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Livro-Texto Anatomia II

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91
ANATOMIA INTEGRADA
Unidade II
3 SISTEMA DIGESTÓRIO
3.1 Parte supradiafragmática
O sistema digestório consiste de um canal alimentar ligado em níveis contínuos com um conjunto de 
órgãos anexos. O papel fundamental do sistema digestório é conseguir, a partir dos alimentos, as moléculas 
imprescindíveis para a manutenção, o crescimento e outras necessidades energéticas do corpo humano. 
Esse sistema pode ser dividido em duas partes principais: supradiafragmática e infradiafragmática. 
A parte supradiafragmática do sistema digestório corresponde às estruturas anatômicas situadas acima 
do diafragma, enquanto em sua parte infradiafragmática encontram‑se as estruturas anatômicas 
localizadas abaixo do diafragma.
O canal alimentar, cujo comprimento medido no cadáver é de aproximadamente 9 metros de 
extensão, é composto de um tubo oco, que se estende da boca ao ânus. As estruturas anatômicas do 
canal alimentar abrangem: a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino 
grosso, o reto e o ânus. Já os órgãos anexos compreendem os dentes, a língua, as glândulas da boca, o 
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
Para que possamos ter o bom emprego das substâncias alimentares, o sistema digestório deve 
processar várias ações que incidem em processos mecânicos e químicos da digestão. De tal modo, 
nesses processos envolvidos na digestão há a mastigação, a deglutição, o peristaltismo, a digestão, a 
absorção, o armazenamento e a eliminação dos resíduos.
A mastigação, (do grego, mastichan, ranger os dentes) destina‑se à desintegração parcial dos 
alimentos que se executa na boca. Os movimentos mastigatórios reduzem o tamanho dos alimentos e 
mistura‑os com a saliva.
A deglutição, (do latim, deglutire, engolir) incide no transporte dos alimentos por meio da faringe 
para o esôfago, o que requer a participação de vários movimentos musculares, e dos quais enfatiza em 
relevância a ascensão da laringe, impossibilitando, assim, que substâncias nutritivas se encaminhem 
para as vias aéreas e de maneira oposta, permanentemente abertas ao trânsito do ar.
O peristaltismo, (do grego, peri, em torno; stellein, comprimir) consiste em contrações rítmicas 
semelhantes às ondas que movem o alimento por meio do canal alimentar.
No estômago e duodeno acontecerá a digestão, momento em que há o desdobramento das 
substâncias alimentares em moléculas mais simples.
92
Unidade II
Por fim, ocorre a absorção que se processa especialmente no restante do intestino delgado, enquanto 
o intestino grosso serve de receptáculo passageiro aos resíduos não aproveitáveis, até o momento de 
serem excluídos pela defecação.
3.1.1 A boca e os anexos
A boca, também referida como cavidade oral, representa a porta de entrada do sistema digestório. 
Além da função mastigatória, participa ativamente da fonação, da sensação do paladar e como via 
aérea acessória.
Do ponto de vista anatômico, a cavidade oral é delimitada anteriormente pelos lábios, lateralmente 
pelas bochechas, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e assoalho da boca e 
posteriormente pelo istmo das fauces e parte do palato mole.
A mucosa que reveste a cavidade oral pode ser de três tipos: revestimento, mastigatória e especializada. 
A mucosa de revestimento se distribui em toda a região que não é sujeitada a um grande empenho 
durante a mastigação. É vista na bochecha, nos lábios, no assoalho da boca, no palato mole, em parte 
do osso alveolar e na face inferior da língua. Já a mucosa mastigatória é espessada por uma camada de 
queratina e apresenta uma coloração menos intensa que a mucosa de revestimento. Está simbolizada 
pela gengiva e pelo revestimento do palato duro. Enfim, a mucosa especializada é a que forra o dorso da 
língua. O forramento dos dois terços anteriores possui papilas com papéis gustativos. No terço posterior 
se deparam nódulos linfáticos que desempenham a defesa contra agentes patogênicos.
Para finalidades descritivas, a cavidade oral é subdividida em duas partes principais: a parte externa, 
o vestíbulo da boca; e a parte interna, a cavidade própria da boca.
 Lembrete
O vestíbulo da boca é o espaço composto entre os lábios, as bochechas 
e os dentes em oclusão.
Os lábios da boca, superior e inferior, de natureza muscular, são ricamente irrigados e guardam a 
entrada da cavidade oral. São formados por quatro camadas sobrepostas intimamente relacionadas. 
A mais externa é composta de pele, onde são encontrados numerosos folículos pilosos e glândulas 
sudoríparas. Profundo a ela, há uma camada muscular formada em sua maior parte pelo músculo 
orbicular da boca. 
Em seguida, observa‑se uma camada submucosa, abrangendo glândulas salivares menores, 
como as glândulas labiais em toda a sua extensão, cujos ductos de excreção abrem‑se na mucosa 
labial. A camada mais interna é representada pelo tecido mucoso que forra os lábios.
93
ANATOMIA INTEGRADA
A parte vermelha dos lábios, cuja coloração se deve ao rico leito vascular, é chamada de margem 
vermelha. Os dois lábios da boca se unem lateralmente ao nível do ângulo da boca. Nesse local, observa‑se 
uma discreta depressão chamada de comissura dos lábios. A rima da boca é uma zona localizada entre 
o lábio superior e o lábio inferior, que pode permanecer aberta ou fechada, quando os dois lábios estão 
em contato.
A comissura dos lábios pode ter modificações, relacionadas com hipovitaminoses e com a redução 
da dimensão vertical da oclusão, chamada de queilite angular.
A fenda labial, unilateral ou bilateral, é uma malformação congênita que afeta o lábio superior. 
Pode ser uma pequena fissura da margem livre do lábio, ou envolvê‑lo totalmente até o nariz. Às vezes, 
estende‑se intensamente e continua‑se com fendas do palato, chamada de fissura labiopalatal.
Uma doença grave, mas que não atinge o lábio muito ocasionalmente, especialmente o inferior de 
indivíduos do sexo masculino, é o carcinoma, causado principalmente por exposição exagerada ao sol.
 Observação
O limite lateral do lábio superior é composto pelo sulco nasolabial, que 
se estende desde a comissura dos lábios até a asa do nariz. Uma ligeira 
depressão vertical rasa, situada na linha mediana do lábio superior, e 
inferiormente ao septo do nariz, é chamada de filtro. Logo após do filtro 
encontra‑se o tubérculo, uma saliência volumosa de tamanho variável 
na margem vermelha. O lábio inferior é separado do mento pelo sulco 
labiomentual. Outro sulco, o labiomarginal, é uma ruga característica dos 
adultos que vai do ângulo da boca à base da mandíbula.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas localizadas na boca.
Filtro
Margem vermelha
Comissura dos lábios
Zona vermelha
Margem vermelha
Lábio inferior
Tubérculo
Lábio superior
Figura 61 – Detalhes do lábio na região oral
A glândula parótida lança suas secreções salivares no vestíbulo da boca por meio de uma pequena 
abertura em frente ao segundo molar maxilar. Essa abertura apresenta uma elevação da mucosa e é 
94
Unidade II
chamada de ducto parotídeo ou ducto de Stenon. Quando ferida inadvertidamente pela oclusão dos 
dentes molares, inflama‑se e incha. Diversas outras glândulas salivares menores têm nomes regionais, 
por exemplo, as glândulas da bochecha e as labiais, que também lançam suas secreções no vestíbulo da 
boca por meio de aberturas microscópicas.
Na maior parte dos indivíduos existem pequenas glândulas sebáceas, não funcionais, de coloração 
amarelada, que ficaram presas na mucosa durante o desenvolvimento, portanto, não apresentam 
qualquer patologia associada. São chamadas de grânulos de Fordyce, considerados variações anatômicas, 
sendo também encontrados na mucosa da bochecha.
No fórnice do vestíbulo, região no plano mediano do vestíbulo da boca, há a presença de duas pregas 
da mucosa: os frênulos do lábio superior e inferior. Na região da bochecha essas pregas chamam‑se de 
frênulo lateral ou bridas.
A estratigrafia da bochecha possui quatro camadas caracterizadas sobrepostas entre si.Externamente 
existe uma camada delgada de pele ricamente irrigada. Essa característica anatômica explica a mudança 
para uma cor avermelhada relativamente rápida da região, especialmente durante as atividades físicas, 
em temperaturas ambientais baixas, e em modificações emocionais instantâneas, por exemplo, quando 
o indivíduo fica encabulado.
Sobreposta à camada cutânea está localizado o estrato formado por tecido celular subcutâneo, que 
possui quantidade alterável de tecido adiposo conforme a morfologia de cada indivíduo. Nas crianças e 
em indivíduos obesos a quantidade de gordura subcutânea é mais vultosa.
Um acúmulo específico de tecido adiposo dessa camada é o corpo adiposo da bochecha, ou corpo 
adiposo de Bichat. Essencialmente, apresenta a função de preenchimento dos tecidos, contudo, também 
exerce papel funcional durante os movimentos de sucção do recém‑nascido.
Subjacente ao plano subcutâneo está uma camada de tecido muscular recoberta por sua fáscia. 
Essa camada é representada pelo músculo estriado esquelético, chamado de músculo bucinador. A ação 
do músculo bucinador é tracionar o ângulo da boca em sentido posterior, apertando a bochecha contra 
os arcos dentais. É por isso que um músculo auxilia os músculos da mastigação, pois ele ajuda na mistura 
dos alimentos para imediata deglutição. Igualmente, age ainda no sopro e no movimento de sucção. 
Por fim, a camada mais interna da bochecha é forrada por tecido mucoso.
A cavidade própria da boca é a parte da cavidade oral que se localiza internamente ao arco dental 
da maxila e da mandíbula, abrangendo a gengiva que os compreende.
O limite anterolateral da cavidade própria da boca é composto pela superfície dos dentes e a gengiva. 
Seu limite póstero‑superior é composto pela parte vertical do palato mole e pelo pilar anterior das 
fauces, chamado de arco palatoglosso. Esse arco abrange o músculo palatoglosso e a mucosa oral que a 
forra, e se estende do palato mole até os lados da base da língua. Por fim, seu limite superior é composto 
pelo palato duro, enquanto o inferior é a parte muscular da língua.
