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Semiologia do Intestino Delgado - Resumo Porto

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Anatomia e Fisiologia 
ANATOMIA 
• Possui 3 segmentos: duodeno, jejuno e íleo. 
DUODENO 
• Grande parte do duodeno é retroperitoneal (recoberto pelo 
peritônio apenas em sua face anterior). 
• Segue-se ao piloro e é dividido em quatro porções. Grande 
parte dele 
▪ Primeira: corresponde ao bulbo. 
▪ Segunda: vertical, circunda a cabeça do 
pâncreas. Recebe o ducto pancreático e o 
colédoco, que conduzem, respectivamente, o 
suco pancreático e a bile. 
▪ Terceira: horizontalmente, segue paralela ao corpo do pâncreas. 
▪ Quarta: forma o ângulo duodenojejunal, o qual é preso pelo ligamento de Treitz ao 
pilar direito do diafragma. 
JEJUNO E ÍLEO 
• Não há limites precisos entre o jejuno e o íleo. 
• O íleo termina na face medial da transição entre o ceco e o cólon ascendente (válvula ileocecal) na 
fossa ilíaca direita. 
• O jejuno-íleo é ligado à parede abdominal posterior pelo mesentério (um pregueado peritoneal). 
o No mesentério, estão a artéria e eia mesentérica superior e seus ramos, vasos linfáticos, 
linfonodos e nervos. 
 
• O jejuno ocupa a parte superior esquerda do abdome. 
• O íleo ocupa a parte inferior direita do abdome. 
SUPERFÍCIE LUMINAL 
• Composta por pregas de Kerckring, as vilosidades e as microvilosidades. 
• Função: ampliar a área disponível para a absorção. 
• Pregas de Kerckring: são pregas transversais constituídas pela mucosa e submucosa. 
• Vilosidades intestinais: projeções digitiformes da mucosa, em forma de folha ou de linga. Dão 
aspecto aveludado à superfície intestinal. São grandes e numerosas no duodeno e no íleo. 
• Microvilosidades: são projeções microscópicas da membrana plasmática d aparte superior do 
enterócito. 
COMPOSIÇÃO DA PAREDE DO INTESTINO DELGADO 
• Mucosa, submucosa, camadas musculares e serosa. 
• Mucosa: formada por epitélio de revestimento, lâmina própria e 
muscularis mucosae, que separa a mucosa da submucosa. 
o Epitélio de revestimento das criptas: formado por 
camada simples de células colunares, que recobre as 
vilosidades e as criptas. Possui células de Paneth: 
elementos de defesa, que secretam defensivas com forte 
poder bactericida. 
o Células caliciformes: ficam nas paredes laterais das 
criptas. Secretam muco: citoproteção e lubrificação. 
o Células enteroendócrinas: secreção de peptídios: agem de forma parácrina em células-alvo. 
Atuam na motilidade, secreção e proliferação celular. 
• Lâmina própria: formada por tecido conjuntivo subepitelial que compõem o core das vilosidades e 
envolve as criptas. Possui células de defesa imunológica. 
• Submucosa: composta por tecido conjuntivo com vasos sanguíneos e linfáticos que drenam a mucosa. 
Contém elementos do sistema nervoso entérico com gânglios e fibras (plexos de Meissner). Possui 
nódulos linfáticos ao longo do tubo digestório. 
o Glândulas de Brünner: presentes na submucosa e lâmina 
própria. Formadas por células secretoras de muco. Ficam no duodeno, 
atras do piloro. Sua secreção é lançada no lúmen intestinal no fundo 
das criptas. Rica em muco e bicarbonato. Protege contra a secreção 
cloridropéptica. 
o Placas de Peyer: presentes na submucosa e lâmina própria. São agregados foliculares de 
linfócitos do íleo. Comportam-se como linfonodos. 
MUSCULATURA 
• 2 camadas de fibras musculares lisas: 
o Externa: longitudinal, acompanha o grande eixo do tubo. 
o Interna: circular e + espessa. 
