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Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Aula 09 Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ SEFAZ GO Professor: Feliphe Araújo D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 2 de 140 www.exponencialconcursos.com.br 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 2 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ............................. 3 2.1 – DRE de acordo com a Lei 6.404/76 ........................................................... 4 2.2 – Estrutura da DRE de acordo com a Lei 6.404/76 ........................................ 4 3 - Receita Bruta de Vendas ................................................................. 6 4 - Deduções da Receita Bruta ............................................................. 6 4.1 – Ajuste a Valor Presente sobre Clientes ...................................................... 7 5 - Custo das Mercadorias ou dos Serviços Vendidos ......................... 10 6 - Despesas Operacionais ................................................................. 11 6.1 – Outras receitas operacionais ...................................................................13 7 - Outras Receitas e Outras Despesas .............................................. 13 8 - Resultado antes do IR a da CSLL .................................................. 16 8.1 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) .......................................16 8.2 – Imposto de Renda (IR) ..........................................................................16 9 - Participações Estatutárias ............................................................ 21 10 - Lucro ou Prejuízo Líquido por Ação do Capital Social .................. 24 11 – Distribuição do resultado ........................................................... 24 11.1 – Dividendos .........................................................................................26 11.1.1 – Dividendos Intermediários ..............................................................31 11.1.2 – Dividendos Adicionais .....................................................................31 11.1.3 – Pagamento de Dividendos ...............................................................32 11.1.4 – Dividendos por ação Preferencial .....................................................33 11.2 – Juros sobre o Capital Próprio .................................................................34 12 – DRE segundo o CPC 26 (R1) ....................................................... 36 12.1 – Classificação da despesa de acordo com o CPC 26 (R1) ............................40 13 – Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) ......................... 42 14 – Resumo da Aula ......................................................................... 46 15 – Mapas Mentais da Aula............................................................... 55 16 – Questões comentadas ................................................................ 57 17 – Lista de exercícios ................................................................... 116 18 - GABARITO ................................................................................ 140 Aula 09 – Demonstração do Resultado do Exercício. Demonstração do Resultado Abrangente. Destinação de resultado. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 3 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Olá queridos alunos, tudo bem? Sejam bem-vindos à nona aula curso de Contabilidade Geral e Avançada para os futuros Auditores Fiscais da SEFAZ GO. Nesta aula, falaremos sobre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), importante demonstrativo contábil, que está presente com frequência nas provas de concursos. Com certeza virá pelo menos uma questão na sua prova que precise dos conhecimentos dessa aula. Por isso, estudem com bastante atenção esta aula. Qualquer dúvida, crítica, sugestões e/ou esclarecimentos, estou à disposição no Fórum tira-dúvidas. Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o nosso curso. Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. Treinar é preciso. Vamos começar a nossa aula! Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! Um forte abraço, Feliphe Araújo. É uma demonstração contábil que se destina a evidenciar, de forma dinâmica, a formação do resultado líquido em um período (geralmente o exercício social), através do confronto das receitas realizadas e despesas incorridas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência. A DRE evidencia a situação econômica da entidade. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). É importante lembrar que a DRE somente contempla despesas e receitas (contas de resultado), contas estas que são zeradas ao fim do exercício, mediante a transferência do seu saldo para fins de apuração do resultado. Após a apuração, o resultado (lucro ou prejuízo) será incorporado ao Patrimônio Líquido. 1 - INTRODUÇÃO 2 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 4 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Segundo a Lei 6.404/76, Seção V, art.187, incisos I a VII, temos: No § 1º do artigo 187 da Lei das S/A, temos ainda que: Da análise do § 1º do artigo 187, subtende-se que as receitas devem ser reconhecidas no resultado do exercício, juntamente com as despesas a elas associadas, independentemente da sua realização em moeda, em atendimento ao Regime da Competência. Ou seja, os itens são reconhecidos na DRE como receitas ou despesas no momento em que ocorrem, independentemente se houve recebimento ou pagamento de valores. Preciso que você memorize o artigo acima, porque pode ser cobrado a literalidade dele. Segundo o art. 187 da Lei das S/A, a DRE possui a seguinte estrutura: A Demonstração do Exercício discriminará a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; o lucro ou prejuízolíquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Na determinação do resultado do exercício serão computados: as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 2.1 – DRE de acordo com a Lei 6.404/76 2.2 – Estrutura da DRE de acordo com a Lei 6.404/76 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 5 de 140 www.exponencialconcursos.com.br 1 Receita Bruta das Vendas e Serviços (ou Vendas Brutas) 2 (-) Deduções da Receita Bruta¹ (-) Devoluções de vendas e vendas canceladas (-) Descontos incondicionais concedidos (-) Abatimentos concedidos (-) Tributos incidentes sobre vendas e serviços² 3 = Receita Operacional Líquida (Receita Líquida ou Vendas Líquidas) 4 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e dos Serviços Prestados (CSP) 5 = Resultado Operacional Bruto (Lucro Bruto ou Prejuízo Bruto) 6 (-) Despesas Operacionais (-) Despesas com vendas (ou despesas comerciais) (-) Despesas gerais e administrativas (-) Despesas financeiras, deduzidas das receitas financeiras (-) Outras despesas operacionais 7 + Outras receitas operacionais 8 = Resultado Operacional Líquido (Lucro ou Prejuízo Operacional) 9 (-) Outras despesas (antigas despesas não operacionais) 10 + Outras receitas (antigas receitas não operacionais) 11 = Resultado antes do Imposto de Renda e CSLL (-) Despesa com provisão p/ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 12 (-) Despesa com provisão para Imposto de Renda (IR) 13 = Resultado após o IR e CSLL (ou Resultado antes das participações) 14 (-) Participações: (-) de debêntures (-) de empregados (-) de administradores (-) de partes beneficiárias (-) de instituições de assistência ou previdência de empregados 15 = Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício 1 – O Ajuste a Valor Presente como dedução da receita bruta será visto no tópico 4.1 desta aula. 2 - ICMS, ISS, PIS e COFINS. LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO TOTAL DE AÇÕES D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 