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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRUY GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM HEMOTERAPIA Plasma, Concentrado de Hemácias, Plaquetas e Reações Transfusionais Discentes: Adriele Amaral; Carlos Daniel Araujo; Edilene Santos; Georgia Ferreira Silva; Railma Vitorino da Silva Salvador 2021 1 Adriele Amaral, Carlos Daniel Araujo, Edilene Santo, Georgia Ferreira Silva e Railma Vitorino da Silva HEMOTERAPIA Salvador 2021 2 3 RESUMO O uso do sangue com fins terapêuticos tem sido empregado pelo homem por muitos séculos. Desde a antiguidade, os povos bebiam o sangue de animais e pessoas acreditando que poderiam ser curados de doenças ou até mesmo fortalecer o organismo. Essa ideia era justificada pelo fato de o homem saber que a perda de sangue provocava desânimo, fraqueza, e em muitos casos levava à morte. Assim, o sangue era sinônimo de vida e força. O período pré-científico começa com a descoberta da circulação sanguínea por William Harvey (1578-1657) e do papel central do Coração nesse fenômeno, o que permitiu a prática de injeções intravenosas. A partir daí, deu-se início à infusão de medicamentos e também de sangue na veia dos pacientes. Aos poucos foram surgindo serviços especializados em transfusão, já havendo vários no Brasil antes da década de 1940. Na época, a prática de pagamento a doadores de sangue era normal. Também na ocasião, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a hemoterapia começou a se caracterizar como uma especialidade médica. Em 7 de dezembro de 1942, foi inaugurado o primeiro banco de sangue, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro, visando obter sangue para esse hospital e atender ao esforço de guerra, mandando plasma humano para os hospitais das frentes de batalha. 4 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Transfusão braço a braço entre um doador e um receptor no século XIX…………………………………………...……………………………………………..07 Figura 2 - Concentração e meia-vida dos fatores de coagulação presentes no PFC...…………………………………………...…………………………………………10 Figura 3 - ilustrativa sobre reações imediatas e tardias…………………………...18 5 SUMÁRIO Introdução………………………………………………………………..………...06 Hemoterapia no mundo………………………………………………..………….07 Hemoterapia no Brasil…………………………………………………..………...08 Hemoterapia Conceito…………………………………………………..………...09 Plasma Fresco Congelado……………………………………………..………....09 Concentrado de Hemácias……………………………………………..………....11 Plaquetas……………………………………………………………..….………....12 Reação Transfusional………………………………………………..…………....17 Cuidados de Enfermagem com Pacientes Hematológicos…………...……….20 Cuidados de Enfermagem no Perioperatório……………………………...……22 Conclusão…………………………………………………………………………..26 Referencias…………………………………………….…………………………..27 6 INTRODUÇÃO Trabalho acadêmico sobre Hemoterapia, baseado nos tópicos de principais “Plasma, Concentrado Hemácias, Plaqueta e Reação Transfusional”, estaremos apresentando indicações, explicações e justificando indicações sobre o uso no perioperatório. Aplicaremos o modo SAEP: de manutenção e prevenção de complicações ao paciente. Reconhecer indicação, fatores de riscos e complicações associadas ao uso de dispositivos e terapêuticas complementares no perioperatório. 7 1. Hemoterapia no mundo O uso do sangue com fins terapêuticos tem sido empregado pelo homem por muitos séculos. Desde a antiguidade, os povos bebiam o sangue de animais e pessoas acreditando que poderiam ser curados de doenças ou até mesmo fortalecer o organismo. Essa ideia era justificada pelo fato de o homem saber que a perda de sangue provocava desânimo, fraqueza, e em muitos casos levava à morte. Assim, o sangue era sinônimo de vida e força . O período pré-científico começa com a descoberta da circulação sanguínea por William Harvey (1578-1657) e do papel central do Coração nesse fenômeno, o que permitiu a prática de injeções intravenosas. A partir daí, deu-se início à infusão de medicamentos e também de sangue na veia dos pacientes. A ocorrência de transfusões diárias proporcionou a descoberta de vários sistemas de grupos sanguíneos, e as pesquisas relacionadas a antígenos e anticorpos foram sendo desenvolvidas para que fosse possível uma melhor segurança transfusional. Durante o período científico da transfusão, caracterizam-se três fases de procedimentos trans- fusionais: a fase da transfusão braço a braço (Figura 1.1), a fase da transfusão com frasco de vidro e a fase da transfusão com bolsas plásticas. Essas fases revelam a evolução da transfusão desde o momento em que a infusão era realizada diretamente do doador para um