Buscar

aula-02-contabilidade-icms-go-despesas-antecipadas-provisoes-e-balancete

Prévia do material em texto

Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 1 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 02 
Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ 
SEFAZ GO 
Professor: Feliphe Araújo 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 2 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Sumário 
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 
2 - Receitas e Despesas Antecipadas ................................................... 4 
3 - Provisões em Geral ....................................................................... 10 
3.1 – Provisão e Passivo Contingente........................................................................................... 11 
3.1.1 – Cálculo e Constituição de uma Provisão ...................................................................... 13 
3.2 – Ativo Contingente ................................................................................................................ 17 
3.3 - Provisões do Passivo ............................................................................................................ 18 
3.4 – Provisões redutoras do Ativo .............................................................................................. 19 
3.4.1 - Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) ................................. 20 
4 – Folha de Pagamentos ................................................................... 26 
4.1 – Salários brutos ..................................................................................................................... 26 
4.2 – Descontos ............................................................................................................................ 28 
4.3 – Férias e 13º Salário .............................................................................................................. 31 
4.3.1 – Férias e adicional de férias ........................................................................................... 31 
4.3.2 – Décimo Terceiro Salário ............................................................................................... 32 
5 - Balancete de Verificação .............................................................. 35 
6 – Resumo da Aula ........................................................................... 39 
7 – Mapa Mental da Aula .................................................................... 44 
8 – Questões Comentadas ................................................................. 45 
9 – Lista de Exercícios ....................................................................... 85 
10 – Gabarito ................................................................................... 102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 02 – CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos 
Contingentes. Despesas antecipadas, receitas antecipadas. 
Balancete de verificação. 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 3 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 Olá queridos alunos e alunas, tudo bem? 
Sejam bem-vindos à aula 02 do curso de Contabilidade Geral e 
Avançada para os futuros Auditores Fiscais da SEFAZ GO. 
 Hoje vamos tratar de assuntos de muita importância, pois sempre estão 
presentes nas provas: Despesa Antecipada e Receita Antecipada, Provisões, 
Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa e Balancete de 
Verificação. 
 Não se preocupe com a quantidade de páginas, porque mais de 70% 
dessa aula é composta de exercícios e do resumo, que são utilizados para 
fixação da matéria e futuras revisões. 
Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. 
Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o 
nosso curso. 
Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para 
aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. 
Treinar é preciso. 
Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! 
Vamos começar a nossa aula! 
Um forte abraço, Feliphe Araújo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, 
buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”.
Ayrton Senna da Silva
1 - INTRODUÇÃO 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 4 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Em atendimento ao princípio da competência, as receitas e despesas 
são registradas no momento em que ocorrem, independente do seu 
recebimento ou pagamento. 
Por causa desse princípio, a receita de venda de uma mercadoria é 
contabilizada no momento da entrega da mercadoria, que é quando ocorre a 
transferência de propriedade. 
Porém, a empresa pode receber o valor da venda antes que efetue a 
operação de comercialização de mercadoria. Assim, as receitas não são 
reconhecidas no momento do recebimento dos recursos, mas apenas nos 
períodos a que se referem. 
Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. recebe o valor de R$ 10.000,00 
do cliente X, em maio/14, referente ao adiantamento para aquisição de 
mercadorias que serão entregues em agosto/14. Quando o cliente efetua o 
pagamento, gera uma obrigação para a empresa e um direito para o cliente 
X de receber o bem. O lançamento do recebimento do dinheiro pela empresa 
Aprovados Ltda. é: 
D – Caixa (Ativo circulante) 
C – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) ................. 10.000,00 
 
Explicação do lançamento: 
Quando uma empresa recebe adiantamento de clientes ocorre um 
aumento da conta Adiantamento de Clientes (obrigação) e um aumento de 
caixa (entrada de bens numerários). O cliente passa a ser credor da empresa 
Aprovados, por isso, creditamos a conta Adiantamento de Clientes. 
Ativo  Natureza Devedora  Entrada de Bens (Dinheiro)  Debita 
Passivo  Natureza Credora  Aumento de Obrigações  Credita 
 
Em agosto de 2014, quando a mercadoria for entregue, devemos 
reconhecer a receita pelo lançamento abaixo: 
D – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 
C – Receita de vendas (Resultado) .................................... 10.000,00 
 
 
 
 
2 - Receitas e Despesas Antecipadas 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 5 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Explicação do lançamento: 
Quando uma empresa entrega as mercadorias que já tinham sido pagas 
pelo cliente ocorre uma saída de obrigações (Adiantamento de Clientes) e um 
aumento de receita (realização da receita por meio da entrega das 
mercadorias). 
Passivo  Natureza Credora  Saída de Obrigações  Debita 
Receita  Natureza Credora  Aumento de receita (Venda) Credita 
 
Acabamos de ver uma hipótese de receita antecipada classificada no 
passivo circulante. Porém, devemos distinguir esta classificação com a de 
uma receita antecipada à conta de receitas diferidas, no passivo não 
circulante. 
O exemplo clássico de receita antecipada que seria registrada no 
passivo não circulante – receitas diferidas - é o aluguel recebido 
antecipadamente, quando não houver cláusula de restituição. A existência de 
cláusula de não restituição é primordial para classificação dessa receita 
antecipada em receitas diferidas. 
As expressões receitas antecipadas e receitas diferidas têm a mesma 
ideia, qual seja, identificar receitas recebidas de forma antecipada, mas que 
ainda não foram, respectivamente, realizadas. Em outras palavras, as receitas 
foram transferidas (diferidas) para serem apropriadas em períodos futuros (por 
exemplo, mensais ou anuais) por não competirem, respectivamente, aos 
períodos em que foram recebidas (ou aos períodos em que ocorreram o 
recebimento antecipado da receita). 
Porém, a classificação de receita antecipada como receita diferida no 
passivo não circulante veio com a entrada em vigor da Lei 11.941/09. Vamos 
analisar o histórico. 
Antes da entrada em vigor da Lei 11.941/09, existia um grupo chamado 
de “Resultado de Exercícios Futuros” que era apresentado no balanço 
patrimonial entre o Passivo Exigível a Longo Prazo (também extinto por essa 
mesma Lei) e o Patrimônio Líquido. 
De acordo com a doutrina predominante, uma receita é considerada como 
de exercício futuro quando: 
1) corresponder a recebimento antecipado que, efetivamente, contribuirá 
para a formação de resultado de exercício futuro; e 
2) o valor assim recebido não for passível de devolução pela 
empresa, nem estiver vinculado a futuro fornecimento de bens ou prestação 
de serviços (pois, nesse caso, representaria um adiantamento de clientes, 
classificável no Passivo Circulante ou Passivo Não Circulante, conforme o caso). 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 6 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
O grupo resultado de exercícios futuros foi extinto com a edição da MP 
nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/2009. De acordo com as alterações, o 
saldo existente no resultado de exercício futuro, em 31 de dezembro de 
2008, deve ser reclassificado para o passivo não circulante em conta 
representativa de receita diferida. Base Legal: Lei nº 6.404/76, artigo 299-B. 
Portanto, o aluguel recebido antecipadamente é uma receita antecipada 
que, quando não houver cláusula de restituição (devolução) do dinheiro 
recebido, deve ser classificada no passivo não circulante como receita diferida. 
Conforme explicamos inicialmente e com base no histórico recente das 
bancas, este tem sido o entendimento. Claro, devemos ficar atentos as possíveis 
ressalvas que as questões de concursos colocarem nos enunciados. Atualmente, 
em regra, a receita antecipada deve ser classificada no passivo circulante e a 
receita diferida no passivo não circulante. 
Vamos agora abordar as despesas antecipadas. A Lei 6.404/76, em 
seu art. 179, afirma que as contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas 
do exercício seguinte; 
 
