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hemoterapia e banco de sangue

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1 
www.estetus.com.br 
 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
 
 
 
 
HEMOTERAPIA E BANCO DE SANGUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
Sumário 
 
HISTÓRIA DA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA ................................................................................................ 3 
OS SISTEMAS DE GRUPOS SANGUÍNEOS ................................................................................................ 7 
FATOR RH ............................................................................................................................................. 10 
Determinação laboratorial dos antígenos do sistema Rh ..................................................................... 11 
CONHECENDO A HEMORREDE ............................................................................................................. 12 
COMO PROCEDER QUANDO SOLICITADO TRANSFUSÃO HEMOTERÁPICA? ........................................ 29 
Equipe técnica ...................................................................................................................................... 38 
Discrepância na tipagem ABO .............................................................................................................. 40 
Observações relativas ao Sistema Rh ................................................................................................... 40 
PREPARO PARA PROCEDIMENTO DE TRANSFUSÃO ............................................................................. 41 
INÍCIO DA TRANSFUSÃO ....................................................................................................................... 45 
MONITORIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................... 45 
Observações importantes quanto ao procedimento de Hemotransfusão ........................................... 46 
Sangria ................................................................................................................................................. 48 
1- Reação Febril .................................................................................................................................... 51 
2-Reação Urticariforme ........................................................................................................................ 51 
3- Reação Anafilática ............................................................................................................................ 52 
4- Injúria Pulmonar Aguda relacionada à Transfusão ........................................................................... 52 
REFERÊNCIA ......................................................................................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
HISTÓRIA DA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA 
 
A história de uma transfusão sanguínea foi descrita no século XV pelo escritor 
italiano Stefano Infessura. Infessura relatou que, em 1492, quando o Papa Inocêncio 
VIII estava em coma, o sangue de três rapazes foi infundido no agonizante pontífice 
(o conceito de circulação não existia na época) por sugestão de um médico. Os 
rapazes tinham menos de 10 anos de idade, e receberam a promessa de ganhar um 
ducado cada. Entretanto, não somente o papa morreu, mas também as três crianças, 
das quais foi retirado todo o sangue. Alguns autores não acreditam nos relatos de 
Infessura, acusando-o de antipapismo. O caso foi abafado pela Igreja Católica durante 
muito tempo. 
 
Transfusão Heteróloga 
As primeiras transfusões de sangue foram realizadas em animais no século 
XVII por Richard Lower, em Oxford, no ano de 1665. Dois anos mais tarde, Jean 
Baptiste Denis, médico de Luis XIV, professor de filosofia e matemática na cidade de 
Montpellier, através de um tubo de prata, infundiu um copo de sangue de carneiro em 
Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que perambulava pelas ruas da cidade 
que faleceu após a terceira transfusão. Na 
época, as transfusões eram heterólogas (entre 
espécies diferentes) e Denis defendia sua 
prática argumentando que o sangue de 
animais estaria menos contaminado de vícios 
e paixões. Esta prática considerada criminosa 
e proibida inicialmente pela Faculdade de 
Medicina de Paris, posteriormente em Roma e 
na Royal Society, da Inglaterra. 
 
 
Fonte: adbss 
 
 
 
4 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 Transfusão Homóloga 
 
Em 1788, Pontick e Landois, obtiveram resultados positivos realizando 
transfusões homólogas, chegando à conclusão de que poderiam ser benéficas e 
salvar vidas. A primeira transfusão com sangue humano é atribuída a James Blundell, 
em 1818, que após realizar com sucesso experimentos em animais, transfundiu 
mulheres com hemorragias pós-parto (www.wikipedia.com.br). 
 
Transfusão Braço a Braço 
No final do século XIX, problemas com a coagulação do sangue e reações 
adversas continuavam a desafiar os cientistas. Em 1869, foram iniciadas tentativas 
para se encontrar um anticoagulante atóxico, culminando com a recomendação pelo 
uso de fosfato de sódio, por Braxton Hicks. Simultaneamente desenvolviam-se 
equipamentos destinados à realização de transfusões indiretas, bem como técnicas 
cirúrgicas para transfusões diretas, ficando esses procedimentos conhecidos como 
transfusões braço a braço. 
 
A descoberta dos grupos sanguíneos ABO 
 
Em 1901, o imunologista austríaco Karl Landsteiner descreveu os principais 
tipos de células vermelhas: A, B, O e mais tarde a AB. Como consequência dessa 
descoberta, tornou-se possível estabelecer quais eram os tipos de células vermelhas 
compatíveis e que não causariam reações desastrosas, culminado com a morte do 
receptor. 
A primeira transfusão precedida da realização de provas de compatibilidade foi 
realizada em 1907, por Reuben Ottenber, porém este procedimento só passou a ser 
utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
Em 1914, Hustin relatou o emprego de citrato de sódio e glicose como uma 
solução diluente e anticoagulante para transfusões, e em 1915 Lewisohn determinou 
a quantidade mínima necessária para a anticoagulação. Desta forma, tornavam-se 
mais seguras e práticas as transfusões de sangue. 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
Idealizado em Leningrado, em 1932, o primeiro banco de sangue surgiu em 
Barcelona em 1936 durante a Guerra Civil Espanhola. 
 
A descoberta dos grupos Rh 
 
Após quatro décadas da descoberta do sistema ABO, outro fato revolucionou 
a prática da medicina transfusional, a identificação do fator Rh, realizada por 
Landsteiner. 
No século XX, o progresso das transfusões foi firmado através do 
descobrimento dos grupos sanguíneos; do fator Rh; do emprego científico dos 
anticoagulantes; do aperfeiçoamento sucessivo da aparelhagem de coleta e de 
aplicação de sangue, e, do conhecimento mais rigoroso das indicações e 
contraindicações do uso do sangue. 
Após a Segunda Guerra Mundial, com os progressos científicos e o 
crescimento da demanda por transfusões de sangue, surgiram no Brasil os primeiros 
Bancos de Sangue. 
 
O QUE É SANGUE? 
 
O sangue é um tecido vivo, produzido na medula óssea dos ossos chatos, 
vértebras, costelas, quadris, crânio e esterno (nas crianças, também os ossos longos 
como o fêmur, produzem sangue), que circula pelo corpo, levando oxigênio e 
nutrientes a todos os órgãos. 
 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
Fonte: adbss 
 
O plasma é a parte líquida do sangue, de cor amarela, composto por água 
(90%), proteínas e sais. Através dele circulam por todo o organismo as substâncias 
nutritivasnecessárias à vida das células. Essas substâncias são: proteínas, enzimas, 
hormônios, fatores de coagulação, imunoglobulina e albumina. O plasma representa 
aproximadamente 55% do volume de sangue circulante. 
As hemácias são conhecidas como glóbulos vermelhos por causa do seu alto 
teor de hemoglobina, uma proteína avermelhada que contém ferro. A hemoglobina 
capacita as hemácias a transportar o oxigênio a todas as células do organismo. 
Transportam também o dióxido de carbono, que é produzido pelo organismo, até os 
pulmões, onde ele é eliminado. Existem entre 4 milhões e 500 mil a 5 milhões de 
hemácias por milímetro cúbico de sangue. (http://www.shdb.com.br/Sangue.htm) 
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, fazem parte da linha de 
defesa do organismo e são acionadas em casos de infecções, para que cheguem aos 
tecidos na tentativa de destruírem os agressores, tais como vírus e bactérias. 
Existem entre 5 mil a 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de sangue. 
 
 
 
7 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
As plaquetas são pequenas células que tomam parte no processo de 
coagulação sanguínea, agindo nas hemorragias. Existem entre 200.000 e 400.000 
plaquetas por milímetro cúbico de sangue (http://www.shdb.com.br/Sangue.htm). 
 
OS SISTEMAS DE GRUPOS SANGUÍNEOS 
 
O sangue é classificado em diversos sistemas, tais como: ABO, Rh, Kell, Kidd, 
Duffy, Lewis etc. O sistema de ABO é o mais importante na prática transfusional, 
seguido pelo sistema Rh. Os outros sistemas são pesquisados quando necessário 
quase sempre em pacientes poli-transfundidos, por interesse acadêmico ou para 
produção de reagentes. 
 
 
Fonte: www.wikipedia.com.br 
 
Sistema ABO 
 
Esse sistema, assim como os outros, classifica o sangue segundo a presença 
ou ausência de antígenos (Ag) na superfície das hemácias ou de anticorpos (Ac) no 
plasma. Foi descoberto e descrito por Karl Landsteiner em 1901. Este pesquisador 
retirou uma amostra do seu próprio sangue e de outros cinco colaboradores, separou 
o plasma e as hemácias de cada uma e cruzou (misturou) o plasma de uma com 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
hemácias de outra, obtendo 25 testes. Observou-se que o soro ou plasma do tipo A 
aglutinava hemácias do tipo B e que soro do tipo B aglutinava hemácias tipo A. 
Hemácias do tipo O não eram aglutinadas por soro de nenhum outro grupo, mas o 
soro O aglutinava hemácias de todos os outros grupos sanguíneos. As hemácias AB 
eram aglutinadas por soro de todos os outros tipos e o soro AB não aglutinava 
hemácias de nenhum tipo. 
 
Tabela: Sistema ABO 
 Hemácias 
 A B AB O 
soro A - + + - 
soro B + - + - 
soro AB - - - - 
soro O + + + - 
Fonte: www.hemoclinicadf.com.br 
Legenda: (+)aglutina ( - )não aglutina. 
 
 
Pelo padrão de reação observado nesses cruzamentos o sangue foi 
classificado em três grupos (A, B e O). O grupo AB foi identificado, em 1902, por seus 
colaboradores. Nesse sistema, o plasma do indivíduo sempre contém anticorpos para 
os antígenos que estiverem ausentes nas hemácias. 
 
Tabela: Combinação de Antígenos e Anticorpos em cada grupo. 
 