95
ANATOMIA INTEGRADA
Dentes maxilares
Palatino
Lingual
Labial
Cavidade própria da boca
Bucal
Dentes mandibulares
Figura 62 – Cavidade própria da boca
A cavidade oral comunica‑se com a parte oral da faringe por meio do istmo das fauces. É limitado 
superiormente pelo palato mole, inferiormente pela raiz da língua e lateralmente pelos arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo. Esses arcos delimitam de cada lado um espaço de formato triangular 
com base inferior, chamada de fossa tonsilar. Nela é encontrada uma estrutura anatômica composta 
de tecido linfático chamada de tonsila palatina, conforme ilustra a figura a seguir.
Fauces
Túber
Prega pterigomandibular
Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina
Arco palatoglosso
Papila retromolar
Dorso da língua
Parte oral da faringe
Úvula
Palato mole
Palato duro
Figura 63 – Cavidade oral e parte oral da faringe
As tonsilas palatinas apresentam aspecto ovoide e diversas vezes podem alterar de tamanho. 
Sua superfície tem formato granuloso com inúmeras invaginações que correspondem às criptas da tonsila.
Em companhia das tonsilas linguais, as tonsilas faríngeas e outros pequenos nódulos linfáticos que 
se juntam compõem o anel linfático da faringe, anteriormente relatado como anel linfático de Waldeyer. 
Essas estruturas anatômicas funcionam como o primeiro obstáculo de defesa do corpo humano contra 
os agentes patogênicos que adentram pelas cavidades nasal e oral.
O palato compõe o teto da cavidade oral, separando as duas cavidades, nasal e oral. É formado pelo 
palato duro, ósseo e anterior e pelo palato mole, muscular e posterior.
96
Unidade II
As pregas palatinas encontradas no palato são estruturas anatômicas remanescentes nos seres 
humanos, porém, em alguns animais inferiores desempenham papéis acessórios de mastigação e 
sensitivas especiais. No palato mole depara‑se com uma saliência cônica e mediana, a úvula palatina.
 Observação
A parte posterior do palato mole é sensível ao toque e vômitos podem 
ser motivados por estimulação nessa área.
O assoalho da boca está coberto por uma mucosa de revestimento e subjacente, a mucosa de 
revestimento depara‑se com relevantes estruturas anatômicas: a glândula sublingual, os ductos 
de excreção salivar das glândulas submandibular e sublingual, a artéria sublingual, a veia sublingual, o 
nervo lingual, e o nervo hipoglosso.
Superficialmente no assoalho da boca vê‑se na linha mediana uma prega fina que se estende até 
a face inferior da língua, chamada de frênulo da língua, conforme ilustra a figura a seguir. Quando 
o frênulo da língua é muito curto, ou sua inserção se faz próximo ao ápice da língua, tem‑se uma 
condição chamada como anquiloglossia, vulgarmente conhecida como língua presa. Esse quadro clínico 
restringe espantosamente a movimentação da língua, trazendo muitas vezes dificuldades fonéticas.
Frênulo da língua
Prega sublingual
Carúncula sublingual
Dentes anteriores 
da mandíbula
Figura 64 – Detalhes do assoalho da cavidade oral
Lateralmente, de cada lado do frênulo da língua, existe uma pequena papila, designada de carúncula 
sublingual, onde se abre o ducto submandibular, ou ducto de Wharton, e o ducto sublingual.
O órgão mais notável no assoalho da boca é a língua. Ela é a mais evidente das estruturas anatômicas 
da cavidade oral e está relacionada à fonação, à mastigação, à deglutição, à gustação à própria articulação 
das palavras. A língua ocupa quase todo o espaço da cavidade própria da boca, quando os dentes estão 
em oclusão. É composta essencialmente por tecido muscular esquelético que lhe concede extraordinária 
mobilidade. Possui um corpo, um ápice, uma raiz, duas margens, além de uma face superior e uma face 
inferior. A extremidade anterior do corpo da língua é o ápice. A parte lateral da língua representa a sua 
margem. A face superior da língua corresponde ao seu dorso.
97
ANATOMIA INTEGRADA
Papilas 
folhadas
Corpo da 
língua
Raiz da 
língua
Margem da 
língua
Dorso da 
língua
Lábio 
superior
Figura 65 – Detalhes da língua em vista lateral
O dorso da língua tem seus dois terços anteriores separados do posterior pelo sulco terminal, que 
apresenta o formato de V, de abertura anterior e vértice mediano, coincidindo com o forame cego. Todas 
as estruturas anatômicas anteriormente localizadas a essa linha situam‑se na cavidade oral e todas as 
estruturas anatômicas posteriores, na faringe.
O um terço posterior, que é a raiz da língua, é vertical e volta‑se para a faringe. A sua mucosa cobre 
massas de tecido linfoide que constituem relevos superficiais. Ao seu conjunto dá‑se o nome de tonsila 
lingual. A mucosa cobre também as pequenas glândulas linguais. A base da língua une‑se à epiglote por 
três pregas mucosas, uma mediana e duas laterais. Cada prega glossoepiglótica lateral restringe, com a 
prega glossoepiglótica mediana, uma depressão chamada de valécula epiglótica.
Os dois terços anteriores do dorso da língua possuem uma mucosa rugosa em virtude da presença 
das papilas linguais. As papilas linguais podem ser divididas em: papilas circunvaladas, filiformes, 
fungiformes e folhadas.
Anteriormente e ao longo do sulco terminal há uma cadeia de 7 a 14 papilas circunvaladas. 
As circunvaladas apresentam corpúsculos gustativos e acolhem os ductos das glândulas serosas de von 
Ebner, um dos poucos grupos de glândulas salivares menores acessórias que tem denominação.
As papilas filiformes são as mais numerosas e conferem à mucosa do dorso da língua um aspecto 
de veludo. São as únicas papilas linguais que não possuem receptores gustativos, porém, possuem 
corpúsculos do tato.
As papilas fungiformes estão dispostas entre as papilas filiformes, surgindo em número muito menor 
do que as papilas filiformes. Devem seu nome ao aspecto de cogumelo que adquirem. São encontradas, 
especialmente, no ápice e nos lados dorso da língua. Nos indivíduos vivos podem ser distinguidascomo 
pontos vermelhos luminosos.
A margem posterolateral dos dois terços anteriores da língua apresenta sulcos verticais chamados de 
papilas folhadas, cujos corpúsculos gustativos sofrem degeneração após alguns anos de vida.
98
Unidade II
 Observação
A língua saburrosa pode acontecer em indivíduos fumantes e também 
por conta de infecções respiratórias, bucais e febre. A higienização da língua 
é muito importante e previne, dentre outros fatores, a halitose.
O câncer de língua é o câncer mais frequente da cavidade oral. Aproximadamente 95% dos casos 
de cânceres situados na língua e no assoalho da boca são carcinomas de células escamosas e estão 
correlacionados com uma longa história de utilização de álcool e de tabaco.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas encontradas na língua.
Epiglote
Tonsila palatina
Forame cego
Sulco terminal
Papilas fungiformes
Ápice da língua
Papilas filiformes
Papilas circunvaladas
Tonsila lingual
Sulco mediano da língua
Figura 66 – Detalhes do corpo e raiz da língua
Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e implantados nos arcos dentais da 
maxila e da mandíbula, que exercem os seguintes papéis:
• Preensão das substâncias alimentares conseguida pela ação conjunta dos dentes incisivos e 
dos lábios.
• Incisão dos alimentos, corte deles em partículas menores.
• Dilaceração dos alimentos, rasgo e diminuição das substâncias alimentares em partículas 
menos compactas.
• Trituração e moeção dos alimentos.
• Articulação das palavras ou da fala.
Conforme os tipos de dentes e o número de dentições, o ser humano é classificado como um 
mamífero heterodonte, por apresentar dentes de formas distintas, possibilitando a realização de papéis 
distintos para cada dente ou grupo de dentes. Sob esse aspecto, os dentes são divididos em:
99
ANATOMIA INTEGRADA
• Incisivos: do latim, incidire, cortar, são os que seccionam o alimento.
• Caninos: têm por finalidade dilacerar os alimentos.
• Pré‑molares: esmagam os alimentos como se fossem prensas.
• Molares: trituram as substâncias mastigadas.
Os dentes do ser humano são decíduos e permanentes e, ainda, é considerado um animal 
difiodonte, ou seja, habitualmente apresenta dois conjuntos de dentes que se desenvolvem ao longo 
da vida de um indivíduo.
Os dentes decíduos são pouco calcificados em relação aos dentes permanentes e, como tais, 
são brancos como o leite. Os dentes permanentes, com maior índice de sais calcários, são brancos 
puxados para o amarelo. É a dentina que atribui a cor ao dente, já que o esmalte é praticamente 
incolor e transparente.
Do ponto de vista puramente descritivo, o dente apresenta uma parte visível e funcional na 
mastigação, a coroa do dente. O dente não é um órgão compacto, em seu interior há uma cavidade 
que reproduz sua morfologia exterior. Essa é a cavidade pulpar, a qual possui duas partes: a cavidade da 
coroa e o canal da raiz do dente.
Nenhum dente está presente funcionalmente na cavidade oral no nascimento. A primeira série de 
dentes compõe a dentição decídua. Esses dentes surgem nos primeiros dois anos e aproximadamente na 
seguinte ordem: incisivos inferiores (6 a 7 meses de idade); incisivos superiores (7 a 9 meses de idade); 
caninos (16 a 18 meses de idade); molares, primeiro (12 a 24 meses de idade) e segundo (20 a 24 meses 
de idade). Dessa forma, os dentes decíduos são em número de 20.
A segunda série de dentes compõe a dentição permanente. Os dentes permanentes fazem a sua 
erupção entre os 6 e 13 anos de idade, com exceção do terceiro molar. Os dentes permanentes realizam 
a sua erupção aproximadamente na seguinte ordem: incisivos (6 a 9 anos de idade); caninos (9 a 12 anos 
de idade); pré‑molares, primeiro (10 a 12 anos de idade) e segundo (11 a 12 anos de idade); molares, 
primeiro (6 a 7 anos de idade), segundo (11 a 13 anos de idade) e terceiro (18 a 21 anos de idade). 