INERVAÇÃO 
• SNE: Sistema Nervoso Entérico ou Sistema Nervoso Intramural. 
• Grande número de células ganglionares reunidas no plexo de Auerbach (ou mioentérico), entre as 
duas camadas musculares, e no de Meissner, na submucosa. 
• Atua sobre a musculatura lisa, essa complexa rede nervosa é responsável pela coordenação dos 
movimentos do intestino delgado. 
IRRIGAÇÃO ARTERIAL E DRENAGEM VENOSA 
• Suprimento arterial: 
o Artérias pancreaticoduodenais. 
o Artéria mesentérica superior e seus ramos da face 
convexa (artérias intestinais). 
• Drenagem venosa: 
o Veias pancreaticoduodenais. 
o Veia mesentérica superior: forma a veia porta com a 
esplênica e a mesentérica inferior. 
FISIOLOGIA 
• O intestino delgado é o único segmento do tubo digestivo que é essencial à vida, pois tem a função 
de absorção. 
• Atividade motora: proporciona condições favoráveis à absorção e encaminha materiais não 
aproveitados ao intestino grosso, o qual se encarregará de excretá-los junto às fezes. 
• Também possui função endócrina, com secreção de substâncias que participam da regulação do 
esvaziamento gástrico, da secreção pancreática, da contração da vesícula biliar e do seu próprio 
funcionamento motor. 
• Secreta enzimas, muco, eletrólitos e imunoglobulinas. 
FUNÇÃO MOTORA 
• Objetivos: 
o 1: misturar, amolecer e homogeneizar o quimo, facilitando a ação das enzimas digestivas e 
dos sais biliares. 
o 2: facilitar a exposição do quimo à superfície de absorção e propiciar tempo para a captação 
das substâncias absorvíveis. 
o 3: transportar o quimo e possibilitar que seus nutrientes sejam assimilados na zona de 
absorção eletiva. Em seguida, proporcionar a passagem das substâncias não absorvidas para 
o ceco. 
o 4: manter baixos níveis de proliferação bacteriana em seu lúmen. 
• A ação motora da fibra muscular lisa do intestino delgado é regida por sua atividade elétrica 
intrínseca. 
• Os fatores que determinam a ocorrência de potenciais de ação, portanto das contrações, são respostas 
neurogênicas à estimulação de quimio, termo ou mecanorreceptores da parede intestinal. Esses 
potenciais de ação podem determinar movimentos de segmentação ou de caráter propulsivo. 
o Movimento de segmentação (atividade motora básica do intestino delgado): controlado 
pelas ondas lentas, tem maior frequência no duodeno e vai diminuindo em direção ao 
intestino delgado. Consiste em contrações alternadas de segmentos vizinhos. 
o Movimento de propulsão e retenção: são fluxos de vaivém, que ocorrem após os movimentos 
de segmentação. Ocorrem contrações estacionarias. Prevalece durante o período pós-brandial. 
FUNÇÃO SECRETORA 
• O intestino delgado secreta hormônios, enzimas, imunoglobulinas, muco, água e eletrólitos. 
• Células produtoras de peptídios reguladores ou hormônios intestinais são encontradas na mucosa do 
intestino delgado. 
• Nas terminações nervosas do sistema nervoso entérico são liberadas substâncias com as 
características dos hormônios intestinais. 
• Intestino delgado proximal secreta: colecistocinina, secretina, polipeptídio inibidor gástrico, motilina 
e gastrina. 
• Intestino delgado distal secreta: enteroglucacon e neurotensina. 
FLORA BACTERIANA E PH 
• A flora bacteriana do intestino delgado é muito menos densa do que a do cólon. 
• A manutenção de baixa densidade bacteriana no delgado é essencial para a digestão normal de certos 
nutrientes. 
• pH do conteúdo intraluminal: 6,0 a 7,5. 
