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IMAGEM – 05/04/2021 Imagem de síndromes do tronco encefálico SÍNDROMES DO TRONCO CEREBRAL Partindo da topografia lesional (através de imagens do SNC) pode-se estudar a síndrome neurológica resultante Tronco possui uma anatomia muito complexa, mas a maioria dessa anatomia vem se tornando mais fácil de ser identificada com as técnicas de ressonância de alta resolução Formação reticular: permeia o tronco todo o Alteração do estado de consciência Núcleos de nervos cranianos: distúrbios motores, sensitivos e neurovegetativos ipsilaterais o Fibras não se cruzam Tratos ascendentes e descendentes: síndrome piramidal, distúrbios sensitivos, distúrbios neurovegetativos e síndromes cerebelares contralaterais o Cruzam entre si Quando se fala em síndrome de tronco, fala-se em uma SÍNDROME ALTERNADA o Se tem uma leão motora descendente ou uma lesão sensorial ascendente sinal contralateral lesão de um lado e sintoma do outro o No caso de lesão nas vias cerebelares sinal ipsilateral ou contralateral sintoma pode ser do mesmo lado ou não o Já nos casos de lesões nos núcleos de nervos cranianos sinal ipsilateral lesão de um lado e sintoma do mesmo lado Síndromes do tronco cerebral são divididas didaticamente em localização anatômica: 1. Mesencéfalo 2. Ponte 3. Bulbo Subdivididas em regiões: a. Anterior b. Posterior c. Lateral d. Medial As síndromes podem ser vasculares (infarto, hemorragia), tumores ou lesões degenerativas (esclerose múltipla) Sinais e sintomas dependem das estruturas comprometidas REGRA DOS 4 4 estruturas da linha média que começam com M e seus déficits: 1 via Motora (trato corticoespinhal): déficit motor de braço e perna CONTRALATERAIS 2 lemnisco Medial: perda da sensação de vibração de braço e perna CONTRALATERAIS 3 fascículo longitudinal Medial: oftalmoplegia internuclear IPSILATERAL (os 2 olhos convergem mas, no olhar lateral, o olho comprometido não acompanha) 4 nervos e núcleos Motores: déficit IPSILATERAL do nervo craniano afetado NO BULBO: NA PORÇÃO INFERIOR DA PONTE: NA PORÇÃO MÉDIA DA PONTE: NO MESENCÉFALO: 4 estruturas laterais que começam com S e seus déficits: 1 trato eSpino cerebelar: ataxia IPSILATERAL de braço e perna (EXCEÇÃO) 2 trato eSpinotalâmico: alterações da sensação de dor e temperatura, afetando braço e perna, raramente o tronco, CONTRALATERAIS 3 núcleo Sensitivo do 5º nervo: alteração da sensação de dor e temperatura hemifase IPSILATERAL na distribuição do nervo trigêmeo (núcleo longo que se estende da ponte até o bulbo) 4 via Simpática: síndrome de Horner IPSILATERAL (ptose palpebral e miose pupilar) 4 núcleos de nervos cranianos do bulbo: 9º glossofaríngeo: perda IPSILATERAL da sensibilidade da faringe 10º vago: paresia IPSILATERAL do palato 11º espinhal acessório: paresia IPSILATERAL do trapézio e esternocleidomastóideo 12º hipoglosso: paresia IPSILATERAL da língua 4 núcleos de nervos cranianos da ponte: 5º trigêmeo: alteração IPSILATERAL da sensibilidade à dor, temperatura da face, até 2/3 do couro cabeludo preservando o ângulo da mandíbula 6º abducente: paresia IPSILATERAL da lateralização do olho ipsilateral 7º facial: paresia da face IPSILATERAL 8º auditivo: surdez IPSILATERAL 2 núcleos de nervos cranianos do mesencéfalo: 6º oculomotor: perda da audição, elevação e abaixamento do olho IPSILATERAL com ou sem dilatação da pupila 7º troclear: incapacidade de olhar para baixo quando o olhar está voltado para o lado interno (nariz) I nervo (olfatório) e II nervo (óptico) não possuem núcleos no tronco cerebral o Por isso que no mesencéfalo só tem o VI e VII nervos são os núcleos encontrados na substância cinzenta periaquedutal PRINCIPAIS TRATOS ASCENDENTES E DESCENDENTES CONTRALATERAL: TRATO CORTICOESPINHAL o Passa no meio do pedúnculo o Na lateral é trato fronto-pontino e temporo-parietopontino são tratos corticos nuclear, ou seja, não vão até a pirâmide o Encontra-se na porção média da ponte e, no bulbo, nas pirâmides TRATO ESPINOTALÂMICO: o Sensibilidade térmico-dolorosa o As aferências de dor e temperatura cruzam para depois subir pela porção anterior do bulbo e