6 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Quando a operação de venda estiver sujeita a incidência de IPI, o valor da Receita Bruta é obtido a partir do Faturamento Bruto deduzido do valor do IPI. Faturamento Bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento) (-) IPI sobre faturamento = Receita Bruta de vendas (vendas brutas) Apesar de não estar previsto na Lei das S/A, alguns doutrinadores entendem que a DRE completa deveria demonstrar as diferenças existentes entre o faturamento e a receita bruta de vendas. Então, a DRE ficaria assim: 1 Faturamento Bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento) 2 (-) IPI sobre faturamento 3 = Receita Bruta das Vendas (ou Vendas Brutas) 4 ........................... (continuação conforme modelo visto anteriormente) Nesta aula, veremos ainda a estrutura da DRE, conforme o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Agora, vamos analisar alguns itens da DRE. É o valor bruto da venda de mercadorias, produtos ou serviços prestados pela empresa, incluindo os tributos sobre ela incidentes, exceto o IPI ou qualquer outro tributo em que o vendedor seja mero depositário do tributo. Esquematizando: Empresa Receita Bruta Comercial Receitas provenientes das vendas de mercadorias Industrial Receitas provenientes da venda de produtos prontos Prestadora de Serviço Receitas provenientes dos serviços prestados São deduções da Receita Bruta de Vendas: Devolução de vendas e vendas canceladas; Abatimento sobre vendas; Desconto incondicional concedido; 3 - Receita Bruta de Vendas 4 - Deduções da Receita Bruta D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 7 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Tributos incidentes sobre as vendas; Esse tópico já foi estudado detalhadamente em aulas anteriores. 1. Não são deduções da Receita Bruta de Vendas: Desconto Financeiro (ou Desconto Condicional Concedido); Frete sobre Vendas; Despesa com Comissões. 2. Base de cálculo dos tributos sobre vendas (ICMS, PIS e COFINS) e serviços (ISS): Em regra, os tributos sobre vendas (ICMS, PIS e COFINS) são calculados da seguinte maneira: BC dos tributos sobre vendas = Vendas Brutas – Devoluções de vendas – Descontos Comerciais * Válido somente para cálculo do ICMS: é preciso adicionar o IPI quando este integrar a base de cálculo do ICMS. BC dos ISS = Receita Bruta de Serviços – Serviços Cancelados – Descontos Comerciais Pessoal, a Lei nº 12.973/14 considera também como dedução da receita bruta de venda o ajuste a valor presente. Porém, essa regra só vale para a legislação fiscal. Por isso, vamos detalhar o ajuste a valor presente no tópico seguinte. Nós já vimos em aulas anteriores que ajustar algo a valor presente significa trazer um valor que está previsto para se realizar em data futura a termos monetários na data atual. Segundo a Lei nº 12.973/2014, a receita bruta também inclui os valores de ajuste a valor presente decorrentes das vendas. As vendas, quando feitas a prazo, inserem no valor da operação, juros e encargos financeiros referentes à remuneração de um capital no futuro. 4.1 – Ajuste a Valor Presente sobre Clientes D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 8 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Assim, a contabilização pelo valor total (valor à vista mais os juros) faz com que essas operações sejam demonstradas de forma superavaliada no Balanço Patrimonial. Ainda, sem o ajuste a valor presente, não temos como diferenciar o resultado financeiro do resultado realmente apurado com as operações da atividade empresarial da empresa. Por isso, precisamos ajustar a valor presente as operações feitas a prazo. O Ajuste a Valor Presente (AVP) passou a ser dedução da Receita Bruta com a entrada em vigor da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. De acordo com essa Lei, o artigo 12, § 1º do Decreto-Lei nº 1.598 de 1977, passou a vigorar com a seguinte redação: § 1º A receita líquida será a receita bruta diminuída de: I - devoluções e vendas canceladas; II - descontos concedidos incondicionalmente; III - tributos sobre ela incidentes; e IV - valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta. Comparação entre a DRE antes e após a Lei nº 12.973/14: DRE antes da Lei nº 12.973/2014 DRE após a Lei nº 12.973/2014 Receita Bruta(ou Vendas Brutas) Receita Bruta (ou Vendas Brutas) (-) Deduções da Receita Bruta (-) Deduções da Receita Bruta (-) Devoluções de vendas (-) Devoluções de vendas (-) Descontos incondicionais concedidos (-) Descontos incondicionais concedidos (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Abatimentos sobre Vendas (-) Tributos sobre vendas (-) Tributos sobre vendas (-) Ajuste a Valor Presente de vendas = Receita Líquida (ou Vendas Líquidas) = Receita Líquida (ou Vendas Líquidas) Assim, atualmente, para a legislação fiscal, a receita líquida é igual a receita bruta diminuída das devoluções e vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente, dos abatimentos, dos tributos incidentes sobre as vendas e dos valores decorrentes de ajuste a valor presente sobre clientes. Pessoal, é preciso reiterar que esta regra só é válida para a legislação fiscal, uma vez que a legislação comercial não reconhece o ajuste a valor presente como dedução da receita bruta de venda. PEGADINHA. Porém, já cobraram questões sobre o entendimento deste tópico. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 9 de 140 www.exponencialconcursos.com.br O ajuste a valor presente deve ocorrer no reconhecimento inicial dos ativos e passivos. No nosso caso, no momento da venda. Vamos ver como ocorre na prática o ajuste a valor presente como dedução da receita bruta de venda. Exemplo: A empresa Dedicados Ltda., em 31 de dezembro de 2010, vendeu mercadorias a prazo, mediante pagamento em 10 prestações, para a empresa Aprovados S/A, com as seguintes informações: - Preço à vista: R$ 50.000,00. - Preço a prazo de venda: R$ 60.000,00. - Valor dos Juros: R$ 10.000,00. Vamos registrar os fatos: 1. Lançamento da venda pelo valor bruto - empresa Dedicados Ltda.: D – Clientes (Ativo) C – Receita de Vendas (Resultado) .............................. 60.000,00 2. Reconhecimento do ajuste a valor presente no momento da venda: D - Ajuste a Valor Presente (AVP) sobre Clientes (Resultado) C - AVP a Apropriar sobre Clientes (Ret. do Ativo) ......... 10.000,00 DRE após o registro da operação: Receita Bruta de Vendas .................................. 60.000,00 (-) Ajuste a Valor Presente (AVP) sobre Clientes (10.000,00) = Receita Líquida de Vendas ............................ 50.000,00 3. Registro da receita de juros a cada mês: D - AVP a Apropriar sobre Clientes (Ret. do Ativo) C - Receita financeira (Resultado) ............. 