receptor, posteriormente, quando o sangue era coletado em frascos de vidro com anticoagulante, até́ evoluir para os dias atuais, com as transfusões feitas em bolsas plásticas especiais. (FIGURA1.1) Transfusão braço a braço entre um doador e um receptor no século XIX. 8 2. Hemoterapia no Brasil A década de 1940 representou significativamente o início da hemoterapia no Brasil, embora na década anterior vários serviços de transfusão estivessem em funcionamento, destacando-se o Serviço de Transfusão de Sangue do Rio de Janeiro, fundado por médicos liderados por Nestor Rosa Martins, Heraldo Maciel e Affonso Cruvinel Ratto. Aos poucos foram surgindo serviços especializados em transfusão, já havendo vários no Brasil antes da década de 1940. Na época, a prática de pagamento a doadores de sangue era normal. Também na ocasião, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a hemoterapia começou a se caracterizar como uma especialidade médica. Em 7 de dezembro de 1942, foi inaugurado o primeiro banco de sangue, no Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro, visando obter sangue para esse hospital e atender ao esforço de guerra, mandando plasma humano para os hospitais das frentes de batalha. Também em 1942, foram fundados o Banco de Sangue da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e o Banco de Sangue do Pronto-Socorro de Recife. No ano seguinte, 1943, a Universidade de São Paulo criou o Banco de Sangue do Hospital das Clínicas. No Rio de Janeiro, em 1944, foi inaugurado o Banco de Sangue do Distrito Federal. De fato, a hemoterapia brasileira somente veio a caracterizar-se como especialidade médica na década de 1940. Em 1949 foi criada a Associação dos Doadores Voluntários de Sangue (ADVS), no Rio de Janeiro, que posteriormente se transformou em uma entidade nacional. A associação era contrária à remuneração dos doadores de sangue, uma prática adotada pelos bancos de sangue existentes na época, por acreditarem que o sangue doado de forma altruísta (solidária) e não como uma fonte de lucro garantiria maior segurança aos receptores de sangue. A promulgação da Lei Federal nº 1.075 de 27 de março de 1950 fez com que a questão do sangue fosse tratada pelo governo. Com o intuito de estimular a voluntariedade da doação de sangue, ela abonava um dia de trabalho ao funcionário público que doasse de forma voluntária o seu sangue a qualquer instituição estatal ou paraestatal. Doadores de sangue que não eram servidores públicos tinham como reconhecimento a sua inclusão entre aqueles brasileiros que prestavam serviços relevantes à nação. 9 A partir dos anos 1950, um dos fatos mais importantes para a hemoterapia brasileira foi a organização dos médicos em grupos que visavam ao desenvolvimento científico e social da especialidade. A fundação da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), em 1950, e, em 1965, do Colégio Brasileiro de Hematologia (CBH), possibilitou a consolidação da hematologia e da hemoterapia. 3. Hemoterapia Conceito É um tratamento que se desenvolveu baseado no preceito racional de transfundir-se somente o componente que o paciente necessita, baseado na avaliação clínica e/ou laboratorial, não havendo a indicação de sangue total. 3.1. As indicações básicas para transfusões são restaurar ou manter: ● A capacidade de transporte de oxigênio; ● O volume sanguíneo; ● E a hemostasia. 3.2. Plasma Fresco CongeladoConsiste na porção acelular do sangue e é constituído por água, proteínas (albumina, globulinas, fatores de coagulação, etc.), carboidratos e lipídios. Obtido através da separação de uma unidade de sangue total por centrifugação e totalmente congelado em até 8 horas após a coleta Deve ser armazenado em temperatura abaixo de, no mínimo, -20°C e apresenta validade de 12 meses. Se mantido em temperaturas abaixo de -30°C a validade aumenta para 24 meses. Cada unidade de plasma deve conter volume superior a 180 ml para fins transfusionais. Após o descongelamento, deve ser utilizado imediatamente sempre que possível; porém, pode ser usado em até 24 horas se conservado entre 2 e 6°C. 3.3. Indicações Prevenção de sangramento em pacientes com hepatopatia, quando necessária a realização de cirurgia ou procedimento invasivo, inclusive transplante hepático; 10 Nos casos de Transfusão maciça, o plasma pode ser liberado precocemente; 3.4. Contraindicação ● Sepse; ● Hemorragias sem distúrbio de coagulação ● Imunodeficiências; ● Grandes queimados; ● Acelerar o processo de cicatrização; ● Tratamento de desnutrição. 4. Dose ● Doses de 10 a 15 ml/kg de peso, EV em infusão rápidas 30 a 60 minutos; ● Não permanecer à temperatura ambiente por mais de 2 horas. 