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ANATOMIA DOS SISTEMAS - Livro Texto - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Cassio Marcos Vilicev
Colaboradoras: Profa. Mônica Teixeira
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Anatomia dos Sistemas
Professor conteudista: Cassio Marcos Vilicev
Graduado em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes e em Fisioterapia pela Universidade Bandeirante 
de São Paulo. É doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo 
e mestre em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Possui especialização em 
Educação a Distância pela UNIP e em Didática do Ensino Superior pela Universidade Sant’Anna (1999). Atualmente, 
cursa Formação Pedagógica em História pela UNIP (EaD). Foi professor de Educação Física em escolas e clubes 
desportivos de São Paulo e no curso de graduação em Educação Física e Enfermagem do Centro Universitário Santa 
Rita e das disciplinas Anatomia Humana, Cinesiologia e Semiologia na UNIP. Atualmente, é professor titular da UNIP 
nos cursos presenciais de Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Biomedicina e Educação Física na modalidade 
presencial, de Educação Física, Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Biomedicina na modalidade EaD e de 
pós-graduação. 
Foi consultor na elaboração de questões para o Serviço Nacional do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Transporte (Senat), de Educação Física, junto à empresa EGaion.
Tem publicado vários trabalhos em diversas áreas das ciências biomédicas, como Anatomia dos Sistemas: Educação 
Física; Anatomia dos Sistemas: Enfermagem; Anatomia dos Sistemas: Educação Física e Fisioterapia; Anatomia do 
Aparelho Locomotor: Fisioterapia; Anatomia Básica dos Sistemas: Estética e Cosmética; e Anatomia Humana: Farmácia 
e Biomedicina.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V586a Vilicev, Cassio Marcos.
Anatomia dos Sistemas / Cassio Marcos Vilicev. – São Paulo: 
Editora Sol, 2020.
192 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, ISSN 1517-9230.
1. Sistema genital. 2. Sistema endócrino. 3. Sistema nervoso. 
I. Título.
CDU 611
U504.66 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Juliana Muscovick
 Lucas Ricardi
 Vitor Andrade
Sumário
Anatomia dos Sistemas
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO ................................................................................................... 15
1.1 Sistema digestório ............................................................................................................................... 15
1.1.1 Parte supradiafragmática .................................................................................................................... 15
1.1.2 Parte infradiafragmática ...................................................................................................................... 27
1.2 Sistema endócrino ............................................................................................................................... 40
1.2.1 Glândulas cefálicas................................................................................................................................. 42
1.2.2 Glândulas cervicais ................................................................................................................................. 46
1.2.3 Glândula cervicotorácica ..................................................................................................................... 48
1.2.4 Glândula abdominal .............................................................................................................................. 49
1.2.5 Glândula abdominopélvica ................................................................................................................. 50
2 SISTEMA URINÁRIO ........................................................................................................................................ 50
2.1 Rins............................................................................................................................................................. 50
2.2 Ureteres .................................................................................................................................................... 53
2.3 Bexiga urinária ...................................................................................................................................... 54
2.4 Uretra ........................................................................................................................................................ 55
3 SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMININO ....................................................................................... 56
3.1 Sistema genital masculino ............................................................................................................... 56
3.1.1 Testículos .................................................................................................................................................... 56
3.1.2 Epidídimos ................................................................................................................................................. 57
3.1.3 Funículo espermático ............................................................................................................................ 58
3.1.4 Ductos deferentes ................................................................................................................................... 58
3.1.5 Escroto ......................................................................................................................................................... 58
3.1.6 Glândulas seminais ................................................................................................................................ 59
3.1.7 Ductos ejaculatórios .............................................................................................................................. 59
3.1.8 Próstata ....................................................................................................................................................... 59
3.1.9 Glândulas bulbouretrais ....................................................................................................................... 60
3.1.10 Sêmen ....................................................................................................................................................... 60
3.1.11 Pênis ...........................................................................................................................................................61
3.1.12 Ereção ........................................................................................................................................................ 62
3.2 Sistema genital feminino .................................................................................................................. 63
3.2.1 Vagina .......................................................................................................................................................... 64
3.2.2 Útero ............................................................................................................................................................ 65
3.2.3 Tubas uterinas .......................................................................................................................................... 67
3.2.4 Ovários ........................................................................................................................................................ 69
3.2.5 Orgãos genitais externos ..................................................................................................................... 69
3.2.6 Mamas ......................................................................................................................................................... 70
4 SISTEMA TEGUMENTAR ................................................................................................................................ 73
4.1 Pele ............................................................................................................................................................. 74
4.1.1 Papéis da pele ........................................................................................................................................... 77
4.1.2 Coloração da pele ................................................................................................................................... 80
4.2 Pelos ........................................................................................................................................................... 81
4.2.1 Função ......................................................................................................................................................... 82
4.2.2 Anatomia .................................................................................................................................................... 82
4.2.3 Coloração ................................................................................................................................................... 83
4.3 Unhas ........................................................................................................................................................ 84
4.3.1 Função ......................................................................................................................................................... 84
4.4 Glândulas ................................................................................................................................................. 84
Unidade II
5 SISTEMA NERVOSO ......................................................................................................................................... 90
5.1 Introdução à terminologia da neuroanatomia ........................................................................ 93
5.2 Divisão do SN ......................................................................................................................................... 95
5.2.1 Divisão do SN com base nos critérios anatômicos ................................................................... 95
5.2.2 Divisão do SN do ponto de vista funcional ...............................................................................100
5.2.3 Divisão do SN com base na segmentação ou metameria ....................................................100
5.3 Papéis do SN .........................................................................................................................................104
6 TECIDO NERVOSO ..........................................................................................................................................105
6.1 Visão geral dos neurônios ...............................................................................................................106
6.2 Classificação dos neurônios ...........................................................................................................108
6.3 Sinapses ..................................................................................................................................................108
6.4 Arco reflexo ...........................................................................................................................................109
6.5 Neuroglias .............................................................................................................................................110
6.5.1 Neuroglias no SNC ................................................................................................................................111
6.5.2 Neuroglias no SNP................................................................................................................................112
7 GENERALIDADES SOBRE O ENCÉFALO .................................................................................................113
7.1 Morfogênese do SN ...........................................................................................................................116
7.1.1 Da fertilização até a nidação ...........................................................................................................116
7.1.2 Folhetos embrionários ........................................................................................................................118
7.1.3 Formação do SN ....................................................................................................................................118
7.2 Anatomia da medula espinal .........................................................................................................121
7.3 Anatomia do bulbo ............................................................................................................................127
7.4 Anatomia da ponte ............................................................................................................................129
7.5 Anatomia do mesencéfalo ..............................................................................................................130
7.6 Anatomia do diencéfalo ..................................................................................................................133
7.6.1 Tálamo ...................................................................................................................................................... 133
7.6.2 Hipotálamo ............................................................................................................................................. 136
7.6.3 Epitálamo ................................................................................................................................................ 140
7.6.4 Subtálamo ................................................................................................................................................141
7.7 Anatomia do telencéfalo .................................................................................................................141
7.7.1 Lobos do telencéfalo .......................................................................................................................... 142
7.7.2 Núcleos da base .................................................................................................................................... 145
7.8 Anatomia do cerebelo ......................................................................................................................1477.9 Sistema ventricular ............................................................................................................................148
7.10 Barreiras encefálicas .......................................................................................................................151
7.11 A nutrição sanguínea do encéfalo ............................................................................................152
8 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E PERIFÉRICO ................................................................................155
8.1 Diferenças anatômicas relevantes entre as partes simpática e 
parassimpática do SNA ............................................................................................................................155
8.2 Papéis do SNA ......................................................................................................................................157
8.3 Reações do SNA ..................................................................................................................................158
8.4 Sistema nervoso entérico ................................................................................................................160
8.5 Sistema nervoso periférico .............................................................................................................161
8.5.1 Nervos periféricos .................................................................................................................................161
8.5.2 Gânglios ................................................................................................................................................... 163
8.5.3 Terminações nervosas ........................................................................................................................ 163
9
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Este livro-texto tem como objetivo servir de alicerce e recurso aos alunos que buscam profissões 
relacionadas à área da saúde. Preparado para enriquecer os cursos que abordam anatomia humana, a 
obra traz uma introdução indispensável a esse assunto. O objetivo é beneficiar as informações aplicadas 
das estruturas anatômicas do organismo humano e as noções sobre as bases para o aproveitamento 
de outras disciplinas básicas. Aqui são retratadas experiências práticas que permitem aos universitários 
da área da saúde a utilização de episódios referentes às situações fidedignas nas quais eles poderão se 
deparar na profissão que optaram.
