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Mecanismos fisiológicos e distúrbios homeostáticos e hemodinâmicos

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Isabela Alves - @vetgram.i 
Objetivos: 
Definir homeostase e identificar o processo 
os diferentes sistemas orgânicos; 
Identificar os tipos de distúrbios 
homeostáticos e suas consequências. 
Exemplo de distúrbio homeostático: 
Acidose; hiper e hipoglicemia; hidrolítico; etc. 
 
O que é? 
É um termo que indica um estado de 
equilíbrio interno, que se mantém 
relativamente constante independente das 
alterações que ocorrem no meio externo. 
 
LEC – LIC 
É um processo de autorregulação por meio 
do qual sistemas biológicos tendem a manter 
sua estabilidade para se ajustarem a 
condições [ótimas de sobrevivência. 
 
VOCÊ SABIA? 
O termo homeostase foi criado por Walter 
Canon em 1929. 
Diversos processos fisiológicos ocorrem de 
maneira coordenada e que garante o 
equilíbrio. 
Como ocorre? 
A partir da pequena participação de todos os 
sistemas. 
Respiração – oxigenação; 
Digestão – nutrientes; 
Circulação – (nutrição, oxigenação e 
excreção) 
Excreção – renal e hepática. 
 
Informações necessárias (controle) e 
mensageiros químicos (sinalização). 
 
PSIU: É importante ressaltar que fatores 
externos influenciam o funcionamento do 
organismo, porém, se todos os sistemas 
estiverem trabalhando adequadamente, 
manterá as condições de equilíbrio do maior 
interno de maneira praticamente constante e 
terá meios de reverter alterações. 
PSIU: Temperatura corporal, pH do sangue e 
concentração de glicose dentro dos níveis 
normais, a pressão arterial e a frequência 
cardíaca estão diretamente ligadas ao 
equilíbrio homeostático. 
 
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O que acontece se o organismo estiver 
em desequilíbrio? 
• Enfermidades, distúrbios, colapsos, 
etc. 
 
Caso a homeostase não seja restabelecida, 
pode ocorrer morte do indivíduo. 
Ex.: uma simples desidratação não 
restabelecida, pode levar a morte. A 
desidratação levará a outros distúrbios. 
 
 
Mecanismos de controle 
Como ocorre? 
Processos de feedback negativo 
(tirando/inibindo); 
Redução de uma alteração inicial; 
Principal regulador dos nossos hormônios. 
Exemplos de distúrbios dos mecanismos de 
controle: 
• Controle glicêmico; 
• Choque hemorrágico; 
• Desidratação; 
• Processo respiratório; 
• Ritmo cíclico; 
• Sazonalidade de enfermidades; 
• Desnutrição. 
 
Classificação 
Exemplos de distúrbios da homeostase: 
Homeostase Imediata: corresponde ao 
balanço negativo inicial e à etapa de diluição. 
Perda de peso e diminuição da massa 
muscular são dados clínicos ilustrativos 
dessa situação. 
Homeostase mediada: é a etapa seguinte 
do processo e traduz um a tendência a 
manter a harmonia bioquímica, funcional e 
anatômica atingidas na etapa anterior. Do 
ponto de vista clínico, observa-se a 
desaceleração do crescimento estatural, o 
retardo da maturação óssea e do 
desenvolvimento neuro motor. 
Homeostase tardia: caracterizada pelos 
seguintes dados: atrofia da pele, queda dos 
pelos, baixo metabolismo, hipotermia, 
imobilidade e bradicardia. Na opinião de 
alguns autores, um a situação símile do 
ponto de vista metabólico à hibernação 
animal. 
 
Três conceitos propostos por Randall et 
al. (2011) em fisiologia animal: 
Adaptação 
É um processo de evolução por seleção 
natural que ocorre de forma lenta e requer 
milhares de gerações sendo geralmente 
irreversível. 
Aclimatização 
Refere-se às mudanças fisiológicas, 
bioquímicas e anatômicas dentro de um 
determinado animal que resulta de sua 
exposição crônica às condições ambientais 
 
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novas e que ocorre naturalmente no 
ambiente nativo do animal. 
Aclimatação 
Refere-se a esses mesmos processos de 
aclimatização, mas com as mudanças sendo 
induzidas experimentalmente no laboratório 
ou no campo de um pesquisador, sendo 
igualmente reversíveis. 
 