1.000,00 (10.000/10 prestações) Lembrando que a obrigatoriedade do ajuste a valor presente ser lançado como dedução da receita bruta de vendas vale somente para a legislação fiscal. Por isso, a banca deve dar essa informação para que seja cobrado este tipo de questão. Vamos ver como já cobraram em prova! (FGV/ICMS – RJ/2009) A Cia. Esmeralda apresenta os seguintes saldos referentes ao ano de 2008: D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 10 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Considerando que a Cia. Esmeralda não é contribuinte do IPI, mas é contribuinte dos impostos estaduais e municipais, e considerando que a Cia. Esmeralda adota o CPC 12, aprovado pelo CFC, assinale a alternativa que indique o valor da Receita Líquida apurada em 2008. a) $ 70.000. b) $ 56.000. c) $ 68.000. d) $ 64.000. e) $ 60.000. Resolução: Observem que a venda foi efetivada por um valor bruto de R$ 90.000,00 (inclui principal e juros). Os juros equivalem a R$ 8.000,00 nesta operação. Assim, basta utilizar a estrutura da DRE para encontrarmos o valor da Receita Líquida: Receita Bruta (ou Vendas Brutas) 90.000,00 (-) Devoluções de vendas (2.000,00) (-) ICMS sobre Vendas (20.000,00) (-) Ajuste a Valor Presente das Duplicatas a Receber de Clientes (8.000,00) = Receita Líquida (ou Vendas Líquidas) 60.000,00 Gabarito: Letra E. Custo é o preço pago na aquisição ou gasto na fabricação de um bem ou de um serviço. O custo das vendas compreende: 5 - Custo das Mercadorias ou dos Serviços Vendidos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 11 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Custo das vendas Empresa Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Comercial Custo de Produtos Vendidos (CPV) Industrial Custo dos Serviços Prestados (CSP) Prestadora de Serviço Se a questão não informar o valor do CMV, devemos calcular: 1) Cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV): CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras Líquidas (CL) – Estoque Final (EF) 2) Cálculo das Compras Líquidas (CL): CL = Compras Brutas + IPI + Fretes sobre compras + Seguros sobre compras + Gastos com carga ou descarga de mercadorias - Deduções de compras - tributos recuperáveis Deduções de compras Tributos recuperáveis Devoluções de compras ICMS Abatimentos sobre compras PIS/PASEP não cumulativo Descontos Incondicionais obtidos COFINS não cumulativo O resultado operacional bruto (ou resultado com mercadorias) é a diferença entre a receita líquida e o custo das mercadorias vendidas. Se positivo este resultado, temos lucro bruto. Se negativo, prejuízo bruto. Nas provas de concursos, em regra, utilizamos mais o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), porque as bancas cobram, com maior frequência, o cálculo do resultado nas empresas comerciais. São as despesas pagas ou incorridas que estão relacionadas diretamente com as atividades normais da empresa. Possuem como características a habitualidade e permanência. 6 - Despesas Operacionais D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 12 de 140 www.exponencialconcursos.com.br a) Despesas com vendas (ou despesas comerciais): São os gastos relacionados ao setor comercial da empresa, ou seja, despesas ligadas à venda de produtos e mercadorias. Exemplos: Despesa com frete sobre vendas, despesa com propaganda e publicidade, despesa com salários e comissões dos vendedores, despesa com perda estimada para devedores duvidosos, despesa com devolução de venda referente a exercícios anteriores etc. b) Despesas financeiras: São gastos relacionados com a contração de empréstimos bancários ou operações afins. As despesas financeiras devem ser apresentadas pelo valor líquido após a dedução das receitas financeiras etc. Exemplo de despesas financeiras: Juros passivos ou despesa de juros, descontos (condicionais) concedidos, variações monetárias passivas, variações cambiais passivas etc. Exemplo de receitas financeiras: Juros ativos ou receita de juros, descontos condicionais obtidos, variações monetárias ativas etc. c) Despesas gerais e administrativas: São gastos relacionados com a gestão administrativa da empresa. Exemplos: Despesa de salários do pessoaladministrativo, despesa com material de limpeza, despesa com telefone, energia elétrica e água, despesa com depreciação, amortização e exaustão, despesa com honorário da diretoria etc. d) Outras despesas operacionais: São gastos que não são classificados como despesas com vendas, financeiras, gerais ou administrativas, mas estão ligados a atividade operacional da empresa. Exemplos: Perda de equivalência patrimonial (PEP) e despesas com perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado. Os impostos e taxas pagos ou incorridos relacionados com a atividade da empresa são despesas operacionais. Por exemplo, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU). Despesas Operacionais Despesas com vendas; Despesas financeiras; Despesas gerais e administrativas; Outras despesas operacionais. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 13 de 140 www.exponencialconcursos.com.br São receitas que, apesar de não serem classificadas como receita bruta ou financeira, representam outras formas de receita da atividade empresarial. Exemplos: Ganho de equivalência patrimonial, receita de dividendos e receita de aluguel de imóveis. Receita de aluguel classifica-se como receitas operacionais, pois são usuais (ocorrem com frequência ao longo do ano) e permanentes (enquanto durar o contrato de aluguel), ainda que o bem alugado esteja classificado no subgrupo ativo investimentos (que, por definição, se referem a bens não utilizados na operação da entidade). Os dividendos recebidos pela entidade são classificados como receita operacional. Contudo, é sempre bom lembrar que se reconhece a receita de dividendos apenas nas distribuições de lucros recebidos de entidades avaliadas pelo método do custo. Nos investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, não há reconhecimento de receita quando do recebimento dos dividendos. Neste caso, ocorre, tão somente, uma permutação entre o saldo do investimento e a conta caixa, pelo recebimento dos recursos. Reconhecemos como receita operacional o valor do ganho de equivalência patrimonial. O resultado operacional líquido, também chamado apenas de resultado operacional, corresponde ao resultado operacional bruto (lucro bruto ou prejuízo bruto), deduzido das despesas operacionais e acrescido das receitas operacionais. A Lei 11.941/09 modificou o texto do inciso IV, artigo 187, da Lei 6.404/76, excluindo da estrutura da DRE a expressão receitas e despesas não operacionais, que passaram a ser denominadas, respectivamente, de outras receitas e outras despesas. Essa modificação na Lei nº 6.404/76 tem apenas reflexos contábeis, sem alterar o direto a compensação admitido na legislação do Imposto de Renda (IR). A Lei nº 6.404/76 não listou o que vem a se classificar como outras receitas e outras despesas. Contudo, segundo a legislação do imposto de renda, são não operacionais os ganhos e perdas de capital, como por exemplo, a alienação de investimentos e de ativos imobilizados com lucro ou prejuízo. a) Outras Receitas: Registram receitas extraordinárias cujos eventos são não habituais e aleatórios. 6.1 – Outras receitas operacionais 7 - Outras Receitas e Outras Despesas D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 14 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: Receita de venda de bens ou direitos do ativo não circulante imobilizado e receita da venda de investimentos. b) Outras despesas: Registram os custos ou as despesas relacionadas com a baixa dos bens ou direitos alienados. Exemplos: Custos e despesas decorrentes da baixa de bens ou direitos do ativo imobilizado e custos e despesas da baixa de investimentos. Em regra, já vamos registrar na DRE o resultado (positivo ou negativo) decorrente da transação, mediante o confronto entre o valor de venda e o seu custo. Pessoal, o que acabamos de explicar vale mais para a parte fiscal. Para a parte contábil, as empresas e as bancas vêm adotando o disposto nos Pronunciamentos Contábeis. Vamos detalhar. De acordo com o Manual de Contabilidade Societária (2ª Edição), a partir da edição da Lei 11.941/09, o artigo 187 da Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76) deixou de prever a segregação dos resultados em operacionais e não operacionais. A partir do exercício de 2008, os normativos fazem referência apenas à segregação das atividades em continuadas e descontinuadas. Assim, passam a ser reconhecidas como outras receitas e despesas operacionais os ganhos ou perdas que decorram de transações que não constituíam as atividades ordinárias de uma entidade. Em outras palavras, o conceito de lucro operacional engloba os resultados das atividades principais e acessórias, e essas outras receitas e despesas operacionais são atividades acessórias do objeto da empresa. Nesta mesma linha, vejamos o que diz os itens 136 e 137 do Orientação OCPC 02: Eliminação de receitas e despesas não operacionais 136. A Medida Provisória nº. 449/08 acatou mais essa regra existente nas normas internacionais: a não segregação dos resultados em operacionais e não operacionais. Assim, no âmbito do processo de convergência com as normas internacionais (leitura sistemática das normas e orientações), as entidades devem apresentar as “outras receitas/despesas” no grupo operacional e não após a linha do “resultado operacional”. 