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2 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 3 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 3 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05 Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111 www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300 GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO. Material Didático: Ayeska Machado Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes Diagramação: Heitor Gomes Andrade PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 4 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profi ssionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua- ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! . É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professores Klênio Farias Dalila Regina Mota de Melo O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profi sisional. O bem estar de uma vida comunitária está estritamente relacio- nado a uma convivência harmônica e saudável dos seres humanos en- tre si e com o meio. No entanto, o número de animais por vezes, está em desequilíbrio e consequentemente, causam e/ou transmitem doenças aos animais e à população humana que convivem no mesmo ambiente. Neste sentido, a Saúde Pública tem a função de proteger, promover e restaurar a saúde dos sujeitos envolvidos na comunidade obtendo um ambiente saudável, por meio de ações e serviços resultantes de muito esforços e sistematização. O médico veterinário atua na saúde pública em nível de saúde e proteção animal, além de promover e proteger a saúde humana por meio do combate de zoonoses e da segurança sanitária dos produtos de origem animal. Para o desenvolvimento e a cumprimento das ações, das atividades e das estratégias de vigilância, prevenção e controle de zoonoses de importância para a saúde pública, precisar decorrer à articulação, à interlocução e à parceria sistemática com a área de vigilância epidemiológica local, visando à consonância e à efetividade delas atendando para as mudanças e atualizações destes procedimentos normatizados pelo Ministério da Saúde. Animais Doméstico. Saúde Pública Veterinária. Zoonoses. 9 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 9 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 ANIMAIS DOMÉSTICOS Cães e Gatos em Números__________________________________ Apresentação do módulo ______________________________________ 13 11 Os felinos domésticos______________________________________ 19 Saúde Pública Veterinária___________________________________ 31 Desafi os e Possibilidades da Saúde Pública Veterinária _________ 41 Recapitulando_____________________________________________ 27 CAPÍTULO 02 A SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA CAPÍTULO 03 ZOONOSES Evolução dos Caninos______________________________________ 22 Recapitulando__________________________________________________ 45 Epidemiologia____________________________________________ 51 O médico veterinário na saúde pública________________________ 37 Controle De Zoonoses______________________________________ 60 Recapitulando_____________________________________________ 64 Vigilância_________________________________________________ 52 Considerações Finais_______________________________________ 69 Fechando a Unidade_______________________________________ 70 Referências_______________________________________________ 72 10 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S O bem estar de uma vida comunitária está diretamente relacio- nado a uma convivência harmônica e saudável das pessoas com o meio em que vivem e relação com a fauna que ali vive. O destaque entre os animais domésticos são os cães e os gatos, pois são animais afetivos que adoram de atenção, mimos e brincadeiras. São animais que convi- vem tão próximos das famílias que se tornam como um membro a mais da mesma. A Saúde Pública é conhecida como um conjunto de práticas e saberes que tem por objetivo o mais perfeito estado de saúde admis- sível das populações. A importância do Médico Veterinário está sendo reconhecida no âmbito da Saúde Pública. Atuando a saúde humana e animal, colaborando para a prevenção de doenças e conscientizando médicos veterinários, gestores e sociedade sobre o papel da profi ssio- nal para a saúde das populações. O sistema de globalização mundial, intensifi cado pelo tráfegode pessoas, alimentos e bens de consumo entre os distintos países geram novos desafi os à saúde pública, bem como o surgimento de zoo- noses. Neste Módulo serão apresentadas informações básicas sobre Promoção da Saúde Pública e Controle de Zoonoses. Assim, nesta unidade de estudo, você conhecerá o desenvol- vimento dos animais domésticos; a saúde pública veterinária e a epide- miologia, vigilância e o controle de zoonoses. 11 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Os animais foram instituídos a ter uma vida livre e solta na na- tureza, em seu habitat natural onde localizam maneiras de se alimentar e sobreviver independentes. Os animais que convivem na natureza sem haver intervenção do homem em suas vidas são chamados de animais silvestres . Já os animais domésticos são aqueles que sofreram a interferência do homem , a partir do momento que foram utilizados para seus interesses (alimentação, transporte, trabalho, etc.). Animais domésticos são aqueles que possuem distinções adaptadas para o convívio com os seres humanos (Figura 1). Ao longo do tempo foram sendo domesticados pelas pessoas e se habituaram a viver em apartamentos e casas. Estes animais domésticos precisam de cuidados específi cos, conforme a espécie. Por exemplo, quando fi cam doentes ou devem tomar vacinas, neste momento, precisam ser condu- zidos ao médico veterinário. Além, de serem muito procurados, princi- palmente pelo companheirismo que fornecem as pessoas de todas as idades. ANIMAIS DOMÉSTICOS P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 12 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 1 - Animais domésticos. Fonte: Associação PATA (2017). Um detalhe interessante é que não se devem confundir ani- mais domésticos com animais exóticos (Figura 2). Pois os animais exóticos podem até ser criados por algumas famílias, todavia podem proporcionar riscos tanto para as pessoas que estão no convívio deste animal como para o meio ambiente. Outro risco que se corre é se estes animais forem soltos em habitats diferentes dos seus, podem provocar um desequilíbrio ecológico na região onde ele foi inserido. Figura 2 – Animais exóticos. Fonte: Broadway Veterinary Hospital (2019). 13 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Dentre os animais domésticos encontram-se os animais de companhia, estes por sua vez, são aqueles que os humanos pos- suem em sua casa. Pode ser um cão, ou gato, roedor ou pássaro. Estes animais de companhia podem ter um papel benéfi co o gato que preda os roedores ou o cão de guarda, além ser utilizado apenas como entre- tenimento ou companhia. Geralmente, os animais domésticos provocam um resultado positivo nas pessoas (MUNDO ENTRE PATAS, 2019). O destaque entre os animais domésticos são os cães e os ga- tos, pois são animais afetivos que adoram de atenção, mimos e brin- cadeiras. São animais que convivem tão próximos das famílias que se tornam como um membro a mais da mesma. CÃES E GATOS EM NÚMEROS De acordo com o G1 Natureza (2015), a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) mostra que 44,3% dos domicílios do país têm pelo menos um cachorro, comparável a 28,9 milhões de unidades domicilia- res, estes dados são referentes a 2013, com certeza os dados atuais já são bem maiores que estes. O IBGE também aferiu a população de cachorros em domicí- lios brasileiros em 52,2 milhões, ou seja, em média 1,8 cachorros por domicílio. O dado apresenta que no Brasil, existem mais cachorros de estimação do que crianças. Segundo outra pesquisa do IBGE em 2013, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), existia 44,9 milhões de crianças de até 14 anos. Foi à primeira edição da PNS, logo a primeira vez que o núme- ro de cães e gatos de estimação foi avaliado através desta metodologia. Os números mostram também que o Paraná foi o estado do país onde possui mais residências com cachorro: 60,1%. Por outro lado, o Distrito Federal apresentou 32,3% das casas têm pelo menos um cão. Já em relação à presença de gatos, os dados mostraram que 17,7% dos lares possuem pelo menos um, análogo a 11,5 milhões de domicílios. O estado de Piauí é onde possui os maiores números de ga- tos, 34,2% dos seus domicílios possuem pelo menos um gato. O Distrito Federal por sua vez, também se apresentou com menor índice de domi- cílios que possuem gatos (6,9%). A população de gatos em residências brasileiras foi avaliada em 22,1 milhões, representando quase 1,9 gato por domicílio. Esta pesquisa também mostrou que 75,4% das residências que