Manutenção osmótica 
Ingestão hídrica: 
• Água de bebida; 
• Água metabólica. 
Perda hídrica: 
• Sudorese; 
• Urina; 
• Fezes. 
PSIU: Alguns animais apresentam 
mecanismos particulares e curiosos para a 
manutenção da osmolaridade. 
As aves marinhas, apresentam “glândulas 
excretoras de sal” localizadas proximamente 
às narinas e aos olhos que excretam o 
excesso de sal ingerido, e assim mantêm a 
osmolaridade em níveis fisiológicos. 
 
Distúrbios hemodinâmicos 
O que é? 
Referem-se às alterações circulatórias que 
acometem a irrigação sanguínea e o 
equilíbrio hídrico. 
Quando há um rompimento desse equilíbrio, 
surgem alterações que comumente podem 
ser agrupadas dentro dos distúrbios 
circulatórios. 
PSIU: São manifestações muito comuns na 
clínica médica, podendo muitas vezes ser a 
principal causa de morte. 
Classificação 
Alterações hídricas intersticiais (edema); 
Alterações no volume sanguíneo (hiperemia, 
hemorragia e choque); 
Alterações por obstrução intravascular 
(embolia, trombose, isquemia e infarto). 
 
Edema 
Acúmulo anormal de líquido nos espações 
intersticiais ou em cavidades corporais. 
Pode ocorrer como um processo localizado: 
Ex.: Retorno venoso de uma perna é 
obstruído. 
Ou sistêmico: 
Ex.: Insuficiência renal. 
 
 
 
Classificação dos tipos de edema 
Transudato 
Corresponde aos líquidos de edema não-
inflamatórios, são pobres em proteínas, 
apresentam uma aparência clara e serosa. 
Exsudato 
Representa o edema inflamatório relacionado 
com o aumento da permeabilidade endotelial 
que é rico em proteínas, é produzido pela 
evasão de proteínas plasmáticas 
 
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(principalmente albumina) e, possivelmente, 
leucócitos. 
 
 
Edema localizado 
Quando o acúmulo de líquidos ocorre em 
regiões determinadas, como por exemplo, no 
cérebro, pulmões e membros inferiores. 
Edema inflamado na região do olho. Pode 
ser alergia, trauma, 
conjuntivite, bactérias 
oportunistas. 
Principalmente trauma, 
bactérias e conjuntivite 
ou befarite. Suspeita de 
conjuntivite e clamídias 
(bactéria oportunista que 
causa quadros de 
conjuntivite severas). É 
zoonose e tem quadro 
respiratório. É edema 
transudato, pois não vemos secreção 
aparente ou extravasando (principalmente 
por estar no começo (porém, pode virar 
exsudato). 
Edema generalizado 
Quando o acúmulo de líquido ocorre em 
todos ou em vários tecidos do corpo. 
Pode ter sido 
causada por 
disfunções 
linfáticas, 
circulatórias, 
renais, 
cardiopatias, 
má formação 
durante a gestação, entre outros. Pode 
ocorrer 
O edema de distribuição generalizada é 
denominado “anasarca”. 
A anasarca é caracterizada pelo excesso 
generalizado de líquido no interstício e no 
interior das próprias células. 
O termo técnico anasarca significa edema 
(acúmulo de líquidos) generalizado no corpo. 
 
Hemorragia 
Extravasamento do sangue devido à ruptura 
do vaso para um compartimento extra 
vascular ou para fora do organismo. 
A ruptura de uma grande artéria ou veia é 
quase sempre devida à lesão vascular, 
incluindo trauma, aterosclerose, lesão 
inflamatória ou neoplásica da parede do 
vaso. 
A hemorragia pode ser manifestada em uma 
variedade de padrões dependendo do 
tamanho, extensão e da localização do 
sangramento. 
Classificação das hemorragias 
Origem (capilar, venosa ou arterial); 
Visibilidade (externa, quando o sangue é 
visível, ou interna, quando o sangue não é 
visível); 
Volume (petéquias = pequenas manchas; 
equimoses = áreas mais extensas; 
hematoma = coleção de sangue, em geral 
coagulado; púrpura = empregado para 
hemorragias espontâneas; apoplexia = fusão 
intensa na região cerebral). 
 
