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Trabalho sobre Agroecologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS 
 DISCIPLINA SOCIOLOGIA RURAL 
 
 
 
 
CLAUDIONES SERGIO ALVES 
CONRADO PEDROSA FRAGOSO CARVALHO 
DANIELY MARTINS SILVA 
PALOMA MOURA FAGUNDES 
RAPHAEL DO ROSARIO DE CARVALHO 
TAYNA POPPE BOURGUIGNON 
 
 
 
 
 
 
AGROECOLOGIA 
 
 
 
 
 
ALEGRE, ES 
2018 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O conceito de agroecologia surgiu a partir da década de 70 em resposta aos 
modelos de cultivos convencionais existentes. É um movimento relativamente 
novo, que cada vez mais vem ganhando espaço e atenção de pesquisadores e 
da população em geral. 
É uma ciência que estuda a agricultura, como um todo, não só sob um aspecto 
ecológico e prático, mas sim de maneira sustentável, sem provocar grandes 
impactos ao meio ambiente, e que leva em consideração todas as formas de 
vida existente em um determinado ciclo da agricultura. Há também um grande 
cuidado com as implicações da criação da pecuária em relações aos impactos 
ambientais. Propõe sistemas de produção com princípios e práticas agrícolas 
embasados na biodiversidade de plantas, na reciclagem de nutrientes e 
energia, na produção natural (sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes 
artificiais) e uma melhoria na matéria orgânica e da atividade biológica do solo. 
É uma nova maneira de entender a agricultura, que busca a autossuficiência e 
proporciona aos ambientes agrícolas o equilíbrio ecológico de um ecossistema 
natural e para os camponeses visam a possibilidade de terem acesso a terra, 
sementes crioulas, água e mercados locais por criação de políticas, de apoios 
de instituições governamentais e não governamentais, que irão assim ajudar no 
desenvolvimento dessa prática. 
Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo discutir sobre o conceito de 
agroecologia, bem como seu campo de atuação atual no mundo e no Brasil em 
suas diferentes regiões. Visa discutir sobre os métodos, políticas e planos que 
as ONGs estão fazendo para a difusão da agroecologia tanto na sociedade 
quanto para os agricultores e como está sendo sua aceitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO DE AGROECOLOGIA 
 
A agricultura sustentável surge como resposta aos danos que a agricultura 
convencional e moderna, o monocultivo e os excessos de agroquímicos 
utilizados vêm causando grandes riscos aos recursos naturais, como a 
degradação do solo, acabando com a biodiversidade da fauna e flora e assim 
consequentemente causando a poluição das águas. 
Segundo Gliessman (2000), o enfoque agroecológico pode ser definido como 
“a aplicação dos princípios e conceitos da Ecologia no manejo e desenho de 
agroecossistemas sustentáveis”, num horizonte temporal, partindo do 
conhecimento local que, integrando ao conhecimento cientifico, dará lugar à 
construção e expansão de novos saberes socioambientais, alimentando assim, 
permanentemente, o processo de transição agroecológica. 
Possuindo princípios básicos como a reciclagem de nutrientes e energia, a 
substituição de insumos externos, a melhoria da matéria orgânica e da 
atividade biológica do solo, a diversificação das espécies de plantas e dos 
recursos genéticos dos agroecossistemas no tempo e no espaço, a integração 
de culturas com a pecuária, e a otimização das interações e da produtividade 
do sistema agrícola como um todo, ao invés de rendimento isolados obtidos 
com uma única espécie (Altieri, 2012). 
A trofobiose é um estudo que foi desenvolvido por Francis Chaboussou que 
analisou o equilíbrio nutricional de plantas, e diz que: quando a planta se 
encontra em um ambiente equilibrado, com o solo contendo umidade e 
nutrientes em qualidade e quantidade suficiente, não estará sugestiva a 
ataques de insetos, fungos e bactérias. 
De acordo com Chaboussou, “todo processo vital está na dependência da 
satisfação das necessidades dos organismos vivos, sejam eles vegetais ou 
animais. Ou seja, a planta, ou mais precisamente o órgão vegetal, será atacado 
somente quando seu estado bioquímico, determinado pela natureza e pelo teor 
de substâncias nutritivas solúveis, corresponder às exigências tróficas (de 
alimentação) da praga ou do patógeno em questão”. 
Quando bem adaptada, a planta consegue através do seu metabolismo e 
fotossíntese, substancias complexas como proteínas, açucares e vitaminas que 
não são digeridas por pragas e doenças. Já nos períodos climáticos 
desfavoráveis ou quando são empregados excessos de nutrientes solúveis e 
agrotóxicos, são liberados na seiva das plantas radicais livres que são 
alimentos prontamente disponíveis para os insetos nocivos e patógenos. 
 