O texto destacado refere-se as despesas antecipadas. Geralmente, são 
valores desembolsados pela empresa de forma antecipada, representando 
saídas de caixa, sem haver a ocorrência imediata da despesa. 
O exemplo mais comum, que as bancas cobram em suas provas, é a 
despesa com seguro. A conta para registrar o pagamento do seguro antecipado 
é seguros a vencer ou seguros pagos antecipadamente. 
Na aquisição do seguro, a empresa efetua o pagamento antecipado do 
prêmio, referente a cobertura para a proteção do bem contra sinistro, em 
relação a um período futuro. No momento do pagamento, não ocorre a despesa. 
Assim, inicialmente, o pagamento antecipado é registrado como um direito 
(despesa antecipada), no ativo. Dentro do período de cobertura do seguro, 
de acordo com o regime de competência, a despesa é lançada mensalmente. 
Exemplo: A empresa Aprovados Ltda. efetuou, em 01/07/14, o 
pagamento de R$ 1.200,00, referente ao seguro de veículo, com vigência de 12 
meses a partir dessa data. 
- Valor total do seguro: R$ 1.200,00; 
- Vigência de 01/07/14 a 30/06/15 (12 meses); 
- Despesa mensal de seguro: R$ 100,00 (1.200/12); 
 
Na data do pagamento, em 01/07/14, o lançamento será: 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 7 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
D – Seguros a Vencer (Ativo Circulante) 
C - Caixa (Ativo Circulante) ............................. 1.200,00 
 
Explicação do lançamento: 
Quando uma empresa paga antecipadamente um seguro ocorre uma entrada 
de direitos (Seguros a vencer) e um saída de bens numerários (dinheiro). 
Ativo  Natureza Devedora  Entrada de Direitos  Debita 
Caixa  Ativo  Natureza Devedora  Saída de bens (dinheiro)  Credita 
 
 
Em 31/07/14, a parcela mensal do seguro será apropriada como despesa 
no resultado: 
D – Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) 
C - Seguros a Vencer (Ativo) ......................................... 100,00 
 
Explicação do lançamento: 
Ativo  Natureza Devedora  Diminuição de Direitos  Credita 
Despesa  Natureza Devedora  Aumento de despesa  Debita 
 
Em 31/08/14, bem como nos meses subsequentes, até terminar o 
contrato (30/06/2015), devemos efetuar o mesmo lançamento referente a 
parcela mensal do seguro. 
Para consolidar o aprendizado, vamos as questões. 
 (ESAF/ATRFB/2009) Determinada empresa, cujo exercício 
social coincide com o ano-calendário, pagou a quantia de R$ 1.524,00 de prêmio 
de seguro contra incêndio no dia 30 de setembro de 2007. A apólice pertinente 
a essa transação cobre riscos durante o período de primeiro de outubro de 2007 
a 30 de setembro de 2008. 
Considerando o princípio da competência de exercícios, o Contador da empresa 
registrou o pagamento dos gastos na conta Seguros a Vencer. 
No balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2007, após as apropriações de 
praxe, o saldo desta conta, "Seguros a Vencer", deverá ser de 
a) R$ 1.260,00. 
b) R$ 381,00. 
c) R$ 1.055,00. 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 8 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
d) R$ 1.172,20. 
e) R$ 1.143,00. 
Resolução: 
- Valor total do seguro: R$ 1.524,00; 
- Vigência de 01/10/07 a 30/09/08 (12 meses); 
- Despesa mensal de seguro: R$ 127,00 (1.524/12); 
 
Devemos apropriar três meses como despesa de seguro até dezembro, 
totalizando o valor de R$ 381,00 (127,00 x 3). 
Assim, em 31/12/07, o saldo da conta seguros a vencer será de R$ 1.143,00 
(1.524,00 - 381,00). 
Não precisa fazer os lançamentos para responder à questão. Assim, expliquei 
acima o método mais rápido encontrar a resposta no dia da prova. Porém, vou 
detalhar abaixo outra maneira de resolução para melhor fixaçãodo conteúdo. 
(1) Lançamento do pagamento: 
D - Seguros a Vencer (Ativo) 
C - Caixa (Ativo circulante) ......................... 1.524,00 
(2) Apropriação da despesa no mês de outubro: 
D - Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) 
C - Seguros a Vencer (Ativo) ........................ 127,00 
(3) Apropriação da despesa no mês de novembro: 
D – Prêmio de seguros (resultado) 
C - Seguros a Vencer (Ativo) ........................ 127,00 
(4) Apropriação da despesa no mês de dezembro: 
D – Despesa de seguros ou prêmio de seguros (resultado) 
C - Seguros a Vencer (Ativo) ....................... 127,00 
 
Seguros a Vencer 
(1) 1524 
 
127 (2) 
127 (3) 
127 (4) 
1524 381 
1143 
Gabarito: Letra E. 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 9 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 (FCC/Auditor Fiscal – ISS Teresina/2016) Uma empresa 
contratou os serviços de uma transportadora pelo prazo de um ano e o valor 
total do contrato negociado foi R$ 1.200.000,00. O contrato foi assinado em 
01/09/2015, entrou em vigor imediatamente, sendo que o volume mensal a ser 
transportado já estava estabelecido em cláusula contratual e era constante 
durante todo prazo contratado. A empresa efetuará o pagamento do valor total 
no final do prazo do contrato, e este somente poderá ser rescindido 
antecipadamente com o pagamento integral do valor contratado, sem qualquer 
desconto. 
Os valores evidenciados na Demonstração do Resultado de 2015 e os saldos das 
contas do Balanço Patrimonial em 31/12/2015, decorrentes do contrato 
assinado e efetivado em 01/09/2015, foram: 
(A) Despesas com Transporte = R$ 400.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 
400.000,00. 
(B) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00 e Contas a pagar = R$ 
400.000,00. 
(C) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; Contas a pagar = R$ 400.000,00 
e Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. 
(D) Despesas Antecipadas = R$ 1.200.000,00 e Contas a pagar = R$ 
1.200.000,00. 
(E) Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; Contas a pagar = R$ 
1.200.000,00 e Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. 
Resolução: 
Pessoal, essa é uma questão bem interessante e pode ser uma novidade da FCC 
e tendência de outras bancas. 
Uma parte da doutrina contábil entende que, mesmo sem ocorrer o efetivo 
pagamento antecipado, a empresa deve registrar uma despesa antecipada em 
casos específicos, como por exemplo os prêmios de seguros, quando parcelados 
ou financiados. A despesa será apropriada de acordo com o regime de 
competência. 
Assim, o lançamento correto na data da assinatura do contrato é: 
D – Despesas Antecipadas (Ativo) .................. 1.200.000,00 
C – Contas a Pagar (Passivo) ......................... 1.200.000,00 
 
Depois, a empresa deve apropriar mensalmente a despesa com transporte: 
- Despesa mensal com transporte: R$ 100.000,00 (1.200.000/12). 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 10 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Até 31/12/2015, devemos apropriar quatro meses (setembro a dezembro) como 
despesa com transporte, na DRE, totalizando R$ 400.000,00 (100.000 x 
4). 
Portanto, em 31/12/2015, o saldo da conta despesas antecipadas será de R$ 
800.000,00 (1.200.000 – 400.000). 
O saldo de contas a pagar não foi alterado, porque o pagamento ocorrerá 
somente ao final do contrato. 
Assim, temos que: 
Despesa com Transporte = R$ 400.000,00; 
Contas a pagar = R$ 1.200.000,00 e 
Despesas Antecipadas = R$ 800.000,00. 
Gabarito: Letra E. 
 
 
O tratamento das Provisões é realizado, de forma geral, pelo CPC 25 – 
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. 
O objetivo deste Pronunciamento Técnico (CPC 25) é estabelecer que 
sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de mensuração 
apropriados a provisões e a passivos e ativos contingentes e que seja divulgada 
informação suficiente nas notas explicativas para permitir que os usuários 
entendam a sua natureza, oportunidade e valor. 
Contudo, caso exista outro Pronunciamento Técnico que trate de algum 
tipo específico de provisão, o CPC 25 estabelece que deverá ser aplicado o 
pronunciamento específico em vez da regra geral contida no item 5 do CPC 25). 
As principais bancas de concurso do país não têm obedecido os 
pronunciamentos do CPC, no que se refere as provisões. De acordo com os 
pronunciamentos, só existem provisões do passivo. Para as bancas, as 
provisões podem ser retificadoras do ativo ou aumentativas do passivo. 
Provisões são estimativas realizadas em relação a valores que 
provavelmente serão perdidos no futuro, porém, há incertezas em relação ao 
montante ou a data em que a perda se efetivará. Logo, a provisão trata-se de 
um passivo de prazo ou valor incerto. 
O CPC 25 – Provisões, Ativos Contingentes e Passivos Contingentes - não 
se aplica às provisões utilizadas para ajustes de valor contábil do ativo (item 
7, CPC 25). Em alguns países, a depreciação, os créditos de liquidação duvidosa 
(ou as perdas prováveis com direitos a receber) e as perdas estimadas com 
estoques, entre outras, são tratadas como provisões, mas tais ajustes não 
estão no âmbito do presente CPC 25. 
3 - Provisões em Geral 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 11 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Assim, em virtude da incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso 
futuro necessário para a sua liquidação, as provisões podem ser distintas de 
outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de 
apropriações por competência. Portanto: 
(a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços 
fornecidos ou recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente 
acordados com o fornecedor; e 
(b) os passivos derivados de apropriações por competência são passivos 
a pagar por bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não 
tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o 
fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, 
valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas 
vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a 
incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões. 
 