137. A classificação nessas normas é a divisão dos resultados em resultados das atividades continuadas e resultado das atividades não continuadas. Isso facilita, enormemente, a capacidade de o usuário prospectar com relação ao futuro da entidade. Este Comitê emitirá em 2009, para validade em 2010, seu Pronunciamento a respeito da matéria, mas por enquanto apenas salienta a não existência, já a partir de 2008, dessa figura das receitas e despesas não operacionais. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 15 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Pessoal, de acordo com os Pronunciamentos Contábeis, em consonância com as normas internacionais de contabilidade, as “outras receitas/despesas” são um tipo de receitas/despesas operacionais, sendo, portanto, classificados no grupo operacional. Porém, permanece válida a definição para fins fiscais de que somente farão parte dos resultados não operacionais os lucros ou prejuízos na venda ou baixa de bens do Ativo. Para a prova, você deve fixar que as “outras receitas/despesas” listadas acima são outras receitas/despesas operacionais para a FCC. Assim, o ganho na venda de um ativo imobilizado é classificado como Outras Receitas Operacionais. É importante não confundir os conceitos de operacional e não operacional e continuado e não continuado. São coisas distintas. Normalmente, continuado é o mesmo que operacional, mas descontinuado é diferente de não operacional. Nesta aula, quando estudarmos a DRE de acordo com o CPC 26 (R1), iremos explicar o conceito de continuadoe descontinuado. Vamos ver como isso é cobrado em provas! (FCC/ACE – TCE – GO/2014) A empresa Robalo S.A. realizou a venda de um automóvel utilizado pela sua diretoria. A venda foi realizada com lucro. Dessa forma, esse evento deve ser apresentado, na Demonstração do Resultado de Exercícios, em (A) Receitas Não Operacionais. (B) Receitas Operacionais. (C) Receitas Financeiras. (D) Outras Receitas Operacionais. (E) Resultado Não Operacional. Resolução: Com a edição da Lei n° 11.941/09, art. 187, IV, deixa de existir a segregação de resultados em operacionais e não operacionais. A partir de 2008, os normativos fazem referência apenas à segregação das atividades continuadas e descontinuadas. Assim, passam a ser reconhecidas como outras receitas e despesas operacionais os ganhos ou perdas que decorram de transações que não constituíam as atividades ordinárias de uma entidade. Em outras palavras, o conceito de lucro operacional engloba os resultados das atividades principais e acessórias, e essas outras receitas e despesas operacionais são atividades acessórias do objeto da empresa. Portanto, a venda de um automóvel com lucro deve ser classificada como Outras Receitas Operacionais. Gabarito: Letra D. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 16 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Após deduzidas as outras despesas, e adicionadas as outras receitas ao resultado operacional líquido, chegamos ao resultado antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido que, se positivo, é chamado de Lucro antes do IR e CSLL, ou, apenas, LAIR. Esse resultado é o ponto de partida para o cálculo dos tributos (IR e CSLL) que incidem sobre o lucro. Pessoal, vamos aprender a calcular os tributos por precaução, pois, em regra, a FCC já fornece os dados dos tributos para resolução das questões. Para o cálculo da CSLL, vamos utilizar os mesmo procedimentos e modalidades de tributação para o cálculo do IR. Para a prova, o IR e a CSLL incidem sobre a mesma base de cálculo. Normalmente, as bancas já informam uma alíquota única para os dois tributos. O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza é um tributo instituído pela União, no exercício da competência regular que lhe confere a Constituição Federal (CF, art. 153, III). O imposto de renda se divide em: Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) e Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ); O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica é o tributo de competência da União, que incide sobre o lucro auferido pela empresa em determinado período. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é o montante real, arbitrado ou presumido. Além disso, há contribuintes que estão enquadrados no Simples Nacional e, portanto, sujeitos a regras simplificadas de apuração do Imposto de Renda e demais tributos incluídos nesse regime. 8 - Resultado antes do IR a da CSLL 8.1 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 8.2 – Imposto de Renda (IR) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 17 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Esquematizando: Caso não possua os indícios que permitam a correta identificação da base de cálculo utilizada na tributação pelo lucro real ou presumido, o lucro será arbitrado pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil com base na receita bruta ou critério alternativo. No caso do lucro presumido, a base de cálculo é apurada por meio da aplicação de um percentual sobre a receita bruta, estabelecido pela legislação de acordo com a atividade. Atividade da Pessoa Jurídica Percentual da Receita Bruta Serviços em geral 32% Serviços de transporte, exceto o de cargas 16% Serviços hospitalares e de transporte de cargas 8% Indústria e Comércio, exceto revenda de combustíveis para consumo 8% Revenda para consumo de combustível 1,6% O IR será obtido mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre a base de cálculo (lucro presumido mais demais receitas e ganho de capital), além da alíquota adicional de 10% sobre Lucro Real trimestral que exceder a 60.000,00. Exemplo: uma agência de viagens (prestadora de serviço) que tenha auferido receita de R$ 50.000,00 (desconsideramos outras receitas, devoluções e descontos) no 1º trimestre de 2013, optante do lucro presumido, fica sujeita ao pagamento do imposto de renda no valor de: Lucro Real (Fiscal) É o lucro líquido do período ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstos no Regulamento do IR (RIR/99); Presumido É uma forma simplificada de apurar a base de cálculo do IR e da CSLL pelos contribuintes cuja receita bruta total no ano calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00. É apurado trimestralmente; Arbitrado É uma forma de apurar a base de cálculo do IR e da CSLL pela autoridade fiscal, quando a escrituração contábil possuir fraudes, vícios ou for omissa. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 18 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Receita Bruta de Serviços 50.000,00 X Percentual aplicável x 32% = Lucro Presumido 16.000,00 X Alíquota do IR x 15% = Imposto de Renda 2.400,00 Continuando a nossa aula, vamos dar ênfase ao estudo do Lucro Real, porque é mais cobrado em provas de concursos. O Lucro Real é o regime de tributação que considera a realidade das receitas e despesas incorridas pela empresa. Por isso, está pesadamente alicerçado nos registros contábeis da companhia, nas despesas por ela incorridas e nas receitas por ela auferidas. É o regime mais complexo de tributação, e que exige o maior controle contábil por parte das entidades. De acordo com a Lei nº 9.718/1998, estão obrigadas a apuração do IR e da CSLL com base no lucro real, por exemplo, os seguintes contribuintes: a) que possuam receita bruta total, no ano-calendário anterior, superior a R$ 78.