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Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 1 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Aula 02 Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ SEFAZ GO Professor: Feliphe Araújo D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 2 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 2 - Receitas e Despesas Antecipadas ................................................... 4 3 - Provisões em Geral ....................................................................... 10 3.1 – Provisão e Passivo Contingente........................................................................................... 11 3.1.1 – Cálculo e Constituição de uma Provisão ...................................................................... 13 3.2 – Ativo Contingente ................................................................................................................ 17 3.3 - Provisões do Passivo ............................................................................................................ 18 3.4 – Provisões redutoras do Ativo .............................................................................................. 19 3.4.1 - Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) ................................. 20 4 – Folha de Pagamentos ................................................................... 26 4.1 – Salários brutos ..................................................................................................................... 26 4.2 – Descontos ............................................................................................................................ 28 4.3 – Férias e 13º Salário .............................................................................................................. 31 4.3.1 – Férias e adicional de férias ........................................................................................... 31 4.3.2 – Décimo Terceiro Salário ............................................................................................... 32 5 - Balancete de Verificação .............................................................. 35 6 – Resumo da Aula ........................................................................... 39 7 – Mapa Mental da Aula .................................................................... 44 8 – Questões Comentadas ................................................................. 45 9 – Lista de Exercícios ....................................................................... 85 10 – Gabarito ................................................................................... 102 Aula 02 – CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Despesas antecipadas, receitas antecipadas. Balancete de verificação. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 3 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Olá queridos alunos e alunas, tudo bem? Sejam bem-vindos à aula 02 do curso de Contabilidade Geral e Avançada para os futuros Auditores Fiscais da SEFAZ GO. Hoje vamos tratar de assuntos de muita importância, pois sempre estão presentes nas provas: Despesa Antecipada e Receita Antecipada, Provisões, Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa e Balancete de Verificação. Não se preocupe com a quantidade de páginas, porque mais de 70% dessa aula é composta de exercícios e do resumo, que são utilizados para fixação da matéria e futuras revisões. Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o nosso curso. Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. Treinar é preciso. Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! Vamos começar a nossa aula! Um forte abraço, Feliphe Araújo. “Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”. Ayrton Senna da Silva 1 - INTRODUÇÃO D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 4 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Em atendimento ao princípio da competência, as receitas e despesas são registradas no momento em que ocorrem, independente do seu recebimento ou pagamento. Por causa desse princípio, a receita de venda de uma mercadoria é contabilizada no momento da entrega da mercadoria, que é quando ocorre a transferência de propriedade. Porém, a empresa pode receber o valor da venda antes que efetue a operação de comercialização de mercadoria. Assim, as receitas não são reconhecidas no momento do recebimento dos recursos, mas apenas nos períodos a que se referem. Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. recebe o valor de R$ 10.000,00 do cliente X, em maio/14, referente ao adiantamento para aquisição de mercadorias que serão entregues em agosto/14. Quando o cliente efetua o pagamento, gera uma obrigação para a empresa e um direito para o cliente X de receber o bem. O lançamento do recebimento do dinheiro pela empresa Aprovados Ltda. é: D – Caixa (Ativo circulante) C – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) ................. 10.000,00 Explicação do lançamento: Quando uma empresa recebe adiantamento de clientes ocorre um aumento da conta Adiantamento de Clientes (obrigação) e um aumento de caixa (entrada de bens numerários). O cliente passa a ser credor da empresa Aprovados, por isso, creditamos a conta Adiantamento de Clientes. Ativo Natureza Devedora Entrada de Bens (Dinheiro) Debita Passivo Natureza Credora Aumento de Obrigações Credita Em agosto de 2014, quando a mercadoria for entregue, devemos reconhecer a receita pelo lançamento abaixo: D – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) C – Receita de vendas (Resultado) .................................... 10.000,00 2 - Receitas e Despesas Antecipadas D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 5 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Explicação do lançamento: Quando uma empresa entrega as mercadorias que já tinham sido pagas pelo cliente ocorre uma saída de obrigações (Adiantamento de Clientes) e um aumento de receita (realização da receita por meio da entrega das mercadorias). Passivo Natureza Credora Saída de Obrigações Debita Receita Natureza Credora Aumento de receita (Venda) Credita Acabamos de ver uma hipótese de receita antecipada classificada no passivo circulante. Porém, devemos distinguir esta classificação com a de uma receita antecipada à conta de receitas diferidas, no passivo não circulante. O exemplo clássico de receita antecipada que seria registrada no passivo não circulante – receitas diferidas - é o aluguel recebido antecipadamente, quando não houver cláusula de restituição. A existência de cláusula de não restituição é primordial para classificação dessa receita antecipada em receitas diferidas. As expressões receitas antecipadas e receitas diferidas têm a mesma ideia, qual seja, identificar receitas recebidas de forma antecipada, mas que ainda não foram, respectivamente, realizadas. Em outras palavras, as receitas foram transferidas (diferidas) para serem apropriadas em períodos futuros (por exemplo, mensais ou anuais) por não competirem, respectivamente, aos períodos em que foram recebidas (ou aos períodos em que ocorreram o recebimento antecipado da receita). Porém, a classificação de receita antecipada como receita diferida no passivo não circulante veio com a entrada em vigor da Lei 11.941/09. Vamos analisar o histórico. Antes da entrada em vigor da Lei 11.941/09, existia um grupo chamado de “Resultado de Exercícios Futuros” que era apresentado no balanço patrimonial entre o Passivo Exigível a Longo Prazo (também extinto por essa mesma Lei) e o Patrimônio Líquido. De acordo com a doutrina predominante, uma receita é considerada como de exercício futuro quando: 1) corresponder a recebimento antecipado que, efetivamente, contribuirá para a formação de resultado de exercício futuro; e 2) o valor assim recebido não for passível de devolução pela empresa, nem estiver vinculado a futuro fornecimento de bens ou prestação de serviços (pois, nesse