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UNIVERSIDADE PAULISTA TECNOLOGIA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA BÁRBARA VILA NOVA BEZERRA DOS REIS CARLA SOUZA SILVA GRAZIELE ALVES DA SILVA JANAINA SOARES SILVA DE OLIVEIRA LETÍCIA DE OLIVEIRA SOUZA TALITA SUELEN GOMES MOTA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS SUSTENTÁVEIS NA INDÚSTRIA COSMÉTICA SÃO PAULO Tatuapé/ Noturno Maio/ 2015 UNIVERSIDADE PAULISTA TECNOLOGIA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA BÁRBARA VILA NOVA BEZERRA DOS REIS CARLA SOUZA SILVA GRAZIELE ALVES DA SILVA JANAINA SOARES SILVA DE OLIVEIRA LETÍCIA DE OLIVEIRA SOUZA TALITA SUELEN GOMES MOTA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS SUSTENTÁVEIS NA INDÚSTRIA COSMÉTICA Orientador: Prof. Sinária R. N. de Sousa SÃO PAULO Tatuapé/ Noturno Maio/ 2015 Trabalho apresentado no curso superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da UNIP, para o Projeto Integrado Multidisciplinar III. UNIVERSIDADE PAULISTA TECNOLOGIA DE ESTÉTICA E COSMÉTICA BÁRBARA VILA NOVA BEZERRA DOS REIS CARLA SOUZA SILVA GRAZIELE ALVES DA SILVA JANAINA SOARES SILVA DE OLIVEIRA LETÍCIA DE OLIVEIRA SOUZA TALITA SUELEN GOMES MOTA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS SUSTENTÁVEIS NA INDÚSTRIA COSMÉTICA Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________ Prof. Sinária Rejany Nogaia de Sousa Universidade Paulista – UNIP _______________________ Prof. Paula Andreotti Rodrigues Universidade Paulista – UNIP _______________________ Prof. Luciana Vasquez Universidade Paulista – UNIP Trabalho apresentado no curso superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da UNIP, para o Projeto Integrado Multidisciplinar III. RESUMO A sustentabilidade significa fazer hoje sem prejudicar o amanhã, sendo um conceito relacionado com a continuidade e preservação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais da sociedade. A sustentabilidade e responsabilidade social estão ligadas e são estratégicos para o crescimento econômico da empresa. No entanto a indústria de cosméticos mantêm esforços no sentido de equilibrar desenvolvimento sustentável então, é de responsabilidade de toda empresa manter meio ambiente e a vida das pessoas. Palavras chave: Cosméticos. Sustentabilidade. Indústrias. Meio Ambiente. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 7 2.1 Sustentabilidade na atualidade da sociedade cosmética ............................ 7 2.2 Recursos Sustentáveis para a Redução da Produção de Resíduos e Emissão de CO² ................................................................................................. 10 2.3 Recursos Sustentáveis para a Redução da Emissão de Gases do Efeito Estufa ................................................................................................................. 13 2.4 Segurança e Meio Ambiente ..................................................................... 17 2.5 Consumo e Energia .................................................................................. 21 3 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 27 4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 28 5 A EMPRESA ................................................................................................ 29 5.1 Idealização dos Recursos sustentáveis utilizados na empresa Beraca .... 29 6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 32 7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 38 ANEXOS ............................................................................................................ 40 ANEXO 1– Resumo para os anais do Encontro Acadêmico ........................ 41 ANEXO 2: Banner ............................................................................................. 42 5 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, verificou-se uma preocupação mundial crescente em relação às questões ambientais, decorrente principalmente da degradação do meio ambiente e das práticas não sustentáveis de uso dos recursos naturais, que têm acarretado perda da diversidade ambiental nos ecossistemas. A utilização de matérias-primas vegetais provenientes de sistemas sustentáveis de produção tem inúmeras vantagens sociais, econômicas e ecológicas. Os cosméticos orgânicos ainda pouco conhecidos entre os consumidores brasileiros ganha cada vez mais mercado no mundo. Com o impacto da crise ambiental, as pessoas estão se conscientizando e preferindo produtos que não causem danos ao meio ambiente e a sua saúde. Na antiguidade os cosméticos eram usados com intuito de adornar, camuflagem, ataque ou proteção. Porem esses cosméticos possuía caráter tóxico. Por isso houve a necessidade de se criar os biocosméticos que são produtos livres de conservante sintéticos, adubos químicos, minerais e artificiais. Os cosméticos sustentáveis como produtos naturais e orgânicos desenvolvidos em uma produção feita de maneira sustentável envolvendo comunidades e que se destaca também por não fazer testes em animais. Os biocosméticos precisam passar por um rigor de produção, desde o plantio até ao consumidor final, todo o processo de produção deve ser ecológico e sustentável e que promova a biodiversidade e proteja as gerações futuras. Com isso as certificadoras ganharam espaço para fazer a inspeção de todos os processos, fazendo com que os produtos sejam confiáveis aos consumidores e ecologicamente corretos. Sabe-se que a sustentabilidade está intimamente ligada à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Assim, a melhor forma de aliar lucratividade à preservação do planeta é vender a ideia de produtos que não poluam o meio ambiente, que beneficiem comunidades menos favorecidas e que promovam a sustentabilidade e a responsabilidade social. A sustentabilidade significa fazer o hoje sem prejudicar o amanhã, sendo um conceito sistêmico relacionado com a continuidade e preservação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais da sociedade. Portanto, na visão de Spangenberg (2001), a sustentabilidade é essencialmente outro modo de ver o mundo, baseado nas relações de justiça e partilha de responsabilidade de intergerações. Em tempos recentes, a sustentabilidade parece ter adquirido o status de “ideia-força”. Não se 6 trata de um conceito novo, mas ultimamente tem sido apropriado por diferentes grupos de interesse na sociedade, que inclui desde ambientalistas radicais, passando por instituições não governamentais (ONGs), governos e organismos internacionais, até chegar ao mundo dos gestores nas empresas. Quando as empresas compram matérias-primas de origem certificada, usam embalagens recicláveis e controlam a emissão de poluentes, já estão engajadas na luta por um planeta melhor. Algumas empresas investem em refis como forma de diminuir o impacto causado pelo descarte de embalagens no meio ambiente. Além da vantagem ecológica evidente, você faz economia, já que o refil custa menos. Cosméticos orgânicos não são sinônimos de sustentáveis. No entanto, vários dos seus princípios são benéficos à natureza. O modelo de uma sociedade sustentável pressupõe a capacidade de satisfazer suas necessidades, sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuraspara que também elas atendam a suas próprias necessidades. Com base nesta premissa, surgiu o conceito de cosméticos orgânicos, que tem como base a agricultura orgânica. Esta se diferencia da agricultura convencional por priorizar o ambiente, a justiça social e o crescimento econômico racional e sustentável. 7 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Sustentabilidade na atualidade da sociedade cosmética A partir do inicio dos anos 70, o problema mundial com o meio ambiente passou a ser questionado, reformulado e repensado dentro de uma nova realidade, a partir daí Estados, Organizações Internacionais governamentais ou não, passaram a ter consciência dos problemas ambientais que o mundo todo estava a enfrentar (SCHIMAICHEL e RESENDE, 2006). A indústria cosmética passa por uma importante transformação: o desenvolvimento de uma produção ecologicamente correta e o comercio de insumos provenientes da biodiversidade. Cada vez mais as indústrias estão incorporando práticas sustentáveis ao seu desenvolvimento. A indústria de cosméticos é um exemplo claro de como associar tecnologia ao desenvolvimento sustentável. E este desenvolvimento é aplicado não somente na eficiência da produção, mas também na valorização da manutenção dos recursos humanos e naturais. Hoje, as empresas utilizam matérias-primas extraídas principalmente da Amazônia de maneira renovável, gerando assim trabalho e remuneração às comunidades locais (CHÁVEZ, 2004). Quando as empresas compram matérias-primas de origem certificada, usam embalagens recicláveis e controlam a emissão de poluentes, já estão engajadas na luta por um planeta melhor. Algumas empresas investem em refis como forma de