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Hemoterapia: Aspectos Gerais e Cuidados de Enfermagem

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Hemoterapia
Aspectos gerais e cuidados de enfermagem
História da hemoterapia no Brasil
Por volta do ano de 1910 o médico Garcez Fróes, através de um Aparelho de Agote, realizou uma transfusão de 129ml de sangue, de um funcionário do hospital para uma cliente com o quadro de uma hemorragia importante causada por pólipo.
Os primeiros bancos de sangue do Brasil foram criados na década de 1940 (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Brasília)
A primeira Lei Federal que tratava do sangue foi a Lei 1.075 de 27/03/1950.
Na publicação da Resolução nº 1/75 no Diário Oficial da União, em 1975, foram especificados procedimentos em relação ao sangue humano e seus derivados, só podendo ser empregados como meio terapêutico se fossem submetidos a exames laboratoriais para detecção do vírus da hepatite B, sífilis, vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
No inicio da década de 80 o mundo conhece o HIV, vírus da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e a descoberta da sua transmissão por transfusão de hemocomponentes, até então não haviam testes para detecção do mesmo.
Fato que forçou o aumento nos critérios da seleção do candidato a doação de sangue através da triagem clínica, a substituição da doação anônima pela personalizada.
Em 1988, com a promulgação de uma nova Constituição Federal, foi proibida a comercialização de sangue e hemocomponentes.
No ano de 1989, foi publicada a portaria que aprova e normatiza as normas técnicas relativas a coleta de doadores, o processamento do sangue total e a transfusão de hemocomponentes e hemoderivados.
A partir de 1993 a legislação brasileira passou a ser mais rigorosa, com a Portaria 1376/93, que determinou as normas técnicas para coleta, processamento e distribuição do sague e a fiscalização efetiva por órgão sanitário (ANVISA).
A Portaria 121/95 acompanha a legislação vigente na ocasião e cria a obrigatoriedade da realização de diversos exames sorológicos na análise do sangue doado.
Atualmente a prática hemoterápica no Brasil é regulamentada pelo MS através da Resolução da Diretoria Colegia (RDC) e a prática do Enfermeiro em Serviços de Hemoterapia é normatizada por meio da Resolução COFEN nº629/2020.
Hemocomponentes e Hemoderivados
Ambos têm a mesma origem (sangue), porém a diferença acontece nos processos de obtenção de cada um, além de serem produtos diferentes e possuem utilizações terapêuticas diferentes.
Hemocomponentes
Obtidos a partir de processos físicos e a centrifugação da bolsa contendo sangue total, obtendo: Concentrado de hemácias, plasma, concentrado de plaquetas, criopreciptado e concentrado de granulócitos.
· Aférese: Obtém hemocomponentes específicos por meio de centrifugação, como o concentrado de granulócitos e concentrado de plaquetas de um único doador.
Concentrado de hemácias
· É produzido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total e da remoção da maior parte do plasma, com volume final entre 220 ml a 280ml.
· Seu armazenamento deve ser feito entre 2º e 6ºC
· Podem ser desleucocitados com a utilização de filtros para leucócitos desplasmatizados pela técnica de lavagem com solução fisiológica em sistema fechado. Este componente também pode ser obtido a partir do processo de aférese.
· O tempo de infusão adequado deve ser de 1 à 4 horas.
Indicações: Anemias severas, sinais de oxigenação inadequada, pacientes idosos, pacientes com doenças cardiovasculares arterial, transoperatório, hemorragias agudas.
Concentrado de plasma
· O plasma fresco congelado é a porção acelular do sangue obtida a partir do processo de centrifugação do sangue total, sendo feito a transferência e o fracionamento em circuito fechado para uma bolsa satélite com volume total de 200 a 250ml.
· Contém fatores da coagulação, fibrinólise e complemento, albumina, imunoglobulinas, proteínas e sais minerais.
· O seu congelamento deve estar completo até 8 horas após a coleta e mantido a 18º C negativos, sendo recomendada a temperatura igual ou inferior a 25º C negativos.
· O tempo de infusão é em média de 30 minutos em adultos ou pediátricos.
Indicações: Deficiências isoladas de fatores da coagulação, Neutralização do efeito da sobredose de warfarina, deficiência de vitamina K, doença hepática.
Concentrado de plaquetas
· Para a obtenção das plaquetas a partir do sangue total são necessários dois momentos de centrifugação: 
Na 1ª etapa é feita uma centrifugação leve em que obtém o plasma rico em plaquetas, e 
Na 2ª este plasma é novamente centrifugado em rotação alta para obtenção das plaquetas.
· Cada unidade de concentrado de plaquetas unitárias contém aproximadamente 5,5X1010 plaquetas em 50ml a 60ml de plasma.
· O tempo de infusão do concentrado de plaquetas é em média de 30 minutos em clientes adultos ou pediátricos.
Indicações: Plaquetopenias (centrais)- nível cítrico 10.000, paquetopatias.
Crioprecipitado
· Fonte concentrada de algumas proteínas plasmáticas que são insolúveis a temperatura de 1 a 6º C, sendo obtido a partir do descongelamento de uma unidade de plasma fresco a temperatura de 1 a 6º C, tendo o plasma sobrenadante removido deixando na bolsa a proteína precipitada de 10 a 15ml, este material é então recongelado no período de 18 a 25ºC negativos.
