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UNIVERSIDADE PAULISTA GILMAR MIGUEL CASAGRANDE RA 0504927 JBS FOODS – RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE, MERCADO FUTURO E DE CAPITAIS PIM XII SÃO MIGUEL DO OESTE 2020 UNIVERSIDADE PAULISTA GILMAR MIGUEL CASAGRANDE RA 0504927 JBS FOODS – RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE, MERCADO FUTURO E DE CAPITAIS PIM XII Projeto Integrado Multidisciplinar XI como requisito parcial para a aprovação nas disciplinas de Mercado Futuro II, Tecnologia da Informação Aplicada à Área Financeira e Agricultura Internacional e Meio Ambiente apresentado à Universidade Paulista. Orientadora: Prof. Alessandra dos Santos Moura. SÃO MIGUEL DO OESTE 2020 RESUMO O presente trabalho traz com o objetivo principal, o estudo e intercâmbio de informações entre as disciplinas abordadas no trabalho, sendo: Mercado Futuro II, Agricultura Internacional e o Meio Ambiente, Tecnologia da Informação Aplicada na Área Financeira. Neste projeto foi realizado análise da empresa JBS Foods, com intuito de verificar os procedimentos, métodos e sistemas existentes e utilizados na empresa. Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada pesquisas exploratórias de dados secundários através da leitura de artigos e de bibliografias especializada buscando relatar as circunstâncias, conhecendo e entendendo casos específicos de necessidades e ajustes relacionados ao tema relacionando-os com a realidade da empresa estudada. Palavras-chave: Mercado Futuro, Agricultura Internacional e o Meio Ambiente, Tecnologia da Informação Aplicada na Área Financeira, JBS Foods. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 2. MERCADO FUTURO II ........................................................................................... 5 2.1 MERCADO FUTURO MILHO E SOJA ............................................................... 5 2.2 EMPRESA BRF FOODS E O MERCADO DE CAPITAIS .................................. 6 3. AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE ................................... 9 3.1 JBS FOODS E O MEIO AMBIENTE ................................................................ 10 4. TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO APLICADA À ÁREA FINANCEIRA .............. 11 4.1 USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PELA JBS FOODS .................... 12 7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 13 8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 14 1. INTRODUÇÃO Este PIM realiza uma análise da empresa JBS Foods, que não é apenas uma gigante no agronegócio brasileiro, mas é também uma multinacional com forte atuação em diversos países. Ao estudar a empresa busca-se uma melhor compreensão do funcionamento do Mercado Futuro e de Capitais. A escolha desta empresa deve-se ao fato de a empresa possuir ações comercializadas na bolsa brasileira e de Nova Iorque, e é empresa considerada transparente na divulgação de informações e resultados, facilitando a compreensão dos conceitos das disciplinas de Mercado Futuro II, Agricultura Internacional e o Meio Ambiente, Tecnologia da Informação Aplicada na Área Financeira. Como consequência principalmente da industrialização, crescimento populacional, consumo de combustíveis fósseis que se intensificaram a partir do século XX, o planeta vem passando com mais frequência por fenômenos ambientais adversos cada vez mais extremos. A globalização é um processo que afeta também a natureza, desta forma a destruição de um ecossistema de uma parte do planeta gera reflexos nos ecossistemas de outros pontos do planeta. Exigindo a atuação e adoção em conjunto de práticas para redução dos impactos ambientais pelos países. Todos os setores da economia passam por um processo de constantes atualizações tecnológicas dia após dia. Estar informatizado, internacionalmente atualizado já não é mais um “luxo”, a qual apenas grandes empresas têm acesso. Para sobreviver no mercado estar efetivamente inserido na era da tecnologia e da informação se tornou uma questão de necessidade. Mesmo que uma empresa de pequeno porte com atuação local ou regional ela irá ser afetada por processos mundiais. Assim