Os passivos derivados de apropriação por competência são 
frequentemente divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as 
provisões são divulgadas separadamente. 
 Por exemplo, as despesas de férias e 13º salário não deveriam ser 
reconhecidas como provisionamento, pois registra uma obrigação de valor e 
existência certos. Assim, devemos chamar as apropriações pelo regime de 
competência de Férias a Pagar, por exemplo, e não de Provisão para Férias. 
Porém, vamos ver que as bancas continuam a utilizar as expressões 
provisão para férias e provisão para 13º Salário, devido a sua ampla 
aplicação na contabilidade, apesar de estarem incorretas, do ponto de vista 
técnico. 
Como exemplo de provisão do passivo, temos a provisão para 
indenizações trabalhistas; e do ativo, a provisão para devedores duvidosos. 
Esta conta está sempre presente nas questões deconcurso. 
 
 
 De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos 
Contingentes e Ativos Contingentes: 
3.1 – Provisão e Passivo Contingente 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 12 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são 
incertas quanto ao seu prazo ou valor. Porém, no Pronunciamento Técnico 
CPC 25 o termo “contingente” é usado para passivos e ativos que não 
sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela 
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob 
o controle da entidade. Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado 
para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento. 
Este Pronunciamento Técnico distingue entre: 
(a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se 
que possa ser feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes 
e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos 
seja necessária para liquidar a obrigação; e 
(b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como 
passivo porque são: 
(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a 
entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída 
de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou 
(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de 
reconhecimento deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja 
necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos para 
liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente 
confiável do valor da obrigação). 
 
PROVISÃO É um passivo de prazo ou de valor incertos.
PASSIVO 
CONTIGENTE 
É
uma obrigação possível que resulta de eventos passados e 
cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou 
não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente
sob controle da entidade; 
ou uma obrigação
presente que resulta de 
eventos passados, mas 
que não é reconhecida 
porque:
não é provável que uma saída 
de recursos que incorporam 
benefícios econômicos seja 
exigida para liquidar a 
obrigação;
o valor da obrigação não pode
ser mensurado com suficiente 
confiabilidade.
ou 
ou 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 13 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
 
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser 
reconhecida. 
Uma obrigação legal é aquela decorrente de contrato, legislação ou 
outra ação de lei. 
Uma obrigação não formalizada, por sua vez, decorre de ações 
passadas da entidade, seja via padrão estabelecido no passado, políticas 
publicadas ou declaração atual suficientemente específica, que a comprometam 
com outras partes, ainda que de forma não formalizada. Logo, se a entidade 
cria a expectativa válida com outras partes de que cumprirá alguma 
responsabilidade, ela assume uma obrigação não formalizada. Não se pode 
considerar obrigações aquelas a surgirem em fatos geradores futuros, nem 
aquelas que dependam de eventos futuros para se materializarem. 
 
 
Vamos ver a constituição de uma Provisão na prática. 
Exemplo: Vamos supor que determinada entidade seja alvo de uma ação 
judicial trabalhista, originada na reclamação de um antigo empregado que acusa 
a empresa de não pagamento de gratificações por produtividade. 
Inicialmente, os advogados da empresa avaliam ser provável que a 
empresa não seja responsabilizada, pois, os recibos de pagamentos dos 
empregados estão, todos, devidamente assinados. Por meio deles, pôde-se 
verificar que a empresa efetuou os pagamentos correspondentes, conforme 
demonstrado nos comprovantes de rendimentos fornecidos. 
Como os advogados da empresa avaliam ser provável que a empresa 
não seja responsabilizada, devemos entender que não há uma "obrigação 
presente" e, portanto, nenhuma provisão deverá ser reconhecida nas 
demonstrações financeiras do exercício. 
Voltando ao nosso exemplo, no curso do processo o empregado traz 
provas que se contrapõem às da empresa. Testemunhas e outros documentos 
Uma provisão deve 
ser reconhecida
quando
a entidade tem uma obrigação presente 
(legal ou não formalizada) como 
resultado de evento passado;
seja provável que será necessária uma 
saída de recursos que incorporam 
benefícios econômicos para liquidar a 
obrigação; e
possa ser feita uma estimativa confiável 
do valor da obrigação.
3.1.1 – Cálculo e Constituição de uma Provisão 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 14 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
evidenciam que, apesar das folhas de pontos demonstrarem o pagamento das 
gratificações para períodos mensais, a empresa não efetuou o pagamento com 
os valores corretos, baseado em relatório do setor de produção. A partir destas 
novas evidências, os advogados da empresa entendem que a Justiça pode vir a 
dar razão aos empregados e, portanto, no curso do processo judicial e na 
ocasião de novo balanço, avaliam ser provável que a empresa venha a ser 
responsabilizada, fato que implicará no pagamento de indenização ao 
empregado. 
Como o resultado da ação judicial, provavelmente, será em desfavor da 
empresa, surge, a partir do momento em que é feita esta nova avaliação, uma 
"obrigação presente, cuja saída de recursos no futuro seja provável". Além 
disso, por se tratar de uma ação judicial, os advogados podem estimar, com 
algum grau de confiança, os valores a que a entidade estará obrigada a 
desembolsar no futuro, em caso de responsabilização. 
Portanto, neste cenário, faz-se necessário o reconhecimento de uma 
provisão à data do balanço, a fim de que seja apresentada nas demonstrações 
financeiras esta obrigação presente. 
Assim, para o nosso exemplo, os advogados indicam os seguintes 
cenários para a empresa: 
Cenários prováveis Desembolso (R$) Probabilidade 
Hipótese 1 10.000,00 10% 
Hipótese 2 25.000,00 60% 
Hipótese 3 32.000,00 30% 
 
Vejam que, dos cenários traçados, o mais provável de acontecer é a 
hipótese 2, com 60% de chance. Neste cenário, a empresa estaria obrigada ao 
pagamento de indenização no montante de R$ 25.000,00 ao empregado. Sendo 
assim, frente à análise dos peritos na data do balanço, a empresa deve 
contabilizar uma Provisão para Riscos Trabalhistas, no mesmo montante. O 
lançamento seria o seguinte: 
Lançamento no Diário 
D - Despesa com Provisão para Riscos Trabalhistas 
C - Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) ................ 25.000,00 
 
A contrapartida pela constituição de qualquer provisão será, sempre, 
uma conta de despesa, conforme evidenciado acima. 
A reversão das provisões, por sua vez, se dá em contrapartida de contas 
de receita. Ou seja, se, por algum motivo, a empresa faz uma nova estimativa 
e descobre o que o valor provável de indenização é, na verdade, de R$ 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 15 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
15.000,00, ela deverá reverter parte da provisão anterior, pelo seguinte 
lançamento na data do novo balanço: 
Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) 
a Reversão de Provisão para Riscos Trabalhistas (Receita) 10.000,00 
 
