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resumo sistema disgestorio pdf modulo 1,2 e 3

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Descrição 
Anatomia do sistema digestório, correlacionada ao contexto clínico e cirúrgico. 
PROPÓSITO 
Conhecer os aspectos morfofuncionais do sistema digestório e seus constituintes é fundamental para o profissional de saúde. 
 
Introdução 
Os alimentos que ingerimos contêm uma variedade de nutrientes que são usados para construir novos 
tecidos corporais e reparar tecidos danificados. Também são vitais para a vida, porque são a nossa 
única fonte de energia. No entanto, a maior parte dos alimentos que comemos consiste em moléculas 
grandes demais para serem usadas pelas células do corpo. 
Por essa razão, os alimentos devem ser quebrados em moléculas pequenas o bastante para entrar nas 
células do corpo, cujo processo é conhecido como digestão. Os órgãos envolvidos na degradação e 
digestão dos alimentos participam do sistema digestório, cada um com uma função distinta. 
O sistema digestório é um sistema tubular que se inicia na cavidade oral e se estende até o ânus, e 
possui relações fundamentais com os sistemas respiratório e cardiovascular. 
O sistema digestório tem duas subdivisões anatômicas: o trato digestório e os órgãos acessórios. O 
trato é composto por um tubo musculomembranoso que se estende da boca ao ânus, que mede cerca 
de 5m de comprimento in vivo, mas, devido à perda de tônus muscular na morte, normalmente, tem 
cerca de 9m de comprimento no cadáver. É também conhecido como canal alimentar. Note na imagem 
a seguir que o baço está representado, porém, não possui papel no sistema digestório, somente 
relações anatômicas. 
 
 
Pertencem ao sistema digestório a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado e o intestino grosso. Parte 
dele, o estômago e os intestinos, constitui o trato gastrointestinal. Os órgãos acessórios, na parte proximal, são os dentes, a 
língua e as glândulas salivares. Na cavidade abdominal, os anexos são o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Os dentes 
auxiliam na decomposição física dos alimentos; a língua auxilia na mastigação e na deglutição. 
Você sabia 
Os outros órgãos digestivos acessórios, entretanto, nunca entram em contato direto com os alimentos: eles produzem ou 
armazenam secreções que fluem para o trato gastrointestinal por meio de ductos e auxiliam na decomposição química dos 
alimentos. 
O sistema digestório é o sistema orgânico que processa os alimentos, extrai os nutrientes e elimina os resíduos. Ele o faz por 
meio de algumas etapas: 
 
Ingestão: 
Processo que envolve levar os alimentos sólidos e líquidos à boca. 
Secreção: 
As células das paredes do TGI e órgãos digestivos acessórios secretam água, ácidos, tampões e enzimas para o lúmen do 
trato. 
Mistura e propulsão: 
As contrações e relaxamentos alternados do músculo liso nas paredes do TGI misturam alimentos e secreções e os 
movem em direção ao ânus. Essa capacidade do TGI de misturar e mover material ao longo de seu comprimento é 
chamada de motilidade. 
Digestão: 
Trata-se de processos mecânicos ou químicos que visam quebrar em pequenas moléculas os alimentos ingeridos. 
Na digestão mecânica, os dentes cortam e trituram o alimento antes deste ser deglutido. Em seguida, os músculos 
lisos do estômago e do intestino delgado movimentam o alimento para auxiliar no processo. Como resultado, as 
moléculas dos alimentos se dissolvem e se misturam às enzimas digestivas. Na digestão química, as moléculas dos 
alimentos são quebradas em moléculas menores. As enzimas digestivas produzidas pelas glândulas salivares, língua, 
estômago, pâncreas e intestino delgado aceleram essas reações. Algumas substâncias presentes nos alimentos 
podem ser absorvidas sem digestão química, como vitaminas, íons, colesterol e água. 
Absorção: 
Refere-se à passagem de fluidos, íons e produtos da digestão para a corrente sanguínea. 
Defecação: 
Resíduos, substâncias e/ou frações indigestíveis dos alimentos, bactérias, células eliminadas do revestimento 
do TGI e materiais digeridos que não foram absorvidos em sua jornada pelo trato digestório deixam o corpo 
pelo ânus, em um processo chamado defecação, que os elimina por meio das fezes. 
A parede do trato digestório, desde a parte inferior (1/3) do esôfago até o canal anal, tem o mesmo arranjo 
estrutural de tecidos em quatro camadas, a saber: 
 
Mucosa: A mucosa é o revestimento interno do trato gastrointestinal, composta por uma camada de epitélio 
em contato direto com o conteúdo do TGI, uma camada de tecido conjuntivo chamada de lâmina própria e uma 
fina camada de músculo liso (muscular da mucosa). Na lâmina própria, há a presença predominante de 
aglomerados de tecidos linfáticos, denominados de tecido linfático associado à mucosa (MALT, a sigla em 
inglês). 
Exemplo: 
Temos as placas de Peyer no íleo, a terceira porção do intestino delgado. A muscular da mucosa forma 
vilosidades que criam uma maior superfície de contato com o alimento, seja para a digestão, seja para a 
absorção. 
Submucosa: A submucosa consiste em tecido conjuntivo que liga a túnica mucosa à túnica muscular. Ela contém 
muitos vasos sanguíneos e linfáticos que recebem moléculas de alimento absorvidas. Também localizada na 
submucosa está uma extensa rede de neurônios conhecida como plexo submucoso. A submucosa também pode 
conter glândulas e tecido linfático. 
 Muscular: A túnica muscular da boca, faringe e partes superior e média do esôfago contém músculo estriado 
esquelético (voluntários). O músculo esquelético também forma o esfíncter anal externo, que permite o 
controle voluntário da defecação. Ao longo do restante do trato, a túnica consiste em músculo liso que 
geralmente é encontrado em duas lâminas: uma lâmina interna de fibras circulares e uma lâmina externa de 
fibras longitudinais. 
Saiba mais 
As contrações involuntárias do músculo liso ajudam a quebrar os alimentos, misturá-los com as secreções 
digestivas e impulsioná-los ao longo do trato. Entre as camadas do músculo está um segundo plexo de 
neurônios, o plexo mioentérico. 
Serosa: A camada mais externa está presente nas porções do TGI que estão suspensas na cavidade 
abdominal. Como o próprio nome indica, a serosa é uma membrana composta de tecido conjuntivo areolar e 
epitélio escamoso simples. No abdome, a serosa que está próxima ao trato e aos órgãos anexos também é 
chamada de peritônio visceral porque forma uma porção do peritônio. No tórax, o esôfago não tem serosa; em 
vez disso, apenas uma única camada de tecido conjuntivo areolar (adventícia) forma a camada de revestimento 
mais superficial desse órgão. 
 
 
As camadas do trato gastrointestinal. 
 
 
 
 
Para exercer sua função, o trato gastrointestinal é regulado por um conjunto intrínseco de nervos conhecido 
como sistema nervoso entérico e por um conjunto extrínseco de nervos que fazem parte do sistema nervoso 
autônomo. O SNE consiste em milhões de neurônios conectados que se estendem do esôfago ao ânus. Esses 
neurônios são organizados em dois plexos: o plexo mioentérico e o plexo submucoso. O plexo mioentérico está 
localizado entre as camadas de músculo liso longitudinal e circular da muscular. O plexo submucoso é 
encontrado na camada submucosa. Os plexos do sistema nervoso entérico consistem em neurônios motores, 
interneurônios e neurônios sensoriais. 
Como os neurônios motores do plexo mioentérico inervam as camadas do músculo liso longitudinal e circular da 
musculatura, esse plexo controla principalmente a motilidade do TGI, particularmente, a frequência e força 
da contração da musculatura. Os neurônios motores do plexo submucoso suprem as células secretoras do 
epitélio da mucosa, controlando as secreções dos órgãos do TGI. 
Os interneurônios do SNE interconectam os neurônios dos plexos mioentérico e submucoso. 
Os neurônios sensoriais do SNE suprem o epitélio da mucosa e contêm receptores que detectam estímulos no 
lúmen do TGI. A parede do trato gastrointestinal contém dois tipos principais de receptores sensoriais 
(percebeme conduzem estímulos à medula e ao encéfalo): 
1. Quimiorreceptores: colhem, no alimento, estímulos de certos produtos químicos presentes no lúmen. 
 
2. Mecanorreceptores: percebem estímulos de estiramento, que são ativados quando o alimento distende 
a parede de uma das porções do TGI. 
 
Devemos ressaltar que o SNE é regulado por nervos do sistema nervoso autônomo (extrínseco a parede do 
TGI). 
 
 O nervo vago (X par craniano) é responsável pela inervação parassimpática da maior parte do trato 
gastrointestinal, exceto a última parte do intestino grosso, que é suprida pelos nervos esplâncnicos 
pélvicos. O sistema parassimpático estimula tanto a secreção de enzimas como a motilidade, dessa 
forma, aumentando a atividade do SNE. 
 
 A porção simpática do TGI é controlada por nervos esplâncnicos torácicos. A porção simpática diminui 
a atividade do SNE, reduzindo a secreção de enzimas e outras substâncias, assim como diminuindo a 
motilidade/peristalse. 
 
 
 
 
Peritônio 
O peritônio é a maior membrana serosa do corpo; consiste em uma camada de epitélio escamoso simples 
(mesotélio) com uma camada de suporte subjacente de tecido conjuntivo areolar. Durante o desenvolvimento, 
o peritônio sofre alterações morfológicas dimensionais e complexas antes de atingir sua forma e posição 
definitivas. O peritônio é dividido em: 
 
 Peritônio parietal, que reveste a parede da cavidade abdominal. 
 
 Peritônio visceral, que cobre alguns dos órgãos da cavidade abdominal e é sua membrana serosa. 
 
