas de comercio e serviço com 100 ou mais empregados são consideradas empresas de grande porte. Segundo Sebrae, as micro e pequenas empresas representam 99% do número de empresas no Brasil, contribui com 27% do PIB na economia brasileira. Sua existência é de extrema importância, por ser geradora de empregos no país. Importante destacar que a maioria destas empresas quem administra é sócio principal que em sua maioria, não tem formação profissional na área da contabilidade, dificultando a administração. As empresas de pequeno e médio porte não tem um profissional para fornecer as informações gerenciais para controle e a tomada de decisão. Outro fator importante é que as micro e pequenas empresas são familiares, ou seja, onde os funcionários são membros da família e não sabem aplicar as técnicas de planejamento financeiro. Sem o conhecimento básico de gerenciamento, fica difícil manter a empresa gerando lucro. Na maioria das vezes leva a empresa ao fracasso. Os escritórios de contabilidade em sua maioria estão preocupados com a quantidade de clientes, e não com a qualidade dos serviços oferecidos, temem aumentar os preços para oferecer assessoria necessária e perder o cliente. Sem um planejamento financeiro e assessoria necessária torna-se impossível o sucesso do negócio, o que na maioria dos casos leva a falência por falta de uma gestão eficaz. (RAZA, 2008 p.16). Se faz necessário o conhecimento gerencial para administrar uma empresa, pois quando existe planejamento, visando um objetivo, as chances de lucratividade e sucesso da empresa será sempre maior. 2.4 CONTABILIDADE GERENCIAL A contabilidade gerencial auxilia na administração da empresa, colaborando em seu planejamento estratégico, para gerar aumento dos lucros da empresa, com a redução de custo. A contabilidade gerencial não pode ser tratada como simples ramificação da contabilidade financeira ou geral, criada para o registro e controle de operações típicas de um tipo de entidade. Ela deve ser considerada como um processo que surgiu da necessidade das entidades, especialmente daquelas que visam ao lucro, em promover a redução dos custos e a melhoria da qualidade de seus produtos, sejam eles em forma de bens ou de serviços, para maximizar a satisfação do cliente. (MARION e OSNI 2017, p.10) Crepaldi (2017, p.8) define a Contabilidade Gerencial: Contabilidade gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, por meio de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial. Corresponde ao somatório das informações demandadas pela administração da empresa com o objetivo de subsidiar o processo decisório, mas sem desconsiderar os procedimentos utilizados pela contabilidade societária. A contabilidade gerencial originou-se perante a crescente complexidade dos negócios nas organizações, gerando a necessidade de conhecimento mais apurado de outros ramos da contabilidade, como complemento da contabilidade financeira, que é voltada para atender aos requisitos tributários e demais usuários direcionando no processo de tomadade decisão, tornando-se uma importante ferramenta para o planejamento. Ela utiliza de dados financeiros e operacionais para as micro e pequenas empresas. Esses dados financeiros são gerados pelo setor contábil, onde a principal finalidade é atender ao fisco, no cumprimento das exigências legais. 2.4.1 APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS O planejamento é a palavra mais importante na vida útil de uma empresa, faz-se necessário o apoio contábil nas micro e pequenas empresas a fim de levá-la a uma boa administração. Atualmente, contadores visam apenas cumprir as obrigações contábeis e não fazem uma assessoria efetiva e deixam de apoiar um micro e pequeno empresário em suas decisões gerencias. Muitos empresários são desprovidos de conhecimento técnico, onde, por não ter um suporte eficaz de seus contadores, acabam levando a empresa ao fracasso. Segundo Crepaldi (2017, p.6): As empresas que utilizam um sistema integrado de contabilidade gerencial possuem diferencial positivo em relação às que não possuem, sendo importante no controle dos processos, de forma que se possa planejar e analisar sobre o futuro, antecipando possíveis problemas que possam acontecer, para aplicação de ações corretivas no alcance de objetivos, com previsões de benefícios que poderão ser oferecidos aos seus clientes. Assim, podemos afirmar que para o sucesso de uma organização exige muito de um comprometimento dos contadores no auxílio dos gestores para tomada de decisão. 