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses; b) que desenvolvam algumas atividades específicas (por exemplo, instituições financeiras); ou c) que tenham auferido lucros no exterior, entre outros. De acordo com o artigo 248 do RIR/99, considera-se lucro líquido do período, para fins de cálculo do IR e CSLL, a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das participações estatutárias. Baseado nesta definição, o lucro liquído do período é o mesmo que o Lucro antes do IR e da CSLL (LAIR). Assim, o LAIR apurado por meio da DRE não é a base de cálculo do IR nem da CSLL a pagar pelo regime do lucro real. Segundo a legislação tributária, o LAIR deverá sofrer ajustes (adições, exclusões e compensações) para que seja apurado o lucro fiscal. Cálculo do Lucro Real (base de cálculo IR e CSLL): Lucro Real = LAIR + Adições - Exclusões - Compensações a) Adições: Correspondem às despesas não dedutíveis para cálculo dos tributos.São despesas que embora sejam registradas normalmente, a legislação do Imposto de Renda não as aceita como redutoras da base de cálculo do imposto, devendo ser tributadas. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 19 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: Despesas com perdas estimadas para devedores duvidosos, despesas com perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado, despesas com multas, despesas de equivalência patrimonial etc. b) Exclusões: Em regra, correspondem às receitas não tributáveis. São receitas que embora contabilizadas normalmente, aumentando o lucro contábil, a legislação do Imposto de Renda as considera fora do alcance da tributação. Exemplos: Receita de perdas estimadas para devedores duvidosos, receita de perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado, receita de equivalência patrimonial etc. As participações de empregados e de debenturistas também são deduzidas (exclusões) da base de cálculo do IR, conforme autoriza a legislação do imposto de renda. Para cálculo do imposto de renda pelo lucro real, como o valor para este cálculo parte do lucro antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, que ainda não deduziu as participações, precisamos excluí-las. Ou seja, as Participações de Debenturistas e de Empregados são exemplos de exclusões para cálculo do lucro real. c) Compensações – Representam os PREJUÍZOS FISCAIS de exercícios anteriores que poderão ser compensados nos períodos subsequentes, se a empresa apurar um Lucro Real. O valor máximo a ser compensado dos PREJUÍZOS FISCAIS é 30% do Lucro Real antes da compensação. Cálculo: Compensação máxima = 30% x (LAIR + Adições - Exclusões) Essa compensação admitida é realizada a partir dos PREJUÍZOS FISCAIS e não dos prejuízos acumulados. São coisas distintas. IMPORTANTE! O prejuízo acumulado (prejuízo contábil) é calculado pela contabilidade na DRE. O PREJUÍZO FISCAL é calculado a partir do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Existem duas exclusões que as bancas cobram nas suas provas Despesa com Participação de Debenturistas Despesa com Participação de empregados D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 20 de 140 www.exponencialconcursos.com.br O LALUR, livro auxiliar da empresa para atender ao FISCO, tem por finalidade converter o Lucro Contábil (Lucro antes do IR e da CSLL), através dos ajustes (Adições, Exclusões e Compensações), em Lucro Real (Lucro Fiscal), que é a base de cálculo do IR. A alíquota normal do IR é de 15% sobre o Lucro Real mensal ou trimestral. O Lucro Real mensal que exceder a 20.000,00 e o Lucro Real trimestral que exceder a 60.000,00 são tributados a uma alíquota adicional de 10%. Vamos ver como isso cai em prova!!!!! (Professor Feliphe Araújo/Inédita/2016) A empresa Aprovados S/A demonstrou, no exercício de 2014, os valores que seguem: Lucro bruto R$ 180.000,00 Lucro operacional R$ 152.000,00 Outras Receitas R$ 15.000,00 Outras Despesas R$ 55.000,00 Participação de Administradores R$ 8.000,00 Participação de Debenturistas R$ 5.000,00 Participação de Empregados R$ 7.000,00 A tributação do lucro dessa empresa à alíquota de 30% para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, conjuntamente, vai aumentar o passivo no valor de a) R$ 25.000,00 b) R$ 26.100,00 c) R$ 27.000,00 d) R$ 28.200,00 e) R$ 30.000,00 Resolução: Inicialmente, precisamos calcular o resultado antes do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido. 1º) Demonstração do Resultado do Exercício: Lucro bruto ................................................. 180.000,00 = Lucro operacional (LOL) ............................. 152.000,00 (-) Outras Despesas .................................... (55.000,00) + Outras Receitas .......................................... 15.000,00 = Lucro antes do IR e CSLL ........................... 112.000,00 (-) Provisão para Imposto de Renda ................ ? = Lucro após o IR e CSLL .............................. ? D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 21 de 140 www.exponencialconcursos.com.br 2º) Cálculo do Imposto de Renda e da CSLL a pagar (IR e CSLL): 2.1) Lucro Real = LAIR + Adições - Exclusões - Compensações Lucro Real = 112.000 - 12.000 = 100.000,00. Exclusões = Participação de Debenturistas + Participação de Empregados Exclusões = 5.000,00 + 7.000,00 = 12.000,00. 2.2) IR = Lucro Real x Alíquota do IR e CSLL PIR = 100.000 x 30% = 30.000,00. Gabarito: Letra E. De acordo com a Lei nº 6.404/76: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Todas as participações discriminadas na Lei são despesas relacionadas com a participação nos lucros da empresa. As participações de instituições ou fundos de assistência são classificadas como participações quando calculadas em função do lucro. Quando estas participações representarem um valor fixo mensal ou anual, que independe do resultado, recomenda-se a classificação como despesas operacional. Segundo o artigo 190 da Lei nº 6.404/76, as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Apesar de o artigo 190 omitir as participações de debenturistas e de instituições ou fundos de assistência do seu texto, prevalece entre os contabilistas (e, principalmente, entre as bancas examinadoras) que a participação de debenturistas é a primeira a ser debitada da base de cálculo das demais participações e as participações de instituições ou fundos de assistência é a última a ser calculada. Da análise do artigo 187, inciso VI, e do artigo 190 da Lei 6.404/76, concluímos que: as participações estatutárias serão determinadas com base nos lucros que remanescerem, depois de deduzida a participação anteriormente calculada, obedecendo rigorosamente a seguinte ordem: 9 - Participações Estatutárias D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 22 de 140 www.exponencialconcursos.com.br 1) Participação de Debêntures; 2) Participação de Empregados; 3) Participação de Administradores; 4) Participação de Partes Beneficiárias; 5) Participação de Instituições/Fundos de Assistênciade Empregados. Lembrem-se que, conforme vimos no tópico anterior, as participações de empregados e de debenturistas podem ser deduzidas da base de cálculo do IR, conforme autoriza a legislação do imposto de renda. Este conhecimento é de fundamental importância para a resolução de provas de concurso. De acordo com o artigo 189 da Lei 6.404/76: do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Cálculo: BC da participação = Resultado após IR e CSLL - prejuízos acumulados Esquematizando: As participações estatutárias são registradas na data do balanço por meio de débito na conta de despesa e crédito na conta de obrigação do Passivo Circulante. Exemplo: Participação de Empregados ................................ 10.000,00 Registro: D - Despesa com Participação de Empregados (Resultado) C - Participação de Empregados a Pagar (PC) ...................... 