Sistema ABO 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
Tipo Sanguíneo Antígeno na hemácia Anticorpo no Plasma 
A A anti-B 
B B anti-A 
AB A e B Nenhum 
Fonte: www.hemoclinicadf.com.br 
 
 A transfusão de sangue deve respeitar as compatibilidades entre os grupos do 
sistema ABO, pois uma transfusão de sangue incompatível pode ser muito perigosa. 
Quando hemácias incompatíveis são dadas a um paciente elas são hemolisadas 
(destruídas) a uma velocidade de quase 1 ml por minuto provocando uma reação 
muito severa (hemólise intravascular). Esse quadro se caracteriza por febre, 
desconforto respiratório súbito, hipotensão, escurecimento da urina e insuficiência 
renal. 
 
Tabela: Compatibilidade entre os grupos ABO 
 
Sangue Tipo: Doa para: Recebe de: 
A A e AB A e O 
B B e AB B e O 
AB AB A, B, AB e O 
O A, B, AB e O O 
Fonte: www.hemoclinicadf.com.br 
 
Os tipos sanguíneos são formados por genes que recebemos de nossos pais. 
Alguns genes são dominantes (basta recebê-lo de um dos pais para ele se expressar), 
 
 
 
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outros são recessivos (precisamos receber um do pai e outro da mãe para que ele se 
expresse). No caso do sistema ABO, ha três genes responsáveis: gene A (co-
dominante), gene B (co-dominante), gene O (recessivo). 
 
Tipo sanguíneo A B AB O 
Combinação de 
Genes 
AA ; AO BB ; BO AB OO 
Fonte: www.hemoclinicadf.com.br 
 
FATOR RH 
 
Levin e Stone (1939) relataram o caso de um feto natimorto gerado por uma 
mulher que posteriormente manifestou reação hemolítica transfusional ao receber 
sangue de seu marido (compatível quanto ao sistema ABO, o único então conhecido). 
Landsteiner e Wiener (1940) descreveram um anticorpo produzido no soro de coelhos 
e cobaias, pela imunização com hemácias de Macacus rhesus, que era capaz de 
aglutinar as hemácias de 85% das amostras obtidas de um grupo de caucasoides 
americanos. Wiener e Peters (1940) aproximaram as duas observações, 
determinando tratar-se do mesmo antígeno. O anticorpo produzido no sangue da 
cobaia foi denominado de anti-Rh. Os indivíduos que apresentavam o fator Rh 
passaram a ser designados Rh+, o que geneticamente acreditava-se corresponder 
aos genótipos RR ou Rr. Os indivíduos que não apresentam o fator Rh foram 
designados Rh- e apresentavam o genótipo rr, sendo considerados geneticamente 
recessivos. 
Os antígenos do sistema Rh são de natureza glicoprotéica, de grande 
variabilidade. A tipificação dos fatores Rh, com o avançar das pesquisas, o sistema 
se revelou na prática bem mais complexo do que simplesmente em Rh Positivo e Rh 
negativo. Hoje, são conhecidos mais de 40 antígenos diferentes pertencentes a este 
sistema. 
 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
Determinação laboratorial dos antígenos do sistema Rh 
 
Não existem anticorpos naturais no sistema Rh, sendo os anticorpos presentes 
apenas nos indivíduos sensibilizados por inoculação prévia. A inoculação pode ocorrer 
por episódios de transfusão incompatível ou, na mulher, devido à introdução, no 
sangue materno da mãe Rh negativo, de hemácias provenientes de uma gravidez ou 
aborto de filho Rh Positivo. 
Este fato tem duas implicações importantes: 
- Toda mulher grávida que tem como o Rh o fator negativo, de um pai Rh 
Positivo deve tomar medidas especiais para evitar ser sensibilizada; 
- Inexiste, na determinação laboratorial dos antígenos do sistema Rh, 
prova reversa análoga à praticada no caso do sistema ABO. 
A presença de antígenos fracos torna desaconselhável a determinação dos 
antígenos do sistema Rh em lâmina, pois nesta metodologia alguns dos antígenos 
mais fracos (que deveriam ser classificados como Rh positivos) podem ser 
incorretamente classificados como Rh negativos. No Brasil, a legislação estabelece 
como necessária a determinação do fator Rh em microplacas escavadas e/ou através 
da centrifugação em tubos de ensaio. Nessas metodologias, é obrigatória a 
investigação dos antígenos Rh fracos (antigamente designados como Du) por meio 
de incubação a 37°C e com acréscimo de Albumina bovina a 22%, e pela prova de 
Coombs. É também possível a determinação direta do D fraco pelo método de 
gelcentrifugação --- também admitido na legislação brasileira. Neste método, o Rh 
fraco é determinado diretamente através da intensidade de aglutinação, classificada 
em ausente ou --- se positiva --- em intensidades de (+) até (++++). 
Em todos os métodos, é recomendada aos pacientes Rh negativos a 
determinação dos antígenos C, c e E, e, a qual pode ser executada através do uso de 
soro poli-específico "CDE". Isto classificaestes pacientes em Rh Negativo e Rh 
negativo, CDE Positivo. 
 
Situações que descrevem os fenômenos encontrados na quase totalidade 
das situações clínicas 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
• Os pacientes Rh negativo representam em torno de 15% dos receptores; 
estes pacientes devem receber sangue Rh negativo, e podem doar para qualquer tipo. 
Em circunstâncias especiais, é considerada aceitável a transfusão de sangue Rh 
negativo, CDE positivo a estes pacientes. Esta, contudo, deve ser evitada. 
• Pacientes Rh negativo, CDE positivo perfazem menos de 1% dos 
indivíduos. Devem receber sangue Rh negativo, mas seu sangue ordinariamente é 
doado a receptores Rh positivo. 
• Os pacientes Rh fraco (antigamente designados como Rh negativo, Du 
positivo) são equiparados aos pacientes Rh Positivo, considerando-se haver uma 
diferença apenas quantitativa (e não qualitativa) na expressão de seu antígeno. 
Juntos, perfazem o total de aproximadamente 85% dos indivíduos. Podem receber 
sangue de qualquer tipo, mas doam apenas aos pacientes Rh positivo ou fraco. 
Genótipo Dd , DD dd 
Fenótipo Rh + Rh - 
 
Rh -: não tem nas paredes da hemácia o fator Rh; 
Se um Rh - doar sangue para um Rh+, ele estará entregando hemácias lisas e 
nada acontece; 
Se um Rh + doar sangue para um Rh -, ele estará entregando uma proteína 
estranha (fator Rh), no soro do receptor pode haver anticorpos, assim pode ocorrer a 
aglutinação do sangue. 
 
 CONHECENDO A HEMORREDE 
 
Conforme RDC 153 de 14 de Junho de 2004 fica estabelecido que 
considerando que o sangue e seus componentes, incluindo as células progenitoras 
hematopoiéticas, devem ser submetidos a procedimentos de coleta, processamento, 
testagem, armazenamento, transporte e utilização visando a mais elevada qualidade 
e segurança; considerando que a padronização dos procedimentos em hemoterapia, 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
é imprescindível para a garantia da qualidade do sangue e componentes utilizados no 
país; buscando assim a necessidade de regulamentar a padronização dos 
procedimentos em hemoterapia. 
 
Regulamento técnico para os procedimentos de hemoterapia 
 
Princípios Gerais: 
1 - Toda transfusão de sangue traz em si um risco, seja imediato ou tardio, 
devendo, portanto, ser criteriosamente indicada. 
2 - Em caso de cirurgias eletivas, deve ser indicada, sempre que possível, 
a realização de transfusão autóloga. 
3 - A responsabilidade técnica e administrativa pelos serviços de 
hemoterapia deve ficar a cargo de um médico especialista em hemoterapia e ou 
hematologia, ou ser qualificado por órgão competente devidamente reconhecido para 
este fim pelo Sistema Estadual de Sangue. A este médico, o responsável técnico, 
cabe a responsabilidade final por todas as atividades médicas, técnicas e 
administrativas. Entre estas responsabilidades incluem o cumprimento das normas 
técnicas e a determinação da adequação das indicações da transfusão de sangue e 
de componentes. 
4 - As atividades realizadas no Serviço de Hemoterapia que não estejam 
especificamente consideradas por estas normas devem ser aprovadas pelo 
responsável técnico da instituição. 
4.1- A instituição que realize intervenções cirúrgicas de grande porte, ou que 
efetue mais de 60 (sessenta) transfusões por mês, deve contar com, pelo menos, uma 
agência transfusional (AT) - dentro das suas instalações. 
4.2- O serviço que efetue menos de 60 (sessenta) transfusões por mês pode 
ser suprido de sangue e componentes por serviço de hemoterapia externo, com 
contrato estabelecido de acordo com o item T da presente resolução e prevendo o 
suprimento em caso de transfusão de extrema urgência. 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
4.3- Todo serviço que tenha atendimento de emergência, ou obstetrícia, ou 
que realize cirurgias de médio porte, deve ter contrato com serviço de hemoterapia, 
de acordo com o parágrafo anterior. 
5 - O serviço de saúde que tenha serviço de hemoterapia deve constituir 
um comitê transfusional, multidisciplinar, do qual faça parte um representante do 
serviço de hemoterapia que o assiste. Este comitê tem como função o monitoramento 
da prática hemoterápica na instituição. 
6 - O serviço de hemoterapia deve possuir equipe profissional, constituída 
por pessoal técnico, administrativo e auxiliar, suficiente e competente, sob a 
supervisão do responsável técnico. A constituição desta equipe profissional deve se 
adequar às necessidades e complexidades de cada serviço. 
7 - O serviço de hemoterapia deve possuir ambiente e equipamentos 
adequados, para que as diferentes atividades possam ser realizadas segundo as boas 
práticas de manipulação. 
8 - O serviço de hemoterapia deve implementar protocolo para controlar 
as indicações, o uso e o descarte dos componentes sanguíneos. 
9 - A transfusão de sangue e componentes deve ser utilizada 
criteriosamente, tendo em conta que é um procedimento que não está isento de riscos. 
Sua indicação poderá ser objeto de análise pelo serviço de hemoterapia. 
10 - O serviço de hemoterapia deve implementar programas destinados a 
minimizar os riscos para a saúde e garantir a segurança dos receptores, dos doadores 
e dos seus funcionários. 
11 - Cada serviço de hemoterapia deve manter um manual de 
procedimentos operacionais padrões (POP), técnicos e administrativos. Estes POPs 
devem ser acessíveis, a qualquer momento, a todos os funcionários. O cumprimento 
das disposições contidas nos POPs é obrigatório para todo o pessoal atuante. Os 
POPs devem ser objeto de, pelo menos, uma revisão anual. 
12 - O responsável técnico deve assegurar que todas as normas e 
procedimentos sejam apropriadamente executados. Para isto, deve ser garantido o 
aprovisionamento no serviço de todos os insumos necessários para a realização das 
suas atividades. 
 
