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10/06/2018 1 PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINO-PULPAR Esmalte-Dentina � O conjunto esmalte/dentina são as estruturas responsáveis pela proteção biológica da polpa. � Ao mesmo tempo estes tecidos se protegem mutuamente. Esmalte � O esmalte é um tecido duro (98% mineral), resistente ao desgaste, impermeável e bom isolante elétrico. � O esmalte protege a dentina que é permeável, pouco resistente ao desgaste e boa condutora de eletricidade. Dentina � A dentina, graças à sua resiliência, protege o esmalte que pela sua dureza e alto grau de mineralização, é extremamente friável. � 65% em peso de matéria inorgânica � 20% de colágeno � 2% de proteoglicanas, glicosaminoglicanas, glicoproteínas e lipídios � 13% de água MJÖR, 1983 Dentina Dentina 10/06/2018 2 Polpa � A polpa dentária é um tecido conjuntivo altamente diferenciado, ricamente inervado, vascularizado e, conseqüentemente, responsável pela vitalidade do dente. � As características da polpa dentária são produzir dentina e alertar, por meio da dor, qualquer injúria ao elemento dentário. Polpa � A polpa proporciona nutrição à dentina através dos prolongamentos odontoblásticos. � Quando a polpa é sujeita a injuria ou irritações mecânicas, térmicas, químicas ou bacterianas, desencadeia uma reação efetiva de defesa. � Essa reação defensiva é caracterizada pela formação de dentina reparadora (injúria menor), ou por uma reação inflamatória (injúria maior). Polpa � Sempre que um dente tenha necessidade de ser restaurado é necessário que a vitalidade pulpar seja preservada por meio de adequada proteção. � As proteções do complexo dentino/pulpar consistem da aplicação de agentes protetores. O Complexo Dentino-Pulpar Os principais componentes do complexo dentino-pulpar são: � DentinaDentinaDentinaDentina: formada pela dentina tubular e pré-dentina, � PolpaPolpaPolpaPolpa: dividida em camada odontoblástica, zona acelular de Weil, zona rica em células e corpo pulpar MJÖR, 2002 Principais Causas de Injúrias Pulpares �Lesões Cariosas �Preparo Cavitário �Trauma Oclusal �Procedimento Restaurador 10/06/2018 3 O Complexo Dentino-Pulpar Aspectos que devem ser considerados ao realizar a proteção: � Profundidade cavitária � Qualidade e tipo de dentina remanescente � Idade do paciente � Material restaurador Fatores que Orientam as Estratégias de Proteção do Complexo Dentino-Pulpar Fatores que Orientam as Estratégias de Proteção do Complexo Dentino-Pulpar Rasa Bastante profunda Profunda Bastante profunda com exposição pulpar Profundidade Cavitária � Determinada pela quantidade de tecido removido; � Medido do ângulo cavo superficial ao assoalho da cavidade. Profundidade Real da Cavidade Profundidade Biológica da Cavidade � Determinada pela espessura da dentina remanescente entre o assoalho da cavidade e a polpa; � Classificadas em cavidades: 1. Rasas; 2. Médias; 3. Profundas sem exposição; 4. Profundas com exposição; � Ela que irá determinar qual o tipo de proteção que deverá ser utilizado. 10/06/2018 4 Dentina esclerosada substrato menos permeável, com túbulos dentinários parcialmente ou totalmente obliterados Dentina esclerosada substrato menos permeável, com túbulos dentinários parcialmente ou totalmente obliterados Qualidade e Tipo de Dentina Remanescente Qualidade e Tipo de Dentina Remanescente Idade do Paciente Paciente Jovem Paciente Idoso Material Restaurador Potencial agressor dos materiais restauradores Potencial agressor dos materiais restauradores PHILLIPS; SWARTZ, NORMAN (1969) STANLEY; BOWEN; FOLIO (1979) PHILLIPS; SWARTZ, NORMAN (1969) STANLEY; BOWEN; FOLIO (1979) Cimentos de Ionômero de Vidro Menor Toxicidade DAVIDSON; MJÖR, 1999 Material Restaurador Agentes Protetores Um material protetor será considerado ideal se tiver as seguintes características: � Ser um bom isolante térmico e elétrico; �Ser bactericida e bacteriostático; �Ter adesão à estrutura dentária; �Estimular a formação de dentina reparadora; �Produzir analgesia e ser biocompatível. �Selantes cavitários � Bases cavitárias � Forradores cavitários Agentes Protetores Utilizados Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 10/06/2018 5 �Selentes cavitários: Utilizados em cavidades rasas e médias • Vernizes cavitários (ulitizados com o amálgama, devido a sua solubilidade estão em desuso) foram substituídos pelos S.A • Sistemas Adesivos: camada híbrida Agentes Protetores Utilizados Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 Selantes cavitários � Sistemas Adesivos: Utilizados em restaurações adesivas fazendo hibridização - Sela os túbulos