Percebam que as estimativas nos cenários não é algo estático, elas 
devem ser realizadas frequentemente pela companhia, no mínimo a 
cada data de balanço, a fim de que as estimativas correntes sejam as 
melhores possíveis. Se a administração entender que não há mais obrigação 
presente que implique na saída de recursos econômicos (por exemplo, os 
advogados da empresa passam a acreditar, novamente, que a probabilidade de 
a empresa vencer a causa trabalhista é maior que a de perdê-la), a provisão 
deverá ser revertida. 
É importante esclarecer que, no reconhecimento de provisões, a 
entidade não deve considerar como base o valor mais “pessimista” possível, 
mas o mais provável de acontecer. Por isso que, no exemplo anterior relativo 
ao tópico de cenários, a entidade provisionou o valor referente ao cenário 
“hipótese 2”, pois este era o mais provável de ocorrer. 
Assim, o valor a ser apurado para as provisões deverá ser a melhor 
estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente na data do 
balanço (item 36, CPC 25). 
Por fim, vamos supor que a empresa foi condenada ao pagamento da 
indenização do valor inicialmente reconhecido, ou seja, R$ 25.000,00. O 
lançamento, neste caso, seria apenas no sentido de registrar a saída dos 
recursos (o desembolso) em contrapartida da provisão, reduzindo seu saldo: 
Provisão para Riscos Trabalhistas 
a Caixa ........................ 25.000,00 
Contudo, como estamos falando de uma estimativa, pode ser que a 
empresa seja condenada a indenizar seu funcionário com, apenas, R$ 
20.000,00. Nesta situação, a empresa precisaria fazer dois lançamentos: 
1) um no sentido de registrar o desembolso: 
Provisão para Riscos Trabalhistas 
a Caixa ......................... 20.000,00 
 
2) e outro para reverter o excesso de valor provisionado: 
Provisão para Riscos Trabalhistas (Passivo) 
a Reversão de Provisão para Riscos Trabalhistas (Receita) 5.000,00 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 16 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Explicado o assunto, vamos resumir como as bancas gostam de cobrar as 
questões sobre esse tópico. Assim, temos três possíveis situações: 
1. Perda provável: Se há uma obrigação presente que provavelmente requer 
uma saída de recursos, a Provisão deve ser reconhecida e divulgada em 
nota explicativa. 
2. Perda possível (não provável): Se há uma obrigação possível ou uma 
obrigação presente que pode requerer, mas provavelmente não irá requerer 
uma saída de recursos, nenhuma Provisão deve ser reconhecida, mas é 
exigida a divulgação em nota explicativa para o Passivo Contingente. 
3. Perda remota: Se há uma obrigação possível ou uma obrigação presente 
cuja probabilidade de uma saída de recursos é remota, nenhuma Provisão é 
reconhecida e nem divulgada. 
 
Esquematizando: 
 
 
 (FCC/ACE - TCE - CE/2015) As informações sobre diversos 
processos movidos contra a empresa Riscos e Problemas S.A. são apresentadas 
na tabela a seguir, com a avaliação da área jurídica quanto à possibilidade de 
perda por parte da empresa. Sabe-se que ainda não ocorreu nenhuma audiência 
nem julgamento para qualquer das ações informadas. Estas informações serão 
utilizadas para a elaboração do Balanço Patrimonial em 31/12/2014: 
Informações disponíveis em 31/12/2014 
Tipo de Processo Valor Estimado (R$) Probabilidade Perda 
Ações Trabalhistas 500.000,00 Provável 
Ação Fiscal relativa ao IPI 1.800.000,00 Provável 
Ação sobre danos ambientais 1.200.000,00 Remota 
Ação Fiscal relativa ao ICMS 300.000,00 Possível 
Tratamento contábil das 
Provisões e do Passivos
Contingentes
Provável
Contabiliza e divulga
em notas explicativas a 
Provisão
Possível (não 
provável)
Não contabiliza a 
Provisão, mas divulga
em notas o Passivo 
Contingente 
Remota
Não contabiliza e não
divulga em notas o 
Passivo Contingente
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 17 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Ação Fiscal relativa ao PIS 1.200.000,00 Provável 
 
Com base nas informações anteriores e sabendo que todos os valores estimados 
são confiáveis, o valor evidenciado como provisão no passivo no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2014 foi, em reais, 
a) 5.000.000,00. 
b) 3.800.000,00. 
c) 300.000,00. 
d) 0,00 (zero). 
e) 3.500.000,00. 
Resolução: 
A esquematização abaixo resume este assunto: 
 
 
Assim, deverá ser constituída provisão no passivo referente aos processos 
com probabilidade de perda provável no valor de R$ 3.500.000,00, conforme 
cálculo abaixo: 
Ações Trabalhistas ................... R$ 500.000,00 
+ Ação Fiscal relativa ao IPI ...... R$ 1.800.000,00 
+ Ação Fiscal relativa ao PIS ...... R$ 1.200.000,00 
= PROVISÕES ...................... R$ 3.500.000,00 
Gabarito: Letra E. 
 
 
Os ativos contingentes são caracterizados em situações nas quais, 
como resultado de eventos passados, há um ativo possível cuja existência será 
Tratamento contábil das 
Provisões e do Passivos
Contingentes
Provável
Contabiliza e divulga
em notas explicativas a 
Provisão
Possível (não 
provável)
Não contabiliza a 
Provisão, mas divulga
em notas o Passivo 
Contingente 
Remota
Não contabiliza e não
divulga em notas o 
Passivo Contingente
3.2 – Ativo Contingente 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 18 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros 
incertos não totalmente sob controle da entidade. 
As entidades não devem reconhecer os ativos contingentes, 
exceto quando há realização do ganho é praticamente certa, então o ativo 
relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é 
adequado, bem como sua divulgação. Quando a probabilidade de entrada de 
recursos for provável, o ativo contingente deve ser divulgado em notas 
explicativas. 
Esquematizando: 
 
 
 
Segue um quadro sobre as despesas que geram obrigações (provisões 
do passivo), de acordo com as bancas: 
Resultado Passivo Circulante ou Passivo Não Circulante 
Despesa com IR Provisão para Imposto de Renda (IR) 
Despesa com CSLL Provisão p/ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) 
Despesa de férias Provisão para férias 
Despesa 13º salário Provisão para 13º salário 
 
Lembramos que as despesas acima não deveriam ser reconhecidas como 
provisionamento, pois registra uma obrigação de valor e existência certos. 
Assim, devemos chamar as apropriações pelo regime de competência de Férias 
a Pagar, por exemplo, e não de Provisão para Férias. 
Porém, vamos ver que as bancas continuam a utilizar as expressões 
provisão para férias e provisãopara 13º Salário, devido a sua ampla 
aplicação na contabilidade, apesar de estarem incorretas, do ponto de vista 
técnico. 
Tratamento contábil dos Ativos Contingentes
Praticamente certa
O ativo não é 
contigente;
Deve ser considerado 
um Ativo;
Provável
Não contabiliza, mas 
divulga em notas o 
Ativo Contingente;
Possível (não 
provável)
Não contabiliza e não
divulga em notas;
Não é Ativo;
3.3 - Provisões do Passivo 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 19 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
A própria legislação do imposto de renda reforça, pois admite a 
constituição, como custo ou despesa operacional, das seguintes provisões 
(Lei no 9.249, de 1995, art. 13, I, e RIR/1999, art. 335): 
 Provisões constituídas para o pagamento de férias de 
empregados (RIR/1999, art. 337); 
 Provisões para o pagamento de décimo terceiro salário 
(RIR/1999, art. 338); 
 Provisões técnicas das companhias de seguro e de 
capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja 
constituição é exigida em lei especial a elas aplicável (RIR/1999, art. 336); 
 
 
Segue um quadro sobre as despesas que geram reduções nos respectivos 
ativos (contas retificadoras do ativo), de acordo com as bancas: 
Resultado Retificadora do Ativo 
Despesa com ajuste do valor do 
estoque 
Provisão para ajuste ao valor de mercado 
Despesa com devedores duvidosos Provisão para Crédito de Liquidação 
Duvidosa (PCLD) * 
Despesa com perdas de investimentos Provisão para perdas em investimentos 
 
Lembramos que as despesas acima não deveriam ser reconhecidas como 
provisionamento, pois, de acordo com o CPC 25, provisão é um passivo de 
prazo ou valor incertos. Portanto, de acordo com o CPC 25, o nome correto 
dessas contas é: 
Resultado Retificadora do Ativo 
Despesa com ajuste do valor do 
estoque 
Perdas estimadas para ajuste ao valor de 
mercado 
Despesa com devedores duvidosos Perdas Estimadas para Crédito de 
Liquidação Duvidosa (PECLD) * 
Despesa com perdas de investimentos Perdas estimadas em investimentos 
 