caso, representaria um adiantamento de clientes, classificável no Passivo Circulante ou Passivo Não Circulante, conforme o caso). D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 6 de 102 www.exponencialconcursos.com.br O grupo resultado de exercícios futuros foi extinto com a edição da MP nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/2009. De acordo com as alterações, o saldo existente no resultado de exercício futuro, em 31 de dezembro de 2008, deve ser reclassificado para o passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. Base Legal: Lei nº 6.404/76, artigo 299-B. Portanto, o aluguel recebido antecipadamente é uma receita antecipada que, quando não houver cláusula de restituição (devolução) do dinheiro recebido, deve ser classificada no passivo não circulante como receita diferida. Conforme explicamos inicialmente e com base no histórico recente das bancas, este tem sido o entendimento. Claro, devemos ficar atentos as possíveis ressalvas que as questões de concursos colocarem nos enunciados. Atualmente, em regra, a receita antecipada deve ser classificada no passivo circulante e a receita diferida no passivo não circulante. Vamos agora abordar as despesas antecipadas. A Lei 6.404/76, em seu art. 179, afirma que as contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; O texto destacado refere-se as despesas antecipadas. Geralmente, são valores desembolsados pela empresa de forma antecipada, representando saídas de caixa, sem haver a ocorrência imediata da despesa. O exemplo mais comum, que as bancas cobram em suas provas, é a despesa com seguro. A conta para registrar o pagamento do seguro antecipado é seguros a vencer ou seguros pagos antecipadamente. Na aquisição do seguro, a empresa efetua o pagamento antecipado do prêmio, referente a cobertura para a proteção do bem contra sinistro, em relação a um período futuro. No momento do pagamento, não ocorre a despesa. Assim, inicialmente, o pagamento antecipado é registrado como um direito (despesa antecipada), no ativo. Dentro do período de cobertura do seguro, de acordo com o regime de competência, a despesa é lançada mensalmente. Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. efetuou, em 01/07/14, o pagamento de R$ 1.200,00, referente ao seguro de veículo, com vigência de 12 meses a partir dessa data. - Valor total do seguro: R$ 1.200,00; - Vigência de 01/07/14 a 30/06/15 (12 meses); - Despesa mensal de seguro: R$ 100,00 (1.200/12); Na data do pagamento, em 01/07/14, o lançamento será: D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 7 de 102 www.exponencialconcursos.com.br D – Seguros a Vencer (Ativo Circulante) C - Caixa (Ativo Circulante) ............................. 1.200,00 Explicação do lançamento: Quando uma empresa paga antecipadamente um seguro ocorre uma entrada de direitos (Seguros a vencer) e um saída de bens numerários (dinheiro). Ativo Natureza Devedora Entrada de Direitos Debita Caixa Ativo Natureza Devedora Saída de bens (dinheiro) Credita Em 31/07/14, a parcela mensal do seguro será apropriada como despesa no resultado: D – Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) C - Seguros a Vencer (Ativo) ......................................... 100,00 Explicação do lançamento: Ativo Natureza Devedora Diminuição de Direitos Credita Despesa Natureza Devedora Aumento de despesa Debita Em 31/08/14, bem como nos meses subsequentes, até terminar o contrato (30/06/2015), devemos efetuar o mesmo lançamento referente a parcela mensal do seguro. Para consolidar o aprendizado, vamos as questões. (ESAF/ATRFB/2009) Determinada empresa, cujo exercício social coincide com o ano-calendário, pagou a quantia de R$ 1.524,00 de prêmio de seguro contra incêndio no dia 30 de setembro de 2007. A apólice pertinente a essa transação cobre riscos durante o período de primeiro de outubro de 2007 a 30 de setembro de 2008. Considerando o princípio da competência de exercícios, o Contador da empresa registrou o pagamento dos gastos na conta Seguros a Vencer. No balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2007, após as apropriações de praxe, o saldo desta conta, "Seguros a Vencer", deverá ser de a) R$ 1.260,00. b) R$ 381,00. c) R$ 1.055,00. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 8 de 102 www.exponencialconcursos.com.br d) R$ 1.172,20. e) R$ 1.143,00. Resolução: - Valor total do seguro: R$ 1.524,00; - Vigência de 01/10/07 a 30/09/08 (12 meses); - Despesa mensal de seguro: R$ 127,00 (1.524/12); Devemos apropriar três meses como despesa de seguro até dezembro, totalizando o valor de R$ 381,00 (127,00 x 3). Assim, em 31/12/07, o saldo da conta seguros a vencer será de R$ 1.143,00 (1.524,00 - 381,00). Não precisa fazer os lançamentos para responder à questão. Assim, expliquei acima o método mais rápido encontrar a resposta no dia da prova. Porém, vou detalhar abaixo outra maneira de resolução para melhor fixaçãodo conteúdo. (1) Lançamento do pagamento: D - Seguros a Vencer (Ativo) C - Caixa (Ativo circulante) ......................... 1.524,00 (2) Apropriação da despesa no mês de outubro: D - Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) C - Seguros a Vencer (Ativo) ........................ 127,00 (3) Apropriação da despesa no mês de novembro: D – Prêmio de seguros (resultado) C - Seguros a Vencer (Ativo) ........................ 127,00 (4) Apropriação da despesa no mês de dezembro: D – Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) C - Seguros a Vencer (Ativo) ....................... 127,00 Seguros a Vencer (1) 1524 127 (2) 127 (3) 127 (4) 1524 381 1143 Gabarito: Letra E. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 9 de 102 www.exponencialconcursos.com.br (FCC/Auditor Fiscal – ISS Teresina/2016) Uma empresa contratou os serviços de uma transportadora pelo prazo de um ano e o valor total do contrato negociado foi R$ 1.200.000,00. O contrato foi assinado em 01/09/2015, entrou em vigor imediatamente, sendo que o volume mensal a ser transportado já estava estabelecido em cláusula contratual e era constante durante todo prazo contratado. A empresa efetuará o pagamento do valor total no final do prazo do contrato, e este somente poderá ser rescindido antecipadamente com o pagamento integral do valor contratado, sem qualquer desconto. Os valores evidenciados na Demonstração do Resultado de 2015 e os saldos das contas do Balanço Patrimonial em 31/12/2015, decorrentes do contrato assinado e efetivado em 01/09/2015, foram: (A) Despesas com Transporte = R$ 400.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 400.000,00. (B) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00 e Contas a pagar = R$ 400.000,00. (C) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; Contas a pagar = R$ 400.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. (D) Despesas Antecipadas = R$ 1.200.000,00 e Contas a pagar = R$ 1.200.000,00. (E) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; Contas a pagar = R$ 1.200.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. Resolução: Pessoal, essa é uma questão bem interessante e pode ser uma novidade da FCC e tendência de outras bancas. Uma parte da doutrina contábil entende que, mesmo sem ocorrer o efetivo pagamento antecipado, a empresa deve registrar uma despesa antecipada em casos específicos, como por exemplo os prêmios de seguros, quando parcelados ou financiados. A despesa será apropriada de acordo com o regime de competência. Assim, o lançamento correto na data da assinatura do contrato é: D – Despesas Antecipadas (Ativo) .................. 1.200.000,00 C – Contas a Pagar (Passivo) ......................... 1.200.000,00 Depois, a empresa deve apropriar mensalmente a despesa com transporte: - Despesa mensal com transporte: R$ 100.000,00 (1.200.000/12). D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 10 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Até 31/12/2015, devemos apropriar quatro meses (setembro a dezembro) como despesa com transporte, na DRE, totalizando R$ 400.000,00 (100.000 x 4). Portanto, em 31/12/2015, o saldo da conta despesas antecipadas será de R$ 800.000,00 (1.200.000 – 400.000). O saldo de contas a pagar não foi alterado, porque o pagamento ocorrerá somente ao final do contrato. Assim, temos que: Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; Contas a pagar = R$ 1.200.