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AULA 5 
 CONTROLADORIA AVANÇADA 
Prof.ª Anelise Krauspenhar Pinto Figari 
 
 
2 
TOMADA DE DECISÃO QUANTO AO ORÇAMENTO DE CAPITAL 
TEMA 1 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E O TEMPO DE RETORNO 
De acordo com Atkinson et al. (2011, p. 523), “A ideia mais importante do 
orçamento de capital é o conceito do valor do dinheiro no tempo, pois o dinheiro 
pode ter um retorno, e esse valor depende do tempo que levou para ser recebido.” 
Adicionalmente, Atrill e McLaney (2014, p. 303) afirmam que “a característica 
essencial das decisões relativas a investimento é o tempo.” 
“A teoria financeira apresenta várias metodologias que o gestor financeiro 
pode utilizar para facilitar suas decisões na escolha da melhor alternativa para a 
utilização dos recursos financeiros da sua empresa.” (Oliveira; Perez Junior; Silva, 
2015, p. 247). 
Na perspectiva de Atkinson et al. (2011, p. 535), o “orçamento de capital é 
um conjunto de técnicas que o planejador usa para avaliar a necessidade de 
adquirir ativos a longo prazo.” 
Ademais, “o investimento envolve fazer um desembolso de algo com valor 
econômico, em geral dinheiro, em dado momento, do qual se espera obter 
benefícios econômicos para o investidor em algum outro momento.” (Atrill; 
McLaney, 2014, p. 303). Para refletirmos a respeito desse assunto, Atrill e 
McLaney (2014, p. 318) fazem a seguinte pergunta: “Porque você não veria como 
sendo a mesma coisa (em termos de valor) receber R$ 100,00 daqui a um ano e 
receber esta mesma quantia imediatamente?” 
Existem três fatores que impactam a análise: a perda de juros, o risco e a 
inflação. Esses três fatores fazem com que R$ 100,00 hoje não corresponde ao 
mesmo montante daqui a um ano. 
Em relação à perda de juros, se colocarmos hoje R$ 100,00 em alguma 
alternativa de investimento, em um ano esse capital investido será somado ao 
ganho de juros do período. Se forem aceitos os R$ 100,00 daqui um ano em vez 
de aceitá-los hoje, isso implicaria sacrificar o montante de juros de um 
investimento somado a esse valor. Esse processo representa o custo de 
oportunidade, o qual, de acordo com Atrill e McLaney (2014, p. 319) “ocorre 
quando uma determinada linha de ação nos priva da oportunidade de obter algum 
benefício de uma ação alternativa.” 
Portanto, para que se opte por um investimento, a análise deve levar em 
consideração se ele excede o custo de oportunidade do capital investido, isto é, 
 
 
3 
se o retorno ao investir é melhor do que a segunda alternativa de investimento 
desse capital. 
Em relação ao risco, é necessário ter em mente que toda alternativa de 
investimento tem risco. Dessa forma, durante a análise de um projeto, é 
importante mapear os possíveis riscos, com a finalidade de eliminá-los ou diminuir 
o seu impacto, se possível. Além disso, é preciso ter em mente que é possível que 
surjam riscos além daqueles mapeados anteriormente e que somente será 
possível conhecê-los no decorrer do projeto. Assim, no momento da tomada de 
decisão por um projeto de investimento, a sua aceitação ou não também está 
considerando o risco de o projeto ocorrer como planejado ou não (Atrill; McLaney, 
2014). 
Por fim, em relação à inflação, se aceitarmos R$ 100,00 daqui a um ano 
em vez de hoje, “quando chegar o momento de gastar o dinheiro, ele não será 
capaz de comprar a mesma quantidade de bens e serviços como seria a um ano 
antes.” (Atrill; McLaney, 2014, p. 320). Isto é, se hoje, com esse montante, 
podemos comprar um tênis específico, daqui a um ano não conseguiremos esse 
tênis, pois ele estará mais caro. Isso ocorre porque há a “perda do poder de 
compra do dinheiro, ou inflação, que ocorre ao longo do tempo” (Atrill; McLaney, 
2014, p. 321). 
Dessa forma, os autores demonstram o porquê não aceitaríamos o 
montante de R$ 100,00 daqui a um ano em vez de pegá-lo agora: devido à perda 
de juros (custo de oportunidade), ao prêmio pelo risco e à incidência da inflação. 
Nesse sentido, Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 592) afirmam que “os 
métodos do valor presente líquido e da taxa interna de retorno são muito utilizados 
como ferramenta de tomada de decisão. Entretanto, alguns gerentes também 
usam o método do payback e o método da taxa de retorno simples para tomarem 
decisões de orçamento de capital.” 
Assim, diversos autores, ao falar sobre a temática, também apontam os 
mesmos métodos para analisar projetos de investimentos e tomar decisões em 
relação ao orçamento de capital. 
TEMA 2 – VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) E O ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE 
O Valor Presente Líquido (VPL) corresponde ao termo em inglês net 
presente value. É calculado “pela diferença entre o valor presente dos benefícios 
líquidos de caixa, previstos para cada período do horizonte de duração do projeto, 
 