sendo, é necessário entender como as cadeias produtivas funcionam, estar tecnologicamente atualizado e ao mesmo tempo produzir de forma responsável e consciente. As incertezas econômicas, flutuações nas taxas de câmbio, aumento da demanda de grãos, dificuldade de estocagem geram desafios para o comprador que necessita de grandes volumes de matéria-prima nas fábricas. Sendo assim, para fugir das grandes flutuações de preços que ocorrem em curtos períodos de tempo, uma nova estratégia de compra que está sendo utilizada cada vez mais são os contratos futuros. Estes contratos permitem que produtos agrícolas que ainda serão produzidos tenham a garantia de serem comercializados pelo preço definido no contrato, independentemente se o valor do produto está maior ou menor no momento da venda, No Brasil, estes contratos são negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), localizada em São Paulo. Será utilizado o método de revisão bibliográfica, onde os autores consagrados darão o suporte e embasamento das teorias. Para relacionar a teoria com a realidade da propriedade será realizado entrevistas com os membros da família e analise dos processos. 2. MERCADO FUTURO II De acordo com Lopes (2007) Mercado de Futuro pode ser definido como o compromisso de compra ou venda de determinado ativo numa data futura específica, por um preço pré-estabelecido. Dessa forma, haverá ganho ou perda de acordo com a oscilação dos preços nos dias posteriores. Desta forma, o comprador ganha se ocorrer a alta dos preços e o vendedor se o valor baixar. A preocupação de quem negocia no Mercado de Futuro na maioria dos casos, não é garantir a entrega ou o recebimento de uma mercadoria em uma data pré- determinada no futuro, mas sim de garantir o preço de sua mercadoria no futuro. Ou seja, o mercado de futuro é usado como uma forma de proteção contra os riscos de oscilação de preços, usando o mercado futuro e o físico ao mesmo tempo e considerando-se que os preços caminham no mesmo sentido, a perda em um mercado na maioria dos casos ou pelo menos em partes, é compensada pelo ganho em outro mercado. (BIALOSKORSKI NETO, 1995, p. 65) Conforme Aguiar (1993) o Mercado de Futuro reúne corretoras de mercadorias associadas onde intermediam operações a futuro, com opções e outros derivativos. As Bolsas de Futuro não compram nem vendem contratos, apenas fornecem o suporte necessário para a realização das negociações, fornecendo o local para que as operações se realizem, estabelecendo as cláusulas e garantindo o resultado dos contratos, divulgando os resultados das operações e disciplinando o quadro de corretores. 2.1 MERCADO FUTURO MILHO E SOJA Arbage (2016) explica que apesar do principal indicativo para a formação dos preços do milho e da soja, no mercado externo e interno, ser a relação estoque/consumo que, a princípio, fornece uma medida do tempo que os estoques suportarão o consumo sem que haja reposição. É preciso compreender que há ambientes de negociação que ditam parâmetros de referência para os preços das commodities agrícolas. E Agrolink (2019) complementa que no caso da soja e do milho, as cotações têm como base a Bolsa de Chicago. Os principais fatores que influenciam esse valor da bolsa de referência são oferta e demanda internacional, clima nas regiões produtoras e a política em termos de acordos comerciais,programas de biocombustível, etanol, entre outros. De acordo com Senkovski (2019) o segundo passo para entender o sobe e desce das cotações, está nas variáveis de cada local. Para adaptar o valor de referência a cada realidade, existe um cálculo que pode ser obtido por meio do chamado diferencial de base. Existe alguns fatores que influenciam essa conta, como por exemplo, o prêmio no porto, custos com logística, gastos portuários, custo de elevação e oferta, demanda local, oferta e demanda de produtos substitutos e todos os fatores bióticos e abióticos que influenciam a produção. Considerando isso, podemos ter a bolsa mais um prêmio (ágio) ou a cotação da bolsa menos um valor (deságio). Ainda conforme Agrolink (2019) para completar o tripé de formação de preços, há o valor do dólar, pois as negociações de commodities ocorrem a