 
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Trombose 
É um distúrbio vascular causado pela 
formação de um coágulo de sangue (trombo) 
dentro de um vaso sanguíneo (veia ou 
artéria), impedindo ou interrompendo o fluxo 
de sangue. 
Esses trombos podem obstruir a circulação 
tanto no local ou, na pior hipótese, atingir os 
pulmões, bloqueando a oxigenação do 
sangue(embolia pulmonar). 
Alguns fatores como hipertensão, obesidade, 
imobilização prolongada, gravidez, estresse, 
diabetes, traumatismos ou certos 
procedimentos cirúrgicos podem promover 
processos trombóticos vasculares. 
Obs.: 
• Gás – embolia; 
• Coagulo – trombo; 
• Gordura – ateroma. 
 
Classificação das tromboses 
Trombose venosa: é causada por um 
coágulo de sangue que se desenvolve em 
uma veia. 
Pode ser o resultado de doenças ou lesões 
nas veias das pernas, imobilidade por 
qualquer motivo, fratura, certos 
medicamentos, obesidade, doenças 
hereditárias ou predisposição hereditária. 
Ela ocorre com maior frequência em 
membros inferiores; 
Trombose arterial: é causada por um coágulo 
de sangue que se desenvolve em uma 
artéria. 
Quando a trombose arterial ocorre nas 
artérias coronárias pode causar um ataque 
cardíaco no indivíduo. 
Quando isso acontece na circulação cerebral, 
pode causar acidente vascular cerebral 
(AVC) ou falta de oxigênio para outros 
órgãos. 
Muitas vezes a trombose desenvolve pouco 
ou quase nenhum sintoma no indivíduo. 
É muitas vezes referida como uma doença 
silenciosa. 
As veias dos membros são mais comumente 
atingidas pela trombose. 
Sintomas como dor intensa, inchaço, 
vermelhidão, calor no local, endurecimento 
da musculatura e formação de nódulos 
dolorosos, são mais frequentes. 
 
Infarto 
Área de necrose tecidual que pode ser tanto 
isquêmica, quanto hemorrágica (começa 
isquêmico mas pode se tornar hemorrágico), 
causada por uma obstrução do suprimento 
arterial ou da drenagem venosa num tecido 
particular. 
O infarto pode ser causado por oclusão 
arterial (devido a eventos trombóticos ou 
embólicos), vasoespasmos local, expansão 
de um ateroma devido à hemorragia dentro 
de uma placa ou compressão intrínseca de 
um vaso (p. ex.: tumor) 
Os infartos são classificados, refletindo a 
quantidade de hemorragia: 
• Vermelhos (hemorrágicos); 
• Brancos/brandos (isquêmicos). 
Hemorrágico: sua causa principal é sempre 
arterial devido a uma oclusão 
tromboembólica, compressiva. 
Ocorre com oclusões arteriais em órgãos 
sólidos de circulação arterial terminal (p. ex.: 
coração, pâncreas e rim). 
 
 Isabela Alves - @vetgram.i 
 
 
Choque 
O choque ou colapso cardiovascular é a 
incapacidade do sistema circulatório em 
reperfundir (restabelecer a circulação na 
isquemia para evitar infarto) os tecidos, 
gerando uma hipotensão. 
Classificação dos tipos de choques: 
Cardiogênico 
✓ Resulta da perda sanguínea ou 
volume plasmático, devido a uma 
hemorragia, perda líquida por 
queimaduras graves ou trauma. Está 
relacionado com o infarto do 
miocárdio. 
Hipovolêmico 
✓ Condição onde o coração é incapaz 
de fornecer o sangue suficiente para o 
corpo devido à hemorragia e falta de 
nutrientes aos órgãos. 
Séptico 
✓ Causado por infecção bacteriana 
sistêmica. 
Anafilático 
✓ É iniciado por uma reação de 
hipersensibilidade tipo I (mediada por 
IgE), associa-se com vasodilatação 
sistêmica e permeabilidade vascular 
aumentada; 
Neurogênico 
✓ Responsável em promover lesão 
cerebral e na medula espinhal. 
 
Estágios do choque: 
Fase reversível 
Durante a qual os mecanismos 
compensatórios (p. ex.: sistema renina-
angiotensina) reflexos são ativados e a 
perfusão dos órgãos vitais é mantida. 
Fase progressiva 
Caracterizada por uma hipoperfusão tecidual 
e inicio da piora circulatória e desequilíbrios 
metabólicos incluindo acidose. 
Fase irreversível 
Estabelece-se após o corpo ter causado a si 
próprio lesão celular e tecidual tão grave que 
mesmo se os defeitos hemodinâmicos 
fossem corrigidos, a sobrevivência não seria 
possível. 
 