 
4 
e o valor presente do investimento (desembolso de caixa).” (Assaf Neto; Lima, 
2017, p. 184). 
O cálculo do VPL, de acordo com Assaf Neto e Lima (2017), é representado 
pela equação a seguir: 
∑
𝐹𝐶𝑖
(1+𝐾)𝑖
𝑛
𝑡=1
− [𝑙𝑜 + ∑
𝑙𝑖
(1+𝑘)𝑖
𝑛
𝑡=1 ] 
Para um entendimento mais simplificado, veja a seguir como Oliveira, 
Perez Junior e Silva (2015, p. 249) apresentam a equação: 
𝑉𝑃𝐿 = (Valor presente dos fluxos de caixa projetados) − (Valor presente do investimento de capital) 
Para que seja possível trabalhar com o fluxo de caixa projetado de uma 
alternativa de investimento, é necessária a taxa mínima de desconto aceitável 
pela empresa (custo de oportunidade), para trazer esse fluxo de caixa a valor 
presente. 
Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 581) mencionam duas premissas 
utilizadas para a análise do VPL: “que todos os fluxos de caixa, que não sejam o 
investimento inicial, ocorram no final dos períodos [...]; que todos os fluxos de 
caixa gerados por um projeto de investimento sejam reinvestidos de imediato a 
uma taxa de retorno igual à taxa de desconto.” São essas as principais limitações 
do método. 
Para fins de exemplificação do uso do VPL, vamos tentar responder à 
seguinte questão: qual a melhor opção: receber R$ 5.000,00 hoje ou R$ 6.500,00 
daqui a um ano? 
Suponhamos que o seu custo de oportunidade é de 15%, isto é, a sua 
alternativa de investimento para esse capital teria essa taxa de rendimentos. 
Assim, a taxa de desconto é de 15%, utilizada para trazer os R$ 6.500,00 a valor 
presente. 
6.500
(1 + 0,15)1
= 5.652,17 
Ao trazer o montante de R$ 6.500 a valor presente, temos R$ 5.652,17, de 
modo que agora podemos compará-lo com a alternativa de receber hoje 
R$ 5.000,00. Fica mais que evidente que a melhor opção corresponde a receber 
os R$ 6.500 daqui a um ano e não os R$ 5.000 hoje a uma taxa de desconto de 
15%. 
 