5. Manutenção Quando utilizado na correção de deficiência de múltiplos fatores, a reposição deverá ser monitorada laboratorialmente. TP e TTPA acima de 1,5x o valor pode ser usado como parâmetro; Quando utilizado para correção de deficiência de fatores isolados (V ou XI, por exemplo), considerar o objetivo da reposição da meia-vida do fator reposto e o nível basal do fator do paciente para definir o intervalo entre as doses (conforme tabela abaixo). Normalização dos testes ou controle do sangramento devem ser considerados como parâmetros; Figura 2. Concentração e meia-vida dos fatores de coagulação presentes no PFC. 11 6. Crioprecipitado ● É a fração insolúvel em frio do plasma fresco congelado; ● Cada unidade contém fator VIII (80UI), fibrinogênio (pelo menos 150 mg), pequenas quantidades de fator XIII (50-75U) e fator de von WiLLebrand (100-150U). ● É a principal fonte de fibrinogênio concentrado. ● Cada unidade aumentará o fibrinogênio em 5-10mg/dl em um adulto médio, na ausência de grandes sangramentos ou de consumo excessivo de fibrinogênio; ● Cada unidade contèm de 10 a 15 ml de plasma e deve ser armazenada congelada em temperatura abaixo de -20°C; ● Para ser utilizada deve ser descongelada em banho-maria a 37°C, procedimento que leva em média 30 a 40 minutos; ● Uma vez descongelado, deve ser transfundido imediatamente. 7. Indicações As indicações deste do CRIO são restritas e devem sempre ser norteadas pela quantificação do fibrinogênio plasmático ou realização de Tromboelastografia (ROTEM). Pode ser útil em sangramento ou procedimentos invasivos em pacientes urêmicos; Repor fibrinogênio em pacientes com coagulopatia intravascular disseminada (CID) e graves hipofibrinogenemias adquiridas ou por consumo (inferiores a 100 - 150mg%) 8. Dose ● Recomenda-se de 01 a 1.5UI a cada 10 Kg de peso, dose diária. ● O tempo de infusão deve estar prescrito e ser de 30 a 60 minutos ● Administrar em até 2 horas após o descongelamento. 9. Concentrado de Hemácias A transfusão do concentrado de hemácias tem como objetivo restabelecer a capacidade de transporte de oxigênio e a massa eritrocitária, 12 sendo assim, sua indicação está relacionada com o comprometimento da oferta de oxigênio aos tecidos, causada pelos níveis reduzidos de hemoglobina. O concentrado de hemácias (CH) é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total (ST) e da remoção da maior parte do plasma. O CH também pode ser obtido por aférese, coletado de doador único. 10. Indicação: Nas anemias, pois a capacidade de transporte de oxigênio é reduzida e compensada por: ● aumento no débito cardíaco ● aumento na qualidade de 2,3 difosfoglicerato das hemácias que leva a um desvio da curva dissociação de oxigênio da hemoglobina. Em consequência desse aumento, observamos uma maior oferta de oxigênio em nível tecidual (Ministério da Saúde, 2013). 11. Nas hemorragias agudas O uso de concentrado de hemácias fica reservado para perdas sanguíneas estimadas superiores a 30-50% da volemia (aproximadamente 1.500mL). Em consequência desse aumento, observamos uma maior oferta de oxigênio em nível tecidual (Ministério da Saúde, 2013). 12. Portadores de Miocardiopatia Isquêmica Ht ≤ 25% ou Hb ≤ 8,5 g/dl* em pacientes portadores de miocardiopatia isquêmica no período pós-operatório imediato de cirurgia de revascularização. Apesar dessas alterações compensatórias, há casos em que elas são insuficientes. Nesses casos, está indicada a reposição da massa eritrocitária por meio da transfusão de CH (Ministério da Saúde, 2013) 13 13. Plaquetas As plaquetas não têm núcleos, são fragmentos de citoplasma derivados de megacariócitos da medula óssea que entram na circulação sanguínea. Exibem forma arredondada ou oval, são pequenas, com diâmetro de 2 a 4 μm e, normalmente, apresentam-se separadas umas das outras em análise de lâmina corada porque a coleta de sangue é realizada com anticoagulante (EDTA). Em média, observa-se, no microscópio, uma plaqueta a cada 10–30 hemácias. As plaquetas contêm grânulos finos cor púrpura, que, usualmente, preenchem seu citoplasma. Podem ser observadas plaquetas maiores, denominadas macroplaquetas. 13.1. Funções e características das plaquetas As plaquetas são importantes no mecanismo de coagulação sanguínea. Quando um vaso capilar é lesado, desencadeia-se um mecanismo de coagulação. São as plaquetas que iniciam esse processo, sendo importante, portanto, tê-las nas quantidades adequadas no sangue. As plaquetas se agregam ao redor da lesão endotelial do vaso e estimulam os fatores da coagulação; dentre eles, o fibrinogênio, que é uma das proteínas sanguíneas responsáveis pela coagulação e que se transforma em fibrina, desencadeando a formação de um coágulo para que, futuramente, ocorra a cicatrização. As plaquetas sanguíneas também chamadas de trombócitos são fragmentos citoplasmáticos e nucleares presentes no sangue, originados na medula óssea. Sua principal função está relacionada ao processo de coagulação sanguínea. 