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1 ªAVALIAÇÃO DE CONSUMIDOR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO - UNIFSANota: 
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO - NUAPE
CURSO: Direito
DISCIPLINA: Direito do Consumidor
PROFESSOR(A): Rochele J. L. Firmeza
 ALUNO (A): Ana Paula Pereira da Silva Carvalho
 Miguel José Cardoso Júnior
 Rafael Frazão da Silva
 
 TURMAS: 09N7A
 DATA: 18.09.20 
1ª AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO
	1. Esta atividade contém 03 (três) questões discursivas que contemplam os conteúdos e habilidades da (s) unidades I da nossa disciplina e terá um valor total de 10,0 pontos, com pontuações variantes em cada questão.
2. Esta atividade pode ser feita individual, em dupla ou em trio. Não serão aceitas atividades fora dos padrões aqui estabelecidos.
3. Verifique a data ou período de acesso a essa atividade e resolução das questões, para não perder o prazo. Deverá ser postada entre 18.09.20 a 19.09.20, ressaltando que os alunos terão acesso dias antes.
4. Leia com atenção cada item desse instrumento avaliativo, observe as instruções para respostas das questões objetivas (marque apenas uma resposta por questão)
5. Responda cada questão discursiva em no mínimo 12 e no máximo 15 linhas, com posicionamentos fundamentados no material didático disponibilizado na sala de aula do AVA e nas discussões nos momentos síncronos, respeitando a organização de parágrafos, correção gramatical, ideias logicamente encadeadas, reflexão crítica, leitura e interpretação. 
6. Você terá 100 minutos para responder às questões objetivas e discursivas no horário da nossa aula ou conforme instrução definida na especificidade desse instrumento avaliativo. Porém, a mesma pode ser postada até o dia 19.09.20.
7. Quando terminar, envie sua avaliação no espaço indicado na própria ferramenta disponibilizada para essa atividade e aguarde a correção, resultado e feedback pelo professor responsável.
QUESTÃO 01
1 – “Na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Direito do Consumidor é uma das mais desafiadoras disciplinas que a Corte debate em seus julgamentos. Um dos pontos mais complexos da atuação do STJ está na definição do que seja consumidor, o que permite delimitar o âmbito de incidência das normas ao caso concreto. Há diversas acepções de consumidor, com base na legislação e na interpretação doutrinária. De rigor, quatro podem ser diretamente extraídas da Lei 8.078/1990, sendo que um deles é material e os outros três sentidos são por equiparação.”
O autor continua aduzindo: “Evidentemente que ainda persistem muitos problemas na delimitação do conceito de consumidor, mesmo na jurisprudência do STJ. A ampliação excessiva desse conceito pode gerar mais efeitos negativos do que vantagens ao próprio consumidor, na medida em que se todos são assim considerados, ao final ninguém o será verdadeiramente. Essa é uma preocupação que tem sido enfatizada pelo ministro Antônio Carlos Ferreira em seus estudos e em seus eruditos acórdãos.” (disponível em https://www.conjur.com.br/2016-ago-15/direito-civil-atual-relacao-consumo-visao-superior-tribunal-justica-parte”)
A partir dos trechos acima, de autoria de Humberto Martins (Ministro do STJ), e de todos os ensinamentos em sala, é essencial, para o enquadramento correto do CDC, a identificação do consumidor numa relação de consumo. Assim, cite quais são as figuras de consumidor previstas no CDC e explique a posição atual do STJ na conceituação de destinatário final, abordando as suas teorias explicativas. Responda de forma coerente e harmônica, valendo-se dos regramentos legais, doutrinários e jurisprudenciais cabíveis. (3,0 pontos).
RESPOSTA: As figuras de consumidor previstas no CDC são:
1- Destinatário final, segundo o conceito restritivo contido no caput do art. 2º do CDC que diz que, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, e;
2- Consumidor por equiparação, conforme o art. 2º, Parágrafo único, o art. 17 e o art. 29 do CDC. O art. 2º, Parágrafo único diz que se equipara a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. O art. 17 diz que se equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento danoso. O art. 29 diz que se equiparam aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas comerciais.