 
 
 
 
3.4 – Provisões redutoras do Ativo 
 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 20 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Aprofundando o assunto: 
Antigamente, o registro das possíveis perdas de contas a receber era feito na 
conta “Provisão para Devedores Duvidosos” ou “Provisão para Crédito de 
Liquidação Duvidosa”, pois entendia-se que seria uma provisão de ativos, em 
uma conta retificadora. 
Atualmente, atendendo as Normas Internacionais de Contabilidade, o nome 
mais apropriado para a conta que registra as possíveis perdas de contas a 
receber é “Perdas Estimadas com Devedores Duvidosos”. Entende-se que estão 
estimando o valor com perdas de devedores duvidosos e não mais provisões, 
que é algo incerto. 
Assim, em conformidade com os pronunciamentos contábeis, só existem 
provisões do passivo. 
Por isso, nas provas, o correto é ter a nomenclatura “Perdas Estimadas com 
Devedores Duvidosos” para registro das possíveis perdas de contas a receber. 
Embora seja contrária as normas internacionais de contabilidade, as bancas 
continuam a nomear a conta “Provisão para Devedores Duvidosos” ou “Provisão 
para Crédito de Liquidação Duvidosa” para registro das possíveis perdas de 
contas a receber, entendendo que seria uma provisão do ativo. 
Resumindo: 
1. Só existem provisões do Passivo. O nome correto da conta para registro das 
possíveis perdas de contas a receber é “Perdas Estimadas com Devedores 
Duvidosos”. 
2. Porém, as bancas continuam a utilizar a nomenclatura antiga, considerando 
a conta “Provisão para Devedores Duvidosos” para registro das possíveis 
perdas de contas a receber, entendendo que seria uma provisão do ativo. Assim, 
você só utiliza o item 2 se não houver alternativas com o item 1. 
 
Com o tempo, as bancas vão mudar para o novo posicionamento. Tenho 
que explicar, porque algumas bancas continuam a utilizar o entendimento 
antigo, mesmo sabendo que o correto é considerar a conta “Perdas Estimadas 
com Devedores Duvidosos” para registro das possíveis perdas de contas a 
receber. 
 
 
Em atendimento a Lei das Sociedades Anônimas e ao Princípio da 
Prudência, deve ser constituída a Perda Estimada para Devedores 
Duvidosos (PEDD). 
3.4.1 - Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa 
(PECLD) 
 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 21 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
As Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa se referem a 
ajustes no valor contábil de direitos a receber, em contas como “Contas a 
Receber”, “Duplicatas a Receber”, ou outra denominação, que ficam sujeitas ao 
risco de perda pelo não recebimento integral dos direitos, em razão da 
inadimplência dos clientes. A PECLD, em regra, é calculada mediante a aplicação 
de um percentual médio dos créditos não recebidos nos últimos três anos. 
O nome mais apropriado para essa conta, de acordo com as normas 
internacionais de contabilidade, é Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação 
Duvidosa (PECLD), embora o nome usualmente utilizado na contabilidade seja 
Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD), sendo este amplamente 
utilizados pelas bancas nas questões de concurso. 
O pronunciamento técnico CPC 25 ratifica o explicado acima, quando 
define provisão como passivo de prazo ou valor incertos. Em alguns países o 
termo “provisão” é também usado no contexto de itens tais como depreciação, 
redução ao valor recuperável de ativos e créditos de liquidação 
duvidosa: estes são ajustes dos valores contábeis de ativos e não são tratados 
no CPC 25. 
A PECLD não é mais dedutível para fins de imposto de renda. Ao 
contrário, as perdas efetivas são dedutíveis, conforme Lei nº 9.430/1996: 
Art. 9º As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da 
pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do 
lucro real, observado o disposto neste artigo. 
§ 1º Poderão ser registrados como perda os créditos: 
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, 
em sentença emanada do Poder Judiciário; 
II - sem garantia, de valor: 
a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de 
seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais 
para o seu recebimento; 
b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil 
reais), por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente 
de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, 
mantida a cobrança administrativa; 
c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, 
desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu 
recebimento; 
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos 
os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; 
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, 
relativamente à parcela que exceder o valor queesta tenha se comprometido a 
pagar. 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 22 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Continuando, para os créditos decorrentes de operações com garantia, 
como a alienação fiduciária ou a hipoteca, não é adequado constituir 
PECLD. No caso de clientes em recuperação judicial, o credor deve reconhecer 
como PECLD apenas o valor que o devedor não se compromete a pagar. 
Lembrando que, embora não seja mais dedutível do imposto de renda, 
as entidades devem continuar reconhecendo as perdas na contabilidade, 
para que os balanços sejam um reflexo da verdadeira situação da empresa. Para 
o cálculo do imposto de renda, os valores das perdas devem ser ajustados no 
LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real. 
Exemplo: a empresa Sortudos possui valores a receber de clientes no 
montante de R$ 20.000,00, em 31.12.13. A taxa de inadimplência é de 3%. 
Vamos supor que a conta de PECLD ainda não possuía valores. 
1. Ao final do período, deve ser constituída uma perda de: 
D – Despesa com PECLD (resultado) 
C – PECLD (Ret. Ativo) ...................... 600,00 = (3% X 20.000) 
 
No balanço patrimonial, a conta PECLD aparece após valores a receber: 
Ativo ...................................................................... 19.400,00 
Duplicatas a Receber ou clientes ................................. 20.000,00 
(-) Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (600,00) 
 
2. No caso de os créditos serem considerados incobráveis, devemos 
dar baixa na conta duplicatas a receber mediante um crédito em contrapartida 
com um débito na conta PECLD. Considerando o exemplo acima, vamos supor 
que no ano de 2014 os R$ 600,00 foram considerados incobráveis. Portanto, a 
baixa de uma duplicata no valor de R$ 600,00 seria contabilizada conforme 
abaixo: 
D – PECLD (Retificadora do ativo) 
C – Duplicatas a Receber (ativo) ...................... 600,00 
 
3. Se os créditos considerados incobráveis no ano corrente superarem 
o valor da estimativa de perdas registradas no balanço do ano anterior, 
o excesso deverá ser contabilizado em conta do resultado. Considerando o 
valor da conta PECLD de R$ 600,00 e as perdas no ano de 2014 no valor de 
800,00, o lançamento será: 
D – PECLD (ret. do ativo) ............................... 600,00 
D – Perdas com clientes (resultado) ................. 200,00 (800,00 – 600,00) 
C – Duplicatas a receber (ativo) ...................... 800,00 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 23 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
4. Quando a entidade contabiliza uma perda estimada para créditos de 
liquidação duvidosa, ela o faz baseada em estimativas, pois não sabe precisar, 
ao certo, qual montante de débitos de seus clientes não serão honrados. 
A reversão da PECLD é a contabilização que se faz necessária para reconhecer 
que parte dos valores considerado perdidos pela entidade foram, ao longo do 
exercício seguinte, recebidos de seus clientes. 
Exemplo: do valor de R$ 600,00 identificados como PECLD no balanço 
patrimonial, R$ 400,00 foram considerados incobráveis e o restante, no valor 
de R$ 200,00, foi recebido em razão do pagamento dos clientes. Portanto, a 
parcela de R$ 200,00 deve ser revertida como receita, para o resultado, 
mediante o seguinte lançamento: 
D – PECLD (retificadora do Ativo) 
C – Reversão de provisão (receita – resultado) .............. 200,00 
 
 Os R$ 400,00 de créditos considerados incobráveis devem ser baixados, 
conforme já vimos, mediante o lançamento a seguir: 
D – PECLD (Retificadora do ativo) 
C – Duplicatas a Receber (ativo) ................................. 400,00 
 
 5. O recebimento de créditos (contas a receber de clientes) que tinham 
sido baixados em períodos anteriores, em virtude de serem considerados 
incobráveis, é contabilizado a débito na conta Caixa e a crédito na conta 
“Recuperação de Créditos Baixados”, representativa de Outras Receitas 
Operacionais. 
D – Caixa 
C – Recuperação de Créditos Baixados .......................... Valor 
 