 
 
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13 - Todos os materiais e substâncias que entram diretamente em contato 
com o sangue ou componentes a serem transfundidos em humanos devem ser 
estéreis, apirogênicos e descartáveis. 
13.1- Todos os materiais, substâncias e insumos industrializados (bolsas, 
equipos de transfusão, seringas, filtros, conjuntos de aférese, agulhas, anticoagulante 
e outros) usados para a coleta, preservação, processamento, armazenamento e 
transfusão do sangue e seus componentes, assim como os reagentes industrializados 
usados para a triagem de doenças transmissíveis pelo sangue e para a triagem 
imunohematológica devem satisfazer as normas vigentes e estar registrados ou 
autorizados para uso pela autoridade sanitária competente. 
14 - O serviço de hemoterapia deve estabelecer um programa de controle 
de qualidade interno e participar de programas de controle de qualidade externo 
(proficiência), para assegurar que as normas e os procedimentos sejam 
apropriadamente executados e que os equipamentos, materiais e reativos funcionem 
corretamente. 
15 - Todos os registros obrigatórios definidos por essa resolução devem ser 
guardados por um período mínimo de 20 anos. 
16 - Todos os registros e documentos referentes às atividades 
desenvolvidas pelo serviço de hemoterapia devem possibilitar a identificação do 
técnico responsável. 
17 - O serviço de hemoterapia fica obrigado a informar à autoridade de 
Vigilância Sanitária local (municipal) e esta às de instâncias superiores (estadual e 
federal) qualquer investigação decorrente de casos de soroconversão, erros na 
triagem sorológica e imuno hematológica, ou outros que impliquem em risco à saúde 
do indivíduo ou da coletividade. 
 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
 CENTROS DE MÉDIO E GRANDE 
CENTROS DE PEQUENO PORTE 
NÃO ARMAZENADORES DE 
HEMODERIVADOS 
RECEBENDO OMATERIAL 
PRONTO A SER TRANSFUNDIDO 
 
 
PORTE 
ARMAZENADORES DE 
HEMODERIVADOS, RESPONSÁVEIS 
PELA QUALIDADE DA ESTOCAGEM 
E REALIZAÇÃO DAS PROVAS E 
TESTES PERTINENTES 
Classificadas conforme RDC 153, anteriormente exposta. 
 
TIPOS DE TRANSFUSÃO 
 
Autotransfusão: método terapêutico que consiste na reintrodução do sangue 
do paciente em suas próprias veias, ou seja, é uma transfusão autóloga. Ela difere 
das transfusões sanguíneas comuns realizadas com o sangue de outros seres 
humanos: transfusões homólogas. 
Homóloga: método terapêutico que consiste na administração/ infusão de 
sangue no paciente conseguido através da doação, processado, fracionado, 
submetido a testes sorológicos e imunohematológicos. Depois de submetido a todos 
esses procedimentos é transfundido. 
 
Indicações de Hemotransfusão 
HEMORREDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO CAPTADOR 
PROVAS E TESTES 
FRACIONAMENTO 
FISCALIZAÇÃO 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
 
Todo hemoderivado dever ser indicado e consequentemente prescrito após 
avaliação rigorosa e cautelosa do médico que assiste o paciente. Deve-se 
compreender que o ato transfusional é um transplante de tecidos e que a cada nova 
bolsa infundida o mesmo terá em seu organismo maior material para a sensibilização. 
Algumas indicações para o procedimento transfusional: 
 
Classificação de Baskett (1990) – baseada na perda sanguínea aguda: 
 
Tabela: Classificação de Baskett (1990) 
 Classe I Classe II Classe III Classe IV 
Perda sanguínea – 
Porcentagem (%) do 
volume 
Pressão Arterial: 
Sistólica 
Diastólica 
Pulso (Batimentos/ 
minutos) 
Enchimento capilar 
Frequência Respiratória 
(ipm) 
Fluxo urinário (ml/h) 
Extremidades 
Estado mental 
< 15 15 – 30 30 – 40 > 40 
Inalterada 
Inalterada 
Normal 
Elevada 
Baixa 
Baixa 
Muito baixa 
Muito baixa 
Indetectável 
Leve 
taquicardia 
100–120 120 > 120 
Normal Lento (> 
 
2 Seg.) 
Lento (> 2 
Seg.) 
Indetectável 
Normal Normal Taquipnéia 
(>20) 
Taquipnéia 
(>20) 
> 30 20 – 30 10 – 20 1 – 10 
Normais Pálidas Pálidas Pálidas e frias 
Alerta Ansioso, 
agressivo 
Ansioso, 
agressivo, 
sonolento 
Sonolento, 
confuso, 
inconsciente 
 
Hemorragia Classe I: Transfusão não indicada. Avaliar anemia prévia, doença 
cardíaca ou pulmonar. 
 
 
 
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Hemorragia Classe II: Necessidade transfusional improvável. Avaliar anemia 
prévia, doença cardíaca ou pulmonar. 
Hemorragia Classe III: Necessidade de transfusão provável. 
Hemorragia Classe IV: Transfusão indicada. 
Anemia Crônica: Melhor tolerada que a anemia aguda, portanto deve-se 
investigar a causa da anemia, iniciar tratamento farmacológico e transfundir apenas 
em risco de vida. Considerar – idade, sintomas de descompensação cardiopulmonar, 
co-morbidades associadas. Em geral, indica-se transfusão quando Hb (hemoglobina) 
<60g/dl. 
Transfusão perioperatória: Investigar anemia, suspender antiagregantes 
plaquetários, reverter anticoagulação; se possível, planejar transfusão autóloga; 
utilizar fármacos para minimizar sangramento; manuseio semelhante ao sangramento 
agudo. 
Transfusão em crianças: 
- Volume a transfundir: 10 a 15 ml/kg de peso. 
- Para RN só utilizar hemocomponentes coletados a menos de 5 (cinco) dias. 
- RN < 1.200 g de peso deve-se utilizar hemoderivados leucorreduzidos ou não 
reagentes para CMV. 
 
Tabela: Quando transfundir em pediatria e em neonatologia 
 
Idade Ht Critérios a analisar – se presentes: transfundir 
 Hood com FiO2 <35 % 
CPAP < 6 cm H2O 
IMV com MAP < 6 cm H2O 
RN > 72 h – 4 meses 
RN > 72 h – 4 meses 
RN > 72 h – 4 meses 
Crianças > 4 meses 
Crianças > 4 meses 
Ht < 30% 
Apnéia ou bradicardia significativas que necessite ventilação, ou em uso de 
metilxantina 
Taquipnéia ou taquicardia significativas e persistentes 
Ganho ponderal insuficiente apesar de calorias adequadas 
Ht < 35% Hood com FiO2 > 35 % 
 
 
 
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CPAP > 6 cm H2O 
IMV com MAP > 6 cm H2O 
Ht < 45% 
Cardiopatia cianótica 
Em ECMO 
Ht < 40% Doença Pulmonar severa ou ECMO 
Ht < 30% 
Pré-operatório de urgência 
Pré-operatório quando o tratamento clínico não é possível 
Perda intra-operatória > ou = 15 % do volume sanguíneo 
Crianças > 4 meses 
Qualquer idade 
Ht < 24% Perioperatório e com sintomatologia 
Quimio ou Radioterapia 
Anemias crônicas congênitas ou adquiridas sintomáticas 
Ht < 24% Anemia sintomática com contagem de reticulócito baixo 
Perda aguda associada à hipovolemia 
 
Parâmetros específicos para Neonatologia e Pediatria por 
Hemoderivado específico 
 
Mesmo com os avanços no processamento e na seleção do sangue e 
derivados, a terapêutica transfusional ainda não é isenta de problemas. A indicação 
de hemoderivados requer uma análise criteriosa do risco-benefício para o paciente, 
principalmente quando nas clínicas de pediatria e neonatologia. 
Várias complicações hematológicas, imunológicas, infecciosas, 
cardiovasculares e metabólicas podem ocorrer trazendo sérias repercussões no 
período neonatal. 
Basicamente, as transfusões têm por finalidade: Restaurar a volemia, a 
capacidade de transporte de oxigênio ou a hemostasia. 
 
Sangue Total 
Fresco 
 
 
 
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• Quando preservado, processado e utilizado até 6 horas após a sua 
coleta. 
 
Contém elementos celulares e fatores de coagulação (IV e VIII) ativos e 
estáveis. 
 
Estocado 
• Armazenado até 35 dias. 
• Diminuição progressiva do pH, aumento de K+ e amônia, diminuição de 
2,3 DPG. 
• Fator V E VIII – Após 24h – inviáveis. 
 
Indicações 
• Exsanguíneotransfusão. 
• Reposição ou manutenção de volemia, quando houver sinais clínicos de 
choque. 
• Anemia que acompanha processos infecciosos graves. 
• Reposição de mais de 1 volemia em menos de 24h. 
• Dose: 20ml/Kg 
• Tempo = +/- 2 horas. 
 
Concentrado de Hemácias 
 
• Obtido por sedimentação ou centrifugação e retirada do plasma, 
diminuindo assim, a incidência de reações adversas pós-transfusionais. Em geral, 
obtém-se um concentrado com hematócrito entre 70 e 80%. 
• Contém a mesma massa eritrocitária que o sangue total, preservando 
sua capacidade de transporte de oxigênio, porém, em um volume menor, elevando o 
nível de hemoglobina com o mínimo aumento da volemia. 
 
Volume: 10 a 15ml/kg em 2 horas. 
 
 
 
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• O uso de 10ml/Kg proporciona um rendimento de 3,3g/dl de 
hemoglobina. 
 