• Ambiente paucibacilar devido: 
o Barreira acidopéptica do estomago. 
o Válvula ileocecal. 
o Manutenção constante do movimento propulsivo em direção caudal. 
o Atividade proteolítica dos sucos digestivos. 
o Sais biliares. 
o Secreção de imunoglobulinas pela mucosa entérica. 
 Exame Clínico 
ANAMNESE 
• Doenças predominantes em crianças: doença celíaca e linfangiectasia intestinal primária. 
• Deficiência seletiva da lactase intestinal: atinge maioria dos orientais, negros e mais da metade dos 
indivíduos de origem árabe. 
• Intervenções cirúrgicas ou encontro de incisões abdominais no exame físico: indagar sobre o tipo de 
operação, as manifestações clinicas que a motivaram e os achados cirúrgicos. 
• Uso de medicamentos: efeitos colaterais, como diarreia provocada por antiácidos, anti-inflamatórios 
não esteroides (AINEs), metaformina e cólicas por sais de ferro. 
• Considerar aspectos emocionais: síndrome do intestino irritável. 
• Perguntar sobre a existência de casos semelhantes na família: doenças de base genética, como a 
doença celíaca e poliposes familiais.SINAIS E SINTOMAS 
• Principais: diarreia, esteatorreia, dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, 
hemorragia digestiva, febre, perda de peso, anemia, edema, manifestações carenciais e insuficiência 
endócrina. 
DIARREIA 
• Aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento do número das evacuações 
e do volume fecal (maior que 200 g em 24 horas). 
• Diarreia paradoxal: pequenas porções de fezes liquidas extravasam ao redor de um fecaloma. 
• Incontinência fecal: incapacidade de controlar a eliminação de fezes. 
• Classificação da diarreia quanto ao tempo: 
o Diarreia aguda: dura menos de 14 dias. 
o Diarreia subaguda: dura entre 15 e 30 dias. 
o Diarreia crônica: dura mais que 1 mês. 
• Observar a alimentação do paciente. 
 
ESTEATORREIA 
• Aumento da quantidade de gordura excretada nas fezes (mais de 7 g de gordura ou 9% do consumo, 
em 24 horas). 
• Diarreia associada à esteatorreia: ocorre devido ao aumento da pressão osmótica intraluminal. 
Costuma cessar ou diminuir após um período de jejum completo. 
DOR ABDOMINAL 
• Considerar: localização, irradiação, intensidade, modo 
de início, variações cronológicas, fatores de melhora e de 
piora e manifestações associadas. 
• Origens da dor: 
o Exclusiva no intestino, sem participação 
peritoneal: localização imprecisa, sendo 
indicada pelos pacientes em um ponto próximo 
da região umbilical. 
o Comprometimento dos segmentos distais do 
intestino: abaixo da cicatriz umbilical, entre o 
mesogástrio e hipogástrio. 
o Íleo terminal: percebida no quadrante inferior 
direito. 
o Peritonite restrita: local corresponde à sede do processo inflamatório. 
o Peritonite difusa: sentida difusamente por todo o local de inflamação. 
• Indicadores de intensidade da dor: mudanças importantes na vida do paciente, diminuição da 
capacidade de exercer atividades usuais, interesse em procurar tratamento sintomático ou 
atendimento médico e necessidade de uso de analgésicos injetáveis. 
• Dor abdominal intensa: náuseas, vomito, sudorese, palidez cutânea e inquietude. 
• Dor visceral: originada da distensão ou contração das paredes do intestino. Caráter de distensão ou 
torção. 
• Modo de início da dor: 
o Abrupto. 
o Vagaroso. 
DISTENSÃO ABDOMINAL, FLATULÊNCIA E DISPEPSIA 
• Associadas à má absorção. 
• Em geral, apresentam-se junto com diarreia, esteatorreia ou dor abdominal. 
HEMORRAGIA DIGESTIVA 
• Tem importância no diagnóstico etiológico e no prognóstico do paciente. 
• Depende do sangramento de intestino delgado e sua relevância. 
• O sangramento exterioriza-se como melena (eliminação de sangue junto com as fezes). 