· Cada unidade tem um volume médio de 15ml e contém glicoproteínas de alto peso molecular, como de Fator VIII, Fator Von Willebrand, fibrinogênio, Fator XIII e fibronectina.
Indicações: Sangramento microvascular com hipofibrinogenemia, profilaxia em pacientes com Hemofilia A ou Doença de Von Willebrand, profilaxia em pacientes com disfibrinogenemias congênitas.
Concentrado de granulócitos
· Obtidos por aférese de doador único, estimulados com a administração de fator estimulador de colônias de granulócitos e corticosteroides para aumentar o rendimento da coleta das células, com um volume final em torno de 200 a 300ml.
· O armazenamento só pode acontecer no prazo máximo de 24 horas após a coleta em temperatura entre 20 e 24ºC, sendo indicada a transfusão imediata do componente logo após a coleta, pois as células perdem suas propriedades em curto espaço de tempo.
Indicações: Neutropenias < 500 ul, febre por 24 a 48 horas sem resposta á terapêutica, hipoplasia medular, chance de recuperação da função medular.
Hemoderivados
São produtos obtidos de forma industrial a partir do fracionamento de plasma.
O mais frequente são: Albuminas, globulinas e concentrados de fatores de coagulação
Tipos sanguíneos e fator RH
Fator Rhesus (Rh) é uma proteína que pode ser encontrada na superfície dos glóbulos vermelhos.
Quando a proteína está presente nas hemácias indica que o sangue é Rh positivo (Rh+) ou quando não indica que o sangue é Rh negativo (Rh-).
Apesar dessa proteína não afetar a saúde, saber sua presença ou não garante que as transfusões de sangue sejam mais seguras.
Cuidados de enfermagem
· Toda hemotransfusão deve ser precedida por coleta de tipagem sanguínea, em tubo contendo anticoagulante EDTA ou heparia, mesmo que o paciente
· Antes do inicio da transfusão devem ser obtidos e anotados em prontuários os parâmetros de SSVV do paciente (temperatura, pulso, respiração, PA e todos devem estar normalizados).
· A aferição dos SSVV deve ser repetida durante toda a transfusão (após 10 min e término), mesmo que o paciente não apresente queixas.
· Puncionar acesso venoso calibroso exclusivo para hemotransfusão, tendo os calibres recomendados: 18G e 20G para adultos e 24G para crianças e bebês.
· Manter em AVP equipo multivia para instalação do hemocomponente em uma delas, juntamente com equipo portador de filtro, em outra via SF 0,9% em equipo macrogotas, que permanecerá fechado durante a hemotransfusão, sendo aberto apenas quando necessidade de lavagem do AVP.
· Ao receber a unidade de hemocomponente o Enfermeiro deve checar as etiquetas de identificação, quanto a dados do cliente e validade, deve ser avaliado também a cor, o aspecto, a presença de bolhas de ar, a presença dessas alterações pode indicar hemólise e crescimento bacteriano.
· É imprescindível que o Enfermeiro oriente o paciente sobre a transfusão, tempo deinfusão, riscos e benefícios, para que o mesmo participe de forma ativa do seu tratamento e possa informar de forma precoce sintomas de possíveis reações adversas.
· O enfermeiro deve seguir a regra dos nove certos, que é uma determinação de verificação de segurança internacional para diminuir a possibilita de erros decorrente a ação do profissional (CORENSP,2011)
1. Cliente certo
2. Medicamento certo (hemocomponente e hemoderivado certo)
3. Dose certa
4. Via certa
5. Hora certa
6. Tempo certo
7. Validade certa
8. Abordagem certa
9. Registro certo
Reações Transfusionais
São eventos adversos que podem ocorrer a partir de uma hemotransfusão quando o organismo reconhece um antígeno diferenciado proveniente do sangue infundido que provoca uma reação antígeno-anticorpo.
Classificadas como imediatas e tardias:
Imediatas:
Ocorrem durante ou até 24 horas após a transfusão, e têm caráter imunológico (reação febril não hemolítica, ração alérgica, edema agudo não cardiogênico, sobrecarga circulatória, reação por contaminação bacteriana).
Sinais e sintomas
Febre, calafrios, tremores, queimação no trajeto venoso, dor torácica, taquicardia, taquipneia, dispneia, rubor facial, cefaleia, náusea, vômito, ansiedade, hipotensão, arterial, oligúria, hemoglobinúria, dilatação jugular, tosse e estertores nas bases dos pulmões, choque.
Tardias
Relacionadas a patologias contagiosas e podem ter seu diagnóstico em até anos após a transfusão e são relacionadas com doenças epidemiológicas como Hepatite B e C, sífilis, Doença causada pelo vírus HTLV, Doença de Chagas, AIDS, Malária e Citomegalovírus.
Em caso de reações
· Interromper imediatamente a hemotransfusão
· Verificar SSVV
· Realizar lavagem do AVP com SF 0,9%
· Comunicar o médico assistente
· Registrar em prontuário tempo de hemotransfusão, sinais e sintomas apresentados, SSVV, condutas tomadas (com data e horário).

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