 
Entre essas duas lâminas, há um espaço estreito contendo fluido seroso lubrificante que fica entre as 
porções parietal e visceral do peritônio (cavidade peritoneal). 
O peritônio, ao manter relação íntima com os órgãos da cavidade abdominal (TGI e anexos), divide-
os em: 
Órgãos peritonizados: Envelopados totalmente pelo peritônio 
Órgãos retroperitoneais (extraperitoneais): Envelopados parcialmente pelo peritônio (subperitonizados) 
 
 
 
 
O peritônio possui inúmeras pregas que fixam as vísceras umas às outras ou às paredes da cavidade 
abdominal. Além de terem papel na fixação, o peritônio contém os vasos e nervos que seguem em 
direção às vísceras. Existem cinco grandes pregas de peritônio: 
Omento Maior: O omento maior cobre o cólon transverso e as alças do intestino delgado como um “avental de gordura”. É 
uma folha dupla que se dobra sobre si mesma, totalizando quatro camadas coalescidas. A partir do estômago e do duodeno, 
o omento maior se estende no sentido inferior, estando situado anteriormente ao intestino delgado, depois dobra-se, 
estende-se superiormente e se fixa ao cólon transverso. 
O omento maior normalmente contém uma quantidade considerável de tecido adiposo, que pode se expandir muito com o 
ganho de peso. Os muitos nódulos linfáticos do omento maior contribuem com macrófagos e células plasmáticas produtoras 
de anticorpos que ajudam a combater e conter infecções do trato gastrointestinal. 
 
Ligamento Falciforme: Possui formato de foice, daí seu nome. O ligamento falciforme é uma extensão 
do peritônio visceral que recobre grande parte do fígado e o fixa à parede abdominal anterior e ao 
diafragma. O fígado é o único órgão anexo do TGI ligado à parede abdominal anterior. 
 
 
Os rins, o cólon ascendente e descendente do intestino grosso, parte do duodeno e o pâncreas são exemplos de órgãos 
retroperitoneais. As demais partes do trato gastrointestinal são peritonizadas. 
Omento Menor: O omento menor surge como uma prega anterior na serosa do estômago e do duodeno e conectando 
esses órgãos ao fígado, formando os ligamentos hepatogástrico (proximal) e hepatoduodenal (distal). É a via de entrada do 
feixe vasculonervoso no fígado ― contém a veia porta hepática, a artéria hepática comum, nervos e o ducto biliar comum, 
juntamente com alguns nódulos linfáticos. 
 
Mesentério: Essa reflexão peritoneal tem formato de “leque” e fixa o jejuno e o íleo à parede abdominal posterior (raiz do 
mesentério). Normalmente, é ampla em tecido adiposo; contribui significativamente para a circunferência abdominal em 
indivíduos obesos (gordura visceral). O mesentério se estende da parede abdominal posterior para envolver o intestino 
delgado e retorna à sua origem, formando uma estrutura de duas camadas. Entre as duas camadas estão os vasos sanguíneos 
(motivo do nome, mesentéricos), nervos, vasos linfáticos e linfonodos para as respectivas porções do intestino delgado. 
 
Mesocólon: Trata-se de uma reflexão peritoneal que envolve o cólon transverso (mesocólon transverso) e o cólon sigmoide 
(mesocólon sigmoide) e os fixa à parede posterior do abdome. Assim como o mesentério, o mesocólon permite a passagem 
de vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos para as respectivas porções do intestino. 
 
Essas são as maiores reflexões peritoneais, porém há outras, por exemplo, o mesoapêndice, que está 
relacionado ao envelopamento e fixação do apêndice vermiforme. Existem também algumas variações 
anatômicas que culminam no surgimento de outras reflexões peritoneais, como o mesorreto, que possui 
relação com o reto, uma das porções do intestino grosso. 
 
Exercícios: 
1. O sistema digestório é o sistema orgânico que processa os alimentos, extrai os nutrientes e elimina 
os resíduos. Dentre as etapas funcionais listadas abaixo, qual delas corresponde à porção 
gastroduodenal (estômago e duodeno)? Assinale a alternativa CORRETA: 
a.Secreção 
b.Mistura e propulsão 
c.Digestão 
 Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
Digestão: trata-se de processos mecânicos ou químicos que visam quebrar os alimentos ingeridos em 
pequenas moléculas. A musculatura lisa do estômago e duodeno movimentam o alimento para auxiliar 
no processo de mistura com as enzimas digestivas. Após a mistura, as enzimas digestivas produzidas 
pelas glândulas salivares, estômago e pâncreas que desemboca no duodeno catalisam essas reações. 
Algumas substâncias nos alimentos podem ser absorvidas sem digestão química. 
d.Absorção 
e.Defecação 
 
 
 
2. Identifique qual das reflexões do peritônio listadas abaixo fixa o fígado à parede anterior do abdome 
e ao diafragma. Assinale a alternativa CORRETA: 
a.Ligamento hepatogástrico 
b.Ligamento hepatoduodenal 
c.Ligamento coronário 
d.Ligamento falciforme 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. 
O ligamento falciforme é uma reflexão do peritônio visceral que recobre grande parte do fígado e o 
fixa à parede abdominal anterior e ao diafragma. O fígado é o único órgão anexo do TGI ligado à 
parede abdominal anterior. 
e.Ligamento triangular 
 
Módulo 2 
 
Cavidade oral 
Conhecida popularmente como boca, a cavidade oral possui a função de ingestão, além de fornecer 
respostas sensoriais dos alimentos ou líquidos ingeridos graças às papilas gustativas da língua. A boca 
participa no processo mecânico de mastigação (graças aos dentes), digestão química, deglutição, 
fonação e respiração. 
A boca é delimitada pelas bochechas, lábios, palato e língua. Sua abertura anterior, situada entre os 
lábios, é denominada de comissura labial e sua abertura posterior é denominada de istmo das fauces. 
É revestida por epitélio escamoso estratificado, sendo queratinizado em áreas sujeitas à maior abrasão, 
como as gengivas e palato duro, e não queratinizado no assoalho da boca, no palato mole e na 
superfície interna das bochechas e lábios. A parede lateral da cavidade oral é formada também pelo 
músculo bucinador. 
 
As bochechas e os lábios retêm o alimento e o comprimem entre os dentes para a mastigação e são 
essenciais para a fala articulada e para ações de sucção e sopro, sendo fundamentais na nutrição do 
recém-nascido. Uma prega mediana chamada frênulo labial liga cada lábio à gengiva, entre os incisivos 
anteriores. 
Você sabia 
O vestíbulo oral é o espaço situado entre as bochechas/lábios e os dentes ― o espaço em que você 
insere a escova de dentes ao escovar as superfícies externas dos dentes (face vestibular).Os lábios são divididos em três áreas: 
 Área cutânea, que possui a mesma coloração do resto da face e possui folículos capilares e 
glândulas sebáceas. 
 Área vermelha, que é a região sem pelos onde os lábios se encontram. Possui papilas 
dérmicas excepcionalmente altas, que permitem que os capilares sanguíneos e as terminações 
nervosas se aproximem da superfície epidérmica, sendo mais sensível que a área cutânea. 
 Área mucosa, formada pela superfície interna do lábio, voltada para a gengiva e os dentes e 
contém glândulas labiais que contribuem para a formação de saliva. 
 
 
 
O palato forma o teto da cavidade oral e a separa da cavidade nasal. Sua porção anterior, 
denominada de palato duro, é formada pelos processos palatinos da maxila e pelos ossos palatinos. 
Possui cristas transversais chamadas pregas palatinas que ajudam a língua a segurar e a manipular os 
alimentos. Posteriormente, encontra-se o palato mole, que tem uma textura mais esponjosa e é 
composto de músculo esquelético e tecido glandular. 
O palato mole possui uma projeção medial cônica, a úvula, visível na parte posterior da boca, que 
retém o alimento na boca até que esteja pronto para ser engolido. Na parte posterior da boca, dois 
arcos musculares (revestidos por mucosas) de cada lado começam no teto perto da úvula e descem 
até o assoalho da boca. O anterior é o arco palatoglosso e o posterior é o arco palatofaríngeo. 
O último arco marca o limite entre a cavidade oral e a faringe. As tonsilas palatinas estão localizadas 
na parede entre os arcos. 
 
Faringe 
A faringe é definida como um funil musculomembranoso que conecta a cavidade oral ao esôfago e a 
cavidade nasal à laringe; é um órgão que participa da formação dos sistemas digestório e respiratório. 
Consiste em três regiões chamadas de: (1) nasofaringe, (2) orofaringe e (3) laringofaringe. 
 
 
A nasofaringe é exclusivamente respiratória e é revestida por epitélio colunar pseudoestratificado; as 
demais porções são compartilhadas pelos tratos respiratório e digestivo e são revestidas por epitélio 
escamoso estratificado não queratinizado, uma adaptação para resistir à abrasão pela passagem de 
alimentos. 
A faringe possui uma camada profunda de músculo esquelético orientado longitudinalmente, e uma 
camada superficial de músculo esquelético circular. Os músculos circulares são os constritores: músculo 
constritor superior, médio e inferior da faringe, que forçam o alimento para baixo durante a deglutição. 
Saiba mais 
Quando a pessoa não está engolindo, o constritor inferior permanece contraído para excluir o ar do 
esôfago. Essa conformação é considerada como o esfíncter esofágico superior, embora não seja uma 
característica anatômica do esôfago. Ele desaparece na hora da morte, quando o músculo relaxa. 
Assim, é considerado um esfíncter fisiológico, e não uma estrutura anatômica constante. 
 