• Fezes enegrecidas, mais viscosas e aderentes, podendo ou não adquirir uma tonalidade avermelhada. 
• Causa aumento do teor líquido das fezes. 
• Possui odor pútrido. 
ENTERORRAGIA 
• Eliminação de sangue vivo pelo ânus. 
• Condições: 
o Local de sangramento próximo à válvula ileocecal. 
o Perda sanguínea rápida e volumosa. 
o Existência de fatores que acelerem a velocidade do trânsito intestinal. 
HEMATÊMESE 
• Vômito com sangue de origem gastrointestinal. 
FEBRE 
• Apresenta-se junto com diarreia ou dor abdominal. 
• Febre alta e de início súbito: pode acompanhar a diarreia aguda, de curso benigno e autolimitado, 
cuja causa são as infecções bacterianas ou virais. 
• Febre alta, com dor abdominal e intensa: inflamação peritoneal própria da diverticulite ou dos 
períodos de reagudização da doença de Crohn. 
• Febre baixa e episódica: doenças celíaca, de Whipple, de Crohn e linfomas. 
PERDA DE PESO 
• Relacionada com alimentação deficiente, má absorção ou aumento do consumo metabólico. 
• Anamnese: perguntar sobre apetite, disposição para comer, características da alimentação 
(quantidade e qualidade dos alimentos), número, tipo e horário das refeições. 
• Redução da ingestão: verificar alterações de estado emocional, sintomas que se agravem pela 
alimentação, uso concomitante de medicamento e falta de alimentos. 
ANEMIA 
• Manifestações: palidez, astenia, fraqueza muscular, fadiga ou cansaço, sonolência, irritabilidade, 
vertigens, zumbidos e percepção de “moscas volantes”. 
• Queixas frequentes: palpitações, dispneia de esforço e lipotimia (perda brusca de consciência). 
• Causas: deficiência de ferro, vitamina B12 e/ou folatos, desnutrição proteica, depressão “tóxica” da 
eritropoiese e hemorragia digestiva. 
• Hemorragia digestiva: anemia + melena. 
EDEMA 
• Expressão clínica da redução da pressão coloidosmótica do plasma acarretada por hipoalbuminemia. 
• Causas: redução da ingestão proteica, alteração da síntese de albumina pelo fígado ou sua perda 
excessiva. 
• Manifesta associado à diarreia, à esteatorreia, à dor abdominal ou aos sintomas indicativos de 
hemorragia digestiva. 
• Perda gastrintestinal de proteínas: o edema é a única manifestação. 
MANIFESTAÇÕES DE CARÊNCIAS NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS 
• Doenças do intestino delgado podem provocar má absorção de um ou mais nutrientes, acarretando 
carências, que são agravadas pela insuficiente ingestão alimentar. 
• Deficiência de hidratos de carbono, lipídios e proteínas: perda de peso, edema e alterações da pele e 
dos anexos. 
• Carência das vitaminas D e B: indicativo de duração prolongada do processo patológico, já que o 
fígado tem um amplo depósito delas. 
• Deficiência de cálcio pode ser acentuada por: 
o Defeito de absorção. 
o Defeito de absorção da vitamina D com retenção renal desse cátion. 
o Perda fecal aumentada do cálcio. 
INSUFICIÊNCIA ENDÓCRINA 
• O comprometimento da absorção dos nutrientes, que acarreta na insuficiência de glândulas 
endócrinas. 
• Associada à desnutrição proteica, anemia crônica e carência de vitaminas e oligoelementos. 
• Doença celíaca: 
o Mulheres: pode cursar com alterações menstruais e infertilidade. 
o Homens: disfunção sexual, perda da libido ou da potência. 
o Casos graves: estado de hipogonadismo, com perda das características secundárias, 
amenorreia ou atrofia testicular nos homens. 
 
 
EXAME FÍSICO GERAL 
• Determinar estatura e peso corporal. 
• Desnutrição grave: paciente emagrecido, com redução do tecido subcutâneo e da massa muscular. 
o Pele fina, seca, áspera e descamativa. 
o Pelos escasso, finos, quebradiços e facilmente destacáveis. 