Popularmente é reconhecido que a partir dos 18 anos os indivíduos tornam‑se mais ajuizados, daí o 
nome popular para os terceiros molares “dente do juízo”. Os dentes permanentes são em número de 32.
O termo dentição mista é utilizado para se referir ao período no qual, ao mesmo tempo, permanecem 
os dentes decíduos e permanentes na cavidade oral.
O verme do dente como demônio do inferno é uma escultura do século XVIII, com pouco mais de 
10 centímetros e esculpida em marfim. Ela retrata o tormento infernal de uma dor de dente, provocada 
pela batalha entre o homem e o verme.
100
Unidade II
Figura 67 – Verme dos dentes
As glândulas da boca liberam uma secreção chamada saliva na cavidade oral. Comumente, é 
secretada apenas uma quantidade satisfatória de saliva para manter as túnicas mucosas da boca e da 
faringe umedecidas e para limpar a boca e os dentes. Quando o alimento adentra na boca, conquanto, a 
secreção de saliva eleva e o lubrifica, dissolvendo‑o e começando a decomposição química do alimento.
A glândula parótida, conforme ilustra a figura a seguir, é a mais volumosa dentre as glândulas salivares 
maiores (parótida, submandibular e sublingual). Ela está localizada na região lateral da face, no leito 
parotídeo. Como a glândula é acomodada no interior de um espaço irregular, ela também possui uma 
forma irregular. A parte superficial da glândula estende‑se superiormente sobre o principal músculo da 
mastigação, em que uma parte acessória da glândula pode ser independente da estrutura principal.
Glândula salivar parótida
M. masseter
Glândula salivar submandibular
M. bucinador
Ducto parotídeo
Figura 68 – Glândula parótida e sua relação anatômica
Emergindo da parte anterior da parte mais superficial da glândula está localizado o ducto parotídeo 
ou ducto de Stenon, que prossegue anteriormente passando superficialmente ao músculo masseter em 
seu percurso em direção ao vestíbulo da boca. Ele libera a secreção salivar na papila do ducto parotídeo 
ao nível do segundo dente molar maxilar.
101
ANATOMIA INTEGRADA
 Observação
A caxumba, uma infecção viral que causa inflamação aguda e aumento 
do volume da glândula parótida, comprime a inervação local e produz 
muita dor à medida que a glândula é pressionada durante a mastigação. 
Em algumas condições, pode acontecer otite, inflamação dos testículos, 
pancreatite e encefalite. Felizmente, essa situação foi quase completamente 
erradicada como resultado da vacinação.
As glândulas submandibulares estão situadas no assoalho da boca. Seus ductos, os submandibulares, 
passam sob a túnica mucosa em ambos os lados da linha média do assoalho da boca e adentram na 
cavidade própria da boca lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais estão abaixo da 
língua e superiormente às glândulas submandibulares. Seus ductos, os sublinguais menores, se abrem 
no assoalho da boca na cavidade própria da boca.
3.1.2 Faringe
A faringe é uma víscera composta de um tubo fibromuscular, situado atrás das cavidades oral, 
nasal e laríngea. Representa o extremo superior dos tubos respiratório e digestório, e se comunica 
inferiormente com o esôfago. Ela transporta os alimentos ao esôfago e o ar à laringe. Como visto no 
sistema respiratório, anatomicamente a faringe é dividida em três partes: nasal da faringe, oral da 
faringe e laríngea da faringe.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço.
Canal medular
Parte oral da faringe
Epiglote
Disco intervertebral
Corpo da vértebra cervical
Esôfago Laringe
Parte laríngea da faringe
Mandíbula
Língua
Cavidade oral
Parte nasal da faringe
Cavidade nasal
Seio esfenoidal
Seio frontal
Figura 69 – Vista medial da cabeça e do pescoço com plano de secção sagital
102
Unidade II
3.1.3 O esôfago
O esôfago é, funcionalmente, o segmento mais simples do canal alimentar. Sua única finalidade é 
o transporte de materiais líquidos ou sólidos da faringe para o estômago. Seu comprimento alcança 
no ser humano adulto aproximadamente 25 centímetros e, se considerada a distância entre os dentes 
incisivos e o estômago,há, aproximadamente, 40 centímetros antes do alimento adentrar nessa víscera 
do sistema digestório. O esôfago é dividido em três partes: parte cervical, no adulto tem cerca de 
8 centímetros de comprimento; parte torácica, no adulto com cerca de 16 centímetros; e parte abdominal, 
no adulto com cerca de 1 a 3 centímetros. No ser humano, um terço do esôfago é constituído de 
músculo estriado esquelético e dois terços inferiores são constituídos por músculos lisos.
 Lembrete
Uma parte do sistema digestório está localizada acima do diafragma. 
É a parte supradiafragmática, que compreende a boca e os anexos, a faringe 
e a maior parte do esôfago.
Os estreitamentos esofágicos são causados por suas relações sintópicas. O primeiro estreitamento é 
observado na transição entre a faringe e o esôfago, ao nível da margem inferior da cartilagem cricoide, o 
estreitamento cricoide, e compõe o esfíncter esofágico superior. O segundo e o terceiro são observados 
quando o esôfago é cruzado pela aorta, o estreitamento aórtico, e pelo brônquio principal esquerdo, 
o estreitamento brônquico, sendo que sua esqueletopia corresponde a T5. Seu quarto estreitamento é 
observado próximo a 3 centímetros de sua terminação na cárdia do estômago, o estreitamento cárdico. 
Esse estreitamento é dado pela contração das fibras musculares lisas do órgão, não sendo originado de 
sua relação com o diafragma, ainda que alguns autores o denominem estreitamento diafragmático.
A deglutição, ou ato de engolir, é o complexo ato mecânico e fisiológico de mover o alimento ou o líquido 
da cavidade oral para o estômago. A primeira fase da deglutição é voluntária e vem após a mastigação, se existir 
alimento envolvido. Durante essa primeira fase, a boca está fechada e a respiração é cessada provisoriamente. 
O bolo alimentar é formado quando a língua é erguida contra as pregas palatinas transversas, ou as pregas 
rugosas do palato duro. A segunda fase da deglutição é a passagem do bolo alimentar para a faringe. 
Os episódios dessa segunda fase são involuntários e ocorrem por estimulação dos receptores sensitivos 
situados na abertura da parte oral da faringe. A pressão da língua contra as pregas palatinas transversas fecha 
a parte nasal da faringe em relação à cavidade oral, gera uma pressão e força o bolo alimentar para o interior 
da parte oral da faringe. O palato mole e a úvula palatina são erguidos para fechar a parte nasal da faringe, 
quando o bolo alimentar passa. O osso hioide e a laringe também são erguidos. A elevação da laringe contra 
a epiglote fecha a glote de maneira que seja menos provável que o alimento ou o líquido possam adentrar na 
traqueia. A imediata contração dos músculos constritores da faringe desloca o bolo alimentar da faringe para 
o esôfago. A segunda fase é terminada em menos de um segundo ou menos. A terceira fase da deglutição, 
a entrada e a passagem do alimento pelo esôfago também é involuntária. O bolo alimentar é movido pelo 
esôfago por meio de ondas peristálticas. No caso de líquidos, o processo inteiro da deglutição se executa em 
pouco mais do que um segundo. Para um bolo alimentar típico, o tempo varia de 5 a 8 segundos.
103
ANATOMIA INTEGRADA
No contexto de uma incompetência do esfíncter inferior do esôfago, acontece refluxo de suco 
gástrico para o esôfago. Isso pode gerar a inflamação do esôfago em virtude da presença nociva de 
ácido clorídrico no suco gástrico. Tal esofagite de refluxo pode gerar dores, azia ou queimação que, 
comumente, depende da postura do paciente, ocorrendo, especialmente, quando o paciente está 
deitado. Sob o ponto de vista terapêutico, em casos leves de refluxos, são tomadas as medidas gerais, 
por exemplo, a eliminação de alimentos desencadeadores e a redução de peso. Na esofagite de refluxo 
os medicamentos antiácidos são imprescindíveis.
 Saiba mais
Se o esfíncter do esôfago inferior não se fecha satisfatoriamente após o 
alimento ter adentrado no estômago, o conteúdo do estômago pode voltar para 
a parte inferior do esôfago, causando refluxo. Saiba mais sobre o assunto em:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 
14. ed. São Paulo: Guanabara‑Koogan, 2016, p. 908.
3.2 Parte infradiafragmática
3.2.1 Estômago
O estômago está localizado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, 
superiormente ao duodeno e à esquerda do fígado. É moderadamente coberto pelas costelas e está 
situado no quadrante superior esquerdo do abdome, na região do hipocôndrio esquerdo.
Ele apresenta o formato de J, sendo o segmento mais dilatado do canal alimentar, em virtude de o alimento 
ficar nele por algum tempo, por isso trata‑se de um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado.
Esôfago – parte cervical
Esôfago – parte torácica
Esôfago – parte abdominal
Estômago – cárdia
Estômago – canal pilórico
Estômago – antro pilórico
Estômago – corpo gástrico
Estômago – fundo gástrico
Figura 70 – Vista anterior do estômago e do esôfago
104
Unidade II
O estômago é dividido anatomicamente em quatro regiões principais: a cárdia, o fundo gástrico, o 
corpo gástrico e a parte pilórica do estômago. A cárdia recebe a parte final do esôfago e contorna o óstio 
cárdico do estômago, o qual tem como papel controlar a passagem do alimento e impedir o refluxo.
Apesar do nome, o fundo gástrico localiza‑se no alto, acima do ponto onde se realiza a união do 
esôfago com o estômago. Essa parte está comumente dilatada por ar, tornando‑se responsável pelo 
som timpânico na realização de exames clínicos e complementares, por exemplo, a percussão dessa 
região, e também visível em radiografias, como uma área escura acima da sombra clara da substância 
de contraste ingerida.
 Observação
As úlceras e os tumores modificam a morfologia normal da mucosa do 
estômago, o que pode ser observado em radiografias e endoscopias.