Para finalizar, prestem bem atenção, porque iremos explicar dois 
métodos utilizados para reconhecimento da despesa com PECLD, quando a 
conta PECLD (retificadora do ativo) possuir saldo do ano anterior a ser revestido. 
Exemplo: A empresa Sortudos apresentou no balanço patrimonial de 2013 a 
conta Perdas Estimadas para Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD) 
com saldo credor de R$ 500,00. Durante o ano de 2014, não ocorreu baixa no 
saldo da conta PECLD (Retificadora do Ativo). 
Ao final do exercício de 2014, a empresa possuía duplicatas a receber 
no valor de R$ 100.000,00, com experiência de perdas no recebimento de 
créditos, ocorrida nos últimos três anos, em média de 2%. 
1. Vamos ver como seria o cálculo pelo método da reversão. 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 24 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Primeiro, precisamos reverter o saldo da conta PECLD, mediante o 
lançamento a seguir: 
D – PECLD 
C – Reversão de PECLD (receita) .............. 500,00 
 
Depois, registramos a despesa com PECLD do ano corrente (2014): 
D – Despesa com PECLD 
C – PECLD (retificadora do ativo) ............ 2.000,00 (2% x 100.000) 
 
Pelo método da reversão, teremos uma receita com reversão de PECLD 
no valor de R$ 500,00 e uma despesa com PECLD no valor de R$ 2.000,00. Este 
é o procedimento correto. 
 
2. Vamos ver como seria o cálculo pelo método da complementação. 
Neste caso, ao contabilizar uma nova provisão no exercício de 2014, a 
empresa aproveita o saldo da conta PECLD do ano de 2013 e só contabiliza o 
complemento no resultado. Assim, o valor da despesa de 2014 com PECLD é de 
R$ 1.500,00 (2.000,00 - 500,00). 
D – Despesa com PECLD (resultado) 
C – PECLD (retificadora do Ativo) ..................................... 1.500,00 
 
Razonete das contas depois de reconhecer o fato contábil: 
Despesa com PECLD 
 (2) 1.500 
EPCLD 
 500 (SI) 
1.500 (2) 
Portanto, pelo método da complementação, temos uma despesa com 
PECLD no valor de R$ 1.500,00. 
Pelos dois métodos, o valor que deve constar no balanço patrimonial para 
a conta PECLD é R$ 2.000,00 (2% x 100.000). 
A banca ESAF adota o método da complementação. Não temos 
questões da FCC sobre este tópico. Por isso, na prova, se vier uma questão 
deste assunto, preste bem atenção no enunciado, pois a banca irá dar algum 
direcionamento para utilização pelo método da reversão ou método da 
complementação. 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 25 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Vamos praticar futuros Auditores! 
 (FCC/Analista do Tesouro Estadual – SEFAZ – PI/2015) 
A Cia. Vende a Prazo S.A. apresentava em seu Balanço Patrimonial de 
31/12/2013os seguintes saldos relativos às suas vendas a prazo: 
- Duplicatas a Receber de Clientes: R$ 500.000,00 
- Estimativa para Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa (EPCLD): R$ 
25.000,00 
 
Em fevereiro de 2014, a Cia. Vende a Prazo S.A. foi informada de que um 
importante cliente não tinha condições de saldar a sua dívida no valor de R$ 
20.000,00 que foi considerada incobrável. Ao reconhecer este evento, a Cia. 
Vende a Prazo S.A. 
(A) reduziu o saldo total do Ativo. 
(B) reconheceu uma Perda com Clientes no resultado do período. 
(C) creditou a conta EPCLD e debitou o Resultado do período. 
(D) reduziu o Patrimônio Líquido. 
(E) reduziu o saldo de Duplicatas a Receber de Clientes. 
Resolução: 
Razonete das contas antes de reconhecer o evento: 
Duplicatas a Receber 
 500.000 
EPCLD 
 25.000 
Os valores considerados incobráveis de um ativo a receber devem ser baixados 
da conta EPCLD, tendo como contrapartida a própria conta de ativo retificada. 
(1) Lançamento: 
D - EPCLD (Retificadora do Ativo) 
C - Duplicatas a Receber de Clientes (Ativo) ................. 20.000,00 
 
(2) Registro no razonete: 
Duplicatas a Receber 
 500.000 20.000 (1) 
 480.000 
EPCLD 
 (1) 20.000 25.000 
 5.000 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 26 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Este lançamento tem por objetivo espelhar que aquele ativo a receber não tem 
mais motivo de existir, porque a empresa não irá recebê-lo. 
Portanto, ao reconhecer o evento da questão, a Cia. Vende a Prazo S.A. reduziu 
o saldo de Duplicatas a Receber de Clientes de R$ 500.000,00 para R$ 
480.000,00 (500.000 – 20.000). A resposta da questão é a letra E. 
Vamos, agora, verificar os erros das outras alternativas: 
a) incorreta. Não houve alteração no saldo total do ativo, pois uma conta foi 
debitada e outra foi creditada, no mesmo valor. 
b) incorreta. O reconhecimento da despesa de Perdas com Clientes de 
Liquidação Duvidosa é feito no momento em que se estima o quanto do 
montante a receber não será honrado pelos credores, e não no momento em 
que parte ou todo o montante estimado é dado como incobrável. 
c) incorreta. Conforme lançamento realizado acima, debitamos a conta EPCLD 
e creditamos a conta Duplicatas a Receber de Clientes. 
Quando a empresa credita a conta EPCLD e debita o Resultado do período, 
ocorre o reconhecimento da despesa com perdas estimadas, ou seja, tal 
lançamento ocorre no momento em que se estima o montante que não será 
honrado pelos credores. 
d) incorreta. Não ocorreu alteração do PL, conforme lançamento acima. 
Gabarito: Letra E. 
 
 
A folha de pagamentos é um documento obrigatório elaborado pelas 
entidades, com ou sem fins lucrativos, que discrimina os nomes de seus 
empregados e os respectivos salários brutos, descontos e salários líquidos 
a serem pagos. 
 
 
O salário bruto (ou a remuneração bruta) compreende: 
 Salário básico (ou piso salarial da categoria); 
 Horas extras; 
 Gratificações (exemplo: chefia); 
 Salário-família; e 
 Salário-maternidade; 
 
4 – Folha de Pagamentos 
 
4.1 – Salários brutos 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 27 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Segue os principais conceitos ligados a salários: 
 
 
O salário bruto deve ser contabilizado de acordo com o regime de 
competência. Os salários líquidos são os valores que os empregados 
efetivamente receberão. 
Salário líquido = salário bruto – descontos 
 
Exemplo: A folha de pagamento do mês de setembro de 2014 da empresa 
Sortudos Ltda. apresentava os seguintes valores: 
Salários brutos = 10.000,00; Descontos = 1.000,00; 
Salários líquidos = 9.000,00; 
 
A empresa só efetua o pagamento dos salários no dia 05 de outubro. 
1. Reconhecimento da despesa de salários do mês de setembro: 
D – Salários (despesa de salários) 
C – Salários a pagar (Passivo) ........... 10.000,00 
Explicação do lançamento: 
Despesa de salários  Natureza Devedora  Debita 
Passivo  Natureza Credora  Entrada de obrigações  Credita 
 
2. Contabilização do pagamento dos salários no dia 05 de outubro: 
D – Salários a pagar (Passivo) 
C – Caixa ........................................ 9.000,00 
 
 
Salário básico
É o valor recebido pelo empregado pela execução do seu 
trabalho, em regra, mediante pagamento mensal
Salário-família
É um benefício pago aos trabalhadores de baixa renda; 
O empregador paga o salário família e, depois, 
compensa com o valor devido de INSS. É uma despesa 
do governo
Salário-maternidade
É um benefício pago as trabalhadoras que vão ter filhos. 
O empregador paga o salário-maternidade e, depois, 
compensa com o valor devido de INSS. É uma despesa 
do governo
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 28 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Explicação do lançamento: 
Passivo  Natureza Credora  Saída de obrigações  Debita 
Ativo  Natureza Devedora  Saída de bens numerários (dinheiro)  Credita 
 