13.1.1. Indicação concentrado de plaquetas: Indicação terapêutica É utilizado para pacientes com sangramentos com contagens de plaquetas inferiores a 50.000 / mm3 ou portadores de disfunção plaquetária. Também poderá 14 ser utilizado como medida preventiva de sangramento em casos de procedimentos invasivos para pacientes com baixa contagem ou disfunção plaquetária. 13.1.2. Validade ● A sua validade é em torno de 5 dias ● Plaquetas por aférese ● Tipo de concentrado de plaquetas especial obtido através de coleta por máquina de aférese. A bolsa coletada equivale a 6-8 unidades de concentrado de plaquetas comuns ou 1 bolsa de pólo de concentrado de plaquetas. É um concentrado de plaquetas de melhor qualidade, pois na maioria das vezes já vem desleucocitado, é proveniente de 1 único doador (menor risco de eventos adversos transfusionais) e pode ter volume de infusão final menor, em uma transfusão para adultos. 13.1.3. Indicação terapêutica O concentrado de plaquetas por aférese tem indicação idêntica aos demais tipos de concentrados de plaquetas. Devido a oferta limitada deste tipo de hemocomponente devemos priorizar alguns tipos de pacientes, em caso de baixo estoque, como candidatos a politransfusão (pacientes onco hematológicos), candidatos a transplante de medula óssea, pacientes com sorologia negativa para Citomegalovírus (principalmente gestantes e imunossuprimidos), aqueles com reações alérgicas a transfusão, pacientes politransfundidos e com refratariedade à transfusão de outros tipos de concentrado de plaquetas (se possível transfusão com bolsa de plaquetaférese de doador HLA compatível). ● Indicação plaquetária para: plaquetopeniaspor falência medular ● Contra indicação: destruição periférica ou alterações congênitas de função plaquetária ● Plaquetopenias por falência medular :indicação a portadores de doenças hematológicas ex: anemia linfomas e leucemia benignas ou malignas/e ou quimioterapia e radioterapia no caso de transfusão profilática. ● Transfusão Profilática: A dose empregada deve ser de 1 unidade (ou 5,5 X 1010 plaquetas) para cada 7-10 Kg de peso do paciente. Em crianças com peso inferior a 7 Kg, a dose deve ser de 10 a 15 ml/Kg. 15 No entanto, doses mais baixas, de no mínimo uma unidade para cada 5 Kg de peso do paciente, podem ser aceitáveis. Na maioria das vezes, a transfusão profilática precisa ser repetida a cada 24 a 48 horas. Transfusão Terapêutica: O objetivo da transfusão terapêutica de plaquetas não é elevar a contagem de plaquetas acima de certo limite, mas ajudar a corrigir o distúrbio hemostático, que pode estar contribuindo para a hemorragia ● Em situações em que a plaquetopenia por falência medular tem um caráter crônico (por exemplo, pacientes portadores de anemia aplástica grave ou síndrome mielodisplásica), os pacientes devem ser observados sem transfusão de CP. Esta estaria indicada profilaticamente somente se contagens inferiores a 5.000/μL ou se inferiores a 10.000/ μL, na presença de manifestações hemorrágicas. Estudos recentes demonstraram que em situações de plaquetopenias por falência medular associada ao transplante autólogo de célula hematopoiética é seguro não transfundir CP mesmo se contagens inferiores a 10.000/μL na ausência de sangramento se for possível manter um controle rigoroso do paciente com disponibilidade imediata de transfusão se surgirem manifestações hemorrágicas menores. Esta conduta diminui o risco de refratariedade plaquetária, o custo hospitalar relacionado ao procedimento e o consumo de CP, sem comprometer a segurança do paciente ● Pacientes portadores de alterações da função plaquetária raramente necessitam de transfusões de CP. Nas situações de disfunções congênitas como trombastenia de Glanzmann (deficiência congênita da GPIIb/IIIa), síndrome de Bernard‑Soulier (deficiência da GPIb/IX), síndrome da plaqueta cinza (deficiência dos grânulos alfa) etc., a ocorrência de sangramentos graves é pouco frequente. A recomendação terapêutica é de transfusão de CP pré‑procedimentos cirúrgicos ou invasivos e no caso de sangramentos após utilização, sem resultados, de outros métodos como agentes antifibrinolíticos e DDAVP (1‑dea‑mino‑8‑D‑arginina vasopressina). Frequentemente, em pacientes submetidos a procedimentos cardíacos cirúrgicos, com utilização de