Inicialmente, abordaremos o estudo dos sistemas digestório, endócrino, urinário, sistema genital 
masculino e feminino, e sistema tegumentar. Na sequência, veremos aspectos do sistema nervoso, do 
tecido nervoso, do encéfalo e da medula espinal e do sistema nervoso autônomo e periférico.
Todas as unidades são acompanhadas de exemplos de aplicação, saiba mais, lembretes e 
observações, destaques que facilitam a memorização dos assuntos centrais deste livro. As figuras 
apresentadas também auxiliam no esclarecimento das características de cada tema, complementando 
o aprendizado.
Além disso, está presente uma revisão terminológica, relevante em um livro dessa natureza, 
que compreende a versão dos epônimos mais utilizados na clínica médica, protegida tecnicamente 
pela terminologia anatômica. Há, ainda, notas explicativas com termos e expressões definidas, o 
que facilita a compreensão do texto, mesmo para os principiantes ainda não familiarizados com a 
terminologia da área.
Escrever um livro demanda não só concentração, mas também uma análise crítica permanente sobre 
a filosofia e o conteúdo de anatomia. Portanto, ele foi destinado a facilitar o estudo da anatomia para 
alunos da área de saúde.
A ciência moderna traz consigo um conjunto de particularidades que pode ser muito bem figurado 
no conhecimento metodológico abordado pelas ciências da natureza, tais como a ideia de neutralidade 
científica, o afastamento radical entre sujeito e objeto, a ideia de objetividade e a fragmentação 
do saber. Alguns campos de saber concentram como alicerce para seus estudos e influências as teorias 
e metodologias tanto das ciências naturais como das ciências humanas. Essa é a conjuntura atual de 
cursos da área da saúde, campo multi ou interdisciplinar do saber, que se distingue pelo estudo e pesquisa 
com fins de intercessão pedagógica. Portanto, tal área une as teorias e metodologias de diversas outras 
ciências que podem ser denominadas disciplinas-mãe.
10
INTRODUÇÃO
Os conhecimentos anatômicos são indispensáveis para o profissional da área de saúde, que lida 
durante toda sua carreira com o corpo humano. A anatomia humana é o alicerce para a compreensão 
de outras disciplinas essenciais, como, por exemplo, a fisiologia, a patologia e a clínica.
O aprendizado da anatomia envolve, na maioria das vezes, trabalho árduo, pois os alunos devem 
se habituar à terminologia anatômica, bem como às peças anatômicas, que diversas vezes não se 
assemelham aos impressos nos atlas de anatomia.
A anatomia humana desde sempre foi influenciada por fatores sociais, políticos, econômicos, religiosos 
e por tendências e modismos educacionais. Sua incorporação no estudo da medicina significou a cisão 
de uma medicina mística, pouco precisa, para uma medicina objetiva.
Os primeiros registros do estudo e ensino de anatomia remontam à Escola de Alexandria, onde, 
segundo os registros de Galeno, teriam sido efetuadas as primeiras dissecações públicas de animais e 
corpos humanos.
A etimologia da palavra “dissecar” origina-se do verbo latino disseco, are, que também se redige 
deseco, are, cujo significado é o de cortar dividindo e separando as partes. No grego é escrito aνaλúστε 
e quer dizer corte, fatia, secção. O substantivo correspondente, desectio, onis traduz-se por corte, talho. 
Dissecare, como termo médico, já foi utilizado por Plínio, no século I d.C. Desectio, onis foi adaptado 
para dissección, em espanhol; dissezione, em italiano; e dissecção, em português. Os léxicos da língua 
portuguesa têm manifestado dúvida entre dissecção e dissecação. Em Gardner, Gray e Rahilly (1988, p. 3) 
lê-se: “Do ponto de vista etimológico, o termo dissecação: dis – significa separadamente e secare, cortar 
é o equivalente latino do grego anatomé”.
A história da anatomia humana, todavia, foi marcada também por estorvos, quando, após a queda 
do Império Romano, houve um avanço mínimo em seu desenvolvimento, devido à sobrepujança da doutrina, 
filosofia e prática da era autoritária que teve início com a Idade Média. Na primeira metade do 
século XVI, surgiram questões religiosas acerca da atividade de dissecar corpos para o aprendizado e 
o Papa Bonifácio VII tentou excomungar os anatomistas. Muitos deles chegaram a ser agredidos pela 
própria população, exilados ou acusados de forma injusta por práticas desumanas, como a de dissecar 
corpos ainda com vida. A dissecação humana foi proibida em diversos locais e quase nenhum estudo de 
caráter inovador ou extraordinário foi efetuado na área durante esse período.
Contudo, as dissecações para fins de estudo sempre geraram contestações e pode-se afirmar que foi só a 
partir do século XIV que, na Europa, mais especificamente na Universidade de Bolonha, elas se tornaram parte 
do ensino médico sob os auspícios de Mondino de Luzzi. Nessa época, por influência do movimento escolástico, 
os estudos e as investigações em anatomia humana fundamentavam-se, especialmente, na tradução de 
obras e tratados anatômicos, sendo a dissecação um método de averiguação de dados preexistentes.
Apenas no século XVI e em pleno movimento renascentista que Andreas Vesalius publicou a obra 
De Humanism Corporis Fabrica. As contribuições de Vesalius ao desenvolvimento da anatomia humana 
11
como ciência são inúmeras. No campo do ensino, destacou-se sua ardorosa defesa da prática sistemática 
da dissecação de animais e de seres humanos; no campo da pesquisa, a inovação de sua sugestão foi 
projetar paralelos entre asestruturas corporais humanas e animais, demonstrando as dessemelhanças 
entre elas e, por conseguinte, assinalando os deslizes da anatomia galênica que imperava nos principais 
livros-texto usados até então, como, por exemplo, o Anothomia, de Mondino de Luzzi.
Outro aspecto considerável da obra de Vesalius foi o uso de figuras que buscavam inserir os conhecimentos 
científicos e anatômicos em um contexto natural e social mais extenso, dando de certa maneira vida 
aos cadáveres representados, alçando, assim, a figura do anatomista carrasco, até então considerado um 
personagem sombrio ligado à morte, ao patamar de profissional socialmente aceito, especialmente com o 
começo das dissecações públicas anuais, que se tornavam cada vez mais frequentes no âmbito europeu. 
O desenvolvimento da anatomia descritiva teve na figura e na obra de Vesalius uma época de renovação 
a partir do qual, paulatinamente, novas estruturas do corpo humano foram sendo identificadas e/ou 
nomeadas. Dentre seus alunos destacaram-se Gabriel Falloppio e Fabricio d’Acquapendente.
A anatomia descritiva, ao final do século XVIII, já tinha buscado, identificado e descrito grande parte das 
estruturas do corpo humano, concedendo lugar, gradualmente, a outras disciplinas que viriam a constituir 
as relações entre essas estruturas, como, por exemplo, a fisiologia. A anatomia descritiva fracassou ao 
mostrar-se estática, uma vez que não desvendava as relações entre as estruturas do corpo humano 
identificadas, e, seguramente, isso pode ser uma das razões pela qual, no século XIX, com o surgimento da 
medicina experimental, a anatomia deixa parte de seu campo de ação para disciplinas como, por exemplo, 
a fisiologia e a anatomia patológica. Isso ratificava um novo posicionamento epistemológico, funcionalista 
e experimental para os estudos modernos acerca dos condicionantes do estado normal e patológico do 
corpo humano. Exemplo disso é o fato de que dentre os nomes proeminentes da anatomia do século XIX 
sobressaíram-se William Sharpey e Henry Gray, ambos célebres por suas colaborações tanto na organização 
de algumas das edições do Quain’s Anatomy, quanto na publicação do Gray’s Anatomy, obras dedicadas 
ao avanço do conhecimento da anatomia humana por parte de médicos cirurgiões, cujas atividades foram 
estimuladas pelo aparecimento da anestesia.
Porém, a história da anatomia não está interligada só à história do ensino e do aprendizado, contudo, 
também à história da arte. As dissecações habituavam ser eventos mais de cunho teatral do que letivo, 
podendo acontecer dentro ou fora dos terrenos das universidades, nos chamados teatros anatômicos, 
visto que a população também admirava acompanhar tais práticas. As personalidades locais eram até 
mesmo seduzidas a seguir as dissecações de cadáveres. Em geral, os cirurgiões e os estudantes de medicina 
eram obrigados a ver essas demonstrações. A apreensão era em demonstrar onde se encontravam os 
órgãos, quais suas interconexões, cores, formas e texturas, ou seja, a anatomia popular.
 Lembrete
Dissecção ou dissecação significa a ação de dissecar, separar as partes 
de um corpo ou de um órgão. Utiliza-se tanto na anatomia (dissecação de 
um cadáver ou parte desse) como em uma cirurgia (dissecação de uma 
artéria ou de uma veia).