 A contabilização dos descontos será explicada no tópico 5.2. 
A empresa efetivamente paga o valor do salário-família e do salário-
maternidade aos seus funcionários. Porém, o salário-família e o salário-
maternidade são despesas do governo e não da empresa. Assim, esses 
valores serão recuperados pela empresa no momento do recolhimento das 
contribuições previdenciárias (INSS). 
Nas relações de trabalho, além dos salários brutos, a empresa tem a 
obrigação de recolher os encargos sociais, que são o FGTS e a contribuição 
previdenciária sobre a folha de pagamento. Estes são registrados como custo 
ou despesas da empresa, de acordo com o regime de competência. 
3. Lançamentos das despesas com INSS e FGTS: 
D - Encargos sociais (INSS + FGTS) - Despesa 
C - INSS a recolher (passivo) 
C - FGTS a recolher (passivo) 
 
 
 
 
Os descontos correspondem às retenções e compensações que são 
descontadas pela entidade (empregador) do salário bruto dos funcionários. 
As retenções são os valores que a empresa tem a responsabilidade legal 
de descontar e recolher a terceiros ou ao Governo, por exemplo, o Imposto de 
Renda Retido na Fonte (IRRF), o INSS dos segurados (empregados), a 
contribuição sindical etc. 
FGTS
É um depósito mensal em uma conta na Caixa 
Econômica Federal, em nome do empregado, de 8% do 
seu salário. Tem por objetivo protegê-lo em caso de 
demissão por justa causa. É despesa da empresa.
Contribuição 
Previdenciária 
(INSS) Patronal
É um tributo devido pela empresa mediante o 
recolhimento de um percentual sobre a folha salarial. 
Geralmente, as bancas utilizam o percentual de 20%. É 
despesa da empresa.
4.2 – Descontos 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 29 de 102 
www.exponencialconcursos.com.brO IRRF e o INSS dos segurados são despesas dos empregados, que 
são retidos pelo empregador. Esclarecer que essas despesas estão incluídas 
dentro do valor do salário bruto do empregado. 
Contabilização das retenções (IRRF e INSS dos segurados): 
D - Salários a pagar (Passivo) 
C - INSS a recolher (passivo) – parte previdência do empregado 
C - IRRF a recolher (passivo) – imposto de renda – pessoa física 
 
O valor dos salários a pagar (obrigação) diminui, porque a empresa é 
obrigada a reter os valores de INSS dos segurados e de IRRF para recolhimento 
aos cofres públicos. Assim, a empresa só efetua o pagamento do salário líquido 
ao empregado. 
Já as compensações são valores que devem ser descontados dos 
salários brutos dos empregados e que não serão repassados a terceiros. Os 
casos mais comuns de compensações são o adiantamento de salários e os 
empréstimos aos empregados. 
Exemplo: Lançamento no diário de um adiantamento concedido. Esse 
adiantamento é um direito da empresa em relação aos empregados, porque 
caracteriza uma despesa antecipada, logo, deve ser contabilizado em conta do 
ativo. Registro do adiantamento: 
D - Adiantamento aos empregados (ativo) 
C - Caixa (ativo) 
 
 Depois de reconhecida a despesa de salários, o empregado pode efetuar 
o desconto do funcionário referente ao adiantamento, mediante o seguinte 
lançamento: 
 
Contribuição 
Previdenciária 
(INSS) Segurado
É o valor da contribuição do empregado ao INSS para 
receber no futuro uma aposentadoria; É descontado do 
salário recebido pelo trabalhador. É uma despesa do 
empregado.
Imposto de Renda 
Retido na Fonte
É o valor retido do salário do empregado pela empresa 
para posterior entrega aos cofres públicos. Acontece 
quando o salário bruto do empregado for superior às 
faixas de incidência do imposto de renda. É uma 
despesa do empregado.
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 30 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
D - Salários a pagar (passivo) 
C - Adiantamento aos empregados (ativo) 
 
Trago um exemplo que engloba todos os conceitos estudados até aqui. 
Exemplo: A folha de pagamento do mês de setembro de 2014 da empresa 
Sortudos Ltda. apresentava os seguintes valores: 
Salários = 10.000,00 
INSS patronal = 20% + 2% (contribuições ao sistema S, como o SENAC) 
INSS segurado = 11% 
Salário maternidade = R$ 1.000,00 
FGTS = 8% 
 Qual o valor das despesas com pessoal dessa empresa no mês de 
setembro? 
A empresa só vai pagar de salário aos funcionários R$ 8.900,00 dos 
R$ 10.000,00, porque os R$ 1.100,00 referem-se ao INSS dos segurados. 
1. Lançamento da despesa de salário e o desconto do INSS segurado: 
D - Salários e ordenados (despesa) ................... 10.000,00 
C - INSS retido a recolher (passivo) .................... 1.100,00 (11% X 10.000) 
C - Salários a pagar (passivo) ............................ 8.900,00 
 
2. Lançamentos das despesas com INSS e FGTS: 
D - Encargos sociais (INSS + FGTS) ................ 3.000,00 
C - INSS a recolher (passivo) ......................... 2.200,00 
C - FGTS a recolher (passivo) ........................... 800,00 (8% X 10.000) 
 
3. Lançamento do salário-maternidade a pagar da funcionária: 
D - Salário-maternidade a recuperar (ativo) 
C - Salários a pagar (passivo) ......................... 1.000,00 
4. Lançamento da compensação do salário-maternidade com o INSS 
devido pela empresa: 
D - INSS a recolher (passivo) 
C - Salário-maternidade a recuperar (ativo) ....... 1.000,00 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 31 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Resposta: De acordo com os lançamentos, o valor das despesas com 
pessoal da empresa Sortudos Ltda. no mês de setembro foi de R$ 13.000,00, 
sendo R$ 10.000,00 de salários, R$ 2.200,00 de INSS patronal e R$ 800,00 
de FGTS. O INSS do segurado e o salário-maternidade não são despesas 
da empresa. 
 
 
As despesas com férias e com o 13º salário devem ser reconhecidas 
mensalmente, como uma verdadeira obrigação. 
 
 
É assegurado a todo empregado o direito às férias após um ano 
trabalho. Se ele for demitido antes desse período, ele tem direito as férias 
proporcionais, mediante pagamento em salário. Por exemplo, um funcionário 
que é demitido após 5 meses de trabalho, vai receber 5/12 do salário, referente 
às férias proporcionais. 
Para a contabilidade, as despesas com férias devem ser reconhecidas 
mensalmente de acordo com o princípio da competência. Serão 
contabilizadas na proporção de 1/12 do salário mensal, considerando o 
número de dias de férias que já tenha direito, acrescido do adicional de férias 
de 1/3 (abono), do INSS patronal e do FGTS. 
Após 12 meses de trabalho, o funcionário terá direito às férias na seguinte 
proporção, a depender do número de faltas: 
Faltas Dias de Férias 
Até 5 30 
De 6 a 14 24 
De 15 a 23 18 
De 24 a 32 12 
Acima de 32 Perde o direito às férias 
 
As férias a pagar deverão ser constituídas com base em 1/12 avos do 
salário mais encargos por mês ou fração superior a 14 dias. 
Exemplo: Uma empresa com folha de salários de R$ 12.000,00, 
previdência patronal de 20% e FGTS de 8% deverá reconhecer férias a 
pagar com valor de: 
4.3 – Férias e 13º Salário 
 
4.3.1 – Férias e adicional de férias 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 32 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Item Salário 12.000,00 
1 Base para provisão (12.000/12) 1.000,00 
2 Abono de férias (1/3 de 1.000,00) 333,33 
3 Subtotal (1 + 2) 1.333,33 
4 INSS (20% x 1.333,33) 266,67 
5 FGTS (8% x 1.333,33) 106,67 
6 Total provisão de férias (3 + 4 + 5) 1.706,67 
 
Os lançamentos serão os seguintes: 
1. Reconhecimento das despesas de férias 
D - Despesas com férias (resultado) 
C – Férias a pagar (passivo circulante) ................... 1.333,33 
 
2. Reconhecimento dos encargos sociais 
2.1. FGTS 
D – FGTS sobre férias (despesas – resultado) ........................... 106,67 
C – FGTS sobre férias a pagar (passivo circulante) .................... 106,67 
2.2. INSS Patronal 
D - INSS sobre férias (despesas – resultado) .......................... 266,67 
C – INSS sobre férias a pagar (passivo circulante) ................... 266,67 
 
Esse lançamento refere-se à despesa com funcionários administrativos. 
A contabilização, quando tratar-se de funcionários da produção, deve ser 
provisionada como custo da mão de obra. 
 
