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caso concreto 06 direito costitucional I

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FACULDADE SEAMA
MARCUS CALDAS 
DIREITO CONSTITUCIONAL - I 
Caso Concreto 6
 Descrição Objetiva: (XXVI Exame de ordem) João, empresário, inconformado com a notificação de que a Administração Pública Fazendária teria acesso às informações de sua movimentação bancária para instruir processo administrativo fiscal, decidiu procurar o Escritório Alfa de advocacia para uma consulta a respeito do caso. João busca saber se a medida configura quebra de sigilo fiscal e se o procedimento da Administração Pública está correto. Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que indica a orientação a ser dada pelo Escritório Alfa, considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do acesso a dados bancários sigilosos pela Administração Pública Fazendária. 
a) Não se trata de quebra de sigilo, mas de transferência de sigilo para finalidades de natureza eminentemente fiscal, pois a legislação aplicável garante a preservação da confidencialidade dos dados, vedado seu repasse a terceiros estranhos ao próprio Estado, sob pena de responsabilização dos agentes que eventualmente pratiquem essa infração. (resposta)
b) A imediata notificação do contribuinte é mera liberalidade da Administração Fazendária, sendo ao contribuinte facultada, tão somente, a extração da decisão final da Administração Fazendária. 
c) Tal uso de dados ofende o direito ao sigilo bancário, porque macula o princípio da igualdade e o princípio da capacidade contributiva. 
d) É inconstitucional a quebra de sigilo, pois a legislação aplicável garante a preservação da confidencialidade dos dados, vedado seu repasse a terceiros, inclusive aos integrantes da Administração Pública Fazendária. 
Resposta”A”
Fundamentação: No julgamento conjunto do RE 601314, o STF garantiu ao Fisco acesso a dados bancários dos contribuintes sem necessidade de autorização judicial. O dispositivo da Lei Complementar, 105/2001, no seu art. 6º, “As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar: documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente”
Discursiva:
 Marcha da Maconha, no último sábado, acabou em confronto com a PM. Por O Globo. 27/05/2011 0:00/Atualizado03/11/2011 21:20. SÃO PAULO - A 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu, por meio de liminar, a realização da chamada 'Marcha da Liberdade', evento previsto para ter início neste sábado, às 14h, no vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A manifestação, segundo os organizadores, é uma "reação à violenta repressão policial na Marcha da Maconha de São Paulo, 21 de maio" e deverá ser mantida. No último sábado, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar manifestantes da Avenida Paulista.(Disponível em: Acesso em: 26/10/2018) De acordo com a notícia acima, podemos afirmar que a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo se coaduna com os Direitos Individuais previstos na Constituição Federal? Justifique sua resposta.
Não. A Constituição Federal protege os direitos de liberdade de expressão e liberdade de reunião desde que de forma pacífica sem armas e em local público.
De acordo com o julgamento da ADPF 187, foi considerado legítimo o movimento tendo sua fundamentação e garantia nos direitos fundamentais de livre manifestação do pensamento. (art. 5º IV) e de reunião (art. 5º XVI), assegurando, inclusive o direito das minorias (função contramajoritária da corte).
De acordo com entendimento do STF “a mera proposta de discriminalização de determinado ilícito penal não se confundiria com ato de incitação à prática do crime, nem com o de apologia de fato criminoso. Conclui-se que a defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas ou de proposta abolicionista a outro tipo penal, não significaria ilícito penal, mas, ao contrário, representaria o exercício legítimo do direito a livre manifestação do pensamento, propiciada pelo exercício do direito de reunião”
De acordo com as “lentes constitucionais”, foi da leitura, com efeito vinculante ao art. 287 CP, alterando seu sentido caracterizando a criminalização da manifestação de pensamento no sentido de liberação das drogas, mesmo que em eventos públicos.
O ministro Luiz Fux ajustou alguns critérios importantes, como por exemplo:
Reunião pacífica, desarmada sem incitação a violência, previamente anunciado as autoridades públicas tipo: data, horário, local e objetivo;
Não se admitindo a incitação, incentivo ou estímulo ao consumo de entorpecentes na sua realização, ou seja, na ocasião da manifestação ou evento público;
Proibição da participação de crianças e adolescentes na respectiva manifestação.
A opinião do STF encontra guarida na garantia dos direitos à informação e de liberdade de expressão, proporcionados pelo direito de reunião e como emanação da dignidade da pessoa humana, da democracia e da cidadania.

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