2.5 FERRAMENTAS GERENCIAIS EFICIENTES E EFICAZES PARA GESTÃO Na contabilidade gerencial existe diversas ferramentas de gerenciamento para atender a necessidade da empresa. O objetivo maior no uso dessas ferramentas é apresentar os gestores que o uso delas pode servir para tomada de decisão. 2.6 PLANEJAMENTO E CONTROLE O sistema de informação gerencial requer organização para geração dos relatórios, para auxiliar os usuários. É fundamental compreender o conhecimento contábil de todos, e desenvolver informações para os diferentes níveis de usuários, para que seja possível efetuar o controle posterior. O planejamento é indispensável, é um ponto de partida para o andamento das funções gerenciais, sendo determinante para o processo que antecede a tomada de decisão. A prática do gestor em aproveitar-se da contabilidade gerencial como método de gestão e suporte ao planejamento, auxilia no sucesso da empresa, possibilitando a confirmação de que as decisões tomadas foram acertadas. Segundo Oliveira (1990), comentando por Padoveze (2010, p.51) Se o sistema de informações gerenciais não for atualizado periodicamente, poderá ficar numa situação de descrédito perante seus usuários. O planejamento consiste no processo inicial em elaborar relatórios que atendam os enfoques dos diferentes níveis de usuários para controle posterior. Segue abaixo as mais importantes formas de planejamento e controle no âmbito da contabilidade gerencial. 2.6.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO O Planejamento Tributário na maioria das vezes é desconhecido por muitos gestores de diversas empresas, onde na verdade, é uma grande ferramenta contábil que auxilia na redução dos custos e encontra maneiras para otimizar a carga dos tributos aplicando medidas legais. O planejamento Tributário é útil para todo tipo de empresa, independente do seu tamanho ou segmento. 2.6.2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Para que todos na empresa conheçam os objetivos definidos e direcionem esforços nas estratégias para alcançá-los, é necessário formalizar um plano escrito. O plano deve ser apresentado de forma simples e objetiva, para que todos saibam exatamente o que devem fazer, qual a parcela que cabe a cada um na empresa para que o objetivo maior seja alcançado. O plano deve ser encarado como um roteiro que engloba duas partes principais: 1. A parte menos sujeita a mudanças do planejamento que é composta pela definição do negócio e pela identidade da empresa, ou seja, sua missão, visão e valores éticos. 2. A parte mais sujeita a variações, adaptações ou atualizações é a que envolve a análise do ambiente, definição de objetivos, estratégias e metas, aliados à constante análise de riscos associados a cada uma dessas variáveis. O planejamento estratégico, embora seja elaborado pelo dono da empresa ou pelos gerentes, deve ser posto em prática por todos os empregados que formam a estrutura da empresa. Inclusive é importante ouvir os empregados quando da elaboração do Planejamento Estratégico. 2.7 RELATÓRIO CONTÁBEIS PARA FINS GERENCIAIS A contabilidade pode fornecer inúmeros relatórios para utilização no processo de gerenciamento de uma empresa. Variando de acordo com a atividade e com o tipo de informação que os gestores julgarem pertinentes e necessárias. Alguns exemplos de ferramentas gerenciais são: análise de balanços, orçamento empresarial, cálculo dos custos, análise da margem de contribuição, fluxo de caixa e ponto de equilíbrio, entre outros. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a implementação da Contabilidade Gerencial nas micro e pequenas empresas, passaram a ter uma taxa de sobrevivência maior no mercado. Visando a melhoria de gestão nas micro e pequenas empresas, este trabalho selecionou alguns instrumentos da contabilidade gerencial, para melhorar o desempenho organizacional e o que poderia ser feito para diminuir a mortalidade dessas empresas. O trabalho apresentado teve como objetivo principal, mostrar a importância da contabilidade gerencial para as micro e pequenas empresas para melhoria do processo da tomada de decisão. Os gestores de acordo com a necessidade da empresa podem moldar a contabilidade gerencial. Diante do exposto, quanto mais a contabilidade gerencial for utilizada como ferramenta de otimização, maior será a segurança a tomada de decisão e execução de todo planejamento feito e que a continuidade do empreendimento seja reservada. 4. REFERENCIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Henrique Manoel de. Livros contábeis a escrituração contábil no atual cenário tributário, 1ª edição. [São Paulo, SP: Editora Trevisan, 2016. 9788599519929. 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