chegar até o córtex somatosensitivo o Na porção posterior da ponte esse trato fica mais lateralizado o Fica mais lateralizado posterior no mesencéfalo LEMNISCO MEDIAL: o Sensibilidade profunda o Primeiro neurônio vai subindo e cruza, mais ou menos, ao nível da transição entre a medula e o bulbo o Cruza para o outro lado da linha média, sobe pelo bulbo e, no mesencéfalo, já lateraliza o Leva a informação para o giro pós-central Sensibilidade profunda é a proprioceptiva o Noção da posição dos segmentos do próprio corpo: de olhos fechados conseguir identificar segmentos que estão sendo tocados pelo examinador o Sensibilidade vibratória: testada através de diapasão o Discriminação tátil: reconhecimento dos objetos o Alteração da marcha: ataxia SÍNDROMES BULBARES Principais síndromes bulbares: 1. Wallenberg: ocorre dorsalmente ao núcleo olivar inferior o Conhecido como infarto de PICA ou artéria vertebral o Nervo trigêmeo: perda da sensação térmica e dolorosa da face ipsilateral o Trato espinotalâmico: perda da sensação térmica e dolorosa do tronco e dos membros contralaterais o Trato espinocerebelar: ataxia ipsilateral do braço e da perna o Nervo vago: síndrome de Claude-Bernard-Horner o Lesão hiperintensa em T2 2. Dejérine: ocorre um infarto da artéria vertebral, responsável por irrigar o território medial do bulbo o Trato corticoespinhal: paresia/plegia do braço e perna contralaterais o Lemnisco medial: perda da sensação de vibração e propriocepção do braço e perna contralaterais o Fascículo longitudinal medial: oftalmoplegia internuclear do olho ipsilateral o Nervo hipoglosso: desvio ipsilateral da língua 3. Babinsky-Nageotte Que estruturas podem ser afetadas? o Nervos e seus núcleos: eles não se cruzam Núcleo motor dorsal do vago: musculatura lisa de vísceras toracoabdominais Núcleo do hipoglosso Núcleo e trato solitários: sensibilidade gustativa e funções reflexas cardíacas, respiratórias e gastrointestinais Núcleo ambíguo: vago e glossofaríngeo; músculos do palato, faringe e laringe Nervo hipoglosso: musculatura lingual Núcleo espinhal do 5º nervo: sensibilidade térmica e dolorosa face o Tratos: cruzam-se Piramidal Espinotalâmico Lemnisco medial Fascículo longitudinal medial Pedúnculo cerebelar inferior LESÃO MEDIAL BULBAR Lesão em A, implica em: o Trato piramidal: síndrome piramidal de lado oposto Hiper-reflexiva, monoparesia e abolição do reflexo cutâneo-abdominal o Lemnisco medial: alteração da sensibilidade profunda de MSD e MID MSD: membro superior direito MID: membro inferior direito o Fibras do nervo hipoglosso: paralisia e atrofia da hemilíngua esquerda SÍNDROME PIRAMIDAL É uma síndrome que causa fraqueza muscular o Pode ser através de uma paresia (redução parcial da força) ou plegia (perda completa da força) o Ou através de flacidez e hipo/arreflexia ou espasticidade Reflexos patológicos: 1. Sinal de Babinski: reflexo cutâneo- plantar em extensão do háluz e abertura dos pododáctilos 2. Sinal de Hoffman: oposição do polegar e do dedo anular após súbita flexão da falange distal do dedo médio 3. Clônus: contrações musculares repetitivas após estiramento do tendão de Aquiles ou do quadríceps 4. Perda dos reflexos cutâneos- abdominais e cremasteriano 5. Paralisia do nervo hipoglosso do lado esquerdo: ao colocar a língua para fora,há desvio da ponta para o lado esquerdo LESÃO BULBAR LATERAL Lesão em B, implica em: o Trato espinotalâmico lateral: anestesia térmica e dolorosa do hemicorpo esquerdo o Núcleo ambíguo: vago e glossofaríngeo Disfonia e disfagia o Via simpática: síndrome de Claude Bernard Horner Síndrome lateral do bulbo vai resultar em: o Lesão do trato espinotalâmico: perda contralateral da sensação de dor e temperatura o Trato espino cerebelar: ataxia ipsilateral do braço e da perna o Núcleo sensitivo do trigêmeo: perda da sensação de dor e temperatura da face ipsilateral o Via simpática: síndrome de Claude Bernard Horner ipsilateral Ptose, miose, anidrose e vasodilatação da hemiface SÍNDROMES PONTINAS Que estruturas podem ser afetadas? 