O corpo gástrico representa aproximadamente dois terços do volume total, localizando‑se entre o 
fundo gástrico e o antro pilórico, que contém as glândulas gástricas propriamente ditas. É constituído 
da parte pilórica e da região afunilada de saída do estômago; e uma parte larga, o antro pilórico, que 
leva ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. Para evitar que o quimo alimentar passe ao intestino 
delgado inoportunamente, o estômago é beneficiado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro, sendo o seu orifício de saída do estômago, o óstio pilórico. O piloro é um adensamento 
proeminente da lâmina circular de músculo liso.
O estômago possui ainda duas curvaturas: a curvatura maior do estômago (convexa) e a curvatura 
menor do estômago (côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor 
que sugere a união do corpo do estômago e a parte pilórica do estômago.
Estômago
Intestino delgado
Intestino grosso 
colo descendente
Intestino grosso 
colo ascendente
Intestino grosso 
colo transverso
Vesícula biliar
Fígado
Figura 71 – Vista anterior do esôfago e do estômago
105
ANATOMIA INTEGRADA
As relações do estômago são variáveis porque a posição do órgão se altera com a fase fisiológica, 
com a postura do indivíduo e com os fatores gerais de variação anatômica. As relações anteriores 
incluem as que se observam com o diafragma, o fígado, a parede anterior do abdome, o colo transverso 
e a cavidade peritoneal. As relações posteriores se fazem com o diafragma, a glândula adrenal esquerda, 
o pâncreas, parte do rim esquerdo e o mesocolo transverso.
Do ponto de vista fisiológico, o estômago está dividido em parte digestória e parte egestória, a 
primeira para a digestão e a segunda representada, especialmente, pela região do antro piloro, para 
a propulsão do conteúdo para o intestino delgado.
3.2.2 Intestino delgado
A principal parte da digestão acontece no intestino delgado, que se estende da união gastroduodenal, 
ou seja, do piloro até a união ileocecal, que se liga com o intestino grosso, conforme ilustra a figura 
a seguir. O intestino delgadoé um órgão imprescindível à vida. Os essenciais episódios da digestão e 
da absorção acontecem no intestino delgado, desse modo, sua estrutura é harmonizada de maneira 
especial para esse papel. Sua extensão proporciona uma grande área de superfície para a digestão e a 
absorção, sendo ainda muito elevada por suas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
Jejuno
Colo descendente
Colo sigmoide
RetoCeco
Íleo
Colo ascendente
Colo transverso
Figura 72 – Vista anterior dos intestinos
O intestino delgado extraído possui aproximadamente 7 metros, podendo variar entre 5 e 8 metros. 
Ele apresenta três partes: duodeno, jejuno e íleo.
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, a mais curta (25 centímetros) e a mais larga. 
É a única parte do intestino delgado que é fixa, pois é quase completamente retroperitoneal. A parte 
pilórica despeja‑se no duodeno, sendo a aceitação duodenal controlada pelo piloro. No duodeno não se 
apresenta o mesentério, com exceção nos 2 centímetros iniciais.
Ele forma uma letra C em torno da cabeça do pâncreas, inicia‑se no piloro e acaba na junção 
duodenojejunal, que adquire a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
106
Unidade II
A mucosa duodenal tem pregas circulares de mucosa, as válvulas de Kerckring, com exceção no 
bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior (primeira 
parte, com aproximadamente 5 centímetros); a descendente (segunda parte, que varia de 7 a 10 
centímetros); a horizontal (terceira parte, que varia de 6 a 8 centímetros); a ascendente (quarta parte, 
com aproximadamente 5 centímetros).
A parte superior do duodeno origina‑se no piloro e estende‑se até a vesícula biliar. Seus primeiros 
2 centímetros, chamado de bulbo ou ampola do duodeno, são móveis porque estão fixados por mesentério; 
o remanente é fixo, pois é retroperitoneal. As principais relações da parte superior do duodeno são: anterior 
(vesícula biliar e lobo quadrado do fígado) e posterior (ducto colédoco, pâncreas e veia porta).
A parte descendente do duodeno curva‑se em torno da cabeça do pâncreas. Os ductos, colédoco e 
pancreático principal, se juntam para compor a ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater, que se 
abre na parede posteromedial da segunda parte do duodeno, no alto de uma eminência, chamada papila 
maior do duodeno.
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático por meio de um 
dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua parte final, chamado esfíncter da ampola 
hepatopancreática, ou esfíncter de Oddi.
O ducto pancreático acessório, quando há, desemboca na papila menor do duodeno, localizada 
superiormente (cerca de 2 centímetros) à papila maior do duodeno. Essa parte é totalmente 
retroperitoneal. As principais relações da parte descendente do duodeno são: anterior (colo transverso e 
alças do intestino delgado) e posterior (rim direito, ureter direito e músculo psoas maior).
A parte inferior ou horizontal do duodeno passa sobre a veia cava inferior e a parte abdominal da 
aorta. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: anterior (vasos mesentéricos superiores 
e alças intestinais), posterior (músculo psoas maior direito, veia cava inferior, parte abdominal da aorta e 
ureter direito) e superior pâncreas e vasos mesentéricos superiores.
A parte ascendente do duodeno atinge a margem inferior do pâncreas e ali se curva anteriormente 
para se conectar ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor 
do duodeno ou ligamento de Treitz, o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, promovendo 
a movimentação do conteúdo intestinal. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: 
anterior (alças do duodeno), posterior (músculo psoas maior esquerdo e margem esquerda da parede 
abdominal da aorta), medial e superior (pâncreas).
O jejuno e o íleo são as duas últimas partes do intestino delgado. Elas compõem um tubo longo 
e torcido, constituindo as alças intestinais, que são excessivamente móveis, pois estão envolvidas por 
pregas de peritônio, chamada de mesentério. É difícil distinguir o jejuno do íleo no ponto de transição, 
todavia, existem algumas características particulares a cada um.
Juntos, o jejuno e o íleo medem de 6 a 7 metros de comprimento, sendo o jejuno os dois quintos 
proximais e o íleo os três quintos distais. A maior parte do jejuno localiza‑se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte no quadrante inferior direito.
107
ANATOMIA INTEGRADA
O jejuno começa na flexura duodenojejunal e o íleo acaba na papila ileal. Os dois se prendem à parede 
posterior do abdome pelo mesentério. Nessa região se deparam com muitas vilosidades intestinais, daí 
deduz‑se que em tal localidade ocorrerá a maior quantidade de absorção dos nutrientes. As massas de tecido 
linfoide são numerosas no íleo. Portanto, há absorção de água dos detritos indigeríveis do quimo líquido, 
transformando‑o em fezes semissólidas que são transitoriamente contidas até que aconteça a defecação.
O quadro a seguir mostra algumas características peculiares ao jejuno e ao íleo.
Quadro 3 – Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo
Característica Jejuno Íleo
Cor Vermelho‑vivo Rosa‑claro
Calibre 2‑4 centímetros 2‑3 centímetros
Parede Espessa e pesada Fina e leve
Vascularização Maior Menor
Gordura do mesentério Menor Maior
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e esparsas, ausentes na parte distal
Tecido linfoide Poucas Muitas
Adaptado de: Moore (2007, p. 455).
3.2.3 Intestino grosso
O intestino grosso absorve água com tanta agilidade que, aproximadamente em 14 horas, o conteúdo 
alimentar assume a firmeza característica do bolo fecal. Mede aproximadamente 6,5 centímetros de 
diâmetro e 1,5 metro de comprimento. Se expande do íleo até o reto e está preso à parede posterior do 
abdome por meio do mesocolo.
O intestino grosso possui algumas características próprias em relação ao intestino delgado, por 
exemplo, o calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias do colo, as saculações do colo, os sulcos 
paracólicos, as pregas semilunares e os apêndices omentais do colo.
As tênias do colo consistem no resultado de um condensamento da musculatura longitudinal 
da parede do intestino grosso em três faixas. Elas começam no ponto de implantação do apêndice 
vermiforme, no ceco, e percorrem todo o colo até a parte proximal do reto, momento em que deixam de 
existir. São três os tipos de tênias do colo: a tênia livre, a tênia omental e a tênia mesocólica.
As saculações do colo são encurvaturas ampulares separadas por sulcos transversais. Os apêndices 
omentais do colo são pequenos pêndulos de cor amarela formados por tecido conjuntivo farto em 
gordura. Surgem especialmente no colo sigmoide.
Anatomicamente, o intestino grosso é dividido em: ceco e o apêndice vermiforme, colo ascendente, 
colo transverso, colo descendente e colo sigmoide, conforme ilustra a figura a seguir.
108
Unidade II
Colo transverso
Mesentério
Colo descendente
Apêndice vermiformeCeco
Colo ascendente
Intestino delgado
Figura 73 – Vista anterior do intestino grosso
O ceco é a primeira parte do intestino grosso, localizado inferiormente à sua junção com o íleo. 
Ele está quase completamente envolvido pelo peritônio, proporcionando‑lhe a autonomia de 
movimentação, no entanto, não apresenta mesentério. Comumente, o ceco está fixo à parede 
lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais do peritônio. A entrada do íleo no ceco produz os 
lábios ileocólico (superior) e ileocecal (inferior) no óstio ileal, que compõem a papila ileal. As pregas 
deparam‑se lateralmente, constituindo o frênulo do óstio ileal. Assim, os dois lábios formam a válvula 
íleo‑cólico‑cecal, que impossibilita e/ou restringe o refluxo do material oriundo do intestino delgado 
(mecanismo de um esfíncter ineficiente).
Mesentério
Íleo
Apêndice vermiforme
Ceco
Colo ascendente
Figura 74 – Vistaanterior dos intestinos
109
ANATOMIA INTEGRADA
No fundo do ceco, encontra‑se o apêndice vermiforme, que consiste em um divertículo intestinal cego, 
que mede aproximadamente 6 a 10 centímetros de comprimento. Ele apresenta massas de tecido linfoide.
O apêndice vermiforme origina‑se na parede posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
Apresenta um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se alarga entre o apêndice e o ceco.