Indicações 
• Afora as indicações para transfusão de sangue total relacionadas 
anteriormente, usar em todas as outras situações que exijam transfusão de 
concentrado de hemácias. 
• Pode-se acrescentar 20% do volume original em solução fisiológica se o 
fluxo do concentrado de hemácias estiver muito limitado pela via de acesso para 
diluição, a fim de facilitar seu fluxo. Este procedimento pode ser realizado pela 
enfermagem a beira do leito, com os cuidados normais de assepsia, sobretudo quando 
o equipo utilizado para a transfusão contiver uma bureta graduada intercalada ao 
sistema (esse tipo de equipo é ideal para a transfusão em recém-nascido) 
 
Critérios 
• Hematócrito (Htc <40%) 
• Doença cardíaca severa com cianose ou insuficiência cardíaca 
congestiva. 
• Se FiO2 > 35% no HOOD. 
• Se em CPAP ou ventilação mecânica com pressão média das vias 
aéreas (MAP: mean air pressure) > 6cm H2O. 
• Enterocolite necrosante. 
• Htc ≤ 30% 
• Se em FiO2 > 21% sob qualquer forma. 
• Em CPAP ou ventilação mecânica (com MAP < 6 cm de H2O). 
 
Se apnéia significante e bradicardia (> 6 episódios em 12 horas ou 2 em 24 
horas,requerendo uso de ventilação pulmonar positiva) na vigência de doses 
terapêuticas de teofilina. 
• Se frequência cardíaca > 180 batimentos por minuto em frequência 
respiratória > 80 rpm persistente por 24 horas. 
 
 
 
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• Se ganho ponderal < 10g/dia por mais que 4 dias com ingesta > 100 
cal/kg/dia. 
• Se for submetido à cirurgia (considerar estabilidade clínica do RN e 
natureza da intervenção cirúrgica). 
• Htc ≤ 25% 
• Todos. 
 
Não Transfundir 
• Para repor sangue removido para exames de laboratório, a não ser que 
ultrapasse 10% da volemia em 1 semana no RN < 1000g, na 1º semana. 
• Pelo simples motivo de que o hematócrito está baixo. 
 
O concentrado de hemácias lavadas (produto obtido por meio de lavagens 
sucessivas com soro fisiológico a 0,9%, a uma temperatura de 40C, removendo-se 
assim proteínas plasmáticas e a quase totalidade das plaquetas e leucócitos, com 
importante diminuição de antígenos plaquetários, plasmáticos, leucocitários e do 
sistema HLA). Está indicada nas seguintes situações: 
• Na forma anêmica da incompatibilidade sanguínea materno-fetal Rh e 
ABO. 
• Hb <=12g% e reticulócitos >= 0.5g% nos primeiros dias de vida. 
• Hb <11g% e reticulócitos >= 0.5% até o final do primeiro mês de vida. 
 
 
Plaquetas 
 
• Obtida por dupla centrifugação a partir de sangue total. 
• 1 unidade contém aproximadamente 5,5 x103 plaquetas em 20 a 50ml 
de volume (a vida média das plaquetas, estocadas a 20-240C, é de 5 dias após a 
coleta, mantidas constantemente sob agitação – no plaquetário). 
As plaquetas devem ser ABO ou Rh compatíveis como sangue do receptor. 
Portanto, a compatibilidade ABO na transfusão de plaquetas para o RN deve ser 
 
 
 
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respeitada sempre que possível. Os antígenos do sistema do grupo sanguíneo ABO 
estão presentes nas plaquetas e a transfusão de plaquetas incompatíveis implica 
prejuízo de seu rendimento. 
• RN com hemorragia grave e/ou plaquetas abaixo de 10.000mm3. 
• Uso: 10ml/kg (quando 1U: 50ml de plasma): A infusão deve durar por 
volta 20-30 minutos, não ultrapassando nunca 4 horas após a abertura do sistema. 
Podendo ser usado equipos de sangue comuns. 
O risco de contaminação bacteriana em concentrados de plaquetas é bem 
maior que em concentrados de hemácias, pois o estoque entre 22 e 240C favorece a 
proliferação espontânea de bactérias em concentrados de plaquetas. A transfusão de 
plaquetas contaminada com bactérias pode levar ao choque séptico e distúrbio de 
coagulação. 
 
Albumina Humana 
• Extraída de um pool de plasma humano; tratada termicamente para 
inativação de vírus. 
Indicações: 
• Hipoalbuminemia grave. 
• Hipoalbuminemia com distúrbios hidreletrolíticos. 
• Edema generalizado (forte efeito oncótico). 
• Doenças com comprometimento cutâneo extenso nas quais há perdas 
de proteínas pela pele, como queimaduras e em pacientes com epidermólise bolhosa 
congênita. 
• Uso: deve ser usado como expansor plasmático e, como tal, associada 
a um cristaloide e com furosemide a seguir: 
- Albumina (20%) – 2,5 a 5ml/kg (0,5 a 1g/kg). 
- Soro fisiológico 0,9%: 3 x a quantidade de albumina. 
- Furosemida – 1 a 2mg/kg. 
- Duração = 2 a 3 horas. 
 
 
 
 
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Sempre que usar albumina nos RN prematuros. Deverá ser confirmada a 
hipoalbuminemia. Veja os valores normais na Tabela (final) 
 
Plasma 
 • Plasma preservado: extraído através da centrifugação ou 
sedimentação espontânea do sangue total 
- Não contém os fatores lábeis da coagulação. 
- Isosmolar ao plasma, portanto tem baixo poder oncótico. 
• Plasma fresco congelado: extraído por centrifugação em menos de 6 
horas após a coleta do sangue e conservado na temperatura de –200C. Contêm os 
fatores II, VII, IX, X, V e VIII, além de gamaglobulina e outras proteínas. Não contém 
plaquetas. 
 
Indicações 
• Expansor de volume (substância coloide). 
• Coagulação vascular disseminada, coagulopatias por doença hepática e 
coagulopatias por déficit de fatores V, VII e X (quando não se dispõe de fatores 
purificados): plasma fresco congelado – 10ml/kg, repetindo cada 6-8h (20ml/kg), 
guiando-se pelos exames laboratoriais (TP, TTP). 
• Volume: 10ml/kg. 
• Infusão não deve exceder 2 horas. 
A transfusão de plasma deve ser ABO compatível com o sangue do RN. 
 
Outros produtos Sanguíneos 
 
• Crioprecipitado: indicado na Hemofilia A, Doença de Von Willebrand, 
hipofibrinogenemia grave, afibrinogenemia congênita 
- Preparado mediante descongelamento do plasma fresco congelado à 
temperatura de 4ºC, recuperando-se o fator VIII. 
- 1 pacote (20ml) contém 100 a 120UI de fator VIII e de 170 a 250mg de 
fibrinogênio. 
 
 
 
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- Dose: 10 a 20 U/kg em +/- 2 horas. 
• Fibronectina. 
- Ainda em fase de avaliação clínica. 
- Estimula a aderência endotelial, aumentando a fagocitose do material 
opsonizado nos neutrófilos no local do processo inflamatório e estimula a depuração 
reticuloendotelial das bactérias e complexos imunes. 
- Pode ser promissora para o tratamento de sepses neonatal. 
• Imunoglobulina (Ig G). 
- Uso profilático: sem resposta comprovada cientificamente. 
- Uso terapêutico: prematuros abaixo de 1.500g e/ou idade gestacional < 
34 semanas e que apresenta quadro infeccioso instalado. 
- Neutropenias severas e refratárias. 
- Uso: consulte o capítulo de Infecções Bacterianas. 
• Técnicas para diminuição da exposição ao doador: 
- Diminuição das coletas para exames; 
- Rastreamento para infecção no doador particularmente para o 
citomegalovírus. 
- Executar filtração dos leucócitos. 
- Irradiação gama. 
- Uso de uma única unidade de concentrado de eritrócitos para cada 
neonato, independentemente da duração da estocagem do produto. 
- Usar concentrado de hemácias leucodepletado. 
 
Qual o Hemoconcentrado de escolha e quanto deve ser administrado? 
 
O sangue total: 
 
A cada doação são coletados 450 ml (+/- 50ml) de sangue total. 
Cada coleta é desdobrada em aproximadamente: 
• unidade de Concentrado de Hemácias (300 ml); 
• unidade de Concentrado de Plaquetas; 
 
 
 
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• 1 unidade de Plasma. 
Assim são beneficiados, potencialmente, pelo menos três pacientes. 
 
Concentrado de hemácias: 
 
Obtido a partir da centrifugação do sangue total. Tem sobrevida conforme 
solução preservativa: 35 dias (CPDA-I) há 42 dias (SAG-Manitol). Deve ser 
armazenado a 4°C. 
Indicação criteriosa e individual tendo como fator determinante o estado 
hemodinâmico do paciente: 
• Anemia aguda, Classificação de Baskett; 
• Anemia por perda sanguínea crônica, responde bem ao ferro (oral ou 
parenteral); 
• Anemia por Insuficiência Renal Crônica, responde a eritropoetina; 
• Anemia Hemolítica Constitucional (Doença Falciforme, Talassemias, etc.), 
não valorizar somente os valores de Hb e Ht; 
• Anemia Hemolítica auto-imune: em geral não encontramos sangue 
compatível e todo sangue transfundido será hemolisado. Indicado 
imunossupressão imediata. Transfusão somente em risco de vida. Solicitar 
acompanhamento de um médico Hematologista/Hemoterapeuta (Cartilha 
transfusional, 2004). 
 
Concentrado de Plaquetas: 
 
As plaquetas são derivadas dos megacariócitos, que se encontram na medula 
óssea. Atuam na fase primária da coagulação. São obtidas a partir da centrifugação 
do plasma. Devem ser estocadas à temperatura de 22º C, sob agitação contínua 
(plaquetário). A dose a ser prescrita deve ser de 1 unidade de Concentrado de 
Plaquetas para cada 10Kg de peso (Cartilha transfusional, 2004). 
Indicada em situações de: 
Transfusão profilática -27 
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• Quando não há sangramento. 
• Plaquetas < 10.000u/ml. 
• Plaquetas < 20.000u/ml associado à infecção, coagulopatia ou indicação 
de procedimento invasivo. Em RN devido ao risco de sangramento SNC. 
 
Indicação absoluta: 
• Leucemias Agudas, particularmente a LMA-M3. 
 
Transfusão terapêutica: 
• Plaquetopenia (independente do valor) com sangramento. 
 