A IMPORTANCIA DA AGROECOLOGIA PARA OS CAMPONESES E DOS 
CAMPONESES PARA A AGROECOLOGIA 
No final de 1980 havia na América Latina cerca de 16 milhões de unidades de 
produção camponesa, que ocupavam cerca de 60,5 milhões de hectares, ou 
34,5 por cento do total da terra cultivada. A população camponesa inclui 75 
milhões de pessoas que representam quase dois terços da população rural de 
toda a América Latina. O tamanho médio destas unidades produtivas é de 
aproximadamente 1,8 hectares e mesmo assim a contribuição da agricultura 
camponesa ao fornecimento geral de alimentos na região é significativa. Estas 
pequenas unidades de produção foram responsáveis por 41 por cento da 
produção agrícola para o consumo doméstico e de produzir, a nível regional, 51 
por cento do milho, 77 por cento do feijão e 61 por cento da batata. (E. Ortega, 
 
 
1986 apud ALTIERI M.A.2010). A contribuição à segurança alimentar desde o 
campesinato é hoje tão crucial como há vinte e cinco anos. 
Pelo fato da agricultura convencional precisar de grandes investimentos, a 
agroecologia é mais presente entre os camponeses, por ser uma agricultura 
impulsionada pela utilização dos recursos da própria área. Ao fazer isso os 
pequenos agricultores podem obter mais ganhos por unidade de produção e 
desta maneira obter mais ganhos totais, inclusive se a produção de cada 
produto é menor. (P. Rosset, 1999 apud ALTIERI M.A.2010). Outro fato que 
leva os camponeses para o lado da agroecologia é o tamanho das 
propriedades (+/-1,8ha), pois para uma maior renda e/ou alimentação própria 
precisam plantar de maneira muito diversificada. 
Ainda que a sabedoria convencional diga que as pequenas explorações 
agrícolas familiares são atrasadas e improdutivas, a investigação mostra que 
as pequenas explorações são bem mais produtivas que as grandes 
explorações agrícolas se considerada a produção total em vez da produção de 
uma só colheita. 
TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA 
Conceito central na agroecologia, é entendida como um processo gradual e 
multilinear de mudança, com o decorrer do tempo, nas formas de manejo dos 
agroecossistemas, que, na agricultura, tem como meta a passagem de um 
modelo agroquímico de produção (que pode ser mais ou menos intensivo no 
uso de inputs industriais) a estilos de agriculturas que incorporem princípios e 
tecnologias de base ecológica. Essa idéia de mudança se refere a um processo 
de evolução contínua e crescente no tempo, porém sem ter um momento final 
determinado. Entretanto, por se tratar de um processo social, isto é, por 
depender da intervenção humana, a transição agroecológica implica não 
somente na busca de uma maior racionalização econômico-produtiva, com 
base nas especificidades biofísicas de cada agroecossistema, mas também 
numa mudança nas atitudes e valores dos atores sociais em relação ao manejo 
e conservação dos recursos naturais (CAPORAL, 2004). 
É preciso enfatizar que o processo de transição agroecológica adquire enorme 
complexidade, tanto tecnológica como metodológica e organizacional, 
dependendo dos objetivos e das metas que se estabeleçam, assim como do 
“nível” de sustentabilidade que se deseja alcançar. Neste sentido, segundo 
Gliessman (2000), podemos distinguir três níveis fundamentais no processo de 
transição ou conversão para agroecossistemas sustentáveis. O primeiro, diz a 
respeito ao incremento daeficiência das práticas convencionais para reduzir o 
uso e consumo de insumos externos caros, escassos e daninhos ao meio 
ambiente. Esta tem sido a principal ênfase da investigação agrícola 
convencional, resultando disso muitas práticas e tecnologias que ajudam a 
reduzir os impactos negativos da agricultura convencional. O segundo nível da 
transição se refere à substituição de insumos e práticas convencionais por 
práticas alternativas. A meta seria a substituição de insumos e práticas 
intensivas em capital, contaminantes e degradadoras do meio ambiente por 
outras mais benignas sob o ponto de vista ecológico. Neste nível, a estrutura 
básica do agroecossistema seria pouco alterada, podendo ocorrer, então, 
problemas similares aos que se verificam nos sistemas convencionais. 
O terceiro e mais complexo nível da transição é representado pelo redesenho 
dos agroecossistemas, para que estes funcionem com base em novos 
 