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. Gabarito: Letra E. O tratamento das Provisões é realizado, de forma geral, pelo CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. O objetivo deste Pronunciamento Técnico (CPC 25) é estabelecer que sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor. Contudo, caso exista outro Pronunciamento Técnico que trate de algum tipo específico de provisão, o CPC 25 estabelece que deverá ser aplicado o pronunciamento específico em vez da regra geral contida no item 5 do CPC 25). As principais bancas de concurso do país não têm obedecido os pronunciamentos do CPC, no que se refere as provisões. De acordo com os pronunciamentos, só existem provisões do passivo. Para as bancas, as provisões podem ser retificadoras do ativo ou aumentativas do passivo. Provisões são estimativas realizadas em relação a valores que provavelmente serão perdidos no futuro, porém, há incertezas em relação ao montante ou a data em que a perda se efetivará. Logo, a provisão trata-se de um passivo de prazo ou valor incerto. O CPC 25 – Provisões, Ativos Contingentes e Passivos Contingentes - não se aplica às provisões utilizadas para ajustes de valor contábil do ativo (item 7, CPC 25). Em alguns países, a depreciação, os créditos de liquidação duvidosa (ou as perdas prováveis com direitos a receber) e as perdas estimadas com estoques, entre outras, são tratadas como provisões, mas tais ajustes não estão no âmbito do presente CPC 25. 3 - Provisões em Geral D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 11 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Assim, em virtude da incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação, as provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência. Portanto: (a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e (b) os passivos derivados de apropriações por competência são passivos a pagar por bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões. Os passivos derivados de apropriação por competência são frequentemente divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente. Por exemplo, as despesas de férias e 13º salário não deveriam ser reconhecidas como provisionamento, pois registra uma obrigação de valor e existência certos. Assim, devemos chamar as apropriações pelo regime de competência de Férias a Pagar, por exemplo, e não de Provisão para Férias. Porém, vamos ver que as bancas continuam a utilizar as expressões provisão para férias e provisão para 13º Salário, devido a sua ampla aplicação na contabilidade, apesar de estarem incorretas, do ponto de vista técnico. Como exemplo de provisão do passivo, temos a provisão para indenizações trabalhistas; e do ativo, a provisão para devedores duvidosos. Esta conta está sempre presente nas questões deconcurso. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes: 3.1 – Provisão e Passivo Contingente D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 12 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas quanto ao seu prazo ou valor. Porém, no Pronunciamento Técnico CPC 25 o termo “contingente” é usado para passivos e ativos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controle da entidade. Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento. Este Pronunciamento Técnico distingue entre: (a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e (b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são: (i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou (ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação). PROVISÃO É um passivo de prazo ou de valor incertos. PASSIVO CONTIGENTE É uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque: não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja exigida para liquidar a obrigação; o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade. ou ou D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 13 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida. Uma obrigação legal é aquela decorrente de contrato, legislação ou outra ação de lei. Uma obrigação não formalizada, por sua vez, decorre de ações passadas da entidade, seja via padrão estabelecido no passado, políticas publicadas ou declaração atual suficientemente específica, que a comprometam com outras partes, ainda que de forma não formalizada. Logo, se a entidade cria a expectativa válida com outras partes de que cumprirá alguma responsabilidade, ela assume uma obrigação não formalizada. Não se pode considerar obrigações aquelas a surgirem em fatos geradores futuros, nem aquelas que dependam de eventos futuros para se materializarem. Vamos ver a constituição de uma Provisão na prática. Exemplo: Vamos supor que determinada entidade seja alvo de uma ação judicial trabalhista, originada na reclamação de um antigo empregado que acusa a empresa de não pagamento de gratificações por produtividade. Inicialmente, os advogados da empresa avaliam ser provável que a empresa não seja responsabilizada, pois, os recibos de pagamentos dos empregados estão, todos, devidamente assinados. Por meio deles, pôde-se verificar que a empresa efetuou os pagamentos correspondentes, conforme demonstrado nos comprovantes de rendimentos fornecidos. Como os advogados da empresa avaliam ser provável que a empresa não seja responsabilizada, devemos entender que não há uma "obrigação presente" e, portanto, nenhuma provisão deverá ser reconhecida nas demonstrações financeiras do exercício. Voltando ao nosso exemplo, no curso do processo o empregado traz provas que se contrapõem às da empresa. Testemunhas e outros documentos Uma provisão deve ser reconhecida quando a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado; seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liquidar a obrigação; e possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação. 3.1.1 – Cálculo e Constituição de uma Provisão D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 14 de 102 www.exponencialconcursos.com.br evidenciam que, apesar das folhas de pontos demonstrarem o pagamento das gratificações para períodos mensais, a empresa não efetuou o pagamento com os valores corretos, baseado em relatório do setor de produção. A partir destas novas evidências, os advogados da empresa entendem que a Justiça pode vir a dar razão aos empregados e, portanto, no curso do processo judicial e na ocasião de novo balanço, avaliam ser provável que a empresa venha a ser responsabilizada, fato que implicará no pagamento de indenização ao empregado. Como o resultado da ação judicial, provavelmente, será em desfavor da empresa, surge, a partir do momento em que é feita esta nova avaliação, uma "obrigação presente, cuja saída de recursos no futuro seja provável". Além disso, por se tratar de uma ação judicial, os advogados podem estimar, com algum grau de confiança, os valores a que a entidade estará obrigada a desembolsar no futuro, em caso de responsabilização. Portanto, neste cenário, faz-se necessário o reconhecimento de uma provisão à data do balanço, a fim de que seja apresentada nas demonstrações financeiras esta obrigação presente. Assim, para o nosso exemplo, os advogados indicam os seguintes cenários para a empresa: Cenários prováveis Desembolso (R$) Probabilidade Hipótese 1 10.000,00 10% Hipótese 2 25.000,00 60% Hipótese 3 32.000,00 30% Vejam que, dos cenários traçados, o mais provável de acontecer é a hipótese 2, com 60% de chance. Neste cenário, a empresa estaria obrigada ao pagamento de indenização no montante de R$ 25.000,00 ao empregado. Sendo assim, frente à análise dos peritos na data do balanço, a empresa deve contabilizar uma Provisão para Riscos Trabalhistas, no mesmo montante. O lançamento seria o seguinte: Lançamento no Diário D - Despesa com Provisão para Riscos Trabalhistas C - Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) ................ 