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8 - RESUMO PÓS EM ENFERMAGEM E ESTOMATERAPIA

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8 - RESUMO – PÓS EM ENFERMAGEM E ESTOMATERAPIA 
Assistência de enfermagem em grandes queimados 
Fisiopatologia geral das queimaduras 
Choque 
O estado de choque é uma condição clínica frequente e uma das primeiras a ocorrer no 
queimado. O conhecimento da fisiopatologia do estado de choque é indispensável a 
toda equipe, para que as medidas sejam tomadas em tempo hábil. 
É difícil definir o estado de choque, devido às variáveis que interferem nas 
manifestações clínicas do organismo. Foi constatado que o resultado final é sempre 
uma perfusão tecidual inadequada com hipóxia celular em grandes áreas do organismo, 
podendo evoluir para a irreversibilidade na ausência de tratamento adequado em tempo 
hábil, com o que concordam vários autores. O choque pode ser classificado em 
hipovolêmico, cardiogênico, neurogênico e séptico. É difícil o aparecimento do choque 
isoladamente sem que ocorram outras alterações no organismo. 
Choque hipovolêmico – ocorre pelo déficit de volume líquido circulante, provocado 
pela perda de plasma e do sangue intravascular. 
Choque cardiogênico – resulta da insuficiência cardíaca, ou seja, funcionamento 
deficiente da bomba cardíaca, causando diminuição do débito cardíaco. Vários fatores 
funcionam como desencadeantes, entre eles, a embolia pulmonar e a hipovolemia 
tardia. Caracteriza-se pelo aumento da pressão no leito venoso e da resistência 
periférica. 
Choque neurogênico – tem como fatores desencadeantes à dor e o estresse causado 
pela queimadura. É caracterizado pelo aumento de volume do compartimento vascular, 
sem alterar o volume sanguíneo real, levando a baixa perfusão tecidual. 
Choque séptico – é decorrente de septicemia, causado por gram-positivos, gram-
negativos e fungos (cândida albicans). Comum em queimados é reconhecido pela 
hipovolemia e depressão da função cardíaca. 
Fisiopatologia do Choque 
O organismo, sofrendo uma injúria como a queimadura, desperta a reação de 
compensação e libera pela medula adrenal catecolaminas que vão atuar nas arteríolas 
venosas e arteriais dos principais órgãos, produzindo vasoconstrição, favorecendo o 
fluxo sanguíneo cardíaco e cerebral. 
Todos os choques em suas diversas fases afetam diretamente a microcirculação. 
Primeiramente, produzindo uma hipovolemia, através da contração dos esfíncteres 
précapilares das arteríolas, levando à hipotensão capilar que, consequentemente, 
resulta em movimentos de líquidos para o espaço vascular, aumentando o volume 
sanguíneo. Após a compensação do volume sanguíneo, os esfíncteres pré-capilares 
que tinham se fechado voltam à função normal. Na ausência de tratamento o organismo 
sofre outra crise. É o choque que persiste, 
instalando-se a 2.ª fase e agravando o quadro. Nesta fase os shunts arteriovenosos 
se dilatam desviando o fluxo arterial de volta para o sistema venoso. As células que 
recebiam sua nutrição através da microcirculação entram em sofrimento, o metabolismo 
se processa com déficit acentuado de oxigênio, glicose, e outros elementos trazidos 
pelo sangue arterial. Os produtos residuais decorrentes do metabolismo aumentam. 
A histamina é liberada e o esfíncter pós-capilar se fecha tornando o fluxo lento com 
poucos capilares em atividade. 
Inicia-se a 3.ª fase ou fase de descompensação, com interferência da acidose 
metabólica no esfíncter pré-capilar, que se abre, enquanto os pós-capilares 
permanecem fechados. A atuação da histamina ativa a hialuronidase que, por sua vez, 
atua sobre o ácido hialurônico, favorecendo a permeabilidade capilar, permitindo a 
evasão do líquido plasmático e das moléculas dos eletrólitos, seguidos de proteínas de 
menor volume molecular (como a albumina) para o espaço intersticial. Este fato produz 
um aumento da pressão hidrostática e oncótica, de modo a atrair líquidos das áreas 
próximas. 
O extravasamento do líquido plasmático com os elementos do sangue do espaço 
vascular para o intersticial produz um retardo na microcirculação local. 
Agrava-se o quadro, aumentando a acidose que, em presença da tromboplastina, ativa 
o sistema de coagulação intravascular, favorecendo a aglutinação das hemácias, 
leucócitos e plaquetas, resultando em microtombos. 
Enquanto tudo isto ocorre, a circulação arteriovenosa continua a suprir os elementos 
necessários às áreas vitais do cérebro e do coração. 
Na 4.ª fase, ou de recuperação, se for administrado o tratamento correto, o volume 
sanguíneo efetivo é restabelecido, os esfíncteres pré e pós-capilares são relaxados 
permitindo a remoção dos elementos figurados do sangue para a circulação sistêmica. 
As células muito danificadas são recuperadas total ou parcialmente. Na ausência de 
conduta adequada, o processo evolui para o óbito. 
Os sintomas mais comuns do choque são: 
palidez, frio, pele úmida, taquipneia, isquemia dos lábios, gengivas, língua e 
pálpebras, pulso filiforme, hipotensão, taquiesfigmia. 
Sistema Cardio vascular Imediatamente após uma lesão de queimadura, substâncias 
vaso ativas como: catecolamina, histamina e serotonina, são liberadas dos tecidos 
lesados. Essas substâncias causam aumento na permeabilidade capilar, permitindo 
que o plasma extravase para dentro do tecido ao redor. O calor direto lesa os vasos e 
aumenta a permeabilidade capilar; a lesão direta da membrana celular permite a entrada 
de sódio e saída de potássio da célula, levando a um aumento do líquido intracelular e 
intersticial e depleção do volume de líquido intravascular. 
Queimados extensos apresentam edema corporal generalizado, tanto no tecido 
queimado como no não queimado e aumento da circulação do volume de sangue 
intravascular. A frequência cardíaca aumenta, pela liberação de catecolaminas. A perda 
de líquido por evaporação através do ferimento queimado é 4-20 vezes maior que o 
normal e permanece elevada até que seja obtido o fechamento completo do ferimento. 
Se o espaço intravascular não for reposto com líquidos intravenosos, o cliente pode ter 
um choque hipovolêmico. 
 