diminuir o impacto causado pelo descarte de embalagens no meio ambiente. Além da vantagem ecológica evidente, você faz economia, já que o refil custa menos. Cosméticos orgânicos não são sinônimos de sustentáveis, entanto, vários dos seus princípios são benéficos à natureza (BARBIERI 2010). Os cosméticos considerados “ecologicamente corretos” são os orgânicos, fabricados com ingredientes que seguem normas de qualidade e sustentabilidade estabelecidas por agências certificadoras capazes de garantir, ao consumidor final, a qualidade orgânica dos produtos adquiridos. No Brasil, as agências que certificam os cosméticos orgânicos são o Instituto Biodinâmico (IBD Certificações) e Ecocert Brasil (COSMETICS & TOILETRIES, 2010). Empresas como a Cativa Natureza e a Feito Brasil já utilizam o recurso do rastreamento de insumos orgânicos, assumindo um compromisso real com o meio ambiente. Promovendo uma linha diferenciada de produtos sem comprometer 8 espécies em extinção e livre de testes em animais, as marcas de cosméticos atuam no mercado trazendo o conceito de sustentabilidade até mesmo após a compra por devolverem suas embalagens após o uso. Além do processo de logística reversa (devolução das embalagens), Rose Oliveira dona da empresa Cativa Natura afirma que todo o material de divulgação da marca é reciclado, como no caso dos banners de lona, que são reutilizados na forma de sacolas retornáveis confeccionadas por presidiárias. No caso da Feito Brasil, a própria loja foi erguida a partir de tijolos reutilizados de um terreirão de café e os móveis do show room são todos feitos de madeira reciclada. Quanto aos produtos, a marca optou por manter todo o processo de fabricação dos cosméticos artesanal (COSMETICS & TOILETRIES, 2010). A boa aceitação dos produtos orgânicos deve-se, de um modo geral, à preocupação com a degradação ambiental, à conscientização e ao aumento da exigência dos consumidores por produtos “limpos” (SCHIMAICHEL e RESENDE, 2006). O crescimento da cosmética orgânica dentro da cosmetologia vem demonstrando valores significativos em relação aos cosméticos tradicionais. Existe um grupo considerável de consumidores que priorizam a exclusão do uso de produtos petroquímicos e optam por produtos naturais e orgânicos e relacionam a estes cosméticos uma maior proteção em seu uso, e credibilizando a certificação e se dispõem a pagaram mais por este tipo de produtos (RIBEIRO, 2009). Essa realidade, formada a partir da conscientização dos problemas ambientais e dos riscos que eles causam a manutenção da vida humana, fez com que as pessoas passassem a se preocupar não só com a saúde ambiental, mas com sua própria saúde. Por isso os orgânicos aos poucos estão ganhando mercado, não só nos alimentos, mas agora também em cosméticos, assim como roupas feitas com algodão certificado, entre outros produtos ou serviços. Contudo as pessoas conscientes dessa crise ambiental passaram a comprar produtos que venham em embalagens recicláveis e não compram se forem feitos com ingredientes nocivos ao meio ambiente e a sua saúde, sentem-se motivados a realizar compras de produtos que informem terem sido fabricados de uma forma correta (CHAVES, 2004). O melhor modo para seguir no caminho da sustentabilidade seria aquele em que cada individuo ou consumidor em potencial, agindo com base em seus próprios valores e critérios de qualidade, em sua própria expectativa de vida, fazendo 9 escolhas que sejam as mais compatíveis com as necessidades. Sabe-se que a sustentabilidade está intimamente ligada à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Assim, a melhor forma de aliar lucratividade à preservação do planeta é vender a ideia de produtos que não poluam o meio ambiente, que beneficiem comunidades menos favorecidas e que promovam a sustentabilidade e a responsabilidade social. Atualmente, o estudo e a prática da sustentabilidade se tornaram um assunto bastante desenvolvido e difundido pelas empresas (GUERRA e NODARI, 2004). O modelo de uma sociedade sustentável pressupõe a capacidade de satisfazer suas necessidades, sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuras para que também elas atendam a suas próprias necessidades. Com base nesta premissa, surgiu o conceito de cosméticos orgânicos, que tem como base a agricultura orgânica. Esta se diferencia da agricultura convencional por priorizar o ambiente, a justiça social e o crescimento econômico racional e sustentável (RIBEIRO, 2009). O Brasil deve mostrar ao mundo que temos critérios reguladores estabelecidos para o uso dos recursos da nossa preciosa floresta e que controlamos a produção que explora o apelo mercadológico relacionado à Amazônia. Atualmente existe um mercado significativo, que exige informações oficiais sobre a forma de produção, as matériasprimas, a mão de obra, o tipo de trabalho envolvido, a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente, referentes aos produtos que são ofertados no mercado mundial (GRAZZITION, 2007). Amazônia tem uma biodiversidade que é única, e uma das mais ricas do mundo, visto que existe cerca de um milhão de espécies animais e vegetais, o que representa a metade das espécies registradas em todo o planeta. A crescente necessidade por produtos de origem natural concebidos em alicerces sustentáveis tem alavancado por novas oportunidades na Amazônia brasileira (BITETTI, 2003). As bioindústrias de cosméticos abrangem vários segmentos de atuação tendo diferentes portes de empresa aonde são representadas por empresas locais, que na grande parte são micro e pequenas indústrias, sendo empresas líderes nacionais e transnacionais, que detêm todas ou algumas etapas das cadeias produtivas, indo desde o processamento de extratos até o desenvolvimento do produto acabado (MIGUEL, 2009). 10 Os produtos provenientes da biodiversidade amazônica deparam-se ultimamente em processo de expansão, acompanhando uma tendência mundial de substituição de produtos sintéticos por produtos naturais e de atribuir à biotecnologia um papel cada vez mais relevante no aumentoda competitividade tecnológica e industrial (GLENIA, 2004). A expansão do parque industrial brasileiro nesses últimos anos deu ao país a liderança nesse setor na América Latina, situando-o entre os primeiros mercados do mundo. Por isso, dispõe hoje de uma infraestrutura de fornecedores de insumos que permitem o país competir no mercado internacional. Diante desse quadro geral, cabe destacar também a excepcional força da marca “Biodiversidade Amazônica” na opinião pública internacional, especialmente quando ela é relacionada à utilização dos recursos naturais da região segundo os critérios da sustentabilidade ambiental e social, repercutindo diretamente na valorização dos bioprodutos (MIGUEL, 2009). 2.2 Recursos Sustentáveis para a Redução da Produção de Resíduos e Emissão de CO² Alguns municípios da Alemanha obrigam os habitantes a fazerem uma separação dos seus sacos de lixo doméstico onde numa vasilha eram postas as cinzas e o produto das varreduras, em outra os restos de alimentos, no caso de ser cacos de vidro os mesmos são colocados em sacos, as latas, os papéis, os pedaços de ferro, madeira, etc. Com isso, no momento da destruição final desse lixo seria vantajoso podendo ter uma melhor utilização. As areias, junto à lama e a poeira das ruas, se despejam em lugar adequado, os materiais da segunda categoria são queimados ou triturados, os últimos objetos tratando-se de combustíveis são incinerados ou aproveitados e vendidos conforme o caso (BRITO, 1999). 11 Imagem 1.1 Fonte: http://www.intercement.com/sites/ra2011/img/grafico-atitude- sustentavel02.jpg Sustentabilidade e reciclagem são alguns dos temas mais abordados atualmente em diversas áreas de estudo e com isso, a produção atual faz com que os resíduos sejam gerados para bens de consumo duráveis como imóveis, rodovias e pontes ou não duráveis como as embalagens descartáveis. Com isso, a produção na maioria das vezes utiliza matérias-primas não renováveis de origem natural. Esse método não apresentou problemas por motivos de grandes recursos naturais e a pequena quantidade de pessoas incorporadas a sociedade de consumo (JOHN, 1999). A intensa industrialização, tecnologia e o aumento da população, fez com que o alto consumo agravasse os problemas urbanos principalmente após 1980. Esses problemas se davam por escassez de área de deposição de resíduos devido a ocupação das áreas urbanas, problemas de saneamento e contaminação ambiental. (BRITO, 1999). Durante a ECO-92 e a definição da Agenda 21, destacou-se a necessidade de implementar um sistema de gestão ambiental para os resíduos sólidos e a solução encontrada para os problemas gerados foi a de reciclagem de resíduos. Este conceito não implica em apenas disciplinar a sociedade, envolve também mudanças culturais, educação ambiental e visão sistêmica. Apesar da redução na geração de resíduo seja uma ação necessária, ela é limitada levando em consideração que existem impurezas na matéria-prima, gera custos e patamares de desenvolvimento tecnológico (JOHN, 2000). A geração de resíduos sólidos é um dos maiores problemas da sociedade atual, reforçado pelo crescimento desordenado da população, pelo processo de ocupação do território urbano e pelo crescimento acentuado dos bens de consumo popularizados pelo aumento da produção industrial. A política de gestão de resíduos deve agir não apenas para garantir a coleta, o tratamento ou a disposição, mas deve estimular a produção de uma menor quantidade de resíduos (DEMAJOROVIC, 1995). http://www.intercement.com/sites/ra2011/img/grafico-atitude-sustentavel02.jpg http://www.intercement.com/sites/ra2011/img/grafico-atitude-sustentavel02.jpg 12 Imagem1. 