Situações especiais: 
• Transfusão de Conc. Plaquetas RH + em paciente RH negativo (meninas 
e mulheres em idade fértil) recomenda-se fazer imunoglobulina anti D. 
• Dengue hemorrágica - Conc Plaquetas somente diante de hemorragia 
SNC. 
 
Contra-indicações: 
• Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), 
• Síndrome Hemolítica Urêmica, 
• Síndrome Helpp, 
• Púrpura Pós transfusional, 
• Púrpura Trombocitopê Imunológica (PTI). 
Plasma fresco congelado: 
 
Obtido após o fracionamento do sangue total. Deve ser congelado até 8 horas 
após a coleta e armazenado a temperatura de, no mínimo, 20º C negativos. 
Validade de 12 meses. Contém albumina, fibrinogênio, globulinas e fatores de 
coagulação sanguínea. Uma vez descongelado deve ser utilizado em até 4 horas. 
 
 
 
 
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Indicações: 
• Deficiências dos fatores de coagulação, congênita ou adquirida (quando 
não se tem produto industrializado). 
• Hemorragias por Doenças Hepáticas. 
• Sangramento intenso pelo uso de anticoagulante oral (dicumarínicos 
warfarin). 
• Coagulação Intravascular Disseminada (CID), 
• Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) e Síndrome 
HemolíticoUrêmica. 
 
ATENÇÃO 
 
Não se justifica a utilização do plasma para se obter volume sanguíneo ou como 
fonte de proteínas, pois existem outros produtos específicos (industrializados) para 
estes casos. 
É proibida, pelo Ministério da Saúde, a utilização regular de Plasma em 
pacientes Hemofílicos, pois atualmente existem hemoderivados específicos para 
estes. 
 
Crioprecipitado ou Fator Anti-Hemofílico: 
 
Parte insolúvel do plasma. Obtido através do método de congelamento rápido, 
descongelamento e centrifugação do plasma. É rico em fator VIII: c (atividade pró-
coagulante), Fator VIII: Vwf (Fator Von Willebrand), Fibrinogênio, Fator XIII e 
Fibronectina. 
Indicações: 
• Deficiências específicas como fibrogênio; 
• Deficiências congênitas (Doença de von Willebrand na falta do fator 
específico); 
• Deficiência de Fator VIII; 
• Transfusões maciças; 
 
 
 
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• Insuficiência Hepática Grave; 
• Dose (empírica) é de 1 unidade de crio cada 5 kg de peso do paciente. 
 
Cuidados especiais: 
 
• Deve-se ter cuidado na administração de grandes quantidades de 
crioprecipitado, monitorando os níveis de fibrinogênio (do paciente), devido ao risco 
de tromboembolismo. 
• Atualmente existem produtos industrializados específicos para a 
deficiência de Fator VIII (HemofiliaA) e F VIII:vW(D.von Willebrand). 
 
 
COMO PROCEDER QUANDO SOLICITADO TRANSFUSÃO 
HEMOTERÁPICA? 
 
Exposição das situações pertinentes em instituição hospitalar: 
1. Quando a instituição não armazena hemoderivados; 
2. Quando a instituição armazena hemoderivados e constitui uma Agência 
Transfusional. 
3. Quando numa instituição de menor porte, em que não há estoque de 
hemoderivados conforme esclarecido, ou seja, Serviço que não estoca 
Hemoderivados pode-se estabelecer a seguinte rotina de hemotransfusão: 
a. O médico solicitante prescreve o Hemoderivado na prescrição do paciente, 
devendo conter: 
Hemoderivado desejado; 
Quantidade desejada, (ex. 02 bolsas de concentrado de Hemácia); 
Especificar o início (ex. Iniciar AGORA). 
Atentar para carimbo e assinatura médica sob a prescrição. 
Obs.: É necessário que a cada solicitação feita seja preenchido formulário 
específico com dados do paciente, não sendo aceitos formulários com rasuras: 
1. Nome completo do paciente sem abreviações; 
 
 
 
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2. Sexo; 
3. Idade; 
4. Peso; 
5. Número do prontuário ou atendimento; 
6. Número do leito; 
7. Diagnóstico; 
8. Antecedentes transfusionais; 
9. Hemocomponente ou hemoderivado solicitado com volume ou 
quantidade; 
10. Tipo de transfusão (programada, urgente, não-urgente); 
11. Data; 
12. Resultados laboratoriais e quadro clínico que justifique a transfusão; 
13. Assinatura e carimbo com CRM do médico solicitante. 
 
As presentes informações serão encaminhadas juntamente com uma amostra 
de sangue do paciente receptor ao Banco de Sangue combinado em contrato para 
fornecer hemoderivado a esta instituição solicitante. No serviço de Banco de Sangue 
serão realizadas as devidas provas e exames. Por meio de carro da instituição serão 
encaminhadas as bolsas dos hemoderivados solicitados. A ANVISA solicita sempre 
que os motoristas das instituições sejam submetidos aos cursos de habilitação para 
transporte de hemoderivados, fornecidos pelos serviços da HEMORREDE dos 
estados da união. 
Dando sequência ao procedimento, após os procedimentos do Banco de 
Sangue a instituição hospitalar solicitante receberá as bolsas dos 
hemodemoderivados solicitados. Ao responsável pela recepção das bolsas, deve ser 
checado: 
• Número de bolsas; 
• Hemoderivados enviados conforme solicitação; 
• Integridade das bolsas; 
• Etiquetagem correta; 
• Temperatura da caixa térmica; 
 
 
 
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• Limpeza da caixa térmica e condições gerais de armazenamento. 
 
Caso algum desses itens seja verificado com discordância do ideal comunicar 
imediatamente o serviço fornecedor da HEMORREDE, e encaminhar os 
hemoderivados de volta ao Banco de Sangue. 
Em boas condições de recepção dos hemoderivados, encaminhá-los a unidade 
aonde se encontra o paciente e proceder aos procedimentos de transfusão conforme 
rotina adotada pela instituição hospitalar que deverá seguir todas as normas 
solicitadas pela ANVISA para execução de tal procedimento. 
 
1. Receber a caixa térmica com os hemoderivados; 
2. Retirar apenas o hemoderivado a ser transfundido no momento, Ex: 01 
Bolsa de concentrado de hemácias; 
3. Checar a bolsa; 
4. Checar etiqueta da bolsa com os dados do doador; 
5. Após cruzamento de dados, se todos corretos, acomodar a bolsa de 
sangue em uma bandeja devidamente forrada com guardanapo de papel; 
6. Aguardar aquecimento do hemoderivado até que o mesmo esteja 
próximo a temperatura ambiente, por volta de 20 minutos; 
7. Assim que em temperatura amena, reter materiais necessários para 
punção venosa periférica (abocath, polifix, esparadrapo) e o hemoderivado com 
equipo próprio e encaminhar-se ao leito aonde se encontra o paciente a ser 
hemotransfundido. 
 
 
 
 
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https://blogenfermagemcomamor.blogspot.com/2017/03/puncao-venosa-e-
administracao-de.html 
1. Comunicar ao paciente o procedimento a ser realizado, o número de 
bolsas prescritas. Explicar toda rotina, verificação de sinais vitais, e acompanhamento 
durante os primeiros quinze minutos; 
 
 
 
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2. Verificar sinais vitais (pulso, frequência respiratória, pressão arterial e 
temperatura), caso algum dos sinais vitais encontre-se fora dos parâmetros da 
normalidade, suspender o procedimento de imediato e comunicar o médico 
responsável, seguir as orientações do mesmo para alcançar normalização do quadro 
ou até suspensão definitiva do procedimento; 
3. Se sinais vitais dentro dos parâmetros da normalidade, avaliar rede 
venosa; 
4. Proceder à punção de acesso venoso periférico exclusivo para a 
hemotransfusão, conectá-lo a polifix paramaior segurança e facilidade ao manipular 
o acesso, fixá-lo com esparadrapo; 
 
 
 
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Fonte: nureinvestigacion 
 
1. Rechecagem quanto ao paciente receptor/ bolsa de hemocomponente, 
verificar com cautela o produto, condições da embalagem, cartão de identificação; 
2. Equipar bolsa de hemoderivado com equipo específico para 
hemotransfusão. Equipo composto de 2 reservatórios, um deles com filtro; 
3. Instalar hemoderivado, checando o horário de início; 
4. Manter-se ao lado do paciente nos primeiros 15 minutos de transfusão, 
atentando criteriosamente sob sinais de reação transfusional imediata; 
5. Verificar novamente os sinais vitais ao final dos primeiros 15 minutos 
após o início da infusão, os parâmetros devem manter-se dentro da normalidade, caso 
sejam verificadas alterações suspender imediatamente a infusão do hemoderivado, 
retirar o acesso venoso periférico e encaminhá-lo ao Banco de Sangue responsável 
pela liberação da bolsa, juntamente com uma nova amostra de sangue do paciente, 
sendo que esta não deve ser retirada do AVP onde era infundido o hemoderivado; 
6. Se a verificação dos sinais vitais não acusar nenhuma alteração, manter 
infusão conforme aceitação hemodinâmica. Monitorizar o paciente, em suas 
solicitações e queixas. O tempo se infusão da bolsa não deverá exceder 4 (quatro) 
horas desde sua instalação. 
7. Ao deixar o leito do paciente, checar no prontuário o início do 
procedimento junto à prescrição médica conforme exemplo: 
 
 
 
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INSTITUIÇÃO HOSPITALAR XYZ 
 
Paciente: 
Data:__/___/_____ 
Convênio: Médico: 
 
PRESCRIÇÃO MÉDICA APRAZAMENTO EVOLUÇÃO MÉDICA 
 
1) Dieta em SNE 500ml em 12hs 
2) SF 0,9% 1000ml em 12hs EV 
3) Concentrado de Hemácias 01 13h00 – PA 120/80, Bolsa EV – Iniciar 
AGORA T 36C, FR 12, P 72 -Cleide 
 
8. Ao término da infusão da bolsa deve-se retirar o equipo, salinizar o 
acesso venoso periférico; 
9. Checar junto ao prontuário/prescrição o término do procedimento 
anotando novamente os dados de sinais vitais verificados; 
10. Encaminhar o sistema bolsa equipo em saco plástico devidamente 
identificada conforme norma do Gerenciamento de Resíduos de Saúde de sua 
instituição. 
11. Relatar realização do procedimento em Anotação/Relatório de 
enfermagem. 
 