 
 O décimo terceiro salário, que só precisa ser pago em novembro e 
dezembro de cada ano, deve ser contabilizado da mesma forma que as 
férias, em atendimento ao regime de competência. 
O cálculo é realizado por mês trabalhado. Considera-se mês integral o 
período igual ou superior a 15 dias. 
Exemplo: Uma empresa com folha de salários de R$ 12.000,00, 
previdência patronal de 20% e FGTS de 8% deverá efetuar um registro de 
13º salário com valor de: 
4.3.2 – Décimo Terceiro Salário 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
com
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 33 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Item Salário 12.000,00 
1 Base para provisão (12.000/12) 1.000,00 
2 INSS (20% x 1.000,00) 200,00 
3 FGTS (8% x 1.000,00) 80,00 
4 Provisão para 13º (1 + 2 + 3) 1.280,00 
 
O lançamento mensal será: 
1. Reconhecimento das despesas de 13º salário 
D - Despesas com 13º salário (resultado) 
C - 13º salário a pagar (passivo circulante) ................ 1.000,00 
2. Reconhecimento dos encargos sociais 
2.1. FGTS 
D – FGTS sobre 13º salário (despesas – resultado) ........................... 80,00 
C – FGTS sobre 13º salário a pagar (passivo circulante) .................... 80,00 
2.2. INSS Patronal 
D - INSS sobre 13º salário (despesas – resultado) .......................... 200,00 
C – INSS sobre 13º salário a pagar (passivo circulante) ................... 200,00 
 
 É importante lembrar que, até poucos anos atrás, o reconhecimento da 
obrigação mensal de 13º salário e férias se dava por meio do registro em 
contas de “Provisão para 13º Salário” e “Provisão para férias”, no 
passivo, uma vez que existe alguma incerteza em relação ao momento do 
pagamento destes valores, mas não tanto em relação ao valor a ser 
desembolsado (já que este é calculado com base no salário mensal). 
Porém, o Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos 
Contingentes e Ativos Contingentes -, conforme estudamos, estabelece que a 
incerteza envolvida no pagamento destas obrigações (13º salário e férias) é 
muito menor do que a constante das provisões, razão pela qual eles devem 
ser apresentados separadamente das provisões, frequentemente como parte 
das contas a pagar. 
Assim, você, meu aluno e minha aluna, deve ter muito cuidado, porque 
as bancas continuam a utilizar as nomenclaturas “Provisão para 13º Salário” e 
“Provisão para férias”. Por isso, você precisa ter discernimento para saber se a 
banca cobrou ou não os novos conceitos. Então, partindo dessa premissa, as 
bancas poderão considerar provisão para 13º salários em substituição a 13º 
salário a pagar. Isto também vale para a conta férias a pagar, quando utilizar 
a conta provisão de férias. 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 34 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Como as bancas, em regra, perguntam qual o valor da despesa da 
empresa com salários, trago o quadro abaixo que resume as despesas 
relacionadas com a remuneração dos empregados: 
Despesa da empresa Despesa do 
empregado 
Despesa do Governo 
Salários Salário-família 
Horas extras Contribuição do 
sindicato 
Salário maternidade 
INSS patronal 
FGTS INSS segurado 
13 º salário Imposto de Renda 
Retido na Fonte 
 
Férias 
 
 (ESAF/APO – SEFAZ - SP/2009) A empresa de serviços 
alvorada LTDA. Listou os seguintes dados contratuais para elaborar a folha de 
pagamento referente ao mês de março: 
Salários...............................................................................R$ 9.000,00 
Previdência Social patronal (22%) ..........................................R$ 1.980,00 
Previdência Social dos Empregados (9%) ................................R$ 810,00 
FGTS (8%)...........................................................................R$ 720,00 
Salário-Família .....................................................................R$ 150,00 
Com os dados indicados, sem considerar eventuais parcelas de 13º salários ou 
férias proporcionais, podemos afirmar que a despesa de pessoal, referente ao 
mês de março, que a empresa deverá efetivamente desembolsar, será de: 
a) R$ 10.890,00. 
b) R$ 10.850,00. 
c) R$ 11.700,00. 
d) R$ 12.510,00. 
e) R$ 12.660,00. 
Resolução: 
Memorizando o quadro você responde à questão. 
São despesas da empresa: 
Salários .................................................... R$ 9.000,00 
Previdência Social Patronal .......................... R$ 1.980,00 
FGTS .......................................................... R$ 720,00 
Total .................................................... R$ 11.700,00 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 35 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
O salário família é pago pela empresa, porém, restituídos ao empregador pelo 
Estado. 
Previdência Social dos Empregados é despesa do próprio empregado, e, por 
isso, não deve ser reconhecido como despesa da empresa. 
Gabarito: Letra C. 
 
 
O balancete de verificação é um demonstrativo de caráter auxiliar (não 
obrigatório) em que são relacionadas todas as contas de acordo com a 
natureza do saldo, sejam elas patrimoniais ou de resultado, retificadoras ou 
não. As contas são apresentadas em duas colunas, uma de saldo devedor e a 
outra de saldo credor. 
O balancete de verificação evidencia a igualdade matemática dos 
lançamentos efetuados no período, com o objetivo de verificar a correta 
aplicação do método das partidas dobradas. Esse método é utilizado para indicar 
que não há débito sem que haja um crédito correspondente e, em 
consequência, que os valores totais dos débito e créditos registrados 
tenham igual valor. Assim, havendo débito sem o respectivo crédito ou o 
inverso, o balancete acusará. 
As informações para a confecção do balancete de verificação são 
extraídas do Livro Razão, porque nele contém os saldos das contas que 
necessitamos para a sua elaboração. 
O balancete de verificação não identifica todos os erros cometidos na 
escrituração, mas apenas os provenientes da incorreta aplicação do método 
das partidas dobradas ou de erro na transposição de contas do Livro 
Razão. Por exemplo, se no lugar de debitar a conta Clientes, o contabilista 
debitar a conta Caixa, o balancete de verificação não identificará o erro no uso 
dessas contas. Além disso, ele também não evidencia as omissões de 
lançamentos, os lançamentos feitos em duplicidades e as inversões de 
lançamentos. 
 Exemplos de alguns erros identificáveis no balancete de verificação: 
 Registro só a débito, sem o crédito correspondente; 
 Debitar ou creditar as duas contas, ao invés de debitar uma conta e 
creditar outra; 
 Registro de um débito, sendo que o crédito foi lançado por um valor 
duas vezes igual ao crédito; 
 Registrar em uma conta de natureza devedora, um valor que a torne 
com saldo credor (por exemplo, saldo credor de caixa que não pode 
existir); 
5 - Balancete de Verificação 
 
D
ire
ito
s 
au
to
ra
is
 r
es
er
va
do
s 
(L
ei
 9
61
0/
98
).
 P
ro
ib
id
a 
a 
re
pr
od
uç
ão
, v
en
da
 o
u 
co
m
pa
rt
ilh
am
en
to
 d
es
te
 a
rq
ui
vo
. U
so
 in
di
vi
du
al
.
Curso: Contabilidade Geral e Avançada 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 02 
 
Prof. Feliphe Araújo 36 de 102 
www.exponencialconcursos.com.br 
Existem dois tipos de balancetes: 
1) Balancete de Verificação Inicial; e 
2) Balancete de Verificação Final. 
 
1) Balancete de Verificação Inicial: Relaciona todas as contas de 
resultado (Receitas e Despesas) e contas patrimoniais (Ativo, Passivo 
Exigível, PL, retificadoras do Ativo, do Passivo Exigível e do PL). O respectivo 
balancete é elaborado antes da Apuração do Resultado do Exercício (ARE).

Continue navegando