possuem gato ou cão, vacinaram estes animais no intervalo de um 14 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S ano antes da realização da pesquisa. Portanto, denota que um em qua- tro desses animais domésticos não tinha sido vacinado e vale salientar que a vacinação contra raiva precisa ser anualmente. Apesar dos animais domésticos serem utilizados por pelo ho- mem para sua companhia, entretenimento ou ajuda, há um número alarmante destes animais abandonados pelas ruas das cidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sinaliza a existência de mais de 30 milhões de animais desamparados no Brasil (Figura 3), entre cães e gatos, sendo que 20 milhões são cães (CÂES & GATOS, 2019). Sendo este uma difi culdade do país inteiro e bem como o resto do mundo, pois em distintas regiões do mundo há animais de rua. Figura 3 – Cão e gato abandonado nas ruas. Fonte: O PROGRESSO DIGITAL (2015). Ultimamente, no Brasil, não há programas de resgate de cães e gatos abandonados nas ruas (apenas poucas prefeituras contém pro- jetos de lei sobre o tema e centros de Zoonoses para resgatarem ani- mais de porte grande ou que apresente condição de risco), o fato este é um grave problema e atualmente não existem medidas para solucionar o problema, o ocorre é que estes animais estão sendo resgatados por Organizações não Governamentais (ONGs) ou pessoas isoladas amam estes animais e os adotam. Com isso, o número de cães repudiados cresce e a maior inquietação identifi car uma maneira para ajudar esses animais a encontrarem um lar, amor e cuidados (COSTA, 2019). O presidente da Comissão de Políticas Públicas do CRMV-SP, 15 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Carlos Augusto Donini diz que “o debate e a solução efetiva desses desafi os devem envolver população, órgãos públicos, universidades e ONGs”. Os alvos de combate ao problema, ultimamente, estão con- centrados exclusivamente nas vacinações e castrações. Enquanto não houver um programa continuo sistematizado e completo não haverá avanços signifi cativos e se estas ações acontecem de maneira isolada não serão efi cazes a médio e longo prazo (CÂES & GATOS, 2019). Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), no Brasil 30% de 100 milhões de animais de estimação encontram-se nas ruas. Fora estes ainda exis- tem aqueles sustentados por ONGs e abrigos. Contrariando o pensa- mento das pessoas, mascotes de raça também são vítimas do desam- paro, que geralmente ocorre quando fi cam velhos, doentes ou quando os donos se mudam paraum ambiente menor (NUNES, 2019). Uma investigação realizada pela Faculdade de Medicina Ve- terinária da Universidade de São Paulo (USP) e recomendada pela fa- bricante de alimentos para animais Mars Brasil delineou o aspecto de conduta dos donos de pets e mostrou as diferenças básicas entre pro- prietários de cães e gatos. Veja seguir as diferenças básicas dos donos de animal de estimação. Donos de Cães: - Proprietários de cães são, em sua maioria (51%), casados. - Donos de cães têm, em média, 41 anos, e 93% moram com mais de uma pessoa. - 82% dos proprietários de cachorros são de classe AB (na classe A, são 24%); 59% moram em casas. - 24% adotaram seus cães, sendo 59% deles sem raça defi nida. - 44% veem seus cachorros como fi lhos - a maioria dos que têm essa opinião é mulher solteira de até 40 anos. - 64% dos entrevistados deixam os cães dormirem dentro de casa. Donos de Gatos: - 61% dos donos de gatos são mulheres. - 48% acreditam que os felinos entendam o humor dos donos. - 45% veem seus gatos como fi lhos - a maioria dos que têm essa opinião é mulher solteira de até 40 anos. - Proprietários de gatos levam menos os pets ao médico veterinário - média de 2,3 vezes por ano, contra 2,8 no caso dos donos de cachorros. - Os donos de gatos têm em média 40 anos, e 62% moram em casas (MY PET, 2019). Em todas as regiões do Brasil estão distribuídos 132,4 milhões de pets, ocupando assim a quarta colocação na lista de países com 16 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S mais animais de estimação no mundo, fi cando atrás do Reino Unido (146 mi), EUA (226 mi) e China (289 mi) (Figura 4). Contudo, o Brasil é o segundo país em população de cães e gatos (52,2 mi de cães e 22,1 mi de gatos), perdendo apenas para os americanos (74,2 mi e 145,2 mi, concomitantemente) (2016) (EM.COM.BR Nacional, 2016). Figura 4 – Maiores populações de animais de estimação. Fonte: Abinpet citado por SIMÔES (2019). Os cães estão mais concentrados no Sudeste (40%) do que no Sul (23%), Nordeste (20%), Centro-Oeste (9%) e Norte (8%). Assim, o estado de São Paulo apresenta maior número de cachorros (10.550 mi), acompanhado de Minas Gerais (6 mi) e Rio Grande do Sul (5,2 mi) (Figura 5). 17 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 5 – Distribuição de cães por regiões do Brasil. Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). Em relação aos gatos, o destaque é a região Nordeste, com a presença de mais de 7.380 milhões desses animais. Com isso, cada região representa 33,4% do total, ultrapassando o que é apontado nas regiões Sul (19%), Norte (8%) e Centro-Oeste (7%) (Figura 64). Figura 6 – Distribuição de gatos por regiões do Brasil. Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). Além do mais, os números mostram que no Brasil existam 37,9 milhões de aves (Figura 7) e 18 milhões de peixes (Figura 8). O líder no ranking das aves é a região Sudeste com 40% da população nacional, Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). 18 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S acompanhado de Nordeste (26%), Sul (21%), Norte (9%) e Centro-Oes- te (4%). A região Sudeste igualmente reúne mais da metade dos peixes ornamentais do Brasil (63%), seguido por Sul (20%), Nordeste (7%), Norte (6%) e Centro-Oeste (4%). Figura 7 - Distribuição de aves por regiões do Brasil. Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). Figura 8 - Distribuição de peixes por regiões do Brasil. Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). Diante da população de animais domésticos abandonados na rua está o perigo de ocorrer uma transmissão de doenças. Diante das situações problemáticas que estes animais convivem, outras questões advertem a importância de resolver este problema. De acordo com Adriana Vieira, presidente da Comissão de Saúde Pública do CRMV-SP, a relação direta com esses animais pode apresentar as pessoas riscos em grau mais elevado de doenças que são transmissíveis aos seres hu- Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). Fonte: Abinpet citado por SIMÕES (2019). 19 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S manos, ou seja, zoonoses. Sem contar o risco de um animal deste está arredio e acabar avançando contra as pessoas e ainda pode ocasionar acidentes de trânsito Outro problema a ser destacado é quando o contato com os animais de rua entram em parques naturais e/ou em áreas verdes, lugar onde habitam os animais silvestres, eles acabam predando a fauna. Os gatos podem comer aves e os cães predam ouriços, macacos, veados, etc. (CÂES & GATOS, 2019). Afora a questão social, animais abandonados ainda são uma questão de saúde pública, cães e gatos que transitam livremente sem proteção, vacinação contra doenças como raiva, nem castração, so- mente se reproduzem aumentando sua população e desta forma podem ser uma ameaça à saúde pública, porquanto podem contrair e ser um transmissor de doenças. OS FELINOS DOMÉSTICOS Os felinos são animais que pertencem à família dos mamíferos, agrupando espécies de pequeno, médio e grande porte. Possui vasta distribuição geográfi ca e são apreciados por sua capacidade de caça, além do mais, são carnívoros obrigatórios e apresentam as seguintes características: Tem garras longas e encurvadas; as unhas são retráteis, as patas da frente possuem 5 dedos enquanto as patas traseiras apenas 4 dedos; possuem olfato e audição aguçados; apresentam capacidade de visão noturna am- pliadas e possuem espinha fl exível, permitindo que subam em árvores com facilidade (DIANA, 2019, p. 32). É válido destacar que os felinos podem ser considerados como doméstico ou selvagem. Atualmente se conhece apenas o gato (Felis silvestris catus) que foi domesticado e hoje tem um convívio amigável com os humanos (Figura 9). 