1. Fibras transversas: conectam a ponte e o cerebelo através do pedúnculo cerebelar médio 2. Núcleo e fibras dos nervos: vestibular, facial, abducente e núcleo espinhal do trigêmeo 3. Trato piramidal 4. Lemnisco medial 5. Fascículo longitudinal medial 6. Trato espinotalâmico lateral 7. Lemnisco lateral Principais síndromes pontinais: a. Marie-foix b. Foville: lesão medial (ou posterior) da ponte o Corte ponderado em T2 o Lesão hiperintensa em T2 o Síndrome de Foville ou síndrome pontina medial o Trato piramidal: hemiplegia ou hemiparesia contralateral o Trato espinotalâmico lateral: anestesia térmica e dolorosa do hemicorpo esquerdo o Lemnisco medial: perda da sensibilidade profunda contralateral o Núcleo do nervo facial: paralisia facial ipsilateral o Núcleo do nervo abducente: paralisia do olhar conjugado ipsilateral c. Locked-in: pseudocoma o Infarto da artéria basilar artéria que corre no espaço subaranóide o Pode ter sido causado por um trombo na artéria o Lesão (em geral isquêmica) do ventre da ponte (tratos piramidais e corticobulbares) o Quadriplegia, paralisia dos nervos cranianos baixos e mutismo o Olhar vertical e movimento da pálpebra superior preservados o Consciência preservada d. Síndrome pontinha ventral e. Síndrome do colículo facial Lesão na porção inferior da ponte: o Núcleos e fibras dos nervos: vestibular, facial, abducente e trigêmeo (núcleo espinhal) o Trato piramidal o Trato espinotalâmico lateral o Lemnisco lateral o Lemnisco medial o Fibras transversas da ponte: conectam-se ao cerebelo através do pedúnculo cerebelar médio Lesão em A da figura acima: o Trato piramidal + fibras do nervo abducente o Formação de um estrabismo convergente o Hemiplegia incompleta esquerda, poupando face Lesão em B da figura abaixo: o Núcleo espinhal do trigêmeo: anestesia térmica e dolorosa da hemiface o Núcleo do abducente o Núcleo do facial: paralisia facial ipsilateral o Lemnisco medial: alteração da sensibilidade profunda dos membros superiores e inferiores contralaterais o Fascículo longitudinal medial: oftalmoplegia internuclear ipslateral Lesão na porção média da ponte: síndrome medial o Lesão em B o Trato piramidal: hemiparesia/hemiplegia o Lemnisco medial: ataxia sensitiva do hemicorpo o Trato espinotalâmico lateral: anestesia térmica e dolorosa do hemicorpo o Fascículo longitudinal medial: perda do olhar conjugado à esquerda SÍNDROMES MESENCEFÁLICAS Que estruturas podem ser afetadas? 1. Núcleos de nervos cranianos: oculomotor, troclear e espinhal do trigêmeo 2. Núcleos cinzentos: colículos superiores (visão) e inferiores (audição); núcleos rubros (cerebelo e córtex/ coréia) e substância negra (Parkinson) 3. Tratos: piramidal (paresia/plegia contralateral) e corticobulbar (paresia da hemiface contralateral) Significado funcional do mesencéfalo: o Coordenação de movimentos oculares (nervos oculomotor e troclear) o Reflexos pupilares o Nível de consciência o Movimento voluntário e involuntário o Propriocepção, sensibilidade vibratória, sensação de dor e temperatura Principais síndromes mesencefálicas: a. Weber: oclusão de ramos penetrantes da artéria cerebral posterior o Síndrome mesencefálica medial b. Benedikt: oclusão de ramos penetrantes da artéria cerebral posterior o Núcleo rubro: tremor e ataxia contralateral o Núcleo do nervo oculomotor: globo ocular desviado para baixo e para fora, pupila dilatada e sem resposta à luz c. Claud d. Parinaud: resulta-se, mais comumente, de uma compressão dos colículos superiores (afetando o fascículo longitudinal medial, por tumor de glândula pineal) o Síndrome mesencefálica dorsal o Compressão dos colículos superiores: paralisia do olhar conjugado para cima e. Nothnagel Síndrome mesencefálica anterior: o Lesão em A o Trato corticoespinhal: hemiplegia direita (contralateral) o Nervo oculomotor: paralisia (ipsilateral) Estruturas comprometidas na síndrome mesencefálica medial: 1. Trato corticoespinhal: paresia ou plegia do braço e da perna contralaterais 2. Trato corticobulbar: paresia ou plegia da face contralateral 3. Núcleo do nervo oculomotor: paresia ou plegia do globo ocular, que se desvia para baixo, pupila dilatada e sem resposta à luz
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