Jurisprudência: Em regra, a jurisprudência do STJ afirma que o art. 2º deve ser interpretado de forma restritiva e que deve ser considerado destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. Com isso, em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço (MIN. NANCY ANDRIGHI). Embora consagre o critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência do STJ também reconhece a necessidade de, em situações específicas, abrandar o rigor desse critério para admitir a aplicabilidade do CDC nas relações entre os adquirentes e os fornecedores em que, mesmo o adquirente utilizando os bens ou serviços para suas atividades econômicas, fique evidenciado que ele apresenta vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada. Em suma, a teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada consiste na possibilidade de se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa, mesmo sem ter adquirido o produto ou serviço como destinatária final, possa ser equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade. Nesse sentido: REsp 1.195.642/RJ, Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª Turma, julgado em 13/11/2012. São espécies de vulnerabilidade: 
a) Jurídica: A vulnerabilidade jurídica ou científica pressupõe falta de conhecimento jurídico, contábil ou econômico. A vulnerabilidade jurídica é presumida no caso do consumidor não profissional. 
b) Fática (ou socioeconômica): A vulnerabilidade fática ou socioeconômica abrange situações em que a insuficiência econômica, física ou até mesmo psicológica do consumidor o coloca em desigualdade frente ao fornecedor.
c) Informacional: Trata-se de uma nova categoria, antes enquadrada como vulnerabilidade técnica. A vulnerabilidade informacional ocorre quando o consumidor não detém as informações suficientes para realizar o processo decisório de aquisição ou não do produto ou serviço.
A teoria maximalista diz que destinatário final é aquele que retira produto ou serviço do mercado de consumo, qualquer que seja a sua finalidade, profissional ou não. Salvo em caso de revenda.
QUESTÃO 02
2 - “Direito Processual Civil. Recurso especial. Ação de indenização por danos morais e materiais. Ocorrência de saques indevidos de numerário depositado em conta poupança. Inversão do ônus da prova. Art. 6o, VIII, do CDC. Possibilidade. Hipossuficiência técnica reconhecida. O art. 6o, VIII, do CDC, com vistas a garantir o pleno exercício do direito de defesa do consumidor, estabelece que a inversão do ônus da prova será́ deferida quando a alegação por ele apresentada seja verossímil, ou quando constatada a sua hipossuficiência. Na hipótese, reconhecida a hipossuficiência técnica do consumidor, em ação que versa sobre a realização de saques não autorizados em contas bancárias, mostra-se imperiosa a inversão do ônus probatório. Diante da necessidade de permitir ao recorrido a produção de eventuais provas capazes de ilidir a pretensão indenizatória do consumidor, deverão ser remetidos os autos à instância inicial, a fim de que oportunamente seja prolatada uma nova sentença. Recurso especial provido para determinar a inversão do ônus da prova na espécie” (STJ – REsp 915.599/SP – Terceira Turma – Rel. Min. Nancy Andrighi – j. 21.08.2008 – DJe 05.09.2008). 
Pela simplesleitura da ementa acima, e observando o que está grifado, sabe-se que alguns postulados, como o da hipossuficiência, vulnerabilidade e inversão do ônus da prova, são essenciais e próprios da relação de consumo e da defesa do consumidor. Assim, valendo-se de tais enunciados, faça a devida correlação entre eles, e com mais três outros princípios que compõem a relação de consumo, no contexto da sua resposta, de forma encadeada, harmônica e fundamentada. (3,0 pontos)
RESPOSTA: Em nosso ordenamento jurídico atual, em regra, vigora instituto do ônus da prova, sendo que segundo ele, cabe ao autor provar o fato constitutivo de seu direito, de acordo com o artigo 333, inciso I. E, de outro lado, incumbe ao réu demonstrar a existência de fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito do autor conforme preceitua o mesmo artigo, no inciso II, ambos do Código de Processo Civil - CPC. 
No entanto, em decorrência da reconhecida vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor frente à capacidade técnica e econômica do fornecedor, a regra sofre uma “flexibilização”, a fim de criar uma igualdade no plano jurídico. Segundo a jurisprudência do STJ, a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6°, VIII, do CDC, não ocorre ope legis, mas ope judicis, vale dizer, é o juiz que, de forma prudente e fundamentada, aprecia os aspectos de verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.