nível internacional, ou seja, a precificação obrigatoriamente deve considerar a cotação desta moeda. A taxa de câmbio é influenciada, principalmente, pela economia nacional e internacional, perspectivas políticas, inflação e taxa de juros, o risco país, e à conjuntura econômica do país. Gráfico/tabela 1: Cotação milho e soja outubro e novembro 2020 Soja Milho Data Cotação Variação Cotação Variação 27/10/20 166,57 1,12 81,48 2,27 28/10/20 164,34 -1,34 82,67 1,46 29/10/20 163,82 -0,32 82,55 -0,15 30/10/20 163,54 -0,17 81,89 -0,80 03/11/20 165,26 1,05 80,77 -1,37 04/11/20 168,53 1,98 81,41 0,79 05/11/20 168,97 0,26 81,27 -0,17 06/11/20 169,76 0,47 81,32 0,06 09/11/20 163,28 -3,82 80,91 -0,50 10/11/20 169,44 3,77 80,19 -0,89 11/11/20 170,97 0,90 80,58 0,49 12/11/20 162,27 -5,09 80,55 -0,04 13/11/20 165,27 1,85 80,74 0,24 16/11/20 164,72 -0,33 80,54 -0,25 17/11/20 165,47 0,46 80,92 0,47 18/11/20 165,59 0,07 80,44 -0,59 Fonte: Notícias Agrícolas (2020). A JBS Foods não informa em seu site as negociações que realiza envolvendo o Mercado de Futuros do milho e soja, mas, tendo em vista a magnitude da importância destes grãos para a cadeia de negócios da empresa, e pela empresa ter fábricas de produção de rações, ela necessita negociar na bolsa de futuros para não ser surpreendida por alterações futuras de preço que comprometam a sua lucratividade. 2.2 EMPRESA BRF FOODS E O MERCADO DE CAPITAIS A BRF Foods surgiu da junção de duas empresas catarinenses no ano de 2009: Sadia e Perdigão. Tornando-se uma das maiores companhias de alimentos e um dos maiores complexos agroindustriais do mundo. 78 79 80 81 82 83 27 /1 0/ 20 20 29 /1 0/ 20 20 31 /1 0/ 20 20 02 /1 1/ 20 20 04 /1 1/ 20 20 06 /1 1/ 20 20 08 /1 1/ 20 20 10 /1 1/ 20 20 12 /1 1/ 20 20 14 /1 1/ 20 20 16 /1 1/ 20 20 18 /1 1/ 20 20 C o ta çã o ( R $) Milho 155 160 165 170 175 27 /1 0/ 20 … 29 /1 0/ 20 … 31 /1 0/ 20 … 02 /1 1/ 20 … 04 /1 1/ 20 … 06 /1 1/ 20 … 08 /1 1/ 20 … 10 /1 1/ 20 … 12 /1 1/ 20 … 14 /1 1/ 20 … 16 /1 1/ 20 … 18 /1 1/ 20 …C o ta çã o ( R $) Soja A empresa hoje conta com cerca de 30 marcas, e possui uma ampla gama de produtos, principalmente produção de margarinas, carnes de frango, peru, chester, carne bovina e alimentos processados derivados destas carnes, etc. Atualmente a BRF é uma empresa SA (sociedade anônima) e com capital aberto. Ou seja, integra o Novo Mercado da BM&FBovespa (BRFS3) e também tem seus papéis negociados na Bolsa de Nova York. Conforme a BRF Foods (2018): A BRF foi a primeira empresa do setor de alimentos e bebidas a se enquadrar nas regras do Novo Mercado da B3 1 em 12 de abril de 2006, estando vinculada à Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme cláusula compromissória constante no seu Estatuto Social. Ética, transparência e equidade são pilares do modelo de governança corporativa da Companhia, que tem por base as melhores práticas do mercado. Sendo assim a Companhia: Mantém exclusivamente ações ordinárias; Preza por direitos igualitários; Estabelece prêmio nas ofertas públicas e mecanismos de proteção aos investidores; Proíbe acionistas e executivos de auferirem vantagens pelo acesso a informações privilegiadas; Possui política de negociação de valores mobiliários e de divulgação de fatos relevantes; Adota a arbitragem como forma mais ágil e especializada de solução de conflitos de interesses. Empresa de controle difuso, possuí papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (B3 – BRFS3) e na Bolsa de Nova York (ADRs nível III – BRFS). Com presença nos dois mercados, a Companhia obedece, em suas demonstrações financeiras, os princípios internacionais de contabilidade (IFRS) e as determinações do Sistema de Controle Interno do Reporte Financeiro (SCIRF), baseado na Lei Sarbanes-Oxley (SOX). Trimestralmente, o Conselho de Administração se reúne para tomada de decisões e aprova os resultados da Empresa, que são apresentados publicamente. Adicionalmente ao Comitê de Auditoria, estabelecido estatutariamente, e ao Conselho Fiscal, instituído de forma permanente, a Companhia possui comitês de Assessoramento ao Conselho de Administração, dos quais incluem: Finanças e Gestão de Riscos; Estratégia e