13
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Unidade I
O sistema digestório é fundamental para a manutenção da vida. Dele provém os nutrientes principais 
que o corpo humano não pode gerar para si próprio. O alimento é usado em nível celular e os nutrientes 
são preciosos para as reações químicas que compreendem a síntese de enzimas, divisão e crescimento 
celular, reparos e geração de energia térmica. A maioria dos alimentos que ingerimos, contudo, não 
é suficiente para o uso celular até que sejam mecânica e quimicamente diminuídas as formas que 
possibilitem ser absorvidas por meio da parede intestinal, e sejam capazes de transportá las para as 
células pelo sangue.
O alimento ingerido não está tecnicamente no interior do nosso corpo até que ele seja absorvido. 
Efetivamente, uma grande parte desses alimentos não é digerido e passa pelo corpo como material supérfluo. 
Ele permanece especialmente na forma de macromoléculas, por exemplo, as proteínas e os carboidratos 
complexos. Nesse caso, o sistema digestório necessita secretar enzimas ricas para digerir o alimento, produzindo 
moléculas que sejam pequenas o suficiente para serem absorvidas para o interior do corpo humano. 
Concomitantemente, essas enzimas não devem digerir as células do próprio canal alimentar 
(autodigestão). Outro desafio com o qual o sistema digestório se depara diariamente é o balanço de 
massa, ou seja, contrabalançar a entrada com a saída de líquido. 
Os indivíduos ingerem aproximadamente 2 litros de líquido por dia. Ademais, as glândulas e as 
células exócrinas secretam, aproximadamente, 7 litros de enzimas, muco, eletrólitos e água na luz 
do canal alimentar. Esse volume de líquido secretado é o mesmo a um sexto do volume total de 
água do corpo (42 litros), ou mais do dobro do volume do plasma (3 litros), e necessita ser absorvido, 
do contrário, o corpo desidrataria rapidamente. Em sua normalidade, a absorção é muito eficaz e 
apenas cerca de 100 mililitros de líquido é inutilizado nas fezes. Porém, vômitos e diarreia (fezes 
demasiadamente aquosas) podem tornar se uma emergência quando as secreções do canal alimentar, 
que comumente seriam absorvidas, são desperdiçadas para o meio externo. Em casos graves, esse 
líquido inutilizado pode reduzir o volume do líquido extracelular a ponto de o sistema cardiovascular 
ser impossibilitado de conservar a pressão do sangue apropriada.
Um desafio final que o sistema digestório encara é o de afastar agressores externos. De maneira 
oposta do que se concebe, a maior área de contato entre o meio interno e o mundo exterior está na luz 
do sistema digestório. Por conseguinte, o canal alimentar, com sua área de superfície total do tamanho 
aproximado de uma quadra de tênis, abarba diariamente a agitação entre a necessidade de absorver 
água e nutrientes e a necessidade de impedir que bactérias, vírus e outros patógenos adentrem no 
corpo. Para esse propósito, o epitélio transportador do canal alimentar é amparado por um conjunto de 
mecanismos fisiológicos de defesa, abrangendo muco, enzimas digestórias, ácido e a maior coletânea 
de tecido linfático do corpo humano, o tecido linfático agregado ao intestino. Cerca de 80% de todos 
os linfócitos do corpo estão localizados no intestino delgado.
14
Unidade I
Os órgãos endócrinos também fazem parte desse sistema e a seguir conheceremos suas localizações, 
características morfológicas e funcionais, assim como seus hormônios, que são lançados na corrente 
sanguínea e atingem determinados tecidos alvos.
O sistema urinário é a parte do aparelho urogenital responsável pela uropoese e pela condução, 
armazenamento e eliminação de urina. Esses são mecanismos fundamentais para a manutenção da 
homeostase, isto é, o estado de equilíbrio nas funções e na composição química dos fluídos, como o 
equilíbrio iônico do sangue e dos tecidos do corpo.
A urina, o mais compreensível dos fluidos corporais, sempre despertou interesse e seduziu a atenção 
dos indivíduos. Para os médicos, durante séculos foi a única janela que havia para o corpo humano e 
por esse motivo foi utilizada como principal recurso diagnóstico. A uroscopia se tornou um relevante 
símbolo da medicina por muitos anos e originou a medicina laboratorial ao se transformar na urinálise. 
Ao longo da história a urina apresentou uma impressionante diversidade de usos médicos e práticos. Dos 
antigos romanos que coletavam a urina em mictórios públicos e a usavam para a lavagem das roupas ao 
uso terapêutico nas mais variadas situações, das picadas de animais peçonhentos e branqueamento dos 
dentes ao tratamento da gota e a produção de medicamentos para combater os sintomas da menopausa.
A seguir será estudado também o aparelho reprodutor. A expectativade vida média de um ser 
humano pode ser medida em décadas, porém, a espécie humana tem sobrevivido por milhões de anos 
graças à atividade do sistema genital. Ele é responsável pela reprodução sexual, o processo pelo qual 
os organismos geram a prole, por meio da união de células germinativas ou sexuais, chamadas de 
gametas (do grego, gameta, esposa ou esposo). Homens e mulheres possuem órgãos sexuais distintos, 
que são adaptados para a produção de gametas, facilitando a fertilização e, nas mulheres, sustentando 
o crescimento do embrião e do feto.
Há uma longa história de mal-entendidos e mitos acerca da reprodução humana, especialmente do sistema 
genital feminino. Antigamente, o útero era considerado a estrutura mais relevante da anatomia reprodutiva 
feminina. Uma das primeiras representações dele surgiu nos hieróglifos egípcios antigos (2900 a.C.), que 
mostravam que era dele que uma criança nascia. O fato de a mulher ser a responsável pela próxima geração 
era suficiente para o estabelecimento de sua relevância para a sociedade, a qual, contudo, também impôs duras 
restrições sobre elas, que tornaram difícil, senão impossível, uma compreensão maior sobre o assunto.
Até o Renascimento, os costumes e as maneiras ditavam que o corpo de uma mulher não podia 
ser representado a menos que estivesse completamente vestido. Lamentavelmente, ainda hoje as 
associações feitas em tempos remotos e que delinearam um destino para as mulheres com base na 
anatomia peculiar ao seu sexo ainda afetam o modo pelo qual elas são encaradas.
O filósofo grego Platão postulou que o útero sem uso se tornava indigno e vagava pelo corpo, 
inibindo os espíritos do corpo ou a força vital e produzia doenças. O raciocínio de Aristóteles foi 
igualmente fantasioso. Foi ele que, assim como os outros do seu tempo, acreditava que as mulheres 
eram irracionais e propensas a explosões emocionais. Daí surgiu a nomenclatura para o útero, hystera 
(ustera). Seu conceito de que excitabilidade ou instabilidade emocional era do domínio das mulheres foi 
confirmado por outra palavra cunhada pelos gregos: histeria.
15
ANATOMIA DOS SISTEMAS
O sistema tegumentar também será estudado a seguir. Ao longo da história da humanidade a pintura 
da pele do rosto e de algumas partes do corpo humano foi usada, como na Antiguidade. E é ainda hoje 
em determinadas regiões geográficas para discernir tribos e dentro da mesma tribo como, por exemplo, 
símbolo hierárquico (cacique) ou habilidade especial (pajé).
Os seres humanos, desde os tempos do homem das cavernas, viviam com a maior parte do tegumento 
exposta durante períodos mais ou menos longos, cuja duração possivelmente se relacionava com o 
clima e suas variações. Já para se proteger do frio o homem costumava cobrir o corpo.
Com o passar dos tempos, em virtude de diversos fatores, a espécie humana passou a cobrir-se 
cada vez mais, diminuindo a pele exposta, até que sobraram apenas o rosto e as mãos com a superfície 
cutânea visível. Há ainda povos em que a face das mulheres é escondida e numerosos são os homens 
que a escondem com a barba crescida.
1 SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO
1.1 Sistema digestório
1.1.1 Parte supradiafragmática
O sistema digestório consiste de um canal alimentar ligado em níveis contínuos com um conjunto de 
órgãos anexos. O papel fundamental do sistema digestório é conseguir, a partir dos alimentos, as moléculas 
imprescindíveis para a manutenção, o crescimento e outras necessidades energéticas do corpo humano. 
Esse sistema pode ser dividido em duas partes principais: supradiafragmática e infradiafragmática. 
A parte supradiafragmática do sistema digestório corresponde às estruturas anatômicas situadas acima 
do diafragma, enquanto em sua parte infradiafragmática encontram-se as estruturas anatômicas 
localizadas abaixo do diafragma.