Os músculos longitudinais da faringe tracionam a parede faríngea superiormente e auxiliam a movimentar 
o bolo alimentar através da faringe para o esôfago. São os seguintes: 
Músculo estilofaríngeo Músculo salpingofaríngeo Músculo palatofaríngeo 
 
A nasofaringe é a parte mais alta das vias aéreas, situada logo atrás do nariz e acima do palato 
mole. A nasofaringe serve de passagem a partir do nariz à garganta, para o ar até a traqueia, 
brônquios e pulmões. 
A orofaringe é a parte da garganta logo atrás da boca. Ela inclui a base da língua, o palato mole, 
as amígdalas e a parte lateral e posterior da garganta. As funções da cavidade oral e da orofaringe 
consistem em ajudar a pessoa a respirar, falar, comer, mastigar e engolir. 
A laringofaringe é a região inferior que se comunica tanto com a abertura do esôfago, ou seja, com o 
sistema digestivo, quanto com a laringe, ou seja, com o sistema respiratório. 
 
 
 
 
A faringe é suprida por inúmeros vasos. A porção superior é suprida por ramos da carótida externa. 
Já a porção inferior é suprida por ramos da artéria subclávia. As veias que drenam a faringe formam 
um plexo venoso faríngeo ao redor da parede. Esse plexo drena superiormente para o plexo 
pterigoideo, na fossa infratemporal, e inferiormente para a veia facial e veia jugular interna. Os vasos 
linfáticos da faringe drenam para os linfonodos cervicais profundos, assim como linfonodos retrofaríngeos, 
paratraqueais e infra-hioides. 
A inervação motora e sensorial (exceto para a região nasal) da faringe é fornecida por ramos dos 
nervos vago e glossofaríngeo, que formam um plexo. Os ramos faríngeos provenientes do vago surgem 
do gânglio cervical inferior e inervam toda a musculatura da faringe, com exceção do músculo 
estilofaríngeo, que recebe um ramo do glossofaríngeo. 
Atenção 
A inervação sensitiva é diferente de acordo com a porção estudada. A nasofaringe recebe fibras de 
um ramo faríngeo do nervo maxilar. A orofaringe é inervada sensitivamente pelo glossofaríngeo, ao 
emitir ramos para o plexo faríngeo. E a laringofaringe é suprida pelo vago. 
 
Esôfago 
O esôfago é um órgão tubular musculomembranoso retilíneo de 25 a 30 cm de comprimento, posterior 
à traqueia. Sua abertura superior encontra-se entre a sexta vértebra cervical e a cartilagem cricoide da 
laringe. Após descer pelo mediastino superior e atingir o segmento posterior desse espaço, o esôfago 
atravessa o diafragma em uma abertura chamada hiato esofágico, continua por 3 a 4cm e encontra o 
estômago. Sua abertura para o estômago é chamada de orifício cárdico. O bolo alimentar faz uma 
breve pausa neste ponto antes de entrar no estômago, devido à presença do esfíncter esofágico 
inferior, que evita que o conteúdo do estômago regurgite para o esôfago, protegendo a mucosa 
esofágica do efeito dos ácidos gástricos. 
 
 
 
A parede do esôfago possui algumas especializações regionais. A mucosa possui epitélio escamoso 
estratificado não queratinizado. A submucosa contém glândulas esofágicas, que secretam muco 
lubrificante para o lúmen. 
A muscular externa é composta de músculo esquelético no terço superior do esôfago, uma mistura de 
músculo esquelético e liso no terço médio e apenas músculo liso no terço inferior. A maior parte do 
esôfago está no mediastino, onde é coberto por uma adventícia de tecido conjuntivo que se funde com 
a adventícia da traqueia e aorta torácica. O segmento curto, abaixo do diafragma, é parcialmente 
coberto por uma serosa. 
A deglutição é uma ação complexa que envolve mais de 22 músculos na boca, faringe e esôfago, 
coordenada pelo centro da deglutição, um par de núcleos nervosos situados no bulbo, que compõe o 
tronco encefálico. Este centro se comunica com os músculos da faringe e esôfago por meio dos 
nervos trigêmeo, facial, glossofaríngeo e hipoglosso (nervos cranianos V, VII, IX e XII, 
respectivamente) e coordena uma série complexa de contrações musculares para produzir deglutição 
sem engasgo. 
O esôfago é essencialmente muscular e flexível. Graças a essa característica, o esôfago pode ser 
comprimido ou estreitado por estruturas vizinhas em quatro locais, a saber: 
 
 Na junção do esôfago com a faringe no pescoço. 
 
 No mediastino superior, onde o esôfago é atravessado pelo arco da aorta. 
 
 No mediastino posterior, onde o esôfago é comprimido pelo brônquio principal esquerdo. 
 
 No mediastino posterior, no hiato esofágico do músculo diafragma. 
 
 
Exemplo 
Um corpo estranho engolido tem mais probabilidade de parar em uma dessas áreas mais estreitas; ou, 
uma substância corrosiva ingerida se moveria mais lentamente por meio de uma região estreitada, 
causando mais danos neste local que em qualquer outro lugar ao longo do esôfago. 
 
O esôfago é um tubo muscular oco, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral e que conecta a 
garganta ao estômago. A parte superior do esôfago tem uma área especial de músculo que se afrouxa 
abrindo o esôfago quando sente a presença de alimentos ou líquidos. Este músculo é denominado 
esfíncter esofágico superior. 
Os esfíncteres esofágicossão válvulas localizadas nas extremidades superior e inferior do esôfago. São 
elas que permitem ou interrompem a passagem do bolo alimentar da faringe para o esôfago e do 
esôfago para o estômago, por meio de movimentos de abre e fecha. 
O ácido clorídrico (HCl) é secretado no nosso estômago e nos ajuda muito no processo inicial da 
digestão para posterior absorção dos nutrientes. 
Atenção 
A sensação de pirose, muitas vezes, pode ser tratada com antiácidos. Porém, em alguns casos, o 
refluxo gastroesofágico pode levar a complicações mais sérias, como cicatrizes e estreitamento do 
esôfago (estenose), erosão e inflamação da parede esofágica (esofagite erosiva) e até metaplasia do 
epitélio esofágico, sendo então transformado em um epitélio colunar (esôfago de Barrett). 
 
 
Embora a maioria das pessoas com esôfago de Barrett e adenocarcinoma tenha uma história de longo 
prazo de refluxo, apenas 5% a 15% das pessoas com refluxo progridem para esôfago de Barrett e 
menos de 0,1% para adenocarcinomas. 
 
Estômago 
O estômago é uma dilatação do trato digestório entre o esôfago e o intestino delgado. É especializado 
no acúmulo de alimentos ingeridos, os quais prepara química e mecanicamente para a digestão e 
passagem para o duodeno. O estômago atua como um liquidificador e reservatório de alimentos; sua 
função principal é a digestão enzimática. O suco gástrico converte gradualmente uma massa de 
alimento em uma mistura semilíquida, denominada de quimo, que passa rapidamente para o duodeno. 
 
Você sabia 
Um estômago vazio apresenta diâmetro ligeiramente maior que o intestino grosso; no entanto, é capaz 
de expansão considerável e pode conter de 2 a 3 litros de alimento. 
 
Logo após a junção esofagogástrica, observamos uma angulação entre o esôfago e estômago chamada 
de incisura cárdica (ângulo de His), que auxilia na divisão do estômago em duas das quatro regiões 
principais: 
 Cárdia 
 Fundo 
 Corpo 
 Parte pilórica 
A cárdia circunda a abertura do esôfago no estômago e é guarnecida por uma camada circular de 
músculo, o colar de Helvetius. A parte arredondada situada superiormente e à esquerda da cárdia é o 
fundo. Inferior ao fundo está a grande parte central do estômago, o corpo. A parte pilórica é divisível 
em três regiões. 
A primeira subdivisão, o antro pilórico, se conecta ao corpo do estômago. 
A segunda subdivisão, o canal pilórico, que leva à terceira região, o piloro, que por sua vez se 
conecta ao duodeno. 
 1.Quando o estômago está vazio, a mucosa forma grandes pregas gástricas que podem ser vistas a 
“olho nu”. 
2. O piloro se comunica com o duodeno do intestino delgado por meio de um óstio controlado pelo 
esfíncter muscular liso, denominado esfíncter pilórico. 
3. O esvaziamento intermitente do estômago ocorre quando a pressão intragástrica vence a resistência 
do piloro. 
4. O piloro é normalmente contraído tonicamente de forma que o óstio pilórico é reduzido, exceto 
quando emite o quimo. 
5. Em intervalos irregulares, o peristaltismo gástrico envia o quimo por meio do canal pilórico e se 
dirige ao intestino delgado para posterior mistura, digestão e absorção. 
O estômago possui duas curvaturas, a margem (borda) medial côncava do estômago chamada de 
curvatura menor, e a margem convexa, lateral, é denominada de curvatura maior do estômago. 
 
 
Você sabia 
O tamanho, a forma e a posição do estômago podem variar em pessoas de diferentes biotipos e 
mudar até mesmo no mesmo indivíduo como resultado dos movimentos diafragmáticos durante a 
respiração, o conteúdo do estômago (vazio/cheio) e a posição. 
Na posição supina, o estômago comumente fica entre os quadrantes superiores direito e esquerdo 
(regiões epigástrica, umbilical e hipocôndrio esquerdo). Na posição ereta, o estômago se move 
inferiormente. Em indivíduos astênicos, o corpo do estômago pode se estender até a pelve. 
O suprimento arterial do estômago vem dos ramos da artéria celíaca. A maior parte do sangue é 
fornecida por anastomoses formadas ao longo da curvatura menor pelas artérias gástricas direita e 
esquerda, e, ao longo da curvatura maior, pelas artérias gastro-omentais direita e esquerda. O fundo 
e a parte superior do corpo recebem sangue das artérias gástricas curtas e posterior. 
 As veias gástricas direita e esquerda drenam para a veia porta hepática. 
 As veias gástricas curtas e as veias gastro-omentais esquerdas drenam para a veia esplênica. 
 A veia esplênica se junta à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática. 
 Uma veia pré-pilórica sobe sobre o piloro até a veia gástrica direita. Como essa veia é de fácil 
localização, os cirurgiões a usam para identificar o piloro. 
 
Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor do 
estômago. Eles aferem linfa para quatro áreas de drenagem e 3 estações de drenagem da linfa, 
conectadas em série. As quatro zonas linfáticas são: 
Zona I - Gástrica inferior: 
Delineada por 2/3 inferiores da curvatura maior e piloro: linfonodos gastromentais. 
Zona II – Esplênica: 
Composta pelo quadrante superior esquerdo e curvatura maior: linfonodos esplênicos, no hilo do baço. 
Zona III - Gástrico superior: 
Região cárdica e curvatura menor: linfonodos gástricos, diretamente na curva menor. 
 
Nas quatro grandes áreas de drenagem linfática, existem três estações do fluxo de drenagem linfáticas 
dispostas em série: 
Primeira estação 
Linfonodos regionais das quatro zonas de drenagem. 
Segunda estação 
Linfonodos ao longo dos ramos do tronco celíaco. 
Terceira estação 
Linfonodos na saída do tronco celíaco (linfonodos celíacos). 
Em seguida, a linfa flui através dos troncos intestinais para o ducto torácico (de Pecquet). 
O suprimento nervoso parassimpático do estômago vem dos troncos do nervo vago anterior, posterior e 
seus ramos, que entram no abdome pelo hiato esofágico. O suprimento nervoso simpático do estômago 
vem dos segmentos T6 a T9 dos nervos espinhais, que se unem formando o nervo esplâncnico maior 
e alcança o plexo celíaco para ser distribuído para o estômago através de plexos ao redor das artérias 
gástrica e gastro-omental. 
A inflamação do estômago, chamada de gastrite, pode causar úlceras pépticas, pois a pepsina e o 
ácido clorídrico corroem a parede do estômago. Úlceras pépticas ocorrem no duodeno e no esôfago. 
Se não forem tratadas, as úlceras podem perfurar o órgão e causar hemorragia fatal ou peritonite. A 
maioria dessas fatalidades ocorre em pessoas com mais de 65 anos. 
 
Intestino delgado 
A maior parte da digestão e absorção dos nutrientes ocorre em um longo tubo estreito, o intestino 
delgado. Por isso, sua estrutura é especialmente adaptada para essas funções. Seu comprimento 
fornece uma grande área de superfície para digestão e absorção e essa área é ainda aumentada por 
pregas circulares da mucosa, vilosidades e microvilosidades. 
O intestino delgado inicia-se no esfíncter pilórico do estômago, apresenta-se enovelado (enrolado) na 
parte central e inferior da cavidade abdominal e se abre para o intestino grosso. Tem em média 
2,5cm de diâmetro; seu comprimento é de cerca de 3 metros no organismo vivo, e cerca de 6,5 
metros em um cadáver devido à perda do tônus da musculatura lisa após a morte. 
O intestino delgado é dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo. 
Duodeno 
A primeira parte do intestino delgado é o duodeno. Começa no esfíncter pilórico do estômago, tubular 
em forma de “C” que se estende por cerca de 25cm até se fundir com o jejuno. 
Você sabia 
Do latim, duodeno significa “12 dedos”; é assim chamado, porque tem quase a largura de 12 dedos. 
 
O duodeno segue um curso em forma de C ao redor da cabeça do pâncreas. Começa no piloro no 
lado direito e termina na flexura duodenojejunal no lado esquerdo. Essa junção ocorre aproximadamente 
no nível da vértebra L2. A maior parte do duodeno é fixada pelo peritônio a estruturas na parede 
abdominal posterior, portanto, é considerado parcialmenteretroperitoneal. O duodeno é divisível em 
quatro partes, a saber: 
 
Primeira porção (superior): 
Possui em torno de 5 cm e está situada anterolateralmente ao corpo da primeira vértebra lombar 
(L1). 
Segunda porção (descendente): 
Possui em torno de 7 a 10 cm e tem trajetória inferior, situada ao lado direito entre a primeira e a 
terceira vértebra lombar (L1-L3). 
Terceira porção (inferior): 
Possui em torno de 6 a 8 cm e cruza a terceira vértebra lombar (L3). 
Quarta porção (ascendente): 
Possui algo em torno de 5 cm e se inicia do lado esquerdo da terceira vértebra lombar e ascende 
até a segunda vértebra lombar (L3-L2). 
A maior parte dos primeiros 2cm da parte superior do duodeno, imediatamente distal ao piloro, tem 
um mesentério e é móvel. Os 3cm distais da parte superior e as outras três partes do duodeno não 
têm mesentério e são imóveis por serem retroperitoneais. 
Primeira porção 
A parte superior (primeira) do duodeno surge do piloro, dilatada como uma ampola, e está 
sobreposta pelo fígado e vesícula biliar. A parte proximal tem o ligamento hepatoduodenal (parte do 
omento menor, como já vimos). 
As artérias que suprem o duodeno originam-se da artéria celíaca e da artéria mesentérica superior. 
1. O tronco celíaco, por meio da artéria gastroduodenal e seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal 
superior, suprem o duodeno proximal à entrada do ducto biliar na parte descendente do 
duodeno. A artéria mesentérica superior, por meio de seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal 
inferior, supre o duodeno distal à entrada do ducto biliar. 
2. As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curva entre o duodeno e a cabeça do pâncreas e 
suprem ambas as estruturas. A anastomose das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior 
(entre as artérias celíaca e mesentérica superior) ocorre entre a entrada do colédoco e a 
junção das partes descendente e inferior do duodeno. 
3. As veias do duodeno seguem as artérias e drenam para a veia porta hepática, algumas 
diretamente e outras indiretamente, por meio das veias mesentéricas superiores e esplênicas. 
4. Os vasos linfáticos do duodeno seguem as artérias. Os vasos linfáticos anteriores drenam para 
os linfonodos pancreaticoduodenais, localizados ao longo das artérias pancreaticoduodenais superior 
e inferior e para os linfonodos pilóricos, que se encontram ao longo da artéria gastroduodenal. 
Os vasos linfáticos posteriores passam posteriormente à cabeça do pâncreas e drenam para os 
linfonodos mesentéricos superiores. 
5. Os nervos do duodeno derivam do vago e dos nervos esplâncnicos maior e menor por meio 
dos plexos celíaco e mesentérico superior. As fibras nervosas são então conduzidas ao duodeno 
por meio de plexos menores periarteriais que se estendem até as artérias pancreaticoduodenais. 
 
 
 
 
 
Atenção 
Note também na imagem a presença do ducto pancreático principal e acessório desaguando na 
segunda porção do duodeno. 
Jejuno e íleo 
A segunda parte do intestino delgado, o jejuno, começa na flexura duodenojejunal, onde o trato 
gastrointestinal retoma o curso intraperitoneal. A terceira parte do intestino delgado, o íleo, termina na 
junção ileocecal, a união do íleo terminal com o ceco. 
 
Saiba mais 
Juntos, o jejuno e o íleo possuem em média de 6 a 7 metros de comprimento, o jejuno constituindo 
aproximadamente 2/5 e o íleo aproximadamente 3/5 da seção intraperitoneal do intestino delgado. 
A maior parte do jejuno encontra-se no quadrante superior esquerdo do compartimento infracólico, 
enquanto a maior parte do íleo se encontra no quadrante inferior direito. O íleo terminal geralmente fica 
na pelve, de onde sobe, terminando na face medial do ceco. A artéria mesentérica superior é 
responsável por irrigar todo o jejuno e o íleo por meio das artérias jejunais e ileais. Esses vasos 
formam arcadas (alças) pelo mesentério que originam artérias retas. 
Uma das formas de diferenciar o jejuno do íleo é observar tais arcadas arteriais. 
 
Atenção 
O jejuno apresenta menos arcos arteriais, enquanto no íleo esses arcos estão em maior quantidade. 
Uma diferença histológica entre essas porções é dada pela maior presença de agregados linfoides no 
íleo, denominados de placas de Peyer. 
 
Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades intestinais (minúsculas projeções da membrana 
mucosa) que absorvem a gordura são chamados de lácteos. Eles esvaziam seu fluido semelhante ao 
leite nos plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo. Os lácteos drenam, por sua vez, em 
vasos linfáticos entre as camadas do mesentério. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos 
mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores e linfonodos Ileocólicos. 
A inervação do jejuno e do íleo é dada por fibras simpáticas de nervos que se originam nos 
segmentos T8 a T10 da medula espinhal e alcançam o plexo do nervo mesentérico superior por meio 
dos troncos simpáticos e nervos esplâncnicos torácicos. As fibras parassimpáticas que inervam o jejuno 
e íleo derivam dos troncos vagais posteriores. 
 
Esquema mostrando as porções do intestino delgado e uma linha representativa de suas divisões. 
 
Instestino Grosso 
O intestino grosso mede cerca de 1,5m de comprimento e 6,5cm de diâmetro no cadáver. Seu nome 
é devido ao seu diâmetro, relativamente grande. Consiste em oito partes: 
Ceco 
Apêndice vermiforme 
Cólon ascendente 
Cólon transverso 
Cólon descendente 
Cólon sigmoide 
Reto 
Canal anal 
 
 
 
O cólon possui morfologia tecidual típica do trato digestório: mucosa, submucosa, muscular e 
serosa/adventícia. A mucosa é forrada por epitélio colunar (cilíndrico) simples (lâmina epitelial), com 
microvilosidades longas. Ela é coberta por uma camada de muco que auxilia no transporte das fezes. 
A mucosa não contém vilosidades, entretanto, muitas criptas de Lieberkühn, nas quais numerosas 
células caliciformes e enteroendócrinas são encontradas. 
Ceco 
O ceco é a primeira parte do intestino grosso, apresenta o formato de uma bolsa situada no 
quadrante inferior direito do abdome, inferior à válvula ileocecal (ponto de conexão entre o íleo e o 
ceco). Preso à sua extremidade inferior está o apêndice vermiforme, um tubo cego de 2 a 7cm de 
comprimento. Note na imagem a seguir a presença da válvula ileocecal e do íleo terminal. 
 