25.000,00 A contrapartida pela constituição de qualquer provisão será, sempre, uma conta de despesa, conforme evidenciado acima. A reversão das provisões, por sua vez, se dá em contrapartida de contas de receita. Ou seja, se, por algum motivo, a empresa faz uma nova estimativa e descobre o que o valor provável de indenização é, na verdade, de R$ D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo. U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 15 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 15.000,00, ela deverá reverter parte da provisão anterior, pelo seguinte lançamento na data do novo balanço: Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) a Reversão de Provisão para Riscos Trabalhistas (Receita) 10.000,00 Percebam que as estimativas nos cenários não é algo estático, elas devem ser realizadas frequentemente pela companhia, no mínimo a cada data de balanço, a fim de que as estimativas correntes sejam as melhores possíveis. Se a administração entender que não há mais obrigação presente que implique na saída de recursos econômicos (por exemplo, os advogados da empresa passam a acreditar, novamente, que a probabilidade de a empresa vencer a causa trabalhista é maior que a de perdê-la), a provisão deverá ser revertida. É importante esclarecer que, no reconhecimento de provisões, a entidade não deve considerar como base o valor mais “pessimista” possível, mas o mais provável de acontecer. Por isso que, no exemplo anterior relativo ao tópico de cenários, a entidade provisionou o valor referente ao cenário “hipótese 2”, pois este era o mais provável de ocorrer. Assim, o valor a ser apurado para as provisões deverá ser a melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço (item 36, CPC 25). Por fim, vamos supor que a empresa foi condenada ao pagamento da indenização do valor inicialmente reconhecido, ou seja, R$ 25.000,00. O lançamento, neste caso, seria apenas no sentido de registrar a saída dos recursos (o desembolso) em contrapartida da provisão, reduzindo seu saldo: Provisão para Riscos Trabalhistas a Caixa ........................ 25.000,00 Contudo, como estamos falando de uma estimativa, pode ser que a empresa seja condenada a indenizar seu funcionário com, apenas, R$ 20.000,00. Nesta situação, a empresa precisaria fazer dois lançamentos: 1) um no sentido de registrar o desembolso: Provisão para Riscos Trabalhistas a Caixa ......................... 20.000,00 2) e outro para reverter o excesso de valor provisionado: Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) a Reversão de Provisão para Riscos Trabalhistas (Receita) 5.000,00 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 16 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Explicado o assunto, vamos resumir como as bancas gostam de cobrar as questões sobre esse tópico. Assim, temos três possíveis situações: 1. Perda provável: Se há uma obrigação presente que provavelmente requer uma saída de recursos, a Provisão deve ser reconhecida e divulgada em nota explicativa. 2. Perda possível (não provável): Se há uma obrigação possível ou uma obrigação presente que pode requerer, mas provavelmente não irá requerer uma saída de recursos, nenhuma Provisão deve ser reconhecida, mas é exigida a divulgação em nota explicativa para o Passivo Contingente. 3. Perda remota: Se há uma obrigação possível ou uma obrigação presente cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota, nenhuma Provisão é reconhecida e nem divulgada. Esquematizando: (FCC/ACE - TCE - CE/2015) As informações sobre diversos processos movidos contra a empresa Riscos e Problemas S.A. são apresentadas na tabela a seguir, com a avaliação da área jurídica quanto à possibilidade de perda por parte da empresa. Sabe-se que ainda não ocorreu nenhuma audiência nem julgamento para qualquer das ações informadas. Estas informações serão utilizadas para a elaboração do Balanço Patrimonial em 31/12/2014: Informações disponíveis em 31/12/2014 Tipo de Processo Valor Estimado (R$) Probabilidade Perda Ações Trabalhistas 500.000,00 Provável Ação Fiscal relativa ao IPI 1.800.000,00 Provável Ação sobre danos ambientais 1.200.000,00 Remota Ação Fiscal relativa ao ICMS 300.000,00 Possível Tratamento contábil das Provisões e do Passivos Contingentes Provável Contabiliza e divulga em notas explicativas a Provisão Possível (não provável) Não contabiliza a Provisão, mas divulga em notas o Passivo Contingente Remota Não contabiliza e não divulga em notas o Passivo Contingente D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 17 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Ação Fiscal relativa ao PIS 1.200.000,00 Provável Com base nas informações anteriores e sabendo que todos os valores estimados são confiáveis, o valor evidenciado como provisão no passivo no Balanço Patrimonial de 31/12/2014 foi, em reais, a) 5.000.000,00. b) 3.800.000,00. c) 300.000,00. d) 0,00 (zero). e) 3.500.000,00. Resolução: A esquematização abaixo resume este assunto: Assim, deverá ser constituída provisão no passivo referente aos processos com probabilidade de perda provável no valor de R$ 3.500.000,00, conforme cálculo abaixo: Ações Trabalhistas ................... R$ 500.000,00 + Ação Fiscal relativa ao IPI ...... R$ 1.800.000,00 + Ação Fiscal relativa ao PIS ...... R$ 1.200.000,00 = PROVISÕES ...................... R$ 3.500.000,00 Gabarito: Letra E. Os ativos contingentes são caracterizados em situações nas quais, como resultado de eventos passados, há um ativo possível cuja existência será Tratamento contábil das Provisões e do Passivos Contingentes Provável Contabiliza e divulga em notas explicativas a Provisão Possível (não provável) Não contabiliza a Provisão, mas divulga em notas o Passivo Contingente Remota Não contabiliza e não divulga em notas o Passivo Contingente 3.2 – Ativo Contingente D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 18 de 102 www.exponencialconcursos.com.br confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade. As entidades não devem reconhecer os ativos contingentes, exceto quando há realização do ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado, bem como sua divulgação. Quando a probabilidade de entrada de recursos for provável, o ativo contingente deve ser divulgado em notas explicativas. Esquematizando: Segue um quadro sobre as despesas que geram obrigações (provisões do passivo), de acordo com as bancas: Resultado Passivo Circulante ou Passivo Não Circulante Despesa com IR Provisão para Imposto de Renda (IR) Despesa com CSLL Provisão p/ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Despesa de férias Provisão para férias Despesa 13º salário Provisão para 13º salário Lembramos que as despesas acima não deveriam ser reconhecidas como provisionamento, pois registra uma obrigação de valor e existência certos. Assim, devemos chamar as apropriações pelo regime de competência de Férias a Pagar, por exemplo, e não de Provisão para Férias. Porém, vamos ver que as bancas continuam a utilizar as expressões provisão para férias e provisãopara 13º Salário, devido a sua ampla aplicação na contabilidade, apesar de estarem incorretas, do ponto de vista técnico. Tratamento contábil dos Ativos Contingentes Praticamente certa O ativo não é contigente; Deve ser considerado um Ativo; Provável Não contabiliza, mas divulga em notas o Ativo Contingente; Possível (não provável) Não contabiliza e não divulga em notas; Não é Ativo; 3.3 - Provisões do Passivo D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 19 de 102 www.exponencialconcursos.com.br A própria legislação do imposto de renda reforça, pois admite a constituição, como custo ou despesa operacional, das seguintes provisões (Lei no 9.249, de 1995, art. 13, I, e RIR/1999, art. 335): Provisões constituídas para o