20 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 9 - Gato (Felis silvestris catus) Fonte: LINNAUS e SCHERBER (2019). Segundo Machado (2019), é durante o período do Paleoceno, após a época dos dinossauros, a 65 a 70 milhões de anos que come- ça a história do felino doméstico, popularmente conhecido como gato. Neste período os mamíferos primitivos eram pequenos, possuíam há- bitos noturnos, tinham nariz comprido, eram insetívoros e andavam em árvores. Diante da discussão em torno do desenvolvimento do gato sel- vagem e dos gatos domésticos, o destaque do DNA revelado em 2007 mostra que os gatos domésticos são descendentes de pelo menos cinco fêmeas básicas oriundas de gatos selvagens africanos. A domesticação é um processo que continua misterioso, os primeiros resquícios datam a partir de 4500 anos a.C. no Egito. Como resultado do desenvolvimento das civilizações os homens abandonaram a vida nômade tornaram-se fazendeiros, e suas produções de grãos seduzam aves, ratos e gatos selvagens. Os humanos e os gatos selvagens constituíram uma afi nidade de benefício recíproco. A evidência arqueológica mais antiga dos gatos domésticos foi descoberta em um povoado do Neolítico da ilha Grega Cyprus, foi encontrado encravado um gato pequeno com aproximada- mente 9500 anos da idade humana e 40 cm, indicando que o gato po- deria ter vindo à ilha com um tesouro e junto com seu dono foram enter- rados. Na 5º dinastia egípcia apareceu a primeira pintura de parede de um gato usando colar mostrando indicando domesticação. Em 1000 d.C., os marinheiros antigos observavam que durante as longas viagens era vantajoso a presença de gatos a bordo do navio 21 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S para proteger osalimentos de perdas ocasionados por roedores. Es- pera-se que os primeiros gatos que seguiam o homem nestas viagens podem ser resultado endogâmico entre os gatos selvagens e o gato doméstico. Os fenícios e os gregos levavam os gatos para fora do Egito, estes pularam do navio em diversos portos e deste modo se alastraram pela Ásia e Europa. Proeminências arqueológicas sugerem que os ro- manos foram os primeiros a trazerem gatos para a Inglaterra. Os colo- nos introduziram o gato doméstico ao Novo Mundo nos anos de 1600 quando cruzavam o oceano Atlântico. Logo, os gatos foram domados há menos de 5000 anos e até meados do século XIX o conceito de criação de gatos e produção de pedigree não era conhecido. O gato doméstico é um dos animais de estimação mais popula- res e existem em torno de 250 espécies deste felino de pequeno porte. Vive em média 15 anos, seu peso pode chegar até 7 quilos, variando conforme a espécie. Se alimenta de animais pequenos como aves, roe- dores e répteis. Possui hábitos noturnos, com tendência a dormir mais quando comparados a outros animais, em aproximadamente 13 e 14 horas por dia, para conservar sua energia. Apresenta comportamento de maneira independente e preguiçoso, servindo até de inspiração para diversos fi lmes como O Gato de Botas, Gato Félix e Garfi eld (DIANA, 2019). Mesmo o gato sendo tendo se tornado um felino doméstico, antes de tomar a decisão de conviver com este animal é necessário to- mar conhecimento dos cuidados necessários, pois universo dos felinos é extremamente complexo. Segundo Tubaldini (2019a), a alimentação desses felinos ne- cessita de alto nível de gordura e proteína, bem como taurina, aminoá- cidos arginina e metionina. Diversas substâncias podem causar danos a sua saúde, assim, não pode comer qualquer alimento ou até mesmo a medicação pode ser tóxicos, daí a importância de consultar a opinião de um veterinário antes de medicá-lo. Neste sentido, se for necessário uma mudança de alimenta- ção esta deve ocorrer de maneira gradativa. Em relação aos comedou- ros e comedouros, estes devem está constantemente limpos. Os gatos também são indicados para ajudar no desenvolvimento das crianças, pois estimulam a responsabilidade, se tornam mais carinhosas e por isso é necessário ter cuidados, pois os gatos, apesar de serem limpos, possuem o hábito de fi car nas ruas. Uma vez que os gatos utilizam as unhas para se defender e também, às vezes, mordem por brincadeira, não medindo o consequência de seus atos. 22 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S EVOLUÇÃO DOS CANINOS Por volta de 15 mil anos atrás, para o homem sobreviver era preciso travar uma luta diária em busca de água e comida, além de toda difi culdade para encontrar o sustento ainda tinha que disputar com ou- tros animais, de peçonhentos a lobos. Estes por sua vez eram ariscos e evadiam na hora em que os humanos se aproximavam, exceto os mais mansos, que permaneciam próximos. Foi assim que começou a “leve” origem dos cachorros. É bem verdade que esta época não enquadra com a origem dos cachorros da atualidade, mas já era possível distin- guir dois tipos de lobos, dos quais seriam os selvagens (Figura 10) e os que viviam perto das pessoas (Figura 11) (TUBALDINI, 2019b). Figura 10 - Lobo selvagem. Fonte: Lobos-selvagens (2009). 23 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 11 - Lobo que vive perto das pessoas. Fonte: Redação Hypeness (2014). Segundo a Sociedade Brasileira de Cinófi los (Sobraci), exis- tem várias teorias que explicam a origem dos caninos e pelo que foi ob- servado esse vínculo histórico apresentou um início ruim. Era um jogo de interesses para as duas partes (G1 BAURU e MARÍLIA, 2015). De acordo com o G1 Bauru e Marília (2015), estas teorias mos- tram que os alguns lobos andavam ao lado dos homens para aproveitar o resto de comida. Desta maneira eles entenderam que ao lado das tri- bos o alimento se tornaria mais fácil e a partir daí começaram a dividir o território. Por outro lado, com a presença dos lobos os homens percebe- ram que fi cavam mais resguardados contra o ataque de outros animais e consentiram a aproximação (Figura 12). Com o passar do tempo, os descendentes das futuras gerações de lobos não sabiam mais caçar sozinhos e tinham apenas o homem fonte de alimentos. Neste momen- 24 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S to começou uma das amizades sinceras e mais longas do planeta: o homem e o cão. Figura 12 - No começo os homens e cães tiveram uma relação de troca. Fonte: Reprodução/TV TEM citado pelo G1 BAURU e MARÍLIA (2015). Em seguida, os homens abandonaram a vida dependente ape- nas da caça e começaram a cultivar a terra dando origem a agricultura e a criação de animais que serviriam para sua alimentação. Os cães por sua vez, adaptaram a sua função e se tornaram a pastores dos reba- nhos de animais. Sendo realizada uma seleção genética para este fi m. Neste sentido era necessário realizar o cruzamento dos cães que eram menos propensos a comer os rebanhos, que também, fossem fortes e menos agressivos. Com a evolução da humanidade, o cão se tornou exclusiva- mente um animal de estimação. Majoritariamente, membros da família, porém sem desempenhar nenhum papel econômico (Figura13). Não se alimentam mais de carnes cruas, mas de ração desenvolvida especi- fi camente para eles. Atualmente, as feras ancestrais são conhecidas como PET: este conceito nasceu no século 14, na Escócia, e signifi ca fundamentalmente animal domesticado. A alteração foi tão severa, que o cão domesticado ainda carrega 98% do DNA dos lobos e precisam sobreviver em ambientes cada vez menores. É uma adequação que não é fácil, são necessários alguns anos. 25 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 13 – Cão de estimação. Fonte: FREEPIK (2019). Perante a evolução e demanda para papel dos cães na socie- dade, várias raças acabaram sendo extintas e outras fi caram deforma- das. Sem dúvida, a essa corrida por novas raças chegou pra fi car, de modo que no futuro os cães poderão apresentar características diferen- tes do que foram um dia ou são hoje, porque as raças permanecem em 26 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S sucessiva mutação, seja pela interferência do homem ou não (DOGDO- GS.NET, 2019). Estas adaptações ocorrerão conforme a demanda da socieda- de, como por exemplo, atualmente o cão tem sido utilizado para ser cão de guarda, cão guia, tem sido empregado em diversas terapias, etc. 27 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: IFRN Prova: COMPERVE Ní- vel: Superior A ocorrência de problemas comportamentais em cães tem implica- ções no seu bem-estar, levando a difi culdades de relacionamento com seus tutores. Quando se avalia o bem-estar-animal, deve-se atentar aos sinais de conforto para os animais. Sobre comporta- mento e bem estar em cães, é correto afi rmar: (A) seres humanos têm comportamentos complexos que, durante a evolução da espécie, difi cultaram a leitura e interação com os cães. (B) cães pequenos são menos agressivos, autoconfi antes, e sua habili- dade de entender sinais humanos não foi comprovada. (C) a “teoria do apego” trata do vínculo afetivo especial que um individuo forma com outro e tem sido usada para estudar as relações entre cães e seus tutores. (D) a interação positiva entre cães e seus tutores pode atuar na redução da ocitocinae do cortisol, hormônio envolvido nos laços afetivos. QUESTÃO 2 Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: IFRN Prova: COMPERVE Ní- vel: Superior Alterações de volume e simetria nos membros dos animais domés- ticos são facilmente observadas pelo proprietário, bem como pelo examinador, e podem revelar alterações importantes envolvendo o sistema locomotor. Assinale a alternativa correta. (A) Sinal