 
conjuntos de processos ecológicos. Nesse caso, se buscaria eliminar as 
causas daqueles problemas que não foram resolvidos nos dois níveis 
anteriores. Em termos de investigação já foram feitos bons trabalhos em 
relação à transição do primeiro para o segundo nível, porém estão recém 
começando os trabalhos para a transição ao terceiro nível, quando se estaria 
mais próximo de estilos de agriculturas sustentáveis (Gliessman, 2000). 
AGRICULTURA AGROECOLÓGICA VESUS AGRICULTURA ORGÂNICA 
A distinção entre agriculturas de base ecológica, baseadas nos princípios da 
Agroecologia, daqueles estilos de agricultura alternativa, é dificultada devido a 
apresentação de denominações que dão a conotação da aplicação de práticas, 
técnicas e/ou procedimentos que visam atender certos requisitos sociais ou 
ambientais, não necessariamente terão que lançar ou lançarão mão das 
orientações mais amplas emanadas do enfoque agroecológico. 
Não se deve entender como agricultura baseada nos princípios da 
agroecologia aquela agricultura que, simplesmente, não utiliza agrotóxicos ou 
fertilizantes químicos de síntese em seu processo produtivo. No limite, uma 
agricultura com esta característica pode corresponder a uma agricultura pobre, 
desprotegida, cujos agricultores não têm ou não tiveram acesso aos insumos 
modernos por impossibilidade econômica, por falta de informação ou por 
ausência de políticas públicas adequadas para este fim. Ademais, algumas 
opções desta natureza podem estar justificadas por uma visão tática ou 
estratégica, visando conquistar mercados cativos ou nichos de mercado que, 
dado o grau de informação que possuem alguns segmentos de consumidores a 
respeito dos riscos embutidos nos produtos da agricultura convencional, super-
valorizam economicamente os produtos ditos “ecológicos”, “orgânicos”, ou 
“limpos”, o que não necessariamente assegura a sustentabilidade dos sistemas 
agrícolas através do tempo. Neste sentido, temos hoje, tanto algumas 
agriculturas familiares “ecologizadas”, como a presença de grandes grupos 
transnacionais que estão abocanhando o mercado orgânico em busca de lucro 
imediato, como vem ocorrendo com os chamados “alimentos corporgânicos”. 
No Espírito Santo, 300 produtores rurais já possuem a certificação orgânica. 
Em torno de 1.300 não utilizam produtos químicos nas lavouras, e outros 300 
estão em fase de transição (saindo do cultivo tradicional e adotando as práticas 
de agroecologia). Juntos, estes produtores (certificados e em transição) colhem 
cerca de 12.800 toneladas por mês. Os produtos mais cultivados são frutas e 
olerícolas. 
Além do entendimento entre orgânico/agroecológico, a diferenciação das 
demais agriculturas que estão surgindo a partir das orientações emanadas das 
correntes da “Intensificação Verde”, da “Revolução Verde” ou “Dupla 
Revolução Verde”, cuja tendência, marcadamente ecotecnocrática, tem sido a 
incorporação parcial de elementos de caráter ambientalista ou conservacionista 
nas práticas agrícolas convencionais (greening process), tem sua importância, 
pois essas agriculturas se constitui de uma vã tentativa de recauchutagem do 
modelo da Revolução Verde, sem qualquer propósito ou intenção de alterar 
fundamentalmente as frágeis bases que até agora lhe deram sustentação. 
 