Distúrbios metabólicos 
Vários tipos de alterações a nível celular em 
que há perturbação ou redução do 
metabolismo; 
Acumulo de substâncias intracelulares ou 
extracelulares; 
Quando muito graves, levam à morte celular 
ou necrose. 
 
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Distúrbios do metabolismo dos 
carboidratos: 
Os carboidratos são açúcares; 
Muitos açúcares, além dos bem conhecidos 
glicoses, sacarose e frutose, estão presentes 
nos alimentos; 
Alguns açúcares (p.ex., sacarose) devem ser 
metabolizados (processados) por enzimas no 
organismo antes de serem utilizados como 
fonte de energia. 
Quando as enzimas necessárias para seu 
processamento estão ausentes, pode ocorrer 
um acúmulo desses açúcares, acarretando 
problemas. 
 
Doenças de armazenamento de glicogênio 
(glicogenoses): 
Constituem um grupo de distúrbios 
hereditários causados pela ausência de uma 
ou mais das muitas enzimas necessárias 
para converter o açúcar (glicose) em sua 
forma de armazenamento, o glicogênio, ou 
para convertê-lo de volta em glicose e ser 
utilizado como energia. 
Nas doenças do armazenamento de 
glicogênio, ocorrem depósitos de tipos ou 
quantidades anormais de glicogênio nos 
tecidos do organismo, principalmente no 
fígado. 
As doenças do armazenamento de glicogênio 
tendem a provocar o acúmulo de ácido úrico, 
um produto metabólico, podendo causar a 
gota e a formação de cálculos renais. 
 
Distúrbios do metabolismo de Piruvato: 
O piruvato é formado no metabolismo dos 
carboidratos, gorduras e proteínas. 
Os problemas hereditários relacionados ao 
metabolismo do piruvato podem causar uma 
ampla variedade de distúrbios. 
O piruvato é uma fonte de energia para as 
mitocôndrias, componentes celulares gerador 
de energia. 
Um problema relacionado ao metabolismo do 
piruvato pode comprometer o funcionamento 
das mitocôndrias, causando qualquer um dos 
vários sintomas possíveis, como, por 
exemplo, lesão muscular, retardo mental, 
convulsões, acúmulo de ácido lático que 
acarreta acidose ou falhas no funcionamento 
de um órgão (p. ex., coração, pulmão, rins ou 
fígado). 
Os principais sintomas incluem a atividade 
muscular lenta, a má coordenação e um 
grave distúrbio do equilíbrio que praticamente 
impossibilita a marcha. 
Além disso, o animal pode apresentar 
convulsões, retardo mental e malformação 
cerebral. 
O Diabetes Melitus é um distúrbio causado 
pela falta absoluta ou relativa de insulina no 
organismo. 
Quando a insulina produzida pelo pâncreas 
se torna insuficiente, a glicose é impedida de 
ser absorvida pelas células, o que provoca a 
elevação dos níveis sanguíneos de glicose. 
Diabetes tipo I 
O pâncreas não produz insulina. Quando 
pouca ou nenhuma insulina vem do 
pâncreas, o corpo não consegue absorver a 
glicose do sangue, assim o nível de glicose 
no sangue fica constantemente alto. 
A dieta correta e o tratamento com insulina 
são necessários por toda a vida de um 
diabético. 
Diabetes tipo II 
Pode ser controlado somente com dieta ou, a 
dieta com o comprimido hipoglicemiante oral. 
O fator hereditário neste caso tem uma 
importância bem maior que no Diabetes tipo 
I. 
Neste caso a insulina é produzida, porém sua 
ação não é eficaz. 
Os sintomas do Diabetes tipo II são menos 
perceptíveis, sendo esta a razão para 
considera-lo mais “silencioso” que a tipo I. 
 
 Isabela Alves - @vetgram.i 
Seus sintomas podem permanecer 
despercebidos por muito tempo, pondo em 
sério risco a saúde do indivíduo. 
Suspeitas de Diabetes: 
✓ Urinar muitas vezes em grande 
quantidade; 
✓ sede exagerada; 
✓ obesidade; 
✓ perda de peso; 
✓ ter muita fome. 
PSIU: Trica do “P” – Poliúria, Polidipsia e 
Polofagia. 
Diagnóstico: 
Dosagem de glicose no sangue (Glicemia) e 
na urina (Glicosúria). 
Consequências do Diabetes não 
controlado: 
✓ Cegueira; 
✓ Infarto do Miocárdio; 
✓ Gangrena; 
✓ Outras complicações como 
hipertensão arterial (pressão alta), 
insuficiência renal e infecções.

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