pagamento de férias de empregados (RIR/1999, art. 337); Provisões para o pagamento de décimo terceiro salário (RIR/1999, art. 338); Provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida em lei especial a elas aplicável (RIR/1999, art. 336); Segue um quadro sobre as despesas que geram reduções nos respectivos ativos (contas retificadoras do ativo), de acordo com as bancas: Resultado Retificadora do Ativo Despesa com ajuste do valor do estoque Provisão para ajuste ao valor de mercado Despesa com devedores duvidosos Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD) * Despesa com perdas de investimentos Provisão para perdas em investimentos Lembramos que as despesas acima não deveriam ser reconhecidas como provisionamento, pois, de acordo com o CPC 25, provisão é um passivo de prazo ou valor incertos. Portanto, de acordo com o CPC 25, o nome correto dessas contas é: Resultado Retificadora do Ativo Despesa com ajuste do valor do estoque Perdas estimadas para ajuste ao valor de mercado Despesa com devedores duvidosos Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) * Despesa com perdas de investimentos Perdas estimadas em investimentos 3.4 – Provisões redutoras do Ativo D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 20 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Aprofundando o assunto: Antigamente, o registro das possíveis perdas de contas a receber era feito na conta “Provisão para Devedores Duvidosos” ou “Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa”, pois entendia-se que seria uma provisão de ativos, em uma conta retificadora. Atualmente, atendendo as Normas Internacionais de Contabilidade, o nome mais apropriado para a conta que registra as possíveis perdas de contas a receber é “Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos”. Entende-se que estão estimando o valor com perdas de devedores duvidosos e não mais provisões, que é algo incerto. Assim, em conformidade com os pronunciamentos contábeis, só existem provisões do passivo. Por isso, nas provas, o correto é ter a nomenclatura “Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos” para registro das possíveis perdas de contas a receber. Embora seja contrária as normas internacionais de contabilidade, as bancas continuam a nomear a conta “Provisão para Devedores Duvidosos” ou “Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa” para registro das possíveis perdas de contas a receber, entendendo que seria uma provisão do ativo. Resumindo: 1. Só existem provisões do Passivo. O nome correto da conta para registro das possíveis perdas de contas a receber é “Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos”. 2. Porém, as bancas continuam a utilizar a nomenclatura antiga, considerando a conta “Provisão para Devedores Duvidosos” para registro das possíveis perdas de contas a receber, entendendo que seria uma provisão do ativo. Assim, você só utiliza o item 2 se não houver alternativas com o item 1. Com o tempo, as bancas vão mudar para o novo posicionamento. Tenho que explicar, porque algumas bancas continuam a utilizar o entendimento antigo, mesmo sabendo que o correto é considerar a conta “Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos” para registro das possíveis perdas de contas a receber. Em atendimento a Lei das Sociedades Anônimas e ao Princípio da Prudência, deve ser constituída a Perda Estimada para Devedores Duvidosos (PEDD). 3.4.1 - Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 21 de 102 www.exponencialconcursos.com.br As Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa se referem a ajustes no valor contábil de direitos a receber, em contas como “Contas a Receber”, “Duplicatas a Receber”, ou outra denominação, que ficam sujeitas ao risco de perda pelo não recebimento integral dos direitos, em razão da inadimplência dos clientes. A PECLD, em regra, é calculada mediante a aplicação de um percentual médio dos créditos não recebidos nos últimos três anos. O nome mais apropriado para essa conta, de acordo com as normas internacionais de contabilidade, é Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD), embora o nome usualmente utilizado na contabilidade seja Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD), sendo este amplamente utilizados pelas bancas nas questões de concurso. O pronunciamento técnico CPC 25 ratifica o explicado acima, quando define provisão como passivo de prazo ou valor incertos. Em alguns países o termo “provisão” é também usado no contexto de itens tais como depreciação, redução ao valor recuperável de ativos e créditos de liquidação duvidosa: estes são ajustes dos valores contábeis de ativos e não são tratados no CPC 25. A PECLD não é mais dedutível para fins de imposto de renda. Ao contrário, as perdas efetivas são dedutíveis, conforme Lei nº 9.430/1996: Art. 9º As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, observado o disposto neste artigo. § 1º Poderão ser registrados como perda os créditos: I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II - sem garantia, de valor: a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança administrativa; c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor queesta tenha se comprometido a pagar. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 22 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Continuando, para os créditos decorrentes de operações com garantia, como a alienação fiduciária ou a hipoteca, não é adequado constituir PECLD. No caso de clientes em recuperação judicial, o credor deve reconhecer como PECLD apenas o valor que o devedor não se compromete a pagar. Lembrando que, embora não seja mais dedutível do imposto de renda, as entidades devem continuar reconhecendo as perdas na contabilidade, para que os balanços sejam um reflexo da verdadeira situação da empresa. Para o cálculo do imposto de renda, os valores das perdas devem ser ajustados no LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real. Exemplo: a empresa Sortudos possui valores a receber de clientes no montante de R$ 20.000,00, em 31.12.13. A taxa de inadimplência é de 3%. Vamos supor que a conta de PECLD ainda não possuía valores. 1. Ao final do período, deve ser constituída uma perda de: D – Despesa com PECLD (resultado) C – PECLD (Ret. Ativo) ...................... 600,00 = (3% X 20.000) No balanço patrimonial, a conta PECLD aparece após valores a receber: Ativo ...................................................................... 19.400,00 Duplicatas a Receber ou clientes ................................. 20.000,00 (-) Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (600,00) 2. No caso de os créditos serem considerados incobráveis, devemos dar baixa na conta duplicatas a receber mediante um crédito em contrapartida com um débito na conta PECLD. Considerando o exemplo acima, vamos supor que no ano de 2014 os R$ 600,00 foram considerados incobráveis. Portanto, a baixa de uma duplicata no valor de R$ 600,00 seria contabilizada conforme abaixo: D – PECLD (Retificadora do ativo) C – Duplicatas a Receber (ativo) ...................... 600,00 3. Se os créditos considerados incobráveis no ano corrente superarem o valor da estimativa de perdas registradas no balanço do ano anterior, o excesso deverá ser contabilizado em conta do resultado. Considerando o valor da conta PECLD de R$ 600,00 e as perdas no ano de 2014 no valor de 800,00, o lançamento será: D – PECLD (ret. do ativo) ............................... 600,00 D – Perdas com clientes (resultado) ................. 200,00 (800,00 – 600,00) C – Duplicatas a receber (ativo) ...................... 