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Autismo O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida. As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio. https://autismoerealidade.org.br/2019/07/22/transtorno-desintegrativo-da-infancia-o-autismo-tardio/ https://autismoerealidade.org.br/2019/07/22/transtorno-desintegrativo-da-infancia-o-autismo-tardio/ https://autismoerealidade.org.br/2019/07/08/asperger-e-autismo-duas-faces-do-mesmo-espectro/ https://autismoerealidade.org.br/2019/03/15/uma-crianca-com-tea-sera-um-adulto-com-tea/ O TEA afeta o comportamento do indivíduo, e os primeiros sinais podem ser notados em bebês de poucos meses. No geral, uma criança do espectro autista apresenta os seguintes sintomas: Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual, expressão facial, gestos, expressar as próprias emoções e fazer amigos; Dificuldade na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e bloqueios para começar e manter um diálogo; Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas, dificuldade de imaginação e sensibilidade sensorial (hiper ou hipo). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 rotula estes distúrbios como um espectro justamente por se manifestarem em diferentes níveis de intensidade. Uma pessoa diagnosticada como de alta funcionalidade apresenta prejuízos leves, que podem não a impedir de estudar, trabalhar e se relacionar. Um portador de média funcionalidade tem um menor grau de independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a sua refeição. Já o paciente de baixa funcionalidade vai manifestar dificuldades graves e costuma precisar de apoio especializado ao longo da vida. Por outro lado, o diagnóstico de TEA pode ser acompanhado de habilidades impressionantes, como facilidade para apren r visu t uit t s t h s exatidão; capacidade de memória acima da média e grande concentração em uma área de interesse específica durante um longo período de tempo. Cada indivíduo dentro do espectro vai desenvolver o seu conjunto de sintomas variados e características bastante particulares. Tudo isso vai influenciar como cada pessoa se relaciona, se expressa e se comporta. Atenção aos sinais Pouco contato visual; Indiferença ao colo; https://autismoerealidade.org.br/2019/09/12/o-que-sao-as-estereotipias/ https://autismoerealidade.org.br/2019/07/08/asperger-e-autismo-duas-faces-do-mesmo-espectro/ https://autismoerealidade.org.br/2019/07/08/asperger-e-autismo-duas-faces-do-mesmo-espectro/ Pouco interesse por outras pessoas ou crianças; Ausência de gestos sociais espontâneos; Irritabilidade frequente; Não sabe brincar corretamente com brinquedos lúdicos; Perda ou regressão de habilidades sociais e da fala organizada; Atraso de fala; Interesse excessivo por alguns objetos, brinquedos ou situações fora do contexto; Medo excessivo de contatos ou de ambientes com pessoas. Comportamentos típicos Desinteresse por ações ou brincadeiras compartilhadas; Pouca ou nenhuma reciprocidade ao ser chamado ou incomodado; Ausência de capacidade de comunicação social; Alterações de sensibilidade auditiva, táctil, visual; Aversão por regras, rotinas e impedimentos do que gosta de fazer; Comportamentos e interesses excessivamente exagerados por alguns assuntos, objetos, sensações etc; Fala mecanizada, monótona, rítmica sem respeitar momentos ou situações; Ingenuidade social e desconhecimento sobre gestos e comunicações simbólicas. 1- É mais comum em meninos Os estudos indicam que, por conta do desenvolvimento neurológico diferente de meninos e meninas, o autismo está mais presente nos meninos, pois o cérebro das meninas tolera mais mutações genéticas e essa característica traz uma proteção contra o desenvolvimento de um quadro de autismo. 2- Meninas com autismo tem mais epilepsia O autismo em meninas aumenta os riscos de ocorrências epilépticas. Tal mecanismo ainda não é bem compreendido pela medicina, mas suspeita-se que os fatores capazes de proteger as meninas do transtorno estariam ligados a uma contrapartida: o quadro seria mais severo e com maior chance de desenvolver deficiência intelectual e epilepsia em menina. 3- A causa parece mesmo ser genética Por anos, achava-se que o autismo era uma anomalia gerada por “ s g ir s” u p r f í i s qu não davam carinho e retorno afetivo suficientes aos filhos. Mas, desde os anos 70, com pesquisas confiáveis mostrando a associação dele com doenças neurológicas, epilepsias, síndromes genéticas, malformações cerebrais, etc., a teoria vem caindo por terra e o consenso entre especialistas hoje é de o autismo é um transtorno biológico e geneticamente herdado. 4- Nem todo autista tem problema na fala O autismo difere de acordo com a pessoa. Existem os que não falam, os que falam com dificuldades e aqueles que falam com perfeição e seguindo todas as regras gramaticais, inclusive. O importante é saber que mesmo falando bem, quem tem autismo apresentam dificuldade para se expressar de acordo com o contexto social e tendem a falar de forma mecânica e repetitiva. 5- Eles costumam não gostar de escrever Muitas crianças e jovens com autismo apresentam problemas motores, de coordenação, e/ou de percepção sensorial para sentir, reconhecer o tato e dificuldade para manipular lápis ou canetas. Tal limitação faz com que muitas delas evitem escrever. Com isso, acabam não criando habilidade do escrever. Portanto, são necessárias intervenções especializadas para corrigir, aos poucos, essa dificuldade. 6- Nenhum autista é igual A variedade de apresentação clínica do autismo é uma das marcas principais. Para além das características básicas, os prejuízos cognitivos, comportamentais, sensoriais, de linguagem e de nível intelectual mudamde criança para criança. O motivo é a variabilidade genética envolvida e as diferenças de ambiente e do momento da intervenção nestas crianças. 7- Medicação faz bem para todos os autistas O uso de medicações no autismo é importante especialmente para aqueles com severos comportamentos antissociais, agressivos, opositores e que possam levar a epilepsia e problemas de sono. Mas nem toda a criança com autismo precisa ser medicada! Deve-se, sempre, avaliar caso a caso. 8- A idade materna avançada aumenta risco de autismo Isto é fato! A idade para ser mãe pode influenciar o risco de ser uma criança com autismo. Ficar grávida acima dos 40 anos eleva muito o risco de se ter um filho autista. Dados do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) – uma espécie de Ministério da Saúde do Reino Unido, mostram uma relação direta entre a idade materna e o aparecimento do autismo em crianças. 9- Nem todo autista tem deficiência intelectual Nem toda criança com autismo tem deficiência intelectual. Muito pelo contrário! Cerca de 5% tem altas habilidades ou superdotação. Além disso, 40% apresentam nível de inteligência normal. São aptos, portanto, para a vida escolar e acadêmica. Assim, reconhecer esta condição e estas particularidades é importante para se evitar a ideia de que autistas, em geral, não conseguirão aprender. Entretanto, 50% deles têm deficiência intelectual. 10- Autista beija e abraça Sim, eles beijam e abraçam! Não é porque são autistas que não fazem u utr … O fato não está no ato em si (beijar, abraçar), mas como beijam e abraçam no ambiente e de que forma expressam suas manifestações de carinho. O autista faz isto muitas vezes de forma repetitiva, sem intencionalidade espontânea, forçados pelos outros ou o fazem de forma estranha, compulsiva.
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