 
5 
No caso da necessidade de tomar uma decisão entre aceitar ou rejeitar um 
projeto de investimento, temos que analisar que o VPL do fluxo de caixa projetado 
e o projeto só serão aceitos se o VPL for positivo. Veja o critério de decisão no 
quadro a seguir. 
Quadro 1 – Critérios para um projeto de investimento 
VPL > R$ 0 → Projeto cria valor econômico; aumenta a riqueza dos acionistas. 
VPL = R$ 0 → Projeto não cria valor econômico; remunera somente o custo de oportunidade; 
não altera a riqueza dos acionistas. 
VPL < R$ 0 → Projeto destrói valor econômico; reduz a riqueza dos acionistas. 
Fonte: com base em Assaf Neto; Lima, 2017, p. 184. 
Acompanhe este exemplo: suponha que a empresa Joyhn Agrícola queira 
investir em um projeto de aquisição de uma máquina que terá uma vida útil de três 
anos. A máquina proporcionará receitas de acordo com o fluxo de caixa projetado 
na tabela a seguir. A taxa de desconto utilizada pela empresa é de 12%. A 
empresa deve investir nesse projeto? 
Tabela 1 – Fluxo de caixa projetado pela empresa Joyhn Agrícola 
Ano 
Valor a investir no 
projeto 
Fluxo de caixa 
projetado 
20x0 43.000 
20x1 24.000 
20x2 24.000 
20x3 24.000 
Total 72.000 
Vamos adicionar uma coluna evidenciando o valor presentedo fluxo de 
caixa. Observe a tabela a seguir. 
Tabela 2 – Valor presente do fluxo de caixa projetado 
Ano 
Valor a investir 
no projeto 
Fluxo de caixa 
projetado 
Valor presente 
do FC projetado 
20x0 43.000 
20x1 24.000 21.429 
20x2 24.000 19.133 
20x3 24.000 17.083 
Total 72.000 57.644 
 
 
6 
 A equação para o cálculo do VPL desse exemplo é: 
𝑉𝑃𝐿 = [
24.000
(1 + 0,12)1
=
24.000
(1 + 0,12)2
=
24.000
(1 + 0,12)3
] − 43.000 = 14.644 
Observe que o resultado corresponde a um valor de R$ 14.644,00 positivo, 
isto é, o VPL é maior que 0, de modo que investir capital nesse projeto cria valor 
econômico, aumentando a riqueza dos acionistas. 
Quando a empresa tem interesse em mais de uma alternativa de projetos 
de investimentos, temos a tomada de decisão de preferência, de modo que há a 
necessidade de classificá-los a fim de decidir por aquele projeto que trará 
melhores resultados à empresa. 
Nesse contexto, é importante destacar que geralmente o resultado do VPL 
é um valor monetário absoluto, de modo que não é possível a comparação direta 
do VPL de um projeto com o VPL de um outro projeto (Garrison; Noreen; Brewer, 
2013). 
Para fins de comparação de projetos, propõe-se a divisão do VPL pelo 
investimento necessário do projeto, de modo que o resultado corresponde ao 
índice de lucratividade do projeto (Garrison; Noreen; Brewer, 2013), como é 
possível observar na equação a seguir. 
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = 
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠á𝑟𝑖𝑜
 
Assim, quando ocorre a análise de preferência entre projetos de 
investimentos, a regra, de acordo com Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 591), 
é esta: “quanto maior o índice de lucratividade do projeto, mais desejável o 
projeto”. Entretanto, vale analisar esse índice com cuidado, pois os autores ainda 
reiteram que, “em virtude de projetos exigirem investimentos feitos em uma única 
prestação, a ordenação do índice de lucratividade pode não ser perfeita.” 
Vamos fazer um exercício em que é possível verificar a análise proposta. A 
empresa Justin Godoy possui diversas alternativas de projetos de investimento. 
No momento, analisaremos dois: o Projeto Beta e o Projeto Delta, ambos com 
VPL positivo de R$ 5.000,00, conforme demonstra a tabela a seguir. 
 