• Inversão da curvatura das unhas: desnutrição proteica crônico ou anemia intens. 
• Edema: observado na inspeção d face ou os membros inferiores. 
• Exame de pele: 
o Lesões hemorrágicas tipo petéquias ou equimoses: deficiência de K ou hiperqueratose 
folicular. 
o Lesões eczematoides: causadas por carência de ácidos graxos essenciais. 
• Anemia: mucosas descoradas e seu grau de umidade pode refletir a perda de água provocada por 
diarreia. 
• Linfomas com comprometimento intestinal: linfonodos grandes, endurecidos, indolores e sem sinais 
inflamatórios. 
• Exame neurológico: detecta alterações da consciência e das funções intelectuais em pacientes com 
desnutrição grave, em geral associada à deficiência de vitaminas do complexo B ou anemia 
importante. 
• Exame da região perineal e do ânus: 
o Importante nos pacientes com doença de Crohn: fissuras, fistulas e abscessos perirretais. 
o Fissuras e escoriações anais e vaginais: deficiência de vitaminas do complexo B ou anemia 
ferropriva. 
EXAME DO ABDOME 
• Abdome escavado: doença celíaca, linfomas e doença de Crohn. 
• Abdome volumoso e com forma globosa: 
o Maior conteúdo líquido e gasoso das alças intestinais. 
o Pacientes com má absorção. 
o Globosidade acentuada: ascite ou neoplasia. 
• Massas abdominais: 
o Pode haver assimetria notável, causada por abaulamentos 
localizados. 
• Retrações: consequências tardias de intervenções cirúrgica ou de 
traumas abdominais. 
PALPAÇÃO DO ABDOME 
• Palpação superficial: 
o Permite a constatação de hipotrofia da parede nos casos de desnutrição ou o aumento da 
tensão nas distensões hidroaéreas das alças intestinaise nas ascites de grande volume. 
o Palpação superficial bimanual: detecta regiões de maior resistência (defesa abdominal) e 
contribui para a identificação do local mais comprometido. 
• Palpação profunda: 
o Os segmentos do intestino delgado não são acessíveis em condições normais. 
o Massas abdominais: doença de Crohn, de Whipple, tuberculosa, paracoccidioidomicose e 
neoplasias. Há dor à palpação e à descompressão dos planos que as recobrem. 
o Abcessos. 
o Linfonodos hipertrofiados: tuberculose, paracoccidioidomicose, linfomas e doença de 
Whipple. Massas duras, fixas, indolores, de tamanho e localização variáveis. 
AUSCULTA DO ABDOME 
• O aumento da frequência e da intensidade dos borborigmos, que chegam a ser audíveis a distância, 
indica movimentação anormal do conteúdo hidroaéreo intraluminal. 
o Doenças associadas à má absorção, nos transtornos da motilidade e, em particular, se houver 
oclusão intestinal. 
• Ruídos hidroaéreos podem estar diminuídos, ou mesmo abolidos, quando a motilidade 
gastrintestinal cessa, em resposta reflexa à inflamação peritoneal ou à isquemia da parede intestinal. 
 Doenças do Intestino Delgado 
• São subdivididas em 7 grupos: anormalidades do desenvolvimento, obstrução intestinal, enterites, 
síndrome de má absorção, anormalidades de origem vascular, neoplasias e outras afecções. 
ANORMALIDADES DO DESENVOLVIMENTO 
• Maioria revela-se no recém-nascido ou nos primeiros meses de vida. 
ATRESIA E ESTENOSE 
• Apresentam-se com o quadro de obstrução intestinal no período neonatal. 
• O diagnóstico diferencial deve ser feito com o íleo meconial. 
ÍLEO MECONIAL 
• O intestino do recém-nascido contém detritos epiteliais, secreções digestivas e líquido amniótico 
deglutido, incluindo o vérnix caseoso. 
• Essa mistura, conhecida como mecônio, normalmente é eliminada com as fezes. 