 
 
 
 
 
AGROECOLOGIA NO MUNDO 
 
Atualmente a agroecologia está sendo cada vez mais percebida e valorizada 
pelas diversas organizações internacionais, por exemplo, o diretor-geral da 
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 
que é um fórum neutro, onde todos os países, desenvolvidos e em 
desenvolvimento (cerca de 191, mais a Comunidade Europeia) se reúnem em 
igualdade para negociar acordos, debater políticas e impulsionar iniciativas 
estratégicas, liderando os esforços internacionais de erradicação da fome e da 
insegurança alimentar, José Graziano da Silva, na abertura do segundo 
simpósio internacional sobre agroecologia em Roma, declarou "O sistema de 
produção alimentar baseado nos sistemas agrícolas utilizando muitos inputs e 
recursos teve um preço alto para o meio ambiente. O resultado foi que os 
solos, as florestas, a água, a qualidade do ar e a biodiversidade continuam a se 
degradar, enquanto o aumento da produção a qualquer preço não erradicou a 
fome”. Já o presidente do Fonds International Développement Agricole (FIDA) o 
chamado “banco” das Nações Unidas para a agricultura, Gilbert Houngb afirma: 
“Temos de nos livrar do sistema de monocultura, que dominou o último século”. 
Pelos dados da própria FAO, há alimento suficiente para que cada pessoa do 
planeta consuma todos os dias uma dieta diversificada e nutritiva composta por 
1,134 quilos de cereais, feijões e nozes (ou castanhas, ou avelãs etc); 454 
gramas de frutas e verduras e 400 gramas de carnes, leite e ovos (Lappé e 
outros, 1998). Em outras palavras, a situação no mundo de hoje é de 
abundância e não de carência de oferta de alimentos. 
Cerca de 30 países, entre eles a maioria dos países da América Latina, junto 
com Coreia do Sul, China, Costa do Marfim assim como Áustria, Alemanha, 
Dinamarca, França, Suíça e Itália, já adotaram um marco legislativo ou uma 
série de regulamentos para facilitar o desenvolvimento da agroecologia. 
Porém, mesmo com essas grandes organizações apoiando a causa da 
agroecologia, encontramos alguns impasses. Olivier De Schutter, ex-relator 
especial da ONU pelo direito humano à alimentação, comenta sobre eles da 
seguinte forma: 
-O primeiro grande obstáculo vem do fato de que para muitos gestores 
públicos(não só os gestores, mas para grande parte sociedade também) a 
modernização é vista necessariamente com uma grande industrialização da 
mesma. Eles veem o futuro da agricultura como mais mecanização, com um 
uso maior de insumos externos e a substituição da diversidade de culturas 
pelas monoculturas, a fim de suprir a demanda dos grandes mercados. Um 
obstáculo cultural na cabeça dos governantes. 
-O Segundo obstáculo está relacionado à forma como medimos a produtividade 
de diferentes técnicas agronômicas. Em muitos casos alega-se que a 
agricultura industrial é mais produtiva porque os volumes produzidos por 
hectare de uma certa commmodity, como soja milho ou cana de açúcar, são de 
fato impressionantes quando se produz em monocultura mecanizada. Porém 
quando analisamos a produção agroecológica, vemos uma gama de produtos 
no mesmo pedaço de terra e integrando diversas formas de cultivo que, se 
considerada a produção total desses distintos produtos da agroecologia os 
resultados podem ser igualmente ou até mais impressionantes, sendo assim 
continuamos presos a uma forma de medição de produtividade muito limitada, 
que deixa de olhar para os custos de produção 
 
 
-O último impasse é que os incentivos para a adoção da agroecologia não 
estão presentes em quantidade suficiente, os países deixam a desejar quanto a 
leis, incentivo, fomento para uma produção mais sustentável, ao invés disso 
recompensam grandes produtores que atendem as demandas do mercado. 
 