circulação extracorpórea por tempos superiores a 90‑120min, a função plaquetária pode estar comprometida, por 16 mecanismos associados à ativação plaquetária, desencadeando sangramento difuso intraoperatório. Nesta situação, mesmo com contagens superiores a 50.000/μL, está indicada a transfusão de CP ● Plaquetopenias por diluição ou destruição periférica ● Quatro situações importantes podem ser caracterizadas neste grupo, no qual temos uma diluição da concentração das plaquetas ou um consumo aumentado e/ou destruição por mecanismos imunes: ● Transfusão maciça: espera-se uma contagem de plaquetas inferior a 50.000/μL se aproximadamente duas volemias sanguíneas foram trocadas do paciente. Nesta situação, recomenda‑se a transfusão de CP se a contagem for inferior a 50.000/μL e se inferior a 100.000/μL na presença de alterações graves da hemostasia, trauma múltiplo ou de sistema nervoso central; ● Coagulopatia intravascular disseminada (CID): nesta situação, a reposição de plaquetas e fatores de coagulação é desencorajada, pois não há evidências de efeitos benéficos profilaticamente, porém, em presença de sangramentos, mesmo que sem gravidade no momento, deve‑se iniciar a reposição de fatores de coagulação (PFC) e de CP objetivando contagens superiores a 20.000/μL; ● Plaquetopenias imunes: a mais frequente forma de plaquetopenia imune é a púrpura trombocitopênica imune (PTI), associada à presença de autoanticorpos antiplaquetas. Nesta situação, a transfusão de CP37 é restrita a situações de sangramentos graves que coloquem em risco a vida dos pacientes. A terapêutica de reposição deve ser agressiva e sempre associada a formas de tratamento específico como altas doses de corticóides e imunoglobulina.Dengue Hemorrágica:a trombocitopenia que acompanha os casos de dengue hemorrágica é causada pela presença de anticorpos que, dirigidos contra proteínas virais, apresentam reação cruzada contra antígenos plaquetários. Na prática, esta plaquetopenia se comporta como a da PTI, portanto não há indicação para a transfusão profilática de CP independentemente da contagem de plaquetas no sangue periférico. A transfusão profilática de CP também não está indicada nas trombocitopenias que podem acompanhar a Leptospirose e as Riquetsioses.d) 17 Procedimentos cirúrgicos ou invasivos em pacientes plaquetopênicos. Existe uma grande variedade de dados associados a indicações de transfusão de CP em pacientes plaquetopênicos submetidos a procedimentos cirúrgicos ou invasivos, porém a dificuldade de comparação entre os trabalhos leva a uma dificuldade de definição de critérios conclusivos. Existe um consenso que contagens superiores a 50.000/μL são suficientes para a maioria dos casos, exceto para procedimentos neurocirúrgicos e oftalmológicos para os quais níveis mais elevados são exigidos (superiores a 80.000 a 100.000/μL).O Quadro 4, a seguir, demonstra diferentes critérios de indicação para transfusão de CP em situações cirúrgicas específicas que podem ser utilizados como orientação de conduta. Cabe ainda ressaltar que, nestes procedimentos, a habilidade do profissional que os executa é rele. 13.1.4. Reação Transfusional ● Definição: A reação transfusional é um evento ou resposta indesejável que ocorre no paciente associada temporalmente com a administração de sangue ou hemocomponente. Conforme o tempo de aparecimento do quadro clínico ou laboratorial, a reação transfusional é classificada em: ● Imediata – quando ocorre durante a transfusão ou até 24h (vinte e quatro horas) após o seu início. ● Tardia – quando ocorre após 24h (vinte e quatro horas) do início da transfusão (dias, semanas, meses ou anos). 13.1.5. Quanto à gravidade, a reação transfusional é classificada em: ● Grau 1 – Leve: Ausência de risco à vida. Pode ser requerida intervenção médica, mas a falta desta não resulta em danos permanentes ou em comprometimento de um órgão ou função. ● Grau 2 – Moderada: Morbidade em longo prazo. Em consequência da reação transfusional houve necessidade de hospitalização ou prolongamento desta e/ou deficiência ou incapacidade persistente ou significativa ou necessidade 18 de intervenção médica ou cirúrgica para evitar danos permanentes ou comprometimento de um órgão ou função. ● Grau 3 – Grave: Ameaça imediata à vida, em consequência da reação transfusional, sem óbito atribuído à transfusão. Intervenção médica exigida para evitar a morte. ● Grau 4 – Óbito: Óbito atribuído à transfusão. O sistema nacional de hemovigilância adota as seguintes categorias de correlação do quadro clínico e/ou laboratorial e/ou vínculo temporal com a transfusão: confirmada (definitiva/certa); provável; possível; improvável; descartada; inconclusiva. 