Caso a instituição seja de maior porte, conforme a RDC 153 classifica, e se 
enquadra nas necessidades de possuir Agência Transfusional, ou seja, serviço que 
não coleta, porém estoca hemoderivados. A cada solicitação de hemoderivados, os 
colaboradores da Agência se responsabilizam pela coleta do paciente receptor, testes 
e prova cruzada (sangue do paciente receptor X sangue da bolsa doador), seleção da 
bolsa adequada. Acondicionamento e transporte desse hemoderivado. Todos os 
procedimentos técnicos, burocráticos e de registro ficam a responsabilidade da 
Agência Transfusional. 
 
 
 
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Os passos devem ser seguidos conforme descrição abaixo: 
 
O médico solicitante prescreve o Hemoderivado na prescrição do paciente, 
devendo conter: 
• Hemoderivado desejado; 
• Quantidade desejada, (ex. 02 bolsas de concentrado de Hemácia); 
• Especificar o início (ex. Iniciar AGORA). 
• Atentar para carimbo e assinatura médica sob a prescrição. 
 
É necessário que a cada solicitação feita seja preenchido formulário específico 
com dados do paciente, não sendo aceito formulários com rasuras: 
1. Nome completo do paciente sem abreviações; 
2. Sexo; 
3. Idade; 
4. Peso; 
5. Número do prontuário ou atendimento; 
6. Número do leito; 
7. Diagnóstico; 
8. Antecedentes transfusionais; 
9. Hemocomponente ou hemoderivado solicitado com volume ou 
quantidade; 
10. Tipo de transfusão (programada, urgente, não-urgente); 
11. Data; 
12. Resultados laboratoriais e quadro clínico que justifique a transfusão; 
13. Assinatura e carimbo com CRM do médico solicitante. 
 
As presentes informações são de total importância, pois é através delas que a 
Agencia Transfusional mantém a segurança e qualificação dos procedimentos 
realizados. O registro dos dados funciona em micro prontuários onde cada paciente 
tem todas as informações registradas, e mesmo que ele tenha alta hospitalar, se 
 
 
 
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eventualmente for reinternado e necessitar de nova transfusão já tem informações 
pertinentes como dados cadastrais, grupo sanguíneo, reações transfusionais, etc. 
Além de tal importância, os registros alimentam HEMORREDES e a ANVISA, 
afinal, são as fiscalizadoras do trabalho, qualidade e auditoria dentro das Agências 
Transfusionais. 
Conforme solicitação da RDC 153, as Agências devem ter estrutura física e 
equipamentos adequados, equipe multiprofissional, médico hematologista 
responsável técnico, e equipe de técnicos treinados em técnicas de banco de sangue. 
Dando sequência ao procedimento, ao receber a prescrição médica com 
solicitação de hemoderivado, o funcionário da enfermagem confere o pedido, e ainda, 
o formulário específico com as informações solicitadas pela Agência Transfusional 
conforme exemplo abaixo, e comunica o referido setor. 
 
Instituição Hospitalar XYZ 
SOLICITAÇÃO DE HEMODERIVADOS 
PACIENTE: PRONTUÁRIO: 
SEXO: IDADE: 
PESO: SETOR/LEITO: 
DIAGNÓSTICO: TRANSFUSÕES ANTERIORES: 
Ht: Hb: Plaqueta: Programada ( ) Urgência ( ) Emergência 
( ) 
CH ( ) PFC ( ) Plaquetas ( ) Outros ( ) ________________ 
 
 
 
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Condições Clínicas: 
 
RESPONSÁVEL: ___________________________ DATA: ___/___/_____ 
 Carimbo e Assinatura 
 
Assim, em posse da prescrição e da solicitação de hemoderivados, o técnico 
da AT encaminha-se ao setor e procede a rotinas para a realização da transfusão. 
 
Dentro da Agência Transfusional 
 
Equipe técnica 
 
1- Verificar se há reserva e amostra de sangue do paciente; 
2- Se não houver amostra, encaminhar-se até o setor onde se encontra o 
paciente, e proceder à coleta da amostra; 
3- Realizar os testes pré-transfusionais (na Agência Transfusional), de 
acordo com a técnica/ rotina estabelecida no serviço; 
4- Identificar a bolsa de sangue e/ou o hemocomponente com letra legível, 
todos os campos disponíveis do rótulo, manter em temperatura ambiente sobre 
bandeja específica; 
5- Verificar temperatura da bolsa (manualmente) e acondicioná-la na caixa 
térmica; 
6- Deslocar-se para o setor onde solicitado a transfusão. 
 
 
 
 
 
 
 
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Passo a passo a rotina descrita anteriormente: 
 
Preparo do Sangue 
1- Receber o pedido, verificar se já tipado (se o paciente já recebeu 
transfusão anteriormente, a amostra de sangue do paciente já deve encontrar-se na 
AT); 
2- Se sim, confirmar número de registro, anotar tipagem no pedido; 
3- Se não houver tipagem, preparar tubo contendo 02 (duas) gotas de 
EDTA 10% (anticoagulante) para coleta de amostra, afixar no tubo etiqueta com: 
Nome (completo), Leito, Número de Atendimento e Data; 
4- Colher de 03 a 05ml de sangue do paciente, identificar amostra com 
rubrica do responsável pela coleta; 
5- Realizar teste pré-transfusional; TIPAGEM DIRETA, TIPAGEM 
REVERSA, PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES, PROVA DE 
COMPATIBILIDADE e RETIPAGEM DA BOLSA; 
6- Se prova de compatibilidade positiva realizar Coombs direto e indireto, 
contatarhematologista responsável. 
 
Tipagem ABO Direta e Reversa 
 
A. Tipagem ABO: é obrigatória a realização das tipagens direta e reversa. 
É permitida a omissão da tipagem reversa quando se faz a confirmação do tipo ABO 
de hemácias do doador, previamente tipada e rotuladas ou em recém natos e crianças 
de até 4 meses de idade. 
B. Tipagem Reversa: Tem como objetivo padronizar a realização da 
tipagem direta do sistema ABO em tubo. Os reagentes devem ser armazenados em 
geladeira entre 2 e 8ºC, utilizá-los de acordo com especificações do fabricante. 
Verificar sempre a validade dos reagentes e integridade dos rótulos sempre que for 
utilizá-los, e desprezar os reagentes que estiverem fora das especificações. 
 
 
 
 
 
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Discrepância na tipagem ABO 
 
É considerado discrepância quando o resultado das provas direta e reversa 
forem não concordantes. Muitas das discrepâncias são devidas a erros técnicos. 
Quando isso ocorrer verificar: 
A - Se o soro e as hemácias pertencem ao mesmo paciente/doador; 
B - Se os reagentes utilizados não estão contaminados e funcionam 
adequadamente, para isso testar uma amostra de grupo já conhecida, por exemplo, 
uma bolsa de sangue coletada e tipada há três dias; 
C - Se a concentração de hemácias utilizada no teste está correta (pode 
haver muita ou pouca hemácia), preparar uma suspensão salina a 5%, colocando 01 
gota de hemácias e 19 de salina; 
D - Se as provas foram centrifugadas na velocidade e/ou tempo correto; 
E - Se o registro das reações e interpretações é correto; 
F - Após verificar todas essas etapas, repetir o teste com uma suspensão 
de hemácias lavadas. Caso continue a incerteza deve-se pensar na possibilidade de 
contaminação da amostra do paciente. Nova amostra deve ser coletada e testada. 
Coletar algumas informações sobre o paciente que pode esclarecer o problema, entre 
elas: Idade, sexo, patologia de base, testes imunológicos anteriores e resultados de 
outras classificações; 
G - Solicitar ajuda ao hematologista responsável no caso de não resolução 
do problema. 
 
Observações relativas ao Sistema Rh 
 
1- No tubo “C” não deve haver aglutinação (uma das fases técnicas), pois 
é um controle negativo. Caso ocorra, não é válido o resultado obtido na classificação. 
Repetir a prova com uma suspensão de hemácias lavadas. Persistindo o problema, 
deve-se pensar na possibilidade de contaminação da amostra do paciente. Nova 
amostra deve ser coletada e testada; 
 
 
 
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2- Coletar algumas informações sobre o paciente que podem esclarecer 
essa discrepância, são elas: IDADE, SEXO, DIAGNÓSTICO, MEDICAMENTOS EM 
USO, TESTE IMUNOLÓGICOS ANTERIORES E RESULTADOS DE OUTRAS 
CLASSISFICAÇÕES; 
3- Se após essas mudanças iniciais continuar o problema, solicitar ajuda 
ao médico hematologista responsável; 
4- Sempre que a classificação paciente doador-doador for negativa deve 
ser feito o teste para determinar a presença da variante D fraco (marcador técnico). 
 
Definições: 
Soro anti-Rh fraco – Hemácias que possuem o antígeno D, mas sua expressão 
é tão fraca que a maioria do soro anti-D não promove a aglutinação direta. Esse pode 
ser reconhecido através do teste de Coombs indireto, após incubação das hemácias 
com soro anti-D. 
 
Teste de Hemólise 
O teste de hemólise é realizado como objetivo de verificar se o sangue contido 
na bolsa a ser transfundida, apresenta hemólise. Consiste em observar a presença de 
hemólise no plasma de amostras obtidas das bolsas de sangue após centrifugação. 
Repetir os testes positivos ou duvidosos. 
 
PREPARO PARA PROCEDIMENTO DE TRANSFUSÃO 
 
1. A seleção do material adequado envolve a escolha do catéter, equipos 
de administração e filtros especiais; 
 
 
 
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https://blogenfermagemcomamor.blogspot.com/2017/03/puncao-venosa-e-
administracao-de.html 
 
2. A caixa térmica, utilizado para o transporte de materiais e 
hemoderivados aos andares deve conter (catéteres, equipos, cartão de tipagem, 
carimbo, almofada, soro anti-A e anti-B e o hemoderivado destinado a transfusão); 
 
 
Fonte: /www.labnetwork.com.br 
 
 
 
 
 
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3.1. O hemoderivado deverá ser acomodado sobre papel craft evitando contato 
direto com o gelox, este contato pode provocar lesões na bolsa e alterações no 
hemoderivado. 
3. A caixa térmica deverá conter termômetro de Máx e Min. 
 