AGROECOLOGIA NA AMÉRICALATINA E NO BRASIL 
 
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação (FAO) atualmente a agroecologia na América Latina ganha força 
nas políticas públicas, como modelo de produção. A Rede de Políticas Públicas 
e Desenvolvimento Rural na América Latina realizou uma pesquisa, na qual 
revela que o crescimento da prática agroecológica na região está consolidando 
esse modelo como “disciplina científica” e um movimento social. 
De acordo com a FAO, o incentivo dessas práticas contribui de uma 
maneira nova e complexa, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS) que é a sustentabilidade econômica, social e ambiental. 
A Argentina destaca-se por possuir uma produção orgânica certificada 
para exportação e trabalhos de pesquisa e extensão na área, por seus 
programas com componentes agroecológicos. Em contrapartida, no México 
não há uma política dedicada especificamente a agroecologia, sobretudo é 
possível observar grupos que já defendem tal prática. 
No Brasil foi criado o Plano Nacional de Agroecologia e Produção 
Orgânica (PLANAPO) pela presidenta Dilma Rousseff, que envolveu diferentes 
órgãos de governos e representantes civis, o qual é o principal meio de 
execução da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O 
PLANAPO faz parte da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica 
(Pnapo), o qual foi um importante passo para efetivação de ações de 
desenvolvimento rural sustentável, que foi estimulado por uma crescente 
preocupação de organizações sociais do campo e da floresta, e da sociedade 
em geral, com a necessidade de produzir alimentos saudáveis. O plano ficou 
conhecido sob a denominação de Brasil Agroecológico e abrangeu ações 
públicas, além de incorporar a agroecologia em processos de planejamento e 
implementação de políticas públicas, tanto em nível federal, quanto 
subnacional promove sistemas justos e sustentáveis de produção, além de 
valorizar o manejo sustentável dos recursos naturais e ampliar a participação 
da juventude rural na produção e consumo de produtos orgânicos e de base 
ecológica. O plano busca beneficiar especialmente agricultores e agricultoras, 
familiares e não familiares, além de outras categorias sociais. A estratégia o 
PLANAPO é o uso e conservação de recursos naturais e a comercialização e o 
consumo da produção. 
De acordo com Abreu e Bellon (2014) a organização protagonista da 
agroecologia no Brasil foi a Assessoria a Serviços a Projetos em Agricultura 
Alternativa (AS-PTA) tal organização visava os seguintes objetivos: 1) Controlar 
a expansão dos latifundiários e do êxodo rural e apoiar os agricultores 
familiares; 2) Estimular o processo de organização e conscientização dos 
agricultores familiares; 3) Promover a adoção de um novo modelo de 
desenvolvimento com as três seguintes estratégias de ação: local, global e 
política. 
As instituições públicas do Brasil vêm integrando a ideia da agroecologia 
em suas estratégias de desenvolvimento rural, essa estratégia, em sentido 
 
 
amplo, abre espaços para ONGs e grupos independentes, alguns pertencentes 
ao movimento original da agricultura alternativa. 
A agroecologia tem forte relação com o movimento social, além de 
colocar em debate os diferentes modelos tecnológicos utilizados na agricultura 
destacando a natureza e a relação com a sociedade, sendo assim é um 
modelo produtivista que visa concretizar práticas agrícolas ecológicas como, 
por exemplo, o manejo ecológico do solo. 
 