2 Fonte:http://www.cacador.sc.gov.br/portalhome/images/stories/fotosnot/porcentagem total_2012.jpg Conforme Demajorovic (1995) para que possamos reduzir a produção de resíduos devemos primeiramente entender quais são as suas categorias para por fim separa-los corretamente. Abaixo listamos os tipos de categorias: LIXO DOMICILIAR: São restos de alimentos, papéis, plásticos, vidros, metais, dentre outros gerado nas residências, nos escritórios, nos refeitórios e sanitários das indústrias. LIXO DE VIAS PÚBLICAS: Composto por entulhos, folhas, terra, cigarros entre outros detritos e possuem pouco potencial de reciclagem. É obtido através da varrição das ruas, limpeza nos terrenos baldios, canais de esgoto, bueiros e bocas de lobo. ENTULHO DE CONSTRUÇÃO CIVIL: Possui sobras de materiais de construção e é um tipo de resíduo mais específico e menos variado, com potencialidade de reciclagem, É obtido na reforma ou construção de obras sejam elas publicas ou particulares, comerciais ou industriais. 13 LIXO COMERCIAL: Vindo de estabelecimentos comerciais, contem praticamente os mesmos resíduos que o “Lixo domiciliar”, sua diferença está com a alta potencialidade de reciclagem. LIXO INDUSTRIAL: São 'restos' dos processos industriais, são eles lodos, produtos e materiais do processo de fabricação, entre outros. É um tipo de resíduo mais específico e menos variado. LIXO HOSPITALAR: Feito por hospitais, ambulatórios médicos, farmácias e clinicas estéticas ou veterinárias. Possui resíduo mais específico e menos variado, com baixa potencialidade de reciclagem. OUTROS: Vindo de penitenciarias, aeroportos, portos, produtos resultantes de acidentes, animais mortos, veículos abandonados, entre outros. O cuidado e a preocupação do poder público e da sociedade com os resíduos sólidos existe há muito tempo, em 1914 na cidade de Vitória, o até então prefeito da cidade apresentou um relatório em que dizia: “Nenhum serviço é de mais relevância para uma cidade que o da sua limpeza. O viajante que anda pelas ruas de uma Capital e as encontra sujas, poeirentas, sem a necessária higiene será certamente um mau propagandista dos seus foros de centro civilizado” (MINGO, 2002). Por fim, para que possamos ter bons recursos de sustentabilidade e diminuir a produção dos resíduos, a política ambiental deve ter como prioridade gerenciar o ciclo biológico, ter um sistema circular em que a quantidade de resíduos reaproveitados seja sempre e cada vez maior enquanto a de resíduos gerados seja cada vez menor. Para isso é preciso auxiliar e motivar a população para que distribuam seus lixos adequadamente, seja em residência, empresas, hospitais ou até mesmo nas vias publicas. 2.3 Recursos Sustentáveis para a Redução da Emissão de Gases do Efeito Estufa Segundo Almeida (2002) o Desenvolvimento Sustentável no Brasil existe desde 1913, quando foi criado o primeiro parque nacional brasileiro para a preservação do meio ambiente – Parque Nacional de Itatiaia. Dois anos depois outros dois parques foram criados, Cataratas do Iguaçu e Serra dos Órgãos. O 14 Brasil, por ser um país de riqueza ambiental indiscutível, sempre chamou a atenção de cientistas e estudiosos de todo o mundo, esses que iniciaram fóruns de discussões acerca da contínua e desenfreada destruição do meio ambiente. Desses debates resultou a Fundação Brasileira para a Conservação da natureza (1958), considerada a primeira organização ambiental a conseguir criar e manter uma presença nacional. Esta Fundação segundo Almeida (2002) surgiu para tentar controlar o crescimento desenfreado da era Juscelino Kubitscheck. Porém, a intensa atividade industrial do país, com o consequente aumento da urbanização, associada à influência de eventos ocorridos no exterior, provocou a ampliação do foco de discussão, abrindo espaço para denúncias sobre a degradação do meio ambiente. Segundo Barbosa (2008) a questão ambiental, no Brasil, se intensificou nos discursos e estudos no curso da década de 1960, após uma fase de intenso crescimento urbano. Imagem: 1.3 Fonte: http://www.proceedings.scielo.br/img/eventos/agrener/n3/14731g1.gifCom a crise do petróleo no final dos anos sessenta e início da década de setenta, a reflexão acerca do futuro, que se apresenta incerto, começa a ser exposta no pensamento político, social e filosófico levando ao questionamento da participação do homem no planeta. O Brasil mesmo demonstrando intenções positivas muito cedo, com a criação desses órgãos, passou por situações comprometedoras na década de 70. Durante a Conferência de Estocolmo em 1972, não apenas o Brasil, mas, alguns outros países em desenvolvimento se mostraram http://www.proceedings.scielo.br/img/eventos/agrener/n3/14731g1.gif 15 resistentes ao reconhecimento referente aos problemas ambientais, afirmando ser a miséria o verdadeiro grande agente poluente das nações. O Brasil, fundamentado nessa ideia, conduziu políticas de atração de indústrias poluentes e migração de populações desfavorecidas de alta fecundidade para a Amazônia, com o intuito de evitar a reforma agrária nas regiões de origem destas populações (VIOLA e LEIS, 1995). A resistência do Brasil, em reconhecer os problemas ambientais, talvez possa ser justificada através do relatório Brundland, onde o mesmo considera que a pobreza generalizada não é mais inevitável e que o desenvolvimento de uma cidade deve privilegiar o atendimento das necessidades básicas de todos e oferecer oportunidades de melhora de qualidade de vida para a população (BARBOSA, 2008). Porém, essa resistência ao reconhecimento da problemática ambiental, começou a cessar logo no ano seguinte (1973), quando foi fundada a Secretaria Especial do Meio Ambiente, que tinha por finalidade justamente atenuar a imagem negativa que o Brasil havia adquirido após a Conferência de Estocolmo. Por volta de 1989, no auge da crise ambiental ocasionada pelas queimadas na região amazônica o governo cria o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em que pela primeira vez a proteção ambiental é associada ao uso conservacionista de alguns recursos naturais (BARBOSA, 1995). A Eco 92, também conhecida como Rio-92, ocorrida no ano que dá nome ao evento, foi um importante acontecimento para o Brasil, principalmente porque ajudou a popularizar as questões ambientais no país. Um dos intuitos do encontro de países foi conscientizar as nações ricas a ajudarem os países em desenvolvimento na implementação de uma economia sustentável. Durante tal convenção muitos acordos e documentos foram realizados, dentre os quais o Brasil criou a Agenda 21 Nacional com o objetivo de selecionar as áreas ambientais mais urgentes no trato ambiental, essas que eram: Infraestrutura e Integração Regional; Cidades Sustentáveis; Agricultura Sustentável; Gestão de 16 Recursos Naturais; Redução das Desigualdades Sociais; C&T e DS. (REBOLÇAS, 2013). Imagem: 1.4 FONTE:http://edgblogs.s3.amazonaws.com/planeta/files/2012/06/impacto_desastres _naturais_eco92.jpg Outro fato importante para o Brasil, no âmbito do Desenvolvimento Sustentável, aconteceu cinco anos após a Rio-92, criava-se o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) em 1997. Este conselho contou com a participação de vários empresários brasileiros e tinha como objetivo, dentre várias atividades, fomentar programas e projetos destinados à disseminação do conhecimento e das práticas sustentáveis já adotadas pelas empresas brasileiras (ALMEIDA, 2002). Tendo o termo desenvolvimento sustentável surgido a partir de estudos sobre as mudanças climáticas, e sendo este um importante fator de preocupação, o Brasil adquire uma nova atitude em relação ao assunto, passando a perceber que as mudanças no clima são resultados diretos da ação errônea do homem. O sucesso brasileiro em reduzir as queimadas na Amazônia e o triunfo de sua matriz energética são realizações importantes para o país, mas nem de longe caracterizam uma dinâmica própria ao desenvolvimento sustentável. É verdade que o Brasil passou, nos últimos anos, por um processo expressivo de redução simultânea e inédita da pobreza e da desigualdade de renda. Porém, os