O canal alimentar, cujo comprimento medido no cadáver é de aproximadamente 9 metros de 
extensão, é composto de um tubo oco, que se estende da boca ao ânus. As estruturas anatômicas do 
canal alimentar abrangem: a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino 
grosso, o reto e o ânus. Já os órgãos anexos compreendem os dentes, a língua, as glândulas da boca, o 
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
Para que possamos ter o bom emprego das substâncias alimentares, o sistema digestório deve 
processar várias ações que incidem em processos mecânicos e químicos da digestão. De tal modo, 
nesses processos envolvidos na digestão há a mastigação, a deglutição, o peristaltismo, a digestão, a 
absorção, o armazenamento e a eliminação dos resíduos.
A mastigação, (do grego, mastichan, ranger os dentes) destina-se à desintegração parcial dos 
alimentos que se executa na boca. Os movimentos mastigatórios reduzem o tamanho dos alimentos e 
mistura-os com a saliva.
16
Unidade I
A deglutição, (do latim, deglutire, engolir) incide no transporte dos alimentos por meio da faringe 
para o esôfago, o que requer a participação de vários movimentos musculares, e dos quais enfatiza em 
relevância a ascensão da laringe, impossibilitando, assim, que substâncias nutritivas se encaminhem 
para as vias aéreas e de maneira oposta, permanentemente abertas ao trânsito do ar.
O peristaltismo, (do grego, peri, em torno; stellein, comprimir) consiste em contrações rítmicas 
semelhantes às ondas que movem o alimento por meio do canal alimentar.
No estômago e duodeno acontecerá a digestão, momento em que há o desdobramento das 
substâncias alimentares em moléculas mais simples.
Por fim, ocorre a absorção que se processa especialmente no restante do intestino delgado, enquanto 
o intestino grosso serve de receptáculo passageiro aos resíduos não aproveitáveis, até o momento de 
serem excluídos pela defecação.
1.1.1.1 A boca e os anexos
A boca, também referida como cavidade oral, representa a porta de entrada do sistema digestório. 
Além da função mastigatória, participa ativamente da fonação, da sensação do paladar e como via 
aérea acessória. Do ponto de vista anatômico, a cavidade oral é delimitada anteriormente pelos lábios, 
lateralmente pelas bochechas, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e assoalho da boca 
e posteriormente pelo istmo das fauces e parte do palato mole.
A mucosa que reveste a cavidade oral pode ser de três tipos: revestimento, mastigatória e especializada. 
A mucosa de revestimento se distribui em toda a região que não é sujeitada a um grande empenho 
durante a mastigação. É vista na bochecha, nos lábios, no assoalho da boca, no palato mole, em parte 
do osso alveolar e na face inferior da língua. Já a mucosa mastigatória é espessada por uma camada de 
queratina e apresenta uma coloração menos intensa que a mucosa de revestimento. Está simbolizada 
pela gengiva e pelo revestimento do palato duro. Enfim, a mucosa especializada é a que forra o dorso da 
língua. O forramento dos dois terços anteriores possui papilas com papéis gustativos. No terço posterior 
se deparam nódulos linfáticos que desempenham a defesa contra agentes patogênicos.
Para finalidades descritivas, a cavidade oral é subdividida em duas partes principais: a parte externa, 
o vestíbulo da boca; e a parte interna, a cavidade própria da boca.
 Lembrete
O vestíbulo da boca é o espaço composto entre os lábios, as bochechas 
e os dentes em oclusão.
Os lábios da boca, superior e inferior, de natureza muscular, são ricamente irrigados e guardam a 
entrada da cavidade oral. São formados por quatro camadas sobrepostas intimamente relacionadas. 
A mais externa é composta de pele, onde são encontrados numerosos folículos pilosos e glândulas 
17
ANATOMIA DOS SISTEMAS
sudoríparas. Profundo a ela, há uma camada muscular formada em sua maior parte pelo músculo 
orbicular da boca. Em seguida, observa-se uma camada submucosa, abrangendo glândulas salivares 
menores, como as glândulas labiais em toda a sua extensão, cujos ductos de excreção abrem-se na 
mucosa labial. A camada mais interna é representada pelo tecido mucosoque forra os lábios.
A parte vermelha dos lábios, cuja coloração se deve ao rico leito vascular, é chamada de margem vermelha. 
Os dois lábios da boca se unem lateralmente ao nível do ângulo da boca. Nesse local, observa-se uma discreta 
depressão chamada de comissura dos lábios. A rima da boca é uma zona localizada entre o lábio superior e o 
lábio inferior, que pode permanecer aberta ou fechada, quando os dois lábios estão em contato.
A comissura dos lábios pode ter modificações, relacionadas com hipovitaminoses e com a redução 
da dimensão vertical da oclusão, chamada de queilite angular.
A fenda labial, unilateral ou bilateral, é uma malformação congênita que afeta o lábio superior. 
Pode ser uma pequena fissura da margem livre do lábio, ou envolvê-lo totalmente até o nariz. Às vezes, 
estende-se intensamente e continua-se com fendas do palato, chamada de fissura labiopalatal.
Uma doença grave, mas que não atinge o lábio muito ocasionalmente, especialmente o inferior de 
indivíduos do sexo masculino, é o carcinoma, causado principalmente por exposição exagerada ao sol.
 Observação
O limite lateral do lábio superior é composto pelo sulco nasolabial, que 
se estende desde a comissura dos lábios até a asa do nariz. Uma ligeira 
depressão vertical rasa, situada na linha mediana do lábio superior, e 
inferiormente ao septo do nariz, é chamada de filtro. Logo após do filtro 
encontra-se o tubérculo, uma saliência volumosa de tamanho variável 
na margem vermelha. O lábio inferior é separado do mento pelo sulco 
labiomentual. Outro sulco, o labiomarginal, é uma ruga característica dos 
adultos que vai do ângulo da boca à base da mandíbula.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas localizadas na boca.
Filtro
Margem vermelha
Comissura dos lábios
Zona vermelha
Margem vermelha
Lábio inferior
Tubérculo
Lábio superior
Figura 1 – Detalhes do lábio na região oral
18
Unidade I
A glândula parótida lança suas secreções salivares no vestíbulo da boca por meio de uma pequena 
abertura em frente ao segundo molar maxilar. Essa abertura apresenta uma elevação da mucosa e é 
chamada de ducto parotídeo ou ducto de Stenon. Quando ferida inadvertidamente pela oclusão dos 
dentes molares, inflama-se e incha. Diversas outras glândulas salivares menores têm nomes regionais, 
por exemplo, as glândulas da bochecha e as labiais, que também lançam suas secreções no vestíbulo da 
boca por meio de aberturas microscópicas.
Na maior parte dos indivíduos existem pequenas glândulas sebáceas, não funcionais, de coloração 
amarelada, que ficaram presas na mucosa durante o desenvolvimento, portanto, não apresentam 
qualquer patologia associada. São chamadas de grânulos de Fordyce, considerados variações anatômicas, 
sendo também encontrados na mucosa da bochecha.
No fórnice do vestíbulo, região no plano mediano do vestíbulo da boca, há a presença de duas pregas 
da mucosa: os frênulos do lábio superior e inferior. Na região da bochecha essas pregas chamam-se de 
frênulo lateral ou bridas.
A estratigrafia da bochecha possui quatro camadas caracterizadas sobrepostas entre si. Externamente 
existe uma camada delgada de pele ricamente irrigada. Essa característica anatômica explica a mudança 
para uma cor avermelhada relativamente rápida da região, especialmente durante as atividades físicas, 
em temperaturas ambientais baixas, e em modificações emocionais instantâneas, por exemplo, quando 
o indivíduo fica encabulado.
Sobreposta à camada cutânea está localizado o estrato formado por tecido celular subcutâneo, que 
possui quantidade alterável de tecido adiposo conforme a morfologia de cada indivíduo. Nas crianças e 
em indivíduos obesos a quantidade de gordura subcutânea é mais vultosa.
Um acúmulo específico de tecido adiposo dessa camada é o corpo adiposo da bochecha, ou corpo 
adiposo de Bichat. Essencialmente, apresenta a função de preenchimento dos tecidos, contudo, também 
exerce papel funcional durante os movimentos de sucção do recém-nascido.
Subjacente ao plano subcutâneo está uma camada de tecido muscular recoberta por sua fáscia. 
Essa camada é representada pelo músculo estriado esquelético, chamado de músculo bucinador. A ação 
do músculo bucinador é tracionar o ângulo da boca em sentido posterior, apertando a bochecha contra 
os arcos dentais. É por isso que um músculo auxilia os músculos da mastigação, pois ele ajuda na mistura 
dos alimentos para imediata deglutição. Igualmente, age ainda no sopro e no movimento de sucção. 