Fonte: 3bscientific 
 
4. Conferir prescrição médica; 
5. A prescrição deve especificar qual componente a transfundir e a duração 
da transfusão. Quando se realiza a transfusão de múltiplos tipos de componentes, a 
prescrição deve especificar a ordem de infusão e qualquer modificação necessária na 
administração de hemocomponentes (ex: lavado ou deleucotizado). As prescrições 
devem especificar medicamentos pré-infusão (diuréticos, anti-histamínicos ou 
antipiréticos), ou pós-infusão necessária. Quanto à prescrição é de imprescindível 
importância a documentação e registro dos procedimentos realizados junto ao 
paciente. Assim, segue um exemplo para a correta anotação e checagem anotando 
horário de início, verificação de sinais vitais e responsável pelo procedimento. 
 
PREPARO DO PACIENTE: 
 
• O paciente deve ser orientado sobre o tempo dispensado para o 
procedimento, a necessidade de monitorização de condições físicas e de sinais vitais. 
 
 
 
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Orientar o paciente a informar qualquer sensação diferente após o início da 
transfusão. 
 
OBTENÇÃO DE HEMOCOMPONENTES DO BANCO DE SANGUE: 
 
• A transfusão deve ser iniciada dentro de trinta minutos depois que o 
hemocomponente é retirado do Agência Transfusional. Se a transfusão é atrasada em 
mais de trinta minutos, o hemocomponente deve retornar a AT para que seja 
armazenado adequadamente; 
• As identificações precisas do hemocomponente e receptor são 
essenciais. 
Vários itens devem ser verificados e registrados antes que a transfusão tenha 
início: 
• Rever prescrição médica; 
• Perguntar ao paciente ou a algum parente que confirme seu nome; 
• Conferir dados do rótulo e da bolsa; 
• Deve ser checada coloração, aspecto, e data de validade do 
hemocomponente; 
• Verificar compatibilidade ABO (realizar tipagem beira-leito). 
 
PREPARO DA ADMINISTRAÇÃO 
 
• Apos a obtenção do hemocomponente deve ser instalado o equipo para 
infusão. É de vital importância que seja checada a permeabilidade do catéter. 
• Devem ser checados SSVV antes do início da infusão. 
• Se tipagem do doador (bolsa) e receptor iguais, realizar transfusão. Se 
tipagens diferentes retornar a Unidade transfusional e repetir a prova de 
compatibilidade. 
É OBRIGATÓRIA A REALIZAÇÃO DA TIPAGEM BEIRA-LEITO NA 
TRANSFUSÃO DE TODA BOLSA DE GLÓBULOS VERMELHOS( CONCENTRADO 
DE HEMÁCIAS) A SER TRANSFUNDIDA. 
 
 
 
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Sangue/Receptor 01 gota de sangue 
01 gota soro anti-A 
01 gota de sangue 
01 gota de soro anti-B 
Sangue/Bolsa 
01 gota de sangue 
01 gota de soro anti-A 
01 gota de sangue 
01 gota de soro anti-B 
 
O PACIENTE DEVE SER OBSERVADO POR PELO MENOS 15 MINUTOS 
APÓS O INÍCIO DA TRANSFUSÃO!!! 
 
INÍCIO DA TRANSFUSÃO 
 
• É recomendável que transfusões iniciem 2ml/minuto ou não mais que 
50ml nos primeiros 5 a 15 minutos de infusão, assim se houver uma reação 
transfusional apenas uma pequena quantidade de sangue terá sido administrada. 
 
 
MONITORIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
 
• Registrar na prescrição do paciente o horário do início da transfusão, 
assinar o nome do responsável pela instalação para que possa ser identificadoposteriormente; 
• Deve-se verificar os SSVV do paciente ao término dos 15 minutos iniciais 
e depois periodicamente durante a transfusão. A observância criteriosa ao paciente 
durante e após é necessária. 
• Relembrar ao paciente a necessidade de comunicar a equipe se 
qualquer sensação estranha ou sintoma ocorrer durante a transfusão. 
• NUNCA ADMINISTRAR MEDICAMENTOS CONCOMITANTEMENTE À 
ADMINISTRAÇÃO DE HEMODERIVADOS. 
 
 
 
 
 
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SUSPENSÃO DA TRANSFUSÃO 
 
• Após o término de cada bolsa, verificar os SSVV do paciente e registrar 
no prontuário checando com as anotações do início da transfusão; 
• Deve-se solicitar a equipe de enfermagem do setor que está o paciente 
que o observe durante 30 minutos. 
 
Observações importantes quanto ao procedimento de Hemotransfusão 
 
Definições de hemoderivados especificamente preparados: 
 
Concentrado de Hemácias Lavadas 
Consiste na remoção de plasma; 
Diminui concentração de leucócitos, plaquetas e restos celulares. 
 
Indicações: 
• Deficiência de IgA; 
• Reações alérgicas (urticartiformes). 
 
Hemocomponentes Deleucotizados 
Utilização de filtro especial; 
 
Indicações: 
• Repetidas reações febris; 
• Profilaxia contra aloimunização (transfusões repetidas); 
• Gestações múltiplas; 
• TRALLI; 
• Prevenir infecções. 
 
Transfusão Maciça 
 
 
 
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• Definida como a substituição de uma vez e meia a volemia estimada do 
paciente num intervalo de 24h; 
• Apresenta taxa de mortalidade de aproximadamente 50%; 
• Tem alterações descritas como: hemodiluição de fatores de coagulação 
e plaquetas, aumento da afinidade da hemoglobina ao O2, alterações metabólicas 
(acidose e hiperpotassemia), hipotermia. 
 
 Reserva Cirúrgica 
• Para cirurgias eletivas, solicita-se reserva de hemoderivados 
supostamente necessários com pelo menos 24h de antecedência. 
 
Auto-Transfusão 
 
É o processo de coleta, estocagem e reinfusão do sangue do próprio paciente. 
São candidatos os pacientes que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos 
eletivos e que possam vir a necessitar de transfusão sanguínea. 
 
Contra-indicações: 
• Insuficiência cardíaca descompensada; 
• Angina Instável; 
• Infecção ativa/uso de antimicrobianos. 
 
Algumas informações devem ser dadas aos candidatos a autotransfusão, 
quando encaminhados ao banco de sangue: 
• Data provável da cirurgia; 
• Tipo de cirurgia; 
• Número de unidades de sangue autólogo desejado; 
• Alterações clínicas constatadas no paciente; 
• Exames laboratoriais realizados na pré-avaliação pré-operatória. 
 
 
 
 
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Devendo ser encaminhado o paciente com 7 dias de antecedência quando 
necessário 1 unidade, e com 15 dias de antecedência quando necessárias 2 unidades. 
A cada transfusão deve-se observar qual o hemoderivado transfundido, pois a 
cada bolsa de Concentrado de hemácias transfundido, por exemplo, deve-se utilizar 
um equipo único. Se num mesmo paciente foram solicitadas 02 bolsas de concentrado 
de hemácias, a cada bolsa instalada deve-se trocar também o equipo, pois, as bolsas 
podem ser de doadores diferentes, e ambas compatíveis com o paciente em 
hemotransfusão, mas isso não implica em serem compatíveis entre si. 
Para os demais hemoderivados é exigido sim o equipo específico, com dupla 
câmara e filtro, porém não há a necessidade de trocá-los a cada bolsa, pois não 
possuem os mecanismos de anticorpos passíveis de desencadear reações entre si. 
 
Sangria 
 
Anteriormente eram utilizados métodos caseiros como os sanguessugas. 
Esses métodos têm sido utilizados na prática médica desde a antiguidade, para um 
amplo espectro de patologias, com resultados benéficos em algumas, principalmente 
levando-se em consideração a escassez de opções terapêuticas. Essa técnica foi 
praticamente abandonada com o desenvolvimento da ciência médica, especialmente 
no que tange à terapêutica, durante o século XX. Para fins medicinais elas eram 
utilizadas para o estanque de hemorragias, drenagem de hematomas e 
empiricamente em pacientes com aumento de células vermelhas. 
A Medicina Tradicional Chinesa utiliza técnicas de sangria em pontos 
específicos do corpo, os conhecidos pontos de acupuntura. Cada ponto teria uma 
função, seja ela ligada à sua localização, ao meridiano ao qual pertenceria ou ao órgão 
ao qual seu meridiano estaria ligado. Nesta técnica, faz-se uma punção com agulhas 
conhecidas como lancetas, as mesmas utilizadas para fazer medição de glicose em 
pacientes diabéticos. Após a punção, retira-se uma pequena quantidade de sangue 
do ponto, alcançando o efeito desejado [carece de fontes]. Em alguns casos utilizam-
se ventosas em cima do local puncionado, para forçar a saída de sangue, visando a 
aumentar a eficácia da técnica de sangria. A Medicina Tradicional Chinesa indica a 
 
 
 
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sangria principalmente para casos de estagnação de Qi (energia vital) e Xue 
(Sangue), mas também existem várias outras indicações desta técnica. 
A sangria é uma modalidade de tratamento médico onde há retirada de sangue 
do paciente para o tratamento de doenças. Pode ser feita de diversas maneiras, 
incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia. Método 
de sangria em que ocorre extração de sangue através de sistema estéril com agulha, 
equipo e bolsa de coleta, semelhante ao procedimento para doação de sangue. É 
utilizada principalmente para promover a redução dos estoques corpóreos de ferro, 
aumentados na hemocromatose ou para reduzir o excesso de hemácias na policitemia 
vera. 
 