avanços http://edgblogs.s3.amazonaws.com/planeta/files/2012/06/impacto_desastres_naturais_eco92.jpg http://edgblogs.s3.amazonaws.com/planeta/files/2012/06/impacto_desastres_naturais_eco92.jpg 17 nesta direção não se apoiam hoje em formas de crescimento econômico voltadas explicitamente ao menor uso de energia e de materiais (ABRAMOVAY, 2010). Ainda no tocante aos acontecimentos que ajudaram o Brasil a reconhecer e dar a devida importância às questões ambientais, assim como na Eco 92, o país foi palco da Rio+20, evento que objetivou renovar e reafirmar a participação dos líderes de vários países nas ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra. Este evento foi, na realidade, uma segunda etapa da Cúpula da Terra (ECO- 92) no Rio de Janeiro. A Rio+20 não surtiu os efeitos esperados, ficando com mais propostas e menos ações. De qualquer forma, o simples fato do Brasil ser sede de eventos com abrangência e repercussão mundial, já significa que a problemática socio ambiental não está tão esquecida. Porém, sabe-se que expor o problema está muito longe de significar uma solução dos mesmos. A questão é que, embora com alguns acontecimentos importantes, o Brasil ainda é iniciante no contexto de Desenvolvimento Sustentável. Para Abramovay (2010) por maiores que sejam as conquistas representadas principalmente pelo aumento das áreas de reservas e pela recente conscientização de atores para reduzir a devastação, não se formou ainda uma coalizão social capaz de transformar a biodiversidade, os produtos e os serviços ecos sistêmicos da exploração florestal sustentável na grande fonte de ganhos econômicos para os agentes privados e para a região como um todo. 2.4 Segurança e Meio Ambiente Segundo Marcondes (1970) meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funciona como um sistema natural e incluem toda a vegetação animais solos, rochas atmosfera e fenômenos planeta do sistema solar onde existe vida. Isso ocorre porque ela apresenta alguns fatores físicos e químicos sem os quais a vida não seria possível. Entre esses fatores podemos citar a luminosidade, a temperatura a disponibilidade de água do ar atmosférico e das substâncias químicas utilizadas pelo organismo. A sobrevivência se depende da presença desses fatores, mas não somente deles. De fato se nos detivermos a observar a vida de um organismo verificaremos que ele nunca está isolado, pois além dos componentes 18 físicos e químicos é circulado por outros seres vivos com os quais mantém a relações Chama se meio ambiente o conjunto de fatores físicos químicos e biológicos necessários a sobrevivência de cada espécie. As manifestações a favor do meio ambiente vêm assumindo as mais diversas modalidades. Elas invadem a pesquisa de campo e a análise laboratorial ,fazem –se presentes em associações de bairro e propiciam até mesmo a formação de partidos políticos específicos .É que o chamado movimento ecológico se impõe ,e cada vez mais como um problema que estende a ponto de atingir as próprias raízes do homem e de sua sobrevivência .E tudo é medido pela gravidade crescente das consequências daquilo que o homem faz com a natureza e consigo mesmo :amiúde ,o resultado chega a tocar a calamidade. O plano de fundo da questão deve ser vista na análise do conceito de natureza através de sua evolução histórica. Quando Marx, por exemplo, insiste em afirmar que já não existe natureza em si ,que tudo já foi trabalhado ,transformado ,mapeado pelo homem ,ele mete o dedo no carne do problema .Realmente ,no correr de uma lenta e longa evolução ,a natureza se faz cada vez menos o polo antitético do mundo humano e da a cultura e tudo se passa como se ela pudesse ser integralmente assimilada por essa cultura ,no sentidode que tudo é transposto ao nível da racionalidade prática e teor ética (MARCONDES, 1970). Segundo Carlos (1993) entre as atividades humanas existem algumas que mais alteram o equilíbrio ambiental e cuja ação modificadora em qualidade e em intensidade está intimidade relacionada com os níveis das técnicas utilizadas. As principais modificações do meio ambiente introduzidas pela tecnologia agrícola são: diminuição de biodiversidade uma vez que o número de espécies cultivadas economicamente é muito menor que aquele dos ecossistemas naturais especialmente nas regiões tropicais , aumento de erosão ,quando não são utilizadas técnicas agrícolas de conservação do solo , introdução de substâncias toxicas que podem contaminar o solo ,os recursos hídricos e os próprios alimentos caso não sejam tomadas as medidas precauções necessárias. Com o aumento da densidade populacional diversas tecnologias foram desenvolvidas para permitir a sobrevivência humana. Assim foram desenvolvidas técnicas de agricultura construção urbanização, vestimentas, transportes etc. Com certeza vários impactos sobre o 19 meio ambiente existem e, no entanto eram suportados pelas produções embora não se exclua a possibilidade de que problemas sanitários com reflexo na saúde e eventualidade na produção agrícola já existissem na civilização antiga. Certamente cidades mais modernas como Roma há 2 mil anos, já apresentavam problemas ambientais decorrentes da coleta de esgoto. As densidades populacionais das civilizações antigas, embora altas para as áreas específicas fossem desprezíveis em relação ao globo terrestre como um todo. O crescimento da densidade populacional surgiu um desenvolvimento praticamente linear até o século XVII. Daí para frente, no entanto passou a apresentar uma tendência exponencial. Os políticos governamentais também têm promovido o alto consumo em detrimento do meio ambiente e dos interesses coletivos. O planejamento urbano favorece o automóvel em detrimento do transporte coletivo e dos modelos menos poluidores. No Brasil compra-se um carro para taxi peça metade do preço do mercado. Os incentivos à exportação s de carne bolina, minério de ferro e grão de cultura extensiva alcançam preços poucos superiores aos custos de produção no mercado internacional, deixando de contabilizar os prejuízos ao meio ambiente, repassando esta conta do consumo dos países ricos ás nossas gerações futuras. A atividade comercial de massa penetra progressivamente em áreas antes dominadas pela organização familiar e empreendimentos locais. As marcas de produtos fazem parte do vocabulário infantil e as comidas prontas penetram nos domínios das mais habilitadas donas de casa. A composição do lixo é aproximadamente a mesma em todo o mundo. O principal componente ainda é o papel e o papelão. Deve-se apenas mencionar o grande crescimento do plástico em substituição ao vidro metais, e fibras vegetais principalmente nos países avançados. O programa das nações unidas para o meio ambiente adota uma hierarquia de soluções na administração do lixo (CARLOS, 1993). A presença de determinadas substâncias químicas ou agentes físicos que prejudicam a vida de uma ou mais espécies do organismo em um ambiente. As atividades humanas, praticamente nas sociedades industrializadas modernas geram diversos tipos de poluentes: esgotos, resíduos industriais, gases tóxicos, substancias radioativas. A poluição afeta diretamente a saúde humana, além de pôr em risco o equilíbrio dos ecossistemas naturais. Ao poluir o ambiente a espécie 20 humana põe em risco sua própria saúde e sobrevivência no futuro. O controle da poluição e a preservação do ambiente dependem fundamentalmente, do esclarecimento e da educação da população. Somente uma sociedade civil amplamente organizada será capaz de exercer uma fiscalização ambiental sistemática, exigindo a criação e o cumprimento de leis ecológicas eficientes. Um doa dos poluentes mais perigosos para os habitantes das grandes metrópoles é o monóxido de carbono (CO), um gás incolor inodoro pouco mais leve que o ar e altamente tóxico. O CO resulta da queima incompleta de moléculas orgânicas e suas maiores fontes emissoras são os motores a combustão dos automóveis. O Monóxido de carbono tem a capacidade de se combinar irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de gás oxigênio (AMABIS, 1947). A poluição é o nome dado a qualquer tipo de degradação do meio ambiente. Ela pode ocorrer pela ação direita ou indireta do homem, por meio da descarga de material ou energia sobre ás águas solo e ar, causando um desequilíbrio nocivo ao meio ambiente que ocorre de forma natural, como por exemplo, a liberação de enxofre pelos vulcões. O presente trabalho tem como proposta avaliar, com base em critérios técnicos, a abordagem do tema poluição em livro didáticos de biologia do ensino médio, com o objetivo de identificar a forma como são apresentados os conceitos, as principais causas, suas consequências e as soluções propostas pelos autores, bem como, se atendem as necessidades do professor e principalmente do aluno . A pesquisa foi realizada por meio de uma análise em oito livros didáticos de biologia, dos quais sete são aprovados e sugeridos pelo PNLEM. Os resultados alcançados pela pesquisa demonstram que a avaliação foi regular, tendo como ponto positivo a exposição das causas e consequências da poluição e, como ponto negativo, os resultados poucos satisfatório dos critérios sobre a “relação entre o cotidiano do aluno” e os “conceitos e definições.” Assim, conclui-se que os autores livros didáticos de biologia para o ensino médio devem contextualizar com mais intensidade e conhecimentos biológicos com os conhecimentos relacionados ás questões socioambientais, de modo que permita o aluno a melhorar atendimento sobre a poluição e diversos tipos de problemas que pode causar ao meio ambiente e à população (MARCONDES, 1996). 