de Godet positivo indica a existência de edema e geralmente está relacionado aos processos infl amatórios consequentes de fraturas ou processos compressivos secundários à neoplasia. (B) Consistência fi rme ou dura pode ocorrer nos casos de formação de calo fi broso e ósseo, mas não ocorrem nos processos neoplásicos. (C) O termo fl utuação sugere acúmulo de gás, caracterizando enfi sema. (D) O termo crepitação, quando localizado em tecidos moles (subcu- tâneo ou muscular), decorre do acúmulo de líquidos, consequente a seromas e hematomas. QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: IFRN Prova: COMPERVE Ní- vel: Superior O bem-estar animal está intimamente associado ao estado comple- 28 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S to de bem-estar físico, mental e social que um indivíduo apresenta em determinado momento de sua existência, podendo ser avalia- do por meio de mensurações qualitativas e quantitativas baseadas nas cinco liberdades. Em relação ao tema, assinale a alternativa correta. (A) O estado de bem-estar de um indivíduo ou de um grupo de animais é assegurado quando eles vivem em seu hábitat natural. (B) A avaliação por meio de indicadores comportamentais é a maneira científi ca mais indicada de avaliar o grau de bem-estar em ambientes in situ. (C) A criação e produção de animais em ambientes ex situ ocasionam a redução do grau de bem-estar (D) A oferta de água fresca e alimento à vontade atendem as premissas aplicadas ao conceito de liberdade nutricional. (E) Técnicas de enriquecimento ambiental podem auxiliar na melhoria do grau de bem-estar de indivíduos mantidos em ambientes ex situ. QUESTÃO 4 Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: IFRN Prova: COMPERVE Ní- vel: Superior A contenção é uma prática importante e comum no manejo de ani- mais domésticos, de laboratório e selvagens. Num camundongo, a manobra inicial realizada consiste em: (A) sua retirada da gaiola, suspendendo-se o animal pela ponta da cauda, e, a seguir, deve-se rapidamente apoiá-lo sobre uma superfície onde ele possa se agarrar. (B) sua retirada da gaiola, suspendendo-se o animal pela base da cau- da, e, a seguir, deve-se lentamente apoiá-lo sobre uma superfície lisa onde ele não possa se agarrar. (C) não o retirar da gaiola, pressionando o dorso do animal de forma que ele fi que imóvel sobre o fundo da gaiola. (D) não o retirar da gaiola, erguendo-o pela região torácica com uma das mãos, enquanto que com a outra seguram-se os membros posterio- res, permitindo que ele fi que sentado sobre a palma da mão. (E) sua retirada da gaiola, suspendendo-se o animal pela base da cau- da, e, a seguir, deve-se rapidamente apoiá-lo sobre uma superfície onde ele possa se agarrar. QUESTÃO 5 Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: IFRN Prova: COMPERVE Ní- vel: Superior As aves domésticas têm a característica particular de ingerir ali- 29 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S mentos inteiros como grãos de milho, por exemplo. Isso se deve ao fato de apresentarem uma estrutura denominada (A) moela. (B) estômago simples. (C) rúmem. (D) divertículo duodenal. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O animal felino é bastante diferente de um cão, pois existem algumas peculiaridades diárias que devem ser analisadas quando se desejar ter um felino. Nesse sentido, explique o motivo pelo qual é tão importante um gato ser castrado para que ele não tenha acesso às ruas. TREINO INÉDITO Assunto: Esporotricose Sobre a defi nição de esporotricose, assinale a alternativa correta. a. Zoonose ocasionada por um fungo b. Zoonose ocasionada por uma bactéria c. Zoonose ocasionada por uma larva d. Zoonose ocasionada por um macaco e. NDA NA MÌDI A ESPOROTRICOSE EM FELINOS DOMÉSTICOS (FELIS CATUS DO- MESTICUS) EM CAMPOS DOS GOYTACAZES NA PRÁTICA Protocolo veterinário para a preparação das consultas Protocolo veterinário: a melhor preparação de uma consulta é aquela que começa antes de o cliente e o paciente se deslocarem à clínica ve- terinária. Para isso, recomendamos adotar a seguinte rotina: Envio de lembretes de consultas por meio de e-mail, SMS ou chamadas telefónicas, com mais de duas semanas de antecipação. Desta forma, conseguiremos reduzir signifi cativamente o número de esquecimentos ou atrasos por parte dos clientes. Revisão antecipada das áreas de atuação pendentes no campo da me- dicina preventiva. A fi cha ilustrada na seguinte fi gura constitui um exem- plo interessante de uma preparação proativa da consulta. Uma metodologia possível é a seguinte: 30 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Todas as tardes, um recepcionista ou um auxiliar poderá rever os his- toriais clínicos dos pacientes que têm consulta marcada para o dia se- guinte. Serão excluídos desta revisão os pacientes com cirurgias ou exames diagnósticos agendados. Fonte: https://www.affi nity-petcare.com/vetsandclinics/pt/protocolo-ve- terinario-para-melhorar-a-atencao-ao-cliente/ PARA SABER MAIS: Filme sobre o assunto: A vida dos pets Peça de teatro: Sale amigo de patas Acesse os links: https://youtu.be/Z_UdayxeDNA https://youtu.be/uVcd66R_bjU 31 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA Com a morte de Oswaldo Cruz, que ocorreu no dia 11 de fevereiro de 1917, surge o nome de Carlos Chagas, desvendando da doença de Chagas, como Diretor do referido Instituto. A partir desta década ocorreu marcos importante para o desenvolvimento da Saú- de Pública no Brasil promovendo o acesso à saúde, a prevenção e inspeção de doenças. Dentre os fatos históricos, podem ser citados que em 1942 foi criado o Ministério da Educação e Saúde, vindo o incremento de vacinas no Brasil e ocorreram as primeiras companhas de vacinação contra poliomielite por volta do ano de 1961. Neste mesmo período, a Instituição da Fundação Oswaldo Cruz da qual coligava com outras instituições, atualmente foram a Fiocruz, o surgimento da Superin- tendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM) (Figura 14) e outros fatores levaram a criação do Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unifi cados e Descentralizados de Saúde (SUDS) (Figu- A SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 32 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S ra 15) por meio do decreto nº 94.657 de 20 de julho de 1987 antece- dendo a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) (Figura 16). No ano de 1988 houve a regulamentado pela Constituição Federal do SUS, a partir da lei 8.0807. Confi rmado pelo Art. 196: que reafi rma a saúde sendo um direito de todos e dever do Estado. Figura 14 - Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SU- CAM). Fonte: Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde (2017). Figura 15 - Sistemas Unifi cados e Descentralizados de Saúde (SUDS). Fonte: Parra (2015). 33 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 16 – Sistema Únicode Saúde (SUS). Fonte: Secretaria de Saúde (2019). O bem estar de uma vida comunitária está diretamente rela- cionado a uma convivência harmônica e saudável das pessoas com o meio em que vivem e relação com a fauna que ali vive (Figura 17). Portanto, a saúde pública precisa compreender a dimensão biológica das relações entre o ser humano e o meio ambiente, da reprodução de comportamento, das relações econômicas e sociais (PAIM; ALMEIDA FILHO, 2000). Figura 17 – Relação homem-ambiente-fauna. Fonte: ZIMBRES (2018). 34 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S A Saúde Pública é conhecida como um conjunto de práticas e saberes que tem por objetivo o mais perfeito estado de saúde admis- sível das populações. É a ciência de proteger, promover e restaurar a saúde dos sujeitos envolvidos na comunidade obtendo um ambiente saudável, através de ações e serviços resultantes de muito esforços e sistematização (MIRANDA, 2019). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde pú- blica aborda o completo bem-estar mental, físico e social do indivíduo. Por isto, a saúde de uma população estar sujeito de diversos fatores, não limitando exclusivamente à presença ou à ausência de doenças. A Medicina Veterinária é conhecida por promover e conservar a saúde dos animais. Entretanto, o bem-estar mental e físico do homem é tam- bém fi nalidade da atuação do médico veterinário. Para tanto, os médi- cos veterinários são agentes efi cazes para atuarem na proteção e na melhoria da saúde humana (LORENZONI, 2017). Já o termo zoonose é empregado para indicar aquelas doen- ças espontaneamente transmissíveis entre animais e seres humanos (Figura 18). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 75% das doenças emergentes e reemergentes do mundo são de origem animal e 60% dos patógenos humanos são zoonóticos. A portaria do Ministério da Saúde Nº 1.271 (2014), através da Lista Nacional de No- tifi cação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados, mostra das 38 doenças e agravos de notifi cação compulsória, 18 são de origem animal, ressal- tando assim, que as zoonoses são importantes para a saúde pública (MIRANDA, 2019). Figura 18 – Zoonose. Fonte: LUCAS (2019). 