 
 
Apêndice vermiforme 
O apêndice possui um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que deriva da parte posterior do 
mesentério do íleo terminal. O mesoapêndice se conecta ao ceco e à parte proximal do apêndice e 
permite a passagem dos vasos apendiculares. De topografia e sintopia variada, as posições do 
apêndice são, a saber: 
 Apêndice descendente (ilíaca [a mais comum] e pélvica) 
 Apêndice medial 
 Apêndice ascendente (medial, lateral e retrocecal) 
 
A mucosa do apêndice é povoada por linfócitos e é uma fonte significativa de células imunológicas. 
Primatas herbívoros, como gorilas e orangotangos, têm um ceco de tamanho aumentado, repleto de 
bactérias que digerem a fibra vegetal em sua dieta. Os humanos, com sua dieta mais variada e 
facilmente digerida, têm apenas o apêndice como vestígio do tamanho do ceco dos primatas. 
Cólons: O cólon ascendente começa nivelado com a válvula ileocecal e sobe pelo lado direito da 
cavidade abdominal. Encontra-se retroperitonealmente no lado direito da cavidade abdominal e dirige-se 
em direção à flexura cólica direita próxima à superfície inferior do fígado. Nesse ponto, ele se curva 
em um ângulo de 90° e forma a flexura cólica direita (flexura hepática), perto do lobo direito do 
fígado, e se torna o cólon transverso. 
Cólon transverso, por sua vez, passa horizontalmente pela cavidade abdominal superior, da direita para 
a esquerda, projetando-se para dentro do peritônio. Esse segmento colônico cursa intraperitonealmente 
em direção ao baço, formando a flexura cólica esquerda (flexura esplênica) de 90°. Essa parte 
encontra-se presa à parede abdominal posterior pelo mesocólon, sendo bastante flexível.Iniciando na 
flexura cólica esquerda, o cólon descendente procede inferiormente retroperitonealmente no lado esquerdo 
da cavidade abdominal e transforma-se no cólon sigmoide, que possui forma de “S”. 
Cólon sigmoide encontra-se intraperitonealmente. Ele também possui um mesocólon. Essa última parte 
do cólon termina no reto ao nível de S2-S3. Os cólons ascendente, transverso e descendente formam 
uma estrutura quadrada e trilateral ao redor do intestino delgado. 
 
A parede do cólon possui algumas características diferentes do intestino delgado. Devido às contrações 
musculares, as paredes dos cólons apresentam pregas semilunares na superfície interna. As pregas 
semilunares são causadas de forma meramente funcional, e são móveis. Tais dobras formam bolsas 
(seriadas) na superfície externa, chamadas de haustrações (haustros). 
A musculatura longitudinal (externa) dos cólons, embora envolva completamente o cólon da mesma 
maneira que circunda o intestino delgado, estão concentradas em três faixas espessas, em forma de 
fita: as tênias cólicas. O mesocólon está preso às tênias mesocólicas e o omento maior está preso à 
tênia omental, enquanto as tênias livres são ilimitadas e completamente visíveis. Outra característica 
morfológica do cólon são as pequenas saculações preenchidas por gorduras formadas pela serosa, os 
apêndices epiploicos. 
A serosa do cólon transverso até o cólon sigmoide frequentemente tem bolsas de gordura, chamadas 
de apêndices omentais ou apêndices epiploicos. No reto e no canal anal, o músculo longitudinal forma 
uma lâmina contínua e os haustros estão ausentes. 
 
 
 
Atenção 
Note na imagem as flexuras cólicas direita e esquerda (hepática e esplênica), assim como os 
haustros. 
 
A cavidade pélvica é mais estreita que a cavidade abdominal, então, o cólon sigmoide, nivelado com a 
crista ilíaca, gira medialmente e desce pela entrada pélvica, onde inicia-se o reto. Isso resulta em 
uma porção aproximadamente em forma de “S”, daí o nome sigmoide (pois, no grego, a letra que 
representa o som de “S” chama-se sigma). 
O cólon ascendente e o cólon descendente são retroperitoneais, enquanto os cólons transverso e 
sigmoide são envelopados por serosa, ou seja, peritônio visceral, e ancorados na parede abdominal 
posterior pelo mesocólon (mesocólon transverso e mesocólon sigmoide). A serosa do cólon transverso 
até o cólon sigmoide frequentemente tem bolsas de gordura, chamadas de apêndices omentais ou 
apêndices epiploicos. 
O suprimento arterial do cólon ascendente e a flexura cólica direita é proveniente de ramos da artéria 
mesentérica superior (artérias ileocólica e cólica direita). Essas artérias se anastomosam entre si e 
com o ramo direito da artéria cólica média, a primeira de uma série de arcadas anastomóticas que 
são continuadas pelas artérias cólica esquerda e artérias sigmoideas para formar um canal arterial 
contínuo, a artéria marginal de Drummond, ou artéria justacólica (arco de Riolan). 
Essa artéria é paralela e se estende ao longo do cólon transverso. Não há um consenso a respeito 
da definição exata do que é a artéria marginal de Drummond. Na imagem ao lado, considera-se que 
esta artéria se origina do arco justacólico, enquanto alguns autores acreditam que ambas se tratem do 
mesmo vaso. 
 
 
 
Atenção 
O suprimento arterial do cólon transverso provém principalmente da artéria cólica média, um ramo da 
artéria mesentérica superior. No entanto, o cólon transverso recebe suprimento das artérias cólicas 
direita e esquerda por meio da artéria marginal. 
 
 
Reto e canal anal 
O reto possui cerca de 15 cm de comprimento, é a continuação do intestino grosso para a cavidade 
pélvica e se inicia a partir da junção reto sigmoide. Apesar do nome, não é uma porção do intestino 
perfeitamente reta, pois possui três ligeiras curvas laterais, além de uma curvatura anteroposterior. A 
mucosa retal é mais lisa que a do cólon. Possui três dobras (pregas) retais transversais internas 
(valvas retais: superior, média e inferior) que permitem reter fezes durante a passagem dos gases. 
O peritônio cobre as superfícies anterior e lateral do terço superior do reto, apenas a superfície anterior 
do terço médio e nenhuma superfície do terço inferior. Nos homens, o peritônio reflete-se do reto para 
a parede posterior da bexiga, onde forma o assoalho da escavação retovesical. Nas mulheres, o 
peritônio reflete do reto para a parte posterior do fórnice da vagina, onde forma o assoalho da 
escavação retouterina. 
Em ambos os sexos, os reflexos laterais do peritônio a partir do terço superior do reto formam fossas 
pararretais que permitem que o reto se distenda à medida que se enche de fezes. O reto encontra-se 
anteriormente a três vértebras sacrais inferiores e ao cóccix, ao ligamento anococcígeo, aos vasos 
sacrais medianos e às extremidades inferiores dos troncos simpáticos e plexos sacrais. 
 Nos homens, o reto está relacionado anteriormente ao fundo da bexiga urinária, 
partes terminais dos ureteres, ducto deferente, glândulas seminais e próstata. O septo retovesical (fáscia 
de Denonvilliers) fica entre o fundo da bexiga e a ampola do reto e está associado às glândulas 
seminais e à próstata. 
 
 Nas mulheres, o reto está relacionado anteriormente à vagina e é separado da 
parte posterior do fórnice e do colo pela escavação retouterina (de Douglas). Inferior a esta 
escavação, o septo retovaginal fraco separa a metade superior da parede posterior da vagina do reto. 
A mucosa do canal anal forma cristas longitudinais chamadas colunas anais, com depressões entre 
elas, chamadas seios anais. Conforme as fezes passam pelo canal, elas pressionam as suas células e 
fazem com que exalem muco extra, que lubrifica o canal durante a defecação. O canal anal é 
estruturado por dois tubos musculomembranosos sobrepostos: 
 O esfíncter interno, espessamento terminal da musculatura circular da parede do intestino grosso. 
 O esfíncter externo, porção terminal da musculatura levantadora do ânus. 
 
 
 
Aparentemente, possui apenas uma região que se destaca de sua estrutura principal, a porção 
subcutânea. O restante do esfíncter externo forma um tubo muscular contínuo com o músculo puborretal 
(constituinte do o anel anorretal, sentido ao toque retal), porção mais interna da musculatura 
levantadora do ânus (formada também pelos músculos iliococcígeo e pubococcígeo) que constitui o 
assoalho muscular da pelve. 
O esfíncter interno é composto de musculatura lisa, suprido por inervação autônoma, enquanto o 
externo é formado de musculatura estriada, possuindo inervação somática. Assim, o ânus é 
normalmente mantido fechado por dois anéis musculares. O esfíncter anal interno está sob controle 
involuntário e relaxa automaticamente quando o reto é distendido com fezes. O esfíncter anal externo 
está sob controle voluntário e permite adiar a defecação quando apropriado. 
 
Anatomia do reto e canal anal. 
 
O suprimento nervoso para o reto vem dos sistemas simpático e parassimpático. 
 O suprimento simpático provém da medula espinhal lombar, conduzido pelos nervos esplâncnicos 
lombares e pelos plexos hipogástrico e pélvico, assim como por ramos dos plexos periarteriais 
das artérias mesentérica inferior e retal superior. 
 O suprimento parassimpático vem do nível S2-S4 da medula espinhal, passando pelos nervos 
esplâncnicos pélvicos e pelos plexos hipogástricos inferiores esquerdo e direito para o plexo 
pélvico. 
O sangue venoso do reto é drenado pelas veias retais superior, média e inferior. As anastomoses 
servem de via de circulação colateral entre a circulação portal e a circulação sistêmica na parede do 
canal anal. Como a veia retal superior drena para o sistema venoso portal e as veias retais média e 
inferior drenam para o sistema sistêmico, essas anastomoses são áreas clinicamente importantes de 
anastomose porta-cava. Ao contrário das veias dos membros, as veias retais não têm válvulas e estão 
particularmente sujeitas à distensão eacúmulo venoso. 
 