21 Nos últimos tempos o mundo tem presenciado inúmeras de tragédias provocadas pela poluição ambiental. Em Londres, no inverno de 1952, as condições climáticas impediram a dispersão dos poluentes liberados por automóveis, fabricas e sistema de aquecimento da residência. Mais de 4 mil pessoas morreram em poucos dias, em consequência direta de problemas respiratórios causados pelos poluentes do ar . Nos dois meses seguintes, mais de 8 mil pessoas morreram de enfermidades causadas pela poluição atmosférica .Entre as catástrofes ambientais de grandes proporções está a da usina nuclear de Chernobyl, na ex-união soviética ocorrida em 26 de abril de 1986. Uma falha na refrigeração fez com que o reator nuclear explodisse, lançando poluentes radioativos que provocam a morte imediata de várias pessoas e causam doenças em um numero ainda não estimado de outras. Tragédias como essas vêm fazendo com que os governos de vários países pressionados pela sociedade civil, criem órgão especial para controlar a poluição e preservar o meio ambiente. Os países ricos e desenvolvidos têm, em geral, taxas de crescimento populacional menor que as dos países pobres e menos desenvolvidos. Isso ocorre, entre outros motivos, porque nos países mais desenvolvidos, a formação e aos métodos de planejamento familiar e controle da natalidade (MARCONDES, 1996). 2.5 Consumo e Energia Segundo Kleinbach (2010) vivemos em uma era de preocupação ambiental. Políticos terão dificuldades para ser eleitos se não tiverem, pelo menos, uma clara preocupação com as questões ambientais. O vigésimo aniversário do Dia da Terra, em 22 de abril de 1990, tornou-se o centro das atenções de milhares de pessoas que queriam iniciar uma década de ativismo ambiental. Muitas mudanças no ambiente ocorreram nos 35 anos decorridos desde o primeiro Dia da Terra. O vigésimo quinto aniversario do Dia da Terra. Em 1995, focouo progresso conseguindo melhoria na qualidade do are das águas. Em relação a poluição atmosférica, o smog diminuiu em todos os Estados Unidos para algo em torno de dois terços do que era em 1970. Em 1999, Los Angeles não registrou nenhuma leitura de ozônio suficiente para disparar um alerta de smog; 20 anos antes de ocorrerem 120 alertas em um ano. Os carros novos, em 1995, emitiram algo em 22 torno de 1% da população por milha dos modelos de 1970. As emissões de dióxido de enxofre, causa primaria da chuva acida, diminuíram um terço desde 1970. Nesse ano, aproximadamente um quarto dos rios norte-americanos atendia aos padrões federais para a pesca e natação; em 1995, essa qualidade aumentou para 60% do total. Tais realizações não foram obtidas sem enormes esforços. Os gastos federais e estaduais para a redução e o controle da poluição aumentaram sensivelmente desde 1970 (para 100 bilhões de dólares por ano). Todavia, as preocupações com os gastos federais, com a dÍvida nacional e com o papel do governo federal americano continuam a incitar as forças legislativas a realizarem reformas na legislação ambiental e modificações nas regulações, o que vem afetando a qualidade do ar e das águas, a questão dos resíduos tóxicos e dos pesticidas, a proteção das espécies ameaçadas, entre outras. O uso dos nossos recursos energéticos é um dos principais fatores a afetar o ambiente. O crescimento da utilização de combustíveis fósseis observado desde o inicio da era industrial causou o aumento da concentração de dióxido de carbono atmosférico em torno de 30% e provavelmente, a elevação da temperatura global. Temperaturas globais podem levar ao derretimento das calotas polares e ao aumento dos níveis dos oceanos, o que vai provocar a migração das populações das regiões litorâneas do planeta para áreas mais altas. Isso também pode significar uma segurança e na efetividade dos meteoros de enterrar os resíduos radioativos gerados pelas usinas nucleares? O que podemos usar em substituição á gasolina em nossos carros? É o etanol, produzido com cereais, um substituto energeticamente eficiente? Atualmente, 10% da gasolina vendida nos Estados Unidos contem etanol, naturalmente feito de milho. Devemos utilizar alimento como combustível, quando existem muitas pessoas subnutridas? Deve-se subsidiar a energia solar para que ela possa competir economicamente com os combustíveis fosseis, uma vez que eles são finitos e sua utilização danifica o ambiente? Como devemos considerar economicamente no longo prazo os impactos ambientais e os danos à saúde? (REIS, 2010). Até a década de 1980, o consumo de energia no mundo – especialmente nos Estados Unidos – vinha aumentando anualmente. No fim da década de 1940 e na década de 1950, uma media de 2,9% a mais de energia em relação ao ano anterior, foi usada nos Estados Unidos. Nos anos 1960 e no inicio dos 1970, a taxa 23 de crescimento foi ainda maior: 4,5% por ano. Tal taxa iria fazer a quantidade de energia consumida dobrar em apenas 15 anos. No fim da década de 1970, a taxa de crescimento do consumo de energia nos Estados Unidos caiu para 3% e, no inicio de 1980, realmente decaiu: em 1983 foram usados 115 menos de energia do que em 1979, mesmo com um aumento na população. Durante o final da década de 1980, o consumo de energia norte-americano subiu de forma modesta, em uma taxa menor que o PIB do pais, indicando tendência rumo a uma maior eficiência energética. Nos anos 1990, o consumo de energia continuou a crescer, mas em um ritmo um pouco maior do que nos anos 1980, já que a nação se recuperara economicamente. Entre 1983 e 2003, o consumo de energia foi aumentado em 34%, mas o PIB subiu 114%. As principais fontes de energia usadas nos Estados Unidos e no mundo são os combustíveis, a participação de cada combustível certamente mudou ao longo dos anos. Originalmente, para produzir trabalho, os seres humanos adicionaram, aos seus músculos, os animais, a agua e o vento. A sociedade pré-industrial assentava-se no uso de fontes renováveis de energia, como a agua, o vento, o sol, a biomassa. A mudança para o uso de recursos não renováveis começou no século 18, quando uma sociedade cada vez mais industrializada passou a queimar combustíveis fosseis para fazer funcionar as maquinas a vapor (inventadas em 1763) e para fundir o ferro. Em torno de 85%da energia usada nos Estados Unidos vem de fosseis. No caso do mundo, se combustíveis não comerciais tradicionais como madeira e esterco forem contabilizados, as fontes renováveis respondem por aproximadamente 20% do total consumido. O primeiro poço de petróleo moderno foi escavado na Pensilvânia, em 1859, e o petróleo teve seu consumo aumentado após a invenção do motor de combustão interna na década de 1870. Como tanto o numero de motores quanto a disponibilidade de petróleo cresceram, a contribuição deste ultimo aumentou após 1920. Suas características de queima relativamente limpas eram desejáveis por razoes ambientais. Eventualmente, o carvão foi substituído pelo petróleo nas indústrias e nas usinas de energia. Hoje, o petróleo responde por aproximadamente 40% do consumo de combustíveis nos Estados Unidos e no mundo. O uso de gás natural, nos Estados Unidos se deu em pequena escala e localizado, ate a descoberta de grandes jazidas no Texas e na Louisiana e a construção de uma rede 24 de gasoduto de longa distancia em direção ao norte do país. Atualmente, ele responde por 23% do consumo de energia nesse país, principalmente para aquecimento domestico/residencial e operações industriais. Em virtude do aumento das descobertas e da desregularização do setor elétrico, a contribuição percentual do gás natural para o consumo total de energia nos Estados Unidos e no mundo tem aumento rapidamente (KLEINBACH, 2010). O Balanço Energético Nacional – BEN – (BRASIL, 2005) é um documento divulgado pelo Ministério das Minas e Energia que contabiliza o consumo de energia nos principais setores de atividade econômica assim como sua produção de energia por fontes primárias e secundárias. Têm como base dados desde 1970 e os fluxos físicos anuais de quarenta e nove formas e grupos de energia, nas atividades de produção, estoques, comércio externo, transformação, distribuição e consumo nos setores econômicos. A contabilização da energia se dá em toneladas