800,00 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 23 de 102 www.exponencialconcursos.com.br 4. Quando a entidade contabiliza uma perda estimada para créditos de liquidação duvidosa, ela o faz baseada em estimativas, pois não sabe precisar, ao certo, qual montante de débitos de seus clientes não serão honrados. A reversão da PECLD é a contabilização que se faz necessária para reconhecer que parte dos valores considerado perdidos pela entidade foram, ao longo do exercício seguinte, recebidos de seus clientes. Exemplo: do valor de R$ 600,00 identificados como PECLD no balanço patrimonial, R$ 400,00 foram considerados incobráveis e o restante, no valor de R$ 200,00, foi recebido em razão do pagamento dos clientes. Portanto, a parcela de R$ 200,00 deve ser revertida como receita, para o resultado, mediante o seguinte lançamento: D – PECLD (retificadora do Ativo) C – Reversão de provisão (receita – resultado) .............. 200,00 Os R$ 400,00 de créditos considerados incobráveis devem ser baixados, conforme já vimos, mediante o lançamento a seguir: D – PECLD (Retificadora do ativo) C – Duplicatas a Receber (ativo) ................................. 400,00 5. O recebimento de créditos (contas a receber de clientes) que tinham sido baixados em períodos anteriores, em virtude de serem considerados incobráveis, é contabilizado a débito na conta Caixa e a crédito na conta “Recuperação de Créditos Baixados”, representativa de Outras Receitas Operacionais. D – Caixa C – Recuperação de Créditos Baixados .......................... Valor Para finalizar, prestem bem atenção, porque iremos explicar dois métodos utilizados para reconhecimento da despesa com PECLD, quando a conta PECLD (retificadora do ativo) possuir saldo do ano anterior a ser revestido. Exemplo: A empresa Sortudos apresentou no balanço patrimonial de 2013 a conta Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) com saldo credor de R$ 500,00. Durante o ano de 2014, não ocorreu baixa no saldo da conta PECLD (Retificadora do Ativo). Ao final do exercício de 2014, a empresa possuía duplicatas a receber no valor de R$ 100.000,00, com experiência de perdas no recebimento de créditos, ocorrida nos últimos três anos, em média de 2%. 1. Vamos ver como seria o cálculo pelo método da reversão. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 24 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Primeiro, precisamos reverter o saldo da conta PECLD, mediante o lançamento a seguir: D – PECLD C – Reversão de PECLD (receita) .............. 500,00 Depois, registramos a despesa com PECLD do ano corrente (2014): D – Despesa com PECLD C – PECLD (retificadora do ativo) ............ 2.000,00 (2% x 100.000) Pelo método da reversão, teremos uma receita com reversão de PECLD no valor de R$ 500,00 e uma despesa com PECLD no valor de R$ 2.000,00. Este é o procedimento correto. 2. Vamos ver como seria o cálculo pelo método da complementação. Neste caso, ao contabilizar uma nova provisão no exercício de 2014, a empresa aproveita o saldo da conta PECLD do ano de 2013 e só contabiliza o complemento no resultado. Assim, o valor da despesa de 2014 com PECLD é de R$ 1.500,00 (2.000,00 - 500,00). D – Despesa com PECLD (resultado) C – PECLD (retificadora do Ativo) ..................................... 1.500,00 Razonete das contas depois de reconhecer o fato contábil: Despesa com PECLD (2) 1.500 EPCLD 500 (SI) 1.500 (2) Portanto, pelo método da complementação, temos uma despesa com PECLD no valor de R$ 1.500,00. Pelos dois métodos, o valor que deve constar no balanço patrimonial para a conta PECLD é R$ 2.000,00 (2% x 100.000). A banca ESAF adota o método da complementação. Não temos questões da FCC sobre este tópico. Por isso, na prova, se vier uma questão deste assunto, preste bem atenção no enunciado, pois a banca irá dar algum direcionamento para utilização pelo método da reversão ou método da complementação. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 25 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Vamos praticar futuros Auditores! (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ – PI/2015) A Cia. Vende a Prazo S.A. apresentava em seu Balanço Patrimonial de 31/12/2013os seguintes saldos relativos às suas vendas a prazo: - Duplicatas a Receber de Clientes: R$ 500.000,00 - Estimativa para Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa (EPCLD): R$ 25.000,00 Em fevereiro de 2014, a Cia. Vende a Prazo S.A. foi informada de que um importante cliente não tinha condições de saldar a sua dívida no valor de R$ 20.000,00 que foi considerada incobrável. Ao reconhecer este evento, a Cia. Vende a Prazo S.A. (A) reduziu o saldo total do Ativo. (B) reconheceu uma Perda com Clientes no resultado do período. (C) creditou a conta EPCLD e debitou o Resultado do período. (D) reduziu o Patrimônio Líquido. (E) reduziu o saldo de Duplicatas a Receber de Clientes. Resolução: Razonete das contas antes de reconhecer o evento: Duplicatas a Receber 500.000 EPCLD 25.000 Os valores considerados incobráveis de um ativo a receber devem ser baixados da conta EPCLD, tendo como contrapartida a própria conta de ativo retificada. (1) Lançamento: D - EPCLD (Retificadora do Ativo) C - Duplicatas a Receber de Clientes (Ativo) ................. 20.000,00 (2) Registro no razonete: Duplicatas a Receber 500.000 20.000 (1) 480.000 EPCLD (1) 20.000 25.000 5.000 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 26 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Este lançamento tem por objetivo espelhar que aquele ativo a receber não tem mais motivo de existir, porque a empresa não irá recebê-lo. Portanto, ao reconhecer o evento da questão, a Cia. Vende a Prazo S.A. reduziu o saldo de Duplicatas a Receber de Clientes de R$ 500.000,00 para R$ 480.000,00 (500.000 – 20.000). A resposta da questão é a letra E. Vamos, agora, verificar os erros das outras alternativas: a) incorreta. Não houve alteração no saldo total do ativo, pois uma conta foi debitada e outra foi creditada, no mesmo valor. b) incorreta. O reconhecimento da despesa de Perdas com Clientes de Liquidação Duvidosa é feito no momento em que se estima o quanto do montante a receber não será honrado pelos credores, e não no momento em que parte ou todo o montante estimado é dado como incobrável. c) incorreta. Conforme lançamento realizado acima, debitamos a conta EPCLD e creditamos a conta Duplicatas a Receber de Clientes. Quando a empresa credita a conta EPCLD e debita o Resultado do período, ocorre o reconhecimento da despesa com perdas estimadas, ou seja, tal lançamento ocorre no momento em que se estima o montante que não será honrado pelos credores. d) incorreta. Não ocorreu alteração do PL, conforme lançamento acima. Gabarito: Letra E. A folha de pagamentos é um documento obrigatório elaborado pelas entidades, com ou sem fins lucrativos, que discrimina os nomes de seus empregados e os respectivos salários brutos, descontos e salários líquidos a serem pagos. O salário bruto (ou a remuneração bruta) compreende: Salário básico (ou piso salarial da categoria); Horas extras; Gratificações (exemplo: chefia); Salário-família; e Salário-maternidade; 4 – Folha de Pagamentos 4.1 – Salários brutos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 27 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Segue os principais conceitos ligados a salários: O salário bruto deve ser contabilizado de acordo com o regime de competência. Os salários líquidos são os valores que os empregados efetivamente receberão. Salário líquido = salário bruto – descontos Exemplo: A folha de pagamento do mês de setembro de 2014 da empresa Sortudos Ltda. apresentava os seguintes valores: Salários brutos = 10.000,00; Descontos = 1.000,00; Salários líquidos = 9.000,00; A empresa só efetua o pagamento dos salários no dia 05 de outubro. 1. Reconhecimento da despesa de salários do mês de setembro: D – Salários (despesa de salários) C – Salários a pagar (Passivo) ........... 10.000,00 Explicação do lançamento: Despesa de salários Natureza Devedora Debita Passivo Natureza Credora Entrada de obrigações Credita 2. Contabilização do pagamento dos salários no dia 05 de outubro: D – Salários a pagar (Passivo) C – Caixa ........................................ 