13.1.6. Incidentes Transfusionais Notificáveis (Figura 3) ilustrativa sobre reações imediatas e tardias. 13.1.7. Procedimentos Gerais, independente do tipo de Reação – Equipe de Enfermagem 19 ● Interromper a transfusão, manter a extremidade do equipamento protegida para não haver contaminação e manter a veia permeável com a solução de hidratação da prescrição. ● Comunicar ao Médico Plantonista imediatamente. ● Verificar e registrar na prescrição médica os sinais vitais do paciente (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura axilar). ● Providenciar todos os medicamentos,materiais e equipamentos necessários para o atendimento emergencial, no caso de reação moderada ou grave. ● Registrar a reação no mapa transfusional e no livro de ocorrências da enfermagem. ● Encaminhar todas as amostras, bolsas e pedidos de exames solicitados pelo Médico. ● Como o procedimento transfusional apresenta risco potencial, a decisão deve ser compartilhada com o paciente ou seus familiares e os benefícios esperados com a transfusão bem como seus riscos potenciais devem ser claramente explicados, discutidos, todas as dúvidas do paciente ou seus familiares devem ser esclarecidas e preferencialmente documentadas através de termo de consentimento assinado antes receber a transfusão. Nas situações de urgência e emergência, quando não houver tempo para discutir a necessidade de transfusão com o paciente ou seus familiares o médico deverá registrar em prontuário a condição clínica que o motivou a indicar a transfusão e a impossibilidade da obtenção do consentimento do paciente. Em situações relacionadas com a recusa terapêutica, por motivos religiosos, pessoais ou de qualquer outra natureza, o médico assistente deve sempre manter os registros da recusa bem documentados em prontuário. 13.1.8. Benefícios A transfusão sanguínea é fundamental para o tratamento da anemia aguda consequente a sangramentos importantes. Principalmente em grandes cirurgias, nas quais os mecanismos compensatórios do organismo não estão sendo suficientes para manter a oxigenação adequada dos tecidos, ou seja, quando a demanda de oxigênio é maior do que a oferta desse gás. Assim, a necessidade premente de transfusão de sangue e derivados é inevitável em casos de anemia aguda, como em sangramentos intraoperatórios. 20 13.1.9. Malefícios No entanto, transfusões sanguíneas podem apresentar complicações infrequentes, mas algumas vezes letais. Dividem-se essas complicações em dois tipos: infecciosas e não infecciosas. A transmissão de microrganismos é rara, mas tomou notoriedade imensa na mídia principalmente quando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) surgiu em meados dos anos 80 e o risco potencial de transmissão via transfusão de sangue. Muitos outros microrganismos podem ser transmitidos, como os vírus das hepatites B e C, o Trypanosoma cruzi da doença de Chagas, os vírus HIV 1 e 2, o vírus HTLV e o Treponema pallidum, que transmite a sífilis. Outros agentes infecciosos que se acredita serem transmissíveis são os príons, outro tipo de agente infectante que transmite a doença de Creutzfeldt-Jakob, mais conhecida como doença da vaca louca, o vírus Epstein-Barr, o Herpesvírus 8 e até mesmo parasitas, como é o caso da malária. Mas todos os testes necessários para identificação desses agentes são realizados antes do sangue ou derivados serem utilizados. ● As complicações não infecciosas são mais frequentes. As principais complicações não infecciosas são: ➢ A reação febril não hemolítica associada à transfusão, ou seja, febre ocasionada pela transfusão do sangue. ➢ As reações transfusionais alérgicas, em outras palavras, alergia ao sangue. ➢ A imunomodulação está relacionada à transfusão, que pode diminuir a sua imunidade contra determinadas doenças. ➢ A sobrecarga circulatória associada à transfusão, que seria um excesso de volume e que pode trazer consequências para o coração e para os pulmões. 