 
7 
Tabela 3 – Alternativas de investimentos da empresa Justin Godoy 
 Projeto Beta Projeto Delta 
Investimento R$ 80.000 R$ 35.000 
Valor presente dos FC projetados R$ 85.000 R$ 40.000 
Valor presente líquido R$ 5.000 R$ 5.000 
A empresa precisa optar por um deles, qual é a melhor opção? 
Em um caso como esse, o índice de lucratividade do projeto contribuiria 
para uma tomada de decisão assertiva. Um fato a ser observado, conforme 
ressaltam Garrison, Noreen e Brewer (2013), corresponde ao investimento inicial 
dos projetos. No Projeto Beta, o investimento é de R$ 80.000,00, já no o Projeto 
Delta demanda um investimento de R$ 35.000,00. 
É de conhecimento de todos que os recursos são limitados, e esse é um 
fator que se deve levar em consideração no momento da análise. Portanto, ao 
aplicar o índice de lucratividade para os dois projetos, tem-se: 
𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑏𝑒𝑡𝑎 = 
5.000
80.000
= 0,06 𝑃𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒𝑙𝑡𝑎 = 
5.000
35.000
= 0,14 
Observa-se que o Projeto Beta possui um índice de lucratividade de 6%, já 
o índice do Projeto Delta é de 14%. Sendo assim, a empresa deve optar por 
investir no Projeto Delta, que possui um índice de lucratividade maior do que do 
Projeto Beta e trará o mesmo VPL que o outro projeto. 
TEMA 3 – TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 
A Taxa interna de Retorno (TIR) corresponde a uma taxa de retorno de um 
projeto de investimento ao longo da sua vida útil. Garrison, Noreen e Brewer 
(2015, p. 583) afirmam que “ela é calculada encontrando-se a taxa de desconto 
que iguala o valor presente das saídas de caixa de um projeto ao valor presente 
de suas entradas de caixa.” 
De acordo com Oliveira, Perez Junior e Silva (2015, p. 248), a TIR “é a taxa 
de juros que iguala, numa única data, os fluxos de entrada e saída produzidos por 
uma operação financeira (aplicação ou captação). Em outras palavras, é a taxa 
de juros que, se utilizada para descontar um fluxo de caixa, produz um resultado 
nulo.” 
 
 
8 
De acordo com Assaf Neto e Lima (2017, p. 187) “a formulação da taxa 
interna de retorno pode ser representada, supondo-se a atualização de todos os 
movimentos de caixa para o momento zero”, como apresentada a seguir: 
𝑙𝑜 + ∑
𝑙𝑡
(1 + 𝑘)𝑡
𝑛
𝑡=1
= ∑
𝐹𝐶𝑡
(1 + 𝐾)𝑡
𝑛
𝑡=1
 
Os autores mencionados apresentam um exemplo ilustrativo do fluxo de 
caixa incremental para a aplicação prática da TIR. A figura a seguir traz um 
exemplo. 
Figura 1 – Exemplo de fluxo de caixa incremental para a aplicação da TIR 
 
Fonte: com base em Assaf Neto; Lima, 2017, p. 182. 
Nesse caso, a linha horizontal apresenta a linha do tempo. No momento 
inicial – zero –, há um desembolso no montante de R$ 145.000 e, para cada ano 
de vida útil do projeto, há uma entrada: no ano 1, de R$ 71.000; no ano 2, de 
R$ 74.000; no ano 3, de R$ 80.000; e no ano 4 – último ano –, de R$ 50.000. 
Para conhecer a TIR, usa-se o seguinte cálculo: 
145.000 =
71.000
(1 + 𝑖) 1
+
74.000
(1 + 𝑖) 2
+
80.000
(1 + 𝑖) 3
+
50.000
(1 + 𝑖) 4
 
A TIR, portanto, é de 33,09% ao ano. Isso significa que o valor do 
investimento inicial, de R$ 145.000, é igual ao fluxo de caixa projetado descontado 
dessa taxa de 33,09%. 
Assaf Neto e Lima (2017) propõem o uso da calculadora financeira HP12C. 
O cálculo pode ser realizado por meio de planilhas eletrônicas, por exemplo, o 
Excel, conforme tabela a seguir. 
 