equivalentes de petróleo - tep –, cujo valor de referência é o de 10.000 kcal/kg. Calculam-se os fatores de conversão pelas relações entre o poder calorífico de cada fonte e o poder calorífico do petróleo adotado como referência. Estas são usadas pela IEA – International Energy Agency – que publica os balanços energéticos dos países da OECD - Organisation for Economic Co- operation and Development - grupo de trinta países incluindo os desenvolvidos, além de informações sobre consumo energético de vários outros países do mundo (IEA, 2005). A demanda total de energia no país é chamada no BEN de Oferta Interna de Energia – OIE -,que representa a energia que se disponibiliza para ser transformada (refinarias, carvoarias, etc), distribuída e consumida nos processos produtivos do País. Essa energia que movimenta a indústria, o transporte, o comércio e demais setores econômicos do País, recebe a denominação de Consumo Final. Para chegar a esse local de consumo é transportada por gasodutos, linhas de transmissão, rodovias, ferrovias, etc, processos que também demandam perdas de energia. Assim, a OIE é igual a soma do Consumo Final nos setores econômicos e das perdas na distribuição, armazenagem e nos processos de transformação. O Brasil tem uma OIE per capita de 1,09 tep, abaixo da média mundial (1,69 tep/hab), 25 e muito abaixo dos USA, 7,84 tep/hab. A OIE, em 2002, foi de 198 milhões de toneladas equivalentes de petróleo – tep, montante 196% superior ao de 1970 e equivalentea 2% da demanda mundial. A indústria de energia no Brasil responde pelo abastecimento de 86% do consumo nacional. Os 14% restantes são importados, principalmente petróleo e derivados, carvão mineral, gás natural, e, em quantidade menor, energia elétrica. No Brasil, cerca de 41% da OIE tem origem em fontes renováveis, enquanto que no mundo, essa taxa é 14% e nos países desenvolvidos é de apenas 6%. Dos 41% de energia renovável, 14 pontos percentuais correspondem à geração hidráulica e 27 à biomassa. Os 59% restantes da OIE vieram de fontes fósseis e outras não renováveis. O Consumo Final de Energia em 2002 foi de 177,4 milhões de tep, montante correspondente a 89,6% da Oferta Interna de Energia. A indústria com 37%, o transporte com 27% e o residencial com 12%, são os principais setores analisados no balanço. O consumo é realizado a partir de fontes primárias e secundárias. As fontes de energia primária são os produtos energéticos providos pela natureza na sua forma direta, dos quais são relatadas no BEN: petróleo, gás natural, carvão vapor, carvão metalúrgico, urânio (U3O8), energia hidráulica, lenha, produtos da cana (melaço, caldo de cana e bagaço) e resíduos vegetais e industriais para geração de vapor, calor e outros. As fontes de energia secundária são os produtos energéticos resultantes dos diferentes centros de transformação que têm como destino os setores de consumo e eventualmente outro centro de transformação. No BEN são consideradas as seguintes fontes: óleo diesel, óleo combustível, gasolina (automotiva e de aviação), gás liquefeito - GLP, nafta, querosene (iluminante e de aviação), gás (de cidade e de coqueria), coque de carvão mineral, urânio contido no UO2 dos elementos combustíveis, eletricidade, carvão vegetal, álcool etílico (anidro e hidratado), alcatrão 25 (alcatrão obtido na transformação do carvão metalúrgico em coque) e outras secundárias de petróleo (gás de refinaria, coque e outros). Considera-se ainda as fontes secundárias produtos não-energéticos do petróleo. Estes são os derivados de petróleo que, mesmo tendo significativo conteúdo energético, acabam utilizados para outros fins (graxas, lubrificantes, parafinas, asfaltos, solventes e outros) (IEA, 2005). O gás natural vem aumentando a sua participação na OIE, passando de 6,5% em 2001 para 7,5% em 2002, resultado da sua crescente utilização na 26 indústria, no transporte e na geração elétrica. O Brasil caminha na direção da matriz energética mundial, onde há uma maior participação de gás natural e uma menor participação de hidráulica. Entretanto, ainda apresenta situação privilegiada em termos de utilização de fontes renováveis de energia. Os países com grande geração térmica apresentam perdas de transformação e distribuição, entre 25 e 30% da OIE. No Brasil estas perdas são de apenas 10%, dada a alta participação da geração hidráulica. Esta vantagem, complementada pela grande utilização de biomassa, faz com que o Brasil apresente baixa taxa de emissão de CO2 – 1,57 t CO2/tep – pela utilização de combustíveis, quando comparada com a média mundial, de 2,36 t CO2/tep Quanto à natureza da geração de CO2, as maiores emissões no Brasil provêm das mudanças de uso da terra e florestas através de queimadas, onde são produzidos 75% de todo o CO2. O restante é advindo da queima de combustíveis para geração de energia e reações químicas resultantes de processos industriais específicos. Deste uma parcela significativa do consumo de energia e geração de CO2 está associada à Construção Civil (BRASIL, 2005). Os tópicos seguintes detalham estas relações (IEA, 2005). 27 3 OBJETIVO GERAL Através deste trabalho busca-se abordar ações de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no setor de cosméticos. Sendo este setor um dos mais beneficiados pelo aumento de emprego e renda, caracterizado como sustentável sócio responsável por economizar energia, desenvolver produtos naturais e ecológicos e atender as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades. A Sustentabilidade e Responsabilidade Social estão ligadas e são estratégicos para o crescimento econômico da empresa. Demonstrando seu papel na construção de uma sociedade humanitária e compreendendo a responsabilidade de manter o desenvolvimento sustentável, buscando aliar a qualidade de vida com produtividade sem que afete o meio ambiente e a vida das pessoas. 28 4 MATERIAIS E MÉTODOS Trabalho realizado através de levantamento bibliográfico realizado no acervo da biblioteca Universidade Paulista unidade Tatuapé a partir do mês de março do ano de 2015, e bases eletrônicas como o posteriormente a busca estendeu-se a diversos artigos científicos escolhidos aleatoriamente nas bases eletrônicas de SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e Google acadêmico. 29 5 A EMPRESA 5.1 Idealização dos Recursos sustentáveis utilizados na empresa Beraca Perfil A Beraca é uma empresa familiar brasileira fundada em 1956, em São Paulo (SP) que atua nos mercados de tratamento de água e efluentes; cosméticos; alimentos; veterinário, desenvolvendo tecnologias, soluções e ingredientes de alto desempenho. Inicialmente sob outro nome (Sabará Indústria e Comércio Ltda.), suas atividades concentravam-se somente na distribuição de cloro. Em 2007, a área de “produtos e soluções para o tratamento de água” foi responsável pela maior fatia do faturamento da empresa (72% de R$ 83, 419 milhões) e ocupava 85 (40%) dos 213 funcionários da empresa. Ao longo dos anos, a empresa expandiu-se pelo território nacional e diversificou seus negócios, passando a exportar seus produtos para mais de 40 países. Atualmente, dedica-se ao desenvolvimento de tecnologias, soluções e produtos de alto desempenho para: “Tratamento de Água”; “Saúde e Cuidados Pessoais”; “Saúde e Nutrição Animal” e “Alimentos”. Suas unidades estão localizadas em São Paulo (SP); Santa Bárbara d’Oeste (SP); Anápolis (GO); Itapissuma (PE); Pacatuba (CE); Ananindeua (PA) (BERACA, 2007). Desenvolvimento Sustentável Em 2001, a Beraca estrategicamente assumiu uma nova proposta de gestão vinculada à sustentabilidade, ou seja, todas suas decisões passaram a considerar aspectos econômicos, sociais e ambientais. Desde então, a missão da empresa, conforme escrito em seu site é: “Ser uma empresa diferenciada que promove o desenvolvimento de seus colaboradores criando valor para seus clientes, parceiros e acionistas por meio do desenvolvimento sustentável”. Seus valores e visão também estão alinhados ao tripé da sustentabilidade (BERACA, 2015). Deste modo, a empresa passou a priorizar questões como a inovação em produtos e serviços sustentáveis; governança corporativa; gestão e desenvolvimento de pessoas; valorização dos recursos naturais; gestão de riscos socioambientais; desenvolvimento local e regional. Além disso, obteve a certificação do FSC (Conselho de Manejo Sustentável), em 2004, e a Ecocert, em 2006, garantindo que os produtos que ganham seu selo 30 não receberam contaminação química, nem são provenientes de organismos transgênicos. No mesmo ano, associou-se ao Instituto Éticos de Responsabilidade. Social e, no ano seguinte, tornou-se signatária do Pacto Global da ONU, apoiando a declaração “Caring for climate”, assinada no âmbito desse acordo por líderes empresariais, comprometendo-se com a adoção de medidas de redução de emissão de gases de efeito estufa (FCE, 2008). Em 2001, a Beraca comprou a Brasmazon