Marketing; Pessoas, Governança, Organização e Cultura; Qualidade e Sustentabilidade. Na avaliação mais recente – realizada em junho de 2020, a empresa de análise de riscos FitchRatings, considerou que a JBS Foods possui um Rating2 BB+, com uma perspectiva estável. Esta classificação é obtida através da avaliação de diversos 1 Lançado no ano 2000, o Novo Mercado estabeleceu desde sua criação um padrão de governança corporativa altamente diferenciado. A partir da primeira listagem, em 2002, ele se tornou o padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas aberturas de capital, sendo recomendado para empresas que pretendam realizar ofertas direcionadas a qualquer tipo de investidor. Fonte: Banco do Brasil(2018) 2 Nota que uma agência classificadora de risco atribui a um governo, empresa ou emissão. A escala de rating vai do AAA – nível mais alto até o D – nível mais baixo. fatores, como: perfil de negócio, governança corporativa, estrutura acionária, riscos de inadimplência do emissor de longo prazo em moedas estrangeiras e nacionais, notas seniores sem garantias reais, rating de longo prazo em escala nacional, dívidas de curto prazo, posição de liquidez e o fluxo de caixa livre (FCF), perspectivas de oferta X demanda, níveis de alavancagem, potenciais passivos contingentes, política cambial, incertezas relacionadas à pandemia do Coronavírus, as investigações, processos judiciais, procedimentos administrativos da Comissão de Valores Mobiliários e multas em potencial, etc. (FitchRatings, 2020) Gráfico 2: Valor ações JBS Foods 2017 a 2020 Fonte: InfoMoney (2020). Tabela 2: Cotação e variações ações JBS Foods outubro 2020 DATA ABERTURA FECHAMENTO VARIAÇÃO MÍNIMO MÁXIMO 01/10/2020 20,70 20,51 -0,77 20,13 20,79 02/10/2020 20,41 20,08 -2,10 20,08 20,64 05/10/2020 20,20 20,46 1,89 20,11 20,64 06/10/2020 20,59 20,11 -1,71 20,01 20,67 07/10/2020 20,17 19,96 -0,75 19,90 20,39 08/10/2020 20,03 20,12 0,80 19,71 20,19 09/10/2020 19,98 19,30 -4,08 19,23 20,09 13/10/2020 19,40 19,67 1,92 19,10 19,79 14/10/2020 19,78 21,48 9,20 19,52 21,59 15/10/2020 21,21 22,40 4,28 21,04 22,93 16/10/2020 22,50 23,20 3,57 22,43 23,45 19/10/2020 23,31 22,14 -4,57 21,92 23,34 20/10/2020 22,35 22,36 0,99 22,07 22,77 21/10/2020 22,41 22,09 -1,21 22,01 22,53 22/10/2020 22,17 22,03 -0,27 21,78 22,47 23/10/2020 22,00 21,30 -3,31 21,16 22,07 26/10/2020 21,19 21,09 -0,99 20,89 21,78 27/10/2020 21,09 20,42 -3,18 20,35 21,16 28/10/2020 20,13 19,98 -2,15 19,91 20,33 29/10/2020 19,98 19,65 -1,65 19,50 20,22 30/10/2020 19,49 19,45 -1,02 19,20 19,78 Fonte: InfoMoney (2020).Apesar das boas práticas de administração, de uma produção diversificada de alimentos, e da atuação em vários países, ela ainda está suscetível aos efeitos adversos do mercado que muitas vezes são difíceis de prever. Ao analisar o gráfico é possível perceber que apesar de apresentar um crescimento significativo no valor das ações a partir de 2019, no ano de 2020 houve uma forte desvalorização no mês de março, provavelmente causada pela pandemia do Coronavírus, que afetou tanto a capacidade produtiva das indústrias, quanto a redução do consumo de carne e derivados. Já no mês de abril a empresa apresentou valorização de suas ações sem elevadas variações de valor. Porém, em função da perspectiva de estagnação da economia e continuidade da crise financeira no curto e médio prazo, câmbio desvalorizado, alta dos preços de commodities (milho e soja), diminuição do consumo de carne, seja por falta de condições financeiras ou por mudanças de hábitos de consumo (pesquisas apontam o crescimento do interesse da população pelo vegetarianismo e veganismo), a tendência é que o valor das ações da empresa não atinjam o mesmo patamar que apresentou no início do ano, pelo menos a curto prazo. Também é possível perceber que a avaliação realizada pela empresa FitchRating condiz com a oscilação de preços das ações da JBS no período analisado. 