 
9 
Tabela 4 – Cálculo da TIR com a calculadora HP12C 
Comandos Significado 
f REG Limpa os registradores de armazenamento 
145 CHS g CFo Fluxo de caixa inicial 
71 g CFj Fluxo de caixa do ano 1 
74 g CFj Fluxo de caixa do ano 2 
80 g CFj Fluxo de caixa do ano 3 
50 g CFj Fluxo de caixa do ano 4 
f IRR IRR do projeto = 33,09% ao ano 
Fonte: Assaf Neto e Lima, 2017, p. 187. 
Quando houver o uso do método da TIR para a decisão de preferência entre 
os projetos de investimentos, a regra, de acordo com Garrison, Noreen e Brewer 
(2013, p. 591), é esta: “quanto mais alta a taxa interna de retorno, mais desejável 
o projeto.” 
Assim, se temos um projeto A – em que a TIR calculada é de 22% – e o 
projeto B – com uma TIR de 13% –, a decisão de preferência será pelo projeto A, 
isto é, por aquele projeto que possui uma TIR maior. 
Quando a análise leva em consideração somente um projeto de 
investimento, o critério para que ele seja aceito ou não corresponde a conhecer 
se a TIR é maior ou menor do que a taxa mínima de atratividade definida pela 
empresa. A figura a seguir apresenta esses critérios. 
Quadro 2 – Critério para a análise de um projeto de investimento 
TIR ≥ taxa mínima de atratividade → investimento é economicamente atraente, devendo ser 
aceito. 
TIR < taxa mínima de atratividade → investimento destrói valor, devendo ser rejeitado. 
Fonte: Assaf Neto; Lima, 2017, p. 188. 
De acordo com Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 585), “o método do 
valor presente líquido apresenta várias vantagens importantes em relação ao 
método da taxa interna de retorno.” Os autores argumentam que o VPL possui 
uma maior facilidade de uso do que a TIR, uma vez que a TIR “pode exigir que se 
procure a taxa de desconto que resulta em um valor presente líquido igual a zero. 
Isso pode ser um processo de tentativa e erro muito trabalhoso, embora possa ser 
automatizado com o uso de um computador.” (Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 
585). 
 Ademais, o método da TIR possui um pressuposto questionável, uma vez 
que o método “supõe que a taxa de retorno obtida sobre os fluxos de caixa seja a 
 
 
10 
taxa internade retorno do projeto. Porém, se a taxa interna do retorno for alta, 
essa suposição pode não ser realista.” (Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 586). 
Portanto, O VPL passa a ser mais realista por meio do pressuposto de que a taxa 
de retorno seja a taxa de desconto. 
TEMA 4 – PAYBACK 
De acordo com Oliveira, Perez Junior e Silva (2015, p. 246), o payback 
“Consiste na determinação do tempo necessário para que o investimento seja 
recuperado por meio de benefícios incrementais líquidos de caixa (fluxos de 
caixa).” Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 593) destacam que “a premissa 
básica do método do payback é que quanto mais rápido o custo de um 
investimento puder ser recuperado, mais desejável o investimento.” 
Assaf Neto e Lima (2017) discorrem sobre três maneiras de analisar um 
investimento por meio do payback: payback efetivo, médio e descontado. 
O payback efetivo é o método mais fácil de calcular e de entender. “Como 
o período de payback é o tempo necessário para se recuperar o investimento feito, 
nota-se que se deve trazer de volta ao caixa da empresa cada uma das entradas 
previstas para cada ano.” (Assaf Neto; Lima, 2017, p. 182). 
Para fins de exemplificação, suponha que a empresa Joyhn Agrícola 
necessite adquirir uma máquina que terá uma vida útil de três anos. A máquina 
proporcionará receitas de acordo com o fluxo de caixa projetado na tabela a 
seguir. Para tanto, a empresa quer saber em quanto tempo obterá o retorno do 
valor investido. 
Tabela 5 – Retorno de investimento 
Ano 
Valor investido na 
aquisição da máquina 
Fluxo de caixa 
projetado 
20x0 43.000 
20x1 24.000 
20x2 24.000 
20x3 24.000 
Total 72.000 
Em 20x1, após um ano da aquisição da máquina, a empresa teria o retorno 
de somente cerca de 56% do valor investido, isto é, ainda faltam R$19.000 do 
 