9.000,00 Salário básico É o valor recebido pelo empregado pela execução do seu trabalho, em regra, mediante pagamento mensal Salário-família É um benefício pago aos trabalhadores de baixa renda; O empregador paga o salário família e, depois, compensa com o valor devido de INSS. É uma despesa do governo Salário-maternidade É um benefício pago as trabalhadoras que vão ter filhos. O empregador paga o salário-maternidade e, depois, compensa com o valor devido de INSS. É uma despesa do governo D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 28 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Explicação do lançamento: Passivo Natureza Credora Saída de obrigações Debita Ativo Natureza Devedora Saída de bens numerários (dinheiro) Credita A contabilização dos descontos será explicada no tópico 5.2. A empresa efetivamente paga o valor do salário-família e do salário- maternidade aos seus funcionários. Porém, o salário-família e o salário- maternidade são despesas do governo e não da empresa. Assim, esses valores serão recuperados pela empresa no momento do recolhimento das contribuições previdenciárias (INSS). Nas relações de trabalho, além dos salários brutos, a empresa tem a obrigação de recolher os encargos sociais, que são o FGTS e a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento. Estes são registrados como custo ou despesas da empresa, de acordo com o regime de competência. 3. Lançamentos das despesas com INSS e FGTS: D - Encargos sociais (INSS + FGTS) - Despesa C - INSS a recolher (passivo) C - FGTS a recolher (passivo) Os descontos correspondem às retenções e compensações que são descontadas pela entidade (empregador) do salário bruto dos funcionários. As retenções são os valores que a empresa tem a responsabilidade legal de descontar e recolher a terceiros ou ao Governo, por exemplo, o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), o INSS dos segurados (empregados), a contribuição sindical etc. FGTS É um depósito mensal em uma conta na Caixa Econômica Federal, em nome do empregado, de 8% do seu salário. Tem por objetivo protegê-lo em caso de demissão por justa causa. É despesa da empresa. Contribuição Previdenciária (INSS) Patronal É um tributo devido pela empresa mediante o recolhimento de um percentual sobre a folha salarial. Geralmente, as bancas utilizam o percentual de 20%. É despesa da empresa. 4.2 – Descontos D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 29 de 102 www.exponencialconcursos.com.brO IRRF e o INSS dos segurados são despesas dos empregados, que são retidos pelo empregador. Esclarecer que essas despesas estão incluídas dentro do valor do salário bruto do empregado. Contabilização das retenções (IRRF e INSS dos segurados): D - Salários a pagar (Passivo) C - INSS a recolher (passivo) – parte previdência do empregado C - IRRF a recolher (passivo) – imposto de renda – pessoa física O valor dos salários a pagar (obrigação) diminui, porque a empresa é obrigada a reter os valores de INSS dos segurados e de IRRF para recolhimento aos cofres públicos. Assim, a empresa só efetua o pagamento do salário líquido ao empregado. Já as compensações são valores que devem ser descontados dos salários brutos dos empregados e que não serão repassados a terceiros. Os casos mais comuns de compensações são o adiantamento de salários e os empréstimos aos empregados. Exemplo: Lançamento no diário de um adiantamento concedido. Esse adiantamento é um direito da empresa em relação aos empregados, porque caracteriza uma despesa antecipada, logo, deve ser contabilizado em conta do ativo. Registro do adiantamento: D - Adiantamento aos empregados (ativo) C - Caixa (ativo) Depois de reconhecida a despesa de salários, o empregado pode efetuar o desconto do funcionário referente ao adiantamento, mediante o seguinte lançamento: Contribuição Previdenciária (INSS) Segurado É o valor da contribuição do empregado ao INSS para receber no futuro uma aposentadoria; É descontado do salário recebido pelo trabalhador. É uma despesa do empregado. Imposto de Renda Retido na Fonte É o valor retido do salário do empregado pela empresa para posterior entrega aos cofres públicos. Acontece quando o salário bruto do empregado for superior às faixas de incidência do imposto de renda. É uma despesa do empregado. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 30 de 102 www.exponencialconcursos.com.br D - Salários a pagar (passivo) C - Adiantamento aos empregados (ativo) Trago um exemplo que engloba todos os conceitos estudados até aqui. Exemplo: A folha de pagamento do mês de setembro de 2014 da empresa Sortudos Ltda. apresentava os seguintes valores: Salários = 10.000,00 INSS patronal = 20% + 2% (contribuições ao sistema S, como o SENAC) INSS segurado = 11% Salário maternidade = R$ 1.000,00 FGTS = 8% Qual o valor das despesas com pessoal dessa empresa no mês de setembro? A empresa só vai pagar de salário aos funcionários R$ 8.900,00 dos R$ 10.000,00, porque os R$ 1.100,00 referem-se ao INSS dos segurados. 1. Lançamento da despesa de salário e o desconto do INSS segurado: D - Salários e ordenados (despesa) ................... 10.000,00 C - INSS retido a recolher (passivo) .................... 1.100,00 (11% X 10.000) C - Salários a pagar (passivo) ............................ 8.900,00 2. Lançamentos das despesas com INSS e FGTS: D - Encargos sociais (INSS + FGTS) ................ 3.000,00 C - INSS a recolher (passivo) ......................... 2.200,00 C - FGTS a recolher (passivo) ........................... 800,00 (8% X 10.000) 3. Lançamento do salário-maternidade a pagar da funcionária: D - Salário-maternidade a recuperar (ativo) C - Salários a pagar (passivo) ......................... 1.000,00 4. Lançamento da compensação do salário-maternidade com o INSS devido pela empresa: D - INSS a recolher (passivo) C - Salário-maternidade a recuperar (ativo) ....... 1.000,00 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 31 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Resposta: De acordo com os lançamentos, o valor das despesas com pessoal da empresa Sortudos Ltda. no mês de setembro foi de R$ 13.000,00, sendo R$ 10.000,00 de salários, R$ 2.200,00 de INSS patronal e R$ 800,00 de FGTS. O INSS do segurado e o salário-maternidade não são despesas da empresa. As despesas com férias e com o 13º salário devem ser reconhecidas mensalmente, como uma verdadeira obrigação. É assegurado a todo empregado o direito às férias após um ano trabalho. Se ele for demitido antes desse período, ele tem direito as férias proporcionais, mediante pagamento em salário. Por exemplo, um funcionário que é demitido após 5 meses de trabalho, vai receber 5/12 do salário, referente às férias proporcionais. Para a contabilidade, as despesas com férias devem ser reconhecidas mensalmente de acordo com o princípio da competência. Serão contabilizadas na proporção de 1/12 do salário mensal, considerando o número de dias de férias que já tenha direito, acrescido do adicional de férias de 1/3 (abono), do INSS patronal e do FGTS. Após 12 meses de trabalho, o funcionário terá direito às férias na seguinte proporção, a depender do número de faltas: Faltas Dias de Férias Até 5 30 De 6 a 14 24 De 15 a 23 18 De 24 a 32 12 Acima de 32 Perde o direito às férias As férias a pagar deverão ser constituídas com base em 1/12 avos do salário mais encargos por mês ou fração superior a 14 dias. Exemplo: Uma empresa com folha de salários de R$ 12.000,00, previdência patronal de 20% e FGTS de 8% deverá reconhecer férias a pagar com valor de: 4.3 – Férias e 13º Salário 4.3.1 – Férias e adicional de férias D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 32 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Item Salário 12.000,00 1 Base para provisão (12.000/12) 1.000,00 2 Abono de férias (1/3 de 1.000,00) 333,33 3 Subtotal (1 + 2) 1.333,33 4 INSS (20% x 1.333,33) 266,67 5 FGTS (8% x 1.333,33) 106,67 6 Total provisão de férias (3 + 4 + 5) 1.706,67 Os lançamentos serão os seguintes: 1. Reconhecimento das despesas de férias D - Despesas com férias (resultado) C – Férias a pagar (passivo circulante) ................... 