Embora esses plexos carreguem o termo “retal”, eles são principalmente "anais" em termos de 
localização, função e significado clínico. 
 
1. Qual a parte do duodeno, que, cruzada transversalmente ao seu eixo pelo mesocólon, é a maior 
em comprimento? Assinale a alternativa correta: 
a.Primeira porção (ou superior) 
b.Segunda porção (ou descendente) 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. 
A parte descendente (segunda porção) do duodeno possui em torno de 7 a 10cm e tem trajetória 
inferior, situada ao lado direito entre a primeira e a terceira vértebra lombar (L1-L3). 
c.Terceira porção (ou inferior) 
d.Quarta porção (ou ascendente) 
e.Quinta porção 
 
2. A sintopia e variação de posição do apêndice vermiforme é de extrema importância na semiologia e 
cirurgia. Das situações listadas abaixo, qual é a mais frequente? 
Assinale a CORRETA: 
a.Retrocecal 
b.Subcecal 
c.Medial 
d.Ilíaco 
Parabéns! A alternativa "D" está correta. O apêndice vermiforme apresenta grande variação de posição 
na fossa ilíaca. Existem três grupos de variações, as ascendentes, mediais e descendentes. Dessa 
última, a descendente ilíaca é mais frequente. 
e.Posterior 
 
Modulo 3 
* Conhecer os órgãos e glândulas anexas do sistema digestório 
Dentes 
Os dentes são chamados coletivamente de dentição e servem para realizar a fase mecânica da 
digestão, triturando os alimentos ingeridos em pedaços menores. Isso não apenas torna o alimento 
mais fácil de engolir, mas também expõe mais área de superfície à ação das enzimas digestivas 
acelerando a digestão. Os adultos normalmente apresentam um total de dezesseis dentes na mandíbula 
e dezesseis na maxila. Da linha média até a parte posterior de cada mandíbula ou maxila, existem 
dois incisivos, um canino, dois pré-molares e até três molares (conhecidos como sisos). 
 
 
 
Os incisivos são dentes cortantes em forma de bisel usados para morder um pedaço de comida. Os 
caninos são mais pontiagudos e agem para perfurá-los e rasgá-los. Eles servem como armas em 
muitos mamíferos, mas foram reduzidos no curso da evolução humana até que agora mal se projetam 
além dos outros dentes. Os pré-molares e os molares têm superfícies largas para triturar alimentos. 
Cada dente está embutido em uma cavidade chamada alvéolo, formando uma articulação do tipo 
fibrosa, denominada de gonfose, que ocorre entre o dente e o osso. O alvéolo é revestido por um 
ligamento periodontal, um periósteo modificado cujas fibras de colágeno penetram no osso, de um lado, 
e no dente, de outro. Isso ancora o dente firmemente no alvéolo, mas permite um leve movimento 
sob o estresse da mastigação. A gengiva cobre o osso alveolar. 
 
 
 
 
A maior parte do dente consiste em tecido duro amarelado chamado dentina, coberto por esmalte na 
coroa e cemento na raiz. A dentina e o cemento são tecidos conjuntivos vivos com células ou 
processos celulares embutidos em uma matriz calcificada. 
As células do cemento (cementócitos) estão espalhadas mais ou menos aleatoriamente e ocupam 
cavidades minúsculas semelhantes às lacunas do osso. As células da dentina (odontoblastos) revestem 
a cavidade pulpar e possuem processos delgados que viajam por meio de minúsculos túneis paralelos 
na dentina. O esmalte não é um tecido, mas uma secreção livre de células produzida antes de o 
dente emergir acima da gengiva. A dentina e o cemento danificados podem se regenerar, mas o 
esmalte danificado não; deve ser reparado artificialmente. 
Internamente, um dente possui uma cavidade pulpar dilatada na coroa e na raiz superior e um canal 
radicular estreito na raiz inferior. Esses espaços são ocupados pela polpa, uma massa de tecido 
conjuntivo frouxo, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. Esses nervos e vasos entram no dente 
através de um poro, o forame apical, na extremidade inferior de cada canal radicular. 
 
Anatomia típica de um dente. 
 
Os dentes se desenvolvem sob as gengivas e emergem (erupção dentária) em uma ordem previsível. 
Vinte dentes decíduos (dentes de leite) surgem com idades entre seis e trinta meses, começando 
pelos incisivos. Entre seis e vinte e cinco anos, eles são substituídos por 32 dentes permanentes. 
À medida que um dente permanente cresce e se torna um dente decíduo, sua raiz se dissolve e 
deixa pouco mais do que a coroa quando se desprende e cai. Os terceiros molares surgem por volta 
dos 17 a 25 anos. Ao longo da evolução humana, o rosto tornou-se mais achatado e as mandíbulas, 
mais curtas, deixando pouco espaço para os terceiros molares. Assim, muitas vezes, permanecem 
abaixo da gengiva e ficam oclusos. 
 
Língua 
A língua é composta por músculo esquelético e coberta por uma membrana mucosa e papilas 
gustativas. Junto com seus músculos associados, ela forma o assoalho da cavidade oral. Auxilia na 
formação da fala articulada. É dividida em metades laterais simétricas por um septo mediano que se 
estende por todo o seu comprimento, sendo fixada ao osso hioide, ao processo estiloide do osso 
temporal e à mandíbula. Cada metade da língua consiste em um complemento idêntico de músculos 
extrínsecos e intrínsecos. 
 
 
O frênulo (freio) lingual é uma prega de membrana mucosa na linha média da superfície inferior da 
língua, é anexado ao assoalho da boca e auxilia na limitação do movimento da língua posteriormente. 
Cada lado do frênulo, uma veia lingual profunda, é visível através da fina membrana mucosa. A 
carúncula sublingual está presente em cada lado da base do frênulo lingual que inclui a abertura do 
ducto submandibular da glândula salivar submandibular. 
O dorso (superfície superior) e as superfícies laterais da língua são cobertos por papilas gustativas, 
projeções da lâmina própria cobertas por epitélio escamoso estratificado. Existem quatro tipos de papilas 
(onde somente as últimas não possuem botões gustativos): 
 
A mucosa da parte posterior da língua é espessa e livremente móvel. Não tem papilas linguais, mas 
os nódulos linfoides subjacentes dão a essa parte da língua uma aparência irregular. Os nódulos 
linfoides são conhecidos coletivamente como tonsilas linguais. A parte faríngea da língua constitui a 
parede anterior da orofaringe e está presa à cartilagem epiglote por pregas glossoepiglóticas. 
 
 
 
1. As glândulas linguais na lâmina própria da língua secretam muco e um líquido seroso aquoso 
que contém a enzima lipase lingual, que atua em até 30% dos triglicerídeos dietéticos e os 
converte em ácidos graxos e diglicerídeos mais simples. 
 
2. As artérias da língua derivam da artéria lingual, que se origina da artéria carótida externa. As 
veias da língua são as veias linguais dorsais, que acompanham a artéria lingual; as veias 
linguais profundas, que começam no ápice da língua, correm posteriormente ao lado do frênulo 
lingual para se juntar à veia sublingual. 
 
3. A maior parte da drenagem linfática converge para a drenagem venosa e a segue; no entanto, 
a linfa da ponta da língua, frênulo e lábio inferior central segue um curso independente. Toda a 
linfa da língua finalmente drena para os linfonodos cervicais profundos e passa através dos 
troncos venosos jugulares para o sistema venoso nos ângulos venosos direito e esquerdo. 
 
Todos os músculos da língua, exceto o palatoglosso, recebem inervação motora do nervo hipoglosso, o 
XII par de nervo craniano. Palatoglosso é um músculo palatino suprido pelo plexo faríngeo. Para 
sensações gerais (toque e temperatura), a mucosa dos dois terços anteriores da língua é suprida pelo 
nervo lingual, um ramo do nervo mandibular (proveniente do trigêmeo, V par de nervo craniano). 
Para sensação especial (paladar), essa parte da língua, exceto as papilas valadas, recebem um ramo 
do nervo facial, o VI par de nervo craniano. A mucosa do terço posterior da língua e as papilas 
valadas são supridas pelo nervo glossofaríngeo, o IX par de nervo craniano. Existem quatro percepções 
sensoriais básicas de sabor: (1) doce, (2) salgado, (3) azedo e (4) amargo.A percepção de 
doçura é detectada no ápice, salgada é detectada nas margens laterais, e as de acidez e de 
amargor, na parte posterior da língua. 
 
 
 
Glândulas salivares 
Existem dois tipos de glândulas salivares, as intrínsecas e as extrínsecas. 
As glândulas salivares intrínsecas são formadas por um número indefinido de pequenas glândulas 
dispersas entre os outros tecidos orais. Elas incluem glândulas linguais, glândulas labiais na parte 
interna dos lábios, glândulas bucais na mucosa jugal (parte interna das bochechas) e glândulas 
palatinas, no palato. Elas secretam saliva a uma taxa constante, quer estejamos comendo, quer não, 
mas em quantidades relativamente pequenas. Essa saliva mantém a boca úmida e inibe o crescimento 
bacteriano. 
As glândulas salivares extrínsecas são três pares de órgãos maiores e localizados fora da mucosa oral. 
Elas se comunicam com a cavidade oral por meio de ductos, que são: 
 A glândula parótida, a maior, localizada logo abaixo da pele, anteriormente ao lóbulo da orelha. 
Seu ducto (ducto parotídeo, ou ducto de Stenon) cruza superficialmente o músculo masseter, 
perfura o músculo bucinador e se abre em um óstio na boca, nivelado com o segundo molar 
superior. 
 A glândula submandibular, localizada a meio caminho ao longo do corpo da mandíbula, 
medialmente à sua margem, profundamente ao músculo milo-hióideo. Seu ducto (ducto 
submandibular, ou ducto de Wharton) penetra na cavidade oral por meio de uma papila situada 
lateralmente ao frênulo lingual, a carúncula lingual. A glândula submandibular é sulcada na 
maioria das vezes pela artéria facial, ramo da artéria carótida externa. 
 A glândula sublingual, localizada no assoalho da boca. Possui múltiplos ductos que desembocam 
na boca posterior à carúncula submandibular. 
 