10.000,00 É horas de praticar! Cálculo das participações Cada participação diminui a base de cálculo da participação posterior; Os prejuízos acumulados são excluídos da base de cálculo das participações; Memorizar a palavra DEAPI; D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 23 de 140 www.exponencialconcursos.com.br (FCC/Analista – MPU/2007) Dadas as seguintes informações relativas à Cia. Vinhedo (em R$): - Prejuízo contábil de exercícios anteriores 120.000,00 - Lucro líquido do exercício antes das participações 380.000,00 Sabendo que as participações dos empregados e dos administradores foram calculadas de acordo com o disposto na Lei no 6.404/76 e que as percentagens previstas no estatuto da companhia são, respectivamente, 10% e 5% para cada uma delas, o valor da participação dos administradores foi, em R$, de a) 11.700,00 b) 13.000,00 c) 15.900,00 d) 17.100,00 e) 19.000,00 Resolução: Devemos lembrar que: - Os prejuízos acumulados são excluídos da base de cálculo das participações; - Cada participação reduz a base de cálculo (BC) da participação seguinte. Cálculo das participações: BC da 1º participação = Resultado após IR e CSLL¹ - prejuízos acumulados² 1. Pode ser chamado também de resultado antes das participações. Nesta questão, equivale ao lucro líquido do exercício antes das participações. 2. Pode ser denominado também de prejuízo contábil. Nesta questão, equivale ao Prejuízo contábil de exercícios anteriores. BC da 1º participação = 380.000 - 120.000 = 260.000,00 a) Participação dos Empregados = 10% x 26.000 = 26.000,00 b) BC da participação dos Administradores = 260.000 – 26.000 = 234.000,00 Participação dos Administradores = 5% x 234.000 = 11.700,00 Gabarito: Letra A. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 24 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Depois de deduzidas as participações, chegamos ao lucro ou prejuízo líquido do exercício. O art. 187, inciso VII, da Lei das S/A determina que a empresa identifique o montante do lucro líquido por ação do capital social. Cálculo: LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃO = LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO TOTAL DE AÇÕES NO MERCADO As ações existentes no mercado correspondem as ações em circulação. Assim, exclui do cálculo as ações em tesouraria ou a parcela relativa ao capital a realizar. O resultado (lucro ou prejuízo) líquido do período apurado na DRE deve ser transferido para a conta Lucro ou Prejuízos Acumulados. A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados não pode apresentar saldo credor (lucros acumulados) no balanço. A obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e não às demais, e para os balanços de exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008. Esse saldo de lucros acumulados deve ser distribuído para constituição de Reservas de Lucros, distribuição para Dividendos e incorporação ao Capital Social. Após a apuração do resultado, que é representada por uma conta transitória, o lucro ou prejuízo líquido do período apurado na DRE deve ser transferido para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Se o resultado for um prejuízo líquido, a transferência será para a conta Prejuízos Acumulados, que tem saldo devedor, mediante o seguinte registro: D - Prejuízos Acumulados (PL) C - Resultado do Exercício (conta transitória) Destinação do Lucro Reserva de Lucros Aumento de Capital Social Distribuição de Dividendos 10 - Lucro ou Prejuízo Líquido por Ação do Capital Social 11 – Distribuição do resultado D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 25 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Se o resultado for um lucro líquido, a transferência será para a conta Lucros Acumulados, que tem saldo credor, mediante o seguinte registro: D - Resultado do Exercício (conta transitória) C - Lucros Acumulados (PL) Se a empresa possuir um prejuízo acumulado em seu balanço e, durante o exercício, houver lucro, este deve, inicialmente, compensar os prejuízos e só depois, se sobrarem, os lucros devem ser distribuídos. Portanto, se há prejuízos acumulados no balanço, o lucro do exercício só deve ser distribuído depois de cobrir todo esse prejuízo. Alguns autores utilizam a conta de destinação do resultado com o nome de Lucros ou Prejuízo Acumulados, diferenciando-as pelo saldo da conta. Se o saldo for devedor, é porque temos prejuízos acumulados, e se o saldo for credor, é porque temos lucros acumulados. Com o objetivo de evitar a retenção injustificada de lucros, que devem ser destinados à formação de reservas e à distribuição de dividendos, a Lei eliminou do balanço das S/A a conta lucros acumulados, quando do fechamento da demonstração. Todavia, essa conta não deixou de existir. A conta lucros acumulados ou com designação semelhante, de uso temporário, continuará nos planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas e destinar valores para reservas de lucros. Assim, a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados não pode apresentar saldo credor (lucros acumulados) no balanço, quando do fechamento da demonstração. A obrigação de essa conta não conter saldo positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e não às demais, e para os balanços de exercício social terminado a partir de 31 de dezembro de 2008. O lucro acumulado deve ser distribuído para Dividendos, para constituição de Reservas de Lucros e para incorporação ao Capital Social. Se a empresa decidir aumentar o capital social com a destinação do lucro, o registro será: Destinação do Lucro Reserva de Lucros Aumento de Capital Social Distribuição de Dividendos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq uivo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 26 de 140 www.exponencialconcursos.com.br D - Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou Lucros Acumulados) - PL C – Capital Social (PL) A transferência do lucro para reservas e o método de cálculo das reservas já foram vistos neste curso em aulas anteriores. Os dividendos representam uma parte do lucro líquido do exercício que é distribuída aos sócios e acionistas das companhias. É uma forma de remunerar o capital aplicado pelos investidores. Segundo o artigo 202 da Lei nº 6.404/76, os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício: a) a parcela dos lucros estabelecida no estatuto; ou b) se o estatuto for omisso quanto ao cálculo dos dividendos, deve ser destinado aos dividendos o percentual de 50% do lucro líquido ajustado. O artigo 202 da Lei nº 6.404/76, nos § 1º e § 2º, afirma ainda que: § 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria. § 2o Quando o estatuto for omisso e a assembleia-geral deliberar alterá- lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do artigo 202, inciso I, alíneas a) e b) da Lei nº 6.404/76. Analisando o artigo 202, concluímos que os dividendos podem ser distribuídos de três maneiras, a depender da omissão ou não do estatuto: 1. Na constituição da companhia, o dividendo mínimo obrigatório pode ser estabelecido no estatuto em qualquer percentual do lucro líquido ajustado, desde que com precisão e minucia, não sujeitando os acionistas minoritários ao arbítrio do demais (§ 1º do art. 202); 2. Se, na constituição, o estatuto for omisso na definição de regras para o pagamento do dividendo mínimo obrigatório, a lei determina que seja adotado o percentual de 50% do lucro líquido ajustado (inciso I do art. 202); 3. Se, posteriormente à omissão do estatuto, a assembleia geral decidir por alterar o estatuto e inserir as regras para o cálculo do dividendo mínimo 11.1 – Dividendos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 27 de 140 www.exponencialconcursos.com.br obrigatório, o percentual não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado (§ 2º do art. 202). Esquematizando