1.333,33 2. Reconhecimento dos encargos sociais 2.1. FGTS D – FGTS sobre férias (despesas – resultado) ........................... 106,67 C – FGTS sobre férias a pagar (passivo circulante) .................... 106,67 2.2. INSS Patronal D - INSS sobre férias (despesas – resultado) .......................... 266,67 C – INSS sobre férias a pagar (passivo circulante) ................... 266,67 Esse lançamento refere-se à despesa com funcionários administrativos. A contabilização, quando tratar-se de funcionários da produção, deve ser provisionada como custo da mão de obra. O décimo terceiro salário, que só precisa ser pago em novembro e dezembro de cada ano, deve ser contabilizado da mesma forma que as férias, em atendimento ao regime de competência. O cálculo é realizado por mês trabalhado. Considera-se mês integral o período igual ou superior a 15 dias. Exemplo: Uma empresa com folha de salários de R$ 12.000,00, previdência patronal de 20% e FGTS de 8% deverá efetuar um registro de 13º salário com valor de: 4.3.2 – Décimo Terceiro Salário D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u com pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 33 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Item Salário 12.000,00 1 Base para provisão (12.000/12) 1.000,00 2 INSS (20% x 1.000,00) 200,00 3 FGTS (8% x 1.000,00) 80,00 4 Provisão para 13º (1 + 2 + 3) 1.280,00 O lançamento mensal será: 1. Reconhecimento das despesas de 13º salário D - Despesas com 13º salário (resultado) C - 13º salário a pagar (passivo circulante) ................ 1.000,00 2. Reconhecimento dos encargos sociais 2.1. FGTS D – FGTS sobre 13º salário (despesas – resultado) ........................... 80,00 C – FGTS sobre 13º salário a pagar (passivo circulante) .................... 80,00 2.2. INSS Patronal D - INSS sobre 13º salário (despesas – resultado) .......................... 200,00 C – INSS sobre 13º salário a pagar (passivo circulante) ................... 200,00 É importante lembrar que, até poucos anos atrás, o reconhecimento da obrigação mensal de 13º salário e férias se dava por meio do registro em contas de “Provisão para 13º Salário” e “Provisão para férias”, no passivo, uma vez que existe alguma incerteza em relação ao momento do pagamento destes valores, mas não tanto em relação ao valor a ser desembolsado (já que este é calculado com base no salário mensal). Porém, o Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes -, conforme estudamos, estabelece que a incerteza envolvida no pagamento destas obrigações (13º salário e férias) é muito menor do que a constante das provisões, razão pela qual eles devem ser apresentados separadamente das provisões, frequentemente como parte das contas a pagar. Assim, você, meu aluno e minha aluna, deve ter muito cuidado, porque as bancas continuam a utilizar as nomenclaturas “Provisão para 13º Salário” e “Provisão para férias”. Por isso, você precisa ter discernimento para saber se a banca cobrou ou não os novos conceitos. Então, partindo dessa premissa, as bancas poderão considerar provisão para 13º salários em substituição a 13º salário a pagar. Isto também vale para a conta férias a pagar, quando utilizar a conta provisão de férias. D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 34 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Como as bancas, em regra, perguntam qual o valor da despesa da empresa com salários, trago o quadro abaixo que resume as despesas relacionadas com a remuneração dos empregados: Despesa da empresa Despesa do empregado Despesa do Governo Salários Salário-família Horas extras Contribuição do sindicato Salário maternidade INSS patronal FGTS INSS segurado 13 º salário Imposto de Renda Retido na Fonte Férias (ESAF/APO – SEFAZ - SP/2009) A empresa de serviços alvorada LTDA. Listou os seguintes dados contratuais para elaborar a folha de pagamento referente ao mês de março: Salários...............................................................................R$ 9.000,00 Previdência Social patronal (22%) ..........................................R$ 1.980,00 Previdência Social dos Empregados (9%) ................................R$ 810,00 FGTS (8%)...........................................................................R$ 720,00 Salário-Família .....................................................................R$ 150,00 Com os dados indicados, sem considerar eventuais parcelas de 13º salários ou férias proporcionais, podemos afirmar que a despesa de pessoal, referente ao mês de março, que a empresa deverá efetivamente desembolsar, será de: a) R$ 10.890,00. b) R$ 10.850,00. c) R$ 11.700,00. d) R$ 12.510,00. e) R$ 12.660,00. Resolução: Memorizando o quadro você responde à questão. São despesas da empresa: Salários .................................................... R$ 9.000,00 Previdência Social Patronal .......................... R$ 1.980,00 FGTS .......................................................... R$ 720,00 Total .................................................... R$ 11.700,00 D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 35 de 102 www.exponencialconcursos.com.br O salário família é pago pela empresa, porém, restituídos ao empregador pelo Estado. Previdência Social dos Empregados é despesa do próprio empregado, e, por isso, não deve ser reconhecido como despesa da empresa. Gabarito: Letra C. O balancete de verificação é um demonstrativo de caráter auxiliar (não obrigatório) em que são relacionadas todas as contas de acordo com a natureza do saldo, sejam elas patrimoniais ou de resultado, retificadoras ou não. As contas são apresentadas em duas colunas, uma de saldo devedor e a outra de saldo credor. O balancete de verificação evidencia a igualdade matemática dos lançamentos efetuados no período, com o objetivo de verificar a correta aplicação do método das partidas dobradas. Esse método é utilizado para indicar que não há débito sem que haja um crédito correspondente e, em consequência, que os valores totais dos débito e créditos registrados tenham igual valor. Assim, havendo débito sem o respectivo crédito ou o inverso, o balancete acusará. As informações para a confecção do balancete de verificação são extraídas do Livro Razão, porque nele contém os saldos das contas que necessitamos para a sua elaboração. O balancete de verificação não identifica todos os erros cometidos na escrituração, mas apenas os provenientes da incorreta aplicação do método das partidas dobradas ou de erro na transposição de contas do Livro Razão. Por exemplo, se no lugar de debitar a conta Clientes, o contabilista debitar a conta Caixa, o balancete de verificação não identificará o erro no uso dessas contas. Além disso, ele também não evidencia as omissões de lançamentos, os lançamentos feitos em duplicidades e as inversões de lançamentos. Exemplos de alguns erros identificáveis no balancete de verificação: Registro só a débito, sem o crédito correspondente; Debitar ou creditar as duas contas, ao invés de debitar uma conta e creditar outra; Registro de um débito, sendo que o crédito foi lançado por um valor duas vezes igual ao crédito; Registrar em uma conta de natureza devedora, um valor que a torne com saldo credor (por exemplo, saldo credor de caixa que não pode existir); 5 - Balancete de Verificação D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso: Contabilidade Geral e Avançada Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 Prof. Feliphe Araújo 36 de 102 www.exponencialconcursos.com.br Existem dois tipos de balancetes: 1) Balancete de Verificação Inicial; e 2) Balancete de Verificação Final. 1) Balancete de Verificação Inicial: Relaciona todas as contas de resultado (Receitas e Despesas) e contas patrimoniais (Ativo, Passivo Exigível, PL, retificadoras do Ativo, do Passivo Exigível e do PL). O respectivo balancete é elaborado antes da Apuração do Resultado do Exercício (ARE).
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