 
 
Sistema Gastrintestinal e Renal O organismo reage inicialmente, desviando sangue 
dos rins, reduzindo a taxa de filtração glomerular, causando oligúria. O fluxo de sangue 
para o mesentério também é diminuído, levando ao desenvolvimento do íleo paralítico 
e disfunção gastrintestinal em clientes com queimaduras superiores a 255 de área total 
superficial do corpo. 
Sistema imune 
Ocorre alteração no funcionamento dos neutrófilos e macrófagos, depressão da 
atividade linfocitária, resultando em aumento do risco para infecção e septicemia. 
Fisiopatologia do metabolismo do queimado 
O queimado sofre uma série de alterações gerais, cuja intensidade varia de acordo com 
o paciente e a gravidade do caso. Entre as diversas áreas atingidas, a metabólica tem 
influência decisiva sobre as respostas do organismo ao tratamento. 
O metabolismo pode ser definido como um conjunto de fenômenos sofridos pelos 
alimentos capazes de transformá-los em elementos complexos integrantes dos tecidos 
(anabolismo) e, destes, em substâncias simples (catabolismo), produtora de energia 
para todo o organismo. O gasto metabólico aumenta progressivamente com a 
queimadura. O consumo de O² se torna elevado, normalizando-se gradativamente por 
ocasião da cicatrização da lesão. 
O estresse da queimadura é um fator desencadeante de uma série de alterações 
endócrinas nas glândulas supra-renais, dentre elas a liberação aumentada das 
catecolaminas que atuam diretamente na glicogenólise hepática, liberando glicose e 
ácidos graxos e sobre o pâncreas, dificultando a liberação de insulina. A glicose é o 
suporte energético que sustenta o hipermetabolismo do queimado. 
Portanto, o organismo busca todos os meios para aumentar a taxa de glicose. Diversos 
outros hormônios atuam como mediadores dessa resposta metabólica, como os 
glicocorticoides, o hormônio do crescimento e o glucagon. 
O resultadofinal no grande queimado é sempre um balanço nitrogenado negativo. Parte 
do nitrogênio eliminado pela urina é decorrente da degradação proteica na área 
queimada, sendo que a maior quantidade da degradação de aminoácidos é proveniente 
da massa muscular. Diante da demanda crescente de energéticos, o organismo utiliza 
os aminoácidos para manter a taxa metabólica.

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