a distribuição de dividendos: Agora, vamos identificar o cálculo do lucro líquido ajustado, que é a base de cálculo do dividendo, quando o estatuto for omisso. A Lei nº 6.404/76 determina o ajuste do lucro líquido para fins de apuração do dividendo mínimo obrigatório da seguinte forma: Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores; Além disso, o caput do art. 195-A faculta à entidade a exclusão da base de cálculo, do dividendo mínimo obrigatório, da parcela do lucro destinada às reservas de incentivos fiscais. Não podemos esquecer de subtrair da base de cálculo dos dividendos os prejuízos acumulados, caso a empresa possua no seu balanço. Esquematizando estes preceitos legais com o objetivo de facilitar a visualização das adições e subtrações do lucro líquido do exercício para que seja encontrado o lucro líquido ajustado, base para o dividendo mínimo obrigatório. Distribuição dos dividendos Parcela dos Lucros estabelecidos no estatuto no momento da constituição da entidade; Se o estatuto for omisso na constituição 50% do Lucro Líquido Ajustado; mas a assembléia-geral decidir por alterar o estatuto para introduzir norma sobre o cálculo do dividendo, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado; D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 28 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Lucro líquido do exercício (-) Constituição da Reserva Legal (-) Constituição da Reserva de Contingência + Reversão da Reserva de Contingência (-) Reserva de Incentivos Fiscais (opcional) (-) Prejuízos acumulados = Lucro líquido ajustado (base de cálculo dos dividendos) Percebam que a destinação de lucros à retenção de lucros e a reservas estatutárias não interferem na base de cálculo do dividendo mínimo obrigatório. As reservas de lucros a realizar também não entram no cálculo do lucro líquido ajustado. Estudamos a reserva de lucros a realizar em aulas anteriores e sabemos que a sua constituição é facultativa. Contudo, conforme o inciso III do artigo 202, os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. Em outras palavras, o dispositivo legal determina: quando os lucros a que se referem as reservas de lucros a realizar forem efetivamente recebidos, eles deverão ser, integralmente, acrescidos aos primeiros dividendos a serem distribuídos após a realização dos valores. Ou seja, ao dividendo mínimo obrigatório, calculado no exercício, deverá ser somado a parcela da reserva de lucros a realizar que tiver sido recebida, e todo este montante deverá ser distribuído aos acionistas. Vamos adaptar nosso esquema para incluir os lucros realizados. Lucro líquido do exercício (-) Constituição da Reserva Legal (-) Constituição da Reserva de Contingência + Reversão da Reserva de Contingência (-) Reserva de Incentivos Fiscais (opcional) (-) Prejuízos acumulados = Lucro líquido ajustado (base de cálculo dos dividendos) (x) Percentual aplicável = Dividendo mínimo obrigatório + Realização da reserva de lucros a realizar = Total a ser distribuído aos acionistas D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 29 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Observação: Vimos que quando o estatuto for omisso, em relação ao cálculo dos dividendos, o lucro líquido deve ser ajustado. Sabemos também que os dividendos podem ser determinados nos estatutos em função de outros critérios, entre eles, uma porcentagem sobre o lucro líquido. As bancas em geral, quando solicitam o valor dos dividendos em suas questões, nos casos em que a porcentagem esteja fixada no estatuto, já definem que o valor dos dividendos mínimos obrigatóriosé uma porcentagem do lucro líquido do exercício ou do lucro líquido ajustado de acordo com a Lei nº 6.404/76. (FCC/Julgador Administrativo Tributário - SEFAZ PE/2015) O Patrimônio Líquido da Cia. Inglesa, em 31/12/2013, possuía as seguintes contas: Capital Social: R$ 1.000.000,00 Reserva Legal: R$ 190.000,00 Reserva Estatutária: R$ 50.000,00 Reserva de Incentivos Fiscais: R$ 30.000,00 Em 2014, a Cia. Inglesa apurou Lucro Líquido de R$ 400.000,00, destinou a parcela obrigatória para Reserva Legal, e o seu estatuto estabelece a seguinte destinação do saldo remanescente: − Dividendos Mínimos Obrigatórios: 40% do Lucro Líquido ajustado nos termos da Lei no 6.404/1976 e alterações posteriores; − Retenção de Lucros: 60% do Lucro Líquido. Com base nestas informações, a quantia que a Cia. Inglesa distribuiu como dividendos mínimos obrigatórios e a quantia correspondente à Retenção de Lucros foram, respectivamente, em reais, (A) 160.000,00 e 240.000,00. (B) 152.000,00 e 228.000,00. (C) 156.000,00 e 234.000,00. (D) 140.000,00 e 240.000,00. (E) 156.000,00 e 240.000,00. Resolução: 1. Vamos calcular, inicialmente, o valor da Reserva Legal: 1.1. Reserva Legal = 5% X Lucro Líquido = 5% X 400.000 = R$ 20.000,00 1.2. Limite da Reserva Legal = 20% do capital social Limite da reserva legal = 20% x 1.000.000 = 200.000,00. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 30 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Como já temos R$ 190.000,00 de reserva legal, só podemos constituir R$ 10.000,00 (200.000,00 - 190.000,00) desta reserva para não ultrapassar o limite obrigatório de R$ 200.000,00. O valor destinado a Reserva Legal é de R$ 10.000,00. 2. Cálculo dos dividendos, lembrando que o examinador solicita este cálculo com base no lucro líquido ajustado: Base de cálculo dos dividendos (ou lucro líquido ajustado) = lucro líquido – reserva legal – reserva de contingências + reversão de reserva para contingências – reserva de incentivos fiscais* (facultativo). Lucro líquido do exercício ................................................ 400.000,00 (-) Reserva Legal ......................................................... (10.000,00) = Base de cálculo dos dividendos (ou Lucro Líquido Ajustado) 390.000,00 x alíquotas dos dividendos ...................................................... x 40% = Dividendos mínimos obrigatórios a distribuir .................... 156.000,00 * Quando o examinador quer que reduzimos o valor da reserva de incentivos fiscais da base de cálculo dos dividendos, ele coloca a informação no enunciado da questão. 3. Com isso, a reserva de retenção de lucros é igual a R$ 234.000,00 (= 60% x 390.000,00). Esclareço que a banca considerou para cálculo da reserva de retenção de lucros 60% do lucro líquido ajustado (400.000 – 10.000), que, neste caso, é o lucro líquido menos o valor da reserva legal, apesar de colocar na questão que a retenção de Lucros era de 60% do Lucro Líquido. PEGADINHA. Pessoal, observem que isso é lógico, porque, nesta questão, o valor das distribuições e retenções do lucro não poderia ultrapassar o valor do lucro líquido. Assim, o valor da retenção de lucros poderia ser encontrado também da seguinte maneira: Retenção de Lucros = 400.000 – 10.000 – 156.000 = R$ 234.000,00 Distribuição e retenções do Lucro líquido de R$ 400.000,00: - Dividendos: R$ 156.000,00 - Reserva legal: R$ 10.000,00 - Retenção de lucros: R$ 234.000,00 Gabarito: Letra C. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 31 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Segundo o artigo 204 da Lei das S/A, a companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. Nos termos de disposição estatutária, a companhia poderá levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores (períodos inferiores ao semestre), desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182. O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Lançamento contábil: D – Dividendos Antecipados ou Dividendos Intermediários (retificadora do PL) C – Dividendos a Pagar (Passivo) O valor dos dividendos intermediários permanece na referida conta contábil até que a empresa conclua a apuração do exercício e, em consequência, contabilize os dividendos a distribuir. A partir deste momento, a empresa baixa os dividendos antecipados em contrapartida a conta lucros acumulados ou reserva de lucros. Por isso, ficam retificando estas contas, que são do PL. Os dividendos mínimos obrigatórios devem figurar no passivo, na data do balanço. O registro dos dividendos obrigatórios que vão ser distribuídos é: D – Lucros Acumulados C – Dividendos a Pagar (Passivo Circulante) O saldo remanescente na conta Lucros Acumulados (após as destinações para aumento de capital, reservas de lucros e dividendos obrigatórios) deve ser distribuído para dividendos (dividendos adicionais) de modo que a conta Lucros Acumulados fique com saldo zerado no final do exercício, segundo o § 1º do artigo 182 da Lei 6.404/76. Os dividendos adicionais serão contabilizados ou não, dependendo da data em que forem declarados. Ou seja, se a empresa fechar as demonstrações contábeis em 31/12/2013, e declarar dividendos adicionais em janeiro ou 11.1.1 – Dividendos Intermediários 11.1.2 – Dividendos Adicionais D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 32 de 140 www.exponencialconcursos.com.br fevereiro de 2014, tais dividendos não serão contabilizados no balanço de 31/12/2013. Serão apenas divulgados em Nota Explicativa. Por outro lado, os dividendos adicionais que forem declarados pela assembleia geral ou outro órgão competente antes da data base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de obrigação presente e, portanto, devem figurar nas Demonstrações Contábeis da entidade. A parcela do dividendo mínimo obrigatório que se caracterize efetivamente como uma obrigação legal deve figurar no passivo da entidade. Porém, a parcela da proposta dos órgãos da administração à assembleia de sócios que exceder a esse mínimo obrigatório deve ser mantida no patrimônio líquido, em conta específica, do tipo dividendo adicional proposto, até a deliberação definitiva que vier a ser tomada pelos sócios. Afinal, esse dividendo adicional ao mínimo obrigatório não se caracteriza como obrigação presente na data do balanço, já que a assembleia dos sócios ou outro órgão competente poderá, não havendo qualquer restrição estatutária ou contratual, deliberar ou não pelo seu pagamento ou por pagamento por valor diferentedo proposto. Conclusão, os dividendos adicionais (ou dividendos complementares) são contabilizados através do seguinte lançamento: D – Lucros Acumulados C – Dividendo Adicional Proposto (PL) Esquematizando: Segundo o art. 201 da Lei das S/A, A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembleia-geral, no prazo de 60 (sessenta) dias da data em que for declarado Dividendos Obrigatórios ficam contabilizados no Passivo, na data do fechamento das demonstrações contábeis Adicionais declarados após o período contábil: não são contabilizados, sendo apenas divulgados em Nota Explicativa declarados antes do período contábil: ficam no Patrimônio Líquido, até a aprovação pela Assembleia, quando são transferidos para o Passivo 11.1.3 – Pagamento de Dividendos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 33 de 140 www.exponencialconcursos.com.br e, em qualquer caso, dentro do exercício social, mediante cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicado pelo acionista à companhia, ou mediante crédito em conta corrente bancária aberta em nome do acionista. A distribuição de dividendos com má-fé implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste. De acordo com o artigo 202, § 4º da Lei nº 6.404/76, o dividendo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembleia geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. Assim, os lucros que deixarem de ser distribuídos como dividendos serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. Lançamento de constituição dessa reserva especial: D – Lucros Acumulados C – Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos As ações podem ser ordinárias ou preferenciais, sendo que cada espécie de ação concede aos acionistas direitos ou vantagens específicas. Vimos essa diferença em aulas anteriores. As ações preferenciais poderão ser de uma ou mais classes, divididas da seguinte maneira: 1. Ações preferenciais com dividendos fixos; 2. Ações preferenciais com dividendos mínimos; e 3. Ações preferenciais sem dividendos fixos ou mínimos. No dividendo fixo de ações preferenciais, o acionista tem direito a um valor pré-fixado de dividendos, independente do lucro, ou seja, uma vez atingido o montante determinado pelo estatuto, as ações preferenciais com direito ao dividendo fixo não participam dos lucros remanescentes, que serão distribuídos entre as ações ordinárias e preferenciais de outras classes. No dividendo mínimo de ações preferenciais, o estatuto determina um valor mínimo de dividendos, que não pode ser inferior aos dividendos de ações 11.1.4 – Dividendos por ação Preferencial D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 34 de 140 www.exponencialconcursos.com.br ordinárias. Assim, primeira paga-se o dividendo mínimo e, em seguida, paga os dividendos das ações ordinárias. Se o valor dos dividendos de ações ordinárias igualar o valor do dividendo mínimo e sobrar lucro remanescente, os proprietários de ações preferenciais cuja classe distribui dividendos mínimos participam em igualdade de condições com as ações ordinárias. Calculado o dividendo obrigatório, este pode ser destinado para todos os acionistas ou somente para os acionistas preferenciais, dependendo da situação. Por exemplo, se o valor do dividendo obrigatório a ser distribuído for menor ou igual ao montante dos dividendos fixos de ação preferencial, todo o dividendo obrigatório deve ser distribuído aos acionistas preferenciais e, neste caso, os acionistas ordinários não receberão dividendos. O pagamento juros sobre o capital próprio (JSCP) se consubstancia em uma outra forma de se distribuir valores aos sócios ou acionistas, além dos dividendos. Formalmente, não se trata de distribuição de lucros aos sócios, uma vez que os JSCP são calculados pela aplicação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobre o saldo do patrimônio líquido após a exclusão da Reserva de Reavaliação de bens ou direitos da pessoa jurídica, exceto se esta for adicionada na determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido. Em geral, esses juros pagos ou creditados são reconhecidos contabilmente como despesas financeiras. De acordo com o artigo 347 do Regulamento do imposto de Renda, a pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos de apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP (Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º). Portanto, o pagamento de JSCP com possibilidade de dedução do lucro real é facultado pela norma legal. O efetivo pagamento ou crédito dos JSCP fica condicionado à existência: a) de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados; ou b) de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados. Esquematizando: 11.2 – Juros sobre o Capital Próprio D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 09 Prof. Feliphe Araújo 35 de 140 www.exponencialconcursos.com.br Importante observar que o pagamento de JSCP, ao contrário dos dividendos distribuídos, não é isento de Imposto de Renda para os sócios e acionistas. Por isso, ao pagar o JSCP, a entidade deverá reter 15% a título de Imposto de Renda Retido na Fonte e repassá-lo aos cofres públicos em nome dos seus beneficiários. O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos, mas, ainda assim, se sujeita ao IR na fonte. Vamos ver um exemplo com os seguintes dados: TJLP anual = 10% Patrimônio Líquido = R$ 400.000,00 Juros sobre o capital próprio = 10% x 400.000 = R$ 40.000,00 1. Resultado do exercício após CSLL = R$ 50.000,00 1.1 Limite de JSCP = 50% x 50.000 = R$ 25.000,00 2 Reservas de Lucros = R$ 40.000,00 2.1 Limite de JSCP =
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