Indústria de Oleagenosas e Produtos da Amazônia Ltda., uma empresa ligada ao Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica da UniversidadeFederal do Pará (UFPA), com o objetivo de deixar de ser apenas distribuidora de produtos para as indústrias de cosméticos, farmacêutica e de fragrâncias. Deste modo, passou a desenvolver tecnologias para a produção de linhas de produtos orgânicos e naturais para esse mercado, tornando-se uma das principais fornecedoras de ingredientes provenientes da Amazônia. Por meio da divisão “Health & Personal Care”, a empresa foca na inovação na busca por alternativas vegetais naturais com alto potencial de aplicação em cosméticos, fragrâncias e produtos farmacêuticos, que substituam ingredientes sintéticos. Na unidade de Ananindeua, região metropolitana de Belém, no Pará, localiza-se a área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a produção dos ingredientes a partir de matérias-primas da região amazônica. Essa área respondeu por 18% do faturamento da empresa em 2007 (R$15 milhões) e ocupa 46 funcionários da empresa (22%), sendo que 12 dedicam-se exclusivamente à P&D. Uma das linhas dessa divisão é a Rain Forest Specialties. Os fornecedores da Beraca são comunidades extrativistas (cerca de duas mil famílias) que coletam sementes, argilas, resinas, nozes, cascas, polpas e frutos no local de origem. A empresa realiza o beneficiamento dos produtos originários do açaí, andiroba, urucum, castanha do Pará, buriti, copaíba, cupuaçu, murumuru etc., tendo como resultado final óleos fixos óleos essenciais, extratos, resinas, manteigas, argilas e outras especialidades da Floresta Amazônica. Os clientes da indústria cosmética, farmacêutica e de fragrâncias compram os ingredientes para a fabricação de perfumes, sabonetes, cremes, xampus, condicionadores, loções, batons e outros artigos de maquiagem. Todos os produtos dessa linha são certificados pelo FSC (Conselho de Manejo Sustentável) e pelo selo Ecocert, atestando que todas as atividades de 31 extrativismo são baseadas em critérios de sustentabilidade, conservação e manejo florestal e que o processo de produção não envolve a adição de produtos químicos, nem matérias-primas provenientes de organismos geneticamente modificados. Um exemplo de aplicação de produtos da marca Rain Forest Specialties é o óleo vegetal de buriti orgânico (FCE, 2008). A empresa francesa L’Occitane en Provence compra esse ingrediente para fabricar cremes de proteção solar, porque o buriti é rico em vitamina A, tem propriedades antiidade e aumenta a elasticidade da pele. Em parceria com a Beraca, a empresa europeia desenvolveu a primeira linha de produtos fabricada fora da França com ingredientes originários da floresta amazônica. Outro exemplo é o óleo vegetal de castanha do Pará, conhecido por suas propriedades emolientes, rico em vitaminas, ácido oléico (restaura a oleosidade da pele) e selênio (antioxidante), que reduz a perda de água pela pele e prolonga a hidratação. Dentro da mesma linha, a L’Occitane en Provence comercializa um creme autobronzeador de castanha do Pará (L’OCCITANE, 2009). A empresa também tem promove ações sócias como o Programa de Valorização da Biodiversidade foi estruturado em 2000, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade no fornecimento de matérias-primas provenientes da biodiversidade brasileira. As atividades e negócios da Beraca têm como foco central a responsabilidade no contexto social e ambiental, com projetos desenvolvidos nas comunidades locais que contribuem para o desenvolvimento regional e a preservação da maior reserva natural do planeta (BERACA, 2015). 32 6 DISCUSSÃO Cada vez mais as indústrias estão incorporando práticas sustentáveis ao seu desenvolvimento. A indústria de cosméticos é um exemplo claro de como associar tecnologia ao desenvolvimento sustentável. E este desenvolvimento é aplicado não somente na eficiência da produção, mas também na valorização da manutenção dos recursos humanos e naturais. Hoje, as empresas utilizam matérias-primas extraídas principalmente da Amazônia de maneira renovável, gerando assim trabalho e remuneração às comunidades locais (CHÁVEZ, 2004). Os cosméticos considerados “ecologicamente corretos” são os orgânicos, fabricados com ingredientes que seguem normas de qualidade e sustentabilidade estabelecidas por agências certificadoras capazes de garantir, ao consumidor final, a qualidade orgânica dos produtos adquiridos (COSMETICS & TOILETRIES, 2010). O crescimento da cosmética orgânica dentro da cosmetologia vem demonstrando valores significativos em relação aos cosméticos tradicionais. O modelo de uma sociedade sustentável pressupõe a capacidade de satisfazer suas necessidades, sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuras para que também elas atendam a suas próprias necessidades (RIBEIRO, 2009). O melhor modo para seguir no caminho da sustentabilidade seria aquele em que cada individuo ou consumidor em potencial, agindo com base em seus próprios valores e critérios de qualidade, em sua própria expectativa de vida, fazendo escolhas que sejam as mais compatíveis com as necessidades. Sabe-se que a sustentabilidade está intimamente ligada à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana (GUERRA e NODARI, 2004). A partir do inicio dos anos 70, o problema mundial com o meio ambiente passou a ser questionado, reformulado e repensado dentro de uma nova realidade, à preocupação com a degradação ambiental, à conscientização e ao aumento da exigência dos consumidores por produtos “limpos” (SCHIMAICHEL e RESENDE, 2006). Amazônia tem uma biodiversidade que é única, e uma das mais ricas do mundo, visto que existe cerca de um milhão de espécies animais e vegetais, o que representa a metade das espécies registradas em todo o planeta (BITETTI, 2003). As bioindústrias de cosméticos abrangem vários segmentos de atuação tendo diferentes portes de empresa aonde são representadas por empresas locais, que na 33 grande parte são micro e pequenas indústrias, sendo empresas líderes nacionais e transnacionais, que detêm todas ou algumas etapas das cadeias produtivas, indo desde o processamento de extratos até o desenvolvimento do produto acabado (MIGUEL, 2009). Segundo John (2000) ainda que seja um assunto muito abordado pela média e a população, o tema resíduo e sustentabilidade é algo que ainda precisa ser conversado, pois, a reciclagem não é feita totalmente como deveria, com isso, a produção de reciclagem utiliza na maioria das vezes materiais vindo de matérias- primas que não são recicláveis. Ainda que esse método não tenha apresentado problemas, é preciso divulgar, incentivar a sociedade ao ato de divisão de categorias. Porém a visão de Brito (1999) quanto à redução na produção de resíduos se dá a grande industrialização, a tecnologia e o aumento da população e com isso fez- se que consumo aumentasse, piorando assim os problemas da sociedade, tais problemas vindo de uma alta construção e ocupação em vias urbanas, aumentando a contaminação ambiental, piorando o saneamento e diminuindo locais para a destruição dos resíduos. Segundo Viola (1995) ainda que o Brasil tenha mostrado empenho muito cedo com projetos como Eco-92, passou por situações que o comprometeu, mas isso não ocorreu só com o Brasil, outros países em desenvolvimento tiveram resistência em assumir os problemas ambientais. Porem Barbosa (2008) acredita que essa resistência do Brasil, em reconhecer os problemas ambientais, se justifica através do relatório Brundland, pois ele considera que a pobreza generalizada não é algo inevitável e que para uma cidade se desenvolva é preciso focar o atendimento nas necessidades básicas da população, oferecer oportunidades e melhoria na qualidade de vida para a sociedade. A geração de resíduos sólidos é um dos maiores problemas da sociedade atual, reforçado pelo crescimento desordenado da população,pelo processo de ocupação do território urbano e pelo crescimento acentuado dos bens de consumo popularizados pelo aumento da produção industrial. A política de gestão de resíduos deve agir não apenas para garantir a coleta, o tratamento ou a disposição, mas deve 34 estimular a produção de uma menor quantidade de resíduos (DEMAJOROVIC, 1995). Segundo Marcondes (1970) o meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funciona como um sistema natural e incluem toda a vegetação, animais solos rochas atmosfera e fenômenos do planeta do sistema solar onde existe vida. Isso só ocorre porque ela apresenta alguns fatores físicos e químicos sem os quais a vida não seria possível. Entre esses fatores podemos citar a luminosidade a temperatura a disponibilidade de água do ar atmosférico e das substancias químicas utilizada pelo organismo. A poluição ambiental é a presença de determinadas substâncias químicas ou agentes físicos que prejudicam a vida de uma ou mais espécies do organismo em um