• O mecônio espesso adere à parede intestinal, resistindo à ação motora propulsiva, e é a causa da 
obstrução intestinal neonatal em cerca de 15% dos casos. 
• Outra causa é a mucoviscidose: doença que acomete glândulas de secreção exócrina, incluindo 
pâncreas e glândulas intestinais. 
DIVERTÍCULO DE MECKEL 
• Remanescente do ducto onfalomesentérico, localizado na borda antimesentérica do íleo. 
• Os tecidos do divertículo são suscetíveis à transformação neoplásica. 
HAMARTOMAS 
• Pólipos da síndrome de Peutz-Jeghers (polipose intestinal e pigmentação melânica cutaneomucosa 
com transmissão mendeliana dominante) e outros pólipos intestinais. 
OBSTRUÇÃO INTESTINAL 
• Principais causas: 
o Crianças: íleo meconial, intussuscepção, divertículo de 
Meckel, “bolo” de Ascaris e corpos estranhos. 
o Adultos: aderências por cirurgias prévias, hérnias 
encarceradas, doenças inflamatórias crônicas, neoplasias 
benignas e malignas. 
INTRUSSUSCEPÇÃO 
• Invaginação de uma alça intestinal no interior da alça imediatamente seguinte. 
• Sem causa aparente. 
• Costuma ocorrer em crianças de 3 meses a 2 anos. 
ENTERITES 
• Afecções de natureza inflamatória compõem um amplo espectro de doenças causadas por agentes 
biológicos (vírus, bactérias, parasitos e fungos), agentes físicos (radiações) e de causa não conhecida 
(doença de Crohn). 
ENTERITES POR BACTÉRIAS E VIRUS 
• V. cholerae (agente etiológico do cólera) ou E. coli (ETEC: Escherichia coli enterotoxigênica) 
provocam diarreia. 
• Intoxicação alimentar: náuseas, vômito, do abdominal, diarreia intensa e desidratação. Surge em 
surtos. 
• Bactérias do gêneros Salmonella, Shigella, Campylobacter e Yersinia agridem a mucosa, causando 
diarreia e outros sintomas gastrintestinais. 
• Diarreias de aparecimento isolado ou epidêmico são causadas por rotavírus ou outros vírus 
enteropatogênicos atingindo, preferencialmente, crianças. 
ENTERITES PARASITÁRIAS 
• Casos + graves: imunodeficiência congênita (hipogamaglobulinemia), adquirida (AIDS) ou 
iatrogênica (imunossupressores). 
• Quadro clínico: sintomas dispépticos, dor abdominal, diarreia e repercussão sistêmica de acordo com 
a intensidade do comprometimento do intestino delgado. 
TUBERCULOSE ENTÉRICA 
• É consequência do processo pulmonar, por deglutição de escarro contaminado. 
• Ocorre lesos ulcerativas, hipertróficas ou úlcero-hipertróficas. 
PARACOCCIDIOIDOMICOSE OU BLASTOMICOSE SUL -AMERICANA (BSA) 
• Consequência da disseminação da doença localizada no sistema linfático mesentérico. 
• A enterite específica ocorre pela presença do P. brasiliensis, levado por macrófagos dos linfáticos 
dilatados para a parede intestinal. 
DOENÇA DE CROHN 
• É uma doença granulomatosa crônica, de etiologia desconhecida. 
• Inflamação transmural com granuloma não caseoso. 
• Fístulas vão da mucosa ulcerada até a serosa e órgãos vizinhos. 
• Manifestações: diarreia, dor abdominal e emagrecimento. 
DOENÇA DE WHIPPLE 
• Doença rara causada pela bactéria Tropheryma whipplei, que 
afeta homens de meia-idade. 
• Quadro clínico: artralgias, edema, poliadenopatia, 
esteatorreia e perda intestinal de proteínas. 
• Na lâmina própria da mucosa, observam-se depósitos 
lipídicos (linfangiectasias) e infiltração de macrófagos 
repletos de corpúsculos PAS-positivos. 