Por fim, a camada mais interna da bochecha é forrada por tecido mucoso.
A cavidade própria da boca é a parte da cavidade oral que se localiza internamente ao arco dental 
da maxila e da mandíbula, abrangendo a gengiva que os compreende.
O limite anterolateral da cavidade própria da boca é composto pela superfície dos dentes e a gengiva. 
Seu limite póstero-superior é composto pela parte vertical do palato mole e pelo pilar anterior das 
fauces, chamado de arco palatoglosso. Esse arco abrange o músculo palatoglosso e a mucosa oral que a 
forra, e se estende do palato mole até os lados da base da língua. Por fim, seu limite superior é composto 
pelo palato duro, enquanto o inferior é a parte muscular da língua.
19
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Dentes maxilares
Palatino
Lingual
Labial
Cavidade prórpia da boca
Bucal
Dentes mandibulares
Figura 2 – Cavidade própria da boca
A cavidade oral comunica-se com a parte oral da faringe por meio do istmo das fauces. É limitado 
superiormente pelo palato mole, inferiormente pela raiz da língua e lateralmente pelos arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo. Esses arcos delimitam de cada lado um espaço de formato triangular 
com base inferior, chamada de fossa tonsilar. Nela é encontrada uma estrutura anatômica composta 
de tecido linfático chamada de tonsila palatina, conforme ilustra a figura a seguir.
Fauces
Túber
Prega pterigomandibular
Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina
Arco palatoglosso
Papila retromolar
Dorso da língua
Parte oral da faringe
Úvula
Palato mole
Palato duro
Figura 3 – Cavidade oral e parte oral da faringe
As tonsilas palatinas apresentam aspecto ovoide e diversas vezes podem alterar de tamanho. 
Sua superfície tem formato granuloso com inúmeras invaginações que correspondem às criptas da tonsila.
Em companhia das tonsilas linguais, as tonsilas faríngeas e outros pequenos nódulos linfáticos que 
se juntam compõem o anel linfático da faringe, anteriormente relatado como anel linfático de Waldeyer. 
Essas estruturas anatômicas funcionam como o primeiro obstáculo de defesa do corpo humano contra 
os agentes patogênicos que adentram pelas cavidades nasal e oral.
O palato compõe o teto da cavidade oral, separando as duas cavidades, nasal e oral. É formado pelo 
palato duro, ósseo e anterior e pelo palato mole, muscular e posterior.
20
Unidade I
As pregas palatinas encontradas no palato são estruturas anatômicas remanescentes nos seres 
humanos, porém, em alguns animais inferiores desempenham papéis acessórios de mastigação e 
sensitivas especiais. No palato mole depara-se com uma saliência cônica e mediana, a úvula palatina.
 Observação
A parte posterior do palato mole é sensível ao toque e vômitos podem 
ser motivados por estimulação nessa área.
O assoalho da boca está coberto por uma mucosa de revestimento e subjacente, a mucosa de 
revestimento depara-se com relevantes estruturas anatômicas: a glândula sublingual, os ductos 
de excreção salivar das glândulas submandibular e sublingual, a artéria sublingual, a veia sublingual, o 
nervo lingual, e o nervo hipoglosso.
Superficialmente no assoalho da boca vê-se na linha mediana uma prega fina que se estende até 
a face inferior da língua, chamada de frênulo da língua, conforme ilustra a figura a seguir. Quando 
o frênulo da língua é muito curto, ou sua inserção se faz próximo ao ápice da língua, tem-se uma 
condição chamada como anquiloglossia, vulgarmente conhecida como língua presa. Esse quadro clínico 
restringe espantosamente a movimentação da língua,trazendo muitas vezes dificuldades fonéticas.
Frênulo da língua
Prega sublingual
Carúncula sublingual
Dentes anteriores 
da mandíbula
Figura 4 – Detalhes do assoalho da cavidade oral
Lateralmente, de cada lado do frênulo da língua, existe uma pequena papila, designada de carúncula 
sublingual, onde se abre o ducto submandibular, ou ducto de Wharton, e o ducto sublingual.
O órgão mais notável no assoalho da boca é a língua. Ela é a mais evidente das estruturas anatômicas 
da cavidade oral e está relacionada à fonação, à mastigação, à deglutição, à gustação à própria articulação 
das palavras. A língua ocupa quase todo o espaço da cavidade própria da boca, quando os dentes estão 
em oclusão. É composta essencialmente por tecido muscular esquelético que lhe concede extraordinária 
mobilidade. Possui um corpo, um ápice, uma raiz, duas margens, além de uma face superior e uma face 
inferior. A extremidade anterior do corpo da língua é o ápice. A parte lateral da língua representa a sua 
margem. A face superior da língua corresponde ao seu dorso.
21
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Papilas 
folhadas
Corpo da 
língua
Raiz da 
língua
Margem da 
língua
Dorso da 
língua
Lábio 
superior
Figura 5 – Detalhes da língua em vista lateral
O dorso da língua tem seus dois terços anteriores separados do posterior pelo sulco terminal, que 
apresenta o formato de V, de abertura anterior e vértice mediano, coincidindo com o forame cego. Todas 
as estruturas anatômicas anteriormente localizadas a essa linha situam-se na cavidade oral e todas as 
estruturas anatômicas posteriores, na faringe.
O um terço posterior, que é a raiz da língua, é vertical e volta-se para a faringe. A sua mucosa cobre 
massas de tecido linfoide que constituem relevos superficiais. Ao seu conjunto dá-se o nome de tonsila 
lingual. A mucosa cobre também as pequenas glândulas linguais. A base da língua une-se à epiglote por 
três pregas mucosas, uma mediana e duas laterais. Cada prega glossoepiglótica lateral restringe, com a 
prega glossoepiglótica mediana, uma depressão chamada de valécula epiglótica.
Os dois terços anteriores do dorso da língua possuem uma mucosa rugosa em virtude da presença 
das papilas linguais. As papilas linguais podem ser divididas em: papilas circunvaladas, filiformes, 
fungiformes e folhadas.
Anteriormente e ao longo do sulco terminal há uma cadeia de 7 a 14 papilas circunvaladas. 
As circunvaladas apresentam corpúsculos gustativos e acolhem os ductos das glândulas serosas de von 
Ebner, um dos poucos grupos de glândulas salivares menores acessórias que tem denominação.
As papilas filiformes são as mais numerosas e conferem à mucosa do dorso da língua um aspecto 
de veludo. São as únicas papilas linguais que não possuem receptores gustativos, porém, possuem 
corpúsculos do tato.
As papilas fungiformes estão dispostas entre as papilas filiformes, surgindo em número muito menor 
do que as papilas filiformes. Devem seu nome ao aspecto de cogumelo que adquirem. São encontradas, 
especialmente, no ápice e nos lados dorso da língua. Nos indivíduos vivos podem ser distinguidas como 
pontos vermelhos luminosos.
A margem posterolateral dos dois terços anteriores da língua apresenta sulcos verticais chamados de 
papilas folhadas, cujos corpúsculos gustativos sofrem degeneração após alguns anos de vida.
22
Unidade I
 Observação
A língua saburrosa pode acontecer em indivíduos fumantes e também 
por conta de infecções respiratórias, bucais e febre. A higienização da língua 
é muito importante e previne, dentre outros fatores, a halitose.
O câncer de língua é o câncer mais frequente da cavidade oral. Aproximadamente 95% dos casos 
de cânceres situados na língua e no assoalho da boca são carcinomas de células escamosas e estão 
correlacionados com uma longa história de utilização de álcool e de tabaco.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas encontradas na língua.
Epiglote
Tonsila palatina
Forame cego
Sulco terminal
Papilas fungiformes
Ápice da língua
Papilas filiformes
Papilas circunvaladas
Tonsila lingual
Sulco mediano da língua
Figura 6 – Detalhes do corpo e raiz da língua
Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e implantados nos arcos dentais da 
maxila e da mandíbula, que exercem os seguintes papéis:
• Preensão das substâncias alimentares conseguida pela ação conjunta dos dentes incisivos e 
dos lábios.
• Incisão dos alimentos, corte deles em partículas menores.
• Dilaceração dos alimentos, rasgo e diminuição das substâncias alimentares em partículas 
menos compactas.
• Trituração e moeção dos alimentos.
• Articulação das palavras ou da fala.
Conforme os tipos de dentes e o número de dentições, o ser humano é classificado como um 
mamífero heterodonte, por apresentar dentes de formas distintas, possibilitando a realização de papéis 
distintos para cada dente ou grupo de dentes. Sob esse aspecto, os dentes são divididos em:
23
ANATOMIA DOS SISTEMAS
• Incisivos: do latim, incidire, cortar, são os que seccionam o alimento.