A posição do apêndice vermiforme é inconstante, contudo, em geral, é retrocecal. A melhor forma 
de encontrá‑lo é seguir uma das tênias do colo, uma vez que está fixado no ceco em um ponto de 
convergências das tênias.
O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso, sendo a continuação do ceco. Expande‑se 
desde a junção ileocecal até a flexura direita do colo, anteriormente ao rim direito e em contato com o 
lobo direito do fígado.
Está revestido por peritônio anteriormente e nas suas laterais, ficando, assim, praticamente imóvel. 
Está localizado posteriormente ao omento maior, portanto, é uma parte retroperitoneal. Entre o 
contorno lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa‑se um sulco vertical profundo coberto 
por peritônio parietal, o sulco paracólico direito.
O colo transverso é a terceira do intestino grosso, mais longa (cerca de 45 centímetros) e com maior 
mobilidade das partes encontradas no intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita 
do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva inferiormente para tornar‑se colo descendente. 
A flexura esquerda do colo, habitualmente mais superior, é mais aguda e com menor mobilidade do 
que a flexura do colo direita. Assim, possui relações excessivamente alteráveis.
Uma ampla prega peritoneal, o mesocolo transverso, concede ao colo transverso extraordinária 
movimentação. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior.
O colo descendente passa retroperitonealmente a partir da flexura do colo esquerda para a fossa 
ilíaca esquerda, onde é sucessiva com o colo sigmoide. O sulco paracólico esquerdo localiza‑se entre o 
seu contorno lateral e a parede abdominal. Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo.
O colo sigmoide é a quarta parte do intestino grosso, distinto por sua alça longa em forma de S, 
de comprimento variável (em média 40 centímetros). O colo sigmoide é conduzido ao plano sagital 
mediano, de tal forma que junta o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, 
aproximadamente a 15 centímetros do ânus, sugere a junção retossigmoide. Ele é muito móvel, em 
razão de um messosigmoide. Seus apêndices omentais são longos.
3.2.4 Reto e o ânus
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ao perfurar o diafragma pélvico (músculos 
levantadores do ânus) passa a ser chamado de canal anal. A parte mais dilatada do reto, a ampola do 
reto, é prontamente superior ao diafragma pélvico.
110
Unidade II
As principais relações do reto são:
• anterior, no sexo feminino (alças intestinais, útero e vagina);
• anterior, no sexo masculino (alças intestinais, bexiga urinária, glândulas seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes);
• posterior, ambos os sexos (artérias glúteas: superior e inferior, plexo sacral, músculos: piriforme 
e coccígeo);
• laterais, ambos os sexos (tecido adiposo).
 Observação
Na região do reto, o peritônio compõe as escavações retovesical, no 
sexo masculino; e retouterina ou fundo de saco de Douglas, no feminino.
O canal anal se expande do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente) 
e possui pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é idêntica à do reto, enquanto na parte inferior 
é revestido por pele, pois elas têm origens embriológicas distintas. Na junção desses dois tipos de 
revestimento vê‑se a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa, as colunas anais ou de Morgagni, 
que abrange ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas 
agrupam‑se por uma prega da mucosa em formato de pente, chamadas de válvulas anais.
Entre as bases das colunas ligadas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os chamados seios anais, nos 
quais se ascendem os ductos de glândulas rudimentares, que liberam um muco que auxilia na defecação.
O limite inferior das válvulas, idênticos a um pente, forma a linha pectínea, que sugere a junção da 
parte superior com a parte inferior do canal anal.
Embora bastante curto, cerca de 3 centímetros de comprimento, é relevante por ter algumas 
formações eficazes para o funcionamento intestinal, das quais mencionam‑se os esfíncteres anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e deriva de um adensamento de fibras musculares lisas 
circulares, sendo, por conseguinte, involuntário. O esfíncter anal externo é formado por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo esse voluntário. 
Apresenta duas partes: a subcutânea, superficial e a profunda, todavia elas são indistinguíveis. A alça do 
músculo puborretal também desempenha alguma atividade esfinctérica sobre o canal anal. Ambos os 
esfíncteres devem relaxar antes que a evacuação possa acontecer.
A figura a seguir mostra as imagens do reto e ânus.
111
ANATOMIA INTEGRADA
Colunas anais
Seio anal
Válvulas anais
Músculo esfíncter 
interno do ânus
Músculo esfíncter 
externo do ânus
Figura 75 – Reto e ânus
Os principais papéis do intestino grosso são:
• absorção de água e de determinados eletrólitos;
• produção de certas vitaminas pelas bactérias intestinais;
• armazenamento provisório dos detritos (fezes);
• eliminação de detritos do corpo.
3.2.5 Fígado
O fígado é a maior glândula do corpo humano e também a mais vultosa víscera abdominal. Está 
localizado na região superior do abdome, logo abaixo do diafragma, sendo que a maior parte ocupa o 
hipocôndrio direito e o epigástrio. Pesa aproximadamente 1,5 quilo e responde por aproximadamente 
2,5% da massa corporal do adulto. É uma víscera friável (por ter pouco tecido conjuntivo) e regenerativa. 
Um terço do fígado é autossuficiente para manter o papel hepático normal, portanto, ele tem elevada 
margem de confiabilidade.
Todos os nutrientes, com exceção aos lipídeos absorvidos pelo canal alimentar, são primeiramente 
conduzidos para o fígado pelo sistema porta‑hepático.
O fígado armazena o glicogênio e secreta a bile ininterruptamente, que é armazenada na vesícula 
biliar. Portanto, as vias bilíferas extra‑hepáticas são compostas pelos ductos hepáticos, pela vesícula biliar, 
pelo ducto cístico e pelo ducto colédoco.
O fígado possui duas faces: a diafragmática e a visceral, separadas pela margem inferior do 
fígado, conforme ilustra a figura a seguir. A face diafragmática é convexa e lisa, relacionando‑se 
com a cúpula diafragmática.
112
Unidade II
O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática contém um lobo direito do fígado e um lobo 
esquerdo do fígado, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é 
organizada pelo ligamento falciforme do fígado. Na margem livre desse ligamento há um cordão fibroso 
resquício da obliteração da veia umbilical, chamado de ligamento redondo do fígado.
Lobo esquerdo do fígado
Estômago
Ligamento redondo do fígado
Lobo direito do fígado
Diafragma
Figura 76 – Vista anterior do fígado
Os lobos hepáticos estão unidos superiormente ao diafragma pelos ligamentos coronário e 
triangulares, direito e esquerdo. Os dois últimos são compostos lateralmente pela fusão das duas 
lâminas do ligamento coronário. A área entre as reflexões das lâminas anterior e posterior do ligamento 
coronário é chamada de área nua do fígado, deposta de peritônio.
A face visceral é desigualmente côncava pela vista de impressões viscerais, conforme ilustra a figura 
a seguir. Ela é subdividida em quatro lobos: o lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado e o lobo 
caudado pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto formam um H, chamado dehilo do fígado. Entre o lobo quadrado e o lobo direito do fígado há uma depressão, chamada de fossa da 
vesícula biliar, que aloja a vesícula biliar.
Veia cava inferior
Lobo direito do fígado
Vesícula biliar
Lobo hepático quadrado
Lobo esquerdo do fígado
Lobo hepático caudado
Figura 77 – Vista visceral do fígado
Pelo hilo do fígado adentram ou saem estruturas anatômicas vasculares, como, por exemplo, a veia 
porta, a artéria própria do fígado e os vasos linfáticos; estruturas anatômicas nervosas, como o plexo 
nervoso do fígado e os ductos hepáticos.
113
ANATOMIA INTEGRADA
 Observação
Entre a lobo caudado e o lobo direito do fígado há um sulco que aloja 
a veia cava inferior. De tal forma, recomenda‑se que a aferição da pressão 
arterial em gestantes, especialmente no último trimestre, seja realizada em 
decúbito lateral esquerdo.
As principais relações anatômicas do fígado são:
• Face visceral do fígado em contato com diversos órgãos:
— Lobo esquerdo do fígado: parte abdominal do esôfago, estômago e omento menor.
— Lobo quadrado: parte superior do duodeno.
— Lobo direito do fígado: rim direito e a flexura do colo direita.
• Relações peritoneais com o omento menor por meio dos:
— Ligamentos: hapatoduodenal e o ligamento hepatogástrico.
As principais funções do fígado são:
• Secreção da bile que ajuda na digestão e absorção dos lipídios; por conseguinte, a bile quebra 
moléculas de gordura.
• Produção de proteínas.
• Metabolismo intermediário dos carboidratos, lipídios e proteínas.
• Desintoxicação de fármacos e hormônios, por exemplo.
• Armazenagem de micronutrientes como ferro, cobre e vitaminas.
• Ativação da vitamina D.
• Hematocitopoiese em fetos.
3.2.6 Vesícula biliar
O papel digestivo do fígado é produzir a bile que atuará no duodeno. Entretanto, a bile 
é armazenada na vesícula biliar, que a concentra por meio da absorção de água e sais minerais. 
114
Unidade II
A vesícula biliar secreta a bile quando os lipídios adentram no duodeno, pois os lipídios incentivam o 
duodeno a liberar a enzima colecistoquinina, a qual incita a contração da vesícula biliar.
A vesícula biliar possui aproximadamente 7 a 10 centímetros de comprimento. Sua relação com 
o duodeno é tão forte que a parte superior do duodeno comumente é marcada por bile no cadáver. 
Anatomicamente, a vesícula biliar é dividida em três partes: fundo, corpo e colo. Ela apresenta a 
capacidade para até 50 mililitros de bile.
3.2.7 Ductos extra‑hepáticos
Os ductos extra‑hepáticos levam a bile do fígado para o duodeno. O ducto cístico, com 
aproximadamente 4 centímetros de comprimento, liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum, 
constituindo o ducto colédoco, com aproximadamente 5 a 15 centímetros, que transporta a bile 
para o duodeno.
O ducto colédoco encontra e se junta ao ducto pancreático principal para constituir a ampola 
hepatopancreática ou de Vater. A extremidade distal dessa ampola ascende‑se na parte descendente do 
duodeno por meio da papila maior do duodeno.