35 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S A Medicina Veterinária surgiu, a princípio, para promover a saúde dos animais, arriscando minimizar os prejuízos acarretados pe- las moléstias que os atingiam. Contudo, ao longo do tempo e com a existência dos serviços de Saúde Pública, os conhecimentos da medi- cina veterinária preventiva começaram a ser empregados também para promover a saúde humana. Com isso, a princípio, o Médico Veterinário foi inserido nas equipes de Saúde Pública por ter competência para ga- rantir um diagnóstico, indicar um tratamento seguro e conter as doenças dos animais antes que pudessem ser transmitidas aos homens. Como também, diversas habilidades estudadas durante a sua formação aca- dêmica concretizaram a participação deste profi ssional na Vigilância Sanitária, tendo como o primeiro campo de atuação a Saúde Pública (MENEZES, 2005). Com a consolidação do objetivo da medicina veterinária, o mé- dico veterinário garante a produtividade dos rebanhos, minimizando o risco de transmissão de doenças zoonóticas ao homem. De maneira implícita, este médico promoverá e preservar a saúde humana. O em- prego de técnicas, conhecimentos e recursos da medicina veterinária visando à proteção e o aperfeiçoamento da saúde humana compõe a saúde publica veterinária, logo o médico veterinário é um sanitarista de fato. A função exercida pelos médicos veterinários na saúde publica, podem ser divididas em: “relacionadas excepcionalmente com saúde animal; de caráter eminentemente biomédico; de administrador em saú- de publica e atuação na clinica de pequenos animais em saúde publica” (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019). O direcionamento da veterinária para a coletividade e ações preventivas ajudou na implantação de estratégias como: sacrifício de animais enfermos, a quarentena e o trabalho educacional dos donos destes animais com o objetivo da haver a prevenção de doenças em humanos. Carvalho et al. (2017) mostraram a medicina veterinária atua em dois tipos de campos: a Veterinária Populacional – está vinculada a saúde humana por aperfeiçoar os conhecimentos da epidemiologia evitando doenças aplicados e aprimorando a produção animal (Figura 19); e a Saúde Pública Veterinária - criada para promover a sanidade e controlar a qualidade durante a produção de alimentos (Figura 20). Sen- do esta sua atuação principal uma vez que os alimentos industrializados passaram a ser consumidos cotidianamente pela população mundial. Ao longo do tempo, inovações na vigilância epidemiológica e medidas para controle e prevenção de doenças foram surgindo e aplicadas na Saúde Pública. 36 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 19 – Tecnologias para aprimorar cadeia do leite. Fonte: Agora RN (2018). Figura 20 – Sanidade e bem-estar refl etem na qualidade do ovo. Fonte: O PRESENTE RURAL (2019). O termo Saúde Pública Veterinária foi mencionado ofi cialmente em 1946 objetivando o bem estar social humano precisando resguardar a vida, utilizando os conhecimentos da Medicina Veterinária preventiva, com enfoque nas informações sobre epidemiologia, da qual será estu- dada no próximo capítulo. Em 1975 a OMS apresenta a defi nição de 37 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Saúde Pública Veterinária como sendo a “totalidade de ações em prol da saúde humana, mediante a aplicação da Ciência Veterinária”. Este momento signifi cou um progresso expressivo para a co- munidade veterinária, bem como para o conhecimento científi co, ex- pandindo as probabilidades de estudos nas áreas, consequentemente, colaborou para a constituição do profi ssional Veterinário. Logo, o apa- recimento de novas escolas de Veterinária com linhas de pensamentos e pesquisas interligando a Medicina Veterinária e a Medicina Humana favoreceu a ligação infringível entre as partes (CARVALHO et al., 2017). Por causa da conformidade da saúde pública veterinária com outros esforços nas áreas da saúde, agricultura e ambiente, ocorreu um redirecionamento de sua defi nição, assim passou a ser considerada como “A soma de todas as contribuições para o bem-estar físico, mental e social dos seres humanos mediante a compreensão e aplicação da ciência veterinária” (WHO, 2002). De acordo com OPAS/OMS (2001), quatro estratégias funda- mentais do conceito de saúde pública veterinária são: a colocaboração intersetorial, a cooperação entre países, a tecnologia apropriada e a participação da comunidade. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a batalha con- tra as zoonoses é uma das atividades fundamentais da saúde pública veterinária. Pois, estão inteiramente unifi cadas aos aspectos econômi- cos oriundos das perdas produzidas na produção animal e as despesas geradas pela sua incidência no homem. Na maioria das vezes, a pre- venção e a erradicação das zoonoses nos seres humanos dependem dos procedimentos adotados contra essas enfermidades nos animais (MAGIOLI, 2018). Já segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVI- SA), outra atividade de grande importância da saúde pública veterinária é a vigilância sanitária, da qual é uma atividade dedicada à defesa da saúde pública, gerando um controle e fi scalização sanitária desde a pro- dução até a comercialização com o objetivo de que este processo seja realizado com higiene e sanidade de produtos de origem animal nas áreas de distribuição aoconsumidor impedindo assim a proliferação de doenças. O MÉDICO VETERINÁRIO NA SAÚDE PÚBLICA O Médico Veterinário participou em dois momentos na Saú- de Pública. Primeiramente, ocorreu do fi nal do século XIX ao início do século XX, e teve como fundamento a ampliação de atividades relacio- 38 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S nadas com a higiene de alimentos, em que determinados veterinários assumiram posições administrativas nos programas de Saúde Pública em diversos países. Nesta ocasião, instituiu-se sensato equilíbrio na participação do Médico Veterinário na Saúde Pública, que perdurou até a Segunda Guerra Mundial (SCHWABE, 1984). O Segundo momento foi caracterizado pelo trabalho voltado à população. Utilizando seus novos conhecimentos de epidemiologia, passou se empenhar na ampliação de programas de controle de zoono- ses nas células de Saúde Pública. A partir deste momento, os Médicos Veterinários iniciaram duas atividades nas diferentes áreas técnicas e administrativas da Saúde Pública (SCHWABE, 1984). O avanço do comércio internacional e do fl uxo de pessoas pelo mundo nas últimas décadas favoreceu o aumento no cuidado com a saúde na relação entre o ser humano, os animais e o meio ambiente, permitindo que os agentes causadores de doenças se ins- talassem em ambientes desprotegidos. Para a Organização Mundial da Saúde, 60% das doenças infecciosas humanas são oriundas dos animais, por exemplo, leptospirose, a zyka, raiva, dengue, leishma- niose, brucelose, dentre outras. Durante as últimas três décadas, 75% das novas doenças que surgiram nos humanos constituíram zoonoses. Estes números mostram a valor do médico veterinário na saúde pública, trabalhando na prevenção e controle de enfermidades atendendo a comunidade nos problemas relacionados à vigilância em saúde, sanitárias e am- bientais (Figura 21) (Revista Balde Branco, 2017). Figura 21 – Médico veterinário. Fonte: Revista Balde Branco (2017). 39 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Nos últimos anos devido o avanço dos processos sociais e agropecuários, houve também o ampliação da relação entre os huma- nos e os animais domésticos e, até mesmo, os animais silvestres resul- tando assim, na dispersão de agentes infecciosos e parasitários para novos hospedeiros e ambientes, gerando emergências de interesse na- cional ou internacional. Com destaque para o desempenho do médico veterinário na saúde pública (MENEZES, 2005). Neste sentido, a Saúde Única passar a existir para manifestar a união indissociável entre a Saúde animal, humana e ambiental (Figura 22). O olhar do todo torna-se essencial para garantir níveis extraordiná- rios de saúde. Pois através da ação integrada entre a Medicina Huma- na, Veterinária e outros profi ssionais de saúde muitas doenças passam a ser prevenidas e combatidas (CFMV, 2019). Figura 22 - Saúde única. Fonte: CFMV (2019). Ao abranger e vincular os três aspectos dessa cadeia de pro- dução a Medicina Veterinária, mostrar-se uma das profi ssões mais com- pletas do mundo. Criada com o objetivo de prevenir e curar doenças dos animais, porém continuamente tendo como fi nalidade o homem e o serviço máximo à humanidade. 