ambiente. As atividades humanas praticamente nas sociedades industrializadas modernas geram diversos tipos de poluentes como os esgotos resíduos industriais, gases tóxicos e substâncias radioativas (CARLOS,1993). A poluição é o nome dado a qualquer tipo de degradação do meio ambiente. Ela pode ocorrer pela ação direta ou indireta do homem, por meio de descarga de material ou energia sobre as águas, solos, e ar, causando um desequilibro nocivo ao meio ambiente que ocorre de forma natural como por exemplo a liberação de enxofre pelos vulcões (AMABIS, 1947). Segundo Marcondes (1970) a preservação e condições ambiental nos últimos tempos o mundo tem presenciado inúmeros de tragédias provocada pela poluição ambiental. Em Londres no inverno de 1952 as condições climáticas impediram a dispersão dos poluentes liberados por automóveis, fabricado em sistema de aquecimento das residências. Mais de 4 mil pessoas morrem em poucos dias, em consequência direta de problemas respiratórios causados pelos poluentes do ar. Nos dois meses seguintes, mais de 8 mil pessoas morreram de enfermidade causada pela poluição. O vigésimo quinto aniversario do Dia da Terra. Em 1995, focou o progresso conseguindo melhoria na qualidade do are das águas. Em relação a poluição atmosférica, o smog diminuiu em todos os Estados Unidos para algo em torno de 35 dois terços do que era em 1970. Em 1999, Los Angeles não registrou nenhuma leitura de ozônio suficiente para disparar um alerta de smog; 20 anos antes de ocorrerem 120 alertas em um ano. Os carros novos, em 1995, emitiram algo em torno de 1% da população por milha dos modelos de 1970. As emissões de dióxido de enxofre, causa primaria da chuva acida, diminuíram um terço desde 1970. Nesse ano, aproximadamente um quarto dos rios norte-americanos atendia aos padrões federais para a pesca e natação; em 1995, essa qualidade aumentou para 60% do total. Tais realizações não foram obtidas sem enormes esforços. Os gastos federais e estaduais para a redução e o controle da poluição aumentaram sensivelmente desde 1970 (para 100 bilhões de dólares por ano). Todavia, as preocupações com os gastos federais, com a dÍvida nacional e com o papel do governo federal americano continuam a incitar as forças legislativas a realizarem reformas na legislação ambiental e modificações nas regulações, o que vem afetando a qualidade do ar e das águas, a questão dos resíduos tóxicos e dos pesticidas, a proteção das espécies ameaçadas, entre outras. O uso dos nossos recursos energéticos é um dos principais fatores a afetar o ambiente. O crescimento da utilização de combustíveis fósseis observado desde o inicio da era industrial causou o aumento da concentração de dióxido de carbono atmosférico em torno de 30% e provavelmente, a elevação da temperatura global. Temperaturas globais podem levar ao derretimento das calotas polares e ao aumento dos níveis dos oceanos, o que vai provocar a migração das populações das regiões litorâneas do planeta para áreas mais altas. Isso também pode significar uma segurança e na efetividade dos meteoros de enterrar os resíduos radioativos gerados pelas usinas nucleares? O que podemos usar em substituição á gasolina em nossos carros? É o etanol, produzido com cereais, um substituto energeticamente eficiente? Atualmente, 10% da gasolina vendida nos Estados Unidos contem etanol, naturalmente feito de milho. Devemos utilizar alimento como combustível, quando existem muitas pessoas subnutridas? Deve-se subsidiar a energia solar para que ela possa competir economicamente com os combustíveis fosseis, uma vez que eles são finitos e sua utilização danifica o ambiente? Como devemos considerar economicamente no longo prazo os impactos ambientais e os danos à saúde? (REIS, 2010). 36 Quanto à natureza da geração de CO2, as maiores emissões no Brasil provêm das mudanças de uso da terra e florestas através de queimadas, onde são produzidos 75% de todo o CO2. O restante é advindo da queima de combustíveis para geração de energia e reações químicas resultantes de processos industriais específicos. Deste uma parcela significativa do consumo de energia e geração de CO2 está associada à Construção Civil (BRASIL, 2005). Os tópicos seguintes detalham estas relações (IEA, 2005). Em 2001, a Beraca estrategicamente assumiu uma nova proposta de gestão vinculada à sustentabilidade, ou seja, todas suas decisões passaram a considerar aspectos econômicos, sociais e ambientais. Desde então, a missão da empresa, conforme escrito em seu site é: “Ser uma empresa diferenciada que promove o desenvolvimento de seus colaboradores criando valor para seus clientes, parceiros e acionistas por meio do desenvolvimento sustentável”. Seus valores e visão também estão alinhados ao tripé da sustentabilidade (BERACA, 2015). Deste modo, a empresa passou a priorizar questões como a inovação em produtos e serviços sustentáveis; governança corporativa; gestão e desenvolvimento de pessoas; valorização dos recursos naturais; gestão de riscos socioambientais; desenvolvimento local e regional. 37 7 CONCLUSÃO Devido à realização deste trabalho, vimos que ás mudanças climáticas e o aquecimento do planeta oferecem riscos e oportunidades para todos, sendo um imperativo ético e de responsabilidade corporativa fazer o necessário para a alteração dos padrões e tecnologias de produção, ao longo de toda a cadeia de fornecedores e de vendas de bens e serviços. Assim como em todo setor industrial, observou-se que na indústria de cosméticos as empresas mantêm esforços no sentido de equilibrar os três vetores do desenvolvimento sustentável, observando e gerenciando seus negócios através de tal posicionamento e acreditando que o equilíbrio econômico, social e ecológico de um país beneficia a quem nele vive. A Beraca é uma empresa que contribui para a construção de um novo modelo econômico na região baseado na “floresta em pé” ao valorizar a exploração de recursos não madeireiros, investindo no desenvolvimento de tecnologias nacionais, respeitando normas de certificações internacionais, além de envolver a população e organizações regionais. Desta maneira, a Beraca construiu uma marca de alto valor agregado com fabricação de produtos com qualidade internacional baseada nas melhores tecnologias associada à preservação da floresta amazônica. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMOVAY, R. Desenvolvimento sustentável: qual a estratégia para o Brasil? Novos estudos, 87 II, 2010. Disponível em: < http://www.observatoriodoagronegocio.com.br/page41/files/AbramovayCEBRAP87.p df. Acesso em: 15 Jul 2013. ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. AMABIS, J.M. PoluiçãoAmbiental. Editora: Moderna LTDA. São Paulo, 1947. BARBIERI, J. C. Inovação e sustentabilidade: novos modelos e proposições. RAE – Revista de Administração de Empresas. Vol. 50. São Paulo, 2010. BARBOSA, G. S. O desafio do desenvolvimento sustentável. Revista Visões. 4ª Edição, 2008. BERACA. Relatório de sustentabilidade 2007-2008. BERACA. Disponível em: <http://www.beraca.com>. Acesso em maio 2015. BITETTI, D.M.S.; PLACCI, G e DIETZ, L.A. Uma visão de Biodiversidade para a Ecorregião Florestas do Alto Paraná – Bioma Mata Atlântica: planejando a paisagem de conservação da biodiversidade e estabelecendo prioridades para ações de conservação. World Wildlife Fund. Washington, 2003. BRITO, J.A. 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Introdução: A indústria cosmética passa por uma importante transformação: o desenvolvimento de uma produção ecologicamente correta e o comercio de insumos provenientes da biodiversidade. Cada vez mais as indústrias estão incorporando práticas sustentáveis ao seu desenvolvimento. A indústria de cosméticos é um exemplo claro de como associar tecnologia ao desenvolvimento sustentável. Objetivos: Busca-se abordar ações de Responsabilidade Social e Sustentabilidade no setor de cosméticos. Sendo este setor um dos mais beneficiados pelo aumento de emprego e renda, caracterizado como sustentável sócio responsável por economizar energia, desenvolver produtos naturais e ecológicos e atender as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades. Materiais e Métodos: O trabalho apresentado foi baseado em pesquisas bibliográficas na biblioteca da Universidade Paulista do Tatuapé e pesquisas em sites eletrônicos como Google Acadêmico e Sielo. Resultados e discussão: A sustentabilidade significa fazer o hoje sem prejudicar o amanhã, sendo um conceito sistêmico relacionado com a continuidade e preservação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais da sociedade. Conclusões: Sendo um imperativo ético e de responsabilidade corporativa fazer o necessário para a alteração dos padrões e tecnologias de produção, acreditando que o equilíbrio econômico, social e ecológico de um país beneficia a quem nele vive. 42 ANEXO 2: Banner
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