• Caninos: têm por finalidade dilacerar os alimentos.
• Pré-molares: esmagam os alimentos como se fossem prensas.
• Molares: trituram as substâncias mastigadas.
Os dentes do ser humano são decíduos e permanentes e, ainda, é considerado um animal 
difiodonte, ou seja, habitualmente apresenta dois conjuntos de dentes que se desenvolvem ao longo 
da vida de um indivíduo.
Os dentes decíduos são pouco calcificados em relação aos dentes permanentes e, como tais, são 
brancos como o leite. Os dentes permanentes, com maior índice de sais calcários, são brancos puxados para 
o amarelo. É a dentina que atribui a cor ao dente, já que o esmalte é praticamente incolor e transparente.
Do ponto de vista puramente descritivo, o dente apresenta uma parte visível e funcional na 
mastigação, a coroa do dente. O dente não é um órgão compacto, em seu interior há uma cavidade 
que reproduz sua morfologia exterior. Essa é a cavidade pulpar, a qual possui duas partes: a cavidade da 
coroa e o canal da raiz do dente.
Nenhum dente está presente funcionalmente na cavidade oral no nascimento. A primeira série de 
dentes compõe a dentição decídua. Esses dentes surgem nos primeiros dois anos e aproximadamente na 
seguinte ordem: incisivos inferiores (6 a 7 meses de idade); incisivos superiores (7 a 9 meses de idade); 
caninos (16 a 18 meses de idade); molares, primeiro (12 a 24 meses de idade) e segundo (20 a 24 meses 
de idade). Dessa forma, os dentes decíduos são em número de 20.
A segunda série de dentes compõe a dentição permanente. Os dentes permanentes fazem a sua 
erupção entre os 6 e 13 anos de idade, com exceção do terceiro molar. Os dentes permanentes realizam 
a sua erupção aproximadamente na seguinte ordem: incisivos (6 a 9 anos de idade); caninos (9 a 12 anos 
de idade); pré-molares, primeiro (10 a 12 anos de idade) e segundo (11 a 12 anos de idade); molares, 
primeiro (6 a 7 anos de idade), segundo (11 a 13 anos de idade) e terceiro (18 a 21 anos de idade). 
Popularmente é reconhecido que a partir dos 18 anos os indivíduos tornam-se mais ajuizados, daí o 
nome popular para os terceiros molares “dente do juízo”. Os dentes permanentes são em número de 32.
O termo dentição mista é utilizado para se referir ao período no qual, ao mesmo tempo, permanecem 
os dentes decíduos e permanentes na cavidade oral.
O verme do dente como demônio do inferno é uma escultura do século XVIII, com pouco mais de 
10 centímetros e esculpida em marfim. Ela retrata o tormento infernal de uma dor de dente, provocada 
pela batalha entre o homem e o verme.
24
Unidade I
Figura 7 – Verme dos dentes
As glândulas da boca liberam uma secreção chamada saliva na cavidade oral. Comumente, é 
secretada apenas uma quantidade satisfatória de saliva para manter as túnicas mucosas da boca e da 
faringe umedecidas e para limpar a boca e os dentes. Quando o alimento adentra na boca, conquanto, a 
secreção de saliva eleva e o lubrifica, dissolvendo-o e começando a decomposição químicado alimento.
A glândula parótida, conforme ilustra a figura a seguir, é a mais volumosa dentre as glândulas salivares 
maiores (parótida, submandibular e sublingual). Ela está localizada na região lateral da face, no leito 
parotídeo. Como a glândula é acomodada no interior de um espaço irregular, ela também possui uma 
forma irregular. A parte superficial da glândula estende-se superiormente sobre o principal músculo da 
mastigação, em que uma parte acessória da glândula pode ser independente da estrutura principal.
Glândula salivar parótida
M. masseter
Glândula salivar submandibular
M. bucinador
Ducto parotídeo
Figura 8 – Glândula parótida e sua relação anatômica
Emergindo da parte anterior da parte mais superficial da glândula está localizado o ducto parotídeo 
ou ducto de Stenon, que prossegue anteriormente passando superficialmente ao músculo masseter em 
seu percurso em direção ao vestíbulo da boca. Ele libera a secreção salivar na papila do ducto parotídeo 
ao nível do segundo dente molar maxilar.
25
ANATOMIA DOS SISTEMAS
 Observação
A caxumba, uma infecção viral que causa inflamação aguda e aumento 
do volume da glândula parótida, comprime a inervação local e produz 
muita dor à medida que a glândula é pressionada durante a mastigação. 
Em algumas condições, pode acontecer otite, inflamação dos testículos, 
pancreatite e encefalite. Felizmente, essa situação foi quase completamente 
erradicada como resultado da vacinação.
As glândulas submandibulares estão situadas no assoalho da boca. Seus ductos, os submandibulares, 
passam sob a túnica mucosa em ambos os lados da linha média do assoalho da boca e adentram na 
cavidade própria da boca lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais estão abaixo da 
língua e superiormente às glândulas submandibulares. Seus ductos, os sublinguais menores, se abrem 
no assoalho da boca na cavidade própria da boca.
1.1.1.2 Faringe
A faringe é uma víscera composta de um tubo fibromuscular, situado atrás das cavidades oral, 
nasal e laríngea. Representa o extremo superior dos tubos respiratório e digestório, e se comunica 
inferiormente com o esôfago. Ela transporta os alimentos ao esôfago e o ar à laringe. Como visto no 
sistema respiratório, anatomicamente a faringe é dividida em três partes: nasal da faringe, oral da 
faringe e laríngea da faringe.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço.
Canal medular
Parte oral da farínge
Epiglote
Disco intervertebral
Corpo da vértebra cervival
Esôfago Laringe
Parte laríngea da faringe
Mandíbula
Língua
Cavidade oral
Parte nasal da faringe
Cavidade nasal
Seio esfenoidal
Seio frontal
Figura 9 – Vista medial da cabeça e do pescoço com plano de secção sagital
26
Unidade I
1.1.1.3 O esôfago
O esôfago é, funcionalmente, o segmento mais simples do canal alimentar. Sua única finalidade é 
o transporte de materiais líquidos ou sólidos da faringe para o estômago. Seu comprimento alcança 
no ser humano adulto aproximadamente 25 centímetros e, se considerada a distância entre os dentes 
incisivos e o estômago, há, aproximadamente, 40 centímetros antes do alimento adentrar nessa víscera 
do sistema digestório. O esôfago é dividido em três partes: parte cervical, no adulto tem cerca de 
8 centímetros de comprimento; parte torácica, no adulto com cerca de 16 centímetros; e parte abdominal, 
no adulto com cerca de 1 a 3 centímetros. No ser humano, um terço do esôfago é constituído de 
músculo estriado esquelético e dois terços inferiores são constituídos por músculos lisos.
 Lembrete
Uma parte do sistema digestório está localizada acima do diafragma. 
É a parte supradiafragmática, que compreende a boca e os anexos, a faringe 
e a maior parte do esôfago.
Os estreitamentos esofágicos são causados por suas relações sintópicas. O primeiro estreitamento é 
observado na transição entre a faringe e o esôfago, ao nível da margem inferior da cartilagem cricoide, o 
estreitamento cricoide, e compõe o esfíncter esofágico superior. O segundo e o terceiro são observados 
quando o esôfago é cruzado pela aorta, o estreitamento aórtico, e pelo brônquio principal esquerdo, 
o estreitamento brônquico, sendo que sua esqueletopia corresponde a T5. Seu quarto estreitamento é 
observado próximo a 3 centímetros de sua terminação na cárdia do estômago, o estreitamento cárdico. 
Esse estreitamento é dado pela contração das fibras musculares lisas do órgão, não sendo originado de 
sua relação com o diafragma, ainda que alguns autores o denominem estreitamento diafragmático.
A deglutição, ou ato de engolir, é o complexo ato mecânico e fisiológico de mover o alimento ou o líquido 
da cavidade oral para o estômago. A primeira fase da deglutição é voluntária e vem após a mastigação, se 
existir alimento envolvido. 
Durante essa primeira fase, a boca está fechada e a respiração é cessada provisoriamente. O bolo 
alimentar é formado quando a língua é erguida contra as pregas palatinas transversas, ou as pregas 
rugosas do palato duro. 
A segunda fase da deglutição é a passagem do bolo alimentar para a faringe. Os episódios dessa segunda 
fase são involuntários e ocorrem por estimulação dos receptores sensitivos situados na abertura da parte 
oral da faringe. A pressão da língua contra as pregas palatinas transversas fecha a parte nasal da faringe em 
relação à cavidade oral, gera uma pressão e força o bolo alimentar para o interior da parte oral da faringe. 