3. AGRICULTURA INTERNACIONAL E O MEIO AMBIENTE De acordo com IPEA (2010, p.10) quando se fala em meio ambiente, é comum as pessoas pensarem como algo isolado e distante da nossa realidade. Normalmente se esquece de que somos parte de um todo, e tudo em nossa volta está relacionado ao meio ambiente e suas alterações, inclusive a nível internacional. Ainda conforme IPEA (2010, p.10) as questões socioambientais são aspectos inerentes ao funcionamento do sistema terrestre: primeiro, a compreensão de que a Terra é um sistema singular, está aberta para a troca de energia e matéria; e segundo, a percepção da capacidade das atividades econômicas e humanas de promover profundas transformações no sistema global em uma escala complexa e acelerada. Desta forma, as questões socioambientais devem, necessariamente, ser abordadas de um ponto de vista sistêmico. Entretanto, um dos maiores entraves verificados quanto às políticas públicas voltadas a proteção do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável tem sido a carência de conhecimentos sobre o funcionamento dos sistemas socioambientais, a priorização de interesses mais imediatos e uma não atuação conjunta entre os países. De acordo com Quercus (2019) o agronegócio geralmente se opõe ao desenvolvimento da agricultura sustentável, pois a agricultura industrializada mede o seu sucesso apenas em termos de aumento da produtividade e da rentabilidade. E apesar de ser provavelmente o setor mais afetado pelas mudanças climáticas, a produção de monoculturas através da expansão das fronteiras agrícolas, com a utilização de fertilizantes e defensivos químicos é muito mais lucrativa do que uma produção baseada na agricultura sustentável. 3.1 JBS FOODS E O MEIO AMBIENTE De acordo com JBS Foods: A sustentabilidade na JBS é um compromisso transversal das Unidades de Negócios e áreas da Companhia, em todos os países onde a empresa mantém operações e realiza negócios, com base na atuação ética e transparente, no relacionamento construtivo com seus stakeholders e responsabilidade no tratamento dado às pessoas, aos animais e ao meio ambiente. A JBS Foods ainda informa que a gestão de sua sustentabilidade tem como base quatro objetivos bem definidos: desenvolvimento sustentável do setor de alimentos, conservação e restauração de florestas, desenvolvimento socioeconômico das comunidades e desenvolvimento científico e tecnológico alinhados com a sustentabilidade. Na área ambiental destaca-se o projeto Juntos pela Amazônia que visa fomentar o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico, promovendo a conservação e uso sustentável da floresta, a melhoria da qualidade de vida da população que nela reside e o desenvolvimento de um portfólio de produtos sustentáveis de qualidade para o mundo. A empresa também possui programas de gestão do uso racional da água, eficiência energética, uso de energias renováveis, tratamento de resíduos, logística reversa e reciclagem de embalagens e diminuição das emissões de gás carbônico. Visando o bem-estar animal e a integridade dos produtos a empresa incentiva a adoção de boas práticas de manejo, transporte e produção, compra responsável (apenas de produtores rurais que não possuem embargos ambientais, não utilizam mão de obra análoga à escrava, e que não estão localizadas em áreas de desmatamento, terras indígenas ou áreas de conservação ambiental), utilização do Selo da Cadeia de Fornecimento como forma de atestar o cumprimento dos protocolos de bem-estar animal, rastreabilidade, sustentabilidade, operação, produção, qualidade, industrialização e comercialização. Já a responsabilidade social se dá através de programas de gestão da saúde e segurança dos funcionários. Também presta apoio, suporte financeiro e participa como filiada de associações e sindicatos do setor de alimentos e faz parte de algumas das principais entidades de classe e de promoção da Sustentabilidade nos países onde opera. Porém de acordo com Wenzel (2020) a JBS é considerada por muitos investidores a mais problemática entre as indústrias de carne brasileiras, e a menos aberta ao diálogo. Há também os vários escândalos de corrupção envolvendo a empresa e seus sócios, o problema do desmatamento, e agora também toda esta questão envolvendo o coronavírus nos frigoríficos. A JBS é o maior frigorífico em operação na região da Amazônia Legal, com 30 unidades de abate. Mesmo assim, suas operações continuam às escuras. A ausência de transparência da JBS fica