 
 
Saiba mais 
Todas essas glândulas salivares maiores são tubuloacinares compostas com um arranjo semelhante a 
uma árvore de ductos ramificados terminando em ácinos; alguns possuem apenas células mucosas, 
alguns apenas células serosas e alguns apresentam uma mistura de ambas (ácinos mistos). 
 
A saliva umedece a boca, digere uma pequena quantidade de amido e gordura; limpa os dentes; inibe 
o crescimento bacteriano; dissolve moléculas para que possam estimular as papilas gustativas; umedece 
e lubrifica os alimentos e une as partículas para ajudar na deglutição. É uma solução formada por 
97% a 99,5% de água e os seguintes solutos: 
1. Amilase salivar, uma enzima que inicia a digestão do amido na boca. 
2. Lipase lingual, uma enzima que é ativada pelo ácido gástrico e digere a gordura após a 
ingestão do alimento. 
3. Muco, que se liga à massa alimentar de forma a lubrificá-la e ajudar na deglutição. 
4. Lisozima, uma enzima que auxilia a eliminar bactérias. 
5. Imunoglobulina A (IgA), um anticorpo que inibe o crescimento bacteriano. 
6. Eletrólitos, incluindo sódio, potássio, cloreto, fosfato e sais de bicarbonato. 
 
A salivação é controlada por grupos de neurônios chamados núcleos salivatórios no bulbo e ponte, elementos do tronco 
encefálico. Eles recebem sinais dos receptores sensoriais na boca, bem como de centros cerebrais superiores que respondem 
ao odor, visão ou pensamento da comida. A salivação está principalmente sob o controle de fibras parassimpáticas dos 
nervos facial (VII) e glossofaríngeo (IX), que estimulam a secreção de saliva aquosa e rica em enzimas. As fibras simpáticas 
dos gânglios cervicais estimulam a secreção de saliva mais espessa e rica em muco. 
 
 
Pâncreas 
O pâncreas é uma glândula flácida, com pouco tecido conjuntivo, e alongada em forma de “martelo”, topograficamente no 
plano transverso do abdome. Está relacionado com o duodeno pela cabeça e processo uncinado. É uma glândula volumosa, 
achatada e finamente lobulada; produz secreções exócrinas e endócrinas, sendo, portanto, chamada de anfícrina. 
O pâncreas está localizado na parte superior e, aproximadamente, 2/3 de sua estrutura, na porção posterior da cavidade 
abdominal, ocultado por órgãos da região epigástrica em um plano retromesocólico. Na superfície, encontra-se delimitado 
no quadrante superior esquerdo, contudo, não é acessível ao exame físico. Situa-se retroperitoneal e transversalmente da 
direita para a esquerda, levemente oblíquo, de baixo para cima, e posterior ao estômago entre o duodeno, à direita, e o 
baço, à esquerda: na sua maior parte, atrás do omento menor. 
O mesocólon transverso se fixa à sua margem anterior. O pâncreas se estende do lado direito das vértebras L1, L2 e às vezes 
L3, para a esquerda até o hilo do baço, passando por diante da veia cava inferior e da aorta. O pâncreas forma um perfil 
sinuoso em uma secção transversa e que não é evidente quando visto anteriormente. 
 
 
Você sabia 
O peso médio do pâncreas é, aproximadamente, 100g nos homens e de 80 a 85g nas mulheres, medindo aproximadamente 
15 cm de comprimento, 4cm de altura e 2cm de espessura. Esse órgão consiste em uma cabeça, colo, corpo e cauda ― 
porções estão fixadas à parede abdominal posterior, com exceção da cauda que é, porém, pouco móvel. A forma do pâncreas 
é alongada e lobulada, por suas características de superfície, assim como por sua estrutura, e apresenta analogia com as 
glândulas salivares. 
 
 
A cabeça, larga e plana, se adapta emoldurando-se perfeitamente à curvatura côncava do duodeno, lembrando o formato de 
um disco que tem pequena orientação anterior direita. Para a esquerda, a parte da cabeça é continuada pelo colo e, da parte 
inferior da cabeça para a esquerda, projeta-se o processo uncinado. 
O colo é comprimido pelos vasos mesentéricos superiores (artéria e veia) que se situam na incisura pancreática, um sulco 
profundo na face posterior do colo. O processo uncinado situa-se inferiormente ao colo do pâncreas, posteriormente estão 
os vasos mesentéricos superiores. Esses vasos estão comprimidos, por assim dizer, entre o colo, para cima e anteriormente, 
o processo uncinado para baixo e posteriormente. 
 
 
 
 
 
 
A passagem do suco pancreático e da bile através da ampola hepatopancreática para o duodeno do intestino delgado é 
regulada por uma massa de músculo liso que envolve a ampola, conhecida como esfíncter da ampola hepatopancreática. O 
outro ducto principal do pâncreas, o ducto pancreático acessório, sai do pâncreas e deságua no duodeno, na papila menor do 
duodeno, também na segunda porção. 
 
 
 
A artéria pancreaticoduodenal superior anterior representa um dos ramos terminais da artéria gastroduodenal que desce 
posteriormente à 1ª porção do duodeno. A artéria pancreaticoduodenal superior posterior é fornecida pela artéria 
gastroduodenal antes de dividir-se em seus ramos terminais. A artéria pancreaticoduodenal superior posterior percorre 
inferiormente ao longo do lado esquerdo do colédoco. 
As duas artérias pancreaticoduodenais inferiores provêm de um tronco comum emitido pela artéria mesentérica superior 
que se divide em ramo anterior e posterior. Esses vasos ascendem na intimidade da cabeça do pâncreas ou na sua superfície 
para se anastomosar com as artérias respectivas derivadas da gastroduodenal. 
O sistema venoso é correspondente ao arterial, e as veias drenam para a veia porta hepática. Os vasos linfáticos eferentes do 
tecido pancreático drenam para os linfonodos da região celíaca e para os linfonodos do grupo mesentérico superior. 
O pâncreas é inervado por fibras nervosas autônomas e sensoriais que surgem dos plexos celíaco e mesentérico superior. As 
fibras sensoriais incluem algumas relacionadas com os reflexos e outras relacionadas com dor. As fibras relacionadas com 
percepção dolorosa do pâncreas entram na medula espinhal através dos nervos esplâncnicos. 
 
Fígado 
O fígado é o maior órgão glandular do abdome, de consistência mole e coloração vermelho escuro. Topograficamente, está 
localizado imediatamente inferior ao diafragma e preenche a maior parte do hipocôndrio direito e região epigástrica.É a 
maior glândula do corpo, pesando entre 1.4-1.8 kg no homem adulto e 1.1-1.4 kg na mulher. No adulto mede 20-25 cm no 
eixo transversal e 10-12 cm no anteroposterior. 
 
 
 
Funções do fígado: 
 Digestão: Sintetiza bile, que emulsifica lipídeos e facilita sua digestão. 
 Metabolismo: É capaz de realizar gliconeogênese, um processo que visa produzir glicose a partir de compostos que 
não são carboidratos; metaboliza e sintetiza aminoácidos, além de ser capaz de converter amônia em ureia; participa 
do metabolismo do calcitriol, forma ativa da vitamina D. 
 Síntese proteica: Sintetiza a maioria das proteínas plasmáticas, como a albumina, fibrinogênio, protrombina e outros 
fatores de coagulação. 
 Desintoxicação: O fígado é capaz de remover álcool e diversas drogas da corrente sanguínea. 
 Defesa: Possui macrófagos (células de Kupffer) que auxiliam o organismo na defesa de patógenos. 
 
Devido a essa gama de funções, é fácil entender por que doenças como cirrose, hepatite e câncer de fígado são sérias e, 
frequentemente, evoluem fatalmente. Apenas uma dessas funções contribui para a digestão ― a secreção da bile. 
 
O fígado é envolvido por uma cápsula fibrosa (cápsula de Glisson) e, externamente, a maior parte dela é coberta por serosa 
(peritônio visceral). A serosa está ausente em uma área denominada de “área nua”, situada na superfície superior que está 
fixada ao diafragma. 
O fígado é subdividido superficialmente nos lobos direito, esquerdo, quadrado e caudado. De uma vista anterior, vemos 
apenas o grande lobo direito e o menor lobo esquerdo. Eles são separados um do outro pelo ligamento falciforme, uma 
lâmina espessa de peritônio que fixa o fígado à parede abdominal anterior. 
 