40 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Quando o alimento está na mesa, não se imagina todo o traba- lho que foi realizado até o momento em que o produto chega à mesa do consumidor. O médico veterinário está presente nas múltiplas fases da produção do alimento de origem animal, operando no manejo do pas- to que serviu para alimentação do animal, cogitando na prudência de doenças transmissíveis ao ser humano e favorecendo um produto fi nal de qualidade CFMV (2019). O Médico Veterinário foi incluindo como profi ssional da saúde em 1918. Em seguida, foi publicada resolução 218, de 06 de março de 1997, listando os profi ssionais de saúde de nível su- perior (Republicada como resolução nº 287 de 08/10/98 no Dou nº 86 de 07/05/1999). Atualmente, com a criação da portaria 2488 de 21/10/2011, os Médicos Veterinários foram incluídos para compor o quadro profi ssional para a atenção básica à saúde, atuando especifi - camente nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs). Conforme a informação do Ministério da Saúde em 2016 havia 4.320 NASFs, situados em 3.400 municípios do País e com uma equipe formada por mais de 25.319 profi ssionais. Contudo, 114 são médicos veterinários trabalhando em 19 estados brasileiros com o objetivo de garantir que a Saúde Única seja um direito para todos os cidadãos. Neste sentido, a Comissão Nacional de Saúde Pública Ve- terinária (CNSPV) vem trabalhando para que a presença, a partici- pação e a importância do Médico Veterinário sejam reconhecidas no âmbito da Saúde Pública. Promovendo a saúde humana e animal, colaborando para a prevenção de doenças e conscientizando médi- cos veterinários, gestores e sociedade sobre o papel da profi ssional para a saúde das populações (CFMV, 2019). O Médico Veterinário é facilmente incorporado ao grupo de profi ssionais de saúde porque possui habilitação para resguardar a po- pulação contra as enfermidades coletivas. O tipo de formação que o Médico Veterinário recebe, especifi camente sobre zoonoses, trabalhos de laboratório, higiene dos alimentos, entre outros, favorecem a ligação com a saúde pública, pois esta pondera que todos os fatores que deter- minam a saúde coletiva. Para Burger (2010), o Médico Veterinário pode e deve atuar como agente de saúde pública não só por meio da proteção específi ca, detecção e tratamento das infecções zoonóticas, como ainda atuar na orientação aos pacientes e notifi cando estas doenças às vigilâncias. Nada obstante, frequentemente o próprio veterinário não está ciente da gravidade das zoonoses e de sua função na saúde pública. Ao mesmo tempo, mesmo com expressiva demanda por profi ssionais veterinários especializados, os cursos de formação não apresentam capacitação 41 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S para esta área. E hoje em dia, apesar de constar nos currículos dos cursos, falta a devida orientação acadêmica para o campo da Saúde Pública Veterinária. As funções do médico veterinário em Saúde Pública podem ser ordenadas da seguinte maneira: a) Relacionadas exclusivamente com a saúde animal – pois é o único profi ssional que possui qualifi cação para associar as diferentes espécies animais às doenças que lhe são típicas; b) De caráter eminentemente biomédico - realiza funções nos serviços de epidemiologia, nos laboratórios de pesquisa, na preparação e con- trole de produtos biológicos e de medicamentos; c) De administrador em Saúde Pública – tem competência para exercer funções de caráter geral, na administração dos diversos campos de Saúde Pública, e d) No papel de clínico de pequenos animais - o desempenho do médico veterinário adquire relevante destaque ao atender clinicamente animais de pequeno porte. Ao cumprir seu objetivo o médico veterinário estará promoven- do e defendendo a saúde humana, devido proporcionar a minimização do risco de transmissão de doenças ao homem, oferecendo alimentos de melhor atributo. Assim, o médico veterinário por meio de sua forma- ção profi ssional, é um sanitarista em essência. DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA Cada dia a demanda por alimentos de origem animal está cada vez maior, gerando o desenvolvimento das indústrias zootécnicas, es- pecialmente, por causa do acréscimo substancial dos rebanhos, favo- recendo acrescentar os riscos de exposição às zoonoses. O costume de criar no domicílio animais de estimação e a urbanização dos cen- tros industriaismais desenvolvidos contribuem para incluir ainda mais este risco. Há também, os meios de transporte aeroviário, marítimo, ferroviário e rodoviário, que benefi ciam a dispersão de doenças pelo deslocamento acidental de vertebrados ou invertebrados de uma re- gião endêmica para outra ilesa. Bem como a comercialização de ani- mais seja pela importação ou exportação, ou a condução para feiras ou exposições aumenta a possibilidade de transmissão destas infecções (PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2008). Gradativamente aumenta a necessidade da solidifi cação das posições conquistadas pelos Médicos Veterinários na Saúde Pública, bem como conquistar novos espaços. De fato a maior parte da popu- lação ainda ignora a importância da participação do Médico Veterinário na Saúde Pública e esta tem se tornado uma barreira a ser enfrenta- 42 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S do devido seu emprego nestes espaços. Muitas vezes, as atividades executadas por estes profi ssionais são anunciadas de forma limitada, conferindo a estes somente a prática da clínica médica veterinária e a vistoria sanitária dos matadouros, fi gura 23 (COSTA, 2011). Figura 23 - Vigilância sanitária dos matadouros Fonte: PORTAL SUÍNOS E AVES (2018) É imprescindível o desenvolvimento de novos mecanismos de controle e a sensibilização das cadeias produtoras para alimentos inofensivos, pois o cultivo em massa de alimentos e a cobrança dos consumidores apresentam novos desafi os quanto à inofensibilidade e segurança alimentar (Figura 24) (OPAS/OMS, 2019). 43 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 24 – Cadeia produtiva agroalimentar. Fonte: BERGLER (2018). Ultimamente, novos desafi os surgiram para a saúde pública; sua maioria é proveniente do sistema de globalização mundial, intensi- fi cado pelo tráfego de pessoas, alimentos e bens de consumo entre os distintos países. Algumas enfermidades foram levadas de um país para outro, rompendo as barreiras de proteção territoriais e instalaram-se em lugares onde antes não existiam. Diante deste cenário, os profi ssionais da saúde emanam tentando responder estes desafi os com efi cácia, contendo as fontes de contaminação e evitando a proliferação das en- fermidades em suas áreas de responsabilidade. Assim, é imprescindível a concretização das posições alcançadas pelos Médicos Veterinários na Saúde Pública, como também a conquista de novos espaços, no meio das equipes de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (FIUZA, 2007). De acordo com a OPAS/OMS (2019), neste cenário a medicina veterinária preventiva, apresenta também a responsabilidade prevenir 44 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S perdas ao meio ambiente e, ainda, cooperar com o bem estar público em geral, através de atuações específi cas, por exemplo, desenvolver ações que minimizem as agressões originadas por animais e o uso descontrolado de drogas veterinárias e, também reduzir o número de mordeduras por cães e acidentes causados por animais peçonhentos. Portanto, a medicina veterinária atua em três subáreas: a) vigilância, prevenção e controle de zoonoses, b) Inocuidade alimentar e c) medici- na veterinária preventiva. Além do desempenho prático da medicina veterinária, outras possibilidades surgem para deste profi ssional, tais como: centro de pes- quisa - procurando expandir novas tecnologias para o mercado; Indús- tria de produtos de origem animal - vigiando o procedimento de produ- ção de produtos de origem animal; Indústria de alimentos para animais - atuarão inteiramente na produção de alimentos e outros artigos para os animais; Agronegócio e produção animal - a produção de alimentos de origem animal, produção e criação desses animais e Saúde pública na veterinária – atuarão no controle de zoonoses e prevenção da con- taminação das pessoas (UNIAVAN, 2019), das quais serão estudadas no próximo capítulo. 45 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2016 Banca: UFAL Órgão: UFAL Prova: Médico Veterinário Ní- vel: Superior Ética Profi ssional é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profi ssão; deontologia. (Dicionário Michaelis) Dada as afi rmativas quanto ao Código de ética do médico veteri- nário, I. É vedado ao médico veterinário aceitar emprego deixado por co- lega que tenha sido exonerado por defender a ética profi ssional. II. Ao médico veterinário não é permitida a prestação de serviços gratuitos ou por preços abaixo dos usualmente praticados, exceto em caso de pesquisa, ensino ou de utilidade pública. III. É permitido ao médico veterinário que assuma RT exercê-la nos estabelecimentos de qualquer espécie, sujeitos à fi scalização e/ou inspeção de órgão público ofi cial, no qual exerça cargo, emprego ou função, com atribuições de fi scalização e/ou inspeção. Verifi ca-se que está(ão) correta(s) apenas (A) II. (B) III. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III. QUESTÃO 2 Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: CRMV Prova: Médico Veterinário Nível: Superior Nos termos da Resolução CRMV-SC 096/14, como prestador de serviços, de granjas matrizeiras, de recria e produção, incubató- rios, produtores de aves e ovos livres de patógenos – SPF e produ- tores de ovos controlados para produção de vacinas inativadas, o Médico Veterinário Responsável Técnico poderá atender até: (A) 15 (quinze) propriedades. (B) 10 (dez) propriedades. (C) 20 (vinte) propriedades. (D) 30 (trinta) propriedades. QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: CRMV Prova: Médico Veterinário 46 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Nível: Superior Segundo o disposto na Lei 5.517/68, só é permitido o exercício da profi ssão de médico-veterinário: (A) Aos profi ssionais diplomados no estrangeiro, mesmo que não te- nham revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legis- lação em vigor. (B) Ás pessoas que já exerciam função ou atividade pública de com- petência privativa de médico-veterinário na data da publicação da Lei 5.517/68. (C) Aos profi ssionais estrangeiros contratados em caráter defi nitivo pela União, pelos Estados, pelos Municípios ou pelos Territórios. (D) Aos portadores de diplomas expedidos por escolas ofi ciais ou reco- nhecidas e registradas na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura. QUESTÃO 4 Ano: 2017 Banca: IESES Órgão: CRMV Prova: Médico Veterinário Nível: Superior Segundo o disposto na Lei 5.517/68, só é permitido o exercício da profi ssão de médico-veterinário: (A) Aos profi ssionais diplomados no estrangeiro, mesmo que não te- nham revalidado e registrado seu diploma no Brasil, na forma da legis- lação em vigor. (B) Ás pessoas que já exerciam função ou atividade pública de com- petência privativa de médico-veterinário na data da publicação da Lei 5.517/68. (C) Aos profi ssionais estrangeiros contratados em caráter defi nitivo pela União, pelos Estados, pelos Municípios ou pelos Territórios. (D) Aos portadores de diplomas expedidos por escolas ofi ciais ou reco- nhecidas e registradas na Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura. QUESTÃO 5 Ano: 2016 Banca: UFAL Órgão: UFAL Prova: Médico Veterinário Ní- vel: Superior Analise as afi rmativas a seguir tendo como embasamento a Lei nº 5.517/68. I. O médico-veterinário para o exercício de sua profi ssão é obriga- do a se inscrever no Conselho de Medicina Veterinária a cuja juris- dição estiver sujeito e pagará uma anuidade ao respectivo Conse- lho até o dia 31 de março de cada ano, acrescido de 20% quando fora desteprazo. O médico-veterinário ausente do País fi ca isento 47 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S do pagamento da anuidade. II. O Conselho Federal ou Conselho Regional de Medicina Veteri- nária cobrará taxa pela expedição ou substituição de carteira pro- fi ssional pela certidão referente à anotação de função técnica ou registro de fi rma. III. As fi rmas de profi ssionais da Medicina Veterinária, as associa- ções, empresas ou quaisquer estabelecimentos cuja atividade seja passível da ação de médico-veterinário, deverão, sempre que se tor- nar necessário, fazer prova de que, para esse efeito, têm a seu serviço profi ssional habilitado na forma desta Lei. Aos infratores será apli- cada, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária a que estive- rem subordinados, multa que variará de 20% a 100% do valor do salá- rio-mínimo regional, independentemente de outras sanções legais. Pode-se afi rmar que: (A) todas estão corretas. (B) somente I está correta. (C) somente II está correta. (D) somente III está correta. (E) há duas afi rmativas corretas, somente. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE No âmbito de atuação do médico veterinário, pode ser identifi cada três áreas de atuação. Nesse sentido, cite as três áreas de atuação da me- dicina veterinária. TREINO INÉDITO Assunto: medicina veterinária No âmbito de atuação do médico veterinário, pode ser identifi cada três áreas de atuação. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica cor- retamente, uma das áreas de atuação da medicina veterinária. Medicina veterinária preventiva. Medicina veterinária ofensiva. Medicina veterinária repressiva. Medicina veterinária atípica NDA. NA MÌDIA SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA Hoje mais do que nunca se percebe a necessidade de uma colabora- 48 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S ção mais estreita entre a medicina veterinária e a saúde humana. Isso se torna evidente pelos problemas contemporâneos que enfrentamos como as novas e as velhas zoonoses e o perigo iminente das doenças dos animais que podem romper a barreira das espécies e por em risco as populações. A produção em massa de alimentos e a exigência dos consumidores trazem novos desafi os quanto à inocuidade e segurança alimentar, sendo necessários novos mecanismos de controle e a sen- sibilização das cadeias produtoras para alimentos inócuos. A medicina veterinária preventiva, dentro desse cenário, tem ainda a responsabili- dade prevenir danos ao meio ambiente e, também, contribuir ao bem estar público em geral, por meio de ações especifi cas, como por exem- plo, que minimizem o uso indiscriminado de drogas veterinárias e as agressões causadas por animais, como os acidentes por animais peço- nhentos e mordeduras por cães. Fonte: OPAS BRASIL Data: Sem data Leia na íntegra em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=arti- cle&id=427:saude-publica-veterinaria&Itemid=463 NA PRÁTICA Mantenha o ambiente limpo e organizado Essa é uma dica básica para qualquer empreendimento que trabalha com saúde de animais. SE você quer melhorar o atendimento na clínica veterinária é essencial prestar atenção em todos os detalhes físicos e estruturais da clínica veterinária. Eles são imprescindíveis para oferecer um bom atendimento ao cliente. Um ambiente pouco organizado, confu- so e com problemas de higiene não desperta a confi ança do tutor para deixar o seu animal sob cuidados dos profi ssionais. Portanto, vai além do cuidado básico com a sala de espera, centro cirúrgico, consultório e demais dependências do estabelecimento. É interessante cuidar para que a fachada do prédio, os jardins (caso haja) e espaço para estacio- namento sejam atrativos. Fonte: https://www.shopveterinario.com.br/blog/melhorar-o-atendimen- to-na-clinica-veterinaria/ PARA SABER MAIS: Filme sobre o assunto: Seabiscuit Peça de teatro: Santuário Acesse os links: https://youtu.be/Sx15ERRVmfA https://youtu.be/dgwItp0cq2E 49 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A SReforçando o que foi visto nos capítulos anteriores, zoonoses são doenças ou contaminações espontaneamente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos, conforme a Organização Mun- dial de Saúde (OMS) (Figura 25). As zoonoses são um dos elementos da Saúde Pública Veterinária e considerada a área de cruzamento entre a Saúde Pública e a Saúde Animal. E ainda segundo a OMS, ocorrem mais de 200 zoonoses distribuidas em diversas partes do mundo. Figura 25 – Zoonoses. Fonte: MATIAS (2013). ZOONOSES P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S 50 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Crianças ou adultos ao entrarem em contato com animais de estimação, quando ingerir carne infectada de animais como o gado ou o porco; por meio do contato direto com moscas, baratas, ratos e ou indiretamente através do consumo de alimentos contaminados ou água podem contrair zoonoses (Figura 26). Figura 26 – Relação seres humanos com animais. Fonte: MATIAS (2013). Os parasitas das zoonoses ocorrem nos ecossistemas natu- rais bem como nos ecossistemas em que houve interferência humana. Neste sentido, os animais vertebrados em suas diversas categorias são os responsáveis pela perpetuação destes parasitas causadores de do- enças transmissíveis. O desempenho das ações, das atividades e das estratégias de vigilância, prevenção e controle de zoonoses de relevância para a saúde pública, além de raiva e leishmanioses, amplia-se para outras do- enças de difusão vetorial. Portanto, estas doenças são divididas em três grupos: zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde (MS), zoonoses de relevância regional 51 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S ou local e zoonoses emergentes. Dentre as zoonoses que são monito- radas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde estão à leptospirose, doença de Chagas, peste, chikungunya, febre maculosa brasileira