clara em um relatório divulgado pelo Greenpeace, fruto do acompanhamento do trabalho da empresa por 18 meses. A imagem da JBS ficou ainda mais manchada depois que a Anistia Internacional mostrou que a empresa tinha comprado gado oriundo de Unidades de Conservação e de uma Terra Indígena em Rondônia. Também não ajudou nada o fato de a JBS permanecer em silêncio em relação a solicitação de contratação de sistemas de monitoramento para garantir a origem legal de seus fornecedores indiretos (WENZEL, 2020). UOL (2020) informa também que desde o ano passado, gestores de fundos internacionais vem alertando empresas e governo que as derrubadas na Amazônia comprometem seus investimentos no Brasil – uma das cartas publicadas endereçava- se especificamente ao setor da carne bovina. Todos estes problemas fizeram a JBS Foods já perder o investimento de 240 milhões de reais do Banco Nordea (maior banco do norte da Europa, podendo vir a perder outros). 4. TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO APLICADA À ÁREA FINANCEIRA Na agitada realidade que vive as empresas, a utilização da Tecnologia da Informação (TI) assume importância vital, apresentando-se como um instrumento capaz de propiciar a competitividade necessária à sobrevivência/crescimento das organizações. A administração dos recursos de materiais, humanos e financeiros pode ser realizada com mais rapidez e precisão com a utilização da Tecnologia da Informação (DIAS, 1998). De acordo com Araújo Neto (2018) um sistema de informação pode ser definido como um conjunto inter-relacionado de pessoas, hardwares, softwares, redes de computadores e recursos de armazenamento de dados que coletam, transformam e disseminam informações em uma organização. Normalmente os sistemas de informações utilizados nas organizações são divididos entre aqueles que apoiam as operações do negócio e os sistemas que apoiam as decisões gerenciais em todos os níveis hierárquicos. Os sistemas que apoiam as operações de negócio, também conhecidos como sistemas empresariais,são dedicados às atividades internas e externas na empresa. A ideia é que, por meio desses sistemas, as informações sejam compartilhadas por todas as funções da corporação. Já os sistemas que apoiam as decisões são aqueles que suportam as decisões gerenciais em vista da solução de problemas. A meta desses sistemas é a eficácia no processo de tomada de decisão, sejam elas estruturadas, semiestruturadas ou não estruturadas (ARAÚJO NETO, 2018). A contabilidade de uma empresa se tornou muito mais do que registrar, resumir e informar os aspectos financeiros das operações comerciais. Ela se infiltra na organização e simbioticamente há o estabelecimento da política de delegação de responsabilidade, dos controles internos e do planejamento com a determinação dos resultados desejados e de mecanismos de controle de desempenho. Esta é uma das razões pelas quais afirmamos que o sistema de informações contábeis se aproxima bastante dos sistemas de informação da própria organização (GONÇALVES; RICCIO, 2009, p. 278). Ainda conforme Araújo Neto (2018) um Sistema de Informação Contábil (SIC) representa um conjunto de tecnologias associadas a ações que visam coletar, processar e relatar informações contábeis e financeiras que são utilizadas tanto pelos responsáveis da empresa para tomada de decisão e também para viabilizar as operações de negócios da organização. 4.1 USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO PELA JBS FOODS Apenas utilizando os dados divulgados pela empresa em seu site não é possível determinar quais os sistemas de informação que a organização utiliza. Porém, levando-se em consideração que a JBS é uma multinacional reconhecida como uma das líderes mundiais da indústria de alimentos com presença em 15 países e mais de 230 mil colaboradores, faz-se necessário a utilização de múltiplos sistemas de informação de maneirar a conseguir coordenar todas as etapas do processo de produção e realizar a gestão estratégia, gerencial e operacional da empresa. Além disso, a empresa realiza a divulgação de uma série de informações financeiras para investidores que necessitam da utilização de Sistemas de Informação Contábeis tendo em vista o volume e a complexidade dos dados. Pode-se destacar: relatórios anuais; planilhas e gráficos interativos; arquivos e relatórios CVM - arquivos que contêm as informações periódicas de formulários ITR (Informações Trimestrais), DFP (Demonstrações Financeiras Padronizadas) e IAN (Informações Anuais). 