3.2.8 Pâncreas
O pâncreas produz por meio de uma secreção exócrina o suco pancreático que adentra no duodeno 
por meio dos ductos pancreáticos principal e acessório. Em média, o pâncreas forma diariamente 1200 a 
1500 mililitros deste suco. A secreção endócrina produz o glucagon e a insulina. Esses hormônios chegam 
à corrente sanguínea e atingem determinados tecidos‑alvo. O comprimento do pâncreas varia de 12 a 
15 centímetros e o seu peso na mulher é de 15 gramas, já no homem é de 16 gramas. Anatomicamente, 
é dividido em três partes: cabeça, corpo e cauda.
 Lembrete
O pâncreas é uma glândula mista, pois é exócrina e endócrina.
Os principais papéis do pâncreas são:
• Dissolver carboidrato por meio da enzima amilase pancreática.
• Dissolver proteínas por meio das enzimas tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase.
• Dissolver triglicerídeos nos adultos por meio da enzima lipase pancreática.
• Dissolver ácidos nucleicos por meio das enzimas ribonuclease e desoxirribonuclease.
115
ANATOMIA INTEGRADA
3.2.9 Baço
O baço, embora seja um órgão linfoide, é descrito com o sistema digestório por algumas razões:
• Se desenvolve no mesogástrico dorsal.
• Seu sangue venoso é drenado para a veia porta.
• É um órgão visceral abdominal, topograficamente relacionado com diversos órgãos digestórios.
Baço
Pâncreas
Figura 78 – Pâncreas e baço
O baço não é palpável pelo exame físico e está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre 
o fundo do estômago e o diafragma, onde recebe a proteção das costelas falsas propriamente ditas 
(9º e 10º pares) e da costela flutuante (11º par). Ele é macio, de consistência muito friável, altamente 
vascularizado e de uma coloração púrpura escura. O tamanho e peso do baço alteram muito, no adulto 
possui aproximadamente 12 centímetros de comprimento, 7 centímetros de largura e 3 centímetros de 
espessura. Pesa cerca de 150 gramas.
3.2.10 Peritônio
O peritônio é uma dupla membrana serosa e transparente (parietal e visceral). A cavidade peritoneal 
é um espaço virtual com espessura capilar, localizado entre as duas membranas do peritônio.
Os mesos são pregas de peritônio que ligam o órgão à parede abdominal. Já os omentos são pregas 
de peritônio que ligam os órgãos a outros órgãos.
4 SISTEMA ENDÓCRINO
Ao entrar na puberdade, meninos e meninas começam a desenvolver diferenças evidentes no 
aspecto físico e na conduta. Talvez em nenhuma outra etapa da vida seja tão clara o impacto do sistema 
endócrino na condução do desenvolvimento e regulação dos papéis corporais.
Nas meninas, os estrogênios provocam o acúmulo de tecido adiposo nas mamas e nos quadris, 
modelando a forma feminina. Do mesmo modo ou um pouco depois, níveis cada vez mais altos 
116
Unidade II
de testosterona nos meninos começam a produzir massa muscular e a aumentar as pregas vocais, 
resultando em uma voz mais grave. Essas modificações são apenas alguns exemplos da forte relevância 
das secreções endócrinas.
De maneira menos drástica, inúmeros hormônios auxiliam a manter a homeostasia 
diariamente. Eles ajustam a atividade dos músculos lisos, do músculo estriado cardíaco e de 
algumas glândulas; modificam o metabolismo; estimulam o crescimento e o desenvolvimento; 
influenciam os processos reprodutivos e participam dos ritmos circadianos estabelecidos pelo 
núcleo supraquiasmático do hipotálamo.
O sistema endócrino é formado pelas glândulas endócrinas ou glândulas sem ducto. 
Uma glândula é um grupo organizado de células que funciona como um órgão secretando 
substâncias químicas. Cada hormônio liberado por uma glândula é direcionado especificamente 
a um receptor em um tipo específico de célula ou grupo de tipos de células. Desse modo, o termo 
receptor‑alvo está relacionado com um conjunto específico de destinos celulares do hormônio 
para o sinal enviado pela glândula. Um hormônio pode afetar muitas células diferentes, porém, 
apenas aquelas que apresentam seu receptor.
 Lembrete
Os hormônios são substâncias químicas secretadas pelas glândulas 
endócrinas, consideradas moléculas endógenas responsáveis pela 
comunicação celular ou extracelular. Eles viajam a partir de sua fonte 
secretora pela corrente sanguínea a locais específicos chamados tecidos‑alvo, 
ou efetores, onde produzem uma resposta coordenada desses tecidos.
As glândulas endócrinas não devem ser confundidas com glândulas exócrinas. As glândulas 
exócrinas apresentam ductos que transportam suas secreções para o lado de fora do corpo, ou para 
um órgão vazio como o estômago e os intestinos. São exemplos de secreções exócrinas: a saliva, o 
suor, o leite materno e as enzimas digestivas.
As glândulas endócrinas são as que não apresentam ducto secretor e que liberam os produtos por elas 
sintetizados diretamente no sangue. Embora existam diversos hormônios secretados por um ou outro 
tipo celular, neste livro serão abordadas apenas as principais estruturas classificadas como glândulas 
endócrinas, conforme o quadro a seguir:117
ANATOMIA INTEGRADA
Quadro 4 
Glândula pineal
Órgão subcomissural
Glândula hipófise
Glândula hipófise faríngea
Glândula tireoide
Glândulas paratireoides
Timo
Coração 
Glândulas suprarrenais
Placenta
Pâncreas (ilhotas pancreáticas)
Gônadas (ovários e testículos)
Estômago
Intestino
Rim
Glândula pineal
Glândula hipófise
Glândula tireoide
Timo
PâncreasSuprarrenal
Ovário
Testículo
Figura 79 – Principais glândulas endócrinas do corpo
118
Unidade II
O coração, o estômago, o intestino delgado, o pâncreas, os rins e as gônadas (os ovários e os testículos) 
serão tratados depois, conforme sua morfologia. A classificação topográfica das glândulas endócrinas é 
a que se segue no quadro a seguir:
Quadro 5 
Cefálicas Glândula pineal, órgão subcomissural, hipófise
Cervicais Hipófise laríngea, glândula tireoide, glândulas paratireoides
Cervicotorácica Timo
Torácica Coração
Abdominais Glândulas suprarrenais, pâncreas (ilhotas pancreáticas), estômago, intestino delgado, rim
Abdominopélvica Placenta
Pélvicas Ovários
Escrotais Testículos
4.1 Glândulas cefálicas
4.1.1 Glândula pineal
A glândula pineal era antes chamada canarium, epífise cerebral, ou corpo pineal. Está localizada na 
parte superior do III ventrículo do encéfalo na linha mediana. É parte do epitálamo, está posicionada 
entre os dois colículos superiores, apresenta massa de 0,1 a 0,2 grama e está coberta por uma cápsula 
formada pela pia‑máter. A glândula é composta de massas de neuróglia e células secretoras chamadas 
de pinealócitos. Nos seres humanos não são completamente compreendidas, porém, parecem estar 
relacionadas à modulação do ciclo sono‑vigília e outros ritmos biológicos.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a glândula pineal:
PACHECO, M. B. et al. Propriedades da melatonina como fator de 
neuroproteção em doenças neurodegenerativas. In: XIII SAFETY, HEALTH 
AND ENVIRONMENT WORLD CONGRESS. 13, 2013, Porto. Anais... Santos: 
Copec, 2013. Disponível em: http://copec.eu/congresses/shewc2013/proc/
works/19.pdf. Acesso em: 22 maio 2019.
A glândula pineal secreta hormônios que agem sobre o hipotálamo e as gônadas para inibir funções 
reprodutivas, inibindo a secreção de certos hormônios da reprodução. Duas substâncias têm sido 
propostas como produtos da secreção: melatonina e arginina vasotocina.
A melatonina da glândula pineal também está fortemente ligada à ciclagem claro‑escuro: a 
melatonina é, por vezes, chamada de hormônio do escuro, pois sua secreção aumenta à noite. O núcleo 
119
ANATOMIA INTEGRADA
supraquiasmático tem receptores de melatonina, apoiando a hipótese de que a melatonina pode 
modular a ciclagem do relógio.
A arginina vasotocina, cujo tecido‑alvo é possivelmente o hipotálamo, provavelmente atua na 
inibição da secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a regulação da secreção de melatonina pela 
glândula pineal:
VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2016.
4.1.2 Órgão subcomissural
O órgão ou glândula subcomissural é assim chamado porque está situado abaixo da comissura 
posterior do cérebro. Ele é um dos órgãos circunventriculares, para os quais falta a barreira hemo‑cerebral 
e, assim, pode servir para a interação neuroendócrina. O órgão subcomissural interfere na homeostase 
hídrica e no equilíbrio salino, tendo sido regulador da sede.
4.1.3 Hipófise
A hipófise é uma glândula intracranial, relativamente pequena, cujo tamanho aproximado é de uma 
ervilha grande, situada na sela túrcica do osso esfenoide. Ela está ligada ao hipotálamo por meio de 
uma haste, o infundíbulo, que atravessa uma pequena abertura no diafragma da sela, uma lâmina da 
dura‑máter que forma o teto da sela túrcica. Ela é revestida pela dura‑máter, mas não pela aracnoide 
ou pia‑máter. A hipófise está dividida em adeno‑hipófise (lobo anterior) e neuro‑hipófise (lobo posterior). 
A neuro‑hipófise está ligada diretamente ao hipotálamo por meio do infundíbulo. No caso da hipófise anterior, 
a liberação hormonal é regulada, especialmente, por agentes químicos, nesse caso, hormônios ou fatores 
liberadores que apresentam origem em neurônios situados no hipotálamo. Esses hormônios liberadores 
estimulam ou inibem a liberação de hormônios específicos da hipófise anterior. A hipófise posterior recebe 
seus hormônios de neurônios especiais originados no hipotálamo.