 
11 
valor para zerar o montante investido na máquina. Para se chegar a esse valor, o 
cálculo é o seguinte: 
20𝑥1 = 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝐹𝐶 1 = (43.000) + 24.000 = (19.000) 
Em 20x2, dois anos da data de aquisição da máquina já teriam se passado, 
com mais uma entrada no valor de R$ 24.000. Assim, o valor investido na máquina 
já estaria zerado. Inclusive, já no segundo ano, observa-se um resultado positivo 
no valor de R$ 5.000, conforme este cálculo: 
20𝑥2 = 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 20𝑥1 + 𝐹𝐶 2 = (19.000) + 24.000 = 5.000 
Assim, com aproximadamente um ano e nove meses, a empresa Joyhn 
Agrícola teria o retorno de 100% do valor investido na máquina. 
A outra metodologia mencionada anteriormente é o payback médio. Nesse 
sentido, Assaf Neto e Lima (2017, p. 182) descrevem que “o tempo de retorno 
médio é baseado na relação existente entre o valor do investimento e o valor 
médio dos fluxos esperados de caixa.” 
Para ficar mais claro o conceito de payback médio, vamos exemplificá-lo 
utilizando o exemplo da Joyhn Agrícola. O cálculo se dá da seguinte maneira: 
(24.000 + 24.000 + 24.000)
3
= 24.000 
Observa-se que o valor médio das entradas do fluxo de caixa projetado é 
de R$ 24.000, sendo que o payback médio será de 1,79 anos (43.000/24.000), 
isto é, de aproximadamente um ano e nove meses. É importante frisar que, no 
exemplo, o tempo de retorno foi igual, uma vez que as entradas anuais são iguais 
para todos os anos. 
Percebam que tanto o método do payback efetivo como o payback médio 
não levam em consideração o valor do dinheiro no tempo, sendo essa uma 
limitação relevante quando ocorre o uso das metodologias mencionadas, uma vez 
que “não se pode somar ou subtrair um do outro, pois estão em períodos de 
tempos distintos.” (Assaf Neto; Lima, 2017, p. 182). 
O payback descontado, como mencionado por com Assaf Neto e Lima 
(2017, 182), “traz todos os fluxos de caixa ao mesmo momento de tempo (a valor 
presente), incorporando o conceito do valor do dinheiro no tempo.” 
Como exemplo, suponhamos que a empresa Gama Games tem a 
possibilidade de investir R$ 430.000 em um projeto cujo fluxo de caixa projetado 
demonstra entradas crescente para os próximos cinco anos, totalizando R$ 
 
 
12 
655.000, como evidenciado na tabela a seguir. Levando em consideração uma 
taxa de juros anuais de 10%, pergunta-se: quanto tempo demorará para que a 
Gama Games obtenha o retorno do valor investido no projeto? 
Tabela 6 – Exemplo de dados para calcular o retorno de investimentos 
Ano 
Valor a investir no 
projeto 
Fluxo de caixa 
projetado 
20x0 430.000 
20x1 90.000 
20x2 110.000 
20x3 135.000 
20x4 150.000 
20x5 170.000 
Total 655.000 
Para que possamos comparar o valor a ser investido no projeto com o 
montante de fluxo de caixa projetado, temos que levar em consideração o valor 
do dinheiro no tempo, isto é, não é possível comparar os R$ 430.000 com os R$ 
655.000 diretamente. Assim, aplicaremos a taxa de juros anual mencionada para 
trazermos os valores do fluxo de caixa projetado a valor presente. 
A equação a ser utilizada para trazer os montantes a valor presente 
corresponde à somatória dos valores projetados dividido por 1 mais a taxa elevada 
ao número de períodos, como aponta a equação a seguir: 
90.000
(1 + 0,1) 1
+
110.000
(1 + 0,1) 2
+
135.000
(1 + 0,1) 3
+
150.000
(1 + 0,1) 4
+
170.000
(1 + 0,1) 5
= 482.163 
Assim, a tabela a seguir apresenta os montantes anuais a valor presente, 
como apresentado na coluna “Valor presente do fluxo de caixa projetado”. 
 