AGROECOLÓGIA NO CAPARAÓ 
 
O Território do Caparaó Localizado a sudoeste do Estado do Espírito Santo 
abrange os municípios de Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, 
Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire e São 
José do Calçado, alcançando área de aproximadamente 3.900 km² (MDA, 
2006), os municípios que constituem o Território do Caparaó possuem 179.590 
habitantes, A produção agropecuária ocupa 42.568 pessoas entre homens e 
mulheres, e está presente em 12.062 estabelecimentos que abrangem 255.177 
ha, divididos principalmente entre o cultivo do café e a produção de leite, 
representando 9.656 e 2.668 estabelecimentos, respectivamente (IBGE, 2006). 
A agroecologia se encontra em pleno desenvolvimento neste território visto que 
diversos agricultores convencionais estão migrando para este modelo de 
produção. Que tem como enfoques restringir o uso de insumos externos, caros, 
e impactantes ambientalmente, potencializando a competência do paradigma 
ecológico. No entanto e de grande importância ressaltar a importância de 
formação de técnicos que vão submeter a metodologia a campo visto que o 
mesmo impõe influencia na decisão do produtor outro aspecto que incentiva 
nesta mudança são o apoio de organizações governamentais e não 
governamentais dando assim suporte financeiro e propiciando cursos de 
qualificação para os produtores. 
Além disso, inclui a substituição de insumos químicos pelo orgânico, práticas 
alternativas e diversidade dos produtos cultivados. No entanto a maioria dos 
produtores da Associação Capixaba de Agricultores Orgânicos Familiares de 
Iúna (ACAOFI) está restringida na etapa de substituir insumos sintéticos por 
insumo orgânico devido à dificuldade para produção do mesmo. Além disso, o 
autor (SIQUEIRA et al., 2008) dirigiu uma pesquisa com os produtores da 
ACAOFI com intuito de coletar dados para compreender melhor o processo de 
transição agroecológica dos produtores familiares, estes resultados foram 
obtidos através de um questionário onde foi submetido 22 produtores em sua 
maior parte familiar. Obtendo que uma das maiores dificuldades dos produtores 
e a produção de composto orgânico, no entanto para solucionar o problema fui 
proposto uma focalização maior na mão de obra e obtenção da matéria prima, 
pois os mesmos se mostraram mais relevantes. 
 O autor destacou que ninguém tem máquina/trator para reviramento e 41% 
têm veículos para transporte. Ele ainda delineou um gráfico com as principais 
dificuldades para produzir o composto orgânico conforme figura 1. 
 
 
 
FIGURA 1 (SIQUEIRA et al., 2006) 
Contudo a agroecologia vem colaborando para formação de uma agricultura 
mais sustentável, essencialmente nos fatores ambientais, saúde e bem estar 
de trabalho. Porem a grande demora nos ganhos ambientais se deve, em 
parte, ao fato de tais ganhos demorarem mais a ocorrer, pois dependem dos 
processos ecológicos envolvidos na recuperação e conservação das áreas 
agrícolas, os quais possuem um tempo próprio para surtir os efeitos, tal 
processo fica claro em uma trabalho realizado pela UFES que visa avaliar 
Produtividade e qualidade de pastagem de capim-marandu recuperada por 
diferentes modelos de sistemas silvipastoris, para proceder as avaliações e 
necessários aguarda o crescimento das leucenas para que possa ser possível 
uma mudança no ecossistema do solo que reflete positivamente no 
crescimento da pastagem e recuperação das áreas degradas figura 2. 
 
FIGURA 2: Retirada em Jerônimo Monteiro, Fazenda Lavrinha, 20 de Abril 
2018. 
 
 
O estado também conta com a participação dos movimentos sem terra que de 
certa forma vem entrelaçando as praticas agroecológicas em seu dia a dia, 
contando com um importante fator para o desenvolvimento que e assistência 
técnica que esta inteiramente vinculada com o movimento sem terra. Além 
disso, os produtores contam com a política de reforma agrária que injeta 
recursos públicos para financiar essa assistência para aquele grupo social 
específico, sendo que os produtores que não fazem parte desse movimento 
não contam com este beneficio. Um diferencial dos assentamentos e a 
presença das escolas família agrícola que são fundamentais para formação do 
conhecimento relacionado a agroecologia neste movimento, além de forma os 
filhos dos assentados em diversos níveis escolarização proporcionado assim 
oportunidade de conseguir ingressa em uma instituição de nível técnico ou 
nível superior. 
E necessário ressalvara importância do Instituto Capixaba de Pesquisa, 
Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPE) que traz consigo praticas 
sustentáveis e agroecológica melhorando assim a viabilidade do setor. Dentre 
os trabalhos se destaca a pesquisa relacionada a o sequestro de carbono 
mostrando o potencial da agricultura orgânica que em parte carrega grandes 
traços da agroecologia, os pesquisadores afirmaram que e possível sequestra 
5,6 toneladas de CO2 por hectare ano, impedindo assim a emissão de gás de 
efeito estufa que ultimamente vem causando grades agravantes para o meio 
ambiente. Outro trabalho bastante expressivo para agroecologia e a pesquisa 
envolvendo leguminosa em consorcio com hortaliças aumentando a produção e 
mantendo o solo em níveis estáveis de estrutura além de ter pouca demanda 
de adubos sintéticos melhorando assim índices socioeconômicos. 
Contudo foi de extrema dificuldade obter os resultados do sistema 
agroecológicos consolidados. Pois o os agricultores da região se encontra em 
processo de transição do modelo convencional para agroecológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A agroecologia é uma ciência que propõe formas de produção baseadas na 
sustentabilidade e oferece parâmetros básicos para o desenvolvimento de 
agrossistemas que se privilegiam dos efeitos da adaptação proporcionada pela 
biodiversidade de plantas e animais. Alem de garantir a conservação do local, 
destacam a participação de agricultores e seus conhecimentos tradicionais e a 
adaptação da tecnologia agrícola nesses locais. 
A agroecologia ainda possui grandes barreiras, principalmente econômicos, de 
modo que os grandes produtores, centro de pesquisas e desenvolvimento 
agroindustrial não invistam nesse ramo, pois ainda acham que é um meio que 
não oferece lucro. Devido a isso, essa pratica é pouco semeado. A fim de 
proteger os sustentos, os empregos, o meio ambiente, a segurança alimentar e 
a saúde da população, a produção de alimentos tem que permanecer nas 
mãos dos agricultores de pequena escala e não pode ser deixado sob o 
controle das grandes companhias agroindustriais ou das cadeias de 
supermercados. Somente mudando o modelo industrial agrícola dirigido à 
exportação e baseado no livre comércio das grandes explorações agrícolas 
será possível frear a espiral descendente da pobreza, os salários baixos, a 
migração rural e urbana, a fome e a degradação ambiental. Os movimentos 
sociais rurais abraçam o conceito de soberania alimentar como uma alternativa 
ao método neoliberal que acredita num comércio internacional injusto para 
solucionar o problema da comida do mundo. A soberania alimentar se enfoca 
na autonomia local, nos mercados locais, nos ciclos locais de produção-
consumo, na soberania energética e tecnológica, e nas redes de agricultor a 
agricultor (A Vía Campesina). 
É de suma importância ver que a agricultura moderna vem causando grandes 
impactos ao mundo e que a agricultura sustentável, na visão agroecologica, é a 
que pode amenizar esses resultados. Logo, é de grande relevância que as 
ONGs, a sociedade e o governo fiquem cientes disso e que abracem essa 
causa e disseminem a importância da agricultura sustentável tanto para o meio 
ambiente quanto para as pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São 
Paulo: Editora da UNICAMP, 1992. 
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS INTERNACIONAL ESPANHOLA - EFE. 
Agroecologia ganha força na América Latina e no Caribe mostra estudo 
da FAO. Disponível 
em:<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-12/agroecologia-
ganha-forca-na-america-latina-e-no-caribe-mostra-estudo>. Acesso em: 26 de 
maio de 2018. 
 
ALTIERI, M. Agroecologia: Bases científicas para uma agricultura 
sustentável. 3. Ed. São Paulo: expressão popular, 2012. 
ALTIERI, M. Agroecologia, agricultura camponesa e soberania alimentar. 
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	AGÊNCIA DE NOTÍCIAS INTERNACIONAL ESPANHOLA - EFE. Agroecologia ganha força na América Latina e no Caribe mostra estudo da FAO. Disponível em:<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-12/agroecologia-ganha-forca-na-america-latina-e-n...

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