Os hormônios da hipófise anterior são: hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio 
folículo‑estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio estimulante de melanócitos (MSH), 
hormônio estimulador da tireoide (TSH), hormônio do crescimento (GH) e prolactina. Ainda que a 
prolactina estimule diretamente a mama para produzir leite, a maioria dos hormônios secretados pela 
hipófise anterior controla a liberação de outros hormônios. O TSH controla a velocidade de formação 
dos hormônios tireoidianos e a secreção de cortisol no córtex suprarrenal; o LH estimula a produção 
de testosterona nos testículos e de estrogênio nos ovários; e o GH estimula a liberação de fatores de 
crescimento semelhantes à insulina (IGF) pelo fígado e por outros tecidos. Todavia, os IGF podem ser 
120
Unidade II
produzidos por vários outros meios. Com efeito, o IGF‑1 sintetizado no músculo em decorrência da 
contração muscular está associado à hipertrofia muscular. É sabido que o GH desempenha papéis 
relevantes no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos.
A hipófise posterior propicia um local de armazenamento para dois hormônios, a ocitocina e o 
hormônio antidiurético (ADH, também chamado vasopressina), que são produzidos no hipotálamo, ao 
qual está conectada a hipófise posterior. A ocitocina é um estimulante poderoso da musculatura lisa, 
principalmente no momento do parto, estando também relacionada na resposta da descida do leite, 
fenômeno imprescindível para a liberação do leite da mama.
[...] durante muitos anos, o tratamento clínico para o nanismo hipofisário 
consistia na administração do hormônio do crescimento humano (hGH), 
hormônio secretado pela glândula hipófise anterior. Antes de 1985, 
esse hormônio era obtido a partir de extratos da hipófise de cadáveres, 
e seus estoques eram limitados. Desde a introdução do hGH obtido por 
engenharia genética, em meados dos anos 1980, sua disponibilidade não é 
mais um problema, embora seu custo ainda seja alto. Na década de 1980, 
percebendo as variadas funções desse hormônio, os atletas começaram 
a experimentar o hGH como um possível substituto ou complemento ao 
uso de esteroides anabólicos. Na época, diante da maior sofisticação dos 
testes farmacológicos para a detecção de esteroides anabólicos, os atletas 
procuravam uma alternativa para a qual ainda não houvesse teste. O hormônio 
do crescimento parecia, então, a droga perfeita para atletas que desejavam 
aumentar a força e a massa muscular (KENNEY, 2013, p. 40).
Os quadros a seguir resumem os principais papéis dos hormônios produzidos pela hipófise:
Quadro 6 – Hormônios da adeno‑hipófise
Glândula endócrina Hormônio Órgão‑alvo Principais papéis
Hipófise anterior GH
Todas as células 
do corpo
Facilita o desenvolvimento e o crescimento de todos os 
tecidos do corpo até a maturação; eleva a velocidade 
da síntese proteica; eleva a mobilização de lipídeos bem 
como a sua utilização como fonte de energia; reduz a 
velocidade de uso dos carboidratos
Hipófise anterior TSH Tireoide Controla a quantidade de tiroxina e T3 produzidas e liberadas pela tireoide
Hipófise anterior ACTH Córtex suprarrenal Controla a secreção de hormônios do córtex suprarrenal
Hipófise anterior Prolactina Mamas Estimula a produção de leite pelas mamas
Hipófise anterior FSH Ovários, testículos
Inicia o crescimento de folículos nos ovários e promove 
a secreção de estrogênio pelos ovários; promove o 
desenvolvimento dos espermatozoides nos testículos
Hipófise anterior LH Ovários, testículos
Promove a secreção de estrogênio e progesterona e faz 
que haja ruptura dofolículo, com liberação do ovócito; 
faz que os testículos secretem testosterona
121
ANATOMIA INTEGRADA
Quadro 7 – Hormônios da neuro‑hipófise
Glândula endócrina Hormônio Órgão‑alvo Principais papéis
Hipófise posterior ADH ou vasopressina Rins
Auxilia no controle da 
excreção de água pelos rins; 
eleva a pressão arterial, ao 
promover constrição dos 
vasos de sangue
Hipófise posterior Ocitocina Útero, mamas Controla a contração do útero; secreção do leite
 Saiba mais
Para saber mais sobre o hGH, o hormônio do crescimento humano:
KENNEY, W. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 5. ed. Barueri: Manole, 
2013. p. 410‑411.
4.2 Glândulas cervicais
4.2.1 Glândula hipófise faríngea
A glândula hipófise faríngea é representada por uma pequena estrutura mediana localizada no 
teto da parte nasal da faringe. Essa estrutura anatômica é uma coletânea de tecido glandular da 
adeno‑hipófise residual, no mucoperióstio.
Após 28 semanas de vida intrauterina, a glândula hipófise faríngea é bem vascularizada, irrigada 
por vasos de circulação sistêmica da parede posterior da parte nasal da faringe e apta a secretar. 
Ela poderia ser uma reserva de tecido adenohipofisário, capaz de ser estimulado, especialmente no 
sexo feminino, cujo intuito é sintetizar e secretar hormônios. Essa capacidade poderia ser aproveitada 
quando a adeno‑hipófise começa a reduzir a quantidade de secreção.
4.2.2 Glândula tireoide
A glândula tireoide é uma estrutura anatômica com formato de U, ímpar, quase simétrica, que se 
localiza em ambos os lados da laringe e da traqueia. Ela consiste em dois lobos, unidos por um istmo que 
cruza o segundo, terceiro e quarto anéis traqueais, conforme ilustra a figura a seguir.
122
Unidade II
Lobo direito
Istmo
Lobo esquerdo
Figura 80 – Vista anterior da glândula tireoide
Ela evolui com a idade, sendo relativamente maior na criança. Na mulher, aumenta durante as 
menstruações e a gestação. O istmo às vezes pode estar ausente ou ser muito pequeno ou, ainda, 
hipertrofiar‑se em um verdadeiro lobo médio.
A glândula tireoide mantém as seguintes relações anatômicas:
• Anteriormente: pele, fáscia de revestimento, músculos esternocleidomastóideo, esterno hióideo, 
esterno tireóideo e omo‑hióideo com as suas fáscias e a fáscia pré‑traqueal.
• Póstero‑medialmente: laringe, traqueia, esôfago, nervo laríngeo recorrente e glândulas 
paratireoides.
• Póstero‑lateralmente: bainha da carótida, seu conteúdo e a cadeia simpática.
[...] a glândula tireoide, muito vascularizada, é irrigada pelas artérias tireoides 
superior, inferior e ima. As veias da tireoide compõem um plexo na superfície 
da glândula e na frente da traqueia. A drenagem venosa é realizada pelas 
veias tireoides superior, média e inferior que se originam dos plexos venosos, 
as duas primeiras são afluentes da veia jugular interna, enquanto a veia 
tireoide inferior acaba na veia braquiocefálica esquerda
[...]
os vasos linfáticos deparam‑se no tecido conjuntivo interlobular, afluem 
para uma rede capsular e os vasos coletores resultantes desembocam nos 
linfonodos paratraqueais (em ambos os lados da traqueia) que drenam a 
glândula tireoide. Os linfonodos cervicais profundos estão localizados 
inferiormente ao músculo omo‑hióideo e ao longo da veia jugular interna. 
Os vasos eferentes terminam nos ductos torácico e linfático direito
[...]
a glândula tireoide é inervada por ramos dos gânglios cervicais superior, 
médio e inferior da cadeia simpática, como também por ramos do nervo 
vago, cuja função é vasomotora (DI DIO, 1998, p. 593‑594).
123
ANATOMIA INTEGRADA
A glândula tireoide produz dois hormônios: a tiroxina, também chamada de tetraiodotironina 
(T4) e a triiodotironina (T3). O T3 e T4 juntos também são chamados de hormônios da tireoide. Outro 
hormônio produzido pela glândula tireoide é a calcitonina. O papel primordial do hormônio tireoidiano 
(T3 produzida a partir da T4) é elevar o consumo de oxigênio e a produção de calor nas células (termogênese). 
A calcitonina reduz o nível sanguíneo de cálcio por meio da inibição da ação dos osteoclastos, células 
que degradam a matriz celular óssea.
4.2.3 Glândulas paratireoides
As glândulas paratireoides são dois pares de pequenas estruturas castanho‑camurça, ovoides, 
com 5 milímetros de comprimento por 3 milímetros de largura e 2 milímetros de espessura, pesando 
50 microgramas. Elas se encontram nas margens laterais da face profunda dos lobos da glândula tireoide 
e de sua cápsula. É difícil a sua visualização em cadáver, pois podem se localizar em qualquer lugar 
desde a faringe até o mediastino superior.
As artérias são volumosas se comparadas às pequenas dimensões dessas glândulas. Cada uma 
delas recebe o ramo arterial próprio: oriundos das artérias tireoides superior e inferior. As veias 
são afluentes das veias tireoides correspondentes e os vasos linfáticos as acompanham. Os nervos 
acompanham as artérias.
Microscopicamente, as glândulas paratireoides abrangem dois tipos de células epiteliais. As células 
mais numerosas, chamadas de células principais, produzem o paratormônio (PTH). A função do outro 
tipo de célula, chamado de célula oxifílica, não é conhecida na glândula paratireoide normal. Contudo, 
sua presença auxilia a identificar com nitidez a glândula paratireoide do ponto de vista histológico em 
virtude de suas características exclusivas de coloração. Além disso, no câncer de glândulas paratireoides 
as células oxifílicas secretam PTH em excesso.
Uma das ações do PTH é ativar a enzima 1‑α‑hidroxilase nos rins. Dessa maneira, é produzido mais 
calcitriol e, assim, eleva a absorção intestinal de cálcio e fósforo. O PTH também age no osso, ampliando 
muito a atividade dos osteoclastos. Com isso, o cálcio e o fósforo caem na corrente sanguínea.
4.3 Glândula cervicotorácica
4.3.1 Timo
O timo é um órgão cervicotorácico, ímpar, mediano, localizado no pescoço e superiormente ao coração 
no mediastino superior, encontra‑se bem desenvolvido até a adolescência. Nos recém‑nascidos, pesa 
cerca de 13 gramas e possui dimensões aproximadas de 5 centímetros de comprimento, 3 centímetros 
de largura e 1 centímetro de espessura. No período dos 11 aos 15 anos de idade, seu peso alcança o valor 
absoluto máximo de 35 gramas. Entretanto, a partir da adolescência o timo começa a regredir para ser 
representado, no adulto, por vestígios fibroadiposos.