14. Cuidados de Enfermagem com Pacientes Hematológicos Os pacientes portadores de doenças hematológicas apresentam, além dos sintomas clássicos da doença e de sua evolução, outros sintomas e eventos relacionados ao tratamento. Esses distúrbios são de natureza variada, tais como os do sistema de coagulação e defesa do organismo, que podem ocasionar fadiga, debilidade física, perda de peso, febre, lesões em mucosas, dores, infecções e 21 outros, a depender do diagnóstico, órgãos ou estruturas afetados, estadiamento e forma de apresentação da doença (aguda ou crônica). O portador de alterações hematológicas deve ser compreendido como um “ser total”. Pois pode advir conflitos emocionais significativos ligados a ameaças de alterações na imagem corporal e na auto imagem, perda de identidade, sentimentos de angústia, medo, depressão ou raiva, mudanças de papéis, isolamento social, dependência física e psicológica, dentre outros, que geram desequilíbrios e dificuldades de adaptações. A assistência de enfermagem é de fundamental importância em todo o processo, e engloba a prevenção, a identificação, a detecção e o acompanhamento das complicações associadas e advindas das diferentes doenças e seus tratamentos. De modo geral, as intervenções de enfermagem que devem ser adotadas para prevenir a exposição dos pacientes aos riscos são pertinentes a todas as doenças hematológicas e são apresentadas em conjunto. 14.1. Higienização Para prevenir as infecções cruzadas, deve-se instituir um protocolo rigoroso de higienização das mãos, antes e após o cuidado ou contato com o paciente, para toda a equipe que assiste o paciente, familiares e visitantes. 14.2. Avaliações clínicas da Enfermagem Deve-se monitorar os resultados laboratoriais do paciente assim como também sinais vitais, minimizando o risco de infecções, 14.3. Cuidados com acessos vasculares 14.4. Antes de instalar as drogas deve-se avaliar a integridade do acesso vascular: verificar o retorno venoso e fluxo de infusão (com soro fisiológico a 0,9%), questionar o paciente sobre queixas de dor ou desconforto, inspecionar o sítio de inserção em busca de sinais de inflamação, extravasamento ou infiltração. ● rede venosa de difícil visualização em função das condições de hidratação; idade (crianças ou idosos); esclerose ou fibrose venosa fragilidade capilar, tipo e freqüência das soluções e produtos infundidos (quimioterápicos, antibióticos, contrastes, transfusões); múltiplas punções e coletas de 22 amostras de sangue; trombocitopenias, deficiências nutricionais, reações alérgicas à solução administrada. 15. Cuidados de Enfermagem no Perioperatório ● Antes da transfusão: -Garantir a assinatura do termo de consentimento pelo paciente ou responsável; -Verificar a permeabilidade da função, do calibre do cateter, presença de infiltração e sinais de infecção; -Confirmar a identificação do receptor, do rótulo da bolsa, dos dados da etiqueta de liberação, a validade do produto; - Fazer a inspeção visual da bolsa e a temperatura por meio de dupla checagem para segurança do receptor; -Sempre aferir e anotar os sinais vitais do paciente. ● Durante a transfusão Procedimentos que devem ser adotados: -Confirmar identificação do receptor, comparando com a identificação na pulseira e o rótulo do insumo a ser infundido; -Verificar 2x o rótulo da bolsa de sangue ou derivados sanguíneo, para ter certeza que o grupo e o fator Rh estão de acordo com o registro de compatibilidade; -Examinar o número, o tipo de hemoderivado e conferir se o mesmo corresponde ao prontuário do paciente, lembrando sempre de chamar em voz alta, pelo nome completo do paciente; -Verificar se não há bolhas de ar na bolsa ou qualquer aspecto de alteração na cor ou temperatura; 23 -A transfusão deve iniciar 30 minutos após a remoção da bolsa do refrigerador do banco de sangue. É importante que seja verificado o exato momento e o tempo em que essa remoção ocorreu; -Sempre monitorar a transfusão durante todo o processo e lembrar, que o tempo máximo do processo não pode ultrapassar um total de 4 horas; -Permanecer ao lado do leito do paciente durante os 10 primeiros minutos de transfusão; -Observar o paciente, em relação a reações adversas durante a transfusão, sempre monitorando os sinais vitais em intervalos regulares e comparando-os com medidas anteriores; -Trocar o equipo a cada duas horas das unidades transfundidas para minimizar riscos de contaminação bacteriana. ● Reações Adversas: durante a transfusão sanguínea - Caso o paciente apresente-se inquieto, com dor, urticária, febre, calafrios, vômitos, faltade ar, a transfusão deve ser imediatamente encerrada e o fato deve ser comunicado ao médico; - Nesse caso, a bolsa deve ser encaminhada com o laudo da intercorrência ao banco de sangue para a análise. ● Cuidados de Enfermagem após a transfusão -Aferir os sinais vitais e compará-los com as medidas anteriores; -Descarte de maneira adequada todo o material descartável utilizado, para assegurar que não haja contaminação cruzada em relação a outros funcionários, como da higienização, por exemplo. -A desinfecção e gerenciamento de resíduos deve ser feito sempre seguindo as normas de boas práticas da instituição de saúde e sempre documentados; -Sempre registrar as atividades desenvolvidas pelo setor de hemoterapia de forma a garantir possível rastreabilidade, se necessário. 