O palato mole e a úvula palatina são erguidos para fechar a parte nasal da faringe, quando o bolo alimentar 
passa. O osso hioide e a laringe também são erguidos. A elevação da laringe contra a epiglote fecha a glote 
de maneira que seja menos provável que o alimento ou o líquido possam adentrar na traqueia. A imediata 
contração dos músculos constritores da faringe desloca o bolo alimentar da faringe para o esôfago. A segunda 
fase é terminada em menos de um segundo ou menos. 
27
ANATOMIA DOS SISTEMAS
A terceira fase da deglutição, a entrada e a passagem do alimento pelo esôfago também é involuntária. 
O bolo alimentar é movido pelo esôfago por meio de ondas peristálticas. No caso de líquidos, o processo 
inteiro da deglutição se executa em pouco mais do que um segundo. Para um bolo alimentar típico, o tempo 
varia de 5 a 8 segundos.
No contexto de uma incompetência do esfíncter inferior do esôfago, acontece refluxo de suco 
gástrico para o esôfago. Isso pode gerar a inflamação do esôfago em virtude da presença nociva de 
ácido clorídrico no suco gástrico. Tal esofagite de refluxo pode gerar dores, azia ou queimação que, 
comumente, depende da postura do paciente, ocorrendo, especialmente, quando o paciente está 
deitado. Sob o ponto de vista terapêutico, em casos leves de refluxos, são tomadas as medidas gerais, 
por exemplo, a eliminação de alimentos desencadeadores e a redução de peso. Na esofagite de refluxo 
os medicamentos antiácidos são imprescindíveis.
 Saiba mais
Se o esfíncter do esôfago inferior não se fecha satisfatoriamente após o 
alimento ter adentrado no estômago, o conteúdo do estômago pode voltar para 
a parte inferior do esôfago, causando refluxo. Saiba mais sobre o assunto em:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 
14. ed. São Paulo: Guanabara-Koogan, 2016, p. 908.
1.1.2 Parte infradiafragmática
1.1.2.1 Estômago
O estômago está localizado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, 
superiormente ao duodeno e à esquerda do fígado. É moderadamente coberto pelas costelas e está 
situado no quadrante superior esquerdo do abdome, na região do hipocôndrio esquerdo.
Ele apresenta o formato de J, sendo o segmento mais dilatado do canal alimentar, em virtude de o alimento 
ficar nele por algum tempo, por isso trata-se de um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado.
O estômago é divido anatomicamente em quatro regiões principais: a cárdia, o fundo gástrico, 
o corpo gástrico e a parte pilórica do estômago. A cárdia recebe a partefinal do esôfago e 
contorna o óstio cárdico do estômago, o qual tem como papel controlar a passagem do alimento 
e impedir o refluxo.
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Unidade I
Esôfago – parte cervical
Esôfago – parte torácica
Esôfago – parte abdominal
Estômago – cardia
Estômago – canal pilórico
Estômago – antro pilórico
Estômago – corpo gástrico
Estômago – fundo gástrico
Figura 10 – Vista anterior do estômago e do esôfago
Apesar do nome, o fundo gástrico localiza-se no alto, acima do ponto onde se realiza a união do esôfago 
com o estômago. Essa parte está comumente dilatada por ar, tornando-se responsável pelo som timpânico na 
realização de exames clínicos e complementares, por exemplo, a percussão dessa região, e também visível em 
radiografias, como uma área escura acima da sombra clara da substância de contraste ingerida.
 Observação
As úlceras e os tumores modificam a morfologia normal da mucosa do 
estômago, o que pode ser observado em radiografias e endoscopias.
O corpo gástrico representa aproximadamente dois terços do volume total, localizando-se entre o 
fundo gástrico e o antro pilórico, que contém as glândulas gástricas propriamente ditas. É constituído 
da parte pilórica e da região afunilada de saída do estômago; e uma parte larga, o antro pilórico, que 
leva ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. Para evitar que o quimo alimentar passe ao intestino 
delgado inoportunamente, o estômago é beneficiado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro, sendo o seu orifício de saída do estômago, o óstio pilórico. O piloro é um adensamento 
proeminente da lâmina circular de músculo liso.
O estômago possui ainda duas curvaturas: a curvatura maior do estômago (convexa) e a curvatura 
menor do estômago (côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor 
que sugere a união do corpo do estômago e a parte pilórica do estômago.
As relações do estômago são variáveis porque a posição do órgão se altera com a fase fisiológica, 
com a postura do indivíduo e com os fatores gerais de variação anatômica. As relações anteriores 
incluem as que se observam com o diafragma, o fígado, a parede anterior do abdome, o colo transverso 
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
e a cavidade peritoneal. As relações posteriores se fazem com o diafragma, a glândula adrenal esquerda, 
o pâncreas, parte do rim esquerdo e o mesocolo transverso.
Estômago
Intestino delgado
Intestino grosso colo 
descendente
Intestino grosso colo 
ascendente
Intestino grosso colo 
transverso
Vesícula biliar
Fígado
Figura 11 – Vista anterior do esôfago e do estômago
Do ponto de vista fisiológico, o estômago está dividido em parte digestória e parte egestória, a 
primeira para a digestão e a segunda representada, especialmente, pela região do antro piloro, para 
a propulsão do conteúdo para o intestino delgado.
1.1.2.2 Intestino delgado
A principal parte da digestão acontece no intestino delgado, que se estende da união gastroduodenal, 
ou seja, do piloro até a união ileocecal, que se liga com o intestino grosso, conforme ilustra a figura 
a seguir. O intestino delgado é um órgão imprescindível à vida. Os essenciais episódios da digestão e 
da absorção acontecem no intestino delgado, desse modo, sua estrutura é harmonizada de maneira 
especial para esse papel. Sua extensão proporciona uma grande área de superfície para a digestão e a 
absorção, sendo ainda muito elevada por suas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
Jejuno
Colo descendente
Colo sigmoide
RetoCeco
Íleo
Colo ascendente
Colo transverso
Figura 12 – Vista anterior dos intestinos
30
Unidade I
O intestino delgado extraído possui aproximadamente 7 metros, podendo variar entre 5 e 8 metros. 
Ele apresenta três partes: duodeno, jejuno e íleo.
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, a mais curta (25 centímetros) e a mais larga. 
É a única parte do intestino delgado que é fixa, pois é quase completamente retroperitoneal. A parte 
pilórica despeja-se no duodeno, sendo a aceitação duodenal controlada pelo piloro. No duodeno não se 
apresenta o mesentério, com exceção nos 2 centímetros iniciais.
Ele forma uma letra C em torno da cabeça do pâncreas, inicia-se no piloro e acaba na junção 
duodenojejunal, que adquire a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
A mucosa duodenal tem pregas circulares de mucosa, as válvulas de Kerckring, com exceção 
no bulbo duodenal, cuja mucosa é lisa. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior 
(primeira parte, com aproximadamente 5 centímetros); a descendente (segunda parte, que varia 
de 7 a 10 centímetros); a horizontal (terceira parte, que varia de 6 a 8 centímetros); a ascendente 
(quarta parte, com aproximadamente 5 centímetros).
A parte superior do duodeno origina-se no piloro e estende-se até a vesícula biliar. Seus primeiros 
2 centímetros, chamado de bulbo ou ampola do duodeno, são móveis porque estão fixados por mesentério; 
o remanente é fixo, pois é retroperitoneal. As principais relações da parte superior do duodeno são: anterior 
(vesícula biliar e lobo quadrado do fígado) e posterior (ducto colédoco, pâncreas e veia porta).
A parte descendente do duodeno curva-se em torno da cabeça do pâncreas. Os ductos, colédoco e 
pancreático principal, se juntam para compor a ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater, que se 
abre na parede posteromedial da segunda parte do duodeno, no alto de uma eminência, chamada papila 
maior do duodeno.
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático por meio de um 
dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua parte final, chamado esfíncter da ampola 
hepatopancreática, ou esfíncter de Oddi.
O ducto pancreático acessório, quando há, desemboca na papila menor do duodeno, localizada 
superiormente (cerca de 2 centímetros) à papila maior do duodeno. Essa parte é totalmente 
retroperitoneal. As principais relações da parte descendente do duodeno são: anterior (colo transverso e 
alças do intestino delgado) e posterior (rim direito, ureter direito e músculo psoas maior).
A parte inferior ou horizontal do duodeno passa sobre a veia cava inferior e a parte abdominal da 
aorta. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: anterior (vasos mesentéricos superiores 
e alças intestinais), posterior (músculo psoas maior direito, veia cava inferior, parte abdominal da aorta e 
ureter direito) e superior pâncreas e vasos mesentéricos superiores.