A verossimilhança se assenta num juízo de probabilidade, que resulta, por seu turno, da análise dos motivos que lhe são favoráveis (convergentes) e dos que lhe são desfavoráveis (divergentes). Se os motivos convergentes são inferiores aos divergentes, o juízo de probabilidade cresce; se os motivos divergentes são superiores aos convergentes, a probabilidade diminui. 
A hipossuficiência, que é um conceito próprio do CDC, relaciona-se à vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. Não é uma definição meramente econômica, conforme parte da doutrina tentou inicialmente cunhar, relacionando-a ao conceito de necessidade da assistência judiciária gratuita. Trata-se de um conceito jurídico, derivando do desequilíbrio concreto em determinada relação de consumo. Num caso específico, a desigualdade entre o consumidor e o fornecedor é tão manifesta que, aplicadas as regras processuais normais, teria o autor remotas chances de comprovar os fatos constitutivos de seu direito. As circunstâncias probatórias indicam que a tarefa probatória do consumidor prejudicado é extremamente difícil.
QUESTÃO 03
3 – “Diante dessa desigualdade de forças entre fornecedor e consumidor, em que o primeiro impõe as regras e o segundo as cumpre, surgiu a necessidade maciça de se elaborar uma legislação específica para o consumo. A Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXXII, reconhece expressamente essa vulnerabilidade, ao afirmar que o Estado deve promover a defesa do consumidor e no artigo 48 do ADCT, que determina a criação do Código de Defesa do Consumidor. A vulnerabilidade do consumidor é característica marcante da relação de consumo. Portanto, a ideia de se criar uma legislação era justamente a de restabelecer a isonomia, estabelecendo instrumentos de direito material e processual, para o que o consumidor possa ser respeitado e ter dignidade no mercado.” (https://julianaseixas83.jusbrasil.com.br/artigos/178791039/a-importancia-do-codigo-de-defesa-do-consumidor-para-o-direito-das-obrigacoes)
Do trecho acima, extrai-se a ideia de que o CDC deriva da Constituição Federal, e, por isso, mostra-se como inegável a sua necessidade para com a sociedade brasileira. Assim, analise as alternativas abaixo e diga qual delas é a correta, ao passo em que irá justificar o porquê das outras estarem incorretas. Nas suas respostas, aborde o necessário tratamento constitucional ao tema e responda de forma fundamentada, coerente e harmônica. (4,0 pontos) (utilize até 3 linhas para cada item)
a) A presença de órgão ou entidade de caráter público ou que execute serviço público em um dos polos da relação contratual afasta a materialização da relação de consumo.
INCORRETA: O Art. 3° do CDC diz que, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
b) O Ministério Público não detém legitimidade para ajuizar ação civil pública visando tutelar direito de consumidores relativos a serviços públicos.
INCORRETA: Segundo o art. 82 do CDC diz que, para os fins do art. 81, parágrafo único desta lei, são legitimados concorrentemente:
I - O Ministério Público, possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos transindividuais de consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas. STJ. Corte Especial. EREsp 1378938-SP. Informativo 629. Sobre o tema, Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.
c) O Superior Tribunal de Justiça não admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa do Consumidor nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
INCORRETA: O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa do Consumidor − CDC nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
d) A relação jurídica de consumo somente incide nos casos de aquisição de bens materiais.
INCORRETA: A relação jurídica de consumo também incide nos casos de bens imateriais, conforme art. 3º, parágrafo 1º, do CDC.
e) Um dos princípios basilares da relação de consumo é o da boa-fé, considerando-se na sua objetividade e correlacionando-o com outros, como transparência e informação. Tais enunciados, inclusive, em caso de descumprimento, geram o inadimplemento contratual.
CORRETO: O princípio da boa-fé se aplica às relações contratuais regidas pelo CDC, impondo, por conseguinte, a obediência aos deveres anexos ao contrato, que são decorrência lógica deste princípio. O dever anexo de cooperação pressupõe ações recíprocas de lealdade dentro da relação contratual. A violação a qualquer dos deveres anexos implica em inadimplemento contratual de quem lhe tenha dado causa.

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