24 -O paciente deve ser monitorado por algumas horas após o procedimento de transfusão, para garantir que o procedimento não trouxe intercorrências e seu resultado foi positivo. 26.2 Conceitos ● Transfusão: É um ato médico de transferir hemocomponentes, ou seja, componentes do sangue (plasma sanguíneo, plaquetas, hemácias ou leucócitos) de um doador para o sistema circular de outra pessoa. ● Bancos de Sangue: É um centro onde o sangue coletado como resultado de doação, passa por diversos cuidados como a seleção e manipulação de sangue, exigindo uma série de exames dos doadores, onde também é testado a qualidade do material doado, para evitar a transmissão de doenças como: HIV, hepatite, dentre outras. ● Indicações de transfusão sanguínea -Grandes perdas de volume de sangue, relacionado a acidentes ou complicações cirúrgicas; -Eritroblastose fetal é uma anemia hemolítica fetal (ou neonatal) causada pela transmissão placentária de anticorpos materno direcionados às hemácias fetal. Ex: Fator Rh materno – , gerando filhos Rh +. - Tratamento Oncológico - Tratamento de reposição de células. Ex: Anemia. ● Tipos de transfusões sanguíneas -Agendada: com dia e local marcados. -Rotina: pacientes que estão internados em ambiente hospitalar. -Urgência: a transfusão é feita em até 3 horas após a solicitação feita. 25 -Emergência: procedimento imediato, caso haja atraso na transfusão o paciente pode ir a óbito. -Aférese: quando o sangue passa por um processo e somente um componente é retirado. Ex: plaquetas. -Hemaférese: ocorre quando é retirado do sangue do paciente substâncias nocivas e o sangue retorna ao paciente. Ex: Pacientes que fazem hemodiálise. -Autóloga: quando o próprio paciente doa sangue para ele mesmo, para ser recebido em um momento posterior. Ex: Em uma cirúrgia. 26 CONCLUSÃO Apesar dos potenciais benefícios da transfusão, principalmente em pacientes com sangramento expressivo e queda importante da hemoglobina e hematócrito, devemos utilizar a transfusão sanguínea com bastante critério para que o “remédio não se torne um veneno” , nos últimos 10 anos, estudos científicos importantes, randomizados e controlados, questionaram a prática transfusional, demonstrando a eficácia de um tratamento mais restritivo de transfusão. O Brasil foi pioneiro ao demonstrar em uma pesquisa realizada no InCor, publicada no periódico JAMA (Journal of the American Association), que em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, restringir transfusões é seguro e eficaz. 27 REFERÊNCIAS ● Hajjar LA et al. JAMA. 2010;304(14):1559-1667. Hajjar LA et al. Curr Opin in Anesthesiology. 2015;28(1):81-88. Almeida JP, Hajjar LA. Anesthesiology. 2015;122(1):29-38. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/transfusao-de-sangue-riscos-e-beneficio s/ ● Riscos e benefícios da transfusão sanguínea - Dr. Adriano Fregonesi - 12 de setembro de 2016 - Portal da urologia – Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/riscos-e-beneficios-da-transfusao-san guinea/ ● https://www.shhsjc.com.br/manual-pratico-de-hemoterapia/#plasma-seco file:///C:/Users/adrie/Downloads/Manual-de-Orienta%C3%A7%C3%B5es-em- Hemoterapia-2018%20(1).pdf ● medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2220/o_uso_clinico_de_hemocomponentes. htm ● https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes_2ed.pdf ● Livro - Hemograma Manual de Interpretação - Failace ● Manual de Hematologia - Propedêutica e Clínica ● Hematologia Básica - Grupo A https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/transfusao-de-sangue-riscos-e-beneficios/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/transfusao-de-sangue-riscos-e-beneficios/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/transfusao-de-sangue-riscos-e-beneficios/ https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/riscos-e-beneficios-da-transfusao-sanguinea/ https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/riscos-e-beneficios-da-transfusao-sanguinea/ https://portaldaurologia.org.br/publico/noticias/riscos-e-beneficios-da-transfusao-sanguinea/ https://www.shhsjc.com.br/manual-pratico-de-hemoterapia/#plasma-seco https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_uso_hemocomponentes_2ed.pdf https://www.livrariaflorence.com.br/produto/livro-hemograma-manual-de-interpretacao-failace-137892 https://www.amazon.com.br/Manual-Hematologia-Proped%C3%AAutica-Therezinha-Lorenzi/dp/8527712377 https://loja.grupoa.com.br/bibliotecauniversitaria/eb-ead-hematologia-basica9788595029491-p1009868
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