 
13 
Tabela 7 – Montantes anuais a valor presente 
Ano 
Valor a investir no 
projeto 
Fluxo de caixa 
projetado 
Valor presente do 
FC projetado 
20x0 430.000 
20x1 90.000 81.818 
20x2 110.000 90.909 
20x3 135.000 101.427 
20x4 150.000 102.452 
20x5 170.000 105.557 
Total 655.000 482.163 
Observa-se que o total de retorno do projeto a valor presente é de 
R$ 482.163, isto é, R$ 52.163 a mais do que o valor a ser investido no projeto. Em 
20x4, o projeto já teria retornado R$ 376.607, faltando, para 20x5, um retorno de 
R$ 53.393, o que ocorreria em mais meio ano. 
Portanto, o projeto, caso a Gama Games opte por investir R$ 430.000, 
traria o retorno do valor investido no projeto em aproximadamente quatro anos e 
seis meses. 
Em relação ao critério de tomada de decisão para o orçamento de capital 
da empresa, para que a empresa possa optar por aceitar ou rejeitar um projeto de 
investimento, é interessante que ela defina um período de payback padrão, 
estabelecendo um limite de tempo aceitável de retorno do montante investido para 
as alternativas de investimentos a serem analisadas. 
TEMA 5 – TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE 
O custo de capital pode ser utilizado como uma taxa mínima de 
atratividade. “O custo de capital de modo geral é usado para identificar e excluir 
projetos de investimentos indesejáveis. Essa triagem é realizada de diferentes 
maneiras, e depende se a empresa usa o método da taxa interna de retorno ou o 
método do valor presente líquido.” (Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 585). 
Quando utilizamos o custo de capital, como a taxa mínima de atratividade, 
em uma análise para aceitar ou rejeitar um projeto, levando em consideração a 
taxa interna de retorno, o projeto somente será aceito se a TIR for maior que o 
custo de capital. 
 
 
14 
Quando ocorre a decisão sobre a aceitação ou a rejeição de um projeto 
analisando o VPL, o custo de capital é utilizado como a taxa de desconto para 
trazer o valor presente do fluxo de caixa projetado. 
Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 585) resumem as decisões de triagem 
do orçamento de capital conforme expressa a figura a seguir. 
Figura 3 – Decisões de triagem do orçamento de capital 
 
Fonte: Garrison; Noreen; Brewer, 2013, p. 585. 
Você sabe a diferença entre taxa mínima de atratividade, custo de capital 
e custo de oportunidade? 
A taxa mínima de atratividade (TMA) é a taxa mínima que um investidor 
exige para aceitar um novo investimento. Normalmente o ativo livre de 
risco de uma economia pode ser utilizadopara este fim, como é o caso 
da taxa SELIC para o contexto brasileiro. 
O custo de capital é o custo de uma empresa ter recursos financeiros 
(dinheiro) circulando dentro dela. Este custo é composto pelo custo do 
capital de terceiros (dívidas – empréstimos e financiamentos) e pelo 
custo do capital próprio (recursos dos sócios ou acionistas). 
O custo de oportunidade é a opção que foi deixada de lado. Sempre que 
há uma escolha, há também uma renúncia, como diz o ditado popular. 
O custo de oportunidade representa a opção que foi renunciada. 
Reis (2019) menciona que, ao decidir sobre a taxa mínima de atratividade, 
há três fatores a serem levados em consideração: o custo de oportunidade, o risco 
e a liquidez. “O risco do negócio depende da remuneração dos ganhos financeiros 
em relação aos riscos. Por outro lado, a liquidez expressa a análise da velocidade 
com que o investimento via se converter em caixa. Desta forma, o retorno 
financeiro esperado será maior conforme maior for o risco e mais alta a taxa de 
expectativa.” (Reis, 2019) . 
 
 
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REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de administração financeira. 3. 
ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
ATKINSON, A. A. et al. Contabilidade Gerencial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
ATRILL, P.; MCLANEY, E. Contabilidade gerencial para tomada de decisão. 
São Paulo: Saraiva, 2014. 
GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W.; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 
14. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 
OLIVEIRA, L. M.; PEREZ JUNIOR, J. H.; SILVA, C. A. S. Controladoria 
estratégica: textos e casos práticos com solução. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
PRATES, W. R. O que é TMA (Taxa Mínima de Atratividade)? Wr Prates, 10 jun. 
2017. Disponível em: <https://www.wrprates.com/o-que-e-tma-taxa-minima-de-
atratividade/>. Acesso em: 13 set. 2020. 
REIS, T. TMA: entenda o que é a Taxa Mínima de Atratividade e como calculá-la. 
Suno, 9 abr. 2019. Disponível em: 
<https://www.sunoresearch.com.br/artigos/taxa-minima-de-atratividade/>. Acesso 
em: 14 mar. 2020.

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