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1 ANATOPATOLOGIA - CORAÇÃO CAPÍTULO 10 – 391 Febre reumática Doença inflamatória aguda, multissistêmica. Mediada pelo sistema imunológico > após infecção por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A Manifestação cardíaca → cardiopatia reumática → inflamações em todas as partes do coração. Mas, destaque para inflamação e cicatrização das valvas, características clínicas importantes. → estenose fibrótica deformante da valva atrioventricular esquerda (mitral) → FEBRE REUMÁTICA ÚNICA CAUSA PARA ESTENOSE MITRAL. PATOGENIA Febre reumática aguda → reação de hipersensibilidade tipo II → anticorpos contra moléculas dos estreptococos A reagem de modo cruzado com antígenos do hospedeiro. Anticorpos contra proteínas M das cepas de estreptococos ligam-se a proteínas do miocárdio e das valvas cardíacas → lesão por meio da ativação do complemento e de células portadoras do receptor para Fc (macrófagos). Início dos sintomas → 2-3 semanas após infecção → produção de resposta imune 3% dos infectados desenvolvem febre reumática Cura e cicatrização → lesões fibróticas crônicas MORFOLOGIA Focos inflamatórios isolados em diferentes tecidos. NÓDULO DE ASCHOFF (patognomônicos da FR)– lesões inflamatórias no miocárdio → acúmulos de linfócitos (células T), plasmócitos dispersos e macrófagos volumosos ativados (células de Anitschkow) → encontrados em qualquer das 3 camadas do coração (levando uma pancardite) FR causa uma pancardite com seguintes características: → pericárdio: exsudato fibronoso → miocárdio – miocardite: nódulos de Aschoff dispersos no interior. → envolvimento valvar: necrose fibrinoide e deposição de fibrina ao longa das linhas de fechamento → formando vegetações de 1-2mm (verrugas) CARDIOPATIA REUMÁTICA CRÔNICA Caracterizada pela rganização da inflamação aguda e pela subsequente cicatrização. Nódulos de Aschoff substituídos por cicatrizes fibrosas Válvulas das valvas → espessadas e retraídas permanentemente Valva mitral → espessamento das válvulas, fusão e encurtamento das comissuras e espessamento e fusão das cordas tendíneas. Consequência funcional: estenose e regurgitação valvares Valva mitral: afetada em 70% dos casos Valva mitral + valva da aorta: 25% dos casos ESTENOSE MITRAL INTENSA Átrio esquerdo dilatado → sobrecarga de pressão → fibrilação atrial. Dilatação + fibrilação → trombose e formação de trombos murais grandes. Congestão venosa passiva de longa duração → causa alterações no parênquima e nos vasos pulmonares → típicas da insuficiência cardíaca esquerda Essas alterações com o tempo levam à hipertrofia e falência do ventrículo direito. ESTENO MITRAL PURA: Ventrículo esquerdo normal CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Crianças Principal manifestação: cardite 20% das primeiras crises: adultos → artrite (característica predominante) Sintomas → 2-3 semanas após infecção → febre e poliartrite migratória SINAIS CLÍNICOS DA CARDITE Atrito pericárdico e arritmias Miocardite agressiva → dilatação cardíaca → insuficiência funcional da valva atrioventricular esquerda e à ICC. <1% morre de febre reumática DIAGNÓSTICO Evidências sorológicas da infecção estreptocócica E dois ou + critérios de Jones CRITÉRIOS DE JONES J (juntos) → artrite (poliartrite migratória) → cardite N → nódulos subcutâneos E → eritema S → coreia de Sydenham → distúrbio neurológico caracterizado por movimentos rápidos despropositados e involuntários CRITÉRIOS MENORES Febre, artralgias, alterações eletrocardiográficas ou elevação dos reagentes da fase aguda.
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