 
Fonte : wikipédia 
 
A sangria deve ser realizada somente por equipe técnica treinada e autorizada. 
O procedimento deverá ser prescrito e justificado em solicitação por escrito à Agência 
Transfusional, ao serviço hospitalar que não possuir AT, deverá entrar em contato 
com o Banco de Sangue prestador de serviços para que o procedimento seja 
executado. 
1. Após a certificação da prescrição e coerente justificativa de tal 
procedimento, a Agência Transfusional deverá ser acionada, ou Banco de Sangue 
prestador, para avaliação do paciente. Ao mesmo deverá ser explicado o 
procedimento a ser realizado. 
2. Verificar sinais vitais; 
3. Posicionar confortavelmente o paciente; 
 
 
 
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4. Solicitar que o mesmo mencione caso, apresente sintomas de injúria 
e/ou mal-estar; 
5. Puncioná-lo conforme imagem acima; 
6. Posicionar a bolsa gravitacionalmente abaixo do nível do tórax do 
paciente; 
7. Manter observação constante durante o procedimento, o paciente pode 
apresentar uma síncope ou desfalecimento devido à hipovolemia momentânea 
provocada; 
8. Ao encerrar o procedimento, retirar imediatamente o acesso venoso, 
juntamente com o prolongamento+bolsa; 
9. Encaminhar para descarte conforme Plano de gerenciamento de 
resíduos da instituição. 
 
 
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS 
 
Procedimentos nas reações transfusionais 
 
Quando houver suspeita de reação transfusional, as seguintes ações deverão 
ser desencadeadas junto ao leito do paciente: 
1- Interromper imediatamente a transfusão; 
2- Conservar o AV salinizado; 
3- Notificar o médico solicitante (ou plantonista no caso de unidades 
intensivas); 
4- Verificar SSVV registrando no prontuário; 
5- Examinar todas as etiquetas, registros, conferindo novamente os dados 
do paciente com os dados da Unidade de Sangue ou o componente em uso; 
6- Identificar tipos de reação; 
7- Administrar medicação se prescrita pelo médico; 
 
 
 
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8- Se não houver medicamentoprescrito deve-se solicitar a equipe de 
enfermagem do setor que localize o plantonista hospitalar para o atendimento da 
ocorrência; 
9- Registrar a ocorrência da reação em livro próprio; 
10- Preencher ficha de notificação e investigação de incidente transfusional; 
11- Levar a AT, a bolsa e o equipo utilizados. 
 
COMPLICAÇÕES AGUDAS DA TRANSFUSÃO 
 
 Os sinais e sintomas ocorrem durante uma transfusão sanguínea ou 24h após 
a mesma. 
 
1- Reação Febril 
• Febre (temperatura acima de 37,8ºC em paciente afebril ou aumento de 
1 ºC em paciente com febre), em geral uma hora após o início da transfusão. 
• Desconforto, mal-estar generalizado, calafrios; 
• Fatores predisponentes: transfusão plaquetária, transfusões prévias, 
gravidez, ou infusão rápida do hemocomponente. 
 
Conduta imediata: 
• Suspender imediatamente a transfusão; 
• Manter AV salinizado; 
• Administração de antitérmico conforme orientação médica. 
 
2-Reação Urticariforme 
• Eritema, pápulas, prurido, edema, tontura ocasional; • 
• Cefaléia durante ou imediatamente após a transfusão; 
• Dispneia. 
 
Conduta Imediata: 
• Suspender imediatamente a transfusão; 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
• Manter AV salinizado; 
• Administração de anti-histamínico conforme orientação médica. 
• Adrenalina (em casos severos), conforme orientação médica. 
 
3- Reação Anafilática 
É rara, com alto índice de mortalidade, início geralmente imediato ao início da 
transfusão, independente do volume infundido. 
Quadro Clínico: 
• Afebril; 
• Hipotensão; 
• Tremores; 
• Rubor, Edema facial, urticária; 
• Dispneia, asfixia, dor torácica; 
• Náuseas e vômitos, dor abdominal, e diarréia. 
 
Conduta Imediata: 
• Interromper imediatamente a transfusão; 
• Manter AV salinizado; 
• Manter paciente em decúbito dorsal com cabeceira elevada; 
• Instalar catéter de O2; 
• Anti-histamínicos, corticoterapia: hidrocortisona ou 
 prednisona conforme orientação médica; 
• Hemácias lavadas para as próximas transfusões. 
 
 
4- Injúria Pulmonar Aguda relacionada à Transfusão 
 
TRALI (Transfusion Related Acute Lung Ingury) ou edema pulmonar não 
cardiogênico quadro clínico e radiológico de edema Agudo de Pulmão, por reação da 
microcirculação pulmonar, com aumento da permeabilidade vascular pulmonar. 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
Relaciona-se com a transfusão de anticorpos antileucocitários e anti-HRA 
presentes no plasma do doador ou do receptor. Os sintomas observados durante ou 
logo após a transfusão: 
 
• Dispneia e hipóxia; 
• Hipotensão com normovolêmia; 
• Tosse seca; 
• Febre persistente; 
• Raios-X de tórax: Lesão pulmonar tipo ICC e/ou SARA; 
• Ausculta pulmonar: Praticamente normal. 
 
Conduta Imediata: É terapia de suporte. 
• Interromper a transfusão; 
• Manter AV salinizado; 
• Manter o paciente em decúbito elevado; 
• Instalar catéter nasal de O2; 
• Corticoides, conforme orientação médica. 
 
 
 
CONDUTA PREVENTIVA PARA NOVO EPISÓDIO DE TRALI 
• Usar hemácias pobres em leucócitos em novas transfusões; 
• Doação autóloga. 
 
 1- Hipervolêmia ou sobrecarga de volume 
• Dispneia súbita; 
• Cianose; 
• Tosse; 
• Expectoração espumosa; 
• Aumento de PA; 
• Ingurgitamento de carótidas; 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
• Agitação psicomotora; 
• Hipóxia; 
• Dificuldade em manter decúbito dorsal. 
 
Conduta Pré-transfusional: 
Transfusões criteriosas, lentas, não excedendo em 4horas. 
Alíquotas menores a 01 concentrado de hemácias/dia, principalmente nos 
paciente com insuficiência renal e cardíaca. 
 
Conduta Imediata: 
• Interromper imediatamente a transfusão; 
• Manter AV salinizado; 
• Manter paciente em decúbito elevado; 
• Instalar catéter de O2; 
• Diurético, aminofilina e corticoide, conforme orientação medica. 
 
6 - Reação Hemolítica Aguda (Imunológica) 
 
É uma reação severa que acontece entre minutos após o início da transfusão 
até horas após o seu término. Não há relação entre volume infundido e a intensidade 
da reação. 
-Hemólise imuno-mediada: Anticorpos contra antígenos de hemácias. 
-Hemólise não imuno-mediada: Hemácias estocadas de longa data, 
deficiências enzimáticas ou drogas adicionadas ao sangue doado, contaminação 
bacteriana do sangue, e sangue aquecido ou refrigerado. 
Quadro Clínico: 
• Febre (com ou sem calafrios); 
• Dor Torácica ou Lombar; 
• CIVD; 
• Hipotensão; 
• Dispneia; 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
• Dor abdominal; 
• Vômitos e diarréia; 
• Oligúria, anúria, hemoglobinúria; 
• Sangramentos espontâneos; 
• Dor no local da infusão. 
 
 
Conduta Pré-transfusional: 
• Conferência dos dados da requisição da transfusão, checando-os com 
os dados do paciente; 
• Verificação da tipagem ABO do paciente com o da bolsa de sangue; 
• Histórico transfusional pregressa do paciente; 
• Observação criteriosa do paciente, checagem dos SSVV antes, durante 
e depois da transfusão; 
• Observação de qualquer esboço de reação adversa. 
 
Conduta Imediata: 
• Interrupção imediata da transfusão; 
• AV com infusão rápida de solução fisiológica; 
• Catéter de O2; 
• Paciente em decúbito elevado; 
• Uso de diuréticos conforme orientação médica. 
 
Conduta pós-transfusional: 
• Exames: Hemograma, coagulograma, parcial de urina, ureia, creatina, 
bilirrubinemia (8 horas após estabilização); 
• Realizar checagem da tipagem sanguínea do paciente; 
• Preencher o protocolo de notificação e investigação de incidentes 
transfusionais do serviço de hemoterapia. 
 
7- Reações Metabólicas 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
• Mais frequente em transfusões maciças. 
• Ácidos Metabólicos; 
• Hipercalemia, podendo levar o paciente a arritmias cardíacas fatais; 
• Hipocalcemia, alcalose ou hipocalemia; 
• Hipotermia, arritmia ou assistolia, principalmente com AVC por estímulos 
do nó sinoatrial ao líquido gelado; 
• Apnéia, hipotensão e hipotermia em crianças e neonatos; 
• Coagulopatia; 
• Trombocitopenia dilucional ou de fatores de coagulação. 
 
Quadro Clínico: 
• Tetania, parestesia perioral e/ou de extremidades; 
• Dispneia; 
• Dores em panturrilha; 
• Sangramento pela diluição dos fatores de coagulação; 
• Arritmia Cardíaca. 
• Conduta Imediata: 
• Interromper a transfusão ao primeiro sinal de reação; 
• Manter AV salinizado; 
• Manter paciente em decúbito elevado; 
• Instalar catéter de O2; 
• Repor cálcio (se hipocalcemia) conforme orientação médica; 
• Controlar diurese (volume e aspecto); 
• Solicitar: Hemograma, Hemoglobina livre no plasma, Plaquetas, 
Coagulograma (TAP, KPTT, TS, RC e Fibrinogênio), Parcial de urina. 
• Avisar ao serviço de hemoterapia para que realize PAI, tipagem ABO e 
Rh, Teste de Coombs Direto, Prova de compatibilidade. 
 
8 - Complicação Embólica 
É uma reação transfusional rara, porém fatal conforme intensidade do evento. 
 
 
 
 
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 Hemoterapia e banco de sangue 
 
9- Complicações tardias da transfusão 
Ocorre em dias ou anos após a transfusão. 
1- Púrpura pós-transfusional: Trombocitopenia 5 a 10 dias pós a transfusão 
por aloanticorpos contra antígenos plaquetários específicos; 
2- Doença do enxerto x hospedeiro: Reação imune por linfócitos do doador 
em receptor imunoincompetente ou doador HLA homozigoto. Os pacientes deverão 
receber sangue irradiado; 
3- Hemocromatóse secundária: uma unidade de concentrado de hemácias 
tem 200mg de ferro. Ocorre em doentes dependentes de transfusão; 
4- Agentes infecciosos transmissíveis por transfusão 
A) Bactérias: pseudômonas, yersínea enterocolítica, enterobacter, E.

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