7. CONCLUSÃO Com as oscilações intensas das bolsas e commodities mundiais, da instabilidade de clima, dólar, petróleo e economia, o Mercado de Futuros é uma ferramenta que deveria ser mais usada, por trazer mais segurança tanto para quem produz para quem compra. O que a torna altamente estratégica ao reduzir os efeitos da volatilidade do mercado. É possível perceber a importância de uma análise detalhada antes da realização de investimentos em ações das empresas, analisando não apenas os dados e relatórios divulgados pelas mesmas, mas também a classificação de risco por empresas especializadas, tendo em vista, que elas possuem equipe especializadas para avaliar todos os fatores internos e externos que influenciam diretamente na sua lucratividade. Além disto, é importante estar constantemente atualizado em relação a realidade e as tendências locais, regionais, nacionais e internacionais. No caso, da JBS Foods torna-se ainda mais importante estar atento a todos estes detalhes por ser uma empresa multinacional e com grandes volumes de exportação, mudanças cambiais, riscos envolvendo instabilidades políticas, econômicas e sociais, mudanças de padrões de consumo, podem aumentar as incertezas em relação ao futuro da empresa. Somente produzir bem, de forma responsável e bastante não é suficiente, é preciso fazer a gestão do negócio, ter histórico, dados a serem utilizados quando necessário. Desta forma, a tecnologia da informação e empresas de desenvolvimento de software vem ganhando espaço significativo no agronegócio devido à preocupação dos empresários em não perder competitividade e aumentar sua lucratividade. Além disto, os sistemas de informação desempenham papel fundamental na compilação de dados e na contabilidade das empresas, sendo fundamental para diminuir a insegurança dos investidores na hora de realizar investimentos na empresa. Apesar dos projetos desenvolvidos pela JBS para apoiar o desenvolvimento sustentável, pode-se perceber através de denúncias das ONGs e de órgãos de fiscalização, que no mínimo existe negligência na fiscalização do cumprimento de normas e acordos que visam a proteção do meio ambiente, especialmente da região amazônica, pela falta de transparência de suas operações nesta região e na recusa em utilizar sistemas de monitoramento que garantam a origem legal de seus produtos, o que vem ocasionando inclusive a perda de investimentos. Sendo assim, a empresa ainda necessita ampliar seus esforços para cumprir os objetivos propostos em seus planos de gestão ambiental e responsabilidade social. Quanto aos objetivos da pesquisa, apesar da dificuldade em localizar algumas informações que propiciassem uma análise mais fidedigna da empresa, estes foram atendidos, sendo que, proporcionou ao acadêmico a vivencia na pratica do conteúdo estudado nas disciplinas em questão. Sendo este de grande valia para a formação e atuação profissional. 8. REFERÊNCIAS AGROLINK. Commodities agrícolas: conheça a formação dos preços. Disponível em: <https://www.agrolink.com.br/noticias/commodities-agricolas-- conheca-a-formacao-dos-precos_427503.html>. Acesso em: 17 nov. 2020. AGUIAR, D. R. D. O mercado futuro como opção de comercialização agrícola. Revista Preços Agrícolas, nº 76, p. 4-8, fev. 1993. ARAÚJO NETO, A. P. Tecnologia da Informação Aplicada à área Financeira. São Paulo: Editora Sol, 2018. ARBAGE, A. P. Fundamentos de Economia Rural. Chapecó: Argos, 2006. BIALOSKORSKI NETO, S. Introdução ao Mercado de futuros agropecuários. 5º Curso de Comercialização de Commodities Agropecuárias. Piracicaba: Editora ESALQ/DESR, p. 63-83, 1995. DIAS, D. Motivação e resistência ao uso da tecnologia da informação: um estudo entre gerentes. In, Encontro Nacional da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Administração 22., 1998. Foz do Iguaçu Anais. 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