dentinários - Previne microinfiltração - Isolante Agentes Protetores Utilizados Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 CARVALHO et al., 2004 Sistema Adesivo �Bases cavitárias: Utilizados em cavidades de media a grande • Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol • Cimentos de ionômero de vidro Agentes Protetores Utilizados Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 Cimentos de ionômero de vidro - Convencional - Modificado por resina • Propriedades: - Libera flúor - adesividade - Coeficiente expansão térmica semelhante a dentina - Biocompatibilidade Cimentos de ionômero de vidro - Em cavidades muito profunda, com fina camada de dentina separando a polpa do meio, estes cimentos são irritantes, devendo ser colocado cimento de hidróxido de cálcio em baixo do C.I.V (Fernando Mandarino-USP 2003). 10/06/2018 6 Propriedades: � Menor toxicidade � Adesão à estrutura dentária � Liberação de flúor � Coeficiente de expansão térmica linear muito próximo ao da estrutura dentária Cimento de Ionômero de Vidro NAVARRO, 1998 Cimento de Ionômero de Vidro Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol • Propriedades: • Os Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol em Dentística são mais utilizados como materiais restauradores temporários, apresentam um efeito sedativo e são bactericida e bacteriostático, são solúveis e devido ao eugenol pode interferir no processo de polimerização das resinas compostas. Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 �Forradores cavitárias: Utilizados em cavidades profundas ou exposição pulpar • Hidróxido de cálcio ( pó, pasta ou cimento) padrão ouro • MTA (agregado trióxido mineral) Agentes Protetores Utilizados Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 Propriedades: � Estimula a formação de dentina esclerosada, reparadora � Possui pH alcalino � Protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos � Apresenta ação antimicrobiana Hidróxido de Cálcio Formas de apresentação: � Pó (hidróxido de cálcio P.A.) � Pasta (pó de Ca(OH)2 + água destilada) � Cimento Hidróxido de Cálcio 10/06/2018 7 Substâncias alcalinizantes à base de Ca(OH)2 � Estimula a formação de dentina esclerosada � Neutraliza a acidez cavitária Agentes de Limpeza Não Desmineralizantes Sua indicação é recente. Propriedades: - Biocompatível - Antimicrobiano - Estimula formação de ponte de dentina - Menos solúvel do que hidróxido de cálcio MTA (agregado trióxido mineral) Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 Indicado para capeamento pulpar e pulpotomia , não é sensível a umidade e sangramento. Dificuldade: Inserção na cavidade. MTA (agregado trióxido mineral) Adriana Silva e Rafael Lund, 2016 O Complexo Dentino-Pulpar Existem duas técnicas distintas que podem ser utilizadas na proteção do complexo dentino/pulpar: •Proteção Indireta •Proteção Direta 10/06/2018 8 Proteção do Complexo Dentino-Pulpar Proteção Indireta Fatores a serem observados: � Grau de comprometimento pulpar � Profundidade da lesão Proteção Direta O Complexo Dentino-Pulpar •Proteção Indireta � Aplicação de agentes seladores, forradores e/ou bases protetoras nas paredes cavitárias. � Manter a vitalidade pulpar; � Inibir o processo carioso; � Reduzir a microinfiltração; � Estimular a formação dedentina reparadora. O Complexo Dentino-Pulpar •Proteção Direta � Aplicação de um agente protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto. � Manter a vitalidade pulpar; � Promover o restabelecimento da polpa; � Estimular a formação de dentina reparadora. Restauração Imediata Proteção Pulpar Indireta Finalidades: �Bloquear os estímulos térmicos, elétricos e químicos decorrentes das restaurações e do meio bucal �Manter um ambiente cavitário apropriado para a manutenção ou recuperação da condição pulpar �Exercer ação terapêutica sobre o complexo dentinopulpar; Proteção Pulpar Indireta 10/06/2018 9 Finalidades: �Evitar ou reduzir a infiltração e o crescimento de bactérias sob as restaurações � Interagir com as restaurações, melhorando suas propriedades de selamento cavitário �Dissipar as forças de condensação durante a inserção de materiais compactáveis Proteção Pulpar Indireta Proteção Pulpar Indireta Proteção Pulpar RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA � Cavidade Rasa: Limpeza da cavidade + S.A e amálgama; �Cavidade Média: Limpeza da cavidade + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca + cimento de ionômero de vidro + S.A e amálgama; RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA � Cavidade Profunda sem exposição: Limpeza da cavidade + hidróxido de cálcio cimento + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca +cimento de ionômero de vidro + S.A e amálgama; Proteção Pulpar 10/06/2018 10 RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA � Cavidade Profunda com suspeita de exposição ou exposição: Limpeza da cavidade + hidróxido de cálcio pó ou pasta + hidróxido de cálcio cimento + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca +cimento de ionômero de vidro + S.A e amálgama. Proteção Pulpar RESTAURAÇÕES DE RESINA COMPOSTA �Cavidade Rasa: Limpeza da cavidade + S.A + resina; �Cavidade Média: Limpeza da cavidade + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca + cimento de ionômero de vidro + ácido fosfórico a 37% + S.A + resina composta. Proteção Pulpar RESTAURAÇÕES DE RESINA COMPOSTA �Cavidade Profunda sem exposição: Limpeza da cavidade + cimento de hidróxido de cálcio + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca + cimento de ionômero de vidro + ácido fosfórico a 37% + S.A + resina composta. Proteção Pulpar RESTAURAÇÕES DE RESINA COMPOSTA � Cavidade Profunda com suspeita de exposição ou com exposição: Limpeza da cavidade + hidróxido de cálcio pó ou pasta + cimento de hidróxido de cálcio + ácido poliacrílico 15 segundos em dentina, lava e seca + cimento de ionômero de vidro + ácido fosfórico a 37% + S.A + resina composta. Proteção Pulpar Tratamento Expectante � Proteção indireta que consiste na aplicação de materiais com propriedades de estimular a formação de dentina reacional; � A dentina necrótica e a infectada devem ser removidas, preservando a dentina afetada; 10/06/2018 11 Tratamento Expectante � Cimento de Hca e CIV; � Evitar o uso de materiais que contenham eugenol, por seu poder de irritação à polpa. � Ocorre tipicamente em pacientes jovens, com lesões de cárie aguda, de rápida evolução � Indicado em lesões profundas com risco de exposição pulpar Tratamento Expectante Objetivos: �Bloquear a penetração de agentes irritantes que podem atingir a polpa através da lesão cariosa; � Interromper o circuito metabólico proporcionado pelos fluidos bucais às bactérias remanescentes no assoalho da cavidade; � Inativar tais bactérias pela ação bactericida ou bacteriostática dos materiais odontológicos; Tratamento Expectante Objetivos: �Remineralizar parte da dentina amolecida remanescente no assoalho da cavidade; �Hipermineralizar a dentina sadia subjacente; �Estimular a formação de dentina terciária (reacional ou reparadora). Tratamento Expectante Tratamento Expectante Tratamento Expectante 10/06/2018 12 Tratamento Expectante NAVARRO, 1998 Cimento de Ionômero de Vidro Tratamento Expectante Proteção Pulpar Direta � Capeamento pulpar � Curetagem Fatores a serem observados: � Grau de comprometimento pulpar � Extensão da lesão � Tempo de exposição Proteção Pulpar Direta �Visa ao restabelecimento pulpar �Promove a formação de uma barreira mineralizada Objetivos: Proteção Pulpar Direta 10/06/2018 13 Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta 10/06/2018 14 Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta 10/06/2018 15 Proteção Pulpar Direta Proteção Pulpar Direta Curetagem Pulpar: procedimento através do qual se remove apenas parte da polpa coronária para, em seguida, protegê-la com material capeador com a finalidade de manter esta polpa vitalalizada, exercendo sua função biológica. Pulpotomia: consiste na exérese da polpa coronária parcial ou totalmente afetada por diferentes causas, mantendo a polpa radicular histofisiologicamente normal e idealmente protegida por uma camada de dentina neoformada. Curetagem Pulpar e Pulpotomia IndicaçõesIndicações Curetagem Pulpar pequena exposição por cárie; acidental por traumatismo; acidental durante o preparo cavitário. Pulpotomia amplas exposições pulpares acidentais; tratamento de alterações pulpares clinicamente reversíveis. Curetagem Pulpar e Pulpotomia Pulpotomia Pulpotomia 10/06/2018 16 Pulpotomia �Anestesia e isolamento absoluto, anti-sepsia; �Remoção do tecido cariado; �Acesso à câmara pulpar alta rotação; � Irrigação com soro fisiológico; �Secagem com bolinha de algodão estéri; �Após controle do sangramento; �Aplicação de corticóide Otosporim- 10 min.; � Irrigação com sol. hidróxido de cálcio e soro; Pulpotomia �Aplicação de hidróxido de cálcio - P.A.; �Aplicação de cimento de hidróxido de cálcio; �Vedamento com material protetor; �Após 40-90 dias, ausência dos sintomas clínicos, testes de sensibilidade pulpar restauração definitiva �Controle radiográfico - durante 2 a 3 anos. Pulpotomia OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!
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