A parte ascendente do duodeno atinge a margem inferior do pâncreas e ali se curva anteriormente 
para se conectar ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor 
do duodeno ou ligamento de Treitz, o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, promovendo 
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
a movimentação do conteúdo intestinal. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: 
anterior (alças do duodeno), posterior (músculo psoas maior esquerdo e margem esquerda da parede 
abdominal da aorta), medial e superior (pâncreas).
O jejuno e o íleo são as duas últimas partes do intestino delgado. Elas compõem um tubo longo 
e torcido, constituindo as alças intestinais, que são excessivamente móveis, pois estão envolvidas por 
pregas de peritônio, chamada de mesentério. É difícil distinguir o jejuno do íleo no ponto de transição, 
todavia, existem algumas características particulares a cada um.
Juntos, o jejuno e o íleo medem de 6 a 7 metros de comprimento, sendo o jejuno os dois quintos 
proximais e o íleo os três quintos distais. A maior parte do jejuno localiza-se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte no quadrante inferior direito.
O jejuno começa na flexura duodenojejunal e o íleo acaba na papila ileal. Os dois se prendem 
à parede posterior do abdome pelo mesentério. Nessa região se deparam com muitas vilosidades 
intestinais, daí deduz-se que em tal localidade ocorrerá a maior quantidade de absorção dos 
nutrientes. As massas de tecido linfoide são numerosas noíleo. Portanto, há absorção de água 
dos detritos indigeríveis do quimo líquido, transformando-o em fezes semissólidas que são 
transitoriamente contidas até que aconteça a defecação.
O quadro a seguir mostra algumas características peculiares ao jejuno e ao íleo.
Quadro 1 – Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo
Característica Jejuno Íleo
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro
Calibre 2-4 centímetros 2-3 centímetros
Parede Espessa e pesada Fina e leve
Vascularização Maior Menor
Gordura do mesentério Menor Maior
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e esparsas, ausentes na parte distal
Tecido linfoide Poucas Muitas
Adaptado de: Moore (2007, p. 455).
1.1.2.3 Intestino grosso
O intestino grosso absorve água com tanta agilidade que, aproximadamente em 14 horas, o conteúdo 
alimentar assume a firmeza característica do bolo fecal. Mede aproximadamente 6,5 centímetros de 
diâmetro e 1,5 metro de comprimento. Se expande do íleo até o reto e está preso à parede posterior do 
abdome por meio do mesocolo.
O intestino grosso possui algumas características próprias em relação ao intestino delgado, por 
exemplo, o calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias do colo, as saculações do colo, os sulcos 
paracólicos, as pregas semilunares e os apêndices omentais do colo.
32
Unidade I
As tênias do colo consistem no resultado de um condensamento da musculatura longitudinal 
da parede do intestino grosso em três faixas. Elas começam no ponto de implantação do apêndice 
vermiforme, no ceco, e percorrem todo o colo até a parte proximal do reto, momento em que deixam de 
existir. São três os tipos de tênias do colo: a tênia livre, a tênia omental e a tênia mesocólica.
As saculações do colo são encurvaturas ampulares separadas por sulcos transversais. Os apêndices 
omentais do colo são pequenos pêndulos de cor amarela formados por tecido conjuntivo farto em 
gordura. Surgem especialmente no colo sigmoide.
Anatomicamente, o intestino grosso é dividido em: ceco e o apêndice vermiforme, colo ascendente, 
colo transverso, colo descendente e colo sigmoide, conforme ilustra a figura a seguir.
Colo transverso
Mesentério
Colo descendente
Apêndice vermiformeCeco
Colo ascendente
Intestino delgado
Figura 13 – Vista anterior do intestino grosso
O ceco é a primeira parte do intestino grosso, localizado inferiormente à sua junção com o íleo. 
Ele está quase completamente envolvido pelo peritônio, proporcionando-lhe a autonomia de 
movimentação, no entanto, não apresenta mesentério. Comumente, o ceco está fixo à parede lateral do 
abdome por uma ou mais pregas cecais do peritônio. 
A entrada do íleo no ceco produz os lábios ileocólico (superior) e ileocecal (inferior) no óstio ileal, que 
compõem a papila ileal. As pregas deparam-se lateralmente, constituindo o frênulo do óstio ileal. Assim, 
os dois lábios formam a válvula íleo-cólico-cecal, que impossibilita e/ou restringe o refluxo do material 
oriundo do intestino delgado (mecanismo de um esfíncter ineficiente).
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ANATOMIA DOS SISTEMAS
Mesentério
Íleo
Apêndice vermiforme
Ceco
Colo ascendente
Figura 14 – Vista anterior dos intestinos
No fundo do ceco, encontra-se o apêndice vermiforme, que consiste em um divertículo intestinal cego, 
que mede aproximadamente 6 a 10 centímetros de comprimento. Ele apresenta massas de tecido linfoide.
O apêndice vermiforme origina-se na parede posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
Apresenta um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se alarga entre o apêndice e o ceco.
A posição do apêndice vermiforme é inconstante, contudo, em geral, é retrocecal. A melhor forma 
de encontrá-lo é seguir uma das tênias do colo, uma vez que está fixado no ceco em um ponto de 
convergências das tênias.
O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso, sendo a continuação do ceco. Expande-se 
desde a junção ileocecal até a flexura direita do colo, anteriormente ao rim direito e em contato com o 
lobo direito do fígado.
Está revestido por peritônio anteriormente e nas suas laterais, ficando, assim, praticamente imóvel. 
Está localizado posteriormente ao omento maior, portanto, é uma parte retroperitoneal. Entre o 
contorno lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco vertical profundo coberto 
por peritônio parietal, o sulco paracólico direito.
O colo transverso é a terceira do intestino grosso, mais longa (cerca de 45 centímetros) e com maior 
mobilidade das partes encontradas no intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita 
do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. 
A flexura esquerda do colo, habitualmente mais superior, é mais aguda e com menor mobilidade do 
que a flexura do colo direita. Assim, possui relações excessivamente alteráveis.
Uma ampla prega peritoneal, o mesocolo transverso, concede ao colo transverso extraordinária 
movimentação. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior.
34
Unidade I
O colo descendente passa retroperitonealmente a partir da flexura do colo esquerda para a fossa 
ilíaca esquerda, onde é sucessiva com o colo sigmoide. O sulco paracólico esquerdo localiza-se entre o 
seu contorno lateral e a parede abdominal. Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo.
O colo sigmoide é a quarta parte do intestino grosso, distinto por sua alça longa em forma de S, 
de comprimento variável (em média 40 centímetros). O colo sigmoide é conduzido ao plano sagital 
mediano, de tal forma que junta o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, 
aproximadamente a 15 centímetros do ânus, sugere a junção retossigmoide. Ele é muito móvel, em 
razão de um messosigmoide. Seus apêndices omentais são longos.
1.1.2.4 Reto e o ânus
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ao perfurar o diafragma pélvico (músculos 
levantadores do ânus) passa a ser chamado de canal anal. A parte mais dilatada do reto, a ampola do 
reto, é prontamente superior ao diafragma pélvico.
As principais relações do reto são:
• anterior, no sexo feminino (alças intestinais, útero e vagina);
• anterior, no sexo masculino (alças intestinais, bexiga urinária, glândulas seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes);
• posterior, ambos os sexos (artérias glúteas: superior e inferior, plexo sacral, músculos: piriforme 
e coccígeo);
• laterais, ambos os sexos (tecido adiposo).
 Observação
Na região do reto, o peritônio compõe as escavações retovesical, no 
sexo masculino; e retouterina ou fundo de saco de Douglas, no feminino.
O canal anal se expande do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente) 
e possui pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é idêntica à do reto, enquanto na parte inferior 
é revestido por pele, pois elas têm origens embriológicas distintas. Na junção desses dois tipos de 
revestimento vê-se a base de cinco a dez pregas verticais da mucosa, as colunas anais ou de Morgagni, 
que abrange ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas 
agrupam-se por uma prega da mucosa em formato de pente, chamadas de válvulas anais.
Entre as bases das colunas ligadas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os chamados seios anais, nos 
quais se ascendem os ductos de glândulas rudimentares, que liberam um muco que auxilia na defecação.
35
ANATOMIA DOS SISTEMAS
O limite inferior das válvulas, idênticos a um pente, forma a linha pectínea, que sugere a junção da 
parte superior com a parte inferior do canal anal.
Embora bastante curto, cerca de 3 centímetros de comprimento, é relevante por ter algumas 
formações eficazes para o funcionamento intestinal, das quais mencionam-se os esfíncteres anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e deriva de um adensamento de fibras musculares lisas 
circulares, sendo, por conseguinte, involuntário. O esfíncter anal externo é formado por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente

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