Seu formato alongado de cima para baixo e achatado em sentido anteroposterior descreve‑se como: 
um corpo, que representa a maior parte do órgão, com dois lobos, direito e esquerdo, unidos, entre os 
124
Unidade II
quais existe um plano conjuntivo de obliquidade posterolateral esquerda; uma extremidade superior, 
com dois cornos que ascendem até as proximidades da face anterior dos polos inferiores da glândula 
tireoide, sendo recoberta pelas fáscias cervicais superficial e profunda e os músculos esterno hióideo 
e esterno tireóideo; uma extremidade inferior, ou base, bastante grande e às vezes bífidas, que está 
relacionada posteriormente com a traqueia, o pericárdio fibroso e os grandes vasos da base do coração, 
entre as lâminas mediastinais anteriores da pleura. Corresponde anteriormente ao manúbrio e à parte 
superior do corpo do esterno.
Figura 81 – Timo, face anterior in situ
A irrigação do timo é realizada por meios dos ramos tímicos das artérias tireoides inferiores, torácicas 
internas e intercostais anteriores, enquanto a drenagem venosa é efetuada por veias tímicas, afluentes 
das veias braquiocefálica esquerda, torácica interna e tireoide inferior. A drenagem linfática é feita 
para os capilares trabeculares que conduzem para os vasos coletores. Esses acabam nos linfonodos 
mediastinais anteriores, esternais e peritraqueais.
A inervação é realizada por fibras amielínicas que compõem os plexos peritrabeculares e 
perivascular. O timo recebe ramos do X par de nervos cranianos, o nervo vago, de nervos cardíacos 
e da alça cervical.
125
ANATOMIA INTEGRADA
Os papéis do timo são complexos,assim como os dos linfócitos T, cuja formação depende desse 
órgão. Também age sobre o funcionamento neuromuscular e, por isso, a timectomia pode melhorar 
a miastenia. Sabe‑se que o timo secreta hormônios chamados timosina e timopoietina. Tanto o 
timo como a timosina possuem papel relevante no desenvolvimento e maturação do sistema imune. 
Ele possui grande importância na infância e é sede de produção de linfócitos T, cuja maturação é regulada 
pelos hormônios produzidos pelas células epiteliais tímicas.
4.4 Glândula abdominal
4.4.1 Glândulas suprarrenais
As glândulas suprarrenais, antes chamadas de glândulas adrenais, são um par de corpos marrom‑amarelados 
relativamente pequenos, retroperitoneais e que se localizam na extremidade superior de cada rim. A glândula 
suprarrenal direita tem formato triangular, sendo achatada no sentido anteroposterior; enquanto a suprarrenal 
esquerda é mais espessa, cujo formato é semilunar. Ambas possuem uma superfície côncava aplicada ao rim. 
Cada glândula suprarrenal mede, aproximadamente, 30 milímetros de altura, 25 milímetros de largura e 
7 a 8 milímetros de espessura. Seu peso varia de 12 gramas no estado normal.
A irrigação desses órgãos se dá por três grupos de artérias principais, chamadas de artérias 
suprarrenais: superiores, médias e inferiores, além dessas, são irrigadas por artérias acessórias. As veias 
originam‑se dos vasos corticais e dos seios corticomedulares. Há linfáticos superficiais e profundos, 
entretanto, todos convergem para a margem medial da glândula para dirigirem‑se aos linfonodos do 
pedículo renal, ou da região aorto‑cava (à direita), justa‑aórtica (à esquerda) ou até mediastinais.
As glândulas suprarrenais são vastamente inervadas por filetes finos e muito numerosos, cuja 
origem é dupla, por meio dos ramos oriundos do nervo esplânico maior e dos ramos oriundos do 
plexo celíaco.
Morfofuncionalmente, cada glândula suprarrenal está dividida em duas partes distintas: um 
córtex externo, correspondente a 10% e uma medula interna, correspondente a 90%. O córtex secreta 
hormônios esteroides derivados do colesterol, por exemplo, o cortisol, a córtico‑esterona e a aldosterona. 
O cortisol e a córtico‑esterona regulam o metabolismo dos glicídios. A córtico‑esterona é ativa na 
resposta inflamatória, na reação imunitária e no crescimento do corpo. A aldosterona regula o equilíbrio 
eletrolítico e hídrico do corpo. A medula secreta as catecolaminas, norepinefrina e epinefrina.
4.5 Glândula abdominopélvica
4.5.1 Placenta
Embora os hormônios ováricos e hipofisários sejam relevantes na manutenção da gestação, 
deve ser observado que, nos seres humanos, a placenta libera também hormônios que ajudam nessa 
importante missão, como a gonadotrofina coriônica humana, o estrogênio e a progesterona.
126
Unidade II
 Resumo
O sistema digestório consiste em um canal alimentar e órgãos 
digestórios anexos. A boca á a primeira parte do canal alimentar, a 
cavidade oral é composta de bochechas, lábios, palato duro e palato 
mole. O palato duro e o palato mole formam o teto da cavidade oral. 
A língua e os dentes estão contidos na cavidade oral. A língua ajuda 
no processamento mecânico e na movimentação do alimento, sendo 
responsável também pela análise sensitiva do alimento. O dorso e o corpo 
da língua são recobertos com papilas.
Existem quatro tipos de dentes, cada um com papéis específicos, sendo 
eles os incisivos, os caninos, os pré‑molares e os molares. As glândulas da 
boca são divididas em glândulas salivares maiores, por exemplo, as glândulas 
parótidas, as glândulas submandibulares e as glândulas sublinguais; e 
glândulas salivares menores, como as glândulas labiais.
A faringe é uma estrutura anatômica que pertence aos sistemas 
respiratório e digestório. O esôfago é um tubo muscular oco que conduz 
alimentos sólidos e líquidos para o estômago. A deglutição acontece em 
três fases e envolve estruturas da cavidade oral, da faringe e do esôfago. 
O estômago consiste em: cárdia, fundo, corpo e região pilórica. Possui as 
curvaturas maior e menor e apresenta o esfíncter pilórico na sua união 
com o duodeno.
O intestino delgado inclui as seguintes partes: duodeno, jejuno e íleo. 
O intestino grosso é dividido em ceco e colos. O ceco recebe e armazena 
materiais oriundos do íleo. O apêndice vermiforme é um divertículo do 
ceco. O colo possui diâmetro maior e paredes mais delgadas em relação ao 
intestino delgado. Tem bolsas chamadas de saculações do colo, as tênias 
do colo e os apêndices omentais. O colo é subdividido em quatro regiões: o 
colo ascendente, transverso, descendente e sigmoide. A parte final do canal 
alimentar é o reto, que continua‑se com o canal anal, que termina no ânus. 
O músculo esfíncter interno do ânus e o músculo esfíncter externo do ânus 
controlam a passagem das fezes através do ânus.
O fígado desempenha papéis de regulação metabólica e hematológica, 
além de produzir a bile. Ele é dividido em lobos direito, esquerdo, quadrado 
e caudado. A artéria hepática própria e a veia porta do fígado realizam 
o suprimento sanguíneo ao fígado. As veias hepáticas drenam sangue do 
fígado e realizam o retorno do sangue à circulação sistêmica por meio da 
veia cava inferior. A vesícula biliar armazena e concentra bile, mas a libera 
por meio do duodeno, pelos ductos cístico e colédoco.
127
ANATOMIA INTEGRADA
O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, exócrina e endócrina. 
Ele é dividido em três partes: cabeça, corpo e cauda do pâncreas. O ducto 
pancreático acessório (se presente) e o ducto pancreático atravessam 
a parede do duodeno e liberam suco pancreático na papila menor do 
duodeno e na papila maior do duodeno, concomitantemente.
Os principais papéis regulatórios do sistema endócrino são: metabolismo, 
controle da ingestão de alimento e digestão, maturação dos tecidos, 
regulação de íons, balanço de água, controle da função reprodutiva, da 
contração uterina e da ejeção de leite, além da regulação do sistema imune.
A hipófise, localizada na sela túrcica do osso esfenoide, secreta pelo 
menos nove hormônios que regulam numerosos papéis do corpo, bem 
como de outras glândulas endócrinas. A tireoide está situada inferiormente 
à laringe e produz T3, T4 e calcitonina. As glândulas paratireoides estão 
embutidas na tireoide e secretam o paratormônio. As glândulas suprarrenais 
estão localizadas nos polos superiores dos rins e produzem hormônios 
como, por exemplo, o cortisol, catecolaminas, a norepinefrina e a epinefrina. 
A placenta, a glândula pineal, o timo, a glândula hipófise faríngea e o órgão 
subcomissural também são exemplos de glândulas endócrinas.
 Exercícios
Questão 1. (Vunesp 2008, adaptada) Os esportes radicais são atividades muito difundidas entre 
os jovens e têm recebido crescente atenção da mídia, inclusive com veiculação pela televisão. 
Uma característica deles, utilizada na sua propaganda, é a capacidade de induzir um aumento na 
produção de adrenalina nos participantes. Indique a alternativa que descreve corretamente o local 
de produção e a ação da adrenalina.
A) Pâncreas: vasoconstrição, sudorese e elevação do nível de açúcar no sangue.
B) Hipófise: vasodilatação, aumento na frequência dos batimentos cardíacos e dilatação de pupilas 
e brônquios.
C) Suprarrenais: vasodilatação, sudorese e dilatação das pupilas.
D) Hipófise: redução no volume sanguíneo, redução na pressão sanguínea sistêmica e elevação do 
nível de açúcar no sangue.
E) Suprarrenais: vasoconstrição, aumento na frequência dos batimentos cardíacos e elevação do 
nível de açúcar no sangue.
Resposta correta: alternativa E.
128
Unidade II
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o pâncreas é uma glândula mista que, além de produzir substâncias que serão 
lançadas na cavidade intestinal (duodeno), também produz insulina e glucagon. A insulina diminui 
a quantidade de glicose no sangue, enquanto o glucagon aumenta. O pâncreas não está ligado à 
produção de adrenalina.
B) Alternativa

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