entre outras (BRASIL, 2016). Ultimamante, se foi possível o controle e até a erradicação de determinadas doenças transmissíveis humanas como difteria, polio- mielite e varíola, atualmente as as zoonoses tornam-se um dos maiores desafi os para a saúde humana (MATIAS, 2013). EPIDEMIOLOGIA Em geral, a epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde em populações. Mas quan- do se trata de Medicina Veterinária, a epidemiologia avalia a incidência das doenças dos animais fornecendo, por meio de estudos, pois são elementos fundamentais para direcionar as medidas de prevenção e controle mais adequados. O Médico Veterinário quando analisa a epi- demiologia das doenças dos animais estará engajado nos aspectos re- ferentes ao tratamento e controle nos casos das zoonoses, extinguindo ou minimizando as probabilidades de transmissão aos seres humanos (MAGIOLI, 2018). Segundo Matias (2013), epidemiologia é utilizada para: - Descrever as condições de saúde da população - Investigar os fatores determinantes da situação de saúde - Avaliar o impacto das ações para alterar a situação de saúde - Determinar as causas (ambientais, genéticas, etc) que levam um indivíduo sadio a fi car doente. - Descrever o estado de saúde da população Assim, a epidemiologia está interessada em estudar e enten- der as infl uênciasexternas com o objetivo de prevenir ou evitar a ocor- rência doenças emergentes. Neste sentido, estas ações são realizadas através da vigilância e controle de zoonoses. Comumente são lançados Boletins, de interesse à saúde públi- ca, com a fi nalidade de expor a condição epidemiológica de determina- das zoonoses e agravos causados por animais, bem como, apresentan- do os serviços de vigilância, prevenção e controle, todos são objetivos da atuação da Coordenação de Vigilância de Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses (Covev), integrante do Departamento de Vi- gilância Epidemiológica (Devep) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). 52 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Em 23 de maio de 2014 foi publicada a Portaria nº 1.138/GM/ MS, a qual determina as ações e os serviços de saúde destinados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública (Figura 3). A concretização deste documento sucedeu depois de uma ampla discussão entre as três esferas de governo (União, Es- tados e Municípios) do setor saúde durante longos quatro anos. O parecer igualmente foi submetido para a análise da socie- dade civil em 2013, através de uma consulta pública. Processo este administrado conforme as competências deliberadas em lei para o Sistema Único de Saúde (SUS), entre o Conselho Nacional de Secre- tarias Municipais de Saúde (CONASEMS), o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e a Secretaria de Vigi- lância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), fi cando a norma submetida à admissão da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, da qual consentiu e compactuou as diretrizes que ali foram estabelecidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a). VIGILÂNCIA Na década de 1990 o Ministério da Saúde (MS) organizou a aplicação dos recursos para oferecer suporte aos municípios na fun- dação e na implementação de unidades de zoonoses agregadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Essas unidades estão fi xadas espe- cialmente em capitais, regiões metropolitanas, municípios sedes de re- gionais de saúde, municípios de fronteira e em alguns municípios mais populosos, sendo denominada atualmente de Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de acordo a Portaria nº 758/MS/SAS, de 26 de agosto de 2014 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017b). Na fi gura 27 abaixo mostra um exemplo de UVZ, que foi inaugurada no dia 22 de abril do corrente ano na cidade de Porto Seguro estado da Bahia. 53 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Figura 27 - Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Porto Seguro-BA. Fonte: O XAROPE (2019). As ações, as atividades e as estratégias de vigilância, preven- ção e controle de zoonoses realizadas pela área de vigilância de zoono- 54 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S ses se pautam em atuar e intervir sobre as populações de animais alvo, de maneira a pensar em benfeitoria da saúde da população humana. Antes de toda atuação da área de vigilância de zoonoses devem ser realizado um levantamento do contexto de impacto na saúde pública, através de avaliação bem criteriosa sobre o procedimento epidemiológi- co de instalação, transmissão e conservação de zoonoses, levando em consideração à área afetada, a população exposta, a espécie animal envolvida em tempo determinado (BRASIL, 2016). A vigilância epidemiológica é o conjunto de metodologias cons- tantes através da qual se tem a informação dos eventos envolvidos com a presença de doenças em determinada área geográfi ca apresentando como fi nalidade principal a obtenção contínua de conhecimentos so- bre os elementos envolvidos com a ocorrência de doenças, oferecendo subsídios de apoio aos programas de prevenção, tanto para o controle como para a erradicação destas doenças objetivando: alcançar infor- mações sobre doenças segundo os agentes responsáveis, o tempo e a área geográfi ca; recursos disponíveis para seu controle; fatores am- bientais (físico ou biológico) relevantes e também sócio-econômico-cul- tural; processar as informações obtidas como registro, análise, organi- zação, ao fato existente (MATIAS, 2013). A Área de Vigilância de Zoonoses é a Área da Secretaria Mu- nicipal de Saúde responsável pela ampliação e pelo desempenho das ações, atividades e estratégias relacionadas à vigilância, à prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados por animais pe- çonhentos e venenosos, de importância para a saúde pública (Figura 28). Portanto, é o conjunto dos elementos da rede municipal do Sis- tema Único de Saúde (SUS) que fazem a Vigilância das Zoonoses, podendo possuir estruturas físicas e técnicas ou unicamente técnicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Figura 28 - Animais peçonhentos e venenosos. Fonte: MORAES (2019). Figura 28 - Animais peçonhentos e venenosos. Fonte: MORAES (2019). 55 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Falando da relação dos seres humanos com o meio em que vivem, muitas vezes, estes ambientes apresentam condições favorá- veis para a transmissão e a conservação de doenças. Neste caso, o instrumento para a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública, se dará por meio da ação de educação em saúde. Levando em consideração também que se não houver a par- ticipação efetiva da sociedade, os trabalhos de prevenção e controle destas doenças serão prejudicados. Com este sentido, informações téc- nicas e promover a educação em saúde sobre prevenção de doenças dos seres humanos devem fazer parte da área de Vigilância de Zoono- ses, tendo como prioridade a interação do ser humano com os animais e o ambiente. Frequentemente, a área de vigilância de zoonoses deve de- senvolver e realizar ações, atividades e estratégias de vigilância de zoo- noses e, dependendo do contexto epidemiológico, também de preven- ção em seu território de atuação. De acordo com o Brasil (2016), essas atividades são organizadas e executadas da seguinte maneira: Vigilância ativa Na vigilância ativa as zoonoses são monitoradas por progra- mas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde, as ações caracterizadas por serem realizadas de maneira permanente com o ob- jetivo de oferecer suporte para os programas de controle existentes. E as zoonoses de relevância regional ou local - zoonoses emergentes, na qual é mantido o ciclo de transmissão de uma zoonose de destaque na área em questão, com a fi nalidade da atuação da área de vigilância de zoonoses local por meio de ações de controle. Nesta fase, as ações de vigilância ativa compreendidas às zoo- noses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde são articulação sistemática, com a área de vigi- lância epidemiológica local; Monitoramento frequente e ordenado das populações de animais da região de atuação; estruturação da rotina de identifi cação de informações geradas pelos meios de comunicação social em relação à ocorrência e prevalência de zoonose na área alvo; organização sistemática com serviços e instituições públicas e privadas que desenvolvem trabalhos com animais ou amostras biológicas de ani- mais de forma que seja identifi cada inicialmente a introdução de uma zoonose em alguma área e a criação de investigações epidemiológicas envolvendo algumas populações de animais (ou risco iminente). 56 P R O M O Ç Ã O D A S A Ú D E P Ú B LI C A E C O N TR O LE D E ZO O N O SE S - G R U P O P R O M IN A S Vigilância passiva Caracterizada por facilitar medidas para a identifi
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