Superiormente, o ligamento falciforme bifurca-se nos ligamentos triangulares direito e esquerdo, que se 
unem formando o ligamento coronário ― este possui função de suspender e fixar o fígado no músculo 
diafragma. O ligamento redondo do fígado, visível anteriormente na extremidade inferior do falciforme, é 
um remanescente fibroso da veia umbilical, que transporta sangue do cordão umbilical para o fígado de 
um feto. 
Sob vista inferior, também vemos o lobo quadrado próximo à vesícula biliar e o lobo caudado. Uma 
abertura irregular entre esses lobos, o hilo hepático (porta hepatis) é o ponto de entrada para a veia 
porta hepática, as artérias hepáticas e um ponto de saída para as vias biliares. 
Todos esses vasos sanguíneos e passagens de ductos biliares correm pelo omento menor. 
A vesícula biliar adere a uma depressão na superfície inferior do fígado entre os lobos direito e 
quadrado. A face posterior do fígado possui um sulco profundo (sulco) ocupado pela veia cava 
inferior. O sulco de Rouviere é uma fenda anterior (Segmento I), de 2-5cm que se estende à direita 
do hilo hepático em direção ao colo da vesícula biliar. Contém estruturas no Triângulo de Calot. O 
sulco de Rouviere é um marco anatômico frequente (82%) presente na tríade portal direita ou em 
seus ramos. 
Embora não esteja de forma clara demarcado internamente onde o parênquima parece contínuo, o 
fígado tem lados (fígados) direito e esquerdo funcionalmente independentes que são muito mais 
parecidos em tamanho do que os lobos anatômicos; entretanto, o fígado direito ainda é um pouco 
maior. 
 
 
 
 
Cada parte recebe seu próprio ramo primário da artéria hepática e da veia porta hepática e é drenada 
por seu próprio ducto hepático, direito e esquerdo. O fígado pode ser subdividido em quatro e depois 
em oito segmentos hepáticos (de Coinaud) ressecáveis cirurgicamente, cada um servido 
independentemente por um ramo secundário ou terciário da tríade portal, respectivamente. Observe o 
esquema que demonstra a segmentação hepática de Coinaud. 
 
 
 O fígado apresenta suprimento sanguíneo duplo: uma fonte venosa (veia porta) 
dominante e outra arterial menor (artéria hepática própria). A veia porta hepática leva entre 75% e 80% do sangue para o 
fígado. O sangue portal, contendo cerca de 40% a mais de oxigênio do que o sangue que retorna ao coração do circuito 
sistêmico, nutre o parênquima hepático (células hepáticas ou hepatócitos). 
A veia porta hepática carrega todos os nutrientes absorvidos pelo trato alimentar para os sinusoides do 
fígado. A exceção são os lipídios, que são absorvidos e contornam o fígado por meio do sistema 
linfático. O sangue arterial da artéria hepática própria, responsável por apenas 20-25% do sangue 
recebido pelo fígado, é distribuído inicialmente para estruturas não parenquimatosas, particularmente os 
dutos biliares intra-hepáticos. 
 
A veia porta hepática (curta e larga) é formada pela união da veia mesentérica superior e pela veia 
esplênica, situadas atrás do colo do pâncreas. Ela sobe anteriormente à veia cava inferior e forma 
parte da tríade portal no ligamento hepatoduodenal ― uma porção do omento menor. A artéria 
hepática comum surge da artéria tronco celíaco, e após emitir a artéria gastroduodenal, torna-se artéria 
hepática própria. No hilo hepático ou próximo a ele, a artéria hepática própria e a veia porta hepática 
terminam dividindo-se em ramos direito e esquerdo; esses ramos primários suprem os “fígados” direito 
e esquerdo, respectivamente. 
Entre as divisões estão as veias hepáticas direita, intermediária (média) e esquerda, que são 
intersegmentares em sua distribuição e função, drenando partes de segmentos adjacentes. As veias 
hepáticas, formadas pela união de veias coletoras que por sua vez drenam as veias centrais do 
parênquima hepático, abrem-se na veia cava inferior imediatamente antes de esta passar pelo forame 
da veia cava, no músculo diafragma. 
 
 
 
 
O fígado é o principal órgão produtor de linfa. Entre 1/4 e metade da linfa que entra no ducto 
torácico vem do fígado. Os vasos linfáticos do fígado correm como linfáticos superficiais na cápsula 
fibrosa subperitoneal, que reveste sua superfície externa e correm como linfáticos profundos no tecido 
conjuntivo, que acompanham as ramificações da tríade portal e das veias hepáticas. 
1. A maior parte da linfa é formada nos espaços perissinusoidais e drena para os vasos linfáticos 
profundos nas tríades portais intralobulares circundantes. Os linfáticos superficiais das faces 
anteriores das superfícies diafragmática e visceral do fígado e os vasos linfáticos profundos que 
acompanham as tríades portais convergem em direção ao hilo hepático. Alguns outros linfáticos 
superficiais drenam para os linfonodos hepáticos espalhados ao longo dos vasos e ductos 
hepáticos no omento menor. 
2. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos hepáticos drenam para os linfonodos celíacos, que 
por sua vez drenam para a cisterna do quilo, um saco dilatado na extremidade inferior do ducto 
torácico. 
 
3. Os linfáticos superficiais das faces posteriores das superfícies diafragmática e visceral do fígado 
drenam em direção à área nua do fígado. Aqui, eles drenam para os linfonodos frênicos ou se 
unem aos linfáticos profundos que acompanharam as veias hepáticas que convergem para a veia 
cava inferior e passam com essa grande veia através do músculo diafragma para drenar para os 
linfonodos mediastinais posteriores. Os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos unem-se aos 
ductos linfático e torácico direitos. 
 
 
Vesícula biliar 
Como a única função participativa do processo digestivo do fígado se dá pela secreção de bile, 
seguiremos rastreando o fluxo pela vesícula biliar, que é um saco em forma de pera, situado na face 
inferior do fígado, entre os lobos quadrado e caudado, que serve para armazenar e concentrar a bile. 
Tem cerca de 10cm de comprimento e é revestida internamente por uma mucosa altamente pregueada 
com um epitélio colunar simples. 
Possui um fundo, que, geralmente, projeta-se um pouco além da margem inferior do fígado. Seu colo 
leva ao ducto cístico, por meio do qual a bile entra e sai da vesícula biliar. O ducto cístico possui 
uma série de pregas espiraladasque regulam a entrada e saída da bile. 
Quando os dois ductos hepáticos deixam a porta hepatis, eles convergem quase imediatamente para 
formar o ducto hepático comum. Este ducto percorre apenas uma curta distância antes de se unir ao 
ducto cístico formando o ducto colédoco, que desce pelo omento menor até o duodeno. O ducto 
colédoco e o ducto pancreático principal se aproximam da papila maior do duodeno. 
Normalmente, logo antes de desaguar no duodeno, os dois ductos se unem e formam uma expansão 
chamada ampola hepatopancreática (de Vater). Um esfíncter hepatopancreático (de Oddi) regula a 
liberação de bile e suco pancreático da ampola para a segunda porção do duodeno. 
 
 
 
1. O suprimento arterial da vesícula biliar e do ducto cístico provém da artéria cística, que surge 
da artéria hepática direita no triângulo entre o ducto hepático comum, o ducto cístico e a 
superfície visceral do fígado, o trígono cisto-hepático. 
2. A drenagem venosa do colo da vesícula biliar e do ducto cístico é dada por veias císticas. 
Essas veias pequenas e geralmente múltiplas entram no fígado diretamente ou drenam para a 
veia porta hepática do fígado, após se juntarem às veias que drenam os dutos hepáticos e o 
ducto biliar proximal. 
3. A drenagem linfática da vesícula biliar drena para os linfonodos hepáticos, geralmente por meio 
de linfonodos císticos localizados próximos ao colo da vesícula biliar. Os vasos linfáticos 
eferentes desses linfonodos passam para os linfonodos celíacos. 
4. Os nervos para a vesícula biliar e ducto cístico passam ao longo da artéria cística e provêm do 
plexo celíaco, carregando fibras simpáticas e viscerais aferentes; do nervo vago e do nervo 
frênico direito. 
 
A estimulação parassimpática causa contrações da vesícula biliar e relaxamento dos esfíncteres na 
ampola hepatopancreática. No entanto, essas respostas são geralmente estimuladas pelo hormônio 
colecistocinina, produzido pelas paredes duodenais, em resposta à chegada de uma refeição gordurosa. 
 
 Exercícios: 
1. Onde está posicionado o fígado? Assinale a alternativa CORRETA: 
a.Quadrante superior esquerdo do abdome 
b.Quadrante superior direito do abdome 
Parabéns! A alternativa "B" está correta. O fígado está situado no quadrante superior direito do 
abdome, protegido pela caixa torácica e pelo músculo diafragma. O fígado está relacionado com as 
costelas (da sétima à décima primeira) no lado direito e cruza a linha média em direção ao lado 
esquerdo. 
 
c.Quadrante inferior esquerdo do abdome 
d.Atrás do diafragma 
e.Quadrante inferior direito do abdome 
 
2. Marque o músculo que não pertence ao grupo de músculos intrínsecos da língua: 
a.Músculo longitudinal superior 
b.Músculo longitudinal inferior 
c.Músculo hioide 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. Os músculos intrínsecos da língua se originam e se inserem 
em seu tecido conjuntivo, alterando a forma e o tamanho da língua para falar e deglutir. Os músculos 
intrínsecos são: músculo longitudinal superior; músculo longitudinal inferior; músculo transverso da língua; 
músculo vertical da língua; 
d.Músculo transverso da língua 
e,Músculo vertical da língua 
 
 
 
Neste conteúdo você viu que o sistema digestório é basicamente um grande tubo que se inicia na 
cavidade oral e termina no ânus. Esse tubo possui diferenças estruturais e funcionais em cada porção, 
sendo versátil e útil para efetuar a deglutição, passagem de alimento, degradação do alimento, digestão 
e formação de fezes que visam remover os produtos da digestão que não são interessantes para o 
nosso organismo. 
Além disso, você viu que esse tubo, para efetuar seu papel, conta com a presença de várias 
glândulas acessórias, como as glândulas salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar. 
Por fim, você estudou as peculiaridades estruturais e funcionais de cada porção desse tubo, assim 
como de suas glândulas acessórias, correlacionando esses aspectos com algumas patologias que podem 
causar mudanças significativas na fisiologia do sistema digestório.

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