ENTERITE POR IRRADIAÇÃO IONIZANTE (ENTERITE ACTÍNICA) 
• O tratamento radioterápico de neoplasias malignas abdominais, pélvicas ou retroperitoneais pode 
provocar lesões intestinais que vão de edema e inflamação até necrose. 
• Pode haver formação de aderências, estenoses, perfurações e fístulas. 
SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO 
• Modelos de má absorção: 
o Doença celíaca. 
o Sobrecrescimento bacteriano do intestino delgado (SBID). 
o Linfangiectasias intestinais. 
DOENÇA CELÍACA 
• Afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado proximal. 
• Alterações histopatológicas: 
o A trofia difusa e intensa das vilosidades intestinais. 
o Hiperplasia das criptas. 
o Invasão da lâmina própria por infiltrado inflamatório. 
SOBRECRESCIMENTO BACTERIANO DO INTESTINO DELGADO (SBID) 
• A síndrome de proliferação bacteriana excessiva decorre do aumento 
do número de bactérias presentes no intestino delgado, resultado da 
estagnação do conteúdo intestinal. 
• Mecanismo: as bactérias em excesso promovem desconjugação dos 
sais biliares e sua precipitação intraluminal. Prejudica a solubilização 
das gorduras ⇾ esteatorreia. 
• Resultado: deficiência global da absorção intestinal. 
LINFANGIECTASIAS INTESTINAIS 
• Conjunto de afecções que provocam a dilatação dos linfáticos intestinais, secundária à estagnação da 
linfa. 
• Exemplos: linfomas, tuberculose, paracoccidioidomicose, doenças fibrosantes do mediastino e 
insuficiência cardíaca congestiva crônica. 
ANORMALIDADES DE ORIGEM VASCULAR 
• Malformações congênitas, neoplasias originárias dos vasos sanguíneos, vasculites e isquemia 
provocada por oclusão ou por queda do débito sanguíneo no território da artéria mesentérica 
superior. 
NEOPLASIAS 
• São raras. 
• Mais da metade é benigna. 
BENIGNAS 
• Compreende: adenomas, papilomas, fibromas, lipomas, miomas e angiomas. 
• São, em sua maioria, assintomáticas. 
• Principais: leiomiomas e fibromas ⇾ podem crescer no sentido do lúmen do intestino delgado e ser 
pedunculados ⇾ quadro de oclusão intestinal. 
MALIGNAS 
• Carcinomas, liomiossarcomas, linfomas e os tumores carcinoides. 
• Os linfomas e tumores carcinoides comportam medidas terapêuticas capazes de prolongar a vida por 
tempo considerável. 
• Linfomas são divididos em 3 tipos, conforme a sua origem e expressão anatomopatológica: 
o Linfoma primário intestinal focal: fica em um pequeno segmento 
do intestino. Possui múltiplos focos de tecido neoplásico. Acomete 
pessoas jovens e, em particular, crianças. 
o Linfoma primário intestinal difuso: compromete extensos 
grandes do jejuno, íleo e intestino. Afeta adultos jovens. Seus 
sinais e sintomas são de má absorção e associados à dor abdominal. 
o Linfoma secundário: comprometimento do intestino pela doença 
linfomatosa disseminada.Manifestações clinicas são associadas à adenomegalias, febre, 
anemia e hepatoesplenomegalia. 
TUMORES CARCIONOIDES 
• Neoplasias originárias das células argentafins, responsáveis pela produção de uma grande variedade 
de substâncias. 
• Conjunto de alterações provocadas pelo excesso de peptídios ativos em circulação, liberados pelas 
extensas metástases hepáticas. 
• Episódios de palpitações, rubor facial intenso, tosse, dispneia com sibilos, diarreia com cólicas, 
meteorismo (acúmulo de gases) e flatulência. 
• Sintomas